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CIEP 390 Chão de Estrelas

ALUNO (A): ________________________________ Nº: _____ TURMA: 2006_


DISCIPLINA: Sociologia
PROFESSOR: Ana Paula
DATA: __/09/2018 VALOR: 5,0 NOTA

AVALIAÇÂO DO 3º BIMESTRE – TURNO NOITE


A prova deverá ser feita com caneta preta ou azul.
1 – Observe a charge abaixo:

https://www.cartoonmovement.com/cartoon/438 - A condition progress: Freedom

1) Com no máximo 5 palavras, defina o que é liberdade para você: Liberdade é:

________________________________________________________________________________________________

2) Pense em três formas de liberdade que você julga ser muito importante (não precisa estar descrito na chargue acima):

a) Liberdade de _____________. b) Liberdade de ____________. c) Liberdade de _____________.

Leia o texto abaixo do jornal O Estado de São Paulo de 24 de agosto de 2013:

O espião que sabia tudo

Se não forem supervisionados e reprimidos por uma imprensa forte, líderes e agências governamentais abusarão
facilmente do poder

Kenneth Serbin

Em 1974, o presidente dos Estados Unidos, Richard M. Nixon, foi obrigado a renunciar ao cargo por causa da revelação de
uma série de gravações secretas, feitas com equipamento especial, cujo alvo era uma única pessoa: o próprio presidente. As
gravações demonstravam a cumplicidade de Nixon no arrombamento da sede do Partido Democrata, no edifício Watergate, em
Washington, crime organizado por funcionários da Casa Branca. Hoje, 40 anos depois, qualquer pessoa no mundo pode ser
espionada através de sua correspondência eletrônica por agências governamentais extremamente poderosas, o melhor exemplo das
quais é a Agência de Segurança Nacional (NSA) do governo americano.

Envolvida numa controvérsia sobre sua maciça vigilância a celulares e e-mails, feita em cooperação com
empresas de telecomunicações, a NSA representa o mais recente casamento entre Estado e tecnologia. Portanto, o que
o funcionário da NSA Edward Snowden revelou ao mundo, com a ajuda de Glenn Greenwald, colunista do The Guardian,
cujo parceiro brasileiro David Miranda foi preso por agentes britânicos por nove horas num aeroporto londrino no dia 18,
em uma suposta ação antiterrorista, não deveria surpreender ninguém. O filósofo francês Michel Foucault elaborou
detalhadamente o conceito “do olho que tudo vê” do Estado moderno no livro Vigiar e Punir (Vozes). Os Estados-Nações
têm utilizado as mais modernas tecnologias para observar, controlar, prender, fazer experiências com pessoas e matar
grupos específicos de indivíduos.

Ainda é possível visitar o que sobrou de campos de concentração europeus como Sachsenhausen, ao norte de
Berlim, local de atrocidades cometidas pelos nazistas com recursos tecnológicos. Depois da 2ª Guerra, o lugar continuou
funcionando como centro de extermínio administrado pelos soviéticos. Nos EUA, a tecnologia nuclear recebeu grande
impulso como projeto secreto respaldado pelo governo na corrida para a primeira bomba atômica. O governo americano
tentou monopolizar sua capacidade nesse campo. Hoje, líderes mundiais lutam com as consequências dessa primeira
bomba, tentando impedir a proliferação de material nuclear e know-how que terroristas e Estados como Irã e Coreia do
Norte poderiam empregar. O sucesso dessa luta baseia-se na ideia de perpetuação do monopólio atômico sob controle
do Estado ou de um grupo de Estados.

Nas comunicações, tal monopólio é impossível em sociedades democráticas porque a tecnologia se difundiu
extraordinariamente. Até mesmo em sistemas autoritários, como a China, é difícil para o Estado evitar tal impacto. Esse
emprego da tecnologia fora da esfera governamental é mais uma razão pela qual não deveríamos nos surpreender com
as revelações de Snowden. Muitos americanos já manifestaram preocupação com a possibilidade de empresas como
Facebook e Google coletarem e usarem informações de usuários. Em conjunto, essas organizações tornam irrisória a
capacidade de coleta de informações pelos governos. A vigilância maciça com emprego de recursos tecnológicos é a
nova realidade de nosso dia a dia.

Enquanto Nixon, se quisesse, poderia ter destruído fitas da Casa Branca e apagado para sempre as informações
nelas contidas, nossas informações digitais são um fato consumado. Ao revelar que uma ordem para o jornal entregar ou
destruir as informações digitais recebidas de Snowden veio do governo britânico, o editor do Guardian, Alan Rusbridger,
considerou “sem sentido” a destruição de discos rígidos do jornal, dada a existência de cópias no exterior. Cada vez que
alguém navega pela internet, manda e-mails ou faz chamadas pelo celular, cada clique no teclado pode ser recuperado e
analisado. Praticamente qualquer pessoa pode nos espionar.

O Estado que tudo vê de Foucault tornou-se a sociedade que tudo vê. O perigo para os sistemas políticos é que certos
grupos – governamentais, privados ou criminosos – podem usar secretamente essas valiosas fontes de informação. Portanto, “tudo
ver” não equivale a “superintendência”. A esse respeito, a revelação de Snowden estimulou um debate importante sobre o alcance do
Estado. Se não forem supervisionados e confrontados por uma imprensa forte, líderes e agências governamentais podem abusar mais
facilmente do poder, sem falar nos possíveis fins criminais no uso da informação.

Sem uma supervisão ou sem uma imprensa livre, países do bloco soviético perpetraram a degradação ambiental
e ignoraram suas trágicas consequências para o povo em geral. A revelação de Snowden também nos lembra, mais uma
vez, do delicado equilíbrio entre a necessidade de frustrar ataques terroristas, de um lado, e a defesa das liberdades
civis e da imprensa, de outro. A imprensa também se tornou vítima da sociedade que tudo vê. Talvez tão deletéria
quanto a tentativa de bloquear a cobertura de Snowden e da NSA pelo Guardian seja o enfraquecimento da
imprensa diante da competição representada por novas fontes de informação. Os jornalistas e outras pessoas
comprometidas com uma sociedade livre devem, em última análise, encontrar maneiras de usar a sociedade que
tudo vê para recriar e fortalecer a noção de supervisão – tanto do governo quanto do setor privado.

3) Conforme pode ser interpretado na reportagem, o que foi que Edward Snowden revelou ao mundo?

_____________________________________________________________________________________________

4) Segundo informações da reportagem, atribua (F) falso ou (V) para as seguintes afirmações:

( ) A bomba atômica é um exemplo da aliança entre conhecimento tecnológico e poder estatal.

( ) Atualmente, com as tecnologias digitais é mais fácil apagar provas do que nós fazemos na internet.

( ) Os campos de extermínio nazistas também são um exemplo de aliança entre conhecimento tecnológico e poder
estatal.

( ) Os campos de extermínio deixaram de existir assim que acabou a Segunda Guerra Mundial.

( ) Nunca houve na história um presidente americano espionado.

( ) Atualmente, qualquer pessoa pode ser espionada por aquilo que faz na internet.

5) Conforme a reportagem, marque a alternativa que melhor expressa a situação da comunicação global após as
denúncias feitas por Edward Snowden.

(A) Os EUA agora detêm o monopólio completo das comunicações globais.

(B) A China passou a controlar absolutamente o que seus habitantes fazem na internet, descobrindo meios de empregar
esse controle.

(C) Aumentou a preocupação com a possibilidade do Google e do Facebook compartilharem com os governos
informações sobre seus usuários.

(D) Não há mais necessidade dos governos serem controlados por uma imprensa forte.

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