LONDRINA
AULA SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT
Aos 12 anos, seus pais o enviaram a Rennes, para estudar no Colégio São
Tomás Becket, dirigido pelos jesuítas, famoso por seu curso de humanidades e
por formar seus educandos no autêntico espírito cristão. O ensino era gratuito e
seus mais de mil estudantes não eram internos, por isso Luís Maria hospedou-se
com um tio, o Abade Alain Robert de la Vizuele.
Muito caritativo, inúmeras vezes se fez esmoler para ajudar algum condiscípulo
mais pobre do que ele; atitude que se repetiu, com frequência, ao longo de sua vida
missionária. “Só falava de Deus e das coisas de Deus; só respirava o zelo pela
salvação das almas; e, não podendo conter o seu coração inflamado no amor de
Deus, só procurava aliviá-lo, através de testemunhos efetivos de caridade em
relação ao próximo”. 7
Apesar do intenso trabalho ao qual se dedicava, São Luís encontrava tempo para
desenvolver seu veio artístico: esculpia com talento, em especial imagens de
Maria, pintava, compunha melodias e poemas.
Recebeu excelente formação teológica, que foi a base do seu trabalho missionário.
Em Paris, o seminário:
Já nesse remoto século XVII, Paris exercia sobre seus visitantes fascinante atração.
Ao entrar na cidade, o primeiro sacrifício feito por Luís foi o da mortificação da
curiosidade: estabeleceu um pacto com seus olhos, negando-lhes o lícito prazer de
contemplar as incomparáveis obras de arte parisienses. Assim, quando partiu, dez
anos depois, nada havia visto que satisfizesse seus sentidos.
De Nantes a Poitiers:
O missionário decidiu peregrinar a Roma, a pé, a fim de procurar junto ao Papa uma
luz que desse o rumo de sua vida.
Recebido com extrema bondade por Clemente XI, este o encorajou a continuar
exercendo seu trabalho missionário na própria França. E para “lhe conferir mais
autoridade, deu ao padre Montfort o título de Missionário apostólico”. 16 A pedido
do Santo, concedeu o Pontífice indulgência plenária a todos os que osculassem
seu Crucifixo de marfim, na hora da morte, “pronunciando os nomes de Jesus
e Maria com contrição dos seus pecados”.
Fortalecido pela bênção papal e com o Crucifixo afixado no alto do cajado que
o acompanhava nas missões, Grignion voltou à França, sem nada temer das
perseguições ou contrariedades, continuou semeando por toda parte o amor à
Sabedoria Eterna e a Nossa Senhora, e a excelência do Santo Rosário.
Converteu populações inteiras, mudou costumes licenciosos no campo, nas
cidades e aldeias, levantou Calvários, restaurou capelas e combateu o espírito
jansenista, tão disseminado na época.
Ele ficava mais ou menos três meses em cada comunidade. Tinha dotes artísticos.
Fabricava imagens, fazia estandartes, plantava três cruzes em tamanho natural de
um corpo humano sempre nos lugares mais altos. Mudava as letras de músicas
conhecidas por letras marianas. Transformava bares, boates, e tudo o que era
profano, em capelas, salas de catequese, locais de convívio para as famílias.
Ao final da missão ele sempre fazia uma procissão com Santíssimo Sacramento na
frente e todo o povo cantando com estandartes na mão com figuras de Jesus e
Maria pintados por ele. Todo o povo se confessava e fazia a firme resolução de não
mais pecar. Após a Santa Missa, todos assinavam uma carta de consagração,
elaborada pelo próprio São Luís, com a renovação das promessas batismais.
Quando partia para outra comunidade, São Luís deixava algumas pessoas
responsáveis por dar continuidade à missão. Formava confrarias que se reuniam
todos os dias para rezarem juntos o santo Rosário.
São Luís foi pouco compreendido por muitos eclesiásticos seus contemporâneos
e viu desencadear-se sobre si uma onda de interdições. Prosseguia sua missão,
sem desanimar, sendo acolhido pelos Bispos das Dioceses de Luçon e La Rochelle,
na Vandeia, região que reagirá, no fim daquele século, à impiedade difundida pela
Revolução Francesa.
As regiões em que nosso Santo teve liberdade de pregar sua doutrina e em que as
massas humildes o seguiram, foram aquelas em que os "chouans" se levantaram,
com armas na mão, contra a impiedade e a subversão. Eram os descendentes dos
camponeses que haviam sido missionados pelo grande Santo, e preservados assim
dos germens da Revolução.
Corria o ano de 1716. Consumido pelo trabalho, o dedicado pregador foi acometido
por uma pleurisia aguda*, mas não cancelou o sermão prometido para a tarde da
visita do Bispo de La Rochelle, Dom Étienne de Champflour, em 22 de abril, no qual
falou sobre a doçura de Jesus. Contudo, teve de ser levado do púlpito quase
agonizante…(*Pleurisia é a inflamação das pleuras, tecidos que revestem os
pulmões e a parede do peito. É natural que as pleuras se rocem quando respiramos
e os pulmões se expandem, e no geral elas não têm atrito entre si. No entanto,
quando a p leurisia o
corre, o atrito entre os tecidos causa dor, que piora durante a
respiração.)
Passados alguns dias, pressentindo a morte que já previra para aquele ano, ele
pediu que, quando o pusessem no ataúde, lhe fossem mantidas no pescoço, nos
braços e nos pés as cadeias que usava como sinal de escravidão de amor à
Santíssima Virgem. Em 27 de abril, o enfermo ditou seu testamento e legou sua
obra missionária ao padre René Mulot.
Exatamente 43 anos após o dia da sua morte, em 28 de abril 1759 Marie Louise
Trichet (com quem ele fundou as filhas da sabedoria) também morreu em
Saint-Laurent-sur-Sèvre e foi enterrada ao lado de Luís. Mais de dois séculos mais
tarde, em 19 de Setembro de 1996, o Papa João Paulo II (que beatificou Marie
Louise Trichet)
O túmulo do santo, a sua casa e os locais em que viveu são agora alvo das
"Peregrinações Montfortianas", com cerca de 25.000 visitantes por ano. A casa em
que ele nasceu é a nº 15, Rue de la Saulnerie em Montfort-sur-Meu. Agora, é
propriedade conjunta dos três congregações Montfortianas que ele formou: os
Missionários de Montfort, as Filhas da Sabedoria e os Irmãos de São Gabriel. A
Basílica de São Luís de Montfort em Saint-Laurent-sur-Sèvre é uma estrutura
impressionante, que atrai um bom número de peregrinos a cada ano.
A INFLUÊNCIA NOS PAPAS:
Ele influenciou quatro papas (Papa Leão XIII, Papa Pio X, Papa Pio XII e o Papa
João Paulo II), e agora está sendo considerada a possibIlidade de reconhecê-lo
como um doutor da Igreja.
Papa Leão XIII: O Papa Leão XIII baseado nos escritos de São Luís de Montfort
promulgou dez encíclicas sobre o Santo Rosário e a devoção mariana. Leão XIII o
beatificou em 1888.
Papa Pio XII : O Papa Pio XII foi um pontífice com uma forte devoção mariana, ele
ficou impressionado com o trabalho de São Luís, e quando ele canonizou Montfort
em 27 de julho de 1947, disse: "Só Deus era tudo para ele. Devemos permanecer
fiéis à herança preciosa que nos deixou este grande santo (…)
Papa João Paulo II : O Papa João Paulo II recordou uma vez como ainda jovem
seminarista "leu e releu muitas vezes e com grande lucro espiritual" um dos
trabalhos de Montfort, e que: "Então eu percebi que eu não poderia excluir a Mãe do
Senhor da minha vida, sem obscurecer a vontade de Deus-Trindade."[16]
De acordo com a sua Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, e o lema pessoal
pontifício "Totus tuus" foi inspirado na "doutrina sobre a excelência da devoção
mariana e total consagração" de São Luís de Montfort.
Seria um erro, contudo, considerar São Luís Grignion apenas como um excelente
missionário na França do século XVIII. Com o olhar posto no futuro, sua fogosa
alma tinha por meta estender o Reino de Cristo, por meio de Maria, e para isto
servia-se de uma forma de evangelização que hoje não poderia ser mais atual: “ir de
paróquia em paróquia, catequizar os pequeninos, converter os pecadores, pregar o
amor a Jesus, a devoção à Santíssima Virgem e reclamar, em voz alta, uma
Companhia de missionários a fim de abalar o mundo através do seu apostolado”.
Num élan profético, previu ele a vinda de missionários que, por seu inteiro abandono
nas mãos da Virgem Maria, satisfariam os mais íntimos anseios do Coração de seu
Divino Filho: “Deus quer que sua Santíssima Mãe seja agora mais conhecida, mais
amada, mais honrada, como jamais o foi”. Não obstante, se perguntava: “Quem
serão estes servidores, escravos e filhos de Maria?”. Serão eles, afirmava, “os
verdadeiros apóstolos dos últimos tempos, aos quais o Senhor das virtudes
dará a palavra e a força para operar maravilhas”. Antevia que seriam
inteiramente abrasados pelo fogo do amor divino: “sacerdotes livres de vossa
liberdade, desapegados de tudo, sem pai, sem mãe, sem irmãos, sem irmãs, sem
parentes segundo a carne, sem amigos segundo o mundo, sem bens, sem
obstáculos, sem cuidados, e até mesmo sem vontade própria”.
São Luís Maria Grignion de Montfort não foi senão o precursor desses apóstolos
dos últimos tempos. Modelo vivo dos ardorosos missionários que prognosticava,
manteve a certeza inabalável de que, quando se conhecesse e se praticasse tudo
quanto ele ensinava, chegariam indefectivelmente os tempos que previa: “Ut
adveniat regnum tuum, adveniat regnum Mariæ — Para vir o Reino de Cristo,
venha o Reino de Maria. Reino este que, em germe, já habitava em sua alma,
tornando-o o primeiro apóstolo dos últimos tempos.
OBRAS:
"Jesus Cristo veio ao mundo por meio da Santíssima Virgem, e por Ela deve
também reinar no mundo" (Tratado da Verdadeira Devoção).
Nessa frase simples se resume todo o programa de São Luís para a aquisição da
sabedoria e a conseqüente instauração do reino de Cristo nas almas e na
sociedade. Maria Santíssima, Mãe da Sabedoria Encarnada, é o melhor caminho
para encontrar o Filho de Deus.
2. Deus quer servir-se de Maria na santificação das almas. Pois sendo Ele
invariável em sua conduta, é ainda e sempre através de Maria que forma Jesus
Cristo nas almas. Ele continua sendo o "bendito fruto" de seu ventre e "é certo
que Jesus Cristo para cada homem que o possui em particular, é tão
verdadeiramente fruto e obras de Maria, como o é para todo o mundo em
geral" (TVD, 33).
2. Ela é terna, gerando na alma uma grande confiança, que faz recorrer a Maria
em todas as suas necessidades, como uma criança recorre a sua mãe;
3. Ela é santa, isto é, faz com que se evite todo o pecado e se imitem as
virtudes da Santíssima Virgem;
Todas essas notas, São Luís as reúne na prática que chama de escravidão de
amor à Santíssima Virgem, pela qual se entregam a Maria todos os bens
interiores e exteriores, para que de tudo Ela disponha segundo o agrado de
Deus.
A PROFECIA: “ Prevejo que muitos animais frementes virão em fúria para rasgar
com seus dentes diabólicos este pequeno escrito e aquele de quem o Espírito Santo
se serviu para o compor. Ou pelo menos procurarão envolver este livrinho nas
trevas e no silêncio de uma arca, a fim de que não apareça. Atacarão mesmo e
perseguirão aqueles que o lerem e puserem em prática. Mas, que importa? Tanto
melhor! Esta visão me anima e me faz esperar um grande êxito, isto é, um grande
esquadrão de bravos e valorosos soldados de Jesus e Maria, de ambos os sexos,
que combaterão o mundo, o demônio e a natureza corrompida, nos tempos
perigosos que mais do que nunca se aproximam!” (nº 114).
O escrito não tinha nenhum título e se percebeu que lhe faltavam 8 páginas ao início
e ao menos uma no final. Foi escolhido um título, o atual, que se transformou em
tradicional. As edições se multiplicaram em ritmo acelerado. Hoje se sabe que a
obra já superou 400 edições. Foi definida “preparação para a segunda vinda de
Jesus Cristo”, um verdadeiro tesouro. Muitos santos e beatos, fundadores e
sacerdotes, diretores de almas, religiosos e leigos, ali encontraram um verdadeiro
tesouro de santidade.
Um pequeno escrito, de fato, mas que iluminou o caminho de grandes almas. João
Paulo II, o Papa do “Totus tuus”, em 1997, em ocasião do aniversário da
canonização de São Luís de Montfort (20 de julho de 1947), disse: “Este
tesouro não deve permanecer escondido!”. Assim, o tesouro que o maligno
queria esconder, os santos o descobriram, compreenderam o seu valor e
sentiram o desejo de fazê-lo conhecido
Nas suas aparições, Nossa Senhora de La Salette, tal como São Luís de Montfort,
falou dos Apóstolos dos Últimos Tempos.
São Luís Maria Grignion de Montfort, na sua obra "Tratado da Verdadeira Devoção
à Santíssima Virgem Maria", profetizou o surgimento futuro daqueles a que o próprio
santo chamou de "Apóstolos dos Últimos Tempos" e que viriam a ser
confirmados, mais tarde, durante as aparições de Nossa Senhora de La Salette:
“ PROFECIA DE SÃO LUÍS:
Para seguir a Cruz, o próprio Luís fazia questão de pregar-se ao madeiro com
Cristo. E indicava o mesmo caminho aos seus filhos: " Para nos despojar de nós
mesmos, é preciso morrer todos os dias. (...) Se não morrermos para nós mesmos,
e se as nossas devoções mais santas não nos levam a esta morte necessária e
fecunda, não daremos fruto que valha"
E advertia aos que chamava de "amigos da Cruz": "Tende bem cuidado para não
admitir em vossa companhia os delicados e sensuais, que temem a menor picadela,
que se queixam de mínima dor, que nunca provaram a crina, o cilício, a disciplina e,
entre as suas devoções em moda, misturam a mais disfarçada e refinada delicadeza
e falta de mortificação"