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DIFICULDADES E
TRANSTORNOS DE
APRENDIZAGEM
CONTEXTUALIZANDO
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sentir dor de dente. Nesse caso, podemos dizer que aprendemos a escovar os
dentes pelo fato de que esse ato previne a cárie.
Surge a pergunta, então. Não fui ensinado quando criança a escovar os
dentes? Qual a razão de não ter aprendido a escovar os dentes para evitar a
cárie? A partir de quando eu aprendi a escovar os dentes?
Essas perguntas norteiam o que vamos estudar, que é a compreensão de
aprendizagem.
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Cognitivo – relacionado às capacidades intelectuais. Nesse domínio, o
sujeito tem a condição de uso da cognição para compreender, memorizar,
aplicar, sintetizar, analisar e avaliar as situações de forma intelectual.
Afetivo – relacionado às produções afetivas, como o sentimento e a
emoção. É nesse domínio que surge a capacidade social do sujeito. É
nessa condição que o indivíduo manifesta condições de reação,
valorização, respostas, organização e caracterização da sua condição de
responder de forma interna ao ambiente externo;
Psicomotor – é a condição do controle muscular. Nesse domínio, o sujeito
adquire habilidades aos movimentos do corpo. Entretanto, estão
relacionadas também à nossa linguagem não verbal e à percepção.
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Diante dessa teoria mediacional, estão a Gestalt, a genética e o
cognitivismo. Em todas essas teorias, temos a condição de que o sujeito é o
agente; não apenas o modificador do ambiente, pois também se relaciona com
ele de forma subjetiva, de modo que os elementos não precisam estar
apresentados no ambiente.
Sendo assim, a aprendizagem é concebida como o processo de
conhecimento e de compreensão das relações nas quais as condições externas
atuam mediadas pelas condições internas, em que sofrem uma reorganização
cognitiva. É um processamento interno de informações externas que resultarão
em uma relação com o ambiente externo.
TEMA 2 – BEHAVIORISMO
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Segundo o condicionamento clássico, um comportamento é aprendido ao
ser executado em um outro ambiente parecido com o que ocorreu pela primeira
vez. Isso é denominado generalização. Entretanto, esse comportamento
diferenciado de outros, para ele, não vem a ocorrer por um estímulo diferente;
nesse caso, temos a discriminação. O sujeito, diante de um estímulo não eliciador,
não manifesta o comportamento; isso é a inibição. À medida que não é manifesto
ou estimulado, o comportamento tende a se extinguir.
O condicionamento pavloviano descreve que todo aprendizado ocorre por
meio de interações com o meio ambiente. O ambiente forma o comportamento, o
qual considera apenas os estímulos que podem ser observáveis, desprezando
assim qualquer condição mental.
A segunda grande contribuição do comportamentalismo é o behaviorismo
propriamente dito. Hoje, nós costumamos a classificá-lo como metodológico e
radical (Bock; Furtado; Teixeira, 2002). O behaviorismo metodológico tem sua
fundação em Watson, cujo pensamento estabeleceu uma relação entre o que o
organismo faz e o que pode ser observável. A isso, ele denomina de conduta, que
estabelece o comportamento respondente.
O behaviorismo radical, que tem em F. B. Skinner seu maior nome,
estabelece um divisor de águas no processo de compreender a aprendizagem.
Skinner estabelece a sua teoria do comportamento operante, na qual focou seus
estudos no controle das relações variáveis que originam o comportamento –
estímulos, reforços e contingência – e nas variáveis que resultam do
comportamento – que são as respostas.
Dessa forma, Skinner conseguiu explicar o condicionamento operante, que
nada mais é do um comportamento mantido por um reforço positivo após uma
resposta esperada. O conceito básico aqui estabelecido é o de aumento na
frequência da resposta. Isso só é possível a partir da associação com um
reforçador condicionado (Moreira, 1999).
Segundo Skinner, o processo de aprendizagem se dá pela compressão da
tríade comportamental antecedentes, respostas e consequência, a qual é mantida
por uma estrutura que permite a probabilidade de um comportamento vir a ocorrer
ou não por reforço ou punição. No conceito de Skinner, o indivíduo altera o
ambiente, que por ele é modificado.
Observando o behaviorismo em sua estrutura de aprendizagem, Sacristán
e Gómez (2000) dissertam que “a educação, e de modo concreto o ensino,
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transforma-se numa tecnologia que prepara as contingências, as características
do contexto e as peculiaridades de cada situação e regula a administração de
reforços”. Esse é um pensamento estruturado por Skinner, em que o
comportamento pode aos poucos ser modelado.
Termos filosóficos não conceituam o comportamento para o Behaviorismo.
O que o behaviorismo denomina de mentalismo é a condição de tentar explicar
algo sem que ele possa ser observado. Dessa forma, o behaviorismo compreende
a motivação como sendo produzida pela concentração da atenção e na
estimulação do interesse do sujeito diante do ambiente.
O behaviorismo enfatiza a aplicação das técnicas com eficácia. Ou seja, a
aprendizagem não considera variantes internas, bem como a dinâmica como ela
ocorre. Considera-se a aprendizagem como uma ação tecnológica. Sendo assim,
utiliza-se programas de reforço, instrução programada, fichas de aula, máquinas
de ensinar. Isso tudo são instrumento de aprendizagem que promovem um
condicionamento de respostas operantes.
TEMA 3 – GESTALT
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da Gestalt é diferente do que a soma de elementos. A Gestalt, então, vem a ser a
divisão das suas partes, ou seja, o que vem anterior à existência das partes
(Engelmann, 2002).
A Gestalt tem sua estrutura teórica fundamentada sobre dois pilares: o
desenvolvimento humano e a aprendizagem. O desenvolvimento humano é
explicado pela maturação do sistema nervoso. Isso significa que as estruturas
perceptivas do indivíduo se desenvolvem com o passar do tempo. Assim sendo,
o sujeito nasce com elas e, com o passar do tempo, essa estrutura perceptiva
ganha a capacidade de atuar de forma interpretativa e de juízo.
Já a aprendizagem ocorre em razão da percepção. Explicar de forma
simples o que é aprendizagem para Gestalt é conceituar a condição do sujeito ter
um insight. Ou seja, o sujeito tem um ato de organização súbita do campo
perceptivo a fim de configurar uma totalidade. Só há condições de insight quando
se percebe a relação entre o estímulo e o campo perceptivo (Engelmann, 2002).
A percepção no sujeito se dá de forma unificada. A Gestalt trabalha sobre
alguns princípios que permitem compreender essa percepção: proximidade,
semelhança, fechamento e continuidade.
Agora, podemos, então, definir que a Gestalt consiste em um conjunto de
conceitos relacionados à percepção que o ser humano possui sobre as formas
apresentadas durante sua vivência diária. Na aprendizagem, é posta como a
capacidade de o sujeito perceber os objetos e as formas no seu todo; a isso
determinamos uma estrutura holística.
A Gestalt deixa claro que o processo de aprendizagem tende a variar de
pessoa para a pessoa. Todavia, há regras perceptivas que são comuns e que são
postas segundo a maturação do sujeito. Considera-se, para isso, aspectos
fisiológicos que compõe o desenvolvimento de cada um.
Não se pode desconsiderar os principais elementos motrizes da
aprendizagem para a Gestalt. O primeiro é a motivação interna que cada sujeito
tem de ver o mundo a partir de espectro maior. O segundo é o desejo, em que o
sujeito transcende a condição local e temporal que se encontra. O terceiro é a
necessidade, em que o sujeito se apresenta como algo a ser alcançado e que faz
falta.
Segundo a Gestalt, a interpretação de cada um tende a ser individualizada.
Entretanto, há princípios na Gestalt que são importantes ferramentas para o
nivelamento do processo de aprendizagem. Nesse caso, considera-se que os
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estímulos são criados a partir de percepção comum originada em quem
estabeleceu o início do processo. Normalmente, esse sujeito é o professor.
TEMA 4 – COGNITIVISMO
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4.1 Jean Piaget
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4.2.1 Estágio sensório-motor
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4.2.3 Estágio operatório concreto
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TEMA 5 – TEORIAS PSICOSSOCIAIS
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dos signos permitirá uma mudança qualitativa no processo de internalização e a
utilização de sistemas simbólicos (Basso, 2018).
Os fundamentos da teoria objetam o trabalho. Isso significa o que a criança
vem a fazer. Dela, compreende-se que o pensamento e a linguagem associam-se
devido à necessidade de intercâmbio, levando a criança a ter a capacidade de
resolver problemas práticos utilizando-se de instrumentos objetivos.
Segundo Vygotsky (1989), a aprendizagem tem um papel fundamental para
o desenvolvimento do saber e do conhecimento, havendo sempre uma relação de
ensino-aprendizagem. Isso é um modelo social de aprendizagem. Sua teoria
define uma zona de relação chamada zona de desenvolvimento proximal – ZDP,
na qual há uma distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial em
que as interações sociais são desenvolvidas. Estas não são iguais para todos, por
isso, no processo de ensino e aprendizagem, o mediador deve identificar a ZDP
para saber como atuar.
Henri Paul Hyacinthe Wallon apresentou uma teoria inovadora, que tem
como elemento diferencial a afetividade. Para ele, a aprendizagem sofre a ação
de fatores afetivos, como a emoção. É uma compreensão mais complexa do
funcionamento do cérebro e da relação ambiental.
Segundo Wallon (Galvão, 2000), a criança é essencialmente emocional e
gradualmente vai constituindo-se como um ser sociocognitivo. Ela vive em um
ambiente contextualizado, no qual há uma realidade viva na amplitude dos seus
comportamentos e na sua condição de existência.
Wallon descreve que toda criança nasce em um mundo simbólico e
relacionada dentro de um “sincretismo subjetivo” nos seus primeiros três anos.
Nesse período, ela depende da ação do outro. Sua linguagem expressiva é a
emoção, que é designada antes da linguagem falada e a qual é observada em
trocas sociais como a imitação.
Para Wallon, a criança não possui um desenvolvimento linear. Ele designa
estágios de desenvolvimento que sofrem variações na medida em que ocorre o
desenvolvimento. Ele chama essas variações de crise.
As fases do desenvolvimento, para Wallon, são:
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Estágio impulsivo-emocional – Vai do nascimento até aproximadamente o
primeiro ano de vida. Nesse estágio, há uma caracterização pela condição
afetiva. A criança vive uma condição de não saber distinguir o mundo dela
mesma.
Estágio sensório-motor e projetivo – Vai dos três meses de idade até
aproximadamente o terceiro ano de vida. Nesse período, a inteligência
começa a ser gerente e o mundo passa pelo processo de interpretação. A
inteligência passa a ter uma divisão entre a inteligência prática, obtida na
relação com os objetos e o próprio corpo, e a inteligência discursiva, que é
adquirida pela imitação e apropriação da linguagem. Nesse período, o
pensamento é observado pelos atos motores.
Estágio do personalismo – Vai dos 3 aos 6 anos de idade. O fator a ser
estabelecido é a personalidade e a autoconsciência. Nessa fase, ocorrem
as crises negativistas, em que há uma oposição da criança ao adulto.
Estágio categorial – Vai de 6 a 12 anos. É um período em que ocorre a
preponderância da inteligência sobre as emoções. Há o desenvolvimento
das capacidades de memória e atenção voluntária e “seletiva”. A criança
começa a abstrair conceitos concretos e começa o processo de
categorização mental. Ocorre uma evolução muito grande no
desenvolvimento humano.
Estágio da adolescência – Inicia-se entre 11 ou 12 anos de idade. Há
mudanças físicas e psicológicas produzidas pela maturação do sistema
endócrino. Nesse estágio, o adolescente passa a desenvolver sua
afetividade de forma abrangente, observando sua autoafirmação e
maturação sexual. É uma fase marcada pelos conflitos internos e externos.
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FINALIZANDO
LEITURA OBRIGATÓRIA
Este texto apresenta uma descrição mais detalhada das teorias abordadas nesta
aula. A leitura desse texto esclarecerá dúvidas sobre a exposição das teorias da
aprendizagem. Leia os seguintes capítulos:
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Texto de abordagem prática
Saiba mais
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REFERÊNCIAS
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PIAGET, J. O desenvolvimento do pensamento: equilibração das estruturas
cognitivas. Lisboa: Dom Quixote, 1977.
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LEITURA OBRIGATÓRIA DA DISCIPLINA:
Este texto apresenta uma descrição mais detalhada das teorias abordadas nesta aula. A
leitura desse texto esclarecerá dúvidas sobre a exposição das teorias da aprendizagem.
Leia os seguintes capítulos:
Saiba mais
Esse vídeo apresenta uma animação na qual ocorre um diálogo entre o pensamento de
Piaget e Vygotski, deixando explícito o fundamento das duas teorias.
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