Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
CAMPANHA
VOTO
MANDATO
GESTÃO PÚBLICA
Muitas pessoas confundem marketing com propaganda e acham que fazer campanha elei-
toral é a mesma coisa que fazer publicidade de detergente. Puro engano! No marketing
comercial, os produtos de consumo são mais fáceis de serem vendidos, pois todos nós te-
mos a necessidade de consumir leite, arroz, feijão, produtos de beleza, higiene pessoal e
de limpeza. O consumidor vai ao mercado e já sabe os produtos que quer levar, apenas
escolhe a marca. No marketing eleitoral é bem diferente. É o produto (candidato) que tem
que convencer o consumidor (eleitor) ao consumo, ao ato de comprar (votar).
Um erro comum, cometido por muita gente, é gastar com pesquisas de simulação de in-
ELEITOR
CAMPANHA
VOTO
MANDATO
GESTÃO PÚBLICA
tenção de voto muito tempo antes que os candidatos estejam definidos. Simulação de in-
tenção de voto pode mascarar a realidade, superestimando nomes mais divulgados pela
mídia e subestimando aqueles com menos evidência no noticiário. Perguntar em quem o
eleitor votaria faltando mais de seis meses para a eleição, através de cenários hipotéticos
de competição quando os candidatos nem estão definidos, é obrigá-lo a um exercício e-
norme de imaginação, em um assunto no qual ele ainda não tem nenhum interesse. As
respostas obtidas com tamanho distanciamento do pleito são simples chutes, produzem
falsos rankings e os resultados obtidos não têm valor estratégico. Ou seja, não servem pa-
ra fazer o diagnóstico.
Por outro lado, o estudo de potencialidade eleitoral é que tem valor estratégico e ajuda
verdadeiramente no planejamento de uma campanha. Esse tipo de estudo pode e deve ser
feito com vários meses de antecedência, até mais de um ano antes da eleição, e é muito
útil para avaliar como os nomes se posicionam na percepção dos eleitores. Também serve
de base para movimentos de troca ou filiação partidária, negociação de alianças e forma-
ção de chapas mais competitivas. A pesquisa de potencialidade eleitoral é o estudo que
permite a Segmentação do Eleitorado (veja mais abaixo), para identificar os cinco tipos de
eleitores e ajudar o candidato a definir os seus alvos.
O modelo dos Cinco C´s da Conquista do Voto coloca em primeiro lugar a necessidade de
compreender o Cidadão Eleitor, seus sentimentos, suas percepções, seus conceitos, valo-
res e sua visão de mundo.
Em seguida é feito o estudo do Candidato, através da análise SWOT (veja mais abaixo).
Repetindo: uma das grandes diferenças entre um produto comercial (serviços ou mercado-
ria) e um produto político (candidato) é que, para o primeiro, pode-se criar uma história
antes de divulgá-lo no mercado, enquanto que, para o segundo, já existe uma história de
vida pronta, que não pode ser alterada com tanta facilidade.
Outro fator dos Cinco C´s contempla os Concorrentes, os demais candidatos que disputam
a mesma vaga na eleição. Entre outros instrumentos, a análise SWOT também é útil nesse
estudo. A quinta dimensão a ser estudada é o Cenário, o ambiente onde ocorre a competi-
ção, no qual estão inseridos os outros quatro elementos do modelo de diagnóstico de Pau-
lo Di Vicenzi. Em Cenário são consideradas variáveis como correlação de forças partidárias,
histórico de resultados, perfil social, econômico e geográfico, legislação, cultura e mobili-
zação política, entre outros.
Porém, a maior parte das informações e referências estratégicas são buscadas junto aos
principais personagens que definem um pleito: os eleitores. As ferramentas mais utilizadas
para entender o pensamento e o comportamento do eleitor são as pesquisas qualitativas
e quantitativas.
As pesquisas que a imprensa costuma divulgar são sempre quantitativas (que apresentam
números), porém são muito pobres em termos estratégicos e praticamente não servem
para o diagnóstico e planejamento de uma campanha se não for feita a necessária leitura e
interpretação dos detalhes e cruzamentos de indicadores. Tomar decisões em cima do re-
sumo de resultados que a mídia divulga é um grande erro comum que muita gente costu-
ma cometer.
ELEITOR
CAMPANHA
VOTO
MANDATO
GESTÃO PÚBLICA
Por outro lado, as pesquisas qualitativas (que não apresentam números), não costumam
ser divulgadas pela imprensa e não são conhecidas pelo público em geral. Porém, são as
mais valiosas para finalidades estratégicas, são poderosas para entender as perspectivas
de uma candidatura pelos olhos dos eleitores. Nesse tipo de estudo, as informações são
obtidas através de entrevistas em profundidade ou discussões de grupo. A presença de um
especialista com experiência nesse tipo de abordagem é indispensável para obter os me-
lhores resultados.
Foco - O foco de uma candidatura é, em última análise, a razão mais forte e convincente
pela qual os eleitores devem votar naquele candidato e não nos outros.
de grande valia nessa etapa do marketing é a análise SWOT, sigla que vem das iniciais das
palavras inglesas Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunida-
des) e Threats (ameaças).
É fundamental que uma análise SWOT seja realizada com certa regularidade, a cada seis
meses ou no máximo um ano, de forma que se possa acompanhar as mudanças ocorridas
na imagem do político ou no cenário social. Para visualizar melhor este instrumento, ele se
divide em duas partes: a que analisa o ambiente interno (forças e fraquezas do candidato)
e a que analisa o ambiente externo (oportunidades e ameaças para o candidato). Vale
lembrar que nesta última parte os fatores não são controláveis, mas podem ser previstos.
O ponto forte de um candidato pode ser seu histórico pessoal, uma boa gestão num cargo
executivo, sua popularidade, recursos financeiros, etc. Os pontos fracos podem ser uma
má reputação, baixa popularidade, adjetivos pejorativos, má administração no executivo,
recursos e outros.
Se existe uma prática que a política absorveu do marketing comercial e que não podemos
mais abrir mão, é a segmentação do eleitorado. A importância da segmentação se torna
mais evidente em cidades de médio e grande porte. Um candidato a vereador na cidade de
São Paulo, por exemplo, não tem as mínimas condições de realizar uma campanha em to-
da a cidade, que chega a ser maior que diversos países.
Não podemos esquecer que uma campanha eleitoral tem o objetivo de comunicar a men-
sagem certa para o eleitor certo. A segmentação do eleitorado, além de ser uma estratégia
necessária, torna a campanha mais barata, já que o custo envolvido na conquista do voto
varia dentro do eleitorado.
pontânea. Então, a chance de voto é bem maior aqui e o investimento deve ser de manu-
tenção desses eleitores.
2 - Inclinados a Favor – Eleitores que poderão votar no candidato. São aqueles que
conhecem o candidato e admitem a possibilidade de votar nele, porém sem muita convic-
ção. São os eleitores que precisam de mais informações, querem mais referências e moti-
vos para definir o voto a favor do candidato. Existe chance de voto desde que haja inves-
timento em comunicação, relacionamento ou motivação.
3 - Indefinidos – Eleitores indecisos, que podem estar nessa posição por dúvida, desco-
nhecimento ou desinteresse, em relação aos candidatos, às eleições ou à política. É um
grupo que pode decidir uma eleição, especialmente quando a disputa é acirrada. Sendo a
indefinição decorrente de falta de informação ou mero desconhecimento dos candidatos,
quem chegar primeiro pode conquistar esse voto. Alta chance de voto com trabalho de
abordagem e convencimento.
Os Inclinados a Favor e os Indefinidos são os dois grupos onde devem ser concentra-
dos os maiores esforços da campanha. O “target”, ou eleitorado alvo, é aquele que quanti-
tativamente pode produzir os votos necessários para eleger o candidato.
Com estas informações, obtidas a partir de pesquisas isentas e confiáveis, será possível
identificar os tipos de eleitores e onde está o potencial de votos que pode garantir a vitó-
ELEITOR
CAMPANHA
VOTO
MANDATO
GESTÃO PÚBLICA
ria. As pesquisas ajudam a entender o eleitor, revelam onde ele se encontra, o que pensa,
qual a probabilidade de votar, valores, expectativas e outros fatores cruciais, permitindo a
realização de uma campanha mais personalizada, específica e direcionada, com maior eco-
nomia de recursos, tempo e dinheiro.
O político moderno consegue aprender com as lições das grandes marcas existentes no
mercado. Omo é diferente porque ele “lava mais branco”, Havaianas é diferente porque é
“a legítima”, Casas Bahia é diferente porque “vende mais barato”, e assim por diante.
O marketing de mercadorias e serviços utiliza essa estratégia para que o consumidor tenha
elementos auxiliares para uma comparação com outra marcas. Se existem dezenas de
marcas de sabão em pó, tenho que agregar algum valor ao meu produto que o torne dife-
rente dos demais, que faça com que ele seja lembrado mais facilmente e de forma positiva
pelo consumidor. Só assim ele vai comprá-lo e até pagar mais por ele. E isso precisa ser
reavivado na sua memória o tempo todo através da comunicação.
Entretanto, se um desses candidatos começar a trabalhar mais cedo e realizar uma campa-
nha diferente, baseada em um bom diagnóstico com planejamento consistente, escolher
um posicionamento bem definido e distinto dos demais, adotar uma estratégia eficaz de
comunicação, apresentar projetos ou propostas críveis e uma propaganda compreensível e
direcionar seus esforços para os eleitores certos, obviamente ele terá seu nome lembrado
no dia da eleição. Por isso que é de fundamental importância contar com profissionais es-
pecializados em cada área: consultoria estratégica, pesquisa, planejamento, comunicação,
assessoria política e jurídica. Como diz aquela música: cada um no seu quadrado.
ELEITOR
CAMPANHA
VOTO
MANDATO
GESTÃO PÚBLICA
É preciso lembrar que o lançamento da candidatura não vai se resumir apenas ao dia do
evento. Uma semana de preparação é o tempo suficiente para se buscar um resultado po-
sitivo, bem como, repercutir através dos meios de comunicação a realização desse evento.
Em seguida, o candidato vai partir para reuniões com moradores de bairros, lideranças
classistas e segmentos do eleitorado, demonstrando que sua candidatura também conta
com o apoio da população. Esse também é o momento ao qual o candidato vai visitar os
principais redutos eleitorais, as principais regiões, cidades ou bairros.
O objetivo principal desta fase é passar para o eleitor um clima de vitória, fazendo o candi-
dato percorrer os seus principais redutos eleitorais num curto espaço de tempo.
DEPOIS DA ELEIÇÃO
Conhecidos os resultados das urnas, o candidato não pode esquecer que eleição é um pro-
cesso que se repete com regularidade. Se a vitória for conquistada, o candidato sério e
responsável não pode virar as costas para o seu eleitorado. Deve procurar meios para a-
gradecer o apoio recebido e, no exercício do seu mandato, cumprir as promessas que as-
sumiu e prestar contas ao público sobre o seu trabalho.
Se, ao contrário, a eleição não foi vencedora, o candidato deve identificar e refletir sobre
os fatores que determinaram esse resultado, tomando o máximo cuidado para não fazer
avaliações precipitadas no calor das emoções. É comum que candidatos derrotados jo-
guem a culpa sobre os ombros de apoiadores ou assessores, principalmente sobre o con-
sultor de marketing ou coordenador de campanha. Esquecem esses candidatos que os
maiores responsáveis, tanto pela vitória como pela derrota, são eles mesmos. São eles que
arregimentam os apoiadores e contratam os assessores. São eles que fazem ou não um
bom diagnóstico, para saber se a candidatura é viável. São eles que determinam os recur-
sos que serão investidos na campanha e que aprovam o posicionamento da candidatura e
a linha de comunicação. São eles, enfim, com sua história e sua imagem, que se apresen-
tam ao público como candidatos. Muito fácil, portanto, jogar a responsabilidade pela der-
rota nas costas de terceiros, quando todo o processo foi determinado por suas decisões.
Muitas vezes, um candidato pode passar por várias derrotas eleitorais até conseguir ser
eleito. Isso é normal e temos exemplos disso em eleições de todos os níveis, inclusive pre-
sidencial. A perseverança, a disposição para fazer melhor, a organização e a capacidade de
articulação são as chaves para quem busca o sucesso eleitoral.
Capacitação e qualificação
que melhoram o desempenho
na política e na gestão pública,
orientam as campanhas eleito-
rais, dinamizam o exercício do
mandato e aumentam a satisfa-
ção de eleitores e comunidades.