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Direito Constitucional Plano Analitico/UniZambeze-FCSH/1°Ano/2019

UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANIDADES

1º Ano/2019
CURSO: DIREITO/NOCTURNO
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II
REGIME: SEMESTRAL
PLANO ANALÍTICO

Introdução
O Direito Constitucional II é uma disciplina curricular, semestral, leccionada no
Segundo ano do curso de Direito na FCSH-Beira, precedida de Direito Constitucional I.
I. Objectivos
1. Objectivos gerais:
a) Analisar o Direito de necessidade constitucional e a suspensão do exercício dos
direitos fundamentais;
b) Avaliar o regime da garantia da constituição vigente em Moçambique

2. Objectivos específicos:

Até ao fim desta disciplina o aluno será capaz de:


1) Avaliar o regime de revisão constitucional moçambicano;
2) Explicar a incorporação constitucional do direito de necessidade;
3) Identificar o sistema de garantia da constituição e de fiscalização da
constitucionalidade vigente em Moçambique;
4) Criticar o modelo de fiscalização da constitucionalidade moçambicano;

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II. Indicações metodológicas

A natureza semi-prática da nossa disciplina exige a utilização predominante de métodos e


estratégias activos socializantes. Trata-se de um desafio da nossa cadeira para se alcançarem os
objectivos comportamentais, específicos e gerais propostos.
Assim, o processo de ensino e aprendizagem será feito mediante a combinação dos
seguintes métodos e estratégias:
- Exposição Dialogada, que será usada para a apresentação e introdução de conteúdos novos pelo
docente, reservando-se aos alunos a apresentação de dúvidas e comentários em relação a
determinados aspectos do conteúdo programático;
- Trabalhos em Pequenos Grupos: Em determinadas fases da aula os alunos serão organizados
em grupos de seis a oito cada, para a resolução de hipóteses baseadas na realidade e para
comentários de extractos ou afirmações. Com esta estratégia pretende-se estimular o
desenvolvimento do espírito gregário e a capacidade de diálogo;
- Estudo Dirigido e seminário: consistirão em distribuir previamente temas aos alunos para
procederem a devida pesquisa, seguindo-se a sua apresentação e debate públicos. O recurso a
este método estimulará o estudo individual e argumentação em público, o que permitirá ao aluno
o desenvolvimento da autonomia no processo de aprendizagem;
- Grupos de cochicho: os alunos serão divididos em grupos de dois cada para discutirem aspectos
concretos de cada tema ou subtema, devendo posteriormente apresentarem as suas conclusões à
plenária;
- Brainstorming: consistirá em convidar a cada aluno para apresentar a definição de
determinados conceitos; com este método ou estratégia pretende-se potenciar e valorar as
experiências e conhecimentos que os alunos trazem para a aula e estimular a capacidade de
formular definições.

III. Avaliação

1- A avaliação formativa será contínua e incidirá sobre os seguintes aspectos: apresentação oral e
argumentação, a ser aferido através de pedidos de recapitulação da aula anterior, resolução de
trabalhos individuais e em grupos e perguntas dirigidas. A avaliação formativa será tida em

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consideração na ponderação da média final, até dois valores, para efeitos de admissão ou
despensa ao exame.
2- Duas avaliações escritas, realizadas de acordo com o calendário previamente e nos termos
regulamentares;
3-Trabalhos em grupos relativos a temas específicos (ou parte de temas) previamente
seleccionados, apresentados oralmente durante as aulas em forma de simpósio, observando os
seguintes critérios:
a) O critério de constituição dos grupos de trabalho é primacialmente definido pelos
alunos, desde que respeite os limites mínimos e máximos dos membros de cada grupo.
b) O calendário das apresentações será afixado previamente: sendo obrigatória a presença
de todos os membros do grupo na data fixada para a defesa e constituindo falta à
avaliação, a ausência de um dos membros do grupo.
c) A ausência de um dos membros do grupo não justifica o adiamento da apresentação e
defesa do trabalho, devendo os membros presentes providenciarem a apresentação e
defesa integral de todo o trabalho (não se admitindo a apresentação parcial nem defesa
parciais);
d) A ausência aos simpósios, ainda que justificada, não dá lugar à segunda chamada.
4- Um exame escrito e um exame de recorrência, nos termos regulados pela Instituição.

IV. Carácter das aulas

A presença física em todas as aulas é obrigatória, por isso, quando necessário, será feito o
controlo de presenças.

V. Programação da disciplina

Sem Datas CONTEÚDO Obs.


1ª A experiência constitucional de Moçambique

2ª Direito de cidadania (nacionalidade): Moçambique.

ESTADOS DE NECESSIDADE CONSTITUCIONAL E SUSPENSAO DO


EXERECICIO DE DIREITOS FUNDAMENATAIS
1. A INCORPORAÇÃO CONSTITUCIONAL DO DIREITO DE
NECESSIDADE
1.1. A incorporação constitucional do direito de necessidade
1.2. O direito de necessidade na história constitucional

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4ª 1.2.1. O processo de legitimação e legalização do direito de necessidade simposi


1.2.1.1. Martial law, Riots acts, motins, disturbios e revoltas populares o
1.2.1.2. Lei marcial e perigo para a tranquilidade pública
1.2.1.3. Estado de paz, estado de guerra e estado de sítio
1.2.1.4. Estado de sitio militar e estado de sitio político
1.2.1.5. Suspensão da Constituição
1.2.1.6. Constitucionalização do direito de necessidade estadual
2. As técnicas de juridicização constitucional do direito de necessidade
2.1. Poderes implícitos
2.2. Cláusula de plenos poderes
2.3. Constitucionalização do direito de necessidade
2.4. Bill de idemnidade

5ª 3. O DIREITO DE NECESSIDADE CONSTITUCIONAL NA CONSTITUIÇÃO


MOCAMBICANA DE “2004”
3.1. O direito de necessidade estadual nas constituições moçambicanas de
1975 e 1990 (perspectiva histórica)
3.2. A tipologia de estado de necessidade
3.2.1. Estado de necessidade externo
3.2.1.1. Estado de guerra
3.2.1.2. Estado de emergência (militar)
3.2.2. Estado de necessidade interno
3.3. O problema da suspensão individual dos direitos, liberdades e
garantias
3.4. A disciplina constitucional dos estados de necessidade constitucional
3.4.1. A competência para a declaração do estado de sítio ou de emergência
3.4.2. As restrições aos direitos fundamentais
3.4.3. O controlo parlamentar da declaração do estado de necessidade
3.4.4. A intervenção governamental na declaração do estado de sítio ou de
emergência
3.4.5. O controlo jurisdicional da declaração do estado de sítio ou de
emergência
3.4.6. Responsabilidade
3.4.6.1. Responsabilidade política
3.4.6.2. Responsabilidade civil
3.5. Vícios dos actos jurídicos expressos.


Aulas práticas

7ª Aulas práticas

8ª Preparação e realização do primeiro teste


INCONSTITUCIONALIDADE E GARANTIA DA CONSTITUIÇÃO
9.ª 1. Inconstitucionalidade e garantia em geral

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1.1. Inconstitucionalidade em geral


1.1.1. Noção ampla e restrita de inconstitucionalidade
1.1.2. Inconstitucionalidade das normas constitucionais
1.1.3. Inconstitucionalidade e ilegalidade
1.1.4. Inconstitucionalidade e hierarquia
1.1.5. Diferentes tipos e juízos de inconstitucionalidade
1.1.6. Inconstitucionalidade material e inconstitucionalidade formal e orgânica
1.2. A garantia da constitucionalidade em geral
1.2.1. Norma jurídica e garantia

10.ª 1.2.2. Garantia da constitucionalidade e garantia da constituição


1.2.2.1. Garantia e fiscalização
1.2.2.2. Critérios substantivos de fiscalização
1.2.2.3. Critérios processuais de fiscalização
1.2.2.4. Fiscalização difusa e concentrada

11.ª 2. Consequências da inconstitucionalidade


2.1. Inconstitucionalidade e valores jurídicos
2.2. Inconstitucionalidade e responsabilidade civil do Estado

12ª 3. Sistema de fiscalização da constitucionalidade


3.1. Inserção histórica
3.2. Os grandes modelos ou sistemas típicos
3.3. Sistemas atípicos e mistos
3.4. As mais recentes tendências da fiscalização da constitucionalidade
3.5. Estado de direito e fiscalização jurisdicional

13ª Aulas práticas

14ª Realização do 2º teste


15ª 4. Modelo de fiscalização da constitucionalidade/consequências da
inconstitucionalidade em Moçambique:
4.1. Na vigência da CRPM;
4.2. Na vigência da CRM 90;
4.3. Na vigência da CRM 2004

16ª Considerações finais sobre a disciplina

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VI. BIBLIOGRAFIA INDICATIVA

CAETANO, Marcelo. Manual de ciência política e direito constitucional. Tomo I, 6ªedição,


Livraria Almedina, Coimbra, 1992.

CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição, 6ª edição, Almedina,


Coimbra, 2002.

FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Curso de direito constitucional, 28ª edição, Editora Saraiva,
2002.

GOVEIA, Jorge Bacelar. As Constituições dos Estados Lusófonos. Aequitas Editorial Notícias,
Lisboa, 1993.

JUSTINO, Justino Felizberto. O regime jurídico do acesso de cidadãos à justiça constitucional


moçambicana em fiscalização concreta à luz da Constituição de 2004. Editorial
Fundza, Beira, Outubro de 2018.

MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional: constituição e inconstitucionalidade. Tomo


II, 3ª edição, Coimbra Editora, 1996.

MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional: preliminares. O Estado e os sistemas


constitucionais. Tomo I, 6ª edição, Coimbra Editora, 1997.

PALMA, Maria Fernanda. Direito constitucional penal. Almedina, 2006.

7. LEGISLAÇÃO INDICATIVA
1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Revista e republicada pela Lei 1/2018, de 12
de Junho.
2. LEI 7/91, de 23 de Janeiro: Lei dos Partidos Políticos. BR n°4, I Série, Suplemento, de 23 de
Janeiro de 1991.
3. LEI 14/92, de 14 de Outubro: Altera os artigos 1, 5, 6, 11, 14, 16 e 23 da Li dos Partidos Políticos.
BR n°42, I Série, Suplemento, de 14 de Outubro de 1992.
4. LEI 9/91, de 18 de Julho: Lei da Liberdade de Reunião e Manifestação. BR n°29, I Série,
Suplemento, de 18 de Julho de 1991.

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5. LEI 7.2001, de 7 de Julho: introduz alterações à Lei de Liberdade de Reunião e Manifestaçao. BR


n°27, I Série, Suplemento, de 7 de Julho de 2001.
6. LEI 8/91, de 18 de Julho: Lei das Associações. BR n°29, I Série, Suplemento de 18 de Julho de
1991.
7. LEI 2/96, de 4 de Janeiro: Regula o exercício do direito de petição, queixa e reclamação. BR n°1, I
Série, Suplemento, de 4 de Janeiro de 1996.
8. LEI 18/91, de 10 de Agosto: Lei da Liberdade de Imprensa. BR n°32, 3° Suplemento, de 10 de
Agosto de 1991.
9. Lei 34/2014: lei do direito a informação.
10. LEI 6/2006, de 2 de Agosto: Lei Orgânica do Conselho Constitucional. BR n°28, I Série, de 2 de
Agosto de 2006.
11. LEI 5/2008, de 9 de Julho: introduz alterações à Lei Orgânica do Conselho Constitucional. BR
n°28, I Série, de 9 de Julho de 2008.
12. LEI 5/2005, de 1 de Dezembro: Lei do Conselho de Estado. BR n°48, I Série, Suplemento, de 1 de
Dezembro de 2005.
13. LEI 7/2006, de 16 de Agosto: Lei do Provedor de Justiça. BR n°33, I Série, de 16 de Agosto de
2006.
14. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Imprensa Nacional, 2 de Novembro de 1990.
15. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA POPULAR DE MOÇAMBIQUE, 20 de Junho de 1975.
16. ACORDOS DE LUSAKA. 7 de Setembro de 1974.

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