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3. Ética na Administração Pública Federal.

3.1. Ética e moral. Origens e diferenças.


3.2. Valores e Virtudes
3.3. Ética, princípios e valores.
3.4. Ética e democracia: exercício da cidadania.
3.5. Ética e Função Pública. Ética no Setor Público
3.5.1. Código de Ética Profissional do Serviço Público –
Decreto nº 1.171/ 1994.

3.1 Ética e moral. Origens e diferenças.


Jamais confundir ética e moral, são conceitos distintos, não são
sinônimos. Em direito administrativo em muitos casos, ética e moral são
utilizados como sinônimos realmente. Já no estudo de matéria de ética são
conceitos diferentes, apesar de frequentemente confundirmos os dois.
A Ética é um ramo da filosofia. A filosofia é pautada pelo
subjetivismo enaltecendo o debate e as discussões. A ética é uma ciência
que estuda os valores morais. Ser ético não interfere se você está em
determinado país ou em determinada época. É algo imutável e teórico. É uma
coisa única.
A moral é algo mais concreto. A moral é um conjunto de regras
que regem um grupo social. A moral está ligada a cultura e costumes que são
aplicados a um determinado grupo social. A moral muda e varia de acordo
com local, de um local para outro e de época para outra época. Exemplo: Rio
de Janeiro é uma cidade praiana e as pessoas têm costume de usar roupas mais
liberais, é um comportamento normal para elas, porém este comportamento não
pode ser adequado no estado do Paraná.
As principais distinções de ética e moral, tange quanto ao
significado. A origem da palavra Ética é originaria do grego ethos “modo de ser,
o caráter, a conduta. Quanto a moral vem do latim “morales/morales” se refere
a costumes.
Quanto ao uso, a ética tem um uso teórico e reflexivo. Já a moral
tem uso prático. Quanto ao tempo a ética é atemporal, imutável. Já a moral é
mutável, ela muda com o passar do tempo, é temporal.
No que tange a origem, a ética é universal, é uma coisa só. A moral
é cultural, é local, diversa de acordo com cada grupo social. A moral é aplicável
a determinado grupo social.
Para as bancas a ética deve estar codificada para evitar
subjetivismos. A ética codificada vem a preencher uma necessidade de se
transformar em algo claro e prescritivo, para efeitos de controle corporativo,
institucional e social, o que navega nas incertezas da ética filosófica. A ética
coloca deveres para consigo mesmo, para com os colegas, para com a
sociedade e com os clientes. Já a moral está relacionada a lei. Ser moral não
é apenas observar apenas a lei, mas adotar comportamentos adequados.

A palavra ética vem do grego ethos, que significa caráter, modo de


ser. O vocábulo moral se originou da tradução do ethos para o latim mos (ou
mores, no plural), que significa costume. O termo “moral” não traduz, no entanto,
a palavra grega originária por completo.
O ethos grego possuía dois sentidos diferentes, mas relacionados:
o primeiro era a interioridade do ato humano, ou seja, aquilo que gera uma
ação genuinamente humana e que brota a partir do sujeito moral, ou seja, ethos
remete ao agir, à intenção.
Por outro lado, havia também o sentido relacionado à questão dos
hábitos, costumes, usos e regras, e que se materializa na assimilação social
dos valores, sob uma ótica mais prática, voltada à prescrição de conduta. A
tradução latina do termo ethos para mos não contemplou a dimensão pessoal
do ato humano, incorporando apenas o sentido comunitário da atitude
valorativa. Por esse motivo confundimos frequentemente os termos ética e
moral.
Tanto ethos (caráter) como mos (costume) indicam um tipo de
comportamento que normalmente consideramos como não natural,
adquirido por meio do exercício consciente e do hábito. Portanto, ética e
moral dizem respeito a uma realidade humana construída histórica e
socialmente por meio das relações coletivas dos seres humanos enquanto
sociedade.
No nosso dia a dia, dificilmente distinguimos os conceitos de
ética e moral, mas vários estudiosos fazem essa distinção. Para ser um pouco
mais convincente, eu diria para você que, para as bancas organizadoras, ética
e moral não são a mesma coisa, e isso é o suficiente para que você entenda a
importância de dominar essas diferenças, certo?
Envolvendo ideias pré-concebidas de certo e errado, que vão, ao
longo da vida, guiar nossa conduta. Essa é a ideia de moral. Os dicionários
definem moral como "conjunto de preceitos ou regras para dirigir os atos
humanos segundo a justiça e a equidade natural." (Michaelis), ou seja, regras
estabelecidas e aceitas pelas comunidades humanas num determinado
momento histórico.
A ética, por outro lado, é a parte da filosofia que se ocupa do
comportamento moral do homem. É a reflexão filosófica sobre a moral (caráter
teórico). Ela engloba um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa,
que estão ligados à prática do bem e da justiça, aprovando ou desaprovando
a ação do homem, de um grupo social ou de uma sociedade. A moral é
normativa. Tem caráter prático (com força normativa). Enquanto a ética é
ciência, voltada para o comportamento moral, e busca compreender e
criticar a moral de uma sociedade. A ética é filosófica e científica.
A moral é normativa. Ela determina o nosso comportamento por
meio de um sistema de prescrição de conduta. Nós adotamos uma conduta
ou outra com base num sistema de valores enraizado em nossa consciência,
notadamente.
A ética é princípios. Já a moral são aspectos de condutas
especificas. A ética é a ciência que estuda a moral (diretamente relacionada
à política e à filosofia). A moral está relacionada com os hábitos e costumes
de determinados grupos sociais.
Para Aurélio Buarque de Holanda, ética é "o estudo dos juízos de
apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do
ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade,
seja de modo absoluto”.
Enquanto a ética trata o comportamento humano como objeto de
estudo, procurando tomá-lo da forma mais abrangente possível, a moral se
ocupa de atribuir um valor à ação. Esse valor tem como referências o bem e
o mal, a justiça e a injustiça, o certo e o errado, baseados no senso comum. A
seguir está um pequeno resumo das diferentes visões acerca da moral, por
alguns pensadores importantes. Por favor não tente memorizar essas
informações, até porque isso não vai ajudar muito na sua prova.
Apenas busque compreender as diferentes visões para ter uma
visão mais ampla acerca de como a moral é encarada por diferentes filósofos
em diferentes momentos da História.
ADAM SMITH: Os princípios morais resultam das experiências
históricas. A Revolução Industrial, por exemplo, foi determinada por paixões
sensíveis particulares (apetite sexual, raiva, inveja, simpatia), amor próprio,
egoísmo, benevolência, que se relaciona à inclinação direcionada para o social
e a consciência, ou razão, que orienta as considerações racionais. As regras
estabelecidas pela sociedade passaram a ser aplicadas na medida em que se
tornaram eficientes e úteis.
DAVID HUME: A moral passou a ser observada de forma empírica.
Ele demonstrou que a moral está intimamente ligada à paixão e não à razão,
diferentemente do que diziam os pensadores da época. Não havia um bem
superior pelo qual a humanidade se pautasse. Para Hume, o impulso básico para
as ações humanas era obter prazer e impedira dor. No que concerne à moral, o
filósofo defende que a experiência empírica promove o entendimento humano.
O desejo sugere impressão, ideia e, portanto, é provocada pela necessidade.
IMMANUEL KANT: A razão deve ser encarada como base da
moral. Partindo do princípio de identidade, o comportamento humano está
relacionado com a identificação no outro, ou seja, a ação das pessoas influencia
o comportamento individual. Ética e moral são os mais importantes valores do
homem livre.
Você deve ter percebido que existem diferentes visões acerca do
conteúdo da moral, não é mesmo!? Pois bem, isso acontece porque as ideias de
certo e errado, de justo e injusto, variam histórica e geograficamente. Para
deixar isso mais claro, deixe-me dar alguns exemplos a você. A moral varia no
tempo, a depender da conjuntura social.
Até o Século XIX, por exemplo, considerava-se perfeitamente
normal que crianças trabalhassem muitas horas por dia em fábricas. Naquela
época isso era considerado certo, mas hoje é inadmissível fazer crianças
trabalharem. Por outro lado, a moral também varia no espaço. Em alguns
países não se admite, por exemplo, que mulheres andem com a cabeça
descoberta, enquanto no Brasil é perfeitamente normal e aceitável que mulheres
cubram ou não a cabeça. Guarde bem essa característica de variação da moral,
pois isso já foi cobrado em diversas questões de prova!
A ética, por outro lado, tem caráter científico, e por isso em geral
podemos dizer que ela não varia. Tome muito cuidado aqui, pois isso não quer
dizer que a ética, ou seja, a forma de estudar a moral, não varia de forma alguma.
Os próprios critérios científicos variam ao longo do tempo, mas não da
mesma forma que a moral.
A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas
que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta.
Tradicionalmente ela é entendida como um estudo ou uma
reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os
costumes ou sobre as ações humanas. Mas também chamamos de ética a
própria vida, quando conforme aos costumes considerados corretos. A ética
pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização
de um tipo de comportamento.
Enquanto uma reflexão científica, que tipo de ciência seria a ética?
Tratando de normas de comportamentos, deveria chamar-se uma ciência
normativa. Tratando de costumes, pareceria uma ciência descritiva. Ou seria
uma ciência de tipo mais especulativo, que tratasse, por exemplo, da questão
fundamental da liberdade? Que outra ciência estuda a liberdade humana,
enquanto tal, e em suas realizações práticas? Onde se situa o estudo que
pergunta se existe a liberdade? E como ele deveria ser definido teoricamente, a
como deveria ser vivida, praticamente?
Ora, ligado ao problema da liberdade, aparece sempre o problema
do bem e do mal, e o problema da consciência moral e da lei, e vários outros
problemas deste tipo.
Didaticamente, costuma-se separar os problemas teóricos da
ética em dois campos: num, os problemas gerais e fundamentais (como
liberdade, consciência, bem, valor, lei e outros); e no segundo, os problema
específicos, de aplicação concreta, como os problemas da ética profissional,
da ética política, de ética sexual, de ética matrimonial, de bioética, etc. É um
procedimento didático ou acadêmico, pois, na realidade, eles não vêm assim
separados.
Neste sentido de amplitude e universalidade, a ética se distingue
de outros ramos do saber, ou de outros estudos de comportamentos humanos,
como o direito, a teologia, a estética, a psicologia, a história, a economia e outros.
Quando diferenciamos estes ramos do saber, não estamos dizendo que os
problemas, na prática da vida, não sejam complexos e com várias dimensões
simultaneamente.
Basta recordar, portanto, diante deste estudo, que não devemos
confundir ética com moral. Enquanto a moral é normativa, a ética é teórica e
busca explicar e justificar os costumes de uma determinada sociedade. A
moral não é ciência, mas objeto da ciência; e, neste sentido, é por ela estudada
e investigada. Enquanto a ética tem caráter científico, a moral tem caráter
prático imediato, visto que é parte integrante da vida quotidiana das sociedades
e dos indivíduos. A moral é a aplicação da ética no cotidiano, é a prática
concreta. A moral ocupa-se basicamente de questões subjetivas, abstratas e
de interesse particular do indivíduo e da sociedade, relacionando-se com
valores ou condutas sociais. A Ética não muda com o passar do tempo e não
varia de um lugar para outro. Não varia de um grupo social para outro. Ética nada
tem a ver com costumes, culturas e grupo social.
O norte do ordenamento jurídico (conjunto de regras que regem a
vida em sociedade). Para que estes conceitos éticos sejam observados num
ambiente organizacional ele deve ser codificado (exemplo: Código de Ética dos
servidores do executivo federal). Temos a pirâmide de Kelsen (Constituição, leis
e atos normativos), estas noções que estamos estudando são levados ou
observados em determinado ambiente organizacional deve ser codificados para
padronizar um comportamento ético.

3.1.1. Teorias da Formação dos preceitos éticos


Teoria Utilitarista ou Consequencialista: objetiva causar o maior
bem para o maior número de pessoas, enfatizando que devem ser tomadas
decisões que resultem na maior utilidade social.

Teoria universalista: Defendida por Kant, que propõe que o


conceito ético seja extraído de acordo com os princípios universais, como uma
obrigação.

Teoria Contratualista: Entendida como uma espécie de acordo ou


negócio instituído entre um grupo de pessoas, para poder viver em sociedade.
De acordo com a teoria contratualista, os conceitos éticos são extraídos das
regras morais que possam conduzir à perpetuação da sociedade, da paz e da
harmonia do grupo social

Teoria Relativista: Teoria segundo a qual os fatos morais são


relativos a sociedades particulares. Quando uma sociedade aprova uma prática
e outra reprova, não se pode dizer que uma delas tenha razão e a outra não.

3.1.2. Questões de concursos


1. A respeito da ética, da moral, de valores e democracia, julgue o
item a seguir. Além de demandar a obediência a valores e normas de conduta,
a solução dos problemas éticos na administração pública requer um padrão
transparente e previsível de procedimentos.

A gestão da ética tem por objetivo o estabelecimento de


padrões éticos de conduta nas organizações capazes de não deixar lugar
a dúvidas quanto à conduta esperada em situações específicas. Transita em
um eixo bem definido, onde se encontram valores, regras de conduta e
administração.
O estabelecimento de regras de conduta como caminho prático
para que os valores éticos sejam respeitados representa a objetivação do
relacionamento do funcionário com suas partes. Contar com um aparato de
administração para dar efetividade a valores e regras de conduta significa
o reconhecimento de que a solução de dilemas éticos requer mais que boa
formação e bom senso dos funcionários, exige o estabelecimento de
padrão transparente e previsível.

(Fonte: Seminário Internacional de Ética como


Instrumento de Gestão).

Para que todos os servidores possam atuar deve ter um padrão de


comportamentos e este padrão interfere na vida privada. Exemplo: A vida
privada interfere na ética do servidor. Quando se refere a um padrão previsível
e transparente estamos falando do Código de Ética (lei 1171/94). Logo, esta
questão está correta.

2. Acerca da ética no serviço público, julgue o item a seguir. Por ser


o Brasil um Estado democrático de direito, princípios éticos não podem ser
utilizados como instrumento de interpretação da CF e das leis.

A afirmação está errada, pois, os princípios éticos são diretivas


de ação que atendem e exteriorizam valores éticos que podem servir, inclusive,
de norte interpretativo de leis e Constituições. Não se pode utilizar a frieza
da lei para fazer

São princípios éticos:

I. Dignidade Humana e Respeito às Pessoas: Valorização da


vida e afirmação da cidadania, respeitando a integridade física e moral de todas
as pessoas, as diferenças individuais e a diversidade dos grupos sociais, com
igualdade, equidade e justiça.

II. Integridade: Honestidade e probidade na realização dos


compromissos assumidos, com coerência entre discurso e prática, repudiando
toda forma de fraude e corrupção, com postura ativa diante de situações que não
estejam de acordo com os princípios éticos assumidos.

III. Sustentabilidade: Atuação com responsabilidade ambiental,


econômica, social e cultural, de forma equilibrada, respeitando o direito à vida
plena das gerações atuais e contribuindo para a preservação das futuras.

IV. Transparência: Visibilidade dos critérios que norteiam as


decisões e as ações das empresas /administração, mediante comunicação clara,
exata, ágil e acessível, observados os limites do direito à confidencialidade e ao
sigilo quanto às informações privilegiadas ou estratégicas.

V. Impessoalidade: Prevalência do interesse do Estado sobre os


interesses nas atividades particulares, com objetividade e imparcialidade nas
decisões, nas ações e no uso dos seus recursos :proporcionar o bem comum de
todos e defender os interesses do Estado.

VI. Legalidade: Respeito à legislação nacional bem como às


normas internas que regulam as atividades de cada empresa/ administração em
conformidade com os princípios constitucionais brasileiros e com os tratados
internacionais dos quais o Brasil é signatário.

VII. Profissionalismo: Desempenho profissional íntegro, com


responsabilidade e zelo, baseado em valores sociais, lealdade e respeito
mútuo, comprometido com a busca de excelência operacional e o
desenvolvimento das atividades na empresa / na Administração Pública Federal.

“Nenhuma interpretação será bem feita se for desprezado um


princípio. É que ele, como estrela máxima do universo ético-jurídico, vai sempre
influir no conteúdo e alcance de todas as normas” [19]. Ensinamento de
Rizzatto Nunes.

É importante grifar que a expressão “princípios” acima utilizada


deve ser compreendida como premissas metodológicas que estão à disposição
do intérprete na busca da adequada solução para uma questão jurídica. Além
disso, esses princípios devem ser utilizados conjuntamente, da mesma forma
como ocorre com os métodos interpretativos das ''leis''.

3. Acerca da ética no serviço público, julgue o item a seguir. A


Constituição de um país deve se guiar pela ética a fim de viabilizar, na
sociedade, a implementação plena dos serviços públicos e possibilitar a
efetivação dos direitos da pessoa humana e do exercício da cidadania.

Certíssima! Pois, a Constituição de um país é o catálogo de


direitos fundamentais, e deve aproximar o direito da ética numa visão
neoconstitucionalista, primando pela dignidade da pessoa humana pela
máxima efetividade da CF/88 (=Força normativa à Constituição = Konrad
Hesse).

Lembre-se de que a ética é o ramo da filosofia que se debruça


sobre os padrões morais adotados por uma sociedade. Uma das razões de
existir ética é justamente provocar a melhoria dos serviços públicos e a garantia
de observância dos direitos dos cidadãos.

4. Acerca da ética no serviço público, julgue o item a seguir. Enquanto a


ética trata do conjunto de regras de uma sociedade, a moral se volta ao seu
estudo teórico, razão pela qual esta foi alçada a princípio constitucional da
administração pública.

Esta questão está incorreta, pois houve uma inversão dos


conceitos. A ética é que se volta ao seu estudo teórico, é universal e
permanente, é o estudo teórico. Enquanto a moral trata de um conjunto de regras
de uma sociedade, é prescritiva, normativa e se manifesta concretamente nas
diferentes sociedades (regulamenta as relações).

A ética é universal. São valores que podem ser aceitos por todas
as pessoas do planeta, que nos leva à paz, harmonia e felicidade; a teoria
estuda valores morais e condutas do comportamento. É o AGIR que orienta o
comportamento humano em sociedade; não impõe regras e somente analisa a
conduta do ser humano (comportamentos); avaliar e guiar as ações dos
indivíduos na sociedade, empresa, organização conforme normas legais do
código de ética profissional.
ÉTICA: é um estudo geral do que é bom ou mau. Um dos seus
objetivos é a busca de justificativas para as regras proposta pela moral e pelo
direito.

MORAL: É um sistema de normas, princípios e valores, que


regulamentam as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a
comunidade. Refere-se ao conjunto de normas e princípios que se baseiam na
cultura e nos costumes de determinado grupo social.

5. Entendendo ética como o sistema de regras que governa a


ordenação de valores, julgue o item a seguir. A ética, como sistema de regras
e padrões usados para julgar valores adequados ou não adequados em um
grupo social, independe de sua formalização para ser respeitada no
ambiente organizacional.
A moral trata-se de um conjunto de valores, normas e noções
sobre o que é certo ou errado, proibido e permitido, dentro de um determinado
grupo ou sociedade. A ética é o conjunto de regras e preceitos de ordem
valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.
A ética no contexto organizacional precisa ser formalizada para que
todos tenham ciência dos valores adotados por determinada organização da qual
façam parte. No âmbito do poder executivo federal temos a formalização que é
o decreto 1171/94.

6. Acerca da ética e da função pública e da ética e da moral, julgue


o item que se segue. Os termos moral e ética têm sentidos distintos, embora
sejam frequente e erroneamente empregados como sinônimos.

A afirmação está correta ao afirmar que tem sentidos distintos e


erroneamente são utilizados como sinônimos.

7. Acerca da ética e da moralidade no serviço público, julgue o item


subsecutivo. Ética e moral são termos que têm raízes históricas
semelhantes e são considerados sinônimos, uma vez que ambos se
referem a aspectos legais da conduta do cidadão. A afirmação está certa
ou errada?

Errado. Não possui raízes históricas, pois uma vem do latim e a outra do
grego.

Da análise do discurso das pessoas participantes da enquete e de alguns


formadores de opinião no Brasil, depreende-se que as palavras ética e moral
frequentemente são usadas como sinônimos. Esse fato igualmente se
comprova na revisão bibliográfica.

GOLDIM, J.R., citando Robert Veatch, diz que esse dá uma boa definição
operacional da ética ao propor que ela é a “realização de uma reflexão
disciplinada das intuições morais e das escolhas morais que as pessoas
fazem”.

Em realidade, Ética e Moral são duas posturas do pensamento


metafórico (LAKOFF & JONHSON) humano. Ambas são geradoras de
comportamentos, os quais em determinados momentos se sobrepõem e
que, em outros, atuam em campos opostos.
A Ética está a serviço do pensamento metafórico
(predominantemente inconsciente) e do comportamento de todos os humanos;
desde o ateu ou agnóstico até o mais convicto religioso. A laicidade confere
para a Ética um caráter de unicidade.

Por outro lado, a Moral é uma escala dinâmica de valores


psicossociais (costumes) interligados e fundamentados em raízes
psicológicas e religiosas. A prova desse fato está na inexistência de uma moral
dos ateus ou dos agnósticos, pois esses devem se orientar por parâmetros.

8. Acerca de ética e função pública, julgue o item que se segue.


Para que a conduta do servidor público seja considerada irrepreensível é
suficiente que ele observe as leis e as regras imperativas.

A afirmação está errada. Pois, não basta ao servidor público


observar as leis e as regras imperativas, tem que colocar em prática! Se
policiando em relação às condutas inadequadas! Não basta que a conduta seja
moral, tem que observar as leis.

Exemplo: Uma lei que diz que o governador pode utilizar os


veículos do estado (barco, helicóptero, jato e carros). Contudo, a frota está ao
dispor e utilizou para viajar de férias para Paris e como também para buscar o
filho na escola. Utilizou de forma incorreta, pois não basta a conduta seja legal,
tem que ser moral.

O equilíbrio feito entre a legalidade e a finalidade é o que traduz a


moralidade do ato. Quando utiliza-se do ato para vantagens particulares, o ato é
imoral. A finalidade tem que atender ao interesse público. Quando o prefeito
utilizando-se de uma desapropriação por vingança, por exemplo, a conduta foi
legal, atendeu o interesse público, contudo, a conduta foi imoral e o ato é
invalido.

Para que sua conduta seja considerada irrepreensível (intocável,


é perfeita) não é apenas suficiente que ele observe (respeitar, obedecer e
praticar) as leis e regras imperativas (são independentes da vontade do
sujeito), ou seja, o servidor além de respeitar as leis e regras, (tem que
respeitar a moralidade e os princípios éticos), que são independentes de sua
vontade "não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras
contidas no art. 37, caput, e § 4°, da constituição federal."

9. Acerca de ética deontológica e de ética e democracia, julgue o


próximo item. A ética envolve um processo avaliativo do modo como os seres
humanos, a natureza e os animais intervêm no mundo ao seu redor.

A afirmativa está incorreta. A ética é um conjunto de regras e


preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou
de uma sociedade. Apenas o homem pode discernir o que é uma ação certa ou
errado, boa ou ruim, moral e antimoral, a natureza e os animais não conseguem
fazer valoração.
Os valores éticos só podem ser atribuídos a pessoas, pois elas são
os únicos seres que agem com conhecimento de certo e errado, bem e mal, e
com liberdade para agir.

10. Acerca da ética no serviço público, julgue o item. Existem


diferenças entre os conceitos morais de um grupo e de outro, sendo a
moral influenciada por fatores sociais.

Exemplo: Utilização de sunga em supermercados em Copacabana


(permitido) e em supermercados em Curitiba (não permitido), valores
influenciados por fatores sociais e pelo clima da região.

A moral é influenciada por fatores sociais e históricos (espaço-


temporais), havendo diferenças entre os conceitos morais de um grupo
para outro (relativismo), diferentemente da ética, que pauta-se pela
universalidade (absolutismo), valendo – ou ao menos pretendendo valer – seus
princípios e valores para todo e qualquer local, em todo e qualquer tempo.

Podemos que dizer que a Moral é mutável, se adapta conforme o


tempo e os preceitos culturais de determinados grupos ao longo do tempo. Já a
Ética não é mutável.

No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes


significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores
morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral
são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.

Os termos possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética”


vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra
“moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos
costumes”.

A ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação


do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional,
fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral.

A moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas


continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo,
norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral,
certo ou errado, bom ou mau.

No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito


semelhante. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a
conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por
ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.

11. A respeito dos conceitos de ética, moral e virtude, é correto afirmar:

A) A vida ética realiza-se no modo de viver daqueles indivíduos


que não mantêm relações interpessoais. A alterativa A fala que a conduta
ética apenas pode ser vivida quando as pessoas não mantêm relações sociais.
Um dos principais fundamentos tanto da ética quanto da moral é o convívio
social.

B) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e


significa comportamento, modo de ser, caráter. Na alterativa B podemos ver
o erro claramente, pois mos é um termo latino, resultante da tradução do grego
ethos, que significa caráter.

C) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade


própria da natureza humana; significa, de modo geral, praticar o bem
usando a liberdade com responsabilidade constantemente. A alternativa C
está correta, pois a virtude congrega todos os aspectos do “homem de bem”.

A virtude (latim: virtus) é uma qualidade moral particular.


Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela mais do que
uma simples característica ou uma aptidão para uma determinada ação boa:
trata-se de uma verdadeira inclinação. São todos os hábitos constantes que
levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer
pessoalmente, quer coletivamente.

A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as


qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é
uma disposição adquirida de fazer o bem, e elas se aperfeiçoam com o hábito.

D) A moral é influenciada por vários fatores como, sociais e


históricos; todavia, não há diferença entre os conceitos morais de um
grupo para outro. Na alterativa B podemos ver o erro claramente, pois mos é
um termo latino, resultante da tradução do grego ethos, que significa caráter.

E) Compete à moral chegar, por meio de investigações


científicas, à explicação de determinadas realidades sociais, ou seja, ela
investiga o sentido que o homem dá a suas ações para ser verdadeiramente
feliz. A alternativa E tenta confundir você trocando a moral pela ética. Apenas
ética tem caráter científico e busca investigar o comportamento moral do homem.

12. Acerca da ética no serviço público, julgue o item a seguir. Os


princípios éticos são diretivas de ação que atendem e exteriorizam valores
éticos que podem servir, inclusive, de norte interpretativo de leis e Constituições.

A afirmação está correta. Para a CESPE as "diretivas de ação"


falam como deve ser o agir no dia a dia, está ligada a Ética é diferente em alguma
coisa de "normas de conduta" que é uma das expressões usadas para definir
moral. Os princípios éticos são nortes interpretativos para leis e Constituição.
Para entendermos os princípios e valores éticos é necessário entender o que é
ética.

Para CESPE, a Ética é o conjunto de princípios básicos que visa


disciplinar e regular os costumes e a conduta das pessoas. Em termos mais
práticos, a ética é a área da filosofia que estuda os costumes e as condutas do
ser humano, criando princípios e valores que orientam as pessoas e a
sociedade.

Os comportamentos éticos são aqueles comportamentos


considerados corretos, que não ferem a lei, o direito de outra (s) pessoa (s) ou
qualquer espécie de juramento feito anteriormente. Por esses motivos é comum
ouvir expressões como ética: médica, jurídica, empresarial, governamental,
pública, entre outros.
A Ética é o conjunto de valores morais e princípios que norteiam a
conduta humana na sociedade e seus grupos. Uma pessoa é ética quando se
orienta por princípios e convicções.

A ética pode parecer ser semelhante a lei, mas nem tanto.


Certamente, todas as leis deveriam ser regidas por princípios éticos. Mas a ética
em si tem a ver com a conduta de um cidadão frente a seus semelhantes, é uma
questão de respeito pela vida, patrimônio e bem-estar próprio e alheio, está
relacionada com o sentimento de justiça social.

Serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social,


possibilitando que ninguém saia prejudicado. Ética é questão de honestidade e
de retidão de caráter. A lei não cobre todos os princípios éticos e nem toda
atitude antiética é criminosa. Por exemplo, a mentira é algo antiético, mas mentir
em si não é considerado crime.

Os princípios e valores éticos: Igualdade, Liberdade,


Solidariedade, Honestidade, Justiça, Responsabilidade, Respeito,
Confiança e Disciplina.

Observação: Se o indivíduo pesquisar e estudar os itens dos


subtópicos abaixo, servirá para nortear na resolução de muitas questões de
concurso:

A ética faz referências à conduta humana na sociedade, sobre o


bem e o mal, determinada pelo costume. Segundo Santos (1997, p. 12), a ética
faz referência a um “conjunto de hábitos e costumes, efetivamente vivenciados
por um grupo humano”, enquanto, a lei faz referências a “acordos de caráter
obrigatório, estabelecidos entre pessoas de um grupo, para garantir justiça
mínima, ou direitos mínimos de ser”.

A ética é o estudo da moral e não impõe regras, mas dever:


devemos agir com ética

Já a moral e direito impõe regras que regulam o comportamento


individual e social, contida na lei (legislação e constituição federal: princípio da
legalidade) e moralidade é ser probo, honesto, agir com ética.

Deste modo, podemos identificar algumas semelhanças e


diferenças entre a ética e a lei: Ambas apresentam-se como normas que devem
ser seguidas por todos; procuram propor uma melhor convivência entre os
indivíduos; resultam de um caráter histórico e social que se orientam por valores
próprios.

13. A respeito de comportamento profissional, atitudes no serviço,


organização do trabalho e prioridade em serviço, julgue o próximo item. A
publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e
moralidade, pois a omissão de informação resulta em comprometimento
ético contra o bem comum.

O que diz o princípio da publicidade? O princípio da publicidade


nada mais é que a divulgação, tendo como finalidade o conhecimento público.

Esse princípio tem como base o fato de que o administrador exerce


função pública, atividade em nome e interesse do povo, por isso nada mais justo
que o titular desse interesse tenha ciência do que está sendo feito com os seus
direitos.

É relevante grifar que a publicidade deve obedecer ao formalismo


previsto pela lei. Além do objetivo principal que é dar conhecimento público dos
atos praticados pelo agente público, o princípio da publicidade produz outros
efeitos:

Condição de eficácia para os atos administrativos, marcando o


início de produção de seus efeitos externos

Termo inicial para contagem de prazos

Viabiliza o controle, a fiscalização dos atos praticados pelo Poder


Público, seja pelos interessados diretos ou pelo povo em geral. São meios
constitucionais para tanto: os remédios, por exemplo, o mandado de segurança,
a ação popular, o habeas data; além de outros instrumentos, como a ação civil
pública, o direito de petição, a representação às autoridades competentes e o
pedido de informações.

ATENÇÃO: Publicidade ≠ Publicação: A publicação, enquanto


divulgação em diário oficial, é somente uma das hipóteses de publicidade; é
espécie desse gênero e, portanto, não são sinônimos. A publicidade pode
acontecer de várias maneiras: via cientificação pessoal no próprio processo, por
meio do correio, divulgação em diário oficial ou jornal de grande circulação, ou
até mediante sessões realizadas de portas abertas, como na licitação, por
exemplo, entre outras formas que viabilizam o conhecimento público.

A publicidade, como princípio de Administração Pública, abrange


toda a atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus atos,
como também de propiciação de conhecimento da conduta interna de seus
agentes e como garantia de informação.

Para fundamentar a obrigatoriedade desse princípio, podem ser


identificados alguns dispositivos constitucionais: o art. 37, caput, que define
publicidade como um dos princípios da Administração Pública; o art. 5º, inciso
XXXIII, que garante o direito à informação; o art. 5º, inciso XXXIV, alínea b, que
define o direito de certidão; além do art. 5º, inciso LXXII, que institui o remédio
constitucional denominado habeas data, que garante o direito à obtenção e à
retificação de informações pessoais.

O texto constitucional define algumas exceções ao princípio da


publicidade, estabelecendo, nesses casos, a garantia do sigilo:

Art. 5º, X: que estabelece serem invioláveis a intimidade, a


vida privada, a honra e a imagem das pessoas, aplicando a quem as violar o
dever de indenizar por danos materiais e morais causados;

Art. 5º, XXXIII: que garante o direito à informação,


ressalvadas as informações imprescindíveis à segurança da sociedade e do
Estado;

Art. 5º LX: que dispõe que a lei poderá restringir a


publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem.
Muito embora a publicidade seja mesmo a regra no trato da coisa
pública, nota-se que há exceções determinadas pela Constituição, e em se
tratando de Ética o próprio Código de Ética (Decreto 1.171/94) prevê também
exceções. E o faz em seu item VII, situando no elenco “Das Regras
Deontológicas".

As ressalvas dizem respeito aos atos que versem sobre casos de


segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado ou
da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente
declarado sigiloso, nos termos da lei.

Ora, como existem exceções à publicidade, está equivocada a


afirmativa, na medida em que negou a existência de tais hipóteses excepcionais.

14. Acerca da ética e da função pública e da ética e da moral, julgue o


item que se segue. Os termos moral e ética têm sentidos distintos, embora
sejam frequente e erroneamente empregados como sinônimos.

A afirmativa está correta, pois ÉTICA representa os valores do


comportamento humano que atuam para o bem do indivíduo e da sociedade,
como a moral, justiça, transparência, retidão, entre outros valores que mostram
uma boa conduta social.

Ética e moral são termos bem semelhantes, tanto que na definição


de ética apresentada, a moral é um dos valores do comportamento humano que
devem atuar para o bem do indivíduo e da sociedade. Porém, moral e ética não
se confundem, tendo em vista que a ética estuda todo o modo de agir voltado
para o bem do ser humano e não somente a sua moral.

A moral é um elemento inserido na sociedade, mas é um elemento


social individual. São aqueles valores encontrados dentro de cada um de nós.
São regras abstratas, mas de efeito psicológico, é o que se espera que cada
pessoa faça conforme a sua consciência. Por ser um valor interno do ser
humano, a moral não nasce da lei, ela é moldada com a educação do indivíduo.

Ficou claro que ética e moral NÃO SÃO SINÔNIMOS! Afinal, a


ética e moral são termos bem semelhantes, mas a ética, como vimos, é
muito mais ampla que a moral.

3.2. Valores e Virtudes


Os valores surgem como parte da noção humana de perfeição.
A solidariedade, a honestidade, a verdade, a lealdade, entre outros, são
noções de comportamento ideal, e são adotados pelo homem como parte de
um sistema de orientação de conduta. Isso não significa que as pessoas se
considerem perfeitas, mas sim que elas sejam orientadas em certo grau por um
ideal de perfeição, que ser por perseguido ao longo da vida.
Apesar de os seres humanos serem incapazes de seguir
perfeitamente seu próprio sistema de valores, estes são fundamentais para
determinar quais são as pessoas que agem com a finalidade da realização do
bem. Em geral, a sociedade determina o caráter de uma pessoa pelas ações
adotadas por ela.
Kant afirmava que as ações consideradas moralmente boas
deveriam ser universais, ou seja, deveriam ser boas independentemente do
local ou do momento histórico em que fossem praticadas. Obviamente essa ideia
já foi há muito refutada pelos filósofos, pois os aspectos culturais e sociológicos
conferem valores diferentes às ações, de acordo com a época e local.
Em outras palavras, a moral varia no tempo e no espaço, e por isso
a valoração conferida às ações também. Perceba, por exemplo, que as
perseguições promovidas pela Santa Inquisição já foram consideradas
como manifestação da justiça divina, enquanto hoje a própria Igreja Católica
já se pronunciou oficialmente pedindo desculpas pelas atrocidades cometidas
naquela época.
A virtude é uma ideia que foi muito discutida pelos filósofos gregos
da Antiguidade. Ela representa o conjunto ideal de todas as qualidades
essenciais que constituem o homem de bem. Esse homem de bem, portanto,
seria o homem virtuoso.
Aristóteles valorizava bastante a vontade humana. Ele dizia que a
virtude era uma disposição adquirida de fazer o bem, e que ela se aperfeiçoa
com o hábito, pois mesmo o homem virtuoso poderia buscar a entronização de
outros valores. Aristóteles também fez distinção entre dois tipos de virtude: as
intelectuais e as morais.
As virtudes morais, baseadas na vontade, consistiriam no
controle das paixões, características dos movimentos espontâneos do
caráter humano. Ao contrário do que muitos imaginam, a virtude não seria uma
atividade, mas sim uma maneira habitual de ser. Como exemplos das virtudes
morais temos a coragem, a honra e a justiça.
A virtude não pode ser adquirida da noite para o dia, porque
depende de ser praticada. Com atos repetitivos, o homem acaba por
transformá-los numa segunda natureza, numa disposição para agir sempre
da mesma forma. O processo é sempre o mesmo, sejam os atos bons ou maus.
Quando bons, temos a virtude. Quando maus, o vício. Como exemplos das
virtudes morais temos a coragem, a generosidade, a magnificência, a doçura, a
amizade e a justiça.
As virtudes intelectuais, ou dianoéticas, fundamentadas na
razão, seriam a sabedoria, a temperança, a inteligência e a verdade. Aristóteles
também acreditava que as virtudes intelectuais seriam superiores às morais,
pois mesmo algum virtuoso por natureza teria que saber como controlar essas
virtudes por meio da razão. Esse tema não é muito cobrado em concursos, como
você ver pelas questões que resolveremos daqui a pouco.

3.3. Ética, Princípios e Valores.


A ética é um ramo da Filosofia, uma ciência, que tem por objeto
o estudo da moral. Esta, por sua vez, está relacionada às ideias de certo e
errado, ou à forma como as pessoas adotam determinadas condutas.
Essas noções de certo ou errado relacionam-se diretamente aos
valores e princípios adotados e aceitos em determinado momento e sob
um determinado sistema cultural. É mais fácil exemplificar valores do que
defini-los. Eu diria que eles são manifestações de um ideal voltado para a
perfeição, a exemplos dos valores da honestidade, da virtude, da
solidariedade e do altruísmo.
Podemos dizer que as pessoas agem de acordo com seu sistema
de valores, que lhes permite classificar os atos e condutas em desejáveis ou
não desejáveis, aceitáveis e não aceitáveis. Na realidade, essas operações
mentais feitas pelas pessoas vão muito além de simplesmente adotar ou deixar
de adotar certos valores em determinados momentos.
Diante da complexidade das relações sociais, o mais comum é que
os valores sejam adotados ou não em termos comparativos, a depender da
situação. Deixe-me explicar melhor. O respeito à vida, por exemplo, é um dos
grandes valores que norteia a nossa sociedade, certo? A vida é inclusive
protegida pela ordem jurídica como um direito fundamental. Entretanto, há certos
momentos em que o direito à vida pode ser desrespeitado sem que isso seja
considerado indesejável ou condenável. É o caso do agente policial que,
numa situação extrema, precisa tirar a vida de alguém para impedir que um mal
maior aconteça.
A força com que certos valores são defendidos também varia de
acordo com o contexto sociocultural em que as pessoas estão envolvidas.
No Brasil atual, por exemplo, o respeito à vida é considerado um valor tão
importante que a lei pune severamente quem mata alguém, com privação de
liberdade de seis a vinte anos.
A evolução dos valores de uma sociedade está muito relacionada
ao estudo da norma, que, por usa vez, é uma espécie de prescrição de
conduta, ou um juízo de dever ser. Deixe-me explicar isso um pouco melhor,
ok?

O Direito, enquanto ciência, tem um objeto de estudo, que é a


norma. Esta, por sua vez, pode ser definida como uma determinação de
conduta. O Direito, portanto, não estuda algo que existe (como faz, por
exemplo, a Física ou a Biologia), mas estuda um mundo ideal: o mundo do
dever ser.
Quando você compra uma máquina de lavar, por exemplo, ela vem
com um manual, certo? E como você definiria esse manual? Ele basicamente
é um documento que explica a você o que fazer para que o equipamento
funcione adequadamente. Percebeu aí? O manual dita a sua conduta,
estabelece um juízo de dever ser.
Podemos dizer, portanto, que o manual da máquina de lavar é
uma espécie de norma, certo? Exatamente!
As normas podem ser divididas em diversas categorias, de
acordo, por exemplo, com a consequência pelo seu descumprimento. A
norma do manual da máquina de lavar é chamada de norma técnica, pois a
consequência pelo seu descumprimento de caráter eminentemente técnico (o
mal funcionamento da máquina).
Por outro lado, temos as chamadas normas éticas, que estão
relacionadas diretamente ao sistema de valores adotados por uma
sociedade. As normas éticas, por sua vez, podem ser divididas em diversas
categorias: normas jurídicas, normas religiosas, normas de trato social ou
etiqueta, entre outras.
Para fins de concurso, entretanto, é comum o uso da expressão
normas éticas para diferenciá-las das normas jurídicas. Podemos dizer que as
normas jurídicas (Constituição, leis, decretos, portarias, entre outros) incorporam
a moral em voga naquele momento ao ordenamento jurídico. É o exemplo
que dei do homicídio, que no Brasil é considerado um crime grave.
Por outro lado, outros valores advindos da moral em voga em
determinado momento social não são incorporados pelo ordenamento
jurídico. Aí então temos o que as bancas de concursos costumam chamar de
normas éticas, certo?
Basicamente estamos falando de normas não jurídicas, mas que
muitas vezes terminaram compondo códigos aplicáveis a determinadas
categorias ou membros de instituições. Mas e os princípios, onde entram
nessa história toda?
Basicamente princípios são tipos de normas, ao lado das regras.
A diferença é bem simples: enquanto as regras são prescrições de conduta
claras e objetivas (é proibido matar alguém, é obrigatório pagar impostos), os
princípios são juízos abstratos de valor, que orientam a interpretação e a
aplicação das regras.
Para ficar mais claro, posso dar a você um exemplo. Você já
estudou os princípios da Administração Pública? Eles estão no art. 37 da
Constituição de 1988:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte.
Perceba que, quando a Constituição fala no princípio da eficiência,
por exemplo, ela não impõe uma conduta determinada a ninguém. Ela
apenas nos informa uma ideia geral que deve orientar a Administração
Pública, em especial na aplicação das regras e demais normas. Podemos
dizer que regras são comandos definitivos, de aplicação ou não aplicação
clara, enquanto princípios são requisitos de otimização. Se a regra é válida e
aplicável, deve ser feito o que ela determina. Já os princípios são normas que
exigem que algo seja realizado em seu maior nível possível, contendo assim
uma ideia de gradação.

3.4. Ética e Democracia: Exercício da Cidadania


Nos últimos anos, a questão da moralidade tem sido bastante
discutida no Brasil. Na realidade, essa discussão é fruto da conclusão de que as
normas jurídicas não são capazes de prever e regular todas as situações
em que as condutas podem ofender o sistema de valores, ou a moral
adotada em nossa sociedade.
Mais uma vez deixe-me dar um exemplo: imagine que um servidor
público, empenhado em seu dever de atender ao público, recebe um presente
de um cidadão. Esse presente poderia ser encarado como um oferecimento de
propina, a depender do seu valor e de outras nuances da situação, não é
mesmo? São que não temos nenhuma norma jurídica que proíba o servidor
de receber presentes.
Você percebe que a norma jurídica nesse caso não resolve todos
os problemas? É preciso uma dose de bom senso na discussão do sentido
moral de receber um presente num caso como esses. Para resolver
situações como essas hoje há diversos Códigos de ética, dos quais falaremos
mais adiante.
Mas qual o motivo dessa mudança de comportamento em nosso
país? Deve-se principalmente à reintrodução do regime democrático a partir da
Constituição de 1988.
A partir da chamada Constituição Cidadã, foram conferidas ao
cidadão diversas ferramentas para influenciar as decisões tomadas pela
Administração Pública. Por meio do voto, o povo determina as pessoas que
vão ocupar os cargos de direção do Estado, e obrigatoriamente temos uma
renovação periódica nesses quadros, sempre dependendo do sufrágio
popular cíclico.
Além disso, há as ferramentas de participação direta do cidadão,
como o orçamento participativo, os conselhos de políticas públicas, as ouvidorias
públicas, as conferências, as audiências e consultas públicas, entre outros.
Essa ampliação da participação social traz uma consequência
clara: o empoderamento da população e o controle social das políticas públicas.
O cidadão pode, de forma direta, acompanhar as ações dos gestores públicos e
exigir dos governantes e agentes públicos o comportamento adequado às
funções que lhes foram confiadas quando assumiram cargos públicos.
Esse fenômeno leva a uma elevação no grau de exigência
acerca da conduta de quem ocupa posições dentro do Estado. Um ocupante
de cargo político, ou mesmo um servidor público, não deve responder apenas
pelo desrespeito às normas jurídicas, mas também pela prática de atos imorais
e inidôneos. É necessário que sua reputação seja ilibada e sua conduta
irrepreensível.
Neste contexto podemos verificar a evolução da noção de
cidadania. Essa palavra em geral é usada para referir-se às relações de
direitos e deveres que envolvem o cidadão e o Estado, mas podemos dizer
que hoje a cidadania está relacionada também na capacidade de o cidadão
interferir nas políticas públicas. Quem exerce a cidadania, portanto, não
apenas vota a cada quatro anos, mas acompanha e influencia os rumos do
Estado, tomando protagonismo nesse cenário e, consequentemente, exigindo
dos ocupantes de cargos públicos.

3.5. Ética e Função Pública. Ética no Setor Público


A noção de ética no setor público é caracterizada por alguns
elementos bastante específicos, relacionadas principalmente aos
princípios da Administração Pública trazidos pela Constituição de 1988, entre
eles o princípio da moralidade.
O servidor público remunerado com recursos advindos de toda a
população, e, além disso, é responsável pela prestação de serviços de interesse
coletivo, e por isso podemos dizer que ele tem um dever ético para com a
sociedade mais forte e sério do que outros profissionais.
Podemos dizer que há alguns princípios e valores que são
próprios do serviço público, e as bancas organizadoras gostam muito de citá-
los. Estou falando da probidade, lealdade, retidão, justiça, impessoalidade,
equidade, entre outros.
Os limites éticos do serviço público vêm sendo há muito tempo
estudados com bastante profundidade.
Em maio de 1994, o professor Romildo Canhim, que na época era
Ministro Chefe da Secretaria da Administração Federal da Presidência da
República, encaminhou ao Presidente a exposição dos motivos que deram
origem ao Código de ética profissional no âmbito da Administração
Federal, que sem dúvida o mais importante Código de ética do serviço público.
A exposição de motivos não faz parte formalmente do Código de
ética, mas sugiro fortemente que você leia todo o texto, pois ele traz uma
explanação teórica bastante interessante sobre o tema.
Leia com atenção a exposição de motivos, pois ela frequentemente
é cobrada em provas, mesmo em concursos estaduais e municipais.

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Conforme do conhecimento de
Vossa Excelência, em sua 2ª Reunião Ordinária, realizada em 4 de maro de
1994, decidiu a Comisso Especial criada pelo Decreto nº 1.001, de 6 de
dezembro de 1993, constituir um grupo de trabalho com o fim específico de
elaborar proposta de um Código de tica Profissional do Servidor Civil do
Poder Executivo Federal, tendo sido designado para sua coordenação o
Professor Modesto Carvalhosa, Membro da Comisso Especial e Presidente do
Tribunal de ética da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo.
Ato continuo, contando com a inestimável colaboração do Jurista Robison
Baroni, também Membro do Tribunal de ética da Ordem dos Advogados do
Brasil, Secção de São Paulo, e do Doutor Brasilino Pereira dos Santos, Assessor
da Comissão Especial, seguiu-se a elaboração do anexo Código de ética
Profissional do Servidor Civil do Poder Executivo Federal, aprovado, por
unanimidade, em Sessão Plenária de 6 de abril de 1994.
Na mesma Sessão, a Comissão Especial deliberou submeter superior
consideração de Vossa Excelência a anexa minuta de Decreto que aprova o
Código de ética Profissional do Servidor Civil do Poder Executivo Federal.
O referido Código de ética Profissional contempla essencialmente duas
partes, sendo a primeira de ordem substancial, sobre os princípios morais
e éticos a serem observados pelo servidor e a segunda de ordem formal,
dispondo sobre a criação e funcionamento de Comissões de ética.
A primeira parte, que constitui o Capítulo I, abrange as regras
deontológicas (Seção I), os principais deveres do servidor público (Seção II),
bem como as vedações (Seção III), e a segunda, que constitui o Capítulo II, trata
da criação e do funcionamento das Comissões de ética em todos os órgãos do
Poder Executivo Federal.
Entende a Comissão Especial que um Código de Ética Profissional
desse jaez se faz imprescindível, máxime num momento em que os atos de
corrupção generalizada são estimulados sobretudo pelo mau exemplo
decorrente da impunidade, também resultante, quase sempre, da ausência
de valores éticos e morais. Por isso, o referido Código de Ética, ainda no
entendimento da Comissão Especial, deverá integrar o compromisso de
posse de todo e qualquer candidato a servidor público, sendo-lhe entregue,
no momento de sua posse, vinculando-se sua observância durante todo o
tempo do exercício funcional.
A Escola Nacional de Administração Pública e a imprensa terão papel
de especial relevância na divulgação do assunto e na colheita de sugestões,
junto à cidadania, no sentido de adaptar o Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil a todos os setores do Poder Executivo Federal.
Enfim, o objetivo mais nobre da elaboração do Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal foi
proporcionar uma ampla discussão sobre este assunto, fazendo com que
o maior número possível de pessoas adote-o para reflexo e,
posteriormente, tome-o como guia de conduta profissional e pessoal.
Para se aferir a conveniência e a oportunidade de um Código de Ética,
bastaria lembrar a recomendação, inscrita no Preâmbulo da Constituição, no
sentido de que incumbe ao Estado assegurar o exercício dos direitos sociais
e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem internacional, com a solução pacífica das controvérsias", bem assim
em seu artigo 1º, assegurando que a República Federativa do Brasil "constitui-
se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos a soberania, a
cidadania e a dignidade da pessoa humana".
E ainda como corolário dessa posição assumida pelo Poder Constituinte,
mais adiante, ao lado dos princípios doutrinários da legalidade, da
impessoalidade e da publicidade, a Constituição, no artigo 37, prestigia o
princípio da moralidade administrativa atribuindo-lhe foros jurídicos e, por via
de consequência, determinando sua imprescindível observância na prática de
qualquer ato pela Administração Pública.
Logo, por fora da própria Constituição, a Ética passou a integrar o
próprio cerne de qualquer ato estatal como elemento indispensável à sua
validade e eficácia. Isto implica dizer que, sobretudo em respeito Constituição
de 1988, que expressamente recomenda a obediência aos cânones da
lealdade e da boa-fé, a Administração Pública, através de seus servidores,
dever proceder, em relação aos administrados, sempre com sinceridade e
lhaneza, sendo-lhe interdito qualquer comportamento astucioso, eivado de
malícia ou produzido de maneira a confundir dificultar ou minimizar o
exercício de direitos (MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Elementos de Direito
Administrativo, 2a edição, São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1990, p. 71).
Como reforço desse entendimento, a Constituição de 1988 também
inovou no artigo 5ª, inciso LXXIII, ao incluir a moralidade administrativa entre
os valores básicos da República a serem protegidos por meio de ação popular.
Segundo esta norma constitucional, mesmo que não haja efetivo prejuízo de
ordem material ao patrimônio público, se o ato da Administração for lesivo à
moralidade administrativa dever ser invalidado judicialmente, via ação popular
ou mesmo, antes, revisto administrativamente, conforme o artigo 115 da Lei nº
8.112, de 11 de dezembro de 1990, que consagra posicionamento tradicional da
jurisprudência (Súmula nº 473 do Supremo Tribunal Federal).
A propósito, deve ainda ser lembrado que o legislador ordinário,
normatizando sobre o assunto, através da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos, no artigo 116,
inciso IX, também determina a obediência obrigatória ao princípio da moralidade
administrativa, ao incluí-lo entre os deveres funcionais dos servidores públicos.
Por fim, ainda a própria Lei Maior que dispõe, conforme o parágrafo 4º de seu
artigo 37, que os atos de improbidade administrativa importarão a suspenso
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ao penal cabível". Cumprindo a norma inscrita nesse dispositivo
constitucional, o legislador ordinário, através da Lei no 8.429, de 2 de junho de
1992, cuidou de regulamentar minuciosamente as hipóteses de suspenso dos
direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e
ressarcimento ao erário em decorrência da prática de atos de improbidade
administrativa, que abrange todos os atos imorais, ímprobos ou aéticos.
Isso implica, no entendimento da Comisso Especial, a adoção da
tradicional doutrina segundo a qual "o agente administrativo, como ser
humano dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir
o Bem do Mal, o honesto do desonesto, no podendo desprezar o elemento
tico de sua conduta. Assim, no ter que decidir somente entre o legal e o
ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o
inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto". (MAURICE
HAURIOU, "Prcis lmentares de Droit Administratif", Paris, 1926, pp. 197 e ss.,
"apud" MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 18ª edição,
atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio Balestero Aleixo e José
Emmanuel Burle Filho, São Paulo, Malheiros Editores, 1993, p. 84).
Toda a sociedade, conforme o evidenciam a Constituição, as leis
emergentes e a tradicional doutrina do Direito Administrativo, vem se
convencendo de que somente se a conduta de seus agentes for pautada por
princípios rigorosamente conforme moralidade administrativa e ética, a
Administração poderá estabelecer a solidariedade social, como forma de
fortalecimento do Estado de Direito.
Da a necessidade de se proporcionar os meios necessários para que
qualquer setor do poder, em vez do exemplo da falta de solidariedade social e
do descaso pelo ser humano, inspire confiança e respeito. Esta necessidade
se torna ainda mais premente devido à constatação, a cada momento, da forma
humilhante com que, em geral, vem sendo tratado o ser humano, sobretudo
aqueles mais necessitados de assistência por parte do Estado, como o caso dos
injustiçados em geral, dos menores de idade, dos idosos e, sobretudo, dos
enfermos, estes nas longas filas dos hospitais públicos, sem as mínimas
condições materiais e humanas para a prestação de um serviço, se não
adequado, ao menos razoável.
Com efeito, os atos de desrespeito ao ser humano às vezes chegam a
requintes de perversidade, havendo casos em que o próprio servidor público
assume a postura de inimigo ou de adversário frente ao usuário, não lhe
prestando sequer uma informação de que necessita, dando-lhe as costas como
resposta. Isto, infelizmente, é a verdade. Esta é a maneira como são, de regra,
operados muitos dos serviços públicos no Brasil, num retrato, sem paralelo nos
Países industrializados, da opressão social, da humilhação, da disfunção social,
do dano moral.
E as pessoas - de tanto sofrerem danos morais, de tanto contemplarem a
esperteza alheia, de tanto serem maltratadas no aguardo da solução de seus
problemas, uma doença, um processo de espera do atendimento de um direito
seu pela Administração Pública, às vezes aguardando apenas um carimbo ou
uma rubrica de um servidor público, o que, muitas vezes, somente acontece
depois da morte - por tudo isso, vão perdendo sua fé nas instituições; as
pessoas, mesmo aquelas mais cultas, quase sempre não têm consciência de
seus direitos e até supõem serem normais os maus tratos recebidos da parte de
certos setores do serviço, pensando que os servidores lotados ali estejam no
exercício regular de um direito de não serem incomodados pelos problemas que
supõem alheios, o que, de resto, conduz a um verdadeiro estado que
poderíamos denominar de alienação social ou de inconsciência coletiva.
Por isso, a Comissão Especial, constatada a triste realidade indicativa de
que o arcabouço jurídico vem se mostrando cada vez mais ineficiente para
corrigir certas anomalias de condutas de que padecem diversos setores do
serviço público, decidiu elaborar um Código de Ética Profissional do Servidor
Civil do Poder Executivo Federal, tendo por fundamentos básicos a probidade,
decoro no exercício da função pública e os direitos da cidadania de não sofrer
dano moral enquanto usuária desses mesmos serviços.
Com este Código pretende-se, numa primeira fase de sua implementação,
instalar, na Administração Pública, a consciência ética na conduta do servidor
público, com o restaurar da sua dignidade e da sua honorabilidade, criando
assim incentivos à prática da solidariedade social. Isso significa, igualmente,
a adesão do Estado ao entendimento doutrinário de que sua conduta, conforme
à ética consolida efetivamente o Poder, criando em torno da autoridade a
colaboração espontânea da cidadania, em decorrência da consequente
obtenção de serviços públicos mais satisfatórios.
A consciência ética do servidor público, nesse particular, além de
restaurar a cidadania corrige a disfunção pública no Brasil, que decorre não
só da falta de recursos materiais, mas, principalmente, da conduta muitas vezes
perversa no atendimento aos usuários dos serviços públicos, atentatória aos
direitos humanos universalmente declarados.
Um Código de ética como o ora submetido a Vossa Excelência, Senhor
Presidente, reflete a constatação de que há muito, na sociedade brasileira, existe
uma demanda difusa não atendida, pelo resgate da ética no serviço público.
Infelizmente, os serviços públicos continuam cada vez mais tão distantes, tão
indiferentes, tão isolados em relação à população, como se o Estado não tivesse
nada a ver com os problemas das pessoas, apenando-as com a cruel prática
que já se tornou costume, da protelação e do maltrato nas relações entre os
servidores e os destinatários dos serviços.
Enfim, Senhor Presidente, a Comisso Especial, no cumprimento de uma
das missões com as quais entende haver sido criada, busca com o Código de
ética ora submetido à superior apreciação de Vossa Excelência, a criação de
meios que estimulem em cada servidor público o sentimento ético no exercício
da vida pública.
O que pretende, enfim, a Comissão Especial, de qualquer forma contribuir
para impedir a continuidade da repetida prática do desprezo e da humilhação
com que são, em muitos setores da Administração, tratados os usuários dos
serviços públicos, principalmente aqueles mais desprotegidos e que por isso
mesmo deles mais necessitam. Se este Código de ética tiver o condão de
contribuir para o esclarecimento às pessoas sobre seus direitos de serem
tratadas com dignidade e respeito por todos os agentes do serviço público já
terão alcançado em grande parte seu objetivo.
Por outro lado, deve ser esclarecido que a efetividade do cumprimento do
Código de ética ora apresentado a Vossa Excelência não se baseia no
arcabouço das leis administrativas e nem com estas se confunde, mas se apoia
no sentimento de adesão moral e de convicção íntima de cada servidor público.
Reprisa-se que, absolutamente, não se trata de mais uma lei, como se
poderia pensar primeira vista, mas de um Código de ética, que dever ser
cumprido no tanto por sua condição de ato estatal, aprovado por um Decreto do
Senhor Presidente da República, na qualidade de titular da "direto superior da
administração federal" (Constituição, artigo 84, inciso II), mas principalmente em
virtude da adesão de cada servidor, em seu foro íntimo, levando, com isso, o
Estado a assumir o papel que sempre lhe foi incumbido pela Sociedade,
notadamente nas áreas mais carentes, como o caso da prestação dos serviços
de saúde, segurança, transporte e educação.
Portanto, conforme o entendimento da Comissão Especial, expresso
neste Código de ética, o princípio da obrigatoriedade do procedimento ético e
moral no exercício da função pública não tem por fundamento a coercibilidade
jurídica. Aliás, até mesmo a coercibilidade jurídica deve buscar seu fundamento
na ética, pois esta, a rigor, não se impe por lei.
Ao contrário, está acima da lei, a ditar as diretrizes desta, fazendo-se
aceitar mais pelo senso social, pela educação, pela vontade íntima do próprio
agente moral, acolhida com liberdade, em decorrência de sua conscientização e
de sua convicção interior. Enfim, o Código de ética ora apresentado a Vossa
Excelência não se confunde com o regime disciplinar do servidor público previsto
nas leis administrativas.
Antes de tudo, fornece o suporte moral para a sua correta aplicação e
cumprimento por todos os servidores. Para melhor se compreender a total
separação entre o Código de ética e a lei que institui o regime disciplinar dos
servidores públicos, basta a evidência de que o servidor adere à lei por uma
simples conformidade exterior, impessoal, coercitiva, imposta pelo Estado, pois
a lei se impõe por si só, sem qualquer consulta prévia a cada destinatário,
enquanto que, no atinente ao Código de ética, a obrigatoriedade moral inclui a
liberdade de escolha e de ao do próprio sujeito, até para discordar das normas
que porventura entenda injustas e lutar por sua adequação aos princípios da
Justiça.
Sua finalidade maior é produzir na pessoa do servidor público a
consciência de sua adesão às normas preexistentes através de um espírito
crítico, o que certamente facilitar a prática do cumprimento dos deveres legais
por parte de cada um e, em consequência, o resgate do respeito aos serviços
públicos e à dignidade social de cada servidor.
Por último, o Código de ética prevê que o julgamento do servidor em falta
será feito por uma Comissão de ética, formada por três servidores indicados
conforme seus antecedentes funcionais, passado sem máculas, integral
dedicação ao serviço público, boa formação ética e moral.
As Comissões de ética pretendem ser um elo de ligação entre o usuário
e o serviço público, encarregadas de orientar e aconselhar sobre a ética na
Administração Pública, sobretudo no tratamento das pessoas e na proteção do
patrimônio moral e material do serviço público.
Caberá às Comissões de ética instaurar processo sobre ato, fato ou
conduta passível de infringência a princípio ou norma ética, de ofício ou mediante
consulta, denúncia ou representação, formulada por qualquer pessoa que se
identifique ou entidade associativa de classe regularmente constituída, contra
servidor público ou contra o setor ou a repartição pública em que haja ocorrido a
falta. A pena será a censura, devendo a decisão ser registrada nos
assentamentos funcionais do servidor.
Com base no exposto, Senhor Presidente, valho-me da presente para
submeter, em nome da Comissão Especial, à elevada consideração de Vossa
Excelência a anexa proposta de Decreto que aprova o Código de ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
Respeitosamente,
ROMILDO CANHIM

3.5.1 Código de Ética Profissional do Serviço Público –


Decreto nº 1.171/ 1994.
Como subsídios para a publicação da norma, devemos ter em
mente que na década de 1990, houve um contexto de administração pública que
impulsionou o Presidente da época a pensar em realizar alguma ação que
pudesse favorecer a imagem que a população tinha da administração pública.
Foi uma década complicada, com o primeiro impeachment de um Presidente da
República no País, extremados atos de improbidade administrativa, o que
acarretou uma péssima imagem do funcionalismo público diante da sociedade.
Esta acreditava que os servidores eram marajás, os quais se
aproveitavam do cargo para trabalhar conforme seu desejo. Por isso, o
Presidente Itamar Franco tomou a iniciativa de tentar mudar a visão da
população em relação ao funcionalismo público.
Assim, constituiu uma comissão, que elaborou uma proposta de
código de ética para o funcionalismo público executivo. Para tanto, foi necessário
buscar amparo legal para a implementação do decreto, e foram encontrados
subsídios nos seguintes dispositivos.
Atenção! Ocorreu, em prova, a afirmação de que o Código de Ética
do servidor era uma norma de livre adesão. Isso está correto, porque se trata de
uma norma de caráter secundário, e não primário. Os decretos não acarretam a
obrigatoriedade de cumprimento, apenas as leis.
Assim, não é obrigatório cumprir o que dispõe o Código de Ética do
servidor, que tem caráter educativo e visa influir no comportamento dos
servidores para, consequentemente, a população passar a ter uma visão melhor
da administração pública. Portanto, o Código de Ética do servidor público é
norma de livre adesão, pois tem caráter secundário (é decreto e não lei).
É comum, em concursos de âmbito federal, que se cobre as Leis n.
8.429 e n. 8.112 em caráter interdisciplinar com o Decreto n. 1.171/1994. Em
provas também é comum cair questões relacionadas aos seguintes princípios:
• Legalidade
• Impessoalidade
• Moralidade
• Publicidade
• Eficiência
Legalidade: o servidor público só faz o que está previsto na lei, o
que a lei permite.
Impessoalidade: todas as pessoas devem ser tratadas da mesma
forma, “respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os
usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção
de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social,
abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral” (Seção II, alínea g).
Moralidade: está expresso na Seção I. Nota-se que só cumprir
com a legalidade não é suficiente para que haja a moralidade. Há a necessidade
de se alcançar a finalidade em equilíbrio com a legalidade, e para ter finalidade
é preciso ter honestidade. Bem comum só se alcança mediante honestidade. Se
não há honestidade, não há que se falar em princípio da moralidade.
II – O servidor público não poderá jamais desprezar o
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir
somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno,
mas principalmente entre o honesto e o desonesto,
consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da
Constituição Federal.
III – A moralidade da Administração Pública não se limita à
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da
ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio
entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor
público, é que poderá consolidar a moralidade do ato
administrativo.
IV– A remuneração do servidor público é custeada pelos
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele
próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a
moralidade administrativa se integre no Direito, como
elemento indissociável de sua aplicação e de sua
finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de
legalidade.

Publicidade: é o princípio da transparência; assim, os atos da


administração precisam ser publicados, exceto “os casos de segurança nacional,
investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração
Pública”. Nessas não há de se falar em princípio da publicidade.

VII – Salvo os casos de segurança nacional, investigações


policiais ou interesse superior do Estado e da
Administração Pública, a serem preservados em processo
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a
publicidade de qualquer ato administrativo constitui
requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a
quem a negar.

Eficiência: é preciso diferenciar eficiência de eficácia. A eficiência


está relacionada a meios: fazer o que deve ser feito da melhor maneira possível.
Já a eficácia está relacionada a resultados: atingir o objetivo da ação. Na
administração pública, o ideal é que o servidor consiga associar eficiência com
eficácia. O somatório desses dois conceitos é a efetividade, e o servidor precisa
ser efetivo, pois não basta ser uma coisa ou outra.

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do


Poder Executivo Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere


o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da
Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro
de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,

DECRETA:

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público


Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta


e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à
plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da
respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados
titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à
Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a
indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.

ITAMAR FRANCO

Romildo Canhim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.

O anexo ao decreto, está o Código de Ética do servidor civil do


Poder Executivo Federal, esfera de governo na qual a norma deve ser aplicada.
É comum a banca afirmar que as normas do Decreto n. 1.171/1994 são
aplicáveis ao Poder Legislativo e Judiciário. Errado, pois são aplicáveis apenas
ao Poder Executivo. É norma de livre adesão com aplicação apenas no
Executivo Federal.

ANEXO

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo


Federal

CAPÍTULO I

Seção I

Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios


morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no
exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação
do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua


conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no
art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o


bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor
público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos


direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como
contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como
consequência, em fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade
deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como
cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado
como seu maior patrimônio.

VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto,


se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou
diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou


interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados
em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de
qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade,
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável
a quem a negar.

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou
falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou
da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre
o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre
aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço


público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga
seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público,
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa
vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
esforços para construí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que


compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas
filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não
caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.

XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais (e não


qualquer ordem) de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento,
e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o
acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até
mesmo imprudência no desempenho da função pública.

XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é


fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à
desordem nas relações humanas.

XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional,


respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode
receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para
o crescimento e o engrandecimento da Nação.
Seção II

Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego


público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim


ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias,
principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na
prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu


caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor
e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da


gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o


processo de comunicação e contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que
se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a


capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público,
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se,
dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra


qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder
Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,


interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou
vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da


defesa da vida e da segurança coletiva;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência


provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o
sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato


contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os


métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria
do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da


função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a


legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores,


as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança
e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe


sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos
interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou


autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que
observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação
expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a


existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

Seção III

Das Vedações ao Servidor Público

XV - É vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e


influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de


cidadãos que deles dependam; (falar mal dos outros, fofocas).

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou


infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de


direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou


do seu conhecimento para atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou


interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os
jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente
superiores ou inferiores; (princípio da impessoalidade – deve tratar qualquer
pessoa de forma isonômica).

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda


financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de
qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento
da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; (não pode
receber por fora).

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para


providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em


serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer


documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu


serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
(Informações sobre concursos públicos repassadas para amigos e
familiares, antes de publicações oficiais).

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a


honestidade ou a dignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a


empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II

DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal


direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que
exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma
Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio
público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de
procedimento susceptível de censura.

XVII. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos


encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros
sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e
para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.

XIX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XXI - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de


censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por
todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
XXIII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por


servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer
ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta
ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias,
as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e
as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
interesse do Estado.

XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007).

4. QUESTÕES DE FIXAÇÃO DA MATÉRIA

01. (MPU/Técnico 2015/Cespe). A ética é um ramo da filosofia


que estuda a moral, os diferentes sistemas públicos de regras, seus
fundamentos e suas características. A afirmação está certa ou errada?

Certíssima!

A “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. É


parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam,
distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo a
respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes
em qualquer realidade social.

É o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um


indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.

É teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência


humana ou forma de comportamento dos homens, considerado em sua
totalidade, diversidade e variedade. seu valor como teoria está naquilo que
explica, e não no fato de prescrever ou recomendar, com vistas à ação em
situação concreta.

Observe que Ética é o julgamento de uma conduta, ação, humana, com


base em princípios morais de um determinado grupo ou sociedade.

Vejamos como exemplo a verdade e mentira. Este é um padrão


estabelecido na cultura brasileira e você sabe o que é certo e errado com relação
a este padrão.

Faça o seguinte: imagine que você está em uma sala com mais duas
pessoas e uma delas pergunta se você acha a outra pessoa bonita. Sem
preconceitos ou qualquer coisa do gênero você iria responder que sim, a outra
pessoa é bonita ou no mínimo você diria que ela é simpática.

Muito bem, suponhamos que na verdade você achou que aquela pessoa
é muito feia, horrível, parecia uma batida de trem, mas, mesmo assim você, por
educação, diria que ela não é feia.
Nesta situação você mentiu. Mentir é moralmente errado, portanto neste
exemplo, você teve uma conduta antiética devido ao fato de você ter ferido um
princípio moral de um determinado grupo, no caso a sociedade brasileira.

Observe que houve uma ação, uma conduta humana, um julgamento


ético. Você poderia simplesmente dizer a verdade, mas optou por mentir.

Ética, portanto, estuda o comportamento do indivíduo com relação aos


conceitos morais do grupo em que ele está inserido.

02. (Depen/Agente 2015/Cespe). Acerca da ética e da


moralidade no serviço público, julgue o item subsecutivo. Ética e moral são
termos que têm raízes históricas semelhantes e são considerados
sinônimos, uma vez que ambos se referem a aspectos legais da conduta
do cidadão. A afirmação está certa ou errada?

Errado. Não possui raízes históricas, pois uma vem do latim e a outra do
grego.

Da análise do discurso das pessoas participantes da enquete e de alguns


formadores de opinião no Brasil, depreende-se que as palavras ética e moral
frequentemente são usadas como sinônimos. Esse fato igualmente se
comprova na revisão bibliográfica.

GOLDIM, J.R., citando Robert Veatch, diz que esse dá uma boa definição
operacional da ética ao propor que ela é a “realização de uma reflexão
disciplinada das intuições morais e das escolhas morais que as pessoas
fazem”.

Em realidade, Ética e Moral são duas posturas do pensamento


metafórico (LAKOFF & JONHSON) humano. Ambas são geradoras de
comportamentos, os quais em determinados momentos se sobrepõem e
que, em outros, atuam em campos opostos.

A Ética está a serviço do pensamento metafórico


(predominantemente inconsciente) e do comportamento de todos os humanos;
desde o ateu ou agnóstico até o mais convicto religioso. A laicidade confere
para a Ética um caráter de unicidade.

Por outro lado, a Moral é uma escala dinâmica de valores


psicossociais (costumes) interligados e fundamentados em raízes
psicológicas e religiosas. A prova desse fato está na inexistência de uma moral
dos ateus ou dos agnósticos, pois esses devem se orientar por parâmetros
éticos.

03. (MPU/Técnico 2015/Cespe). Moral pode ser definida como


todo o sistema público de regras próprio de diferentes grupos sociais, que
abrange normas e valores que são aceitos e praticados, como certos e
errados. A afirmação está certa ou errada?

Certíssima!

Esta é uma perfeita definição de moral, que trata das regras observadas por
um determinado grupo social, num dado momento histórico.
A Moral trata-se de um conjunto de valores, normas e noções sobre o que é certo
ou errado, proibido e permitido, dentro de um determinado grupo ou sociedade.

Dentro do estudo da ética, trata-se de um fato histórico e, por


conseguinte, a ética, como ciência, não pode concebê-la como dada de
uma vez para sempre, mas tem que considerá-la como um aspecto da
realidade humana mutável com o tempo.

A Moral é o conceito que impões limites às condutas humanas, sem


a moral seria impossível viver em sociedade. Ela define o que posso ou não
fazer, até onde vão meus direitos, quais os meios que posso utilizar para
conquistar meus objetivos. Se isso é certo ou errado.

A lei é oriunda da moral, mas nem tudo que legal é moral.

Vejamos o caso das eleições de 2014, a então candidata, Dilma


prometeu uma série de coisas com o objetivo de ganhar as eleições, e de fato
ganhou, mas a pergunta é: o fato da então candidata prometer coisas que ela
sabia que não seria possível cumprir, foi uma conduta ilegal? Com certeza não,
mas foi imoral.

A Moral tem a ver com sociedade, são conceitos coletivos,


definições comuns para se viver em sociedade. O que vale para um vale para
todos os pertencentes àquele grupo.

Qual a diferença de ética e moral? A grande diferença entre estes


conceitos está no fato de que a ética trata de um posicionamento pessoal e
racional a respeito de um conceito estabelecido por um grupo. Já a moral é
este conceito em si, definido em um grupo ou sociedade.

A Ética tem a necessidade da ação, da conduta humana, da


racionalidade. A Moral é apenas o conceito do grupo. Por exemplo: Mentir é
errado (conceito moral). Já eu mentir para você (conduta antiética e imoral).

04. (ANTAQ/Analista Administrativo 2014/Cespe). A ética é a


ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. A afirmação
está certa ou errada?

Certíssima!

Para Vázquez (2005), a ética é a teoria ou ciência do


comportamento moral dos homens em sociedade. É a ciência de uma forma
específica de comportamento humano, que os homens julgam valioso e, além
disto, obrigatório e inescapável. ... A ética poderá nos dizer, em geral, o que é
um comportamento pautado por normas.

Ética estuda a Moral ----- Moral estuda os constumes


Ética é teoria ------------- Moral é prática
Ética é o princípio ------------ Moral é conduta
Ética é permanente ---------- Moral é temporal
Ética é universal -------------- Moral é cultura
Ética é regra ------------------ Moral é conduta da regra

A moral é o comportamento individual, que embasa o sistema de


regras na prática. É um conjunto de normas, aceitas livremente. A moral tem
caráter prático, sempre que for ciência ou estudo, vai ser relacionado a ética.
A ética é a ciência que estuda as regras morais, é o conjunto teórico
destas regras. Estuda o comportamento moral. É uma ciência que estuda
o comportamento moral dos homens em sociedade.

05. (CESPE/2014. Suframa. Analista). Entre outros aspectos, a


moral pessoal é formada pela cultura e tradição do grupo ao qual o
indivíduo está inserido.

06. (CESPE/2013. INPI. Analista). Ética é a parte da filosofia que


estuda os fundamentos da moral e os princípios ideais da conduta humana.

07. (IADES/2011. PGDF. Técnico Judiciário). Assinale a


alternativa que estabelece corretamente as características de moral.

a) A moral resulta do conjunto de leis, costumes e tradições


de uma sociedade e é subordinada a ética comportamental definida em regras
constitucionais.

b) Entende-se por moral, um conjunto de regras


consideradas válidas para uma maioria absoluta, que valem-se dela para impor
conduta tica aos demais cidadãos.

c) A moral é mutável e varia de acordo com o


desenvolvimento de cada sociedade. Ela norteia os valores éticos na
Administração Pública.

d) A moral é mais flexível do que a lei, por variar de individuo


para indivíduo, e afeta diretamente a prestação dos serviços públicos por criar
condições para uma ética flexível no atendimento s necessidades básicas da
população.

e) A ética confunde-se com a moral como um dos


parâmetros para a avaliação do grau de desenvolvimento de determinada
sociedade e, consequente, padronização da prestação dos serviços públicos
comunitários.

08. (CONSULPLAN/2008. Correios. Atendente Comercial). Em


seu sentido mais amplo, a ética tem sido entendida como a ciência da
conduta humana perante o ser e seus semelhantes. Portanto, neste
sentido, a ética envolve:

a) Estudos de aprovação ou desaprovação da ação dos


homens.

b) A consideração de valor como equivalente de uma


medição do que é real e voluntarioso no campo das ações virtuosas.

c) Obrigação de ser humano como nico mal em seu agir.

d) Realização fundamental em situação específica.

e) As alternativas A e B estão corretas.

09. (CESPE/2013. DEPEN. Agente Penitenciário). A respeito da


moral e dos diversos aspectos relativos à ética, julgue os itens que se seguem.
A ética se confunde com a lei, pois ambos os institutos retratam o
comportamento de determinada sociedade.

10. (CESPE/2013. DEPEN. Agente Penitenciário). A ética refere-


se a um conjunto de conhecimentos advindos da análise do
comportamento humano e dos valores morais, enquanto a moral tem por
base as regras, a cultura e os costumes seguidos ordinariamente pelo
homem.

11. (CESPE/2013. MPOG. Técnico de Nível Superior. Categoria


Profissional 3). Com o fim de evitar dano moral ao usuário, é dever do
servidor público exercer suas atribuições com rapidez, procurando
resolver prioritariamente situações procrastinatórias.

12. (CESPE /2013. UNIPAMPA. Administrador). Com base no


Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal, julgue os itens que se seguem. O desconhecimento das leis que
regulam a atuação profissional é ato que atenta contra a ética pública.

13. (CESPE/2013. CNJ. Técnico Judiciário. Área Administrativa).


Acerca de ética no serviço público, julgue os itens a seguir. O relativismo
cultural estabelece que todos os seres humanos são, em si, padrões pelos
quais suas ações devem ser julgadas em termos éticos e morais.

14. (CESPE/2013. CNJ. Técnico Judiciário. Área Administrativa). O


primeiro nível das questões éticas é constituído pelo indivíduo. Esse nível
enfatiza como as pessoas devem ser tratadas nas organizações.

15. (CESPE/2013. INPI. Todos os Cargos. Conhecimentos


Básicos. Cargo 25 e 26). Com relação a ética, moral e ética profissional do
servidor público, julgue os itens a seguir. Ética é a parte da filosofia que estuda
os fundamentos da moral e os princípios ideais da conduta humana.

16. (CESPE/2012. ANAC. Técnico Administrativo). No que se


refere à ética no serviço público, julgue os próximos itens. A alteração do teor
de documentos é falta ética grave, caso ocorra sem autorização legal
anterior.

17. (CESPE/2012. TJ-AC. Analista Judiciário. Conhecimentos


Básicos. Cargos 1 e 2). O servidor público que trata mal uma pessoa que
paga tributos direta ou indiretamente causa-lhe dano moral.

18. (CESPE /2013. IBAMA. Analista Administrativo). Julgue os itens


seguintes, relativos à conduta ética dos servidores públicos. O servidor público
deve sempre comunicar a seus superiores qualquer ato ou fato contrário
aos interesses e princípios éticos da administração pública, mesmo em
situações políticas e administrativas adversas.

19. (CESPE/2013. MI. Todos os Cargos. Conhecimentos Básicos.


Cargos de 1 a 4). Acerca da ética no serviço público, julgue os itens que se
seguem. Considere que a assessora de determinado órgão público federal,
ao ser repreendida por sua chefe, por apresentar-se ao trabalho com
vestimentas inadequadas, evoque, em sua defesa, o direito à livre
expressão. Nessa situação, a repreensão da chefe à servidora não tem,
com efeito, fundamento ético e legal.
20. (CESPE/2013. UNIPAMPA. Administrador). Acerca da ética no
serviço público, julgue os itens subsequentes. Os desejos éticos relativamente
permanentes manifestam os valores que fundamentam a atuação dos
servidores públicos nas organizações e na sociedade.

21. (CESPE/2013. MPU. Técnico Administrativo). No que se refere


à ética no serviço público, julgue os itens que se seguem. Ao colher, em seu
local de trabalho, assinaturas em um abaixo-assinado para pleitear a
substituição do coordenador de sua repartição, o servidor público não
agirá de maneira antiética, já que o direito de livre expressão lhe é
garantido por lei.

22. (CESPE/2013. INPI. Todos os Cargos. Conhecimentos


Básicos. Cargo 25 e 26). Entre os primados maiores, que devem nortear o
servidor público no exercício da função, estão o decoro e a eficácia.

23. (CESPE/2013. DEPEN. Agente Penitenciário. Conhecimentos


Básicos). No que se refere à ética e ao exercício da cidadania, julgue os
próximos itens. Configura um dos elementos indispensáveis para o
exercício da cidadania o efetivo conhecimento a respeito dos direitos.

24. (CESPE/2013. DEPEN. Agente Penitenciário). No que se refere


à ética e ao exercício da cidadania, julgue os próximos itens. A atitude de ceder
um assento a um idoso em um transporte coletivo constitui um exemplo de
comportamento relacionado à cidadania, cuja concepção comporta não
apenas a titularidade de direitos pelo indivíduo, mas também a
transformação de valores e princípios em atitudes que atendam aos
interesses coletivos.

25. (CESPE/2013. ANTT. Analista Administrativo). No que


concerne à ética no serviço público, julgue o item abaixo. O equilíbrio entre
a legalidade e a finalidade na conduta do servidor público fundamenta a
motivação do ato administrativo, devendo o servidor distinguir não só
entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente,
mas também entre o honesto e o desonesto.

26. (CESPE/2013. MJ. Analista Técnico Administrativo). A respeito


do acesso à informação por parte dos cidadãos e do Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue
os itens de que se seguem. Caso determinado servidor do Ministério da
Justiça tenha dúvidas a respeito de qual opção escolher entre as
disponíveis, a lei estabelece que, com base no seu senso de justiça e
acuidade, deverá optar pela que se apresente mais razoável.

27. (CESPE/2013. DEPEN. Agente Penitenciário). Acerca de ética


e função pública, bem como ética no serviço público, julgue os itens
subsequentes. Embora a função pública, tida como exercício profissional,
integre a vida particular de cada servidor, os fatos ocorridos no âmbito de
sua vida privada não podem influenciar o seu bom conceito na vida
funcional.

28. (CESPE/2013. MPOG. Técnico de Nível Superior. Categoria


Profissional). Com relação ao comportamento profissional, às atitudes no
serviço, à organização do trabalho e à prioridade em serviço, julgue o item
abaixo. A conduta do agente público no desempenho de suas atividades
deve ser pautada pela objetividade e imparcialidade, com vistas ao
interesse público.

29. (CESPE/2013. MI. Assistente Técnico Administrativo). Em


relação à ética no serviço público, julgue os itens a seguir. É vedado ao
servidor público associar seu nome a empreendimentos de cunho
duvidoso, além de exercer atividade profissional antiética.

30. (CESPE/2013. MI. Assistente Técnico Administrativo). As


comissões de ética existentes nos órgãos e entidades da administração
pública federal têm competência para aplicar ao servidor público as penas
de censura, advertência e suspensão de até quinze dias.

31. (CESPE/2013. UNIPAMPA. Administrador). Acerca da ética


no serviço público, julgue os itens subsequentes. Na perspectiva dos
atores que interagem direta ou indiretamente com uma organização, a ética
caracteriza-se pela prática das condutas éticas preconizadas tanto pelas
organizações públicas quanto pela sociedade em geral.

32. (CESPE/2013. UNIPAMPA. Administrador). Acerca da ética


no serviço público, julgue os itens subsequentes. O relativismo gerencial
é a estratégia mais utilizada pelos gestores públicos para institucionalizar
a ética nas organizações públicas.

33. (CESPE/2013. UNIPAMPA. Administrador) Acerca da ética no


serviço público, julgue os itens subsequentes. Os direitos e os deveres dos
servidores públicos são caracterizados pelo conjunto de regras morais
implicadas nos problemas éticos comuns ao serviço público.

34. (CESPE/2013. CNJ. Técnico Judiciário. Área Administrativa).


Para apuração de qualquer falta ética no setor público, deve-se considerar
como servidor público o indivíduo que presta serviço na condição de
servidor efetivo e concursado.

35. (CESPE/2013. INPI. Todos os Cargos. Conhecimentos


Básicos. Cargo 25 e 26). A função pública está relacionada ao exercício
profissional e, portanto, não se integra à vida particular de cada servidor
público.

36. (CESPE/2013. MPU. Técnico. Tecnologia da Informação e


Comunicação). Julgue os itens a seguir, de acordo com o disposto no Código de
Ética Profissional do Servidor Público. A aplicação de pena de censura ao
servidor público, de competência da comissão de ética do órgão ao qual o
servidor pertença, depende de parecer devidamente fundamentado,
assinado por todos os integrantes da comissão.

37. (CESPE/2013. MPU. Técnico. Tecnologia da Informação e


Comunicação). Considere que determinado servidor público, buscando
exercer suas atribuições com maior acurácia e rapidez, tenha retirado de
dentro de sua repartição, sem autorização legal, livro pertencente ao
patrimônio público. Nesse caso, o servidor agiu de forma ética, pois não
mediu esforços para cumprir o seu dever fundamental de exercer suas
atribuições com rapidez, perfeição e rendimento.

38. (CESPE/2014. MDIC. Analista). Os juízos éticos de valor são


normativos, uma vez que prescrevem modelos de conduta humana.
39. (CESPE/2014. MDIC. Analista). A conduta praticada pelo
servidor público não pode ser considerada como honesta ou desonesta,
pois essa designação constitui um juízo subjetivo e sem qualquer amparo
em ato normativo.

40. (CESPE/2013. CPRM. Analista em Geociências.


Administração). Com referência à ética no serviço pública e ao Código de Ética
Profissional do servidor público civil do Poder Executivo federal, julgue os
próximos itens. Considere que determinado servidor público tenha retirado
da repartição pública bem pertencente ao patrimônio público. Nessa
situação, deverá ser penalizado, já que o Código de Ética veda ao servidor,
em caráter absoluto, a retirada da repartição pública de qualquer bem
pertencente ao acervo patrimonial do poder público.

41. (CESPE/2013. CPRM. Analista em Geociências.


Administração). Considere que determinado servidor público não mantenha
limpo e em ordem o seu local de trabalho, por não conseguir aplicar
métodos adequados à organização. Nessa situação, o servidor não estará
atendendo a um de seus deveres funcionais, expressamente previsto no
Código de Ética.

42. (CESPE/2013. CPRM. Analista em Geociências.


Administração). Os atos inerentes à conduta do servidor em sua vida privada
não podem influenciar o seu bom conceito na vida funcional, já que o
exercício da função pública não se confunde com a vida particular de cada
servidor.

43. (CESPE/2013. MPOG. Analista. Negócios. Categoria


Profissional 1). No que se refere à ética e ao comportamento profissional no
serviço público, julgue os itens subsequentes. Considere que um servidor
público tenha recebido reclamações de um usuário e, após analisar os
fatos, tenha constatado a existência de falhas no procedimento realizado
por um colega de trabalho. Nessa situação, a omissão da verdade não fere
o código de ética do servidor público, desde que o problema seja sanado.

44. (CESPE/2013. MPOG. Analista. Negócios. Categoria


Profissional 1). Com base no Código de Ética Profissional do Servidor Público
Civil do Poder Executivo Federal, julgue o próximo item: As comissões de ética
podem escusar-se de proferir decisões a respeito de matérias que não
sejam de sua competência, alegando omissão do Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

45. (CESPE/2013. MPOG. Técnico de Nível Superior. Categoria


Profissional 3). Com base no Código de Ética Profissional do Servidor Público
Civil do Poder Executivo Federal, julgue os itens a seguir. Como a finalidade da
administração pública é atingir o bem comum, a moralidade de seus atos é
consolidada pelo equilíbrio entre o que é bom e o que é ruim para a
população.

46. (CESPE/2013. IBAMA. Analista Administrativo). Acerca de ética


no serviço público, julgue os itens que se seguem. O servidor público que, em
virtude de ideologia política ou religiosa, deixa de realizar atividades
previstas para o cargo que ocupa, comete conduta antiética que atenta
contra os princípios da administração pública.
47. (CESPE/2013. IBAMA. Analista Administrativo). A utilização
de cargo público para favorecer enriquecimento ilícito de amigo ou parente
é considerada improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

48. (CESPE/2013. MI. Todos os Cargos. Conhecimentos Básicos.


Cargos de 1 a 4). Somente servidores públicos estatutários que prestem
serviços de natureza permanente podem ser apenados pelas comissões de
ética constituídas para atuar em processo instaurado para apuração de
desvio de conduta no exercício do serviço público.

49. (CESPE/2013. MI. Todos os Cargos. Conhecimentos Básicos.


Cargos de 1 a 4). Acerca da ética no serviço público, julgue os itens que se
seguem. Considere a seguinte situação hipotética. Juarez, servidor público
do Poder Executivo federal, constatou ato de improbidade cometido por
seu chefe imediato, mas não o representou à autoridade competente, dada
sua relação de subordinação em relação ao chefe. Nessa situação
hipotética, a falta cometida por Juarez, que não comunicou fato contrário
ao interesse público, poderá ser escusada com base no princípio do
respeito à hierarquia.

50. (CESPE/2013. MPU. Técnico Administrativo). No que se refere


à ética no serviço público, julgue os itens que se seguem. O servidor que, já
tendo sido advertido por diversas vezes por condutas antiéticas no
trabalho, incorra em insubordinação grave em serviço poderá ser
suspenso ou demitido.

51. (CESPE/2013. CNJ. Técnico Judiciário. Área Administrativa).


Estimular a observância do Código de Ética do Serviço Público é um dever
de todo e qualquer servidor público.

52. (CESPE/2014. DPF. Agente Administrativo). Cada um dos


próximos itens apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a
ser julgada com base no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
do Poder Executivo Federal. Em uma repartição onde há atendimento ao
público para fornecimento de certidões, a emissão de documentos foi
interrompida em virtude de problemas técnicos, quando ainda havia tempo
razoável de expediente de trabalho. Entretanto, um servidor público, sem
buscar informações junto aos profissionais técnicos, exigiu que todos os
cidadãos se retirassem das instalações do órgão e voltassem no dia
seguinte, sem prestar qualquer informação sobre os motivos da decisão
ou da interrupção do serviço. Nessa situação, o servidor público cometeu
infração ética, uma vez que compete a ele informar aos usuários os motivos
da paralisação do serviço, pois o aperfeiçoamento da comunicação e do
contato com o público é um dever ético-funcional.

53. (CESPE/2014. DPF. Agente Administrativo). Em uma


sociedade de economia mista que desenvolve atividade de prevalente
interesse do Estado, determinado empregado falta ao trabalho
frequentemente, sem justificativas. Nessa situação, a conduta do
empregado constitui falta apenas em relação à Consolidação das Leis do
Trabalho e ele não está sujeito ao Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo.

54. (CESPE/2014. DPF. Agente Administrativo). No que se refere


à ética no serviço público, julgue os itens seguintes. O Decreto nº
1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal) impõe aos servidores públicos o dever de, em suas
atividades, privilegiar a perfeição em detrimento da rapidez.

55. (CESPE/2014. DPF. Agente Administrativo). O exercício da


autoridade pública está condicionado não apenas pela observância das
formalidades legais e do dever de evitar violações expressas em lei, mas
também pela necessidade de orientar o agir para os fins e interesses
públicos.

56. (CESPE/2014. DPF. Agente Administrativo). O servidor


público pode omitir a verdade sempre que isso for solicitado por pessoa
interessada ou beneficiar a administração pública.

57. (CESPE/2014. DPF. Agente Administrativo). De acordo com o


Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal, tratar mal um cidadão significa causar-lhe dano moral.

58. (CESPE/2012. ANCINE. Técnico em Regulação da Atividade


Cinematográfica e Audiovisual). O servidor público tem o dever de facilitar a
fiscalização de atos e serviços quando assim lhe for solicitado.

GABARITO:
1.? 2.? 3.? 4.? 5.? 6.? 7.? 8.? 9.E 10.C 11.C 12.C 13.E 14.E 15.C 16.E 17.C 18.C
19.E 20.C 21.E 22.C 23.E 24.C 25.E 26.E 27.E 28.C 29.C 30.E 31.C 32.E 33.E
34.E 35.E 36.C 37.E 38.C 39.E 40.E 41.C 42.E 43.E 44.E 45.E 46.C 47.C 48.E
49.E 50.E 51.C 52.C 53.E 54.E 55.C 56.E 57.C 58.C.

4.Sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento


ilícito.
5.Lei que regula o Processo Administrativo no âmbito da Administração
Pública Federal.
6.Lei que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
7.Lei que regula o Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos
em Educação, no âmbito das Instituições Federais de Ensino vinculadas
ao Ministério da Educação.

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