Você está na página 1de 17

​CONSAGRA-TE

LONDRINA
AULA SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT

São Luís Maria Grignion de Montfort nasceu em 31 de Janeiro de 1673, em


Montfort, na Bretanha francesa. Seu pai era João Batista Grignion de Bachelleraie
e sua mãe, Joanna Visuelle de Chesnais. Ele era o filho mais velho de uma família
numerosa. Teve, ao todo 17 irmãos, dos quais um padre, um irmão dominicano,
uma irmã beneditina e uma irmã sacramentina.

Quando ainda muito menino, a família se instalou na propriedade do Bois-Marquer,


em Iffendic. A velha igreja desta cidade foi o cenário de suas primeiras orações e o
berço de sua ardorosa devoção ao Santíssimo Sacramento​. Ali fez a Primeira
Comunhão e​ passava horas em recolhimento.

Seu ​espírito apostólico manifestava-se desde a infância​, ao encorajar a mãe nas


dificuldades domésticas ou na atenção a seus irmãos, em especial à pequena
Luísa, que veio a ser religiosa beneditina do Santíssimo Sacramento, com sua
ajuda.

Conheceu o amor a Maria Santíssima no coração de sua mãe​, e este amor se


tornou a via montfortiana por excelência. Na verdade, “a Santíssima Virgem foi a
primeira a escolhê-lo e a elegê-lo um dos seus maiores favoritos​, e gravara na
sua jovem alma a ternura tão singular que ele sempre Lhe votara”. ​5

. Ao receber o Crisma, acrescentou o nome de Maria. Algum tempo depois,


abandonou o nome da família e passou a se chamar Luís Maria Montfort.
No colégio dos jesuítas de Rennes:

Aos ​12 anos, seus pais o enviaram a Rennes​, para estudar no Colégio São
Tomás Becket, dirigido pelos jesuítas, famoso por seu ​curso de humanidades e
por formar seus educandos no autêntico espírito cristão​. O ensino era gratuito e
seus mais de mil estudantes não eram internos, por isso Luís Maria hospedou-se
com um tio, o Abade Alain Robert de la Vizuele.

Excelente aluno, dedicava-se ao estudo com afinco, compreendendo sua


importância para a vida espiritual e o futuro ministério que tinha em vista. Seu
espírito recolhido o afastava do bulício da multidão ruidosa dos rapazes e sua
distração era visitar as igrejas da cidade onde havia belas e atraentes imagens
de Maria Santíssima​. Não há dúvida de que esta terna e sincera devoção foi a
salvaguarda de sua​ pureza ​e abrigo seguro contra as solicitações do mundo.

Ali ​conheceu Jean-Baptiste Blain e Claude-François Poullart des Places, dos


quais tornou-se grande amigo. Mais tarde, eles lhe serão valiosos apoios em suas
fundações. ​Pertencia à Congregação Mariana do colégio ​e, com Poullart des
Places, ​organizou uma associação em honra da Santíssima Virgem, visando
fazer crescer a dedicação a Ela, “encorajar os seus colegas ao fervor e fazer
brilhar aos olhos das almas jovens as belezas do sacerdócio e do apostolado”. ​6
Blain, depois da morte do Santo, escreveu suas recordações pessoais e memórias,
tornando-se uma das principais fontes históricas da vida dele.

Muito caritativo, inúmeras vezes ​se fez esmoler ​para ajudar algum condiscípulo
mais pobre do que ele; atitude que se repetiu, com frequência, ao longo de sua vida
missionária. “Só falava de Deus e das coisas de Deus; só respirava o zelo pela
salvação das almas; e, não podendo conter o seu coração inflamado no amor de
Deus, só procurava aliviá-lo, através de testemunhos efetivos de caridade em
relação ao próximo”. ​7

Apesar do intenso trabalho ao qual se dedicava, São Luís encontrava tempo para
desenvolver seu veio artístico: ​esculpia com talento, em especial imagens de
Maria, pintava, compunha melodias e poemas.

Em Rennes sentiu o chamado definitivo ao estado eclesiástico. Conta um de seus


companheiros — a quem ele confidenciara esta graça — ter sido ​aos pés de Nossa
Senhora da Paz, na igreja dos carmelitas, que conheceu sua vocação
sacerdotal​, “a única que Deus lhe indicava, por intermédio da Virgem Maria”. ​8

Recebeu excelente formação teológica, que foi a base do seu trabalho missionário.

Em Paris, o seminário:

Em 1693 dirigiu-se a Paris, a fim de preparar-se para o sacerdócio​. Deixava


para trás a terra natal e a família, e quis percorrer a pé os mais de 300 km que o
separavam da capital francesa. Este será invariavelmente seu modo de viajar, seja
em peregrinação, seja em missão.

Já nesse remoto século XVII, ​Paris ​exercia sobre seus visitantes fascinante atração.
Ao entrar na cidade, o primeiro sacrifício feito por Luís foi o da mortificação da
curiosidade: estabeleceu um pacto ​com seus olhos​, negando-lhes o lícito prazer de
contemplar as incomparáveis obras de arte parisienses​. Assim, quando partiu, dez
anos depois, nada havia visto que satisfizesse seus sentidos.

Começou os estudos no seminário ​do padre Claude de la Barmondière,


destinado a receber jovens pouco afortunados​. Com a morte deste religioso,
Montfort se transferiu para o Colégio Montaigu, dirigido pelo padre Boucher. A
alimentação ali era muito deficiente e suas penitências tão austeras que lhe
abalaram a saúde e o levaram ao hospital. Todos acreditavam que morreria, tão
grave era seu estado, mas ele nunca duvidou da cura, pois sentia não haver
chegado sua hora. E, de fato, logo se restabeleceu.

Quis a Divina Providência obter-lhe os meios para terminar os estudos no


Pequeno Seminário de Saint-Sulpice. O ​diretor ​daquela instituição, conhecedor
da fama de santidade do seminarista, “encarou como uma grande graça de Deus a
entrada deste jovem eclesiástico na sua casa. Para prestar a Deus ações de graças,
mandou rezar o Te Deum​”. Entretanto, tratava-o com muito rigor, para ​pôr à prova
suas virtudes; começou então para nosso Santo uma via de humilhações, que
se prolongou ao longo de toda a sua vida.
Por fim, sacerdote!

Executava com a maior perfeição possível as funções que lhe eram


designadas, quer nos serviços mais humildes ou nos estudos, quer na
ornamentação da igreja do seminário ou como cerimoniário litúrgico, no
serviço do altar.

Suas ​primeiras missões remontam a esta época. Algumas eram feitas


internamente, para aumentar a devoção de seus confrades; outras consistiam em
aulas de catecismo ou pregações, para pessoas de fora do seminário. “Possuía
um ​raro talento para tocar os corações​”: ​10 às crianças falava de Deus, da
bondade de Maria, dos Sacramentos que precisavam receber; aos adultos pedia
que santificassem seu labor com as mentes postas no Céu.

Esforçava-se por comunicar a prática da escravidão de amor a Nossa Senhora


a seus condiscípulos e estabeleceu no seminário uma associação dos
escravos de Maria. Todavia, não faltaram opositores que o taxaram de
exagerado. Aconselhado pelo padre Louis Tronson, superior de Saint-Sulpice,
passou a designar esses devotos como “escravos de Jesus em Maria”, 11 e
vai ser esta expressão que mais tarde ficará consignada no seu Tratado da
verdadeira devoção à Santíssima Virgem.

“À medida que a aurora do sacerdócio despontava no horizonte, ​Luís Maria sentia


mais do que nunca a necessidade de separar-se da Terra a fim de se recolher
completamente em Deus”​. Foi ordenado em 5 de junho de 1700, dia de
Pentecostes, e quis celebrar sua ​primeira Missa na capela de Maria Santíssima,
situada atrás do coro da Igreja de Saint-Sulpice, tantas vezes ornada por ele
durante os anos passados no seminário. Blain, seu amigo e biógrafo, resumiu em
quatro palavras suas impressões sobre aquele espetáculo sobrenatural: era “um
anjo no altar”.

De Nantes a Poitiers​:

O ​espírito sacerdotal do padre Luís Maria sentia insaciável sede de almas e as


missões em terras distantes o atraíam sobremaneira. Perguntava-se: “Que
fazemos nós aqui […] enquanto há tantas almas que perecem no Japão e na Índia,
por falta de pregadores e catequistas?”.
Seu coração se dividia entre o desejo da vida oculta e recolhida e o apelo às
missões populares, que tanto o atraíam.

Uma feliz ​experiência missionária em Grandchamps, nos arredores de Nantes,


foi decisiva para tornar patentes seus ​dotes como evangelizador​. Algum tempo
depois, o Bispo de Poitiers o chamou para trabalhar no hospital desta cidade, pois
uma curta permanência sua anterior por lá deixara tal rastro sobrenatural, que os
pobres internos o solicitavam para capelão.

​ oi também nesta cidade que conheceu Catherine Brunet e Maria Luísa


F
Trichet, com quem fundaria mais tarde, em Saint-Laurent-sur-Sèvre, as Filhas
da Sabedoria.

Bênção papal: ​missionário apostólico ação missionária de São Luís Grignion


acabou por despertar ​ciúmes, intrigas e até perseguições ​por parte dos que o
deveriam defender, obrigando-o a regressar a Paris.

O missionário decidiu peregrinar a Roma, a pé, a fim de procurar junto ao Papa uma
luz que desse o rumo de sua vida.

Recebido com extrema bondade por ​Clemente XI, este o encorajou a continuar
exercendo seu trabalho missionário na própria França. E para “lhe conferir mais
autoridade, deu ao padre Montfort o ​título de Missionário apostólico​”. ​16 A ​pedido
do Santo, concedeu o Pontífice indulgência plenária a todos os que osculassem
seu Crucifixo de marfim, na hora da morte, “pronunciando os nomes de Jesus
e Maria com contrição dos seus pecados”.

Fortalecido pela bênção papal e com o Crucifixo afixado no alto do cajado que
o acompanhava nas missões, Grignion voltou à França, sem nada temer das
perseguições ou contrariedades, ​continuou semeando por toda ​parte o amor à
Sabedoria Eterna e a Nossa Senhora, ​e ​a excelência do Santo Rosário​.
Converteu populações inteiras, mudou costumes licenciosos no campo, nas
cidades e aldeias, levantou Calvários, restaurou capelas e combateu o espírito
jansenista, tão disseminado na época.

Sobre a heresia do Jansenismo:

Jansênio, Bispo de Ypres​, escreveu um livro intitulado Augustinus, no qual


defendia, entre outras a tese de que as pessoas nascem predestinadas ao céu
ou ao inferno. Deus não daria a graça suficiente para alguns se salvarem, de
modo que tais pessoas inevitavelmente se perderiam​. O Jansenismo tinha
ligações profundas com a teologia protestante, especialmente com o Calvinismo.

Na moral, os jansenistas defendiam um ​rigorismo que os levava a


considerar ​Deus sem misericórdia​. Daí, eles combaterem a devoção ao Sagrado
Coração de Jesus, fonte de misericórdia.

Como seus antecessores protestantes, eles ​eram contra o culto aos


santos, ​e, principalmente, contra a devoção a Nossa Senhora. Eles se diziam
cristocêntricos. O que não os impedia de cultuarem os santos deles, de sua seita,
ainda que não fossem canonizados. Eles organizaram, um verdadeiro culto para um
dos membros da seita, o Cônego Pâris, no cemitério de St Médard, em Paris.
Distribuíam suas relíquias, e nas orações que faziam junto ao túmulo desse pseudo
santo, eles entravam em falsos êxtases. Culto de relíquias e varadas nas costas dos
membros da seita eram atitudes comuns na seita jansenista.

Na organização da Igreja, os jansenistas ​desejavam uma diminuição do


poder papal​, com o ​aumento do poder dos Bispos​, que seriam ​eleitos​. O
Jansenismo defendia também a eleição dos párocos. Eram eles, pois,
democratizantes na esfera eclesiástica, o que os fez conseqüentemente, na civil,
apoiarem a Revolução Francesa.

Em ​matéria de Liturgia , eles defendiam a Missa dita na língua do povo​.


Eram contrários à pompa. Também eram favoráveis a uma maior participação do
povo na Missa. Foi um padre jansenista que organizou, ainda antes da Revolução
Francesa, Missas com procissão de ofertório, com o povo levando mantimentos ao
altar.

Os méritos de Cristo são infinitos e, portanto, objetivamente suficientes


para todos os homens. É o que se chama de ​Redenção objetiva.

Entretanto, ​nem todos os homens aproveitam dos méritos infinitos de Cristo,


por recusarem o batismo, ou recusarem a Fé e os sacramentos. Estes sujeitos que
tal recusa fazem, ​não se salvam por não quererem se aproveitar dos méritos
infinitos de Cristo. ​Por isso, se ensina na doutrina católica, que embora a
redenção seja objetivamente suficiente para todos, ela não é aproveitada por todos,
mas só por muitos.
As MIssões de são Luís:

Ele ficava mais ou menos três meses em cada comunidade. Tinha dotes artísticos.
Fabricava imagens, fazia estandartes, plantava três cruzes em tamanho natural de
um corpo humano sempre nos lugares mais altos. Mudava as letras de músicas
conhecidas por letras marianas. Transformava bares, boates, e tudo o que era
profano, em capelas, salas de catequese, locais de convívio para as famílias.

Separava em grupos: crianças, mulheres, homens e soldados. Muitos milagres


aconteciam, multiplicação dos pães e da sopa, curas, acontecimentos inexplicáveis.

Ao final da missão ele sempre fazia uma procissão com Santíssimo Sacramento na
frente e todo o povo cantando com estandartes na mão com figuras de Jesus e
Maria pintados por ele. Todo o povo se confessava e fazia a firme resolução de não
mais pecar. Após a Santa Missa, todos assinavam uma carta de consagração,
elaborada pelo próprio São Luís, com a renovação das promessas batismais.

Quando partia para outra comunidade, São Luís deixava algumas pessoas
responsáveis por dar continuidade à missão. Formava confrarias que se reuniam
todos os dias para rezarem juntos o santo Rosário.

São Luís foi pouco compreendido por muitos eclesiásticos seus contemporâneos
e viu desencadear-se sobre si uma onda de interdições. ​Prosseguia sua missão,
sem desanimar, sendo acolhido pelos Bispos das Dioceses de Luçon e La Rochelle,
na Vandeia, região que reagirá, no fim daquele século, à impiedade difundida pela
Revolução Francesa.

As regiões em que nosso Santo teve liberdade de pregar sua doutrina e em que as
massas humildes o seguiram, foram aquelas em que os "chouans" se levantaram,
com armas na mão, contra a impiedade e a subversão. Eram os descendentes dos
camponeses que haviam sido missionados pelo grande Santo, e preservados assim
dos germens da Revolução.

C​orria o ano de 1716. Consumido pelo trabalho, o dedicado pregador foi acometido
por uma pleurisia aguda*​, mas não cancelou o sermão prometido para a tarde da
visita do Bispo de La Rochelle, Dom Étienne de Champflour, em 22 de abril, no qual
falou sobre a doçura de Jesus. Contudo​, teve de ser levado do púlpito quase
agonizante​…(​*Pleurisia é a inflamação das pleuras, tecidos que revestem os
pulmões e a parede do peito. É natural que as pleuras se rocem quando respiramos
e os pulmões se expandem, e no geral elas não têm atrito entre si. No entanto,
quando a p​ leurisia o
​ corre, o atrito entre os tecidos causa dor, que piora durante a
respiração.)

Passados alguns dias, ​pressentindo a morte que já previra para aquele ano, ele
pediu que, quando o pusessem no ataúde, ​lhe fossem mantidas no pescoço, nos
braços e nos pés as cadeias que usava como sinal de escravidão de amor à
Santíssima Virgem​. Em 27 de abril, o enfermo ditou seu testamento e legou sua
obra missionária ao padre René Mulot.

A manhã seguinte parecia anunciar o momento derradeiro. Na mão direita


segurava o Crucifixo indulgenciado pelo Papa Clemente XI e na esquerda, uma
imagenzinha de Maria que sempre o acompanhara, ​os quais osculava e
contemplava com enorme piedade. Pela tarde, o moribundo parecia travar sua luta
extrema contra um inimigo invisível: ​“É em vão que tu me atacas. Eu estou entre
Jesus e Maria. Deo gratias et Mariæ. Cheguei ao fim da minha carreira: pronto,
não pecarei mais!”.​ ​1 Ao anoitecer, entregou sua alma a Deus, com apenas 43
anos de idade.

Milhares de pessoas vieram venerar os restos mortais de seu apóstolo e Dom


Champflour afirmou haver perdido “o melhor sacerdote da diocese”. Este era São
Luís Maria Grignion de Montfort, um “padre que vivera com a pureza dum Anjo,
trabalhara com o zelo dum Apóstolo e sofrera com o rigor dum penitente”.

Milhares de pessoas se reuniram para o seu enterro na igreja paroquial, e muito


rapidamente, houve histórias de ​milagres​ realizados em seu túmulo.

Exatamente 43 anos após o dia da sua morte, em 28 de abril 1759 Marie Louise
Trichet (com quem ele fundou as filhas da sabedoria) também morreu em
Saint-Laurent-sur-Sèvre e foi enterrada ao lado de Luís. Mais de dois séculos mais
tarde, em 19 de Setembro de 1996, o ​Papa João Paulo II (que beatificou Marie
Louise Trichet)

O túmulo do santo, a sua casa e os locais em que viveu são agora alvo das
"Peregrinações Montfortianas", com cerca de 25.000 visitantes por ano. A casa em
que ele nasceu é a nº 15, Rue de la Saulnerie em Montfort-sur-Meu. Agora, é
propriedade conjunta dos três congregações Montfortianas que ele formou: os
Missionários de Montfort, as Filhas da Sabedoria e os Irmãos de São Gabriel. A
Basílica de São Luís de Montfort em Saint-Laurent-sur-Sèvre é uma estrutura
impressionante, que atrai um bom número de peregrinos a cada ano.
A INFLUÊNCIA NOS PAPAS:

Ele influenciou quatro papas (​Papa Leão XIII​, ​Papa Pio X​, ​Papa Pio XII e o ​Papa
João Paulo II​), e agora está sendo considerada a possibIlidade de reconhecê-lo
como um doutor da Igreja.

O Papa Leão XIII e o Papa Pio X invocaram os escritos de Luís de Montfort e


promulgaram sua visão Mariana. Foi dito, que a encíclica Mariana de Pio X, Ad
Diem Illum não foi apenas influenciada, mas penetrou pela Mariologia de Montfort.
e, que tanto Leão XIII e Pio X aplicaram a análise Mariana de Montfort à Igreja como
um todo.

Papa Leão XIII: ​O Papa Leão XIII baseado nos escritos de São Luís de Montfort
promulgou dez encíclicas sobre o Santo Rosário e a devoção mariana. Leão XIII o
beatificou em ​1888​.

Papa Pio XII : ​O Papa Pio XII foi um pontífice com uma forte devoção mariana, ele
ficou impressionado com o trabalho de São Luís, e quando ele canonizou Montfort
em 27 de julho de 1947, disse: "Só Deus era tudo para ele. Devemos permanecer
fiéis à herança preciosa que nos deixou este grande santo (…)

Papa João Paulo II : ​O Papa João Paulo II recordou uma vez como ainda jovem
seminarista "leu e releu muitas vezes e com grande lucro espiritual" um dos
trabalhos de Montfort, e que: "Então eu percebi que eu não poderia excluir a Mãe do
Senhor da minha vida, sem obscurecer a vontade de Deus-Trindade."​[16]

De acordo com a sua Carta Apostólica ​Rosarium Virginis Mariae​, e o lema pessoal
pontifício "Totus tuus" foi inspirado na "doutrina sobre a excelência da devoção
mariana e total consagração" de São Luís de Montfort.

Os pensamentos, escritos, e o exemplo de São Luís Maria Grignion de Montfort,


também foram apontados pela encíclica Redemptoris Mater do mesmo papa como
um distintivo testemunho de espiritualidade mariana na ​tradição católica​. Ao falar
com os Padres Montfortianos, o pontífice também declarou que a sua leitura do
trabalho do santo "Tratado da Verdadeira Devoção a Maria" foi uma "decisiva
virada" na sua vida.
Olhar posto no futuro…

Seria um erro, contudo, considerar São Luís Grignion apenas como um excelente
missionário na França do século XVIII. Com o olhar posto no futuro, sua fogosa
alma tinha por meta estender o Reino de Cristo, por meio de Maria, e para isto
servia-se de uma forma de evangelização que hoje não poderia ser mais atual: “ir de
paróquia em paróquia, catequizar os pequeninos, converter os pecadores, pregar o
amor a Jesus, a devoção à Santíssima Virgem e reclamar, em voz alta, uma
Companhia de missionários a fim de abalar o mundo através do seu apostolado”.

Num élan profético, previu ele a vinda de missionários que, por seu inteiro abandono
nas mãos da Virgem Maria, satisfariam os mais íntimos anseios do Coração de seu
Divino Filho: “Deus quer que sua Santíssima Mãe seja agora mais conhecida, mais
amada, mais honrada, como jamais o foi”. Não obstante, se perguntava: ​“Quem
serão estes servidores, escravos e filhos de Maria?”. Serão eles, afirmava, “os
verdadeiros apóstolos dos últimos tempos, aos quais o Senhor das virtudes
dará a palavra e a força para operar maravilhas”.​ Antevia que seriam
inteiramente abrasados pelo fogo do amor divino: “sacerdotes livres de vossa
liberdade, desapegados de tudo, sem pai, sem mãe, sem irmãos, sem irmãs, sem
parentes segundo a carne, sem amigos segundo o mundo, sem bens, sem
obstáculos, sem cuidados, e até mesmo sem vontade própria”.

São Luís Maria Grignion de Montfort não foi senão o precursor desses apóstolos
dos últimos tempos. Modelo vivo dos ardorosos missionários que prognosticava,
manteve a certeza inabalável de que, quando se conhecesse e se praticasse tudo
quanto ele ensinava, chegariam indefectivelmente os tempos que previa: “Ut
adveniat regnum tuum, adveniat regnum Mariæ — Para vir o Reino de Cristo,
venha o Reino de Maria. Reino este que, em germe, já habitava em sua alma,
tornando-o o primeiro apóstolo dos últimos tempos.

Fundou a Congregação dos Missionários Monfortinos, das Filhas da Sabedoria e


dos Irmãos de São Gabriel. ​As congregações de Montfort cresceram e se
espalharam, primeiro na França e, em seguida, ao longo de todo o mundo.

OBRAS:

Também escreveu vários livros, dos quais destaca-se o “​Tratado da Verdadeira


Devoção à Santíssima Virgem​”, ​“Amor da Eterna Sabedoria”, “​O Segredo de
Maria”, “​O Segredo do Rosário”​, “Cartas aos amigos da Cruz”, “ Regras para
a Companhia de Maria e as Filhas da Sabedoria” , e muitos hinos.
"Só Deus" é​ o lema de São Luís Maria Grignion de Montfort e repete-se mais de
150 vezes em seus escritos.

“A Sabedoria” - palavra chave do vocabulário montfortiano - é a busca constante e


a única aspiração do incansável apóstolo. E a Sabedoria se encontra no sofrimento,
na cruz. Porque a Sabedoria foi crucificada.

"Jesus Cristo veio ao mundo por meio da Santíssima Virgem, e por Ela deve
também reinar no mundo" ​(Tratado da Verdadeira Devoção).

Nessa frase simples se resume todo o programa de São Luís para a aquisição da
sabedoria e a conseqüente instauração do reino de Cristo nas almas e na
sociedade. Maria Santíssima, Mãe da Sabedoria Encarnada, é o melhor caminho
para encontrar o Filho de Deus.

O TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO:

O "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem", certamente a mais


importante das obras teológicas sobre a devoção à Virgem Maria.

Essa devoção se fundamenta em dois princípios:

1. Deus quis servir-se de Maria na Encarnação, ou seja, o Verbo de Deus se fez


homem através de Maria, com o consentimento d'Ela, com a participação
d'Ela. O Pai pediu sua anuência; o filho habitou seu seio; o Espírito Santo a
cobriu com sua sombra (cfr. Lc 1,35).

2. Deus quer servir-se de Maria na santificação das almas. Pois sendo Ele
invariável em sua conduta, é ainda e sempre através de Maria que forma Jesus
Cristo nas almas. Ele continua sendo o "bendito fruto" de seu ventre e "é certo
que Jesus Cristo para cada homem que o possui em particular, é tão
verdadeiramente fruto e obras de Maria, como o é para todo o mundo em
geral" (TVD, 33).

Por isso a devoção à Santíssima Virgem é necessária a todos os homens para


a salvação e, muito especialmente, àqueles que são chamados a uma
perfeição particular" (TVD, 40-43).
A verdadeira devoção à Santíssima Virgem tem, segundo São Luís, cinco
características:

1. Ela é interior, ou seja, vem do espírito e do coração, fundamentando-se


numa idéia adequada do enorme papel representado por Maria no plano da
Redenção, e num amor coerente com essa idéia;

2. Ela é terna, gerando na alma uma grande confiança, que faz recorrer a Maria
em todas as suas necessidades, como uma criança recorre a sua mãe;

3. Ela é santa, isto é, faz com que se evite todo o pecado e se imitem as
virtudes da Santíssima Virgem;

4. Ela é constante, consolidando a alma no bem e fazendo com que não


abandone facilmente o caminho iniciado.

5. Ela é desinteressada, inspirando a alma a buscar mais a glória de Deus que


suas próprias vantagens.

Todas essas notas, São Luís as reúne na prática que chama de escravidão de
amor à Santíssima Virgem, pela qual se entregam a Maria todos os bens
interiores e exteriores, para que de tudo Ela disponha segundo o agrado de
Deus.

Às vésperas da Revolução Francesa, que pregaria a total liberdade, São Luís


ensina a escravidão àquela que se proclamou escrava de Deus.

HISTÓRIA DO TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO:

A PROFECIA: “​ Prevejo que muitos animais frementes virão em fúria para rasgar
com seus dentes diabólicos este pequeno escrito e aquele de quem o Espírito Santo
se serviu para o compor. Ou pelo menos procurarão envolver este livrinho nas
trevas e no silêncio de uma arca, a fim de que não apareça. Atacarão mesmo e
perseguirão aqueles que o lerem e puserem em prática. Mas, que importa? Tanto
melhor! Esta visão me anima e me faz esperar um grande êxito, isto é, um grande
esquadrão de bravos e valorosos soldados de Jesus e Maria, de ambos os sexos,
que combaterão o mundo, o demônio e a natureza corrompida, nos tempos
perigosos que mais do que nunca se aproximam!”​ (nº 114).

São Luís Maria Grignion de Montfort escreveu o “​Tratado da Verdadeira


Devoção à Santíssima Virgem​“, entre os anos 1712 e 1713, depois de ter sido
envenenado pelos jansenistas,que sempre armavam emboscadas para matá-lo.
Apesar de tomar um contra veneno, sua saúde ficou muito debilitada. Ele sabia que
sua vida corria riscos, por isso resolveu colocar num manuscrito tudo aquilo que era
objeto de suas pregações, todo seu vasto conhecimento a respeito da Virgem
Maria.. Assim nasceu o Tratado da Verdadeira Devoção.

Nos anos sucessivos, durante a Revolução Francesa, os “dias do terror”, em Saint


Laurent-Sur-Sèvre, a residência da família Monfortana foi ameaçada de um incêndio
das “colunas infernais”. Por causa das perseguições, a Comunidade precisou
colocar em um lugar seguro as coisas mais importantes, especialmente os
manuscritos do Fundador. Montfort, como sabemos, havia predito a ira cheia de
raiva do demônio avançar contra o seu próprio livro, como na profecia acima
descrita. (cf. TVD 114).

Quando terminou a tempestade da Revolução Francesa, aqueles manuscritos foram


tirados do sepulcro e colocados na biblioteca comum. Eram já mortos os primeiros
herdeiros de Montfort e tinha se perdido a memória do escrito do Santo. Mãos
inexperientes ​o tiraram junto com outros livros da escuridão daquele baú​, mas sem
reconhecer o precioso escrito. Por isso, o Tratado permaneceu anos e anos
misturado com muitos outros livros, estragados e faltando partes.

Em ​1842, Padre Rauterau, bibliotecário da Comunidade monfortina, ​encontrou ​o


manuscrito, reconhecendo nele o pensamento do Fundador imediatamente o
entregou ao Superior geral Padre Dalin, que reconhecendo perfeitamente a escritura
do venerável fundador, convocou no mesmo instante a reunião das Comunidades
dos Missionários Monfortinos, as Filhas da Sabedoria e os Irmãos de São Gabriel e
disse simplesmente assim: “Encontramos um tesouro!”.

Sabe-se que a descoberta do precioso manuscrito interessou logo a diversas


pessoas “constituídas em dignidade”, que desejaram obter uma cópia. Diversos
sacerdotes da região, os religiosos e as religiosas quiseram conhecê-lo. O trabalho
foi confiado às noviças das Filhas da Sabedoria que o copiaram em diversos
exemplares. O manuscrito foi então entregue ao Bispo de Luçon que depois de ter
examinado a caligrafia o enviou a Roma onde já estava em curso a causa da
beatificação do venerável Servo de Deus.

O escrito não tinha nenhum título e se percebeu que lhe faltavam 8 páginas ao início
e ao menos uma no final. Foi escolhido um título, o atual, que se transformou em
tradicional. As edições se multiplicaram em ritmo acelerado. Hoje se sabe que a
obra já superou 400 edições. Foi definida “preparação para a segunda vinda de
Jesus Cristo”, um verdadeiro tesouro. Muitos santos e beatos, fundadores e
sacerdotes, diretores de almas, religiosos e leigos, ali encontraram um verdadeiro
tesouro de santidade.

Repensando o escondimento e reencontro do Tratado, nos faz refletir sobre a


alegria do homem que encontra o tesouro no campo e vende todos os seus bens
para comprar aquele campo (cf. Mt 13, 44). É mais que atual a exortação do Papa
Pio XII: “Fazei conhecer esse pequeno livro!”.

Um pequeno escrito, de fato, mas que iluminou o caminho de grandes almas​. ​João
Paulo II, o Papa do “Totus tuus”​, em 1997, em ocasião do aniversário da
canonização de São Luís de Montfort (20 de julho de 1947), disse: “Este
tesouro não deve permanecer escondido!”. Assim, o tesouro que o maligno
queria esconder, os santos o descobriram, compreenderam o seu valor e
sentiram o desejo de fazê-lo conhecido

No livro “Amor da Eterna Sabedoria”, Montfort diz: “Felizes os que compreendem


estas verdades eternas! Mais felizes aqueles que acreditam, que as colocam em
prática e as ensinam aos outros. Brilharão como estrelas no céu por toda a
eternidade”.

OS APÓSTOLOS DOS ÚLTIMOS TEMPOS:

Nas suas aparições, ​Nossa Senhora de La Salette​, tal como São Luís de Montfort,
falou dos Apóstolos dos Últimos Tempos.

São Luís Maria Grignion de Montfort, na sua obra "Tratado da Verdadeira Devoção
à Santíssima Virgem Maria", profetizou o surgimento futuro daqueles a que o próprio
santo chamou de ​"Apóstolos dos Últimos Tempos​" e que viriam a ser
confirmados, mais tarde, durante as aparições de ​Nossa Senhora de La Salette​:
“ PROFECIA DE SÃO LUÍS:

“Eu dirijo um urgente apelo à Terra;


chamo os verdadeiros discípulos do
Deus Vivo que reina nos Céus; chamo
os verdadeiros imitadores de Cristo
feito Homem, o único e verdadeiro
salvador dos homens; chamo os meus
filhos, os meus verdadeiros devotos,
aqueles que já se me consagraram a
fim de que vos conduza ao meu Divino
Filho; os que, por assim dizer, levo nos
meus braços, os que têm vivido do
meu Espírito; finalmente, chamo os
Apóstolos dos Últimos Tempos, os
fiéis discípulos de Jesus Cristo que
têm vivido no desprezo do mundo e de
si próprios, na pobreza e na
humildade, no desprezo e no silêncio,
na oração e na mortificação, na
castidade e na união com Deus, no
sofrimento e no desconhecimento do
mundo. Já é hora de que saiam e
venham iluminar a Terra. Ide e
mostrai-vos como filhos queridos
meus. Eu estou convosco e em vós
sempre que a vossa fé seja a luz que
alumie, e nesses dias de infortúnio,
que o vosso zelo vos faça famintos da
glória de Deus e da honra de Jesus
Cristo.”

PROFECIA DE NOSSA SENHORA


DE LA SALETTE:

“Eu dirijo – disse Nossa Senhora – um


premente apelo à Terra. Apelo aos
verdadeiros discípulos do Deus vivo
que reina nos Céus. “Apelo aos
verdadeiros imitadores de Jesus Cristo
feito homem, o único e verdadeiro
Salvador dos homens. Apelo aos meus
filhos, meus verdadeiros devotos,
aqueles que se deram a mim para que
eu os conduza a meu divino Filho,
aqueles que levo por assim dizer nos
meus braços, que vivem de meu
espírito. “Enfim, apelo aos Apóstolos
dos Últimos Tempos, aos fiéis
discípulos de Jesus Cristo que viveram
no desprezo do mundo e de si
próprios, na pobreza e na humildade,
no desprezo e no silêncio, na oração e
na mortificação, na castidade e na
união com Deus, no sofrimento e
desconhecidos do mundo. “É chegado
o tempo para que eles saiam e
venham iluminar a Terra. Ide e
mostrai-vos como meus filhos amados.
“Estou convosco e em vós, contanto
que vossa fé seja a luz que vos ilumina
nestes dias de desgraças “Que vosso
zelo vos faça como que famintos da
glória e honra de Jesus Cristo.
Combatei, filhos da luz, pequeno
número que isto vedes, pois aí está o
tempo dos tempos, o fim dos fins”.

FRASES DE SÃO LUÍS:

"Encontro-me mais que nunca empobrecido, crucificado, humilhado. Os homens e


os demônios fazem-me uma guerra bem amável e bem doce. Que me caluniem,
que escarneçam de mim, que despedacem a minha reputação, que me metam na
cadeia: esses dons são preciosos para mim, esses manjares são deliciosos para
mim! Ah! Quando serei crucificado e perdido para o mundo?" [4]

Para seguir a Cruz, o próprio Luís fazia questão de pregar-se ao madeiro com
Cristo. E indicava o mesmo caminho aos seus filhos: " Para nos despojar de nós
mesmos, é preciso morrer todos os dias. (...) Se não morrermos para nós mesmos,
e se as nossas devoções mais santas não nos levam a esta morte necessária e
fecunda, não daremos fruto que valha"

E advertia aos que chamava de "amigos da Cruz": "Tende bem cuidado para não
admitir em vossa companhia os delicados e sensuais, que temem a menor picadela,
que se queixam de mínima dor, que nunca provaram a crina, o cilício, a disciplina e,
entre as suas devoções em moda, misturam a mais disfarçada e refinada delicadeza
e falta de mortificação"

Aos escrupulosos: "Maria ainda não foi suficientemente louvada e exaltada,


honrada, amada e servida. Merece ainda muito maior louvor, respeito, amor e
serviço" . E aponta com insistência ao fundamento desta devoção: "Se a Devoção à
Santíssima Virgem afastasse de Jesus Cristo, deveríamos repeli-la como uma ilusão
do demônio" . Mas, como pode a lua ofuscar o brilho do sol, se, ao contrário, é do
próprio sol que vêm a sua glória e a sua majestade? Do mesmo modo, como pode
Maria "obstruir" o caminho até Jesus, se é justamente em virtude d'Ele que Deus a
preservou da mancha do pecado original e a cumulou de todas as graças? Se é
justamente para melhor honrá-Lo e glorificá-Lo que se estabeleceu o seu culto na
Igreja universal?

“Deus juntou todas as águas e chamou-as mar. Juntou todas as graças e


chamou-as Maria”

Você também pode gostar