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em cercados: Editorial, pág. 4 | Análise das Principais Tentativas de Importações de Camarão Marinho pelo Brasil:
histórico, evolução Liminares, Contra Liminares e Decisões da Justiça Federal, Incluindo do STF, pág. 5 | Ações & Notícias
e adaptação à
ABCC, pág. 9 | Emenda Parlamentar Executada em 2019 – Convênio Abcc/Mapa, pág. 16 | Ingredientes
carcinicultura
atual funcionais impulsionam a inovação em ração de camarão, pág. 26 | Comércio global de pescado deve
aumentar, mas as taxas de crescimento diminuirão, pág. 34 | Estratégia unificada de marketing para
camarão segue em frente, pág. 36 | Pesquisa sobre o consumo de pescado nos EUA contém surpresas,
pág. 42 | FENACAM 2018, pág. 44 | Principais leis, Instruções Normativas e Decretos que regem a
aquicultura no Estado do Rio Grande do Norte, pág. 47 | Cultivo de Camarão Marinho em Águas de Baixa
Salinidade: Uma Realidade na Carcinicultura com o Camarão Marinho L. vannamei na Paraíba, pág. 54
Expediente
REDAÇÃO DIRETORIA CONSELHO FISCAL
CONSELHO EDITORIAL Presidente Titulares
Itamar Rocha, Eduardo Rodrigues Cristiano Maia Newton Bacurau, Juan Carlos
Vice – Presidente Aviles, Pedro Duque organizar e patrocinar encontros empre-
COLABORADORES sariais e conferências técnico-científicas; e
Itamar Rocha, Eduardo Rodrigues, Alberto Orígenes Monte Neto Suplentes
J. P. Nunes, Hassan Sabry Neto, Dr. editar publicações especializadas.
Diretor Financeiro Geraldo Borba, Luis Solon
Francisco Hélio Pires da Silva, Adhemar
Rodrigues de Oliveira-Neto, Dr. Karthik Helio Filho
Masagounder, Ph.D., Bruna Fernandes, PERFIL Neste sentido, a ABCC é a entidade que
Diretor Comercial
Patrício Estrada, André Jansen, Diego Sociedade de classe, a ABCC tem entre mantém a união dos atores envolvidos
Jose Waldomiro Filho
Rocha, Jason Holland, Cliff White, Bárbara outros, os objetivos de promover o de- na cadeia produtiva do setor carcinicultor,
Bacurau, Nívia Siqueira, Paulo Silva, Otávio Diretor Técnico senvolvimento da carcinicultura em todo o bem como, o intercâmbio de informações
Pimentel, Géssyca Santos, Leonardo território nacional; amparar e defender os entre produtores e a comunicação destes
Enox Maia
Ferreira, Eulani Frutuoso, Neydsom legítimos interesses de seus associados; via parcerias formais com todos os elos
Barbosa, Mayglanne Lima, Rayssa Lira, Diretor Secretário promover o camarão de cultivo brasileiro da cadeia produtiva, com a comunidade
Yolanda Dantas, Marcos Júnior, Janaína
Santos, Ng They, Santana Júnior, James L. Emerson Barbosa nos mercados internacional e nacional; científica e entidades governamentais. O
Anderso, Ph.D., Diego Valderrama, Ph.D., proporcionar treinamento setorial em ges- desenvolvimento ordenado e sustentado
James Wright, Suresh M. Menon, Ph.D. Diretor de Insumos tão de qualidade e outros temas de inte- do camarão cultivado no Brasil se deve,
Santana Junior resse ao setor; promover estudos e pes- em grande parte, à sólida união dos pro-
Os artigos assinados são de
responsabilidade dos autores quisas em áreas estratégicas para o setor; dutores em torno da ABCC.
Rua Alfredo Pegado Cortez 1858, Candelária, Natal, RN – CEP: 59066-080 – Tel / Fax: 84 3231.6291 – www.abccam.com.br – abccam@abccam.com.br
1
Itamar Paiva Rocha,
Engº de Pesca, CREA 7226-D/PE
O
produtor aquícola brasileiro, os interesses da carcinicultura. (TRF 1ª Região), julgou o mérito da Ação
em especial o carcinicultor Pois bem, depois de uma série de da Argentina: “Em suma, a medida
da Região Nordeste, tem sido decisões favoráveis à ABCC e, contrá- sanitária proposta pela autora, qual
p er m a nent ement e c on f r ont ado rias às importações de camarões, sem seja, a proibição total da importação
com os ma is d iversos desa f ios, a realização de ARI (Análise de Risco do camarão selvagem Pleoticus muel-
envolvendo desde as dificuldades de de Importação), primeiramente, da leri da Argentina, configura medida
licenciamento ambiental e da falta de lavra do Desembargador Federal Jirair discriminatória disfarçada ao comércio
financiamentos para investimento Meguerian (TRF1ª Região), relativa ao internacional, com nítida intenção pro-
e custeio, à incidência de doenças Camarão da Argentina, sequenciada tecionista injustificada do produto na-
virais e bacterianas, bem como, às pela Liminar concedida pelo Juiz Fede- cional, em detrimento dos princípios da
restrições de acesso à mercados e, mais ral Itagiba Catta Preta - Seção Judiciária igualdade comercial e do livre comércio
recentemente, a falta de chuvas, que do Distrito Federal 5ª Vara Federal Cível entre nações, estabelecidos pela Orga-
nos últimos 6 anos, passou a assombrar da SJDF, da 4ª Vara/SJDF em exercício nização Mundial do Comércio – OMC”.
o setor, que já conta com cerca de 35% na 5ª Vara Federal: Referente à Ação As providencias da ABCC para se
(1.100) de seus empreendimentos, Civil Pública ajuizada pela ABCC contra contrapor à equivocada e perigosa
basicamente constituídos de micros e a União, suspendendo às autorizações Decisão Monocrática do Ministro Dias
pequenos produtores, utilizando águas de importação de camarões da espécie Toffoli foi primeiramente, interpor um
(mesohalinas) no interior do Nordeste, L. vannamei, cultivados no Equador, Agravo Interno, mesmo sabendo que a
do Centro Oeste e do Sudeste. que posteriormente, foi derrubada pelo decisão de levar o caso ao plenário do
Na verdade, embora a carcinicultura Desembargador Federal. Kássio Nunes STF é uma prerrogativa do Presidente e,
com o camarão marinho, L. vannamei, já Marques (TRF1ª Região), sendo em tem- segundo foi uma atuação política junto
se constitui uma das mais promissoras po, restabelecida pela Ministra Carmen ao Secretário Jorge Seif (SAP-MAPA) e
e viáveis alternativas para o fortaleci- Lúcia – STF, com a seguinte Sentença: a Ministra Teresa Cristina (MAPA). Mas
mento da economia primária da Região “Suspensão de liminar. Importação de ca- de todo modo, diante do exposto fica a
Nordeste, com reais possibilidades marão do equador. Necessidade de aná- indagação, em quem confiar? Será que
de se desenvolver nas mais variadas lise de risco de importação: afastamento o Presidente do STF está acima da Lei?
Regiões do Brasil, a mesma não tem pelo órgão técnico competente. Fixação Ou como qualquer funcionário público
contado com um mínimo de apoio de requisitos zoossanitários. Grave lesão ou cidadão brasileiro tem obrigação de
governamental. Muito pelo contrário, à saúde, à ordem e à economia públicas. cumprir a legislação? Evidentemente,
uma vez que no enfrentamento dos Suspensão de liminar deferida nos autos que a Diretoria da ABCC, sob a lide-
referidos problemas, a omissão dos da suspensão de liminar n. 1.154/ma. rança do Presidente Cristiano Maia,
Governos, Estaduais e Federal, tem sido Nada a prover. Providências processu- está empreendendo todas as gestões
a tônica predominante, quando não o ais”. políticas e jurídicas para reverter esse
causador principal, como ocorreu com No entanto, na contramão dessas preocupante e grave problema, inclusi-
às restrições para exportar pescado favoráveis decisões, o novo Presidente ve, apelando e sensibilizando à SAP e a
para a União Europeia e, vem ocorrendo do STF, Ministro Dias Toffoli, tomou a SDA/MAPA, para em última instancia,
recorrentemente no “assunto importa- seguinte decisão: “Diante desse cenário, diante do fato novo (EMS no Equador),
ções de camarão de países com doenças conclui-se que as alegações quanto aos cumprir o que determina a IN 02/2018,
de alto risco epidemiológico”, que nos riscos inerentes do camarão equatoria- que substituiu a IN 14/2010, suspender
últimos 7 (sete) anos vem aterrorizando no à flora e fauna brasileiras devem vir as autorizações de novas importações,
o setor carcinicultor. acompanhadas de provas robustas o em análise ou em curso. Inclusive, se
Ocorre que até bem pouco tempo, suficiente para afastar a legitimidade essas tratativas fracassarem, o assun-
o setor carcinicultor tinha confiança dos planos de trabalho, das notas to deverá ser levado ao Presidente da
e certeza de contar com o amparo da técnicas, das tratativas internacionais República, de forma que, a exemplo do
Justiça Federal, conforme foi ressaltado bilaterais e do acordo firmado entre o que ocorreu com a “banana que iria ser
e comemorado no Editorial da Edição Brasil e o Equador no âmbito da OMC, importada do Equador, teve a autori-
Especial (Fenacam’2018), da Revista principalmente quando o requerente zação de sua importação revogada pela
da ABCC, claro tendo o amparo da opta pela estreita e excepcional via da Ministra Teresa Cristina (MAPA), por
competência e perspicácia da Advogada suspensão de liminar”. conta de uma doença”.
da ABCC, Dra. Fernanda Mendonça M. Na esteira da intempestiva decisão
S. Figueiredo (Oliveira Freitas Advoga- do Ministro Dias Toffoli, o Juiz Federal 1
Assessor Especial da ABCC; Diretor do
dos), nas dezenas de peças jurídicas, Substituto, Márcio de França Moreira DEAGRO e Conselheiro do COSAG / FIESP
alertando sobre os riscos e defendendo – Seção Judiciária do Distrito Federal e Presidente da MCR Aquacultura.
P
r imeira mente, merece unanimidade, dar provimento ao de todos os produtos passíveis de
destaca r-se a Ed ição da agravo de instrumento. Sexta Tur- contaminação, inclusive vetando
IN 39/99 (MAPA), que na ma do TRF da 1ª Região – 28.03.2016. a compra de camarões e biomassa
sequência do surgimento da Desembargador Federal Jirair de Artemia salina originária do
“Mancha Branca – WSSV” no Aram Meguerian, Relator. Brasil, país que só possui 01 (uma)
Equador, suspendeu as importações Numa outra ação, contra a deci- enfermidade que não está presente
de camarões e demais crustáceos, são da SDA/MAPA de autorizar a naquele país, em comparação com 07
sendo substituída pela IN 14/2010, importação de camarões da espécie (sete) doenças/cepas virais presentes
posteriormente substituída pela IN L. vannamei, cultivados no Equador, no Equador que não se encontram no
02/2018. o Juiz Federal Itagiba Catta Preta Brasil. Dentro desse contexto fático
Nesse interim, foram várias as - Seção Judiciária do Distrito Fede- e legal, entendo ser o caso de acolher
tentativas (Vivenda do Camarão, ral 5ª Vara Federal Cível da SJDF: parcialmente a liminar para condi-
Coco Bambu e Abrasel) de importar Concedeu Liminar à Ação Civil cionar o processo de autorização de
camarões cultivados do Equador (L. Pública ajuizada pela ABCC contra a importação de camarão do Equador
vannamei) e selvagens da Argentina União.. Inclusive, fazendo referência à prévia, específica e contemporânea
(P. muelleri), exigindo uma vigilante à Instrução Normativa nº 39/1999, realização de Análise de Risco de Im-
e efetiva atuação da ABCC, com substituída pela IN nº 14/2010, que portação – ARI, conforme disciplina-
vários êxitos, até que, no apagar passou a prever a “Análise de Risco do pela IN nº 14 / 2010 do Ministério
das luzes de 2018 (27/12), o Ministro de Importação – ARI” e a Nota Téc- da Pesca. Ante o exposto, Defiro, o
Toffoli, quebrou o encanto entre a nica nº 11/2016/SAP/GM/MAPA de Pedido de Liminar, determinando
ABCC e a Justiça Federal, suspen- 05/09/2016, que opina contraria- a suspensão do procedimento de
dendo a contra Liminar da Ministra mente à importação de camarões autorização relativo à importação
Carmen Lúcia e autorizando as im- objeto desta ação, destacando, que do camarão marinho da espécie
portações do camarão Equatoriano. a Análise de Risco de Importação Litopenaeus vannamei, originário
Na verdade, tudo começou com o – ARI visa a dar maior segurança da atividade de cultivo no Equador,
Ministério da Pesca e Aquicultura aos produtores do Brasil em caso de que deverá, obrigatoriamente, ser
autorizando a importação de ca- importações de camarões, não se precedido da Análise de Risco de
marões da Argentina, o que ensejou constituindo em restrição indevida Importação – ARI, nos termos de-
na Ação Civil Pública Ajuizada pela à introdução de produto no merca- finidos pela Instrução Normativa
ABCC, alegando Risco de Introdu- do nacional, como dito pela União, nº 14 /2010”. Juiz Federal, Itagiba
ção de Doenças Virais na Carcini- pois simplesmente exige a adoção Catta Preta (SJDF).
cultura Nacional e Vícios Formais das medidas necessárias a evitar No agravo impetrado pela ABRA-
na Elaboração da Análise de Risco a indevida introdução de vírus ou SEL, o Desembargador Federal Kás-
de Importação – ARI. O Agravo vibrios que estejam presentes nos sio Nunes Marques (TRF 1ª Região),
Provido, ressaltou: Nada obstante, produtos a serem importados. suspendeu a Liminar com o “pífio”
há nos autos documentos que de- Com vistas a evitar danos ao meio argumento “Em face do Exposto,
monstram fundada suspeita de que ambiente, notadamente quando se Defiro o Pleito Vindicado para
o ingresso de crustáceos vivos e con- sabe que a espécie de camarão do Suspender os Efeitos de Decisão
gelados no País poderá pôr em risco Equador, convive com dezenas de Agravada e Restabelecer a Impor-
a saúde humana e a fauna brasileira, doenças. Como aliás se extrai da tação dos Camarões Equatorianos,
devendo ser aplicado o princípio da referida Nota Técnica, emitida pela Mediante o Regular Cumprimento
precaução, suspendendo-se o ato Secretaria de Aquicultura e Pesca – dos Requisitos Estabelecidos pela
administrativo respectivo até que, SAP, do MAPA, da qual se transcreve Instrução Normativa 14/2010 e,
após a devida instrução processual trecho relativo às razões de decidir: em Conformidade com os Estudos
e dilação probatória, se conclua “Com o registro de doenças que têm Zoossanitários Periciados pelo
ou não pela existência dos riscos atacado populações de camarões Corpo Técnico do MAPA.
levantados na ação civil pública cultivados e naturais da Ásia, o Equa- Nesse interim, a ABCC conseguiu
proposta pela agravante. A C Ó R dor adotou medidas de proteção sensibilizar e incluir na ação princi-
D Ã O: Decide a Sexta Turma, por sanitária que proíbem importação pal, os Estados do MA, RN, SE e BA,
A Associação Brasileira de Criadores de Camarão – ABCC vem esclarecer aos seus associados,
alguns pontos a respeito das úl mas no cias, sobre a abertura das importações de camarão,
oriundos do Equador e Argen na.
Desde 1999, a ABCC visando preservar não só as condições da sanidade do plantel dos camarões
do Brasil, mas como de toda a biodiversidade da fauna aquá ca brasileira (lagosta, caranguejos,
mariscos, etc.), vem encampando uma árdua e intensa defesa cien fica e jurídica, contra a
importação de camarão de países produtores, que tenham doenças transmissíveis não presentes
no nosso país.
Recentemente, houve uma decisão liminar do Presidente do Supremo contra a qual estamos
recorrendo, embasados na Instrução Norma va 002/2018 -SEAP/PR, que determina a realização
de Análise de Risco – ARI, para todo e qualquer país produtor que queira exportar camarões para
o Brasil.
Esta semana o Presidente Cris ano Maia e sua Diretoria esteve em Brasília, em audiência com a
Ministra da Agricultura Tereza Cris na, alertando-a mais uma vez da necessidade da ARI e o grave
risco que a biodiversidade aquá ca do Brasil corre neste momento com a entrada de produtos
originários de países, conhecidamente infectados com doenças não presentes no Brasil.
Nossa demanda foi bem recebida pela Ministra que determinou a contratação de um
epidemiologista e criou um grupo de trabalho para dar subsídios cien ficos as referidas análises
de risco.
É fundamental ra ficar que a batalha da ABCC não é contra as importações e sim contra a entrada
de novas doenças que podem acarretar em prejuízos financeiros incalculáveis aos produtores
(principalmente nordes nos) além da preservação de mais de 100 mil empregos no setor da
carcinocultura.
Por fim, convocamos todos os nossos colegas produtores a se engajarem nesta frente de luta a
favor da defesa sanitária do camarão brasileiro e tenham certeza que a diretoria da ABCC está
envidando todos os esforços necessários para a proteção do nosso meio de cul vo contra o
nocivo interesse econômico de outros envolvidos.
Natal, 6 de junho de 2019.
Associação Brasileira de Criadores de Camarão - ABCC
Rua Alfredo Pegado Cortez, 1858 - Candelária - Natal-RN, CEP 59066-080 - Brasil
Fone/Fax (84) 3231 - 6291 E-mail: abccam@abccam.com.br
Site: www.abccam.com.br
R
espostas do Assessor Especial ABCC e dos Professores: Dr. Pedro rio Seif Júnior (SAP-MAPA), como sua
da ABCC, Itamar Rocha, a Martins, PhD (UFERSA); Dr. Daniel comitiva, incluindo Dra. Valéria
três perguntas feitas em Lanza, PhD (UFRN); Dr Rodrigo Homem e Dr. André Carneiro, partici-
relação à mesa redonda e visitas Carvalho PhD - EAJ-UFRN, que re- param de uma intensa programação
que o secretário e representantes trataram com muita competência e de visitas técnicas, organizadas
da Coordenação de Organismos profissionalismo, o status atual da pela ABCC e ANCC: (1) Laboratório
Aquáticos do MAPA realizaram sanidade da carcinicultura mundial de Maturação e Larvicultura
nos empreendimentos de e brasileira, enfatizando a preocupa- do Camarão Marinho L. vanna-
carcinicultura no estado do Rio ção (FAO, OIE e Banco Mundial e em mei, da Empresa Potiporã (Touros),
Grande do Norte. especial da ABCC e da Justiça Federal
Brasileira), com a disseminação das (2) Fazenda Potiguar (cultivo
1. Gostaria que o senhor me falasse doenças virais e bacterianas, nos sem i-i ntensivo do ca ma rão
um pouco sobre esses encontros, as países produtores e com potencial marinho L. vannamei, com uti-
datas, se o senhor estava presente, de produção do camarão marinho lização de berçários primários
como a ABCC avalia essa visitas? cultivado. Aliás, ressaltando de forma e secundários cobertos, com
Respostas: 1.1. Na verdade, por de- profissional e responsável, os riscos captação de água oceânica, com
legação dos Presidentes Cristiano associados as importações de crustá- 3,0 km de canais) e, (3) Fazenda
Maia (ABCC) e Orígenes Monte ceos, tanto para camarões vivos como Cutia - Cultivo intensivo: berçários
(ANCC), coordenamos tanto a forma- congelado, nas suas diversas formas, primários, berçários secundários
ção da Mesa Redonda (23/04/19) so- inclusive os produtos em forma de e 12 viveiros de engorda do cama-
bre «O Status Atual da Sanidade da filé. A Mesa Redonda contou ainda rão marinho L. vannamei, de 0,4
Carcinicultura Marinha Mundial: com a presença dos Presidentes das hectares, todos com cobertura
Desafios e Preocupações da Associações Estaduais de Carcini- plástico, tipo “Estufa Agrícola” e,
Carcinicultura Brasileira», com a cultura: da Bahia (Aristóteles Vito- captação de água oceânica com 2,6
participação especial do Senhor rino), da Paraíba (André Jansen), de km de adutoras.
Secretário Jorge Seif Junior (SAP- Pernambuco (Mauricio Lacerda), de
MAPA), dos Presidentes Cristiano Sergipe (Felix Lee Fei); bem como, de 2. Quais foram as principais de-
Maia (ABCC) e Orígenes Monte vários produtores de camarão do RN mandas passadas pelo setor?
(ANCC), do Secretário Guilherme e da Paraíba, culminando com uma Resposta: Em rea l id ade, a s
Saldanha (SAPE-RN), bem como, da frutífera participação e discussão da demandas básicas apresentadas
Dra. Valéria Ferreira Homem (Coor- Dra. Valéria Homem e o MV André pelos Presidentes Cristiano
denadora de Animais Aquáticos / Carneiro, dialogando com todos os Maia (ABCC) e Orígenes Monte
DSA - SDA - MAPA) e o do MV André produtores presentes, notadamente (ANCC) foram no sentido de que
Carneiro (CAT - SDA -MAPA), que sobre o tema GTA de produtos fosse mantido os preceitos legais que
tiveram a oportunidade de assistirem aquícolas. regem a atual legislação brasileira,
as apresentações do Engº de Pesca, no tocante as autorizações para
Enox Maia MSc, Diretor Técnico da 1.2. No dia 24/04/19, tanto o Secretá- as importações de crustáceos,
constantes na IN 02, 2018 (SEAP-PR),
bem como, a revogação da recente
IN 04/2019 (MAPA), que de forma
equivocada exige a emissão de GTA
para o transporte de produtos da
pescado, incluído o camarão fresco,
recém despescado.
O
projeto de “Intercâmbios
Técnicos de Experiências
em Boas Práticas de Manejo
e Medidas de Biossegurança”
tem como objetivo promover
o i nt e r c a mbio e a d i f u s ão
de c on he c i ment o s t é c n ic o s
e t e c noló g ic o s c o mp at í ve i s
aos sistemas de produção da
ca rcin icultura, por meio da
realização de oficinas em dias de
campo e visitas técnicas sobre
Boas Práticas de Manejo (BPMs) e
Medidas de Biossegurança, com
vista à sustentabilidade da cadeia
produtiva da carcinicultura, Figura 1 – Instrutor Diego Maia ministrando a parte teórica para os participantes
selecionando como participantes
técnicos, micros, pequenos e médios
produtores de camarão dos Estados
do Rio Grande do Norte e Ceará.
O recurso destinado ao Projeto de
Intercâmbios Técnicos veio através
de uma emenda parlamentar do
Deputado Moses Rodrigues (CE) –
Convênio sob nº 842849/2017 – no
valor de R$ 268.186,00 (Duzentos e
Figura 2 – Instrutor Lindberg Santos na visita Figura 3 – Instrutor Tenysson Bacurau orien-
Sessenta e Oito Mil Cento e Oitenta de campo na Fazenda Ana Lívia tando os participantes na visita de Campo a
e Seis Reais). Fazenda Caribe
O projeto prevê a realização de a turma 03 será formada por pro-
3 cursos de intercâmbios em dois dutores do próprio Estado do Rio via, localizada em São Gonçalo do
tipos de sistemas, a saber o sistema Grande do Norte, compreendendo Amarante, Região Metropolitana
tri-fásico e o sistema intensivo, os municípios de Apodi, Mossoró, de Natal/ RN.
objetivando vivenciar na prática Assú, Pendencias, Macau, Guamaré, Os instrutores desta 1ª turma
os conhecimentos adquiridos e à São Bento do Norte, Extremos, São foram os Biólogos Diego Maia e
reflexão sobre as práticas apre- Gonçalo do Amarante e São Miguel Lindberg Santos, auxiliados pelos
sentadas, buscando alternativas do Gostoso para visitas a fazendas Bacharéis em Aquicultura Tenys-
de adaptação e de uso para essas de engorda em sistema trifásico e son Bacurau, Ricardo Bacurau,
tecnologias, de forma a atender à re- sistema intensivo. Bruna Fernandes e a Engenheira
alidade local, envolvendo 03 (Três) Nos dias 7 a 9 de maio de 2019, de Pesca Sheila Castro. Foram
cursos/capacitação. As turmas 01 e foi realizada a primeira turma: abordados durante o curso, dentre
02 sendo formadas por produtores “Intercâmbio de Experiências em outros, os procedimentos de BPM’S
do Estado do Ceará (Litoral Leste e BPM e Biossegurança entre Produ- e Medidas de Biossegurança em
Oeste), envolvendo aulas teóricas tores do Estado do Ceará (Litoral sistemas de Berçários Intensivos e
e práticas, visitas a fazendas de Leste) no Rio Grande do Norte para Raceways; Procedimentos técnicos
engorda em sistema trifásico e Vivenciar na Prática os Sistemas para aquisição de pós-larvas. Tra-
sistema intensivo localizadas no Trifásico e Intensivo em Fazendas tamento térmico para eliminação/
Estado do Rio Grande do Norte, e de Camarão.” Na Fazenda Ana Lí- convivência com doenças; Cultivos
Santana Júnior
Presidente ACCP
C
om a renovação em maio de nidade do Piauí, órgãos de imprensa,
2019 de mais um mandato à SEMAR, IBAMA e ICMBIO. mudanças que estejam por vir, e asse-
frente da ACCP (Associação Posteriormente, eu e o vice-presi- gurando, que as fazendas existentes,
dos Criadores de Camarão do Piauí), dente da ACCP Roberto Dutra tive- não sofram nenhuma alteração;
em maio de 2021 completaremos mos uma reunião, com o Secretário 3. Assegurar junto a SEMAR-PI as
nosso quarto mandato, portanto, do Meio Ambiente do estado do Piauí liberações das LO de 100% das fazen-
8 anos de gestão à frente da ACCP. Dep. Estadual Ziza Carvalho, na épo- das do Piauí, até dezembro de 2019;
Tempo suficiente para deixarmos as ca, o Superintendente da SEMAR,
coisas nos trilhos, e a ACCP pronta Moura Fé e a Diretora da SEMAR 4. Conclusão do estudo de zoneamento
para que outro produtor assuma Danielle Melo, com o objetivo prin- da área da APA, que é reponsabilidade
a presidência desta importante cipal de destravar as LO das fazendas do estado, mas que está sendo feito pela
entidade. do estado, que na sua grande maioria ACCP, custeado pelos produtores e já
A ACCP tem quase 20 anos de exis- estavam trabalhando sem licenças está sendo realizado pelo Dr. Marcio
tência, tendo funcionado de forma e impedidas de operacionalizar Vaz, Ph.D., com conclusão prevista
fortalecida com ações pontuais nos suas ações junto a outros órgãos para junho 2019.
anos de 2001 a 2005. A partir de 2005 ambientais e instituições bancárias. 5. Avaliar possível PPP (Parceria
a diretoria foi desfeita e a ACCP ficou Público Privado), junto ao governo do
por 10 anos sem nenhuma ação, pe- estado, na criação de um policiamento
ríodo que praticamente não tivemos PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA rural, com intuito de inibir/banir
nenhuma fazenda com LO (licença ACCP 2019/2020 roubos nas fazendas de camarão;
de operação).
1. Concluir Plano de Manejo da APA 6. Eleição da Diretoria da ACCP,
Numa necessidade de revitalizar
Delta do Parnaíba até dezembro 2019; maio/2019, e continuidade dos tra-
a ACCP e na tentativa de fortalecer
2. ACCP como membro do conselho do balhos para o Biênio 2019/2021.
nosso setor, eu e Roberto Dutra nos
juntamos, arregaçamos as mangas
e fomos cuidar de reativar a ACCP
que estava com algumas contas em
atraso, IR não declarado por 10 anos,
CNPJ caducado, enfim praticamente
reiniciamos do zero, e arcamos com
grande parte dos custos do nosso
próprio bolso, já que não havia re-
ceita. Parte dos custos foram pagos
através da ABCC com os recursos
da CPR (contribuição permanente
de ração), fundo repassado pelos
fabricantes de ração, referente ao
percentual de 1% da ração de cama-
rão vendido.
Nossa primeira ação foi alugar e
mobiliar uma sala e contratar uma
secretária para que pudéssemos
atender a todos os produtores e
algumas demandas do setor, enfim
nos mostrarmos à sociedade/comu- FIGURA 1 – Dados de produção de camarão de cultivo do Piauí em tons. Fonte: ACCP
FIGURA 2 – Fabricação da ração experimenta FIGURA 3 – A, alimentador mecânico desenvolvido no LABOMAR/UFC para alimentação dos cama-
rões múltiplas vezes. Ilustração: Dr. Leandro Fonseca Castro. B, alimentador instalado
loca lizada no Eusébio, Cea rá marinhos. A inclusão de farinha correspondente de Met+Cis (cis-
(Figura 1). Foram utilizados 16 de salmão, farinha de lula e óleo teína) de 1,28%. As dietas foram
tanques circulares de 1 m 3 cada de salmão foi fixada e 3,00, 1,08 e fabr icadas com equipa mento
mantidos em área aberta. Um to- 3,00% (% da ração, base natural), laboratorial (Figura 2), conforme
tal de 1.632 juvenis do L. vannamei respectivamente. descrito em Nunes et al. (2011).
com 1,06 ± 0,16 g (média ± desvio Para maximizar o crescimento Os camarões foram alimentados
padrão, d.p.) foram estocados dos camarões, a ração foi suple- de duas formas: (1) manualmente,
na densidade de 100 animais/m 2 mentada com DL-metionil-DL- duas vezes (2x) ou quatro (4x) vezes
(102 camarões por tanque). Os -metionina (AQUAVI® Met-Met, ao dia, usando uma bandeja de ali-
camarões foram inicialmente Evonik Nutrition & Care GmbH, mentação alocada em cada tanque;
aclimatados por 10 dias com uma Ha nau, A lema n ha), L-Lisi na, (2) mecanicamente, usando um dis-
ração comercial desintegrada e L-Treonina e L-Arginina a 0,36, positivo de alimentação automática
em seguida alimentados por 70 1,29, 0,40 e 0,25%, respectiva- posicionado no topo de cada tanque
dias com uma ração experimen- mente. Isto resultou num teor para fornecer refeições múltiplas
tal. A ração foi formulada com dietético tota l de metionina, (10 no total) durante o dia (D) ou
32% de proteína bruta (% na base lisina, treonina e arginina de durante o dia e noite (D&N) em ho-
seca), contendo uma menor quan- 0,81, 1,89, 1,38 e 2,01% (base seca), rários pré-estabelecidos (Figura 3).
tidade possível de ingredientes respectivamente, com um nível Oito tanques de cultivo foram de-
AGRADECIMENTOS
O primeiro autor agradece o apoio
de uma bolsa de produtividade em
pesquisa (CNPq/MCTIC, processo No.
FIGURA 4 – Média (± erro padrão) da estabilidade da ração experimental em água com 35 ppt de sa- 303678/2017-8). O Dr. Leandro Fonseca
linidade e 27oC de temperatura. Letras comuns indicam diferenças não estatisticamente significativas
Castro (Zeigler Bros Inc., EUA) gentil-
de acordo com o teste Tukey HSD ao nível de significância de = 0,05. A estabilidade foi determinada
com um agitador orbital a 100 ± 15 RPM durante 0,5, 1, 2 e 4 h de imersão. Os resíduos foram retidos mente elaborou os desenhos do nosso
em uma peneira com malha Tyler #20 (equivalente a 0,86 mm) para secagem. dispositivo de alimentação.
O
cultivo de camarão mari- IMPACTO DE DOENÇAS estar presente nas Américas. Há
nho tem se desenvolvido O camarão é uma das espé- também várias doenças mais re-
tremendamente nas últi- cies aquícolas mais valiosas do centes e menos conhecidas, como
mas quatro décadas. Atualmente, mundo. No entanto, a produção a Síndrome das Fezes Brancas, e
a produção de cultivo de várias es- global de camarão tem sido negati- o recém-descoberto vírus irides-
pécies contribui com mais de 50% vamente afetada por várias doen- cente que causa uma doença grave
da demanda global por camarão ças virais, bacterianas e parasitá- de alta mortalidade em camarões
(quase 4,5 milhões de toneladas, rias há várias décadas, e de forma L. vannamei cultivados na China,
de acordo com a últimos dados mais acentuada nas últimas duas chamada de Shrimp Hemocyte
do evento GOAL por Anderson, décadas. Em primeiro lugar entre Iridescent Virus (SHIV).
et al.). as principais doenças estão as de Estas doenças têm causado
No entanto, a indústria continua origem viral, incluindo o Vírus da perdas econômicas significativas
a ser significativamente afetada Necrose Infecciosa Hipodérmica e para a indústria, totalizando
por uma série de importantes Hematopoiética ( IHHNV ), Doença pelo menos US$ 45 bilhões
doenças, e os preços globa is do Vírus Yellowhead (YHD), Vírus globalmente na última década,
incertos e inconstantes estão da Síndrome de Taura ( TSV ), de acordo com o Dr. Andy Shinn,
afetando negativamente muitos Vírus da Síndrome da Mancha diretor do Grupo Fish Vet da
produtores. Consequentemente, Branca ( WSSV ) e o Vírus da Mio- Ásia. Apenas a WSSV tem causado
o desenvolvimento e a expansão necrose Infecciosa ( IMNV ). Estas perdas acumuladas de cerca de
de mercados e a produção cada doenças têm afetado a indústria de US$ 15 bilhões, e o Dr. Shinn tam-
vez mais eficiente são objetivos camarão desde o início dos anos bém estimou que a AHPND causa
importantes para toda a indústria 80 e causaram bilhões de dólares perdas de cerca de US$ 1,7 a US$ 2
que podem ser alcançados por em perdas em áreas de criação de bilhões por ano.
meio da inovação, com especial camarões na Ásia e nas Américas. As doenças também têm um
atenção as rações. Doenças mais recentes incluem efeit o negat ivo sig n i f ic at ivo
Ineficiências na produção afe- a Doença da Necrose Hepato- sobre os investidores, uma vez
tam muitas indústrias produtoras pancreática Aguda ( AHPND ) ou que a história da indústria é de
de animais. Os produtores de Síndrome da Mortalidade Precoce surtos periódicos de doenças e
camarão inevitavelmente são afe- (EMS), causada por uma bactéria problemas contínuos de gestão de
tados por doenças e alguns lutam (Vibrio parahaemolyticus) que saúde que perturbam os mercados
para proporcionar uma melhor causa disfunção do hepatopân- e as cadeias de fornecimento. Na
gestão da saúde dos animais. Além creas e infecções secundárias por recente reunião do GOAL 2018 no
disso, taxas de crescimento redu- Vibrio. Outra doença recente é Equador, “doenças” foi mais uma
zidas limitam seu potencial e o uso a microsporidiose hepatopancreá- vez identificada pelos entrevista-
de antibióticos pode promover a tica , também chamada Enteroci- dos da Ásia para a pesquisa anual
resistência do mercado. O cres- tozoon hepatopenaei ( EHP ), cau- deste evento como o principal
cimento mais rápido, melhores sada por um minúsculo parasita desafio enfrentado pela indús-
taxas de sobrevivência e melhores microsporidiano que afeta o siste- tria. Muitos investidores veem
características organolépticas ma digestivo do camarão. EHP tem muito potencial na criação de ca-
dos produtos são objetivos funda- afetado a produção de camarão e marão e consideram esta atividade
mentais para todas as indústrias causado sérios problemas nos uma oportunidade muito boa, mas
de produção animal, incluindo a principais produtores de cama- também estão preocupados com o
aquicultura. rão da Ásia e também foi relatado gerenciamento desses riscos.
G
lobalmente, a produção de 1,3 para 1,7 milhão de toneladas 2012 (queda de 1,4%) e ainda mais
camarão de cultivo deverá neste período, crescendo ainda para 3,01 MT em 2013 (queda de
aumentar a uma taxa de mais para 2,0 milhões de tonela- 9,0%) devido ao impacto da EMS na
crescimento a nua l composta das (MT) em 2016. China, Tailândia, Vietnã, Malásia
(CAGR) de 5,7% de 2017 a 2020. A produção deverá aumentar a e outros países (Fig. 2). Na China e
A p e s q u i s a G OA L (Gl o b a l uma taxa de crescimento anual no Sudeste Asiático, a recuperação
Outlook for Aquaculture Leader- composta (CAGR) de 5,7% de 2017 a foi mista entre 2014 e 2016. No en-
ship) 2018 da Aliança Global de 2020. Isso resultará em um cresci- tanto, a Índia teve um crescimento
Aquicultura (GAA) sobre tendên- mento de 18% em relação aos níveis muito bom durante esse período.
cias de produção na carcinicul- de 2017 e uma produção global de L ider ado p elo au ment o d a
tura entrevistou participantes camarão de 5.03 MT (aproxima- produção na Índia, Vietnã e Indo-
da indústria na Ásia/Oceania (40 damente 5.4 MT incluindo M. ro- nésia, os níveis de produção come-
respostas), América Latina (20 res- senbergii ). As previsões da GOAL çaram a se recuperar em 2017. O
postas) e África (duas respostas). baseiam-se no pressuposto de que Sudeste Asiático deverá crescer
A Figura 1 resume as estimativas grandes crises de doenças serão numa CAGR de 6% de 2015-20. Ex-
de produção global de 2010 a 2020, evitadas no futuro próximo . pectativas para a China indicam
combinando dados da FAO (Orga- crescimento CAGR de menos de
nização das Nações Unidas para a 4% de 2018-20. A Tailândia deverá
Alimentação e a Agricultura) e as Ásia crescer a uma CAGR de 8% entre
pesquisas da GOAL de 2011 a 2018. A produção de camarão cresceu 2015-2020; no entanto, essa recu-
Os entrevistados nas pesquisas firmemente na Ásia até 2011, com peração representaria apenas 57%
da GOAL relataram declínios subs- uma taxa de crescimento anual da maior produção da Tailândia
tanciais na produção na China, composta (CAGR) de 5,1% de 2008 a atingida durante os anos anterio-
Tailândia, Indonésia e México em 2011. Segundo a GOAL, a produção res a EMS. Em 2020, a Tailândia,
2013, após despescas declinantes caiu de 3,35 MT para 3,30 MT em como país produtor de camarão,
na China, Tailândia e Vietnã em
2012 relacionadas principalmen-
te aos surtos da Síndrome da
Mortalidade Precoce (EMS) que
surgiram inicialmente na China
em 2009. A subida dos preços do
camarão nos mercados interna-
cionais durante o ano de 2013 foi
consistente com as expectativas
da indústria quanto ao declínio
da produção.
No entanto, os dados da FAO
não revelam nenhum impacto im-
portante de doenças na produção
chinesa durante 2009-2013; pelo
contrário, a FAO reportou que a FIGURA 1 – Produção de camarão de cultivo por região em milhões de toneladas. Fontes: Dados
China aumentou sua produção de da FAO (2018) e da GOAL (2011 a 2017) para 2010 a 2016; Dados GOAL (2018) para 2017 a 2020.
Tendências de produtos
A pesquisa GOAL também coleta
informações sobre tendências em
categorias de tamanho e apre-
sentações de produtos. Uma ten-
FIGURA 3 – Produção de camarão de cultivo em ton x 1000 nos principais países produtores da dência recente e notável na Ásia
América Latina. Fontes: Dados da FAO (2018) e GOAL (2011 a 2017) para 2010 a 2016; Dados GOAL é o aumento do camarão cru com
(2018) para 2017 a 2020.
casca em relação a outras formas
de produtos, como camarão cru
deve permanecer atrás da China, América Latina sem casca. Enquanto o camarão
Vietnã, Indonésia e Índia. A pro- A figura 3 apresenta estimativas cru com casca com cabeça e sem
dução na Índia, no entanto, deverá para os principais países produto- cabeça respondeu por apenas
atingir um patamar de cerca de res na América Latina. O desen- 25% da produção na pesquisa de
600.000 toneladas de 2018 a 2020 volvimento mais importante na 2008, este mesmo camarão foi
Em conclu são, a i ndú st r i a região é o crescimento espetacular responsável por 48% da produção
asiática parece estar no caminho da carcinicultura equatoriana. O na pesquisa mais recente. Essas
da recuperação após as quedas Equador aproveitou plenamente a mudanças podem sinalizar a cres-
substanciais de produção duran- crise generalizada de doenças na cente importância do mercado in-
te 2012-2015 causadas por surtos Ásia para aumentar suas exporta- terno chinês, que tem preferência
genera l izados de doença s. A ções para os mercados europeu e pelo camarão cru com casca.
produção deve exceder os níveis asiático. Espera-se que a produção A produção na América Latina
pré-EMS em 2018, impulsionada atinja 570.000 toneladas até 2020, continua sendo orientada para
principalmente pelo crescimento com uma CAGR de 9,2% entre 2015 o camarão cru com casca. O ca-
no Vietnã, Indonésia e Índia. A e 2020. O Equador continuará marão cru com cabeça tornou-se
China continuará sendo o maior respondendo por mais da metade a forma dominante de produto
produtor, mas seu crescimento da oferta de camarão de cultivo no em relação ao sem cabeça, re-
diminuirá. Espera-se que a pro- Hemisfério Ocidental. presentando 63% da produção
dução regional exceda 3,9 MT Além dos países asiáticos, o em 2017 comparado com 40% em
pela primeira vez em 2020. É claro México foi fortemente afetado 2007. O aumento dos embarques
que esse conjunto de estimativas pela EMS em 2013: os entrevis- de camarão equatoriano para os
pressupõe que nenhuma epidemia tados pela GOAL relataram um mercados europeu e asiático é um
importante ocorrerá na região nos declínio de 44% na produção, de fator importante que impulsiona
próximos anos. 93 mil toneladas em 2012 para 52 essa tendência.
AGENDA DE EVENTOS
2019
2019 X XI CONGRESSO BRASILEIRO DE FENACAM’19
WORKSHOP DE TECNOÇOGIA DE ENGENHARIA DE PESCA NOVEMBRO 12-15
CULTIVO INTENSIVO DE CAMARÃO OUTUBRO 21-24 CENTRO DE CONVENÇÕES
PALESTRANTES: DR. NYAN TAW E DR. CENTRO DE CONVENÇÕES DO AMAZO- NATAL, RN
ANDREW RAY NAS VASCO VASQUES www.fenacam.com.br
AGOSTO 9 MANAUS, AM
AUDITÓRIO DO SEBRAE - RN www.conbep.com.br 2020
SEAFOOD EXPO NORTH AMERICA
SEAFOOD EXPO ASIA GAA GOAL MARÇO 15-17
SETEMBRO 3-5 OUTUBRO 21-24 BOSTON, EUA
HONG KONG THE LEELA PALACE CHENNAI www.seafoodexpo.com/north-america
www.seafoodexpo.com/asia CHENNAI, ÍNDIA
www.gaalliance.org SEAFOOD EXPO GLOBAL
INTERNATIONAL FISH CONGRESS & ABRIL 21-23
FISH EXPO BRASIL VENDA SEU PEIXE – WORKSHOP E BRUXELAS, BÉLGICA
SETEMBRO 17-19 RODADAS DE NEGÓCIOS www.seafoodexpo.com/global
FOZ DO IGUAÇU, PR OUTUBRO 24-25
www.internationalfishcongress.com.br NOVOTEL CENTER NORTE, SÃO PAULO
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CONXEMAR Fone: (11) 2226-3186
OUTUBRO 1-3
VIGO, ESPANHA
www.conxemar.com
A
dema nda crescente e pescado cresceu 7% em relação ao mercados mais prósperos. Ao mes-
a expansão da ofer ta ano anterior e em 2017 o crescimento mo tempo, espécies de baixo valor,
de produtos da pesca e econômico fortaleceu a demanda como os pequenos pelágicos, tam-
aquicultura levaram estes produtos e elevou os preços, aumentando bém são comercializadas em
a serem uma das categorias de novamente o valor das exportações grandes quantidades e exportadas
alimentos mais comercializados globais de pescado em cerca de 7% principalmente para consumidores
no mundo atualmente. Graças chegando a um valor estimado de de baixa renda nos países em de-
à globalização, ao aumento da US$ 152 bilhões. Este valor global senvolvimento. No entanto, a FAO
especialização de produtos, às representa agora mais de 9% do total aponta para o aumento das impor-
cadeias de suprimentos mais das exportações agrícolas e 1% do tações de espécies de maior valor
longas e complexas e à ampliação comércio mundial de mercadorias. por regiões em desenvolvimento
do s go s t os , pr e o c upaç õ e s e A China é o principal produtor para consumo doméstico.
expectativas dos consumidores, há de pescado e, desde 2002, o maior Em termos de espécies, o comércio
poucas chances desta tendência ser exportador de pescado e produtos de salmão tem aumentado em média
revertida, mas a probabilidade é de de pescado, embora o rápido cres- 10% ao ano desde 1976 e, desde 2013,
que as taxas de crescimento futuras cimento verificado nas década de tem sido o principal produto de
não reproduzam a escala vista nas 1990 e 2000 tenha desacelerado. As pescado em valor. Esse crescimento
últimas décadas. exportações chinesas de pescado foi parcialmente impulsionado
Segundo a Organização das atingirem o valor de US$ 20,5 bilhões pelo aumento da renda e da urba-
Nações Unidas para a Alimentação em 2017, um aumento de apenas 2% nização nos mercados emergentes,
e a Agricultura (FAO), aproximada- em relação ao ano anterior. Depois particularmente no leste e sudeste
mente 35% da produção mundial de da China, os principais exportadores da Ásia. Mas o salmão também
pescado foi direcionada ao comércio de pescado são a Noruega (US$ 11,7 manteve uma grande e crescente
internacional em várias formas bilhões em 2016) e Vietnã (US$ 7,3 base de consumidores em grandes
para consumo humano ou fins não bilhões). mercados desenvolvidos, incluindo
comestíveis em 2016. As 60 milhões A União Europeia (UE) representa a UE, Estados Unidos e Japão. A
de toneladas (equivalente peso vivo) o maior mercado importador de pes- maior parte do salmão consumido
de produtos exportados naquele ano cado, seguido pelos Estados Unidos e hoje é proveniente da aquicultura,
representou um aumento de 245% Japão; Em 2016, estes três mercados fornecido por países como a Noruega
em relação a 1976, e esse aumento juntos representaram aproxima- e o Chile, embora várias espécies
foi de mais de 514% se considerado damente 64% do valor total das selvagens de salmão do Pacífico
apenas o comércio de pescado para importações mundiais de pescado também sejam comercializadas
consumo humano. e produtos de pescado. Ao longo de internacionalmente em quantidades
No mesmo período de 40 anos, o 2016 e 2017, as importações de pesca- significativas.
comércio mundial desses produtos do cresceram nestes três mercados O camarão também é uma espécie
também cresceu significativamen- como resultado do fortalecimento altamente comercializado e repre-
te em termos de valor - de US$ 8 dos fundamentos econômicos. senta o segundo principal grupo de
bilhões para US$ 143 bilhões, ou O comércio internacional de pes- espécies exportadas em termos de
8% ao ano, com a taxa de cresci- cado é caracterizado por uma ampla valor. Os países da América Latina
mento das exportações dos países diversidade de produtos. Espécies e do leste e sudeste da Ásia são de
em desenvolvimento aumentando de alto valor, como camarão, longe os principais produtores mas
significativamente mais rápido salmão, atum, peixes do fundo do grande parte do consumo ocorre nos
do que as exportações dos países mar, peixe chato, robalo e dourada, mercados desenvolvidos.
desenvolvidos. É destacado que em são altamente comercializadas, O segmento de mercado de peixe
2016, o comércio internacional de particularmente em direção a branco, que historicamente tem sido
A
s práticas e o desempenho da segundo Larkin, a produção global de George Chamberlain, presidente
carcinicultura a nível global camarão deve continuar crescendo, da GAA, disse que um modelo de pa-
deram grandes saltos nos chegando a um ganho de 5,7% entre gamento voluntário tem seus méritos,
últimos anos, em meio à sempre 2017 e 2020.”Em uma indústria menor, mas é improvável que saia do papel
presente ameaça de doenças. Apesar 5,7% pode não parecer muito, mas 5% por causa de todos os que “pegam
deste sucesso, os produtores de em relação a 5 milhões de toneladas, carona”, aqueles que se beneficiam
camarão encontram-se agora isso é muito produto”, disse Larkin, com o programa mas não pagam sua
navegando em um excesso de oferta, que ilustrou como as exportações parte. Ele favorece um programa
uma rotina de baixos preços de globais mudaram de 2012 para 2017. obrigatório semelhante ao de outros
mercado e uma mudança drástica nos A principal dinâmica tem sido a Chi- setores de proteína animal e agricul-
rumos do mercado internacional. na: Larkin notou uma reviravolta tura, como abacates. O consumo de
Só recentemente se iniciou uma dis- dramática nos fluxos do comércio de abacate nos Estados Unidos aumentou
cussão para elaborar uma estratégia camarão do país (ver Figuras 1 e 2). 300% de 2000 a 2015, graças em gran-
coletiva para trazer estabilidade ao “Veja a mudança do camarão do de parte aos esforços colaborativos de
setor. Esta discussão teve início na Equador para a China ou para o marketing e publicidade oportuna.
conferência anual GOAL da Global Vietnã - não é um grande segredo que Bill Dresser, presidente da SeaPort
Aquaculture Alliance (Aliança Global este camarão acaba encontrando o Products, um importador de pescado
da Aquicultura - GAA), realizada em caminho para a China. A questão que com sede em Kirkland, Washington,
Guayaquil – Equador, no 2º semestre existe já faz alguns anos é: «Quando EUA, concordou e disse que, embora
do ano passado, e continuou em março a China se tornará um importador haja um apoio crescente entre os
deste ano na Seafood Expo North líquido de camarão?” Bem, eu acho importadores de camarão por um
America em Boston, Massachusetts, que já chegamos nesse ponto e muito modelo de pagamento obrigatório
EUA. além agora ”, disse Larkin. para promover o camarão, o progra-
“Com todo esse camarão, o que Enquanto o mercado de camarão ma deve envolver todos os elos da
vamos fazer para encontrar um na China é aparentemente forte, com cadeia de suprimento, não apenas
mercado saudável para esse produto, a China consumindo cada vez mais importadores.
para que se torne uma oportunidade sua própria produção, a demanda em “Qualquer conversa que tenhamos
saudável para todos?”, Perguntou outros mercados importantes, como tem que resultar num modelo abran-
Travis Larkin, presidente da Seafood Europa e Estados Unidos, se mantém gente que atraia a todos, do produtor
Exchange, empresa importadora de morna em comparação à China. O ao processador, do importador ao dis-
camarão dos EUA, no início do referido camarão tem conseguido manter o tribuidor. Todos nós temos que estar
Fórum Anual de Camarão da GAA. título de pescado mais popular no envolvidos para que tenha sucesso ”,
Com o objetivo de reunir produtores, mercado dos EUA, com 4,4 libras (2 disse Dresser, acrescentando que um
comerciantes e investidores do setor kg) consumidas per capita em 2017, aumento recente no consumo per ca-
de carcinicultura para discutir as mas há razões suficientes para se pita de camarão nos Estados Unidos foi
previsões de produção e as tendências preocupar que o mercado pode ficar motivo tanto de comemoração como
do mercado, o Fórum de Camarão teve estagnado. de preocupação.
boa participação. Os palestrantes dis- Larkin sugeriu que uma estratégia “O consumo per capita de camarão
cutiram com a audiência os números de marketing unificada para o ca- foi de 4 libras (1,8 kg) por muitos
mais recentes da produção baseados marão, que ele descreveu como um anos. Agora chegou a 4,4 ou talvez até
em dados da pesquisa anual da GOAL,- “esforço pré-competitivo” que poderia 4,5 libras, o que é algo que deveríamos
GAA, perspectivas do setor por parte elevar a categoria de uma maneira que estar realmente animados a respeito”,
de líderes globais de mercado e uma os produtores de carne bovina, carne acrescentou. “Mas a única razão pela
previsão de produção exclusiva da suína, leite e ovo fizeram, poderia qual isso aconteceu foi porque os
Índia, hoje um dos principais forne- impulsionar a demanda. Mas ele preços caíram. Há uma regra prá-
cedores e exportadores de camarão estimou que três quartos de todos os tica para o camarão, que para cada
de cultivo do mundo. importadores de camarão dos EUA aumento percentual da oferta, se a
teriam que aderir ao programa para demanda é estável, você pode esperar
ESTRATÉGIA UNIFICADA DE MARKETING
que desse certo. Como isso seria pago uma redução correspondente no
Lidar com o atual excesso de oferta
continua a ser a questão-chave. preço. Se a oferta vai aumentar, e não
é o ponto crítico, devido ao fato de que,
N
este artigo, oferecemos aos gias de métodos para a conquista realizam funções de comércio exte-
produtores e exportadores de mercados estrangeiros, como rior de forma sistemática, circular
brasi leiros de ca ma rão consórcios de exportação. e periódica.
e pescado em geral, uma nova As principais atividades reali-
visão dos conceitos, atividades, zadas por esse tipo de grupos são:
estratégias, e como funcionam os O que é um consórcio de Exportar em nome do consórcio,
consórcios de exportação e sua exportação? def inir preços de exportação,
importância na conquista dos Um consórcio de exportação é cuidar dos canais de distribuição,
mercados internacionais. um acordo voluntário de negócios selecionar e nomear agentes ou
Antigamente, nossas empresas entre empresas, que visa promover distribuidores no exterior, definir
davam pouca importância ao os bens e serviços de seus membros meios de pagamento e cobrança
comércio internacional. Por ser no exterior e facilitar a atividade de internacional etc.
o Brasil o quinto maior país do exportação de seus produtos por O consórcio permite o acesso
mundo, possui mais de duzentos meio de ações conjuntas. conjunto aos mercados existentes,
milhões de habitantes e múltiplas Trata-se de um acordo de colabo- aproveitando as economias de
oportunidades de negócios. Ou seja, ração entre empresas de tamanho escala e realizando grande parte
se pudesse exportar um volume e semelhantes, que fabricam produ- das atividades do departamento
valor adicional de produção, tudo tos similares ou complementares de exportação para parceiros. Este
bem, mas o grande mercado estava e que compartilham um canal de sistema permite uma redução de
em casa. No entanto, o mundo de marketing internacional. custos, ao realizar certas atividades
hoje está se tornando cada vez me- Pode ser uma orga n ização em comum. Por exemplo: é muito
nor e agora temos que confiar em formada por pequenas e médias mais barato investigar um mercado
empresas brasileiras globais. empresas que produzem camarão e passar informações para todos os
As empresas brasileiras que que serve para enfrentar negócios parceiros, em vez de cada produtor
atualmente exportam, não são mais internacionalmente. Os consórcios fazer a mesma pesquisa indepen-
consideradas comerciantes nacio- de exportação de camarão, permiti- dentemente.
nais, mas sim comerciantes inter- rão que as empresas locais se unam
nacionais. A economia brasileira para realizar uma exportação e,
passou por uma fase muito difícil o mais importante, atuam como Quais são as razões para optar por
e, paulatinamente, os empresários uma entidade que realiza atividades um consórcio de exportação?
brasileiros estão procurando clien- promocionais e de exportação para As pequenas e médias empresas
tes do exterior. Embora o desejo seus membros, apresentando uma costumam ter grande dificuldade
atual de exportar ou vender no ex- frente comum no mercado externo. em ingressar no mercado externo
terior seja maior do que no passado, Os consórcios de exportação uma vez que enfrentam sempre res-
os riscos e as dificuldades também permitem, que empresas nacionais trições como: volumes de produção,
são maiores. concorrentes ou com linhas de qualidade do produto, conhecimen-
Por esta razão, hoje vamos dis- produtos complementares, coope- to do mercado, capacidade econô-
cutir um novo tópico, para o qual rem para realizar uma exportação mica, promoção internacional e a
muitos esforços foram dedicados bem-sucedida. Eles possuem uma forma de negociação de pagamento
a disseminar os conceitos, estraté- estrutura legal e organizacional, e recebimento.
E
nquanto quase metade dos enlatados e embalados. E apenas formados sobre como comprar pes-
americanos comem pouco um em cada cinco adultos pode ser cado, e apenas 28% dos entrevistados
ou nenhum pescado, muitos classificado como um consumidor disseram que se sentiam confiantes
americanos adoram pescado - e frequente de pescado, o que significa em como cozinhar, preparar ou con-
estão dispostos a gastar mais tempo que eles consomem pescado duas dimentar pescado. Da mesma forma,
fazendo compras e mais dinheiro vezes por semana ou mais. “Você tem 27% dos clientes de supermercado se
para comprá-lo, para que possam essa enorme parcela da população sentiram bem informados sobre os
comê-lo regularmente. que não está fortemente engajada benefícios nutricionais de pescado
A primeira pesquisa Power of no consumo de pescado”, disse Stein. e apenas 26% disseram que sabiam
Seafood (O Poder do Pescado) do Mas o consumidor médio de julgar a frescura ou a qualidade dos
Food Marketing Institute (FMI - Ins- pescado gasta mais com alimentos produtos.
tituto de Marketing de Alimentos) no supermercado do que o não con- Os clientes estão frustrados por
com mais de 2.000 consumidores sumidor médio de pescado - US$ 129 não saberem o suficiente sobre
americanos sendo entrevistados versus US$ 116 por semana. E consu- pescado, sendo que 48% dos con-
identificou várias razões pelas midores frequentes de pescado gas- sumidores de pescado afirmaram
quais mais americanos não estão tam ainda mais - aproximadamente que não há informações suficientes
comprando pescado e descobriu US$ 143 por semana, de acordo com disponíveis sobre pescado. Essa falta
obstáculos que impedem até mesmo a pesquisa. “Os consumidores fre- de conhecimento junto ao desejo
os fãs mais ardentes de pescado de quentes de pescado representam de aprender mais - se estendeu até
comprar mais. um grupo demográfico pequeno, mesmo aos não consumidores de
O vice-presidente de alimentos mas lucrativo”, disse Stein. pescado, uma vez que 50% dos clien-
frescos do FMI ,Rick Stein, apresen- Frescor e sabor têm um forte tes de supermercados disseram que
tou os resultados iniciais da pesquisa impacto nas compras de pescado, queriam receber mais conhecimen-
na Conferência Global de Mercado de acordo com Stein, mas um des- to sobre diferentes métodos para
de Pescado de 2019, em Coronado, conto ou apenas “estar com vontade cozinhar pescado, e 48% queriam
Califórnia, EUA, em 17 de janeiro. O de consumir” pode impulsionar saber mais sobre como julgar a quali-
FMI entrevistou 2.096 clientes de as compras por impulso. No lado dade e a frescura dos produtos, bem
supermercados representantes negativo para as vendas de pescado, como 42% disseram que queriam
da população geral dos EUA em muitos clientes de supermercados mais informações sobre diferentes
relação à geografia, idade e gênero. admitiram que não dão atenção a espécies de pescado.
O FMI também incorporou dados de compra de pescado devido à falta de A pesquisa constatou que os
outras fontes como IRI, Nielson, Te- informações sobre os produtos. Os clientes tinham altas expectativas,
chnomics e Datassentials em seus consumidores de pescado não se sen- mas opiniões mistas em relação ao
resultados. tem muito bem informados sobre os conhecimento sobre os produtos
A pesquisa do FMI descobriu que produtos em geral, embora a maioria por parte dos funcionários do
apenas 56% dos consumidores ame- queira se tornar mais bem informa- setor de pescado ou peixarias dos
ricanos consomem pescado duas da, segundo a pesquisa. Apenas 29% supermercados. Embora a maioria
vezes por mês - e isso inclui produtos dos clientes se sentem muito bem in- dos consumidores tenha dito que
A
XV FEIRA NACIONAL DO Rui Costa – Governo da Bahia, Vindas, com o apoio da CAMANOR,
CAMARAO – FENACAM’18 Orígenes Monte, Presidente da regado a frutos do mar (camarão
comemorou sua 15ª edição, ANCC, Amaro Sales de Araújo, marinho e tilápia, cultivados), se-
e foi realizada no período de 13 a 16 Presidente do sistema FIERN. guido de um show dançante com a
de Novembro de 2018, no Centro de José Álvares Vieira, Presidente da participação cultural do cantor Luan
Convenções de Natal – Estado do FAERN, Fabrizzio Leite Feitosa, Estilizado.
Rio Grande do Norte. Superintendente Estadual Banco
do Nordeste (BNB) Rio Grande do PROGRAMAÇÃO E DESENVOLVI-
SOLENIDADE DE ABERTURA DA Norte, Santana Junior, Presidente MENTO DA FENACAM’18
FENACAM’18 da ACCPI, Aristóteles Vitorino, Para a realização da FENACAM’18,
A solenidade de abertura, que Presidente da ACCBA, André Jan- a ABCC contou com a imprescindí-
ocor reu às 19h30m in do d ia sen, Presidente da ACPB, Mauricio vel parceria e o destacado apoio das
13/11/18 contou com a participação Lacerda, Presidente da ACCPE. Associações Estaduais Coligadas,
das seguintes autoridades e convi- Após a Solenidade de Abertura, de forma toda especial, da ANCC -
dados especiais: Cristiano Peixoto foi oferecido a todos os convidados e Associação Norte Rio-grandense de
Maia, Presidente da ABCC, Gover- congressistas, um Coquetel de Boas Criadores de Camarão, na pessoa do
nador Robinson de Faria – Governo
do RN, Itamar Rocha Presidente
da FENACAM’18, Carlos Cesar de
Mello, Diretor do Departamento
de Registro, Monitoramento e
Controle – DRMC, representando
o Secretário Sr. Dayvson Franklin,
da Secretaria Especial de Aqui-
cultura e Pesca da Presidência da
República, Guilherme Moraes Sal-
danha, Secretário da Agricultura,
Pecuária e Pesca do RN, Secretário
em Exercício da Agricultura,
Irrigação e Reforma Agrária,
Eduardo Rodrigues de Souza,
representando o Governador Mesa de Abertura da FENACAM’18
Promoção Realização
RAF
INTRODUÇÃO tempo (Valenti et al., 2000). Isto está de limites na utilização de recursos
O termo meio ambiente foi utiliza- em conformidade com o conceito de naturais e de sanções em caso de
do pela primeira vez em 1835 pelo desenvolvimento sustentável, que é não cumprimento das leis (Oliveira
naturalista francês Geoffrey de o crescimento econômico aliado à et al., 2006). Estes mecanismos são
Saint-Hilaire, em sua obra Études preservação do meio ambiente e ao o licenciamento ambiental, a fisca-
progressives d´un naturaliste, onde desenvolvimento social, garantindo lização, as resoluções e instruções
meio (milieu) é o lugar onde o ser vivo que futuras gerações possam gozar normativas e as responsabilizações
está ou se move e ambiente (ambiance) dos mesmos serviços ambientais das civis, penais e administrativas em
é tudo aquilo que rodeia o ser (Silva, gerações presentes (ONU, 1987). caso de dano ambiental, respec-
2009). Várias definições de ambiente Em 1995 a FAO (Organização das tivamente. Norma é o termo geral
têm sido adotadas ao longo do tempo, Nações Unidas para a Alimentação para textos legais (leis, resoluções,
por diversos países e instituições. No e a Agricultura) criou um Código de portarias, instruções normativas
Brasil, a definição legal é: Conduta para a Pesca Responsável, etc.). Portanto, nem todos os textos
“o conjunto de condições, leis, in- que recomenda que os países de- legais são leis. As Resoluções (ex.
fluências de ordem física, química e vem elaborar planos e estratégias CONAMA) são atos administrativos
biológica, que permite, abriga e rege que garantam o desenvolvimento (hierarquicamente inferiores às leis),
a vida em todas as suas formas” sustentável e o uso responsável dos enquanto que Portarias são também
(Art. 3º, §I, Lei 6.938/81 – Política recursos naturais nos empreendi- atos administrativos, mas do Poder
Nacional do Meio Ambiente) mentos de aquicultura. O Estado Executivo (ex. IBAMA, Ministério
O meio ambiente está intrinsica- brasileiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente), que apresentam
mente relacionado ao modo de vida do Meio Ambiente e fundamentado ordens/instr uções acerca da
humano e é desta maneira passível nas recomendações da FAO, apontou aplicação de leis ou regulamentos.
de sofrer impactos ambientais, que diretrizes para o setor aquícola des- Instruções Normativas são também
podem ser definidos como “qualquer de 1997. O objetivo destas diretrizes atos administrativos por ordem
alteração da qualidade ambiental que é identificar as responsabilidades, escrita expedida pelo chefe do
resulta da modificação de processos deveres e obrigações do Estado e dos serviço ou Ministro de Estado
naturais ou sociais por ação humana” atores envolvidos com a aquicultura, a seus subordinados dispondo
(Sanchéz, 2013). sendo que o intercambio contínuo normas disciplinares que deverão
Uma dessas atividades é a aquicul- entre estes atores é essencial para ser adotadas no funcionamento do
tura, que é praticada desde tempos garantir a sustentabilidade, a segu- serviço público.
remotos datando de pelo menos rança alimentar e a erradicação da A legislação ambiental obedece
2.000 a.C. Esta constitui-se do culti- pobreza, garantindo o bem-estar das à mesma hierarquia das demais
vo de organismos cujo ciclo de vida gerações futuras. leis, em que, tratando-se da mesma
ocorre de maneira integral ou par- Ao longo do tempo, diversos matéria, as leis estaduais não podem
cial em meio aquático. Atualmente, mecanismos legais surgiram rela- ir de encontro às leis federais, assim
ela está alicerçada em três pilares: cionados a aquicultura, os quais têm como as leis municipais também
produção lucrativa, desenvolvimen- por base a avaliação das condições estão subordinadas às leis estaduais.
to social e preservação do meio am- ambientais prévias à instalação do De forma que, se em uma lei federal
biente. Estes três componentes são empreendimento, o acompanha- for estipulado um limite de tolerân-
essenciais e indissociáveis para que a mento das alterações associadas às cia para descarte de determinado
atividade seja sustentável ao longo do atividades de operação, a imposição produto no efluente, a lei estadual ou
MMA
SEMURB
(Ministério do Meio Ambiente) SEMARH (Secretaria do Meio
Central (Secretaria Municipal de Meio
SEMAM/PR (Secretaria do Meio Ambiente Ambiente e dos Recursos Hídricos)
Ambiente e Urbanismo)
do Presidente da República)
IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
IDEMA
e dos Recursos Naturais Renováveis) Não há órgão especifico previsto no
Executor (Instituto de Desenvolvimento
ICMBIO SISNAMA1
Sustentável e Meio Ambiente)
(Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade)
O
presente artigo visa rever e eficiência de ciclos), permitiam
a história da utilização dos maior flexibilidade e dinâmica, uma
sistemas de pré-engorda vez que agora a pré-engorda não era
na carcinicultura marinha ao mais fixa a apenas um ou dois vivei-
longo dos anos e como a evolução ros. Além disso, tendo pós-larvas
da tecnologia de produtos e nos berçários enquanto os viveiros
equipamentos, e até mesmo do estavam sendo preparados para o
amadurecimento técnico podem povoamento, os produtores ganha-
estar relacionados com uma nova ram ainda a possibilidade de fazer
perspectiva de viabilidade para o um processo de aclimatação mais
uso deles na atualidade. lento, já que na época os laboratórios
só entregavam pós-larvas em salini-
dades mais altas.
PASSADO
No início da carcinicultura, em
meados dos anos 70, a cadeia de
produção limitava-se quase que ex-
clusivamente à engorda dos animais,
não havia laboratórios de larvicultu- FIGURA 1 – Exemplos Viveiros berçário no Peru
ra nem fábricas de rações. A oferta (acima.)¹ e Viveiro berçário no Brasil (abaixo.)²
destes 2 insumos, ração e pós-larvas,
baseava-se em atividades extrativis- DESENVOLVIMENTO
tas ou artesanais, como por exemplo No início da década de 90, a in-
a tentativa de fabricar o balanceado dústria brasileira de carcinicultura
de pescado como alternativa nu- entra em um momento de maior
tricional e a captura de juvenis nos desenvolvimento, quando surgem
estuários com as espécies nativas. os primeiros laboratórios comer-
Com a perspectiva de ter um ciais de produção de pós-larvas. E
maior domínio sobre a produção nessa onda de desenvolvimento, os
dos viveiros em uma época em que sistemas de pré-engorda também
prevaleciam os sistemas extensivos, passaram por mudanças. FIGURA 2 – Exemplo de tanques berçários
surgiram os viveiros de pré-engorda, Com o passar dos anos, a utilização (acima.)³ e cercados (abaixo.)4
uma alternativa que permitia o destes viveiros de pré-engorda, ou
controle e acompanhamento da berçários de terra, foi entrando em Diante dos comprovados benefí-
estocagem da população inicial. Em desuso, e a pré-engorda evolui para cios da fase de pré-engorda, mas na
adição a este controle, os viveiros de os sistemas intensivos, também impossibilidade da implantação de
pré-engorda apresentavam-se como conhecidos como pré-berçários ou tanques pré-berçários intensivos em
ferramenta no aumento da eficiência sistemas primários. Essa era uma algumas fazendas, surgiu então uma
no ciclo produtivo, uma vez que os inovação cujo objetivo era facilitar alternativa: os sistemas de cercados.
mesmos possuem uma independên- na logística interna da fazenda, pois Basicamente, eram cultivos de pré-
cia dos viveiros de engorda e podem além de desempenhar os benefícios -engorda realizados dentro do pró-
ser estocados quando a engorda está já trazidos no sistema anterior prio viveiro, utilizando cercas com
em andamento. (controle da população estocada telas de 1000 micras em uma área
Cria-se assim um ambiente di- uma área de 10ha. Pela sua ampla resultados no povoamento. As pls
ferenciado no interior do cercado área, a correção da alcalinidade estocadas nesse cercado foram
(Fig.8), melhor preparado para para níveis ideais ao povoamento mantidas nele por 15 dias e então
a recepção dos animais a serem (mínimo de 100mg/L) torna-se in- liberadas para o viveiro todo.
povoados, com grande economia viável. Com a utilização do cercado Podem ser encontradas em fon-
de insumos, maior eficiência de de lona, foi possível corrigir a área tes fora do Brasil, mais referências
manejo e melhor desempenho cercada com fertilizante, elevando e exemplos desse sistema, inclusive
zootécnico. a alcalinidade para 120mgl/L antes com aprimoramentos, como o
No exemplo especí f ico das do povoamento, gerando grande sistema de aeração de fundo com
fi guras 5 a 8, o viveiro tinha uma economia na utilização do ferti- soprador, com exemplificado nas
alcalinidade inicial de 80mg/L e lizante e maior garantia de bons imagens a seguir8.
Imagens do artigo: ¹Imagem de satélite – Google Maps; ²Fazenda Aqual – Guamaré/RN; ³Fazenda Costa Dourada – Sirinhaém/PE;4, 5 Arquivo pessoal; 6
Imagem de Ivan Cereceda; 7 Imagens cedidas por Lorena; 8 Imagens disponibilizadas em www.aquatic.com.vn
D
e acordo com os números com águas mesohalinas, cujo de- Pilar, Pitanga na Estrada, Pirpi-
setoriais de 2003, a Paraíba sempenho vem superando todas as rituba, Pombal, Riachão do Poço,
contava com 68 fazendas de expectativas, inclusive, com produ- Salgado de São Félix, São Miguel
cultivo de camarão, englobando tividades expressivas. de Taipu, São Bento, São João do
u m a á rea de 6 30 ha , t endo Na verdade, o grande diferencial Cariri, S. Sebastião do Umbuzeiro,
produzido 3.323 t, contribuindo da carcinicultura paraibana, está Sapé, Serra Branca e Sobrado, cujas
para uma exportação de US$ 12,1 relacionado ao fato de que cultivo fazendas usam águas do Rio Paraíba,
milhões. Já no Censo realizado do camarão marinho vem sendo Rio Mamanguape, Rio Piranhas e
pela ABCC em 2011, o número de praticado obedecendo um eficiente de dezenas de açudes e poços arte-
produtores da Paraíba decresceu protocolo operacional, em termos sianos, já possuindo 180 unidades
para 53, bem como sua produção de boas práticas de manejo e de produtoras de camarão marinho
(1.530 t), com um destaque para o medidas de biossegurança, afora cultivado.
fato de que a produtividade média o fato de que a maioria das águas São, portanto, 230 fazendas de ca-
das fazendas localizadas ao longo do utilizadas apresentam caracterís- marão marinho distribuídas em 48
Rio Paraíba, no referido ano, foi de ticas de baixa salinidade (oligo e municípios paraibanos, cuja expres-
10.200 kg/ha/ano. mesohalinas), nas quais, o camarão siva maioria corresponde a micros e
Nesse mesmo contexto, um estudo L.vannamei, mesmo sendo originado pequenos empreendimentos (0,1 a
realizado pelo SEBRAE/PB em 2016, do Oceano Pacífico, tem se adaptado 10,0 hectares), sendo que a área de
reportou uma produtividade média bem, inclusive, apresentando níveis viveiros de cultivo de camarão em
de 15 ton/ha/ano na carcinicultura de produtividade superiores aos produção no Estado está estimada
praticada em águas do Rio Paraíba, alcançados em águas estuarinas, na em 1.100 hectares, dos quais 600 ha
contra apenas 2,5 ton/ha/ano da Paraíba, no Brasil e no mundo se localizam em áreas estuarinas,
média nacional no referido ano. In- Nesse sentido, a carcinicultura com exploração em baixa densidade
clusive, no ano de 2019, mesmo sem paraibana, segundo dados extra (6 a 8 pós-larvas/m²) e 500 ha, nas
contar ainda com financiamentos oficiais, já conta com 2 importantes águas interiores, com explorações
bancários para investimentos, mui- polos produtores de camarão mari- semi-intensivas e intensivas (30 a
to menos com um mínimo de apoio nho cultivado: 125 pós-larvas/m²).
governamental para o desempenho (1) O Polo Costeiro que inclui 07 No ano de 2018, a produção estima-
desse setor, a carcinicultura parai- municípios: João Pessoa, Caaporã, da de camarão cultivado da Paraíba
bana dos polos interioranos vem Baía da Traição, Lucena, Marcação, foi de 5.000 toneladas, mas para o
se fortalecendo de tal ordem, que Rio Tinto e Santa Rita, onde operam presente ano de 2019, as previsões
vários pequenos empreendimentos 50 fazendas de engorda de camarão apontam para uma produção da or-
estão produzindo entre 17 a 30 tone- marinho e, dem de 6.500 toneladas, cujo destino
ladas de camarão, pequeno e médio, (2) O Polo do Interior, que sur- será exclusivamente para o mercado
por hectare/ano. preendentemente, já contempla 41 interno.
Em realidade, a espécie de cama- municípios: Araçagi, Alagoinha, Ba- Ou seja, toda a comercialização
rão marinho Litopenaeus vannamei, naneiras, Barra de Santana, Belém, do camarão cultivado da Paraíba, se
a mais cultivada no mundo, no caso Boa Vista, Boqueirão, Borborema, realiza por meio de agentes interme-
particular do estado da Paraíba, sua Cabaceiras, Caldas Brandão, Campi- diários, que compram e recolhem o
utilização vem se expandindo do na Grande, Cuité de Mamanguape, camarão resfriado in natura nas
litoral para o sertão, com o aumento Coremas, Cruz do Espirito Santo, fazendas, na condição de camarão
do número de produtores ao longo Cuitegí, Guarabira, Gurinhém, fresco e, distribuem para centros de
das margens do rio Paraíba, cariri Ingá, Itabaiana, Itatuba, Jacaraú, processamentos ou outros pontos de
e mesmo em rincões do alto sertão Juripiranga, Lagoa de Dentro, Mari, comercialização, incluindo diversos
paraibano, notadamente nas áreas Mogeiro, Monteiro, Mulungu, Prata, estabelecimentos de consumo direto
TABELA 01 - Dados de Zootécnicos de Produção de 07 Viveiros (2400 m²) de Cultivos Intensivos do Camarão Marinho L. vannamei
Dens.
Sobr. Peso Ganho
ÁREA Dias de População Inicial Biomassa Ração Produtividade
VE Final Final peso/sem F.C.A
(ha) Cultivo Inicial (cam/ Final (Kg) Total (Kg) (Kg/ha) Ciclo
(%) (g) (g)
m²)
1 0,02 99 30.000 125 69% 12,25 0,87 256 498 1,95 10.667
2 0,03 99 40.000 118 84% 10,93 0,77 367 619 1,69 10.794
3 0,03 99 40.000 118 84% 11,45 0,81 385 603 1,57 11.324
4 0,08 80 100.000 125 77% 10,00 0,88 768 1.129 1,47 9.600
5 0,03 76 40.000 118 54% 12,50 1,15 272 431 1,59 8.000
6 0,03 76 40.000 118 47% 14,50 1,34 272 439 1,61 8.000
7 0,04 86 390.000 121 65% 12,02 1,00 2.847 4.453 1,61 9.282
Produtividade Média: 29.000 Kg/ha/ano (03 ciclos de cultivo)
TABELA 02 - Resultados de Cultivos Semi-Intensivos (7 viveiros/13.500 m²) com o Camarão Marinho L. vannamei em Águas Interiores
Dens.
Sobr. Peso F.C.A
ÁREA Dias de População Inicial. Cresc. Biomassa Ração Produtividade
VE Final Final Final
(m²) Cultivo Inicial (cam/ Semanal Final (kg) Total (Kg) (Kg/ha) Ciclo
(%) (g) (:1)
m2)
1 2.000 81 140.000 70,0 89,11 8,00 0,69 998 1.230 1,23 4.990
2 2.000 98 100.000 50,0 96,60 10,00 0,71 966 1.034 1,07 4.830
3 2.000 98 100.000 50,0 99,40 10,00 0,71 994 1.297 1,30 4.970
4 1.900 94 119.000 62,6 100,25 11,40 0,85 1.360 1.573 1,16 7.158
5 2.000 94 126.000 63,0 100,19 10,10 0,75 1.275 1.574 1,23 6.375
6 1.800 92 117.000 63,30 100,37 10,40 0,77 1.190 1.375 1,16 6.611
7 1800 94 114.000 63,33 100,37 10,40 0,77 1.190 1.375 1,16 6.611
MÉDIA 1.928 93 116.571 60,32 98,04 10,04 0,75 1.139 1.351 1,19 5.935
Produtividade: 17.805 Kg/há/ano (3 ciclos)
FIGURA 03 – Despesca
Localizações especiais - Marque para reservar seu espaço - Tiragem: 5.000 exemplares
1.500,00
Semestral.