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Universidade de Caxias do Sul

Cursos de Educação Física-Bacharelado e Fisioterapia


Tecnologias para Análise do Movimento
Profª. Dra. Mônica de Oliveira Melo e Profº. Dr. Anderson Rech

ESTUDO DE CASO

Acadêmicos:​ Aline M. Rodrigues,


Carolina Lanzarin,
Jonathan Campos,
Patrícia Costa Pereira
Tiago Luz

Caxias do Sul/RS
2017
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1. INTRODUÇÃO

Disfunções musculares estão relacionadas com a má ativação elétrica dos músculos, se


algo não está de acordo na ativação elétrica de algum músculo, logicamente esse problema
irá compensar no desempenho do movimento da região afetada. Se o indivíduo tem uma
má ativação elétrica em Vasto Medial por exemplo, ocasionará uma disfunção na
articulação do joelho (caso do nosso trabalho), e ao exercer força sobre esse músculo que
não está bem ativado, conseguimos verificar um mal desempenho do local afetado por essa
disfunção.

A ​cinemetria consiste em um conjunto de métodos que busca medir parâmetros


cinemáticos do movimento, isto é, a partir da aquisição de imagens durante a execução do
movimento, realiza-se o cálculo das variáveis dependentes dos dados observados nas
imagens, como posição, orientação, velocidade e aceleração do corpo ou de seus
segmentos.

Podemos destacar alguns objetivos para a avaliação cinemática, como por exemplo:
avaliação da técnica para competição; desenvolvimento de técnicas de treinamento;
monitoramento de atletas; detecção de indicadores preditivos que caracterizem
comportamento de talentos esportivos, entre outros. (AMADIO & SERRÃO, 2007)

A ​Ultrassonografia é um método de diagnóstico e de avaliação por imagem de baixo


custo, não invasivo, isento de radiação que possibilita o estudo do movimento das
estruturas corporais com imagens em tempo real. Sua contribuição está na avaliação de
lesões musculares, possibilitando o estudo dinâmico do músculo, no diagnóstico preciso da
estrutura envolvida, orientação na drenagem de hematomas extensos, na ruptura muscular.
(RADAELLI et al, 2011)

A ​Eletromiografia ​é uma técnica de monitoramento das membranas excitáveis, das células


musculares, sendo os potenciais de ação gerados por meio da tensão elétrica ao longo do
tempo, a técnica pode ser invasiva ou não invasiva. Na forma invasiva os eletrodos se
aplicam de forma profunda (eletrodos em agulhas), tendo como principal objetivo analisar
o sinal eletroquímico que vem das unidades motoras observadas. A coleta não invasiva é
feita através de eletrodos fixados na pele, na área que quer ser avaliada a atividade elétrica
muscular, sendo principalmente utilizada para analisar os exercícios contra uma
resistência, os resultados saem em um monitor, através de ondas elétricas. Para receber os
resultados pede-se que o avaliado contraia a área muscular avaliada, assim servindo para
constatar o diagnóstico de lesão ou função neuromuscular prejudicada. Realizado
normalmente quando notasse sinal de fraqueza muscular​.
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Ela é aplicada em diversos esportes, sempre com o objetivo de determinar a ativação


muscular, porém tendo sua maior atenção para avaliação de treinos resistidos.
(GONÇALVES, 2006)

Os ​Dinamômetros Isocinético produzem registros do torque gerado durante os


movimentos corporais, que possuem, na maior parte, velocidade constante. Um registro da
potência produzida pode ser determinado multiplicando-se o valor do torque pela
velocidade angular constante selecionada pelo operador. Esses equipamentos são
elaborados mais para o uso clínico do que para a pesquisa. Eles geralmente vêm
acompanhados de computadores completos e podem ter um alto custo. As informações
produzidas são limitadas, sendo difícil modificar os programas internos para fornecer um
processamento adicional ou disponibilizar os dados brutos para transferência a outro
computador, para a realização de futuros cálculos (MAUD; FOSTER, 2009)

O objetivo deste estudo de caso foi descrever a contribuição de cada técnica analisada com
sua devida importância na área esportiva e da fisioterapia.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização deste estudo foram avaliados 2 pacientes, sendo um do sexo feminino e
outro do sexo masculino, com idade entre 29/34 anos, peso 56/100 kg e altura 1,50/1,84
m, para as coletas de dados foram utilizadas várias técnicas de avaliação para alguns
grupos musculares, acompanhados de especialistas no uso e desempenho dos
equipamentos. Para o resultado final, será comparado apenas os resultados do participante
do sexo masculino, pois somente ele realizou os 4 métodos, a participante do sexo
feminino participou apenas do teste de cinemetria, onde mostraremos seu resultado à
frente. O presente trabalho começa com uma breve anamnese e elaboração de um
protocolo, adequando os equipamentos para as análises sugeridas. Foram pesquisados
artigos relacionados com as técnicas utilizadas publicados, revisados, reconhecidos e
conceituados nas áreas de: ​biomecânica, medicina esportiva, ciência do movimento e
fisioterapia.

2.1 Participante:
➢ ​Primeiro participante:​ T. L, 34 anos, sexo masculino, 1,84m, 100 kg

● Histórico de lesões: Bursite e tendinite no ombro esquerdo, luxação no dedo


polegar da mão esquerda, entorse de grau 2 no tornozelo direito.

● Prática de exercícios físicos:​ voleibol, ciclismo e musculação.

➢ ​Segundo participante:​ A.M.R, 29 anos, sexo feminino, 1,50m, 56kg

● Histórico de lesões:​ sem lesões


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● Prática de exercícios físicos:​ corrida 3x por semana.

2.2 Protocolo de Avaliação

A paciente foi submetida ao teste de apoio unipodal. O teste ocorreu da seguinte


forma: Com os pés paralelos, distantes na largura do quadril, a participante foi
posicionada no local da coleta, (segundo dedo do membro inferior direito alinhado
com o centro do tripé, com o auxílio de uma de uma linha marcada no chão). Para
registro do vídeo, foi solicitado ao participante parar por 3 segundos na posição de
início, descer até a máxima flexão sem tirar os calcanhares do chão, parar 3
segundos na posição mais baixa , depois subir e parar mais 3 segundos na posição
em pé com os pés paralelos. A paciente repetiu a mesma sequência sobre o pé
direito apoiado no chão, braços cruzados a frente do corpo e pé contralateral
suspenso à frente do corpo.

2.3 Procedimento de aquisição e análise

2.3.1 Cinemetria

A coleta de dados de cinemetria foi realizado no dia 21 de agosto de 2017,


foi utilizado para coleta câmera de vídeo (celular), marcadores e o sistema
de coordenadas cartesianas (x,y e z); Foi posicionado os marcadores nos
pontos anatômicos: centro da patela direita, tuberosidade da tíbia direita,
espinha ilíaca ântero superior (EIAS) direita e esquerda, segundo dedo do
pé direito, osso navicular direito, maléolo lateral e medial.
Com os pés paralelos, distantes na largura do quadril, posicionar o
participante no local da coleta (segundo dedo do membro inferior direito
alinhado com o centro do tripé, com o auxílio de uma de uma linha marcada
no chão). Para registro do vídeo, solicitar ao participante a parar 3 segundos
na posição de início, descer até a máxima flexão sem tirar os calcanhares do
chão, parar 3 segundos na posição mais baixa , depois subir e parar mais 3
segundos na posição em pé com os pés paralelos. Repetir a mesma
sequência sobre o pé direito apoiado no chão, braços cruzados a frente do
corpo e pé contralateral suspenso à frente do corpo. Teste foi realizado em
um fundo neutro.
Durante a coleta ter o cuidado para que todos os pontos sejam visualizados.
Para análise dos dados cinemáticos foi utilizado o software Kinovea.

2.3.2 Ultrassonografia (US)


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A coleta de US foi realizada no dia 18 de setembro de 2017. Para a coleta


de ultrassonografia foi usado um aparelho de ultrassonografia sendo a
imagem obtida em B-modo ou seja, a imagem obtida é formada a partir de
uma escala de cinza. Foi avaliado a musculatura do quadríceps, para isso o
paciente foi orientado evitar esforço físico intenso nas 48 horas
antecedentes à avaliação, não ter tomado medicamentos anti-inflamatórios
nas últimas 24 horas, não possuir nenhuma forma de inchaço muscular.
Também se fez necessário o uso de roupas adequadas para o procedimento
de coleta. Durante o tempo de espera em decúbito dorsal na maca para
estabilização do fluidos corporais, realizou-se as demarcações das regiões
musculares a 50% entre o trocanter e o epicôndilo lateral para o reto
femoral (RF), vasto intermédio (VI), vasto lateral (VL) e 70% entre o
trocanter e o epicôndilo lateral para o vasto medial (VM). Durante o
processo de aquisição de imagens, o paciente permaneceu deitado com o
membro avaliado estendido e relaxado, foi utilizado um gel à base de água
com o transdutor para promover um contato acústico sem a necessidade de
causar pressão sobre a pele. o tecido adiposo subcutâneo e tecido ósseo
foram identificados, e a distância entre esses dois pontos foi definida como
a espessura muscular (EM), e todas a medidas foram executadas pelo
mesmo avaliador.

Para análise das imagens foi utilizado o software IMAGE J

2.3.3 Eletromiografia (EMG)

A coleta de Eletromiografia (EMG) foi realizada no dia 23 de outubro de


2017, para a coleta foi utilizado um aparelho de eletromiografia, conectado
a um notebook para mostrar os resultados na tela para análise, a
musculatura do quadríceps foi avaliada, mais especificamente vasto medial
e vasto lateral. Para a coleta foram dadas as seguintes orientações ao
paciente: vir alimentado, usar roupas adequadas que não tranquem a
circulação (como calças jeans), não usar creme hidratantes, óleos ou
quaisquer outros produtos na região avaliada, não apresentar nenhum tipo
de infecção na região. Para iniciar foi solicitado que o paciente estivesse
sentado, cruzasse os braços em frente ao peito, se fez a higiene do local
avaliado com álcool, depilação da área se necessário, e então
posicionamento dos eletrodos (ponto motor e superfície óssea eletrodo de
referência), emitiu-se uma resistência contra a extensão e pediu que o
paciente contraísse a musculatura o máximo possível, porém não em
direção a extensão, neste momento a profissional utilizou palavras de
incentivo dizendo: “FORÇA, CONTÍNUA, MANTÉM DESSA FORMA”,
após a coleta pedia para o paciente respirar e relaxar. No fim da coleta
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pediu que o paciente permanecesse sentado uns minutos, até verificar se os


resultados saíram de forma correta e foi liberado.

2.3.4 Dinamometria isocinética

A coleta de dinamometria foi realizada no dia 20 de novembro de 2017 e


para a coleta foi usado o ​Dinamômetro Biodex System 4Pro.​
Para realização do teste Isocinético da articulação do joelho, uma série de
premissas foram essenciais na sua execução. Primeiramente a instalação do
paciente na máquina de forma confortável, ajustando a altura da cadeira,
adaptando homem-máquina de forma ideal para isolar os grupos
musculares, evitando a possibilidade de compensação pelo paciente. Depois
foram feitos o alinhamento adequado entre eixo de rotação da articulação
do joelho e o eixo de rotação do dinamômetro utilizado para o teste. Adição
dos dados da massa corporal corretos para a correção automática da
gravidade, pois este influencia os pontos fortes e as relações dos grupos dos
músculos. Durante a realização foi obtido um ambiente descontraído e um
clima de confiança, assim evitando interferência nos resultados. E
finalmente o próprio teste começa: primeiramente com um (Pré teste)
aquecimento 03 repetições de contração isocinética concêntrica dos
flexores/extensores de joelho em uma velocidade de 120º/s, de forma
submáxima (lenta tendo movimentos contínuos e passivos) para
familiarização. Em seguida aquecimento específico 5 repetições de
contração isocinética concêntrica dos flexores/extensores de joelho em uma
velocidade de 60º/s, de forma submáxima, pois nesta fase não vai até a
máxima, porém sente a velocidade. E por fim valendo, 10 repetições de
contração isocinética concêntrica dos flexores/extensores de joelho em uma
velocidade de 60º/s, de forma máxima, o grupo dando o maior incentivo
verbal, “FORÇA! mais rápido...FORÇA!”, pois o incentivo verbal faz toda
diferença, cada série de repetições com intervalos de repouso consideradas
ao longo do protocolo e por fim foi realizado o teste de fadiga muscular
com 30 repetições de contração isocinética concêntrica dos
flexores/extensores de joelho em uma velocidade de 350º/s de forma
máxima. Assim obtendo os resultados da análise.

3. RESULTADO E DISCUSSÃO

3.1 Resultados especifico de cada técnica

3.1.1 Cinemetria
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A avaliação de cinemetria apresentou os seguintes resultados: disfunções de


movimentos, arco do pé unilateral final da fase da descida, está instável em
direção ao 5° dedo, joelho final da fase da descida tanto unilateral quanto
bilateral estão desalinhadas e pelve estática final da fase da descida
unilateral quanto a bilateral estão desalinhadas também. Verificamos que há
sinais de alterações principalmente em ângulo do joelho e esses resultados
são reforçados pela análise dos gráficos abaixo, onde ambos os gráficos 2.1
e 2.2 mostram e já citados na conclusão, sendo assim o mesmo mostra
disfunções principalmente nas fases finais de descidas unilateral de joelho e
pelve, apresentando assim essas disfunções mais significativas que as
bilaterais.

Joelho

Navicular

Conforme o resultado da avaliação da trajetória observada nos gráficos, na


trajetória horizontal do joelho verificamos que apresenta um alto pico de
variação da trajetória 3cm/6000ms e na trajetória vertical verificamos
variação entre os pontos 36cm/0ms (inicial), até 36cm/8000ms, se
mantendo igual nos seguintes pontos.
O sujeito avaliado apresenta variações da trajetória de joelho entre 173° e
162°.
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3.1.2 Ultrassonografia (US)

A análise das imagens da ultrassonografia somente foi possível realizar a


mensuração da a espessura muscular (EM), que apresentou os seguintes
resultados:

Vasto lateral (VL) 27,9 mm

Reto femoral (RF) 22,1 mm

Vasto intermédio (VI) 19,8 mm

Vasto medial (VM) 33,5 mm

Segundo Radaelli et al., tem-se utilizado a ultrassonografia para mensurar a


EM e identificar se há semelhanças entre os valores de diferentes pontos de
medida da EM, como também se estes valores têm correlação com a
produção de força muscular. Da mesma forma, a avaliação da qualidade
muscular (QM) pode ser mais adequada, considerando-se estas
informações.

Espessura do grupo muscular


VL+RF+VI+VM=EMQUA
27,9+22,1+19,8+33,5=103,3mm

3.1.3 Eletromiografia (EMG)

A variável utilizada nos valores de eletromiografia é ​micro volt,​ ao fazer a


coleta é solicitado que o paciente faça o máximo de força que ele consegue,
contra uma resistência, após obter esses resultados é solicitado que o
paciente faça uma força a qual julgue ser metade da força exercida no
primeiro momento.

Pontos Observados Vasto Medial Vasto Lateral

Máximo 1.277,9 mv 780,1 mv

Submáximo 438,2 mv 432,1 mv

Para adquirir o valor da atividade elétrica do músculo, utilizamos um cálculo:

● Divide o valor do submáximo pelo máximo e multiplica por 100. Submáximo e


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máximo são utilizados, pois através deles calculamos a sobreposição entre os dois
sinais.

Vasto Medial 438,2 ​÷ 1.277,9 = 0,342x 100 = 34,2 mv

Vasto Lateral 432,1 ​÷ 780,1 = 0,553 x 100 = 55,3 mv

Ao final do teste, de acordo com os valores, concluímos que o Vasto Lateral tem mais
ativação elétrica que o Vasto Medial.

3.1.4 Dinamometria Isocinética

As variáveis Isocinéticas analisadas foram p​ico de torque concêntrico ​dos


extensores e flexores de joelho n​ ormalizado pela massa corporal, ​cálculo do
índice de fadiga muscular para extensores e flexores ​com 5 repetições, ​teste
de fadiga muscular c​ om 30 repetições, obtendo valor máximo e mínimo,
levando em consideração os primeiros e as últimas repetições e ​Cálculo da
razão funcional na contração excêntrica do pico de torque dos extensores e
flexores do joelho.

Análises das Flexores Joelho Extensores joelho


variáveis

Pico de Torque
Concêntrico 147º 347º

Cálculo Índice de
Fadiga 126º 319º

Teste de Fadiga 30 repetições - 350º/s


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Valor Máximo 184

Valor Mínimo 160

Razão Funcional

Pico de Torque Contração Excêntrica de Flexão de Joelho

259
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Segundo AQUINO et al 2007 o dinamômetro isocinético tem sido usado para treinamento
e avaliação de resultados de programa de fortalecimento muscular. A tecnologia da
dinamometria pode trazer contribuições importantes para a área de esportes e reabilitação,
possibilitando a obtenção de medidas objetivas de parâmetros relacionados a função
muscular.

O Dinamômetro Isocinético permite o estudo da função dinâmica dos músculos através da


avaliação quantitativa do arco do movimento, da força e de variáveis do desempenho
muscular. Permite ainda, obter dados de resistência e potência do músculo testado, força
máxima e média, força desenvolvida em relação do peso corporal, comparação da força
muscular entre os membro e relação de equilíbrio entre os músculos que realizam o
movimento. (ELIAS et al, 2013)

O dinamômetro isocinético possui boa validade e confiabilidade, sendo frequentemente


utilizado no estudo da função muscular dinâmica, principalmente na avaliação pós-lesão.
No entanto, sua utilização na prática clínica se torna inviável devido seu alto custo, além
de sua interpretação de resultados da avaliação requerer experiência do avaliador e
demanda de tempo para a execução do teste e análise de dados. (D’ALESSANDRO et al,
2005)

Razão Convencional - ​razão entre o pico de torque concêntrico antagonista dividido pelo
valor de pico de torque concêntrico agonista. O valor normativo entre esta razão é de 0,5 e
0,7. Valores inferiores ou superiores a este, indicam um desequilíbrio articular com
grandes chances de lesão.

Cálculo da razão convencional

PT Concêntrico Antagonistas / PT Concêntrico Agonista


PT Concêntrico Flexor / PT Concêntrico Extensor
Razão convencional - ​147÷347 = 0,42

Razão Funcional - ​razão entre o pico de torque excêntrico da musculatura antagonista


dividido pelo pico de torque concêntrico da musculatura agonista. O valor normativo entre
esta razão é de 0,9 e 1,2, valores inferiores significam desequilíbrio articular.

Cálculo da razão funcional

PT Excêntrico Antagonista / PT Concêntrico Agonista


PT Excêntrico Flexor / PT Concêntrico Extensor
Razão Funcional - ​259÷347 = 0,74
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3.2 Resultados e Discussão Combinados

O participante T.L, apresentou durante o teste de cinemetria o joelho em valgo dinâmico;


Durante a eletromiografia foi constatado que a ativação elétrica do músculo vasto lateral
(VL 55,3, VM 34,2) é maior; E durante o teste de dinamometria, foi observado que o pico
de torque concêntrico dos músculos flexores é menor que os extensores (flex. 147°, ext.
347°), conforme os dados obtidos, conclui-se que existe uma fraqueza na musculatura
flexora do participante, sendo necessário fortalecimento da mesma para reversão da
disfunção, como exercícios ativos, ativos resistidos e alongamentos. (KISNER, 2016).

Segundo o teste da Eletromiografia onde os músculos Vasto Medial que apresentou o


resultado de 34,2 e Vasto Lateral de 55,3, mostram resultados que o vasto lateral tem mais
ativação elétrica que o vasto medial, no dinamômetro observamos que o pico de torque dos
flexores é de 147 muito abaixo dos extensores que está com 347 podemos insinuar que o
valgo dinâmico que ele possui está relacionado aos valores , sendo assim podemos
comparado ao teste de dinamometria pico de torque dos flexores está

Os testes proporcionados pelo estudo foram realizados com dois participantes,


primeiramente sendo feita avaliação de cinemetria da participante A.M.R e posteriormente
sendo realizadas avaliações de EMG (Eletromiografia) US (Ultrassom) e Dinamometria do
participante T.L. A ​participante A.M: Apresenta desequilíbrio muscular ao realizar o teste
unipodal de cinemetria, realizando rotação interna do joelho devido ao enfraquecimento
muscular. O participante T.L: Apresenta segundo resultados da EMG (Eletromiografia)
ativação maior do músculo VL (Vasto lateral), devido ao participante praticar
rotineiramente exercício de ciclismo, sendo observado na realização do teste que ao
realizar o exercício apresenta o joelho em valgo dinâmico e desequilíbrio muscular.
Conforme análise dos casos descritos, sugerimos aos participantes realizarem novamente
os testes de cinemetria após realizarem exercícios para fortalecimento e alongamento dos
músculos relacionados a alteração.

3.2.1 Limitações

Manuseio do software KINOVEA; Não ter submetido o mesmo participante (Integrante do


grupo) a todas avaliações proporcionadas para que pudéssemos ter uma melhor
certificação no resultado com base nos dados obtidos.
Não possuir as imagens da ultrassonografia para avaliar a QM.
Não ter um fundo escuro para fazer a análise de cinemetria.

3.2.2 Desfecho do trabalho


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A principal disfunção observada nos participantes é o joelho em valgo dinâmico durante a


realização dos testes devido ao enfraquecimento da musculatura rotadora externa, a
principal relação com os demais testes realizados é a maior ativação do músculo VL (vasto
lateral) conforme resultados obtidos a partir do teste de eletromiografia; É sugerido aos
participantes a realização de exercícios ativos, e ativos resistidos, juntamente com
alongamentos, para fortalecimento dos músculos Grácil, sartório, semitendinoso e
semimembranoso, glúteo máximo, trato ílio-tibial e bíceps femoral e alongamento dos
músculos glúteo máximo, trato ílio-tibial e bíceps femoral.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A Utilização da Dinamometria Isocinética nas Ciências do Esporte e Reabilitação,


AQUINO C.E.; VAZ D.V.; BRICIO R.S; SILVA P.L.P.; OCARINO J.M.; FONSECA
S.T.A -​ ​Revista Brasileira de Ciência e Movimento 2007; 15(1); 93-100.

Análise da Associação entre a Dinamometria Isocinética da Articulação do Joelho e o


Salto Horizontal Unipodal, Hop Test, em Atletas de Voleibol - D’ALESSANDRO
R.L.; SILVEIRA E.A.P.; DOS ANJOS M.T.S.; SILVA A.A.; FONSECA S.T., Rev. Bras.
Med. Esporte - Vol. 11 nº 5 - set/out. 2005

Conceitualização e Análise crítica dos Dinamômetros Isocinéticos​, SALDIAS D.P.;


MARTIN C.A.; MARTINS D.; ANDRADE M.C. de; - Brazilian Journal of Biomechanics
vol. 12 n. 23 2011.

Técnicas Instrumentales de Diagnóstico Y Evaluación en Rehabilitación -


Dinamometría Isocinética, JIMENÉZ F.H.; DIÁZ J. G.; MONTES J.V. - Rehabilitación
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Eletromiografia e a identificação da fadiga muscular. ​GONÇALVES, Mauro. São


Paulo, 2006. Disponível em:
http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v%2020%20supl5%20artigo22.pdf ​. Acesso
em: 25 de novembro de 2017.

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Torres, LIMA, Cláudia Silveira, MARTINEZ, Flávia Gomes. Porto Alegre,
2005.Disponível
em: ​http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522005000400008​.
Acesso em: 25 de novembro de 2017.

KISNER, CAROLYN; COLBY, LYNN ALLEN. ​Exercícios terapêuticos: fundamentos


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Espessura e qualidade musculares medidas a partir de ultrassonografia: influência de


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Cineantropometria & Desenvolvimento Humano, 2011, 13 (2): 87-93.

Confiabilidade da medida de espessuras musculares pela ultrassonografia. GOMES,


Paulo Sergio Chagas, MEIRELLES, Claudia de Mello, LEITE, Sandra Pereira,
14

MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Revista Breasileira de Medicina do Esporte -


vol. 16, N 1- Jan/Fev, 2010.

Biomecânica aplicada ao esporte: contribuições, perspectivas e desafios. ​SOARES,


Werlayne Stuart, Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 145 - Junio de 2010.
Contextualização da biomecânica para a investigação do movimento: fundamentos,
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SERRÃO, Júlio Cerca. Revista Brasileira de Ed. Física. São Paulo, v.21, p.61-85, dez.
2007.

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