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Seguinte: isso aqui são as minhas anotações de aula com alguns memes, imagens, comentários malucos da minha
cabeça e citações de frases dos professores (ou seja, se você não gostar não precisa ficar reclamando e falar que
isso está uma porcaria. Você sempre pode usar as suas anotações).
Breve legenda: coisas em cinza = eu tinha nas minhas anotações, mas a professora não deu dessa vez; nêne = bebê
= pacotinho de vida/leite; Tidinho = Dr. Aristides (obviamente eu não chamo ele assim na frente dele)
1. Menino, 5 a com dor em art. Coxo-femural E há 15 dias, claudicando. Nega febre ou outras queixas. Ao exame
físico discreta limitação a abdução de coxo-femural E.
o Conduta inicial: Rx de bacia, hemograma e VHS
Hemograma e VHS vieram normais
Rx de bacia: desgaste articular, osteopenia/osteoporose
o Diagnóstico: necrose asséptica de Legg-Perthes-Calve
*As principais localizações das osteocondrites são epífise femural (doença de Legg-Calvé-Perthes);
tuberosidade tibial (doença de Osgood-Schlatter); epífise vertebral (doença de Scheuermann); navicular
(doença de Köhler); 2º metatarso (doença de Freiberg); núcleo do calcâneo (doença de Sever); semilunar
(doença de Kienböck); epífises das falanges do 2º, 3º e 4º dedos da mão (doença de Tiemann).
2. 3 anos de idade, artrite de tornozelo há 1 dia e coceira no corpo. Referia ter outros casos na família.
o Diagnóstico:
Artrite por hipersensibilidade
Rush que lembra uma urticária -> pode fazer edema articular -> artrite
Geralmente aparece depois da alimentação (principalmente pela presença de corantes)
Vasculite hipocomplementêmica familiar (deficiência de C2 ou C4)
Hx familiar de artrite, rush cutâneo de repetição
o Conduta:
Antialérgico e dosagem de complemento
3. Menino de 5 anos de idade com dor no joelho direito e claudicando há 2 dias. Nega febre ou traumatismo.
Antecedente de tosse e coriza há 2 semanas. Ex. físico apresenta bom estado geral com dor a rotação do
quadril D, sem sinais inflamatórios. O dx e conduta:
o Diagnóstico:
Sinovite transitória de quadril (melhora depois de 5/7 dias)
Geralmente de origem viral (IVAS faz quadro de sinovite)
4. Feminina, 4 anos, febre e dor nas pernas há 1 mês. Edema e dor importante a movimentação de joelho E e
tornozelo D. Algumas equimoses em braços. Palidez cutâneo-mucosa ++/4.
o Conduta inicial:
Hemograma, VHS e Rx de articulações (exames padrão para quando suspeita de processos
inflamatórios)
Hemograma:
Hb 7,5 (N 11 - 13)
Leucócitos 25.000 com 80% de linfóficos (N 9.000 - 13.000 ?) -> Leucose
VHS = 80mm
Rx: aumento de partes moles
o Conduta após o resultado dos exames:
Punção de medula óssea -> Consegue um dx mais precoce de leucoses linfóides
o Diagnóstico:
Leucose linfóide (leucocitose com 80% de linfócitos pode ser o primeiro sinal)
5. Menina, 7 anos de idade, dores nas pernas e as vezes nos braços desde 2 anos de idade, principalmente a
noite, sem localização definida.
o Conduta:
Observação ambulatorial (ela tem isso há anos e até agora não deu ruim)
A dor não é definida, não tem como fazer exame
o Diagnóstico
Dor da fase de crescimento (pode começar desde que a criança começa a andar, bem novinha)
6. Menino, 8 anos, branco, dores articulares há 6 anos, manchas roxas nas pernas. Ao exame: hipermobilidade
articular generalizada + equimoses e pele fina com vasos visíveis em coxas e pernas.
o Diagnóstico:
Sd. de Ehlers-Danlos (pele fina por falta de colágeno, sangramentos fáceis)
Pesquisa de hipermobilidade
Polegar no punho
Cotovelo que hiperextende
5º dedo paralelo ao braço
Joelhos hiperxstendidos
Coloca toda a palma das mãos no chão
Pregas cutâneas com >5cm
*Marfan também dá hipermobilidade
*Sd de hipermobilidade (inclui Ehlers-Danlos e Marfan) -> Artrite episódica juvenil
O FUTURO DA PEDIATRIA – DR. ATISTIDES
Morbimortalidade em pediatria
Especializações em pediatria -> Pediatra geral passou a ter mais tempo para cuidar de alguns aspectos:
Encefalopatia crônica
Doenças genéticas e cromossômicas
Doenças crônicas: pulmonares, GI, renais, SNC, endocrinológicas, reumatológicas, cardíacas, imuno-alérgicas,
neoplasias
Síndromes psiquiátricas e de comportamento
Doenças degenerativas (obesidade, hiperlipidemia, HAS, diabetes)
Prevenção de acidentes e morte violenta
Prevenção de drogadição, DST, Gravidez precoce
Mercado de trabalho
Qual é o campo de trabalho do pediatra?
o Sistema único de saúde
Emprego púbico (20 horas semanais)
Unidade de saúde
Plantão de unidade 24 horas
Plantão hospitalar: emergência, enfermaria, UTI
Contrato para atendimento pelas tabelas do SUS
Ambulatorial
Hospitalar: enfermaria, UTI
o Profissional liberal:
Consultório privado: consultas (particular, plano de saúde)
Hospital: emergência, enfermaria, UTI (particular, plano de saúde)
O mercado de trabalho em pediatria está diminuindo?
o Nascem cada vez menos crianças (1,8 por mulher)
o Crianças são cada vez menos doentes
o Ministério da saúde - PSF: médicos não pediatras
Haverá falta de vagas para novos pediatras?
o Vagas na residência em pediatria
o Demanda constante (SUS e atividade liberal)
o Motivos ruins: má remuneração, trabalho desgastante?
o Pediatra mulher
o Para onde estão migrando os pediatras (não apaixonados pela pediatria)
Cargos administrativos, PSF, medicina do trabalho, perito do INSS, medicina estética, outras
ocupações
A remuneração do pediatra é ruim?
o Deve ser, porque todos se queixam. Mas todo médico reclama hahaha
Qual a chance de sucesso do pediatra?
o 100% de chance
Boa especialização
Atualização constante
Trabalho prático constante
Competência
Paixão pelo trabalho
Remuneração satisfatória
Clientela garantida
O pediatra é um profissional infeliz?
o Não
o É um profissional ocupado, preocupado, ligado com o
mundo de seu tempo, social, tecnológico e biológico; um
profissional realizado, pois vê cada momento seu
trabalho frutificando.
o Sociedade Paranaense de Pediatria adverte: pediatria é uma profissão para gente trabalhadora
ICTERÍCIA NEONATAL – DRA. JULIANA
Introdução
A icterícia constitui um dos problemas mais frequentes no período neonatal e corresponde a expressão clínica
da HIPERBILIRRUBINEMIA (TUDO AQUI VAI SER BILIRRUBINA INDIRETA)
*BD -> Colestase neonatal -> Sempre patológico
Na prática 98% dos RN apresentam níveis séricos aumentados de BI, como adaptação fisológica ao
metabolismo da bilirrubina
*no RN quando a bilirrubina chega a 5-6 que aparece a icterícia
Origem da bilirrubina
Provém da degradação de ptn contendo HEME no sistema reticulo endotelial
A principal pnt contendo HEME é a Hb das hemácias
Bilirrubina vem da degradação de Hb
Icterícia
Na maioria das vezes é considerada um processo fisiológico
Por vezes, a hiperbilirrubinemia indireta decorre de um processo patológico lesivo ao cérebro = encefalopatia
bilirrubínica (fase precoce do aumento de BI impregnando o cérebro)
*BD NUNCA passa as barreiras e atinge o cérebro
Kernicterus é a forma crônica da doença, com sequelas clínicas permanentes resultantes da toxicidade da
bilirrubina
o Lesão neurológica permanente (COM CERTEZA VAI TER PROBLEMAS! -> Evite a todo custo pelo amor de
Deus!)
O RN (principalmente prematuro) quando sofre uma lesão cerebral em determinada área, independente da
etiologia, é capaz de translocar a função daquela área para uma outra área inativa -> NEUROPLASTICIDADE
"A presença de icterícia antes de 24 horas de vida ou de valores de BT >13mg/dl, independente da idade pós-
natal, alerta para a investigação de processo patológico"
Metabolismo da bilirrubina
Transporte: a bilirrubina não conjugada (BI) é transportada até os hepatócitos ligada a albumina
Captação: dissociada da albumina ela atravessa a barreira do hepatócito e liga-se a ligandina (ptn y) e é
transportada até sistema reticulo endoplasmático (intracelulares)
Conjugação: no SRE ela é convertida em bilirrubina conjugada (BD) por ação enzimática (glicoruniltransferase)
Excreção: a BD é levada para a árvore biliar e vai para TGI onde é eliminada nas fezes
A BD pode ser reabsorvida e voltar para o fígado para reconjugação pela enzima beta-glicuronidase, processo
chamado circulação êntero-hepática
As bactérias intestinais impedem essa reabsorção (transforma em estercobilinogênio e sai pelas fezes -> Tudo
TOP)
Intestino
o Nos adultos:
Ação de bactérias transforma BD em estercobilinogênio, impedindo sua reabsorção para a
circulação
o Nos RN
Ausencia de bactérias intestinais
Através da ação de enzimas (beta-glicuronidase), a mucosa intestinal hidrolisa a BD em BI que é
reabsorvida pelo intestino para a circulação (circulação entero-hepática)
Logo a hiperbilirrubinemia ocorre por:
o Aumento da produção de bilirrubinas
o Diminuição da excreção de bilirrubina
No RN…
Quantidade maior de Hb circulantes (bebe tem hemoconcentração - VG alto) e menor vida média das
hemácias
Def de ligandinas (em especial nos RNPT)
Ausência de bactérias intestinais
Circulação entero-hepática aumentada
Icterícia fisiológica
Tardia (após 24h de vida)
Caráter transitório e autolimitado
*resolve espontâneamente (não precisa de fototerapia ou outro tto)
RN a termo - níveis séricos até 13mg/dl
RNPT - níveis séricos até 15mg/dl
Icterícia patológica
Início precoce (antes de 24h de vida)
Rápido aumento de BT (>0,5mg/hora)
RNT: >13mg/dl (ou zona 3 de Kramer)
Presença de formas eritrocitárias jovens (reticulócitos) e anormais (eliptócitos e esferócitos*) - hemácias estão
sendo degradadas
*principalmente
Aumento da BD
Sinais clínicos associados: vômitos, letargia, má sucção, apneia/taquipneia, perda excessiva de peso
o Necessita de foto ou exossanguineotransfusão
Causas (Tia Ju acha essa parte TOP -> Bom você saber)
Hemólise (TOP 10 sengundo a tia Ju)
o Congênitas
Incompatibilidade Rh, ABO ou antígenos irregulares - 80% dos casos
Anticorpo destruindo eritócitos
Começou cedo e aumentou muito rápido
Primeiro exame -> RETICULÓCITOS -> Aumentado = Hemólise
Painel de hemácias -> Exame usado para antígenos irregulares
Enzimáticas: def de G6PD, piruvatoquinase
Alteração na membrana eritrocitária: esferocitose
Hemoglobinopatias: alfa-talassemia
o Adquiridas
Infecções bacterianas (sepse) ou virais
Altera estrutura da capsula da hemácia -> Hemólise induzida pelo processo da sepse
Coleções sanguíneas extravasculares
o Bossa (mal delimitado), cefalohematoma (sangramento de periósteo - forma definida), equimoses,
máscara cianótica, hematomas (muito comum nos prematuros)
Hemácias reabsorvidas 3 dias depois -> Icterícia
o Tocotrauma
Policitemia (VG > 65%)
o Candidatos à policitemia: PIG, GIG, filho de mãe diabética, clampeamento tardio de cordão (tardio de
verdaaade)*
Sofreram na vida fetal e tiveram que produzir mais eritrócitos -> Sd. de hiperviscosidade ->
Degrada na corrente sanguínea -> Icterícia
*Ficou passando o sangue do nêne para a placenta
Circulação entero-hepática aumentada
o Anomalias GI, jejum prolongado, baixa ingesta hídrica (não entra, então não tem como sair)
o Qualquer situação que não tenha trânsito intestinal
Def ou inibição da conjugação
o DM materna, hipotireoidismo congênito, galactosemia, Sd de Gilbert, Sd Crigler-Najjar
Incompatibilidade sanguínea
Incompatibilidade Rh
o Mãe negativo e RN positivo
o Coombs direto é positivo (SEMPRE POSITIVO NA INCOMPATIBILIDADE VERDADEIRA)
o Anemia e reticulócitos aumentados (>6%)
Incompatibilidade ABO
o Mãe O com RN A ou B
o Coombs direto positivo ou negativo (não exclui a doança)
o Reticulócitos aumentados (>6%)
o Não tem anemia
Antígenos eritrocitários irregulares - SE ICTERÍCIA HEMOLÍTICA SEM EXPLICAÇÃO
o Anticorpos maternos anti-c, anti-e, anti-E, anti-Kell
o Coombs direto positivo
o Investiga outras causas congenitas de hemólise
o Faz painel de hemólise no RN
Incompatibilidade Rh
A que mais preocupa
Eritroblastose fetal
o Ação dos acs da mãe sobre o nêne
Hemólise -> Anemia -> Fígado tenta compensar (aumenta de tamanho) -> Hipertensão portal
Coração começa a ficar sobrecarregado -> A hipertensão portal só piora
Tudo isso acarreta em extravasamento de líquidos
o Comprometimento fetal
50% leve - não necessita tto
25% moderado - palidez, hepatoesplenomegalia e aumento de BI. Indicação de EXT (exosanguíneo
transfusão), progressão rápida
25% graus mais elevados de hemólise -> hidropsia fetal, podendo ocorrer óbito intra-útero
Hemolisa todas as hemácias, perde toda a pressão coloide osmótica, faz derrame
pericárdico, pleural, ascite volumosa e óbito intra-útero
Incompatibilidade ABO
É 5x mais comum que a Rh, porém o número de EXT realizado é muito menor
Mãe do grupo O e RN do grupo A ou B
Fisiopatologia semelhante a incompatibilidade Rh
RN geralmente saudável e sem anemia associada
Raramente hidropsia fetal, anemia intensa, plaquetopenia e hemoglobinúria
*mãe Rh- que abortou -> faz o Rhogan
Fatores de risco
Idade gestacional
o IG <38 semanas é considerada um dos fatores de risco mais importante para hiperbilirrubinemia
significante
o IG entre 35-36 semanas, é considerada um dos fatores de risco mais importantes para
hiperbilirrubinemia significante
o Esses RN possuem capacidade diminuida de conjugação hepática da bilirrubina
o Apresentam dificuldade na sucção = mais propensos a baixa ingesta
Associados na encefalopatia
o A BI pode ser tóxica
o Kernicterus: associada a níveis superiores a 20mg/dl
o FACILITADORES PARA IMPREGNAÇÃO CEREBRAL: diminuem ligação bilirrubina/albumina = penetração
na barreira hemato encefálica
PREMATURIDADE, hemólise, hipóxia neonatal, acidose, hipoalbuminemia, infecções graves
Investigação laboratorial
De rotina
o Bilirrubina total e frações
o Tipagem sanguínea materna e do RN
o Teste de Coombs direto no RN
o VG/Hb e contagem de reticulócitos
Controle
o Icterícia precoce e hemólise acentuada: dosagem de bilirrubinas e Ht de 6/6h
o Icterícia tardia: controlar de 12/12h ou 24/24h conforme gravidade
Se icterícia importante sem dx
o Pesquisa de acs maternos para antígenos irregulares (anti-C, ant--E, anti-Kell)
o Dosagem sanguínea de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD)
o Hormônios tireoidianos e TSH (teste do pezinho)
Tto
Detectado o bebê ictérico deve ser feita a aferição do valor da bilirrubina (BC)
o Se Bc >13 = bilirrubina sérica
o Os valores de bilirrubina sérica devem ser colocados nos gráficos específicos, conforme idade
gestacional e fatores de risco para indicação de tto
Diretirz para fototerapia em RN >35 sem
o Curvas de fototerapia
Acima da curva -> Nível de fototerapia -> TEM que começar a tratar
Nênes de maior risco tem a fototerapia indicada antes (o valor de referência para um RNPT é
menor do que para um RNT)
Saber quantas horas de vida, IG e se tem chance de ter incompatibilidade sanguínea
Como interpretar:
Próximo a curva -> Foto simples
2 - 3 pontos acima da curvo -> Foto dupla
Perto do nível de EXO -> Fototerapia na UTIN
Nível de EXO -> Fototerapia dupla intensa na UTIN
o Fatores de risco: incompatibilidade sanguínea, acidose metabólica, asfixia, hipoxemia, hipotermia,
hipoglicemia, sepse, menigite, hipoalbuminemia
Nênes mais propensos a aumentar mais rápido a bilirrubina ou impregnar mais rápido no SNC
o Nível de EXO
Fototerapia
Faz no mínimo 24h de fototerapia e depois coleta um novo exame
Leva a modificação das moléculas de bilirrubina através de ração fotoquímica que gera isômeros solúveis
Eficácia da fototerapia depende de:
o Comprimento de onda da luz
o Irradiância
o Superfície corpórea exposta a luz
Bilitron (SUPER LED) -> TOOOOP
o Lâmpadas eletrônicas já focadas no espectro azul
o Toda luz emitida pela fototerapia LED é teoricamente utilizada na fotoisomerização da bilirrubina
o Diminui o número de EXT
o Não adianta para RN que já nasce imunizado (quando Coombs indireto da mãe é positivo o RN vai para
UTIN)
Cuidados
o Posicionamento correto da criança
o Mudança periódica de decúbito
o Hidrataçao adequada (aquece o nêne)
o Controle térmico adequado
o Proteção ocular (pode fazer lesão de córnea)
Complicações
o Alteraões no ritmo circadiano
o Hipertermia, queimaduras, desidratação e
hemoconcentração
o Dano retiniano
o Alteração do trânsito intestinal
o Pouco ganho ponderal
o Rashes cutâneos
Exosanguineotransfusão
Acima do nível de EXO -> A qualquer momento o cérebro estará sendo impregnado
Normalmente para incompatibilidade Rh e G6PD
Nêne nasce com hemólise maciça, VG de 18, anêmico, bilirrubina alta, reticulócito muito aumentado
Vai para a UTIN -> Faz acesso central (melhor é o umbilical) -> 3 torneirinhas -> Troca 2 volemias do nêne (1
volemia = aprox. 10% do peso do nêne) -> Tira uns 5ml do nêne e depois coloca 5ml do sg do doador (e fica
nisso até acabar a bolsa) -> Consegue retirar cerca de 80% das hemácias com anticorpo
Pode causar infecção, trombose, embolismo, hipocalcemia, parada cardíaca, o procedimento deixa muito
plaquetopênico
Complicações da hiperbilirrubinemia
Surdez (triagem auditiva e BERA - potencial evocado) - Deposição neurológica auditiva
Lesão neurológica
Kernicterus - mais grave
Síndrome do bebê bronzeado
o Exposição na fototerapia em RN com BD aumentada (>3)
o Destruição eritrocitária muito grande -> Fígado não dá conta -> Entope hepatócito e vias biliares ->
Colestase secundária a sobrecarga no hepatócito
o Vai ficar para sempre com essa cor de pele TOP (pq a BD é a quem impregna na pele)
PROBLEMAS MAIS COMUNS NO RN E NO LACTENTE – DR. MAURÍCIO
Constipação intestinal
o Funcional
Está mamando e urinando bem
Nênes podem ficar até 1 semana sem fazer cocô (Imagina: uma semana sem trocar fraldas com
cocô! Seria um sonho?)
Hábito do bebê -> Bebê em BEG, normocorado, com ganho de peso -> Orienta a mãe a realizar
uma massagem no sentido do ponteiro do relógio -> eliminar gases
o Orgânica
Dificuldade para evacuar
Distensão abdominal
Fezes secas, endurecidas ou em cíbalos (investigar dç. de Hirschiprung, hipotireoidismo, estenose,
etc.)
Cólica do lactente
o Diagnóstico de exceção -> elimina todos os outros antes
o Episódios repetidos de choro e irritação em criança hígida,
geralmente no fim da tarde e começo da noite
o Começa em torno do terceiro mês de vida
o Etiologia:
Teoria: passagem de uma ptn ingerida pela mãe para o nêne provocando a cólica
Principais alimentos envolvidos: LV e derivados, nozes, ovo, trigo
o Dx diferencial: DRGE, IL, alergia alimentar, ligação mãe-filho insuficiente (criança chorosa e mãe
insegura)
o Tratamento:
Suprimir alimentos envolvidos
Massagens (no sentido horário e fazer a bicicletinha)
NÃO fazer antiespasmódicos (tem dimeticona -> Potencial de impedir a transmissão do impulso
nervoso pro diafragma -> Paralisia diafragmática -> Pode levar a óbito)
Colikids -> Sem melhoria comprovada por estudos (Maurício não curte, mas tia Thaís aka Rainha dos
nênes acha TOP)
Regurgitação
o Retorno à boca de substâncias ingeridas que estavam no estômago, em pequena quantidade e com um
odor ok, sem esforço e criança com aspecto saudável
o Tamanho do estômago do nêne -> Tamanho da mãozinha fechada
o Causa: Incompetência esfincteriana esofágica inferior (frouxo até 1 ano de idade)
o ≠ Vômito -> Grande quantidade, odor forte, nêne pálido, hipotenso, sudorético (estimulação do vago)
o ITU -> normalmente passa desapercebida -> Bebês costumam vomitar bastante
Vômitos
o Quantidade importante, odor fétido, várias vezes ao dia, volume grande, esforço com contração da
musculatura abdominal, muda seu aspecto (cara de nêne doente), sudorética, pálida, taquicárdica, não
ganha peso
o Causas:
Infecções (PNM, ITU, OMA, GECA)
Mecânica (acalásia, EHP, atresia)
Metabólica (EIM, insuf. adrenal)
Intolerância alimentar
RGE patológico
O nêne tem por hábito passar a mamar mais (o leite, no início, alcaliniza)
o Tratamento:
Tratar a causa básica (jura?)
Evitar anti-hemético (metoclopramida* - Plasil e bromoprida - Digesan)
*Faz intoxicação -> Pode fazer opistóteno
Alisaprida e ondansentrona (Vonau) -> Medicações mais modernas que podem ser utilizadas
EV (casos mais graves)
SRO - Sais de reidratação oral
MUITO IMPORTANTE
Existe um componente alcalinizante - Citrato
Elimina menos gás carbônico e tem ação anti-hemética
Além do vômito, costuma ter diarreia junto -> Desidrata muuuuito
Importante hidratar o nêne
Refluxo gastro-esofágico
o Passagem do conteúdo gástrico através do esôfago, resultando na DRGE quando há sintomas e/ou
complicações
o Causas:
Relaxamento intermitente do tônus do esfíncter esofágico inferior e aumento da pressão intra-
abdominal
Manifestações clínicas: vômitos, ganho de peso insuficiente, disfagia, dor abdominal/subesternal,
esofagite, problemas respiratórios
Quando mama -> Alivia
Avaliação e manejo
o Lactentes com vômitos cíclicos:
Conduta expectante
Se vômitos persistirem após 1 a 2 anos -> Rx esôfago-estômago-duodeno para investigar
anormalidade anatômica
o Lactentes com vômitos recorrentes e ganho de peso insuficiente:
Hemograma, eletrólitos (Na, K, Cl, HCO3, Ca), Ur/Cr, TGO, TGP, glicemia, NH3, rotina urina, RX
esôfago-estômago-duodeno
o Lactentes com vômitos recorrentes e irritabilidade:
Phmetria -> <4 com duração 15 a 30s
Endoscopia esofágica - esofagite, esôfago de Barret, etc.
o Lactentes com odinofagia e/ou disfagia:
Dx diferencial com ingestão de corpo estranho -> Saber se houve algum episódio de sufocamento
(afogamento com alimento) -> Suspeitar de aspiração de corpo estranho (via digestiva ou
respiratória)
Esofagograma com bário
o Lactentes com asma:
Bebês chiadores
Teste terapêutico com omeprazol por 3 meses
Tratamento
o Medidas gerais - posição vertical pós-alimentação, evitar balanças após alimentar, evitar roupas
apertadas
o Manejo dietético
Menor volume, menos tempo e maior frequência
3 primeiros minutos -> mama 80%
Mais uns 3 minutos completa a mamada
Reduz o tempo das mamadas e aumenta as quantidades durante o dia (não diminui as
calorias, mas não deixa o estômago cheio)
*Todo nêne precisa de 100 cal/kg/dia (?)
Fórmulas anti-refluxo (gelatinizam na pancinha do nêne)
Amido -> Em contato com o suco gástrico -> Solidifica
o Fármacos pró-cinéticos: aumentam o peristaltismo esofágico e aceleram o esvaziamento gástrico
Cisaprida (melhorava o trânsito no estômago, aumentava a rapidez de passagem -> Fazia alteração
cardíaca), domperidona (Nome comercial: Motilium -> só funciona in vitro), metoclopramida
o Posicionamento da criança
Sd da morte súbita do lactente
Profilaxia:
Intervalo maior entre as gestações
Não dormir na cama dos pais
Não ter fumaça de cigarro em casa
Não dormir com paninho/ursinho
Não dormir em superfície muito macia
DORMIR EM DECÚBITO DORSAL (POSIÇÃO SUPINA)
Proclive de 30° (apenas se for um sono assistido)
Reino Unido: chupeta usada como protocolo para evitar morte súbita
ALTE - Evento de aparente risco de vida
Mesma sintomatologia de morte súbita, mas tem “salvação”
Faz bradicardia, apneia
50% dessas crianças vão chegar ao hospital e mesmo com a investigação não descobre a
causa
Outros 50% te causas GI, respiratórias, ...
Esse nêne precisa ter o sono assistido -> Ou seja, ninguém mais dorme
o Neutralizador da acidez gástrica
Fármacos anti-secretores (ranitidina, omeprazol) - diminuem a produção de ácido clorídrico
Tomar cuidado, pois retira uma barreira de proteção do nêne
Combina com a família de usar 2x/dia/5-7 dias e retira -> Só volta a usar quando voltar a
fazer crise
Antiácidos (hidróxido de alumínio e magnésio) - neutralizam o ácido clorídrico
o Cirurgia: fundoplicatura a Nissen
Monilíase oral ("sapinho")
o Placas brancas circundadas por halo vermelho em
mucosa oral
o Diferenciar de placa de leite:
Placa sai rapidamente e não deixa uma crosta
brilhante -> leite
Remove com dificuldade e deixa uma superfície
sangrante -> “sapinho”
o Etiologia: Candida albicans
o Tratamento:
Nistatina por 2 semanas (1ml/6-6 horas) -> Mais
chato de usar
Miconazol gel oral por 7 a 10 dias
Problemas de pele
Descamação
o Mudou o ambiente dela, começa a desidratar
Miliária ("brotoeja") - rubra e cristalina
o Obstrução das glândulas sudoríparas
Base - Reação inflamatória maior, mais sintomática - > Rubra
Ápice - Menos sintomática, menos intensa -> Cristalina
o Tratamento
Na hora do banho tem que romper as vesículas
Faz um saquinho com aveia e "esfolia" o nêne na hora do banho
NÃO passa creme depois
Dermatite de fraldas
o Popular assadura
o Multifatorial
o Para evitar:
Aumentar a frequência das trocas de fraldas
Passar uma camada protetora (óxido de zinco -> Hiploglos) entre a pele e a fralda
Evitar o uso de lenço umedecido (só tem função cosmética)
o Se tem dor:
Hidrocortisona 1% - 3x/dia/4 a 5 dias
o Ver se não tem monilíase perineal
Monilíase:
Pega dobra também
Faz lesão satélite
Mais disseminada
Parece que jogou talco sobre as lesões
A dermatite não pega dobras
Impetigo ("cabecinha de prego")
o Vesicopustular - S. pyogenes
o Bolhoso - S. aureus
o Etiologia: Má antissepsia das pessoas que lidaram com ela nas primeiras horas de vida
o Tratamento
Romper as lesões durante o banho
Aplica pomada antibiótica
o Diferente do impetigo da criança mais velha
Crosta melicérica
Perceba que isso já é um adolescente pela meia dúzia de
pêlos que ele aparentemente gosta de ostentar no queixo,
os quais ele deve chamar de "barba"
Problemas no umbigo
Umbigo deve cair em torno de 10-14 dias e se comunica com a cava até 30 dias
Artéria umbilical única
o 2 artérias e 1 veia
o Muito frequente ter malformação de trato urinário quando tem apenas 2 vasos
o Sd de Edward também está associado
Granuloma umbilical
o Até o 14º dia o umbigo cai
o Fétido + secreção
o Ficou um pedacinho -> Granuloma
o Tto: Retirada cirúrgica ou cauterização química (sulfadiazina de prata)
Onfalite
o Infecção na pele ao redor do umbigo
o Superfície próxima do umbigo fica endurecida, pele brilhante, ...
o Interna e começa ATB
Hérnia umbilical
o Quanto mais prematuro o nêne -> Maior a chance
o Faz um "bolinha" no umbigo
o Quase 90% das vezes vai fechar sozinho
o NÃO ENFAIXE O NÊNE (NÃO TRANSFORME SEU NÊNE NUMA MÚMIA, a não ser que seja Halloween)
Problemas geniturinários
Hérnia inguinal - persistência processus vaginalis
o Mais frequente em meninos
o 60% direita, 20% esquerda, 20% bilateral
o Mais comum em prematuros
o Dx de hérnia = tratamento cirúrgico
Fimose e parafimose
o Fimose -> Dificuldade de exteriorizar a glande
Se não tiver infecção nem local (balanopostite) nem de
trado urinário -> Quando for iniciar a relação sexual ->
Faz procedimento ambulatorial
Se for fazer no nêne pequeno -> Não fazer antes de 2
anos
Massagem e CTC -> Contra-indicados
o Parafimose
Anel que se forma na base da glande
Redução manual ou cirúrgica ("piczinho")
Escroto vazio (criptorquidia)
o Uni ou bilateral
o 3% RN
o 20% PMT
o Conduta: expectante até 1 ano, depois faz cirurgia (risco de malignização e infertilidade)
Displasia evolutiva do quadril
o Cabeça do fêmur fora da fossa acetabular
o 6 a 8 meninas: 1 menino
o Teste de Barlow e Ortolani
Se positivo -> US
Subluxação congênita
o Tratamento precoce
NEURODESENVOLVIMENTO – DRA. THAÍS (RAINHA S2)
Introdução
A vigilância do desenvolvimento é um processo de avaliação flexível e deve ser realizada em TODA consulta
PEDIÁTRICA (não só neuropedi)
o Permite dx precoce
Sempre observar a preocupação da família, riscos que a criança está exposta e condições socioeconômicas
Os primeiros anos de vida são os mais importantes: nêne ainda possui plasticidade cerebral
Fatores de risco
Biológicos
o Fatores pré-natais
o Ausência ou pré-natal incompleto (<6 consultas)
o Fatores neonatais
Surfactante
Reanimação
UTIN
o Doenças infecciosas
Pequenos: TORCHS, sífilis, HIV
Mais velhos: Saber se já foi internado, ...
o Anemia ferropriva
o Convulsão
o Consanguinidade
Muito importante na pediatria
Socioambientais
o Pobreza
o Psicopatologia dos pais
o Uso de álcool/drogas na família
o Exposição a violência
o Baixa escolaridade materna
o Abuso/negligência infantil
Como avaliar?
História detalhada:
o Apgar, prematuridade, intercorrências neonatais, tempo de internação, PC ao nascimento
o Quanto tempo os pais ficam fora de casa, como estimulam. História pregressa e atual do
desenvolvimento
o Alimentação
o Que horas vai dormir e quantas horas dorme
o Eliminações: controle esfíncter diurno (depois de 2 anos) e noturno (fezes -> 6 - 12 meses depois de ter
controlado o urinário
Exame físico
o Detalhado
o PC
o Tamanho e pressão das fontanelas
o Formato do crânio
o Coluna vertebral (tufos de pelo, fosseta) -> Pensar em meningocele, mielomeningocele
Contexto social
Marcos do desenvolvimento/Escalas do desenvolvimento
Desenvolvimento visual
30 sem IG: reflexo pupilar presente. Fecha as pálpebras em reação à luz forte
34 sem IG: reflexo de fixação presente
Ao nascer (RN termo): alinhamento ocular estável. Segue objetos movidos vagarozamente na horizontal
o Faz o nêne fixar o olhar e mexe para os lados pra ver se acompanha
1 mês: preferência por altos contrastes e figuras geométricas simples
2 meses: fixação bem desenvolvida. Acompanha na vertical. Pisca em resposta a ameaças visuais.
6 meses: acuidade visual próxima ao adulto. Movimento ocular mais rápido. Acompanha deslocamento de
objeto junto a cabeça.
Como funciona?
o Na parte de cima tem os meses
o Traça a idade do nêne
o O que ficou para a esquerda (90% das crianças já fazem) -> Ele já deveria estar fazendo
De 50 - 75% -> Reprovação parcial
o Pode reprovar 1 ou 2 itens
o NÃO pode reprovar mais de um item por
habilidade
Recém-nascido
Reflexos presentes: moro, marcha, sucção, Galant,
preensão palmar e plantar, RTCA (esgrimista)
Postura assimétrica e em flexão
Movimentação espontânea dos 4 membros
(MMSS>MMII)
Mão fechadas
Responde ao sino
Eleva a cabeça
Fixa o olhar no rosto da mãe
1º trimestre
Reflexos em diminuição
Diminuição gradativa da flexão dos membros
Cabeça pende cada vez menos para trás, chegando a acompanhar o tronco
Em pronação: extensão progressiva da região cervical. Apoio instável do antebraço.
Sentado: a cabeça começa a estabilizar. Tronco encurvado.
Segue objeto em linha média
4 meses
Responde ao examinador (sorri, vocaliza)
o Permite dx precoce de espectro autista
Segura objetos
Emite sons
o Angu, ooo, aaa
Sustenta a cabeça
Mãos abertas. Brinca com as mãos
6 meses
Alcança um brinquedo
Leva objetos a boca
Move-se em direção ao objeto
Vira-se para o som de uma voz
o Sempre testar dos dois lados
o Ficar em um lugar onde o nêne não te veja
Cabeça e tronco elevado em prono
Rola
o Realmente de barriga pra baixo
7 meses
Senta sem apoio
Brinca com os pés
9 meses
Brinca de "cadê" ("peek a boo")
Transfere objetos de uma mão para a outra
Faz movimento de pinça
Engatinha (não é obrigatório -> pode pular)
Indica desejos (aponta)
Imita sons da fala
o Escuta e entende que é pra repetir
Senta sozinho
12 meses
Imita gestos
Fica de pé sem apoios
Bate palma
Dá tchau
"Papa e mama" específicos
Reflexo paraquedista presente (é desencadeado
colocando o nêne de "ponta cabeça". Ele estende os
braços para frente, como se fosse amparar a queda. É
o último reflexo postural a aparecer. Está presente a
partir de 8 a 9 meses de idade. Deve estar
obrigatoriamente presente aos 12 meses.)
15 meses
Executa gestos a pedido
Coloca blocos em um copo
Fala uma palavra (não pode ser mama, papa, nome de vó, irmão e cachorro)
Anda sem apoio
18 meses
Rabisca espontaneamente
Fala 3 palavras
Anda pra trás (testa pedindo para que o nêne abra uma porta ou
gavetas -> ele vai ser obrigado a dar passinhos para trás)
Corre
Imita as atividades
Aponta o que quer
Torre de dois cubos
2 anos
Combina 2 palavras
Associa ideias (percebe que quando aperta o interruptor a luz acende)
Tira roupa sozinho
Usa colher
Aponta 6 partes do corpo
Fala 50% inteligível
o Não vale ser na opinião dos pais -> Eles convivem todo dia e já se acostumaram
Constrói torre de 3 cubos
Aponta 2 figuras
Chuta bola/arremessa a bola
3 anos
Reconhece duas ações (corre, pula)
Nomeia 1 cor
Sabe nome completo
Brinca de faz de conta
o Criança que está nessa idade e não brinca de "faz
de conta" -> Pensar em espectro autista
Copia traço vertical
Torre de 8 cubos
Pedala
Coloca sapato, mas não faz o laço
Sabe o nome do amigo (primo/vizinho)
o Não pode ser alguém que more junto
4 anos
Copia um círculo (não pode falar o nome da figura)
o Vale qualquer coisa que junte as duas pontas (pode parecer um tomate pisado, mas ta valendo)
Copia uma cruz (não pode falar o nome da figura)
o Tem que cruzar mais ou menos no meio
Noção de "mais comprido" (diferente de maior)
Vai sozinho ao vaso sanitário
Controle de enurese noturna
Frases completas: ainda troca R por L ou S por T, ou suprime letras
Usa plural
Senso de humor, noção de perigo
Agarra uma bola arremessada
Sobe escada alternando os pés
Equilíbrio estático com os olhos fechados
4 anos e meio
Compreende frio, cansaço, fome
Compreende perto, longe, em cima, em baixo
Abotoa a roupa
6 anos
Copia um quadrado
Desenha homem em 6 partes
o Só conta o que tem em par quando desenhar os dois (ex.: não vale
desenhar 1 olho só)
o As coisas que são em par você conta como 1 parte (2 olhos = 1 parte)
Equilibra-se em 1 pé só por 6 segundos
7 anos
Noção de hora, dia, mês, ano
Descreve o que vê
Amarra cordão do sapato
Reconhece direita e esquerda no próprio corpo
Equilibra-se em 1 pé só por 10 segundos
Atraso DNPM
Condição em que a criança não está desenvolvendo ou alcança o estágio em que deveria estar
Embora o termo atraso do desenvolvimento seja bastante utilizado na área da saúde da criança, é interessante
notar que o termo não consta como título de capítulo e nos índices da maioria dos livros de neurologia infantil,
nem aparece na Classificação Internacional de Doenças (CID10) e no Manual de Diagnóstico e Estatística das
Perturbações Mentais (DSM).
Mas o que significa ter atraso do desenvolvimento?
o Pelo Dictionary of Developmental Disabilities Terminology, atraso do desenvolvimento é uma condição
em que a criança não está se desenvolvendo e/ou não alcança habilidades de acordo com a sequência
de estágios pré-determinados. Porém, esta definição não é consensual.
Criança que não atinge o marco de desenvolvimento para sua idade em uma ou mais áreas do
desenvolvimento
Crianças prematuras deve-se levar em conta a idade corrigida:
o ≤ 28 semanas: corrigir até completar 18 meses
o ≤ 32 semanas: corrigir até completar 12 meses
Catch-up grow
Tempo que costumam recuperar o ataso:
o RNPT AIG: em média 1-3 anos
o EBP (<1000g): 8 anos ou adolescência
o RNPT PIG: 20 a 30% não fazem recuperação
o PC: primeiro parâmetro que mostra recuperação: 3-9 meses
Sinais de alerta
Qualquer idade: perda de aquisições (fazia e não faz mais)
Diferença entre os membros D/E (tônus/força/movimento)
Até 6 meses: persistência dos reflexos primitivos, estrabismo persistente, pouco interesse em pessoas,
brinquedos ou sons
Até 10 meses: ausência do sorriso
10 - 12 meses: não sentar, não balbuciar, não apontar desejos
Até 18 meses: não andar sem apoio, falar menos que 3 palavras
Até 2,5 anos: não formar frases (não ecolálicas)
Investigação
Não existe algoritimo perfeito
Avaliar anemia ferropriva, TORCHS, HIV, TSH
Teste do pezinho
Se atraso global: pensar em EIM, doenças genéticas
EEG (eletroencefalografia)
Exames de imagem (somente se alteração no exame neurológico)
Tratamento
Tratar doença de base
Atendimento multidisciplinar
o Fisioterapia motora
o Fonoaudióloga
o Terapia ocupacional
o Psicologia (interessante para a criança e para a
mãe)
Até 2 - 3 anos ainda é complicado pra eles
o Neurologia pediátrica
o Otorrinolaringologia
CASOS CLÍNICOS – DR. PAULO
1. Menina de 7 anos, com queixa de artrite em punho esquerdo há 7 dias, com duração de 3 dias. Há 2 dias com
dor precordial e cansaço aos grandes esforços. Nega antecedentes infeccioso. Nega febre. Ao ex. físico:
taquicardia, sopro sistólico de foco mitral (insuf. da válvula mitral) e artrite de tornozelo direito.
a. Endocardite bacteriana
i. Pode fazer sopro também
ii. Geralmente tem febre prolongada (nem que seja uma febra baixa/febrícula)
b. Febre reumática
c. AIJ
d. Doença de Kawasaki
i. Tem que ter febre também (5-7 dias)
2. Após 5 semanas do início desse quadro, foram solicitadas provas de atividade inflamatória de controle. Qual
delas é esperado ainda estar alterada?
a. Proteína C reativa
b. VHS
c. Alfa 1 glicoptn ácida e mucoproteínas
i. Acompanha toda a atividade da doença (enquanto tiver atividade inflamatória, estará alterado) ->
Na FR a atividade inflamatória fica alterada por 4-6 meses
ii. Não se altera com medicação
d. ASO
i. Não é prova de atividade inflamatória
ii. É um anticorpo -> Qualquer infecção estreptocócica pode ter ASO +
iii. Indica que já teve infecção estreptocócica -> Dx de estreptococcia anterior
iv. NÃO É DX DE FEBRE REUMÁTICA
e. Nenhuma das anteriores
3. Das alternativas acima, qual seria patognomônica da doença?
a. Proteína C reativa
b. VHS
c. Alfa 1 glicoptn ácida e mucoproteínas
d. ASO
e. Nenhuma das anteriores
4. Das manifestações maiores de Jones, qual a menos específica?
a. Cardite
b. Artrite
i. Porque qualquer coisa pode dar artrite em crianças
c. Coreia de Sydenhan
i. Até que se prove o contrário, é FR
ii. LES, SAF, Dç. de Wilson também pode dar -> Mas primeiro exclui FR
iii. Quando levanta os braços -> Sinal da vela (sinal da pronação)
iv. Força diminuída
d. Eritema marginado
i. Raro, difícil de ver (discreto, some em poucos minutos)
ii. Indicativo de FR
e. Nódulos subcutâneos
i. Não é comum, mas quando aparece geralmente é FR
ii. AR também pode fazer, mas é mais raro ainda
5. As drogas de escolha para o tratamento da estrepcococcia e depois profilaxia secundária, em paciente com FR
e alérgico a penicilina são respectivamente
a. Sulfa e eritromicina
b. Eritromicina e sulfa
i. Profilaxia oral tem que ser diária (sulfa de 12/12h)
c. Sulfa e amoxicilina
d. Eritromicina e amoxicilina
6. O tempo de profilaxia secundária para esse paciente é:
a. Até 25 anos, pelo menos
i. Ou pelo menos 10 anos após o surto
ii. Sempre escolhe o que vai dar o período maior
*Depois de 2 anos essa paciente teve ecocardio normal
iii. Se tiver sintoma de VAS, vai tomar penicilina outra vez
b. Por 5 anos após o início
c. Até os 18 anos
d. Por toda a vida
i. Cardiopatia irreversível, lesão mitral, ...
7. Artrite aguda de curta duração (1-5 dias) pode ocorrer em:
a. Sd. de hipermobilidade
b. Associada a infecção
c. FR
d. Traumatismo
e. Todas as anteriores
8. O item mais importante no tratamento da FR é:
a. Antibiótico EV
b. Profilaxia de estreptococcias
c. Corticóide sistêmico
d. AINE
e. Repouso no leito
9. São alterações sugestivas de cardite reumática
a. Sopro sistólico de foco mitral
b. Sopro D de foco mitral
c. SS de tricúspide
d. Sopor sisto-diastólico de aorta
e. Todas as anteriores
10. Menina de 6 anos, com artrite de joelho e tornozelo D e IFP do dedo da mão esquerda, há 8 meses
a. Febre Reumática
b. Espondilite anquilosante
c. Artrite Idiopática Juvenil
i. Artrite crônica mais frequente na criança
d. Artrite psoriásica
i. Forma de AIJ
ii. Normlamnete pega IFP e IFD
11. Qual o tipo de início do caso
a. Poliarticular FR-
b. Poli FR+
c. Pauciarticular
d. Sistêmico
12. Como possível complicação e ex. laboratorial alterado em 80% dos casos
a. Sacroileíte e FR +
b. Sacroileíte e FAN +
c. Iridociclite e FR +
d. Iridociclite e FAN +
i. Iridociclite -> Muito comum na forma pauciarticular
ii. Subclínico -> Visto pelo oftalmo
iii. Pauciarticular e FAN + -> Exige cuidado oftalmológico maior
13. Qual a droga de escolha no tratamento inicial da AIJ
a. AAS
i. É anti-inflamatório não hormonal
ii. Mas não usa mais pra cça em dose anti-inflamatória (100mg/kg/dia ) -> Intolerância, gastrite, Sd.
De Reye, sangramento intestinal
b. AINE
i. Formas pauciarticulares costumam responder bem (tenta por no máximo 2 meses)
ii. Se não der certo usa MTX
c. CTC EV
d. Prednisona
e. MTX
14. Menino de 10 anos com artrite de joelho E. e tornozelo D há 6 meses. Dor em planta dos pés.
a. Artrite juvenil poliarticular
b. Artrite relacionada a entesite
i. Não deixa de ser pauciarticular
c. Artrite pauciarticular
d. Artrite sistêmica
15. Possível complicação
a. Espondilite anquilosante
i. Pode ser o futuro desse paciente (não uma complicação)
ii. EA que começa com artrite e entesite
b. Iridociclite aguda
i. Olho hiperemiado, com dor, sem secreção
ii. Bem visível -> Qualquer um pode ver
iii. Pode ser até uma primeira manifestação da artrite com entesite
c. Pericardite
d. Pleurite
16. Menina de 6 anos com artrite de noelho há 6 meses, sem febre ou outras queixas e FAN +. Qual a principal
conduta?
a. Determinação de FR
b. Determinação de antígeno de histocompatibilidade (HLA)
c. Punção articular
d. Avaliação oftalmológica
e. Artroscopia
17. Nas formas poliarticulares com FR +, após 6 meses de uso de MTX e /ou outros imunossupressores**
(azatioprina/ciclofosfamida) está indicado:
*Normalmente só usar o MTX pra poliarticular
a. Prednisona
b. Sais de ouro e antimaláricos
c. CTC intraarticular
d. Drogas biológicas (anti-TNF, anti-interleucinas, anti-CD20)
i. Depois de 3-6 meses sem resultados com MTX
PROCESSOS NA NUTRIÇÃO INFANTIL E PROMOÇÃO DA SAÚDE – DR. ARISTIDES
INTRODUÇÃO
É um acrônimo usado para um conjunto de infecções que pode causar defeitos de nascimento quando
presentes durante a gravidez:
o TO - toxoplasmose
o R - rubéola
o C - citomegalovírus
o H - herpes simples e HIV
o S - sífilis
o Z - zika
*Tio Maurício quando dava Saúde da Criança (eu sei que vai ser difícil lembrar, faz tempo…) falava que O era
de "outros"
A triagem dessas infecções é feita antes da concepção ou no início da gestação
Tradicionalmente, eram pesquisados anticorpos contras os organismos envolvidos
Hoje, algumas são pesquisadas ou confirmadas individualmente, com testes mais específicos e sensíveis
SÍFILIS CONGÊNITA
Desafio para a saúde pública: A transmissão vertical da Sífilis permanece um grande problema de saúde
pública no Brasil. Entre as várias doenças que podem ser transmitidas durante o ciclo grávido-puerperal, a
sífilis é a que tem as maiores taxas de transmissão.
o Desde 1986 (Portaria 542 de 22/12) a SC é de notificação compulsória para fins de Vigilância
Epidemiológica tendo sido incluída no SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação)
o Notifica a gestante -> Nêne nasce e você faz o diagnóstico -> Notifica o nêne
Introdução
A sífilis congênita é uma infecção causada pela disseminação hematogênica da bactéria gram negativa
Treponema pallidum, da gestante infectada para o seu concepto por via transplacentária, em qualquer estágio
da doença e em qualquer período da gestação.
Treponema pallidum:
o Homem é hospedeiro natural: via sexual, vertical ou sanguíneo
o Período médio de incubação: 3 semanas (variação de 10 a 90 semanas após a exposição)
o Reflexo da incidência da Sífilis Adquirida em mulheres gestantes
o Não tem imunidade -> Pode reinfectar várias vezes na mesma gestação
Transmissão
A transmissão da mãe para o fetopode ocorrer em qualquer fase da gestação
Mais raro no início da gestação (até 4º mês)
A taxa de transmissão vertical da sífilis, em mulheres não tratadas, é de 70 a 100% na fase primária e
secundária da doença, reduzindo-se para 30% nas fases latente tardia e terciária
Consequêcias
Ocorre morte perinatal em 40% das crianças infectadas
Quando a mulher adquire sífilis durante a gestação pode ocorrer abortamento espontâneo, morte fetal,
prematuridade, feto hidrópico, RN sintomáticos e assintomáticos
Definição de caso de sífilis congênita - primeiro critério
EVIDÊNCIA SOROLÓGICA NA GESTANTE: VDRL reagente associado a exame confirmatório sem história de
diagnóstico ou tratamento prévios. Na impossibilidade de realização de testes confirmatórios ou ausência de
tempo para sua realização em relação a data provável do parto, considerar apenas o resultado do teste não-
treponêmico (VDRL) para a definição diagnóstica e consequente tratamento.
Quadro clínico precoce (até 2 anos de vida)
Precoce: até 2 anos de idade
Tardio: a partir de 2 anos
RN assintomático: MAIORIA (mais de 50% dos RN infectados)
RN com lesões leves, moderadas ou graves
Lesões principais:
o Lesões Cutâneo-Mucosas:
Rinite (coriza sifilítica) -> Lesão da pele onde tem contato com essa secreção
Exantema máculopapular
Pênfigo palmoplantar -> lesão característica -> descama em placa toda a palma da mão e a planta
dos pés
Fissuras labiais e perianais
Sifilides: dorso, nádegas, coxas
São extremamente contaminantes!!! Qualquer secreção que saia antes de 24h de penicilina você
pode se contaminar
o Lesões Ósseas:
Lesões generalizadas e simétrica
60-70% dos casos
Metafisite, osteocondrite, periostite**, osteíte
Rádio, ulna, úmero, tíbia, fêmur e fíbula
Tto
Resumo: esquemas terapêuticos para sífilis na gestação e controle de cura
Estadiamento Penicilina G benzatina Intervalo entre as séries Controle de cura
(sorologia)
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
Definição
A toxoplasmose é uma das infecções mais frequentes no mundo, tendo como agente etiológico o Toxoplasma
gondii, protozoário intracelular obrigatório. É uma doença relativamente benigna no adulto, mas pode causar
lesões graves irreversíveis no feto e no recém-nascido, sendo ainda uma das causas mais frequentes de morte
fetal
Etiopatogenia
A toxoplasmose é uma zoonose: o hospedeiro definitivo é o gato e todos os outros hospedeiros são
incidentais.
A incidência da toxoplasmose varia largamente dentro das comunidades humanas, dependendo dos hábitos
alimentares, contato com animais portadores da doença e condições climáticas (oocisto sobrevive melhor no
calor)
A infecção congênita parece ocorrer somente como consequência de infecção materna primária adquirida
durante a gestação
Parasitemia-infecção placentária (placentite) -> disseminação hematogênica para o feto.
A prevalência de infecção fetal, varia de local para local, dependendo da frequência da exposição inicial ao
protozoário entre as mulheres gestantes.
A taxa de transmissão materna aproxima-se de 40% - inversamente relacionada ao tempo de gestação no qual
a infecção materna ocorreu.
Transmissão
Toxoplasma gondii
Ingestão de oocistos infectantes ou carne contendo cistos: carne, oocisto, leite, ovos
A mãe pode ser infectada por:
o Manuseio impróprio de dejetos de gatos
o Manipulação ou ingestão de carne contaminada
O feto pode contrair toxoplasmose através da placenta de uma mãe infectada
Etiopatogenia
A prevalência de infecção fetal, varia de local para local, dependendo da frequência da exposição inicial ao
protozoário entre as mulheres gestantes
A taxa de transmissão materna aproxima-se de 40% - inversamente relacionada ao tempo de gestação no qual
a infecção materna ocorreu
Epidemiologia
Atualmente estima-se que 1/3 da população mundial esteja infectada pelo Toxoplasma.
O Brasil apresenta índices muito elevados. Com uma prevalência de 17 a 65%.
Risco de infecção fetal segundo a idade gestacional
1º trimestre: 20%
2º trimestre: 50%
3º trimestre: 80%
A GRAVIDADE É INVERSAMENTE PROPORCIONAL A IG (claro que sempre tem as exceções)
Dx e conduta nas gestantes e RN
1º Grupo – IgG e IgM não reagente (negativos)
o Gestante não infectada, SUSCEPTÍVEL. Repetir exames (IgG e IgM) a cada trimestre. Sem tratamento
mãe e RN
2º Grupo – IgG reagente (positivo) e IgM não reagente (negativo): Gestante com infecção pregressa. Doença
crônica, IMUNE. RN SEM RISCO SE A MÃE FOR HÍGIDA (***Se a mãe tiver algum distúrbio que diminua a
imunidade aí já ferrou tudo)
3º Grupo - IgM reagente (positivo)
o IgG não reagente (negativo): Considera-se INFECÇÃO AGUDA RECENTE. Iniciar tratamento
imediatamente da mãe e do RN ao nascimento
o IgG reagente (positivo)
Solicitar: Avidez IgG específico para Toxoplasmose
Avidez fraca (Baixa Avidez) INFECÇÃO AGUDA
Exame deve ser coletado ate no máximo 17 Semanas
Tratar a mãe e o RN ao nascimento
Avidez Intermediária – considerar INFECÇÃO AGUDA
Tratar os casos de Avidez baixa ou intermediária
Tratar a mãe e o RN ao nascimento
Avidez forte (Alta Avidez) – Infecção pregressa (crônica)
Gestação < 17 semanas – nada a fazer → IMUNE
Gestação ≥ 17 semanas – pesquisar infecção fetal
PCR no Líquido Amniótico ou Cordocentese
Pode precipitar TPP -> você acabou de arrumar mais um problema pro
nêne -> espera ele nascer
IgM no RN ao nascimento: se Positivo tratar o RN
*IgG positiva em 4 meses
Coletar do RN suspeito
o Sorologia quantitativa IgG e IgM tanto da mãe quanto do RN
o Hemograma com plaquetas
o TGO, TGP, Gama GT
o LCR nos RN com hepatoesplenomegalia
o RX crânio, ecografia cerebral, avaliação oftalmologista (fundoscopia)
Patologia
O SNC e as túnicas oculares são os tecidos mais acometidos
No cérebro encontram-se áreas de necrose que podem sofrer calcificações precoces.
o Áreas similares: fígado, pulmões, miocárdio, baço e outros órgãos.
Quadro clínico
Sistema hematológico
o Anemia por hemólise, redução na produção
o Trombocitopenia
o Hipoprotrombinemia
o Petéquias
SRE
o Esplenomegalia
o Hepatomegalia
SNC
o Hidrocefalia
o Microcefalia
o Retardo neuropsicomotor
o Calcificações intracranianas (calcificações difusas) -> Diagnóstico radiológico (TC de crânio) ->
"Tomografia em céu estrelado"
o Crises convulsivas
o Opistótono (casos mais graves)
o Dificuldade de deglutição
Olho
o Retinocoroidite (60 - 80%)
o Uveíte (5%)
o Microftalmia (22%)
o Iridociclite (7%)
o Catarata (8%)
o Glaucoma (22%)
o Estrabismo (30%)
o Nistagmo (22%)
o Descolamento de retina (2%)
Dx da toxoplasmose congênita
Conhecer sorologias maternas
Diagnóstico clínico do RN: sorologias do RN
Líquor
Fundo de olho
Dx radiológico: RX, US e TC de crânio
Tratamento
Gestante
o Triplo -> Melhor resposta
o Único (só Espiramicina) -> Quando a mãe tem muita reação adversa (vomita muito, faz hepatite)
Nêne está protegido, mas não muito
RN
o Pirimetamina
Dose de ataque - 2mg/kg/dia durante 2 dias
Após: 1mg/kg/dia durante 6 meses
Depois: 1mg/kg 3x/semana durante 6 meses
Duração da terapêutica - 1 ano
o Sulfadiazina
100mg/kg/dia a cada 12h
Duração da terapêutica - 1 ano
o Leucovorin (ácido fólico)
10mg 3x/semana
Duração da terapêutica - Durante e 1 semana após o uso da pirimetamina (1 ano e 1 semana)
o Corticoide (prednisolona)
1mg/kd/dia a cada 12h
Usado quando a proteína do líquor é > 1g/dL e na coriorretinite em atividade
Duração da terapêutica - Até a proteína do LCR < 1g/dL ou melhora da coriorretinite
Atendimento do RN com suspeita de toxoplasmose
Prognóstico
Leve
Moderado
Grave (lesões para o resto da vida)
AIDS
Introdução
A transmissão vertical do HIV ocorre através da passagem do vírus da mãe para o bebê durante a gestação, o
trabalho de parto, o parto propriamente dito (contato com as secreções cérvico-vaginais e sangue materno) ou
a amamentação
35% dessa transmissão ocorre durante a gestação, 65% ocorre no peri-parto e há um risco acrescido de
transmissão através da amamentação entre 7% e 22%.
A transmissão vertical do HIV, quando não são realizadas intervenções de profilaxia, ocorre em cerca de 25%
das gestações das mulheres infectadas. A administração da Zidovudina (AZT) na gestação e o uso de AZT no
parto e no recém-nascido, reduz a taxa de transmissão vertical para 8,3%
A literatura mostra uma redução dessa taxa para níveis entre 1 a 2% com a aplicação de todas as intervenções
preconizadas pelo Programa Nacional de DST e Aids.
Carga viral = ou > 1.000 cópias/ml ou desconhecida Carga viral < 1.000 cópias/ml ou indetectável
Dose de AZT no RN
2mg/kg/dose (0,2 ml/kg/ dose), VO, 6/6h por 6 semanas (42 dias consecutivos)
RN sem condições de receber AZT-VO
o AZT EV - 1,5mg/kg de 6/6h
Prematuros < 34 semanas: 1,5 mg/kg, VO ou EV, 12/12h, por duas semanas e 2mg/kg, 8/8h, por mais quatro
semanas
Uso de Nevirapina
Mãe com carga viral desconhecida ou > 1.000 ou sem tratamento ou profilaxia adequada
Peso de nascimento
o > 2kg: 12mg/dose (1,2ml)
o Entre 1,5 e 2kg: 8mg/dose (8ml)
o < 1,5kg: NÃO usa nevirapina
Doses
o 1ª dose - Primeiras 48h de vida
o 2ª dose - 48h após a 1ª dose
o 3ª dose - 96h após a 2ª dose
Exames
Solicitar hemograma ao nascimento, para comparações com hemogramas posteriores semanais devido à
possibilidade de anemia pelo uso da Zidovudina
Sorologias para TORCHS (se fator de risco)
o Toxoplasmose: solicitar do RN se mãe com CV alta ou desconhecida mesmo nos casos de sorologia
imune na gestação
o Solicitar sempre CMV
Solicitar semanalmente provas de função hepática
Sorologia para HIV não é necessário ao nascimento
Encaminhar após alta à consulta no serviço de referência
NUNCA marar na carteirinha do RN qualquer menção à exposição ou dx de HIV. Esta informação deve se
restringir ao prontuário médico, evitando a exposição da mãe e do bebê. -> Pode dar ruim na justiça (obrigada
povo que abre processos inúteis...)
CITOMEGALOVÍRUS CONGÊNITO
Importante problema de saúde pública: elevado risco de consequências adversas tardias tanto em crianças
sintomáticas quanto assintomáticas ao nascer
0,5 a 1% de todos os RNs infectados por via congênita
RNs sintomáticos ao nascer apresentam usualmente mal prognóstico
o 90% podem evoluir com sequelas neurológicas
o 50 a 70% com surdez neurossensorial bilateral e profunda
Letalidade de 2 a 10%
25 a 35% poderão apresentar algum grau de comprometimento neurológico como manifestação tardia
DNA vírus da família e do grupo herpes vírus, ocorre em 0,5 a 1,5% dos nascidos vivos
Modo de transmissão:
o Secreções, saliva, lágrimas, sêmen, urina e secreções cervicais, sangue e leite humano
o Pode se tornar latente e se reativar
A infecção pelo CMV pode ocorrer antes, durante ou após o nascimento
o Congênito ou intrauterina: vírus penetra a placenta e a barreira hematoencefálica
o Periparto:
Intraparto: exposição à secreção cervical no canal de parto
Pós-natal: leite materno ou transfusão de sangue
Vias de transmissão:
o Horizontal
Contaminação salivar
Sexual
Urina
o Vertical
Intrauterina: placenta
Nascimento: canal de parto
Pós-natal: leite materno
Sinais clínicos mais comuns do RN
o RCIU
o Petéquias
o Hepatoesplenomegalia*
o Icterícia associada à colestase (>BD)*
*Um dos dx diferenciais é CMV
o Microcefalia
o Calcificações periventriculares (Faz um C de CMV -> Dx da toxo -> difusa)
o Trombocitopenia
o Aminotransferases séricas aumentadas
o Parda auditiva sensorial
Infecção perinatal:
o 20 a 60% depende do tipo, grau e tempo de exposição
o Transfusão de hemoderivados
o Aleitamento materno
o Assintomático na maioria dos RN termo, quando sintomático geralmente a infecção primária materna
o RNPT: sd. sepsis like, colestase, plaquetopenia, neutropenia e pneumonite
Critérios para definição do diagnóstico:
o Presença de CMV na urina e/ou na saliva do RN nas primeiras 3 semanas de vida
Isoladamente viral ou identificação de DNA viral pela PCR
o A detecção a partir da 4ª até 12ª semanas de vida indica infecção perinatal ou pós-natal precoce
Avaliação de comprometimento auditivo, ocular e neurológico
Avaliação e definição de caso sintomático
o *Pré-natal da rede particular -> É pedido CMV -> Se for + já sabe como vai vir esse nêne
o SNC
Calcificações e/ou cistos PERIVENTRICULARES, áreas de gliose, vasculite, ventriculomegalia,
distúrbios de migração neuronal, atrofia cortical, porencefalia e hidranencefalia
o Perda auditiva neurossensorial secundária: BERA - 3,6,9,12,24,30 e 36 meses
o Avaliação oftalmológica: no momento do diagnóstico, 12 meses e 5 anos de idade
10 a 20%: coriorretinite e atrofia de nervo óptico
Tratamento
o Nas gestantes não há o que fazer -> Aguarda o nascimento do nêne
o No nêne:
Gamaglobulina anti CMV, hiperimune
Normalmente não é muito utilizada pq deve ser ministrada nos primeiros dias e o dx
costuma ser tardio
Ganciclovir (6mg/kg/dose de 12 em 12 horas por 6 semanas EV), melhora prognóstico das
alterações neurológicas até 6 meses de vida
Valganciclovir (16mg/kg - VO)
Em 2011 a SBP lançou um documento sugerindo tratamento de 2 - 4 semanas com dose de
10mg/kg/dia com prazo estabelecido pela manifestação clínica do bebê
o Potencial toxicidade:
Neutropenia, leucopenia, trombocitopenia
Diarreia, náuseas, anorexia, vômitos, pancreatite
Convulsões, sonolência, alteração da função renal e hepática
o Amamentação não é contraindicada
o Não há necessidade de isolamento, cuidado com secreções (nêne com dx deve ser isolado)
Esquema para tratamento
"O problema do CMV é que a gente tem que aguardar. É um Kinder Ovinho mesmo. Tem que esperar nascer."
RUBÉOLA CONGÊNITA
Importante complicação da infecção pelo vírus da rubéola durante a gestação
Gravidade inversamente proporcional a IG
Aborto, morte fetal, natimorto e anomalias congênitas diversas
Agente etiológico: vírus RNA, gênero Rubivirus, família Togaviridae
Modo de transmissão: transplacentário após viremia materna
Período de transmissão:
o RN excretam o vírus por secreção nasofaríngea, sangue, urina e fezes por longos períodos
80% no primeiro mês
62% - 1º ao 4° mês
33% - 5º ao 8° mês
11% - 9º ao 12° mês
3% no 2º ano de vida
Manifestações clínicas
o Oculares: catarata, glaucoma, microftalmia, retinopatia
o Cardíacas: persistência do canal arterial (PCA), estenose aórtica, estenose pulmonar
o Neurológicas: retardo mental, microcefalia
o Surdez
o Transitórias: hepatoesplenomegalia, hepatite, icterícia, anemia hemolítica, púrpura trombocitopênica,
adenopatia, meningoencefalite, miocardite, osteopatia de ossos longos (rarefações lineares nas
metáfises) e exantema crônico
o Prematuridade e baixo peso ao nascer
Diagnóstico laboratorial
o Anticorpos específicos IgG e IgM para rubéola
o IgM materno não ultrapassa a barreira placentária. Se presente no RN prediz infecção
o IgG materno ultrapassa a barreira placentária e pode estar presentes em RN sem a doença, nascidos de
mães imunes à rubéola
Conduta:
o Não existe tratamento antiviral efetivo, apenas controle das manifestações clínicas
o Isolamento do RN de outros bebês ou adultos susceptíveis (principalmente gestantes)
o A mãe pode ficar junto ao RN e a amamentação deve ser encorajada
HERPES SIMPLES
Família herpes vírus: sete vírus que podem infectar o homem
o Vírus do herpes simples (HV)
HV1 (tipo 1)
HV2 (tipo 2)
o Vírus da varicela (varicela zoster vírus)
o CMV
o Vírus Epstein-Barr
o Vírus do herpes humano 6
o Vírus do herpes humano 7
A infecção por HV1 (oro facial) é praticamente universal, sendo a maioria das pessoas infectadas na infância
Transmissão: contato direto com as lesões (beijo HV1 e sexual HV2) ou saliva e secreções vaginais
Vesículas dolorosas na pele no local da inoculação
Infecção primária, latente ou recorrente
*Sempre infecção primária que tem risco de passar para o RN
Infecção primária durante a gravidez
Infecção congênita por herpes simples
o 1:2.500 - 5.000
o Infecção intra útero (5%)
o Peri-parto -> Contato com lesões ativas (85%)
o Após nascimento (10%): contato com lesões herpéticas ativas em pele e mucosas (labial ou cutânea)
Infecção primária durante a gravidez
o Grave, pode infectar órgãos vitais
o Causa danos permanentes
Quadro clínico
o Sintomatologia presente nas primeiras semanas de vida (até 4 semanas); 45% dos casos assintomáticos
o Sintomatologia precoce (até 48h de vida):
Lesões muco cutâneas: lesões ativas, aplasia cútis, lesões cicatriciais, hipo ou hiperpigmentações
(40-45% dos casos, não cursa com lesão neurológica)
Achados neurológicos: microcefalia, calcificações intracranianas e hidranencefalia, crises
convulsivas (30% dos casos 16-19 dias de vida)
Lesões oculares: coriorretinite, microftalmia e atrofia óptica
o Infecção generalizada (25%)
o Disseminação do vírus por diversos órgãos (7 - 12 dias)
Temperatura flutuante
Pneumonite
Dispneia/taquipneia
Hepatite, hepatoesplenomegalia
Trombocitose (CIVD)
Encefalite, sonolência, convulsões (2/3 dos casos)
Óbito
Diagnóstico
o Bolhas herpéticas: detecção de partículas de HV no fluído das vesículas
o Cultura de lesões cutâneas: urina, secreções de pálpebras, narinas, sangue e líquor
o Sorologia: não muito útil e efical = IgM e IgG não são confiáveis
o PCR: detecta DNA HV, LCR
o Líquor: hemorragia e leucócitos aumentados
o Teste imunológico: raspados de lesões (80 - 90% sensibilidade)
Conduta
o Lesões genitais aparentes: CST, com BR < 6horas
o Sem lesões: parto via vaginal
o RN exposto com infecção diagnosticada - manter isolamento com a mãe e liberar seio materno
Amamentação só será contraindicada se tiver lesão em seio ativa***
Pais com lesões orofaciais devem usar máscaras e lavar bem as mãos
o Mãe com lesões genitais recorrentes, RN assintomático: infecção em 1 - 3% dos casos
o Infecção primária durante a gestação: risco de contaminação 33-50%
o Solicita-se exames de diagnóstico. Se positivo: tratar mãe e bebê
HEPATITE B
Hepatite B: vacina segura e eficaz desde 1981
Problema de saúde pública
Transmissão: via sexual, sanguínea, perinatal e por contatos próximos
o Infecção crônica: 10 a 25% dos casos, principal reservatório do vírus
o Hepatite aguda, fulminante ou crônica, cirrose hepática, carcinoma hepatocelular e manifestações extra
hepáticas
o Hepatite durante a gestação: não aumenta a morbimortalidade, entretanto 70 a 90% dos RNs infectados
permanecerão cronicamente infectados até a vida adulta
Transmissão vertical do vírus da hepatite B:
o 5% dos casos: mãe com infecção aguda ou portadora crônica
o A exposição perinatal ao sangue materno: 95% dos casos
o Depende do nível de vírus circulante
o É maior na presença do antígeno "E"
HBeAg positivo
70 a 90% transmitem perinatal
40% transmitem até os 5 anos de idade por contato
Como identificar gestantes infectadas:
o Triagem sorológica: 30 semanas de gestação - HBsAg (antígeno de superfície do vírus da hepatite B)
o Alguns serviços associam anti HBcAg
o Tem que fazer a vacina e a imunoglobulina em pernas diferentes (não tem uma convenção
determinando em que perna é feita a vacina)
o Uso isolado de vacina: previne 70 a 85% a transmissão vertical
o Uso combinado de vacina + imunoglobulina: 85 a 95% de proteção
Medidas para RN exposto:
o Não há contra indicação de via de parto. Evita-se amniocentese e cordocentese
o Banho mandatório: injeções e vacinas SOMENTE após o banho
o Aspiração gentil (se necessário aspirar)
o O aleitamento materno NÃO é contraindicado
o Série vacinal de 3 doses (0-3-6)
o 5-10% não desenvolvem soro conversão
o 50 a 85% dos inicialmente não reatores respondem a até 3 doses adicionais
o Quantificar anticorpos anti-HBsAg para documentação de soro conversão vacinal entre 1 e 9 meses após
completada a primeira série vacinal
o Títulos inferiores a 10UI de anti-HBsAg são considerados não protetores
o ****Em RNPT devem ser feitas 4 doses da vacina: ao nascer, com 1 mês, entre 2 e 3 meses e entre 6-7
meses pós-natais (0-1-3-6)
Sorologias
HEPATITE C
Responsável por aproximadamente 80% dos casos de hepatite não A e não B
Transmitido por via sanguínea (transfusão, drogas e instrumentos cortantes), sexual e vertical
Transmissão vertical
o Soroprevalência do VHC em gestantes: 0,14 a 2,4%
o 70% destas apresentam doença ativa
o 3,8 a 6,5% (média de 5%) destas transmitem para seus conceptos
o Transmissão intrauterina e/ou no momento do parto
o *Frequente co-infecção com vírus HIV
Fatores de risco
Aleitamento materno
o Estudos mostram que no caso da Hepatite C o aleitamento materno é seguro (1845 pares mãe-filho
estudados)
o Não demonstrou-se maior risco de VHC em RNs amamentados quando comparados com aqueles que
receberam leite artificial
o Na ausência de lesões cutâneas sangrantes na região dos mamilos, não há risco aumentado de
transmissão
Cuidados com RN:
o Limpeza imediata de sangue e secreções maternas por meio do banho do nêne
o Aspirar vias aéreas com delicadeza (se necessário aspirar)
o ***Não há vacina ou imunoglobulina disponível para evitar a transmissão
o ***O aleitamento materno NÃO é contraindicado
Diagnóstico da infecção materna e perinatal
o ELISA (sensibilidade de 97-100%)
o Confirmatórios:
Imunoblot recombinante (RIBA-2 ou 3)
PCR quantitativa
*1 teste positivo de PCR confirma infecção ativa, mas o teste negativo não exclui
Acompanhamento do RN exposto
o 18 a 24 meses
Exame com 3-6-12 meses de idade (anticorpo anti VHC e TGP)
RNA do VHC em pelo menos 2 amostras de soro com intervalo de 3 meses durante o primeiro ano
de vida
o Anticorpos anti-VHC persistem positivos até 18 meses de vida, tornam-se indetectáveis em crianças não
infectadas até 15 a 18 meses
Manifestações clínicas inespecíficas:
o Baixo ganho ponderal
o Hepato e esplenomegalia
VACINAS – DR. MAURÍCIO
Ao nascer
Hepatite B
Primeiras horas após o nascimento (intramuscular no quadríceps anterior) -> Primeiras 48h
Feita com a cápsula do vírus
Não provoca reação
Grande eficácia (>95%)
Todos os bebês recebem 4 doses (0/2/4/6 meses) juntamente com a do tétano (pentavalente - IM)
Se a mãe for HBSAg + -> Criança recebe nas primeiras 72h de vida a imunoglobulina (além da vacina)
Ao nascer/1 mês
BCG-ID
Protege contra as formas mais graves de TB (meningeia, pulmonar e óssea)
Intradérmico no deltoide direito
Nenê > 2kg
1º mês de vida
o Em lugares com pouco acesso à saúde -> Aplica na maternidade já
Demora 3 a 4 semanas para aparecer a reação ("pega da vacina")
o Se até o 6º mês não for visualizada nem palpada -> Aplica uma segunda dose -> Considera o nêne como
vacinado independentemente de apresentar pega
Reações (de pápulas a grandes ulcerações)
1 mês - 60 dias após a vacina -> Queixa de "bolinha na axila do nêne" -> Nodulação de aprox. 1 cm na axila
direita do nêne -> BCGeíte
o Se não fistulizar -> Apenas observa
o Se fistulizar -> Antituberculostátisa -> Isoniazida
Secreção passou a ser fluída -> Pode interromper
Caso não seja possível notar sinais da vacina aos 6 meses -> Revacinar
2 meses
Pentavalente (DTP/HIB/HB) – Difteria, tétano, coqueluche, HIB (haemophilus influenza B) e hepatite B
Intramuscular
2/4/6/15 aos 18 reforços, uma com 4 anos, e o tétano a cada 10 anos
Pouca eficácia para coqueluche (75%) -> Final de outono/começo do inverno -> Muitas crianças internadas
com coqueluche (leucocitose > 20.000 ?)
Não faz depois dos 7 anos -> Risco neurológico (A vacina acelular não tem essa limitação -> Liberada em
qualquer idade)
Efeitos colaterais (devido ao componente pertussis/coqueluche -> Timerosal) -> Febre, dor, mal estar,
irritabilidade
Se a criança após a vacina apresentar:
Crise convulsiva até 72h após a aplicação
Crise hipotônico-hiporresponsiva até 48h após a aplicação
Encefalopatia na primeira semana após a aplicação (involução neurológica)
Choro persistente
Não dar mais o componente pertussis (timerosal -> derivado do mercúrio)
Vacina acelular -> Para crianças em que os efeitos colaterais podem piorar doenças prévias
o Se encontra na rede privada (250 reais)
o Não dá efeitos colaterais importantes
o Nênes das UTIN, cardiopatas, neuropatas -> Sai com cartinha para o CRIE (centro de referência de
imunológicos especiais) -> Para receber a vacina acelular
Brasil -> Não tem como dar acelular para todo mundo -> Faz vacina dupla sem o componente da coqueluche
No reino unido -> Há muitos anos eles adotam a vacina acelular -> Estudo -> Talvez a vacina acelular deixasse
uma memória imunológica mais fraca (não foi comprovado)
MS afirma que ambas tem a mesma memória imunológica
HIB -> Produz lactamase -> Grande resistência à penicilia
o Faz 2/4/6 mês
o Teoricamente não precisa fazer a quarta dose com 15 meses -> Acaba fazendo pq na hora que o governo
compra ele já pede o "combo" -> Comprar separado sai mais caro
o Se a criança não fez até 2 anos -> NÃO vacina contra HIB
Pneumocócica 10
Maior vilão das infecções bacterianas em crianças
96 sorotipos de pneumococco
2/4/12 meses
Vacina antiga (heptavalente)
o Para doença invasiva (bacteremia/septicemia, )-> eficácia de 90%
o Para doença não invasiva -> eficácia de 70%
o Não contemplava o pneumococco 1 nem o 5 -> Os mais prevalentes no Brasil
Vacina nova (Pneumo 10)
o Teoricamente contempla os 10 mais prevalentes no mundo inteiro (incluindo 1 e 5)
o 2/4/12 meses (antigamente era no 6º mês)
o Febre, mal estar, mialgia
Pneumo 23
o Antiga
o Baixa memória imunológica (tem que repetir todo ano)
o Não usa em criança -> Só em idoso ou em pessoas com DPOC
Pneumo 13 valente
o Contempla os pneumococcos da 10 + 3
o 350 reais a aplicação (baby Mar tomou -> Ryca)
o Tem o 19A (meio que foda-se, mas a indústria diz que ele é fodão e o mais prevalente no Brasil)
5 meses
Igual o 3º mês
6 meses
2º e 4º -> Sem rotavírus, sem pneumococo, primeiro zé gotinha é adiado
9 meses
***VACINA CONTRA FEBRE AMARELA
o Há 4-5 anos ela passou a ser opcional em locais não endêmicos da FA
o MS atualizou essa semana que ela deve ser OBRIGATÓRIA NO BRASIL INTEIRO
o A partir de 9 meses de idade (mas se for viajar pode dar a partir de 6 meses)
o Não precisa mais de reforço a cada 10 anos
o Caribe e alguns países -> Precisa apresentar a comprovação de que fez a vacina da febre amarela
o FA é doença de país tropical/subdesenvolvido (pq aparentemente é onde o maldito mosquito gosta de
viver
o Vacina antiga -> Dá bastante efeito colateral (pouco investimento)
o Dose fracionada (não faz 1ml, faz 0,2ml pra dar pra todo mundo) -> Teoricamente funciona também
12 meses
Tríplice viral - Sarampo, rubéola, caxumba
o Aplicação -> subcutâneo
o Rubéola está erradicada no Brasil desde 2009 graças à vacinação
o Sarampo também estava erradicado -> Ana passado apareceram no Recife casos importados (importar
coisa boa não tá rolando, né Brasil?)
Modificação recente -> 3ª dose da pneumocócica e 3ª dose da meningo C
4 anos
Reforço da tríplice bacteriana
2ª dose da SABIN
Modificações
dTP -> Adulto
Vacinação para gripe
o Vacina que entra no mercado agora é do vírus que circulou em 2017 -> Sempre atrasada um ano
o H3N2 -> Tem sido feita nos últimos anos
HPV
o Meninas -> De 9 a 16
o Meninos a partir de 13 anos
o 2 doses* – 0**/6 meses depois
*Embora na bula fale pra dar 4 doses
**Momento zero
Cefaleia
Sintoma muito frequente na infância e na adolescência
Prevalência de 40 a 80%
Aumento é diretamente proporcional a idade da criança
Caracterização é difícil (dificuldade de expressão da criança)
Podem ser divididas em primárias e secundárias; agudas, recorrentes ou crônicas (dividida em progressivas e
não progressivas)
o Agudas: evento isolado, sem história prévia ou evento semelhante
o Recorrentes: periodicamente, de forma semelhante
o Crônicas e não progressivas
o Crônicas e progressivas: piora na frequência e na intensidade com o passar do tempo -> Pode indicar HIC
Anamnese
Quando começaram as dores?
Existe um só tipo de cefaleia?
As dores estão piorando?
Localização: uni ou bilateral?
Tipo: pulsátil, em pressão ou em facada?
Intensidade: leve, moderada ou grave?
Exame físico
Excluir possibilidades de doença sistêmica: aferir PA, temperatura
Exame de cabeça: excluir doenças como: sinusopatia, trauma, patologias de couro cabeludo, patologias
odontológicas*, oftalmológicas
*Teoricamente os nênes já devem ir ao dentista com 6 meses -> Mas normalmente eles só vão quando o
dentinho já está todo avacalhado
No exame neurológico o exame de fundo de olho faz parte integrante do exame
Dx diferencial
Cefaleia aguda generalizada
o Infecção sistêmica
o Infecção do SNC
o Fatores tóxicos (chumbo, CO)
o Pós-crise convulsiva
o Distúrbio eletrolítico
o Hipoglicemia
o Hipotensão liquórica (pós-punção lombar)
o TCE
o Embolia cerebral
o Trombose vascular cerebral
o Hemorragia subaracnoidea
Cefaleia aguda localizada
o Sinusopatia
o Otite
o Patologia ocular (glaucoma)
o Patologia odontológica
o Traumatismo craniofacial
o Neuralgia occipital
Cefaleia aguda recorrente
o Migrânea
o Cefaleia tipo tensional episódica
o Cefaleia "agrupada"
o Cefaleia primária não migranosa
o Hemicrânia paroxística crônica
Cefaleia crônica progressiva -> TEM QUE EXCLUIR POR PRIMEIRO
o Tumores do SNC
o Pseudotumor cerebral
o Abscesso cerebral
o Hematoma subdural crônico
o Hidrocefalia
Cefaleia crônica não progressiva
o Cefaleia tipo tensional crônica
o Depressão
o Cefaleia pós-TCE
Sinais de alerta
Cefaleia grave de início súbito
Exame neurológico alterado (ataxia, CC, letargia)
Alterações oculares: edema de papila, anisocoria, nistagmo, instalação de estrabismo, diplopia e diminuição da
acuidade visual
Pacientes imunossuprimidos (maior tendência a fazer tumores)
Pacientes com HIV, câncer, coagulopatias, neurofibromatose
Doença sistêmicas: febre, rash, rigidez de nuca
Sinais focais (não considerar os da aura da migrânea)
Aumento da frequência e na intensidade da dor
o Com despertar noturno pela dor -> Vale a pena fazer uma tomo (antigamente era obrigatório)
Cefaleia persistente unilateral
Cefaleia relacionada ao sono/despertar noturno ou presente ao amanhecer
Mudança de personalidade ou problema de comportamento recente
Mudança da característica da dor em pacientes com cefaleia primária
Desaceleração da velocidade de crescimento
Cefaleia tensional
Cefaleia primária mais comum na infância
Duração pode variar de 30 min a 7 dias
Pelo menos 2 critérios
o Bilateral
o Pressão/aperto
o Leve/moderada
o Não agravada por atividade física rotineira
Pelo menos 1 dos itens:
o Ausência de fotofobia ou fonofobia (pode acontecer 1 deles)
o Ausência de náusea/vômito (pode ocorrer anorexia)
Teoricamente para fechar o dx precisa de 10 crises (mas você vai tratando antes pq ninguém merece ficar com
dor)
Diagnóstico é feito por exclusão
Fatores de desencadeamento das crises são comuns à enxaqueca: tensões familiares, ocorrencia de eventos
críticos, dificuldades escolares, dores crônicas em familiares, entre outras.
Migrânea
Mais comum: se áurea
Em crianças pré-escolares sem predileção por sexo
Após puberdade e vida adulta -> Predomínio no sexo feminino
Após o vômito a criança tem alívio da dor (normal da pediatria) -> Não quer dizer que ela tinha HIC
Duração: 1 a 72h
Pelo menos 2 critérios:
o Localização uni/bilateral
o Pulsátil (em crianças pequenas não é necessário)
o Moderada/forte
o Exacerbada por atividade física rotineira ou leva a criança a evitar as atividades físicas rotineiras
Pelo menos 1 dos itens:
o Foto/fonofobia
o Náusea/vômito
Precisa só de 5 episódios para fechar o dx
Aura típica da migrânea
o Pelo menos 2 dos 3 critérios
Aura consistindo em pelo menos 1 dos seguintes itens, mas sem nenhuma paresia:
Sintomas visuais completamente reversíveis
Sintomas sensitivos completamente reversíveis
Disfasia completamente reversível
Pelo menos 2 dos seguintes critérios
Sintomas visuais homônimos e/ou sintomas sensitivos unilaterais
Pelo menos um sintoma de aura desenvolve-se gradualmente em 5 minutos ou mais e/ou
diferentes sintomas de aura ocorrem em sucessão
Cada sintoma dura entre 5 e 60 minutos
Cefaleia preenchendo os critérios de 1-3 sem aura, começa durante a aura ou sucede auras com
intervalo de 60 minutos.
Tratamento da dor aguda
o Deve ser iniciada o mais precoce possível (nos pródromos ou aura). Maior eficiência
o Medidas não farmacológicas:
Repouso em ambiente com pouca luminosidade e silêncio
Sono, compressas com água fria na região temporal
Educar o paciente
o Se resistente a analgésicos comuns -> Associar AINEs
o Associar medicação antieméticas (geralmente quando a dor passa o enjoo passa junto -> mas se você
precisar dar VO, pode fazer) ou utilizar sublingual, retal caso os vômitos ocorram no início dos sintomas
o Evitar uso abusivo de medicação analgésica
o Analgésico/AINEs:
Paracetamol 10-15mg/kg/dose
Dipirona
< 6 anos - 10mg/kg/dose
6-12 anos - até 2g/dia
> 12 anos - até 3g/dia
Ibuprofeno 10mg/kg/dose -> Mesmo nessa dose tem ação no estômago
Naproxeno 10mg/kg/dose
Cetoprofeno 0,5mg/kg/dose
Cetotolaco de Trometamina 0,5mg/kg (1ª dose até 1mg/kg)
Triptano -> Somente para adolescente
Profilaxia de migrânea
o Considerar quando a criança apresentar mais de 6 episódios/mês ou diante de cefaleias prolongadas ou
incapacitantes (a criança tem que faltar muito na escola pq a cabeça dela está sendo uma putinha*)
*Sim, eu sei como é. A minha cabeça é uma putinha.
o A escolha deve levar em conta comorbidades associadas e reavaliar necessidade a cada 6-12 meses
o Começar o tratamento com a menor dose eficaz
o Monitorar o tratamento através de uma agenda e rever a dose a cada 2-3 meses
o Lembrar que o uso excessivo de analgésicos pode levar a cefaleia por abuso medicamentoso
o Sono e alimentações regulares, exercícios físicos
o Não ingerir alimentos desencadeantes: vinho tinto e bebidas alcoólicas (claro que isso vale para os
adolescentes, não para os neninhos), chocolates, queijos, embutidos, alimentos ricos em glutamato e
nitritos.
o Medicamentos:
Flunarizina 2,5-10mg/dia
1ª opção
Sempre orientar a mãe
Sedação, ganho de peso, sangramento do TGI
Cuidar com AINE
Propanolol 0,6-2mg/kg/dia
Fadiga, depressão, asma. CI em BAV 2-3° grau
Topiramato 1-2mg/kg/dia
Perda de peso, nefrolitíase, teratogênese*
Divalproato de sódo 10-45mg/kg/dia
Ganho de peso, hepatotoxicidade, teratogênese*
*Para adolescentes -> Teratogênico (tem quem inicie com ACO junto)
Amitriptilina 1mg/kg/dia (>11anos)
Excelente opção (2ª opção)
Importante ter um ECG de controle
Começa normalmente no fds (a criança vai ficar sonolenta)
Sedação, ganho de peso, alterações cardíacas
Ciproeptadina 4-12mg/kg/dia
Sedação, ganho de peso
Prognóstico
o Um estudo de 20 anos de seguimento revelou que a maioria dessas crianças tendem a apresentar a
doença na idade adulta
o A cefaleia tensional tem uma tendência maior a remissão
o As cefaleias tendem a apresentar uma intensidade moderada a grave. E o uso de medicação analgésica
também aumentou
o Muito comum ter associação de migrânea e cefaleia tensional (Deus, pq???)
Vômitos cíclicos
Episódios de vômitos repetidos que geralmente se iniciam pela manhã e duram várias horas (raramente duram
mais de um dia)
Inicialmente tem conteúdo alimentar, porém com o passar do tempo se torna bilioso e a quantidade diminui
Fotofobia é geralmente associada e um desconforto abdominal difuso. Fezes podem ser amolecidas.
Após algum tempo, a criança costuma queixar-se de dor característica da migrânea
Migrânea abdominal
Pico de incidência de 7 a 10 anos
Dores recorrentes de forte intensidade em abdome com ou sem náusea e vômitos, que podem ou não ser
acompanhados por cefaleia
10% das crianças com migrânea apresentam dores abdominais recorrentes
Periumbilical ou difusa
Duração de 30 a 60 minutos
Exame clínico fora da crise é normal
Conclusão
Dada a alta prevalência, a cefaleia tem destaque nas consultas de emergência e consultório infantil
Importante diferenciar primária de secundária (saber quando vai radiografar)
O tratamento tem como objetivo aliviar a dor, mas é fundamental que ele também seja direcionado para as
causas da cefaleia.
ORIENTAÇÕES JURÍDICAS SOBRE VACINAÇÃO – DRA. THAÍS (Sim, sempre temos que falar disso pq sempre tem
aquela pessoa metido a bicho grilo que acha legal não vacinar as crianças, “pq meu filho vai ter autismo se for
vacinado”)
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990) estipulou em seu art. 14, parágrafo primeiro que: “É
obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.” Dessa forma, não
se revela legítima a recusa da vacinação das crianças com fundamento na recusa dos pais
O cuidado com a saúde dos filhos é um dever inerente ao poder familiar, e assim, o descumprimento deste
dever pode levar desde a aplicação de medidas leves aos pais até à destituição do poder familiar, conforme
artigo 129 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Da mesma forma, poderá ser imposto aos pais o pagamento de multa na forma do artigo 249 do ECA por
descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar .
Assim sendo, em sendo verificado pelo hospital que os pais do menor estão se recusando a efetuar a
vacinação obrigatória nos termos do ECA, não poderá o hospital exigir o seu cumprimento forçado, devendo
encaminhar o caso ao Conselho Tutelar do Município ou ao Ministério Público juntamente com a
documentação comprobatória da negativa*.
*Tira xerox da carteirinha e manda para o conselho
Todavia, antes do encaminhamento referido, recomenda-se seja informado aos pais acerca das eventuais
consequências advindas da recusa de vacinação, seja através da imposição multa, determinação judicial de
vacinação obrigatória e, em casos mais graves, até a destituição do poder familiar.
MAS VOCÊ NÃO QUER QUE SEU NÊNE VÁ VIVER COM JESUS, ENTÃO TRATE DE VACINAR ELE!!!
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) – DRA. THAÍS
Introdução
Não existe prevenção, tratamento efetivo ou cura
o Mas existem algumas terapias que conseguem introduzir um pouco melhor a parte social na vida das
crianças
Macrocefalia pode ser observada em 20% das crianças nos primeiros anos de vida
o Aumento de massa cinzenta em lobo frontal e temporal
Apresentam uma ampla gama de severidade e prejuízos, sendo frequentemente a causa de deficiência grave,
representando um grande problema de saúde pública
Há uma grande heterogeneidade na apresentação fenotípica do TEA
Espectro de comportamentos anormais que incluem: comprometimento importante na interação social,
dificuldades na comunicação e atividades e interesse restritos (ex.: a criança que só assistia um desenho, ou só
gosta da mãe, ou só gosta de um brinquedo...), repetitivos e estereotipados.
Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rápido o tratamento poderá ser iniciado e os resultados serão
mais expressivos (devido a neuroplasticidade)
Epidemiologia
O Centro Nacional de Saúde para Estatísticos dos Estados Unidos divulgou a taxa de prevalência de distúrbios
autista em crianças americanas
Baseado em informações coletadas no National Health Information Survey, informou que a taxa de TEA para
2016 era de 1 para cada 36 crianças americanas
Esta é a taxa mais lata já registrada em pesquisa em crianças nos Estados Unidos
Em 2014: 1 em cada 45 crianças
Em 2007: 1 em cada 91 crianças
Mitos
Vacinação e TEA: 1998 artigo publicado na Lancet do pesquisador britânico Andrew Wakefiel levantou a
suspeita de que a vacina da tríplice viral poderia causar autismo. Na sequência, vários outros estudos
afastaram a relação.
o O autor não pode mais atuar na medicina -> O estudo era todo zuado (ele entregava uns livrinhos pras
crianças e baseado na colaboração ou não ele determinava se elas tinham autismo)
Triagem de autismo
Em 2017 foi sancionada a lei que obriga a triagem
o A nova norma foi publicada no Diário Oficial da União em 26/04/2017 e começou a valer 180 dias depois
M-CHAT (Modified Checklist for Autism in Toddlers)
o Sinais tornam-se mais evidentes após os 18 meses
o A sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que toda criança seja submetida a uma triagem para o
TEA entre 18 e 24 meses de idade
o Disponível online: 23 questões claras e objetivas que devem ser feitas aos pais e/ou cuidadores
o Leva menos de 2 minutos
o Resultados superiores a 3 (falha em 3 itens no total) ou em 2 dos itens considerados críticos (2, 7, 9, 13,
14, 15)
o As resposta sim/não são convertidas em passa/falha
Sinais no lactente
Atraso para adquirir o sorriso social, demonstrar interesse em objetos sorrindo para eles e movimentando o
corpinho em detrimento do desinteresse
Pouco interesse pela face humana
Olhar não sustentado ou ausente
Preferência por dormir sozinho no berço
Demonstrar irritabilidade quando ninado no colo
Ausência de ansiedade de separação e indiferença quando os pais se ausentam
Ou seja, nênes normais são como dogs e nênes autistas se parecem mais com gatos
DSM - V
o O transtorno do espectro autista engloba transtornos ANTES chamados de autismo infantil precoce,
autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo do alto funcionamento,
autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno
desintegrativo da infância e Transtorno de Asperger
Mudaram pq os tratamentos e sintomas são muito parecidos (Deus é TOP!)
o Agora no DSM-V são realizadas distinções de acordo com o nível de gravidade em relação à interação e
comunicação
o A gradação da gravidade é assim descrita:
Exigindo apoio
Exigindo apoio substancial
Exigindo apoio muito substancial
o Déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação social e nas interações sociais,
manifestações de todas as maneiras seguintes:
Déficits expressivos na comunicação não verbal e verbal usadas para interação social
Falta de reciprocidade social
Incapacidade para desenvolver e manter relacionamentos de amizade apropriados para o estágio de
desenvolvimento.
o Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos
duas das maneiras abaixo:
Comportamentos motores ou verbais estereotipados, ou comportamentos sensoriais incomuns
Excessiva adesão/aderência a rotinas e padrões ritualizados de comportamento
Interesses restritos, fixos e intensos.
o Os sintomas devem estar presentes no início da infância, mas podem não se manifestar completamente
até que as demandas sociais excedam o limite de suas capacidades.
Habilidades especiais
Capacidade de compreender conceitos concretos, regras e sequências
Excelente memória de longo prazo
Aptidão matemática
Aptidão com a informática
Aptidão musical
Aptidão artística
Capacidade de pensar por meio de imagens (você consegue fazer uma programação do dia com ela mostrando
imagens de como vai ser)
Capacidade de decodificar escrita precocemente. Esta capacidade é chamada de hiperlexia. Mas nem sempre
eles compreendem o que se lê
Honestidade (às vezes até demais)
Grande capacidade de foco (se estiverem trabalhando em algo que lhes agrade)
Associações
Convulsões: as desordens convulsivas aparecem em aproximadamente 39% das pessoas autistas.
Desordens genéticas:
o Aproximadamente de 10-15% das crianças autistas apresentam uma condição neurogenética
identificável (Síndrome do X-Frágil, Síndrome de Angelman, Esclerose Tuberosa, Síndrome da
Duplicação do Cromossomo 15, ou outra anormalidade cromossômica).
o A probabilidade de ocorrência dessas anormalidades é um pouco maior se a criança também tiver
déficits cognitivos ou retardo mental.
o Ter uma causa genética conhecida para o autismo do seu filho pode influir na probabilidade da mãe vir a
ter outro filho autista
Transtornos gastrointestinais:
o Cerca de 46% a 85% das crianças autistas apresentam problemas tais como constipação crônica ou
diarreia.
o Um estudo identificou um histórico de sintomas gastrointestinais (tais como padrão anormal de
funcionamento do intestino e constipação frequente, vômitos, e dores abdominais frequentes) em até
70%.
Transtornos do sono:
o Podem estar associados a apneia obstrutiva do sono ou refluxo gastroesofágico.
o Quando não há causa, os distúrbios do sono podem ser tratados com intervenções comportamentais,
incluindo as medidas de higiene do sono.
o Há algumas evidências de que as crianças autistas apresentam regulação anormal de melatonina.
Em alguns lugares tem feito melatonina diluída (ainda faltam estudos relacionando uso de
melatonina e transtornos do sono no autismo)
Distúrbios de Integração Sensorial (DIS)
o Muitas crianças autistas reagem de modo incomum aos estímulos sensoriais. Essas reações são devidas à
dificuldade de processar e integrar a informação sensória.
Para ele a percepção de estímulos considerados "normais" podem causar sensações dolorosas,
desagradáveis ou confusas
o A visão, a audição, o olfato, o paladar, o senso de movimento (sistema vestibular) e o senso de posição
(propriocepção) podem estar afetados.
o Portanto, a informação pode ser sentida corretamente, mas percebida de forma muito diferente. Às
vezes os estímulos que parecem normais para as outras pessoas podem causar sensações dolorosas,
desagradáveis ou confusas em crianças com DIS. Geralmente, os tratamentos recomendados para os
distúrbios de integração sensorial, são a terapia ocupacional e/ou a terapia de integração sensorial.
Picamalácia
o É um transtorno alimentar que é caracterizado pela ingestão de itens que não são alimentos. As crianças
entre os 18 e os 24 meses de idade, frequentemente, comem itens não comestíveis, como parte normal
do seu desenvolvimento.
o Algumas crianças autistas continuam a ingerir terra, barro, giz, ou lascas de tinta.
Intoxicação por chumbo por comer tinta de parede (de uns anos pra cá tiraram o chumbo das
tintas, segundo o Tidinho)
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico.
Baseia-se nos sinais e sintomas e critérios estabelecidos pelo DSM-V.
Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, sendo possível fazer o diagnóstico por volta
dos 18 meses, quando os sintomas tornam-se mais evidentes.
A equipe pode incluir um fonoaudiólogo, especializado em audiologia, para avaliar as perdas de audição em
fala e em linguagem para determinar as habilidades e as necessidades de comunicação.
Terapeuta Ocupacional para avaliar as habilidades motoras e físicas.
A avaliação multidisciplinar é importante para o diagnóstico do autismo e para a identificação de outros
desafios que costumam acompanhar esse transtorno.
Tratamento
Treinamento e educação dos pais (tem dificuldade de aceitar e começar o tratamento)
Treinamento das habilidades sociais e fonoaudiológicas
Terapia cognitivo comportamental
Análise comportamental aplicada (ABA)
o É a terapia cognitivo comportamental aplicada ao contexto daquela criança
Integração social/Terapia comportamental
Medicação: depressão, ansiedade, déficit de atenção, hiperatividade
Na escola
Usar agenda de trabalhos de casa
Lista de verificação das tarefas de casa
Sentado próximo ao professor para evitar distrações
"O dobro do tempo para a metade das tarefas"
Fazer um cronograma visual incluindo as atividades diárias.
Não mudar o cronograma e evitar mudanças bruscas.
Caso altere o cronograma tenha planos substitutos e compartilhe com a criança.
Ser generoso com elogios (e faça a criança entender por que está sendo elogiado).
Segurança
92% dos pais relatam que seus filhos corriam o risco de sair de casa sem avisar. Importante manter as portas
fechadas com trancas especiais, alarme residencial. Alerte seus vizinhos.
Pulseira de identificação médica para os casos mais graves.
É muito comum crianças com autismo terem atração por fontes de água como piscinas, lagos. Ensinar a nadar
é importante. A lição final deve ser com roupas (pq se ele cair de roupa na água, ele buga, pq antes a criança
só aprendeu a nadar de sunga/maio)
Reforço positivo
Reforçar comportamentos adequados é muito importante
O instrumento de reforço deve ser algo de que a criança goste muito (não vai entupir ela de doce. Você não
quer arrumar outro problema pra vidinha dela) e o acesso ao instrumento de reforço deve ser limitado.
Elogios verbais podem ser instrumentos poderosos. Faça elogios específicos a bons comportamentos (ex. Você
fez um ótimo trabalho se sentando comportadamente na sua cadeira!).
Ensine e elogie formas adequadas de se comunicar, compartilhar, esperar, etc.
Peça para a criança para fazer coisas que que ele é capaz de fazer sozinho, ou com um mínimo de ajuda. Além
disso, divida as tarefas e atribuições em partes e passos menores.
Comportamento problemático
Modifique o ambiente em que um comportamento problemático ocorre (ex.: tenha lanches com você se seu
filho tende a ser mais agressivo quando está com fome).
Castigo é uma boa estratégia para alguns, mas não todos os comportamentos problemáticos. Se a criança
apresenta um comportamento problemático para evitar uma tarefa (p.ex. lição de casa), colocá-la de castigo
poderá reforçar inadvertidamente o comportamento problemático (pq ela continuará sem fazer a lição, então
conseguiu o que queria)
Se a criança apresenta um comportamento problemático para atrair atenção ou para conseguir um objeto
favorito, o castigo pode reduzir o comportamento problemático.
Antes de analisar o comportamento desafiador de forma isolada, é preciso pensar sobre o comportamento
humano em geral.
Alguns comportamentos são biologicamente
o Compulsivos: comemos quando estamos com fome
o Reflexivos: cobrimos nossos ouvidos quando um barulho é muito alto
O comportamento também representa uma forma de comunicação (Você pode fazer a criança substituir
gestos que normalmente faz por coisas mais lógicas -> ex.: criança se bate quando tem fome. Você ensina ele a
fazer outra coisa, sei lá, dar 3 batidinhas na mesa -> Melhor do que ficar batendo nele mesmo)
Agressão, interrupção ou autoflagelação são muitas vezes uma séria preocupação.
Muitos desses comportamentos desafiadores são aprendidos e mantidos por aquilo que acontece
imediatamente antes e depois do comportamento problemático.
Por serem comportamentos aprendidos, os comportamentos problemáticos podem ser modificados por meio
da administração ou alteração de situações do ambiente, especialmente eventos antes e depois do problema.
Na maioria dos casos, o comportamento desafiador é visto como uma forma de pedir ou comunicar um
resultado preferido.
O comportamento geralmente tem várias funções:
o Obter um objeto ou resultado desejado
o Escapar de uma tarefa ou situação
o Chamar a atenção, seja positiva (aplaudir) ou negativa (gritar)
o Tentar se acalmar, se controlar ou se sentir bem (estímulos sensoriais)
o Bloquear ou ficar longe de algo doloroso ou incômodo (fuga sensorial)
Outras intervenções
Hidroterapia
Musicoterapia
Terapia com animais
CASOS CLÍNICOS – DR. PAULO
1. Menino, 10 anos, com dor abdominal e púrpura em nádegas, pernas e antebraços há 7 dias. A dosagem de
creatinina é 2,7mg/dl e no parcial de urina com proteína ++ e hematúria microscópica. Qual o diagnóstico mais
provável?
a. Polimiosite
b. PTI
c. LES
d. PAN
e. PHS (Púrpura de Henoch-Schonlein)
i. Costuma ser autolimitada (melhora em no máximo 15 dias)
ii. Vasculite mais frequente nas crianças
iii. Critérios:
1. Púrpura palpável, vinhosa (critério obrigatório)
2. Dor abdominal
3. Artrite
4. Glomerulite
2. No LES, ocorre os seguintes aspectos, exceto:
a. Erupção cutânea predominantemente em áreas flexoras
b. Erupção em asa de borboleta
c. Úlceras de naso faringe
d. Endocardite
3. Qual a errada? O FAN +:
a. Ocorre no lúpus pérnio
b. Ocorre em todos os doentes com AR
c. Ocorre em quase todos os pacientes com LES
d. É encontrado no lúpus induzido por drogas
e. É comumente um padrão salpicado no DMTC
4. O diagnóstico de LES é baseado em 11 critérios. Qual não faz parte?
a. Artrite
b. Rash malar
c. FAN
d. Raynauld
e. Pericardite
5. Das manifestações do LES qual a de maior importância em prognóstico
a. Pericardite
b. Nefrite (maior morbimortalidade)
c. Artrite
d. Úlceras de mucosa
e. Convulsão
6. Droga de escolha no tratamento inicial do LES é:
a. Azatioprina
b. Indometacina
c. Metotrexate
d. Prednisona
i. É o básico
ii. Hoje em dia usa bastante a pulsoterapia (3 dias de doses altas EV) -> Permite diminuir a dose VO
iii. Associa também hidroxicloroquina (ajuda principalmente nas manifestações de pele e na
dislipidemia)
e. Ciclofosfamida
7. No tratamento da nefrite lúpica proliferativa o imunossupressor mais utilizado:
a. Azatioprina
b. Mofetil micofenolato
i. É utilizado quando não melhorou com a ciclofosfamida
c. Altas doses de CTC (pulsoterapia)
i. Faz junto com a ciclofosfamida
d. Ciclofosfamida
e. Tacrolimos
8. Não é critério dx para doebnça de Behçet
a. Ulceração genital recorrente
b. Uveite posterior
i. Geralmente é panuveite, mas pode ser posterior
c. Ulceração oral recorrente
i. Antigamente era critério obrigatório
d. Trombose venosa profunda
e. Hiperreatividade não específica em resposta a um mínimo trauma cutâneo -> Sinal de Patergia
f. Sinais de pele (ex.:erisipela)
9. Faz parte dos critérios de dermatomiosite*, exceto:
a. Fraqueza muscular
b. Enzimas musculares elevadas
c. Dor muscular
i. Muito inespecífico
1. Gripe -> Faz dor muscular
2. Leptospirose -> Dor importante em panturrilha
d. Alteração na eletromiografia
e. Biópsia muscular alterada
f. *Pele: heliótropo, pápulas de Gotron
10. A manifestação clínica mais importante para o diagnóstico de esclerodermia é:
a. Fenômeno de Raynauld
b. Espessamento cutâneo
i. Na criança geralmente a esclerodermia é localizada
c. Calcinose
d. Disfagia
e. Telangiectasia
11. Menina, 3 anos de idade, com febre há 10 dias, rash cutâneo, edemas de mãos e pés, hiperemia conjuntival
não purulenta, fissuras labiais. Diagnóstico:
a. Escarlatina
b. Steven-Johnson
c. Kawasaki (Sd. Linfomucocutânea)
i. Pelo menos 5 dias de febre que não responde ao tratamento convencional
ii. Rash cutâneo (depois vai descamar como a escarlatina)
iii. Edema de mãos e pés
iv. Conjuntivite não purulenta
v. Fissuras labiais
vi. Linfonodomegalia cervical
d. PAN
e. Mononucleose
12. Depois de 3 semanas o ecocardio desta criança
mostrou aneurisma coronariano. A conduta é:
a. Gamaglobulina EV
i. Tratamento de escolha
ii. Ideal é fazer nos primeiros 9 dias
1. Teoricamente previne
aparecimento de aneurismas
iii. Pode até receitar, mas é caro,
demora, ... E já tem aneurisma,
então a indicação é controversa
b. Corticoide
c. AAS como antiplaquetário
i. Para evitar trombos
ii. Usa até normalização das
plaquetas
iii. Dose antiplaquetária: 80-
100mg/dia
d. Ciclofosfamida
e. Cirurgia
13. São características da doença mista do tecido conjuntivo (DMTC):
a. Nefrite, FAN + em altos títulos, miosite
i. FAN 1:2.000 ou 1:5.000
b. Nefrite, FAN em baixos títulos, Raynauld
c. Nefrite, insuf. mitral, anti-RNP positivo
i. Insuf. Mitral -> Até que se prove o contrário é FR
d. Insuf. Mitral , nefrite, miosite
e. FR+ em altos títulos, nefrite, cardite
i. Em criança nem faz FR em altos títulos
14. São achados comuns na Granulomatose de Wegener
a. Nefrite, anca-C + e pneumopatia crônica
b. Nefrite, anca-P +, granuloma de vias aéreas
c. Asma, FAN +, FR+, púrpura
d. Raynauld, nefrite, FAN +
e. Úlceras de MMII, nefrite, anca-C +
15. Assinale a incorreta
a. A disfunção do esôfago é uma manifestação frequente na esclerose sistêmica
b. A insuf. renal é rara na dermatomiosite
c. Calcinose é mais frequente na polimiosite da criança do que do adulto
i. Tanto na dermato quanto na polimiosite
d. Hemorragia pulmonar por vasculite é a causa mais frequente de óbito no LES
i. A causa de óbito mais frequente é septicemia (infecção sistêmica)
e. O rash cutâneo da dermatomiosite é mais comum em faces extensoras das articulações
16. No LES podem ocorrer as seguintes manifestações, exceto:
a. Pancitopenia
b. Envolvimento renal mesmo sem alterações laboratoriais
c. Anti-RNP em altos títulos
i. Pode ter, mas é em baixos títulos
d. Artrite ou artralgia
e. VDRL falso + que sugere presença de anticardiolipina
ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO – PREVALÊNCIA, CAUSAS E PROFILAXIA – DR. ARISTIDES
Fórmula infantil padrão (FIP)
o Fórmulas de partida: com número 1 após o nome da fórmula, são destinadas aos lactentes de 0 - 6
meses, com concentrações dos micro e macronutrientes (...)
o Fórmulas de seguimento: 6 - 12 meses incompletos
o Fórmula de seguimento pós-12 meses: dos 12 meses em diante
Perguntas que um pediatra precisa responder
o A anemia por deficiência de ferro no lactente ou pré-escolar determina alguma sequela permanente?
Deficiência imunológica
Resolve com o tratamento
Deficiência de ganho pôndero-estatural
Resolve com o tratamento
Deficiência de desenvolvimento
Lozoff et al. 2000 - Costa Rica: 191 adolescentes (48 tiveram anemia e foram recuperados;
114 não tiveram anemia)
O desempenho dos que tiveram anemia estava significativamente inferior em
capacidade matemática, expressão escrita e de leitura, funções motoras, renovação
escolar e necessidade de tutor, comportamento problemático
Janela de oportunidade -> Época correta de aprender a fazer determinada coisa (ex.:
época em que se desenvolve a linguagem)
NÃO RECUPERÁVEL
Decisão mundial -> TUDO deve ser feito para evitar anemia em crianças
Hoje se sabe que o problema não é exatamente a anemia, e sim a deficiência de ferro
Ferro é um nutriente para neurônio
o O que é a deficiência de ferro e o que é anemia por deficiência de ferro?
É uma anemia cuja causa é a deficiência de ferro (dããã)
Estado de deficiência de ferro = a reserva de ferro já acabou
o Em que idade predomina a anemia?
6m a 24 meses
OMS -> Abaixo de 5 anos
o Qual a prevalência de anemia por deficiência de ferro em Curitiba ou em Londrina?
Não se sabe
o Qual a prevalência de anemia por deficiência de ferro na cidade de São Paulo?
É muito elevada (>20%): a anemia é o maior abismo nutricional entre Brasil e países desenvolvidos
Antigamente era >40%
o Na América do Norte (Canadá-EUA)? E na Europa?
3% (acredite)
o Nêne que nasce a termo -> Reserva de ferro dele é TOP
Até 6 meses essa criaturinha vai dobrar seu peso -> Vai gastar muuuuito ferro pq precisa aumentar
também seu volume sanguíneo
Quando não tem reserva de ferro -> Sintetiza mal a hemoglobina
A reserva de ferro cai -> Hemoglobina desce abaixo do nível de corte
LM pode fornecer esse tanto de ferro que o nêne precisa
Por isso algumas tem menos ferro e ainda não tem anemia (aprox. 50%)
E outras tem deficiência de ferro e já tem anemia (aprox. 50%)
Valores de referência
Anemia em crianças < 11
Crianças pequenas <11,5
Acima 10 anos <12
Acima de 15 anos <13,5 (mulher<12)
o Qual a prevalência de anemia em lactentes que recebem LV integral e não suplementados com ferro? E
de deficiência de ferro?
Anemia 40-45%
Deficiência de ferro 80-90%
o E em lactentes que recebem LM?
Anemia - 15%
Deficiência de ferro - 30%
o E naqueles que recebem FI?
Anemia - 3%
Deficiência de ferro - 9%
o Como prevenir anemia em lactente em AM, nascido a termo e com peso >2.500g?
A partir de 6 meses* faz 1-2mg/kg/dia de ferro
*Quando começa a esgotar a reserva de ferro dele
ii. Faz até 2 anos
11. E em lactente em aleitamento materno nascido pré-termo ou PIG?
i. Inicia com 1 mês de vida e a dose depende do peso de nascimento
ii. Entre 1.500 a 2.500 - 2 mg/kg/dia
iii. Entre 1.000 e 1.500 - 3mg/kg/dia
iv. Abaixo de 1.000g - 4mg/kg/dia
v. Quando chegar em 1 ano abaixa para dose de criança normal
12. Como prevenir anemia em lactente em uso de LV integral?
i. Independente da idade inicia o ferro
13. Como prevenir anemia em lactente em uso de fórmula?
i. Teoricamente não precisa das gotinhas
14. A anemia por deficiência de ferro em São Paulo nos últimos 30 anos está aumentando ou diminuindo?
i. Apesar de tudo conspirar para diminuir a anemia, ela estava subindo
ii. Dieta pobre em ferro + tamanho corporal dos nênes -> Explica pq estava aumentando
1. O tamanho corporal vem aumentando nas últimas décadas (maior necessidade de sintetizar
hemoglobina)
2. Estudo mostra que a incidência de anemia em adolescentes obesos era de 3,9% e nos
adolescentes não-obesos era 1%
3. E a absorção do ferro é vulnerável (sempre limitada)
15. Quais os argumentos para a anemia diminuir nos últimos 30 anos em SP?
i. COPIAR O SLIDE (Ahá, mais um momento que não vai rolar pq nçao temos os slides...)
ii. Apesar de tudo conspirar para diminuir a anemia, ela estava subindo
iii. Era pra diminuir devido a:
1. Escolaridade materna
2. Melhor renda mensal
3. Saneamento básico
4. Acesso a serviços de saúde
5. Diminuição de parasitoses intestinais
6. Aleitamento materno
iv. Único fator de faria aumentar seria a ingesta de maior quantidade de alimento
1. A densidade de ferro do alimento das crianças brasileiras é baixa
v. A absorção do ferro, zinco e cobre é um saco
1. Os três tem a mesma ptn transportadora (se der ferro demais, absorve mal o resto)
2. Deficiência de cobre -> Faz uma imunodeficiência fudida -> O nêne vai viver com Jesus
3. Deficiência de zinco -> Prejudica crescimento e compromete muitas funções enzimáticas
Programa "saúde de ferro"
o Ferro oral semanal
Péssima adesão
As mães não voltavam para buscar mais frascos
Os profissionais esqueciam de referenciar
CASOS CLÍNICOS – DR. PAULO
1. Marque a correta sobre a dor músculo-esquelética na infância:
a. Características como a dor ser localizada nas articulações, unilateral, ocorre durante todo o dia, sugere
que o quadro seja não orgânico
b. A hiperextensão maior que menos 10 graus dos cotovelos e dos joelhos estão presentes no critérios
diagnósticos da síndrome de hipermobilidade articular
c. A dor do crescimento, geralmente, ocorre entre os 3 e 5 anos de idade
i. Geralmente em torno dos 2 anos (dói quando anda) e vai até parar de crescer
ii. Não é localizada (cada vez em um lugar)
iii. Geralmente a noite
d. Cervicalgia e lombalgia são queixas muito frequentes em crianças, frequentemente sem significado
clínico
i. Não são queixas frequentes
e. A síndrome patelar é mais comum no sexo masculino
i. É mais comum em meninas
2. Menina de 3 anos, branca, com história de artrite fixa em tornozelos e joelhos há 2 meses, sem história prévia
de trauma ou febre. HMG e VHS normais. É correto afirmar:
a. A presença do FR é necessária para confirmar o diagnóstico de AIJ
b. Trata-se de uma forma poliarticular de AIJ
c. A presença de anticorpo antinuclear sugere diagnóstico de LES
d. É uma forma de AIJ onde frequentemente existe comprometimento ocular
i. Pauciarticular
e. Não há critérios para cronicidade, levando-se em conta a faixa etária
i. 6 semanas = crônico
3. Criança de 11 anos com hx de dor em membros há 3 anos. Dor noturna, frequentemente acordando o
paciente. Cede com uso de analgésicos. Melhor conduta:
a. Solicitar USG para avaliar hipótese de polimiosite tropical (nem o Dr. Paulo aka Luke Skywalker sabe o
que é)
b. Solicitar radiografia de MMII para avaliar hipótese de neoplasia
c. Solicitar dosagem de enzimas musculares para avaliar hipótese de dermatomiosite
d. Tranquilizar os pais explicando que possivelmente trata-se de dor do crescimento
e. Avaliar clinicamente e com métodos de imagem a possibilidade de distrofia simpaticoreflexa
i. Criança começa a imobilizar articulação (geralmente periférica) geralmente por dor,
principalmente após traumas
ii. Faz edema, alteração de temperatura (hipotermia), na radiografia aparece osteopenia por desuso
iii. Geralmente de fundo emocional
4. Criança com Sydenhan há 2 anos. Mãe também refere que a pele da filha ficou mais escura com o tempo.
o Trata como febre reumática
Penicilina benzatina
o Tomava haloperidol para Coreia também
o Doença de Addison - > Faz alteração da cor da pele -> Insuficiência da suprarrenal
o Tratou com CTC em dose baixa -> Sumiu a coreia
o Depois na evolução apresentou artrite e nefrite (com uso de bezetacil)
o Tinha FAN + -> LES
o Coreia também é manifestação de LES
Qual a verdadeira sobre AIJ?
A forma poliarticular é a mais frequente, ocorrendo em até 60% dos casos
Nódulos subcutâneos e fator reumatoide estão presentes na maioria dos pacientes
Para classificação como AIJ, o paciente deve ter no máximo 12 anos de idade
O acometimento do sexo masculino é semelhante ao feminino em todas as formas da doença
A forma oligoarticular com entesite está associada a presença do HLA-B27
i. Pode até não ser esse HLA
ii. Se tiver associação pode evoluir para EA
iii. Predominante no sexo masculino
6. Sobre a febre reumática, qual das afirmações é verdadeira?
a. Os critérios maiores de Jones para dx de FR são: artrite, infecção de vias aéreas, cardite, encefalite e
eritema marginado
b. A ASLO (anti-estreptolisina O) elevada é um marcador de atividade da doença
i. NÃO faz dx
c. A realização de cultura de orofaringe é essencial para a confirmação da estreptococia prévia, e está
positiva em 60% dos pacientes
d. O endocárdio é o folheto mais frequentemente acometido na cardite, manifestando-se como valvite
e. O rx de tórax é exame de alta sensibilidade para o dx de cardite aguda
7. A mãe leva sua filha de 9 anos à consulta, com dx de febre reumática, para orientação de profilaxia secundária.
Ela apresenta, atualmente, um sopro de regurgitação mitral, grau II/VI. Teve artrite e coreia na fase aguda. O
que deve ser recomendado?
a. Penicilina benzatina 1.200.000UI IM a cada 21 dias até os 25 anos
8. São considerados parâmetros de persistência de atividade inflamatória da FR aguda, exceto:
a. Aumento de VHS e/ou PCR
b. Aumento da alfa-1 glicoproteína ácida
c. Movimentos coreicos
d. ASO em títulos altos
9. Criança com dx de FR há 1 mês comparece à consulta assintomática, em retirada do AAS e com profilaxia
secundária corretamente prescrita e realizada. A mãe está preocupada porque embora o HMG e as proteínas
de fase aguda estejam normais, a ASO está aumentada. Melhor conduta:
a. Tranquilizar os pais, pois a evolução clínico-laboratorial está de acordo com a história natural da doença
b. Solicitar nova cultura de orofaringe e adiantar a aplicação de penicilina benzatina enquanto aguarda o
resultado
c. Retornar à dose plena do AAS e prescrever nova dose de penicilina benzatina imediatamente
d. Reduzir o intervalo das aplicações de penicilina benzatina para a cada 7 dias
e. Prescrever 10 dias de cefalosporina mantendo a profilaxia com penicilina benzatina quinzenal
10. Na prevenção secundária da FR é correto afirmar:
a. Penicilina oral é mais eficaz que a penicilina IM na prevenção da recorrência da FR
b. Nos países desenvolvidos a penicilina IM deve ser administrada a cada 3 semanas
c. Pacientes alérgicos à penicilina devem ser tratados com tetraciclina 500mg 6/6h
i. Não faz tetraciclina em crianças -> Corrói esmalte dentário
ii. Usa eritromicina
d. Profilaxia com ATB para paciente com doença cardíaca reumática submetidos à procedimentos
cirúrgicos na cavidade oral deve ser feito por uma semana
i. Faz 24h e 24h depois
ii. Se coincidir de fazer bezetacil um dia antes ou no dia não precisa de nada
e. Pacientes com cardite grave devem receber antibioticoterapia profilática até os 18 anos
11. De acordo com as novas diretrizes, a alternativa correta em relação a profilaxia secundária em uma criança
brasileira que apresentou cardite aos 16 anos, sem lesão valvar residual:
a. Penicilina benzarina 1.200.000 IM a cada 3 semanas até os 26 anos de idade
i. Qualquer sintoma de IVAS tem que tomar bezetacil
12. Com relação à forma sistêmica da AIJ, qual a correta?
a. A artrite sempre precede os sintomas sistêmicos, como febre alta, lesão cutânea, linfoadenomegalia e
esplenomegalia
b. A síndrome de ativação macrofágica é uma complicação muito frequente, grave e que está associada ao
tratamento da doença
c. O comprometimento articular é frequentemente oligoarticular e raramente poliarticular, As articulações
mais cometidas são os joelhos e quadris
i. Geralmente poliarticular
1. Antes do uso de biológicos -> Na evolução apresentava sequelas em várias articulações
d. Há aumento sérico de citocinas pró-inflamatórias IL-1 e TNF-alfa, mas não há evidências de elevação da
IL-6 no sangue e líquido sinovial das crianças com essa forma de AIJ
i. IL-6 também está elevada -> Um dos tratamentos é com anti-IL-6
e. Presença de leucocitose, geralmente entre 30.000 e 50.000 com predomínio de neutrófilos, plaquetas >
500.000, reagentes de fase aguda elevados e FR negativo
i. Não tem pancitopenia -> diferente da síndrome de ativação macrofágica
CARDIOPATIAS – DR. MAURÍCIO
Foi uma aulinha aleatória que ele deu depois do ambulatório dele
Cardiopatias acianoticas
CIV (comunicação interventricular)
o Cardiopatia mais comum
o Fluxo da esquerda pra direita
o Complicação -> Dá muito volume para o pulmão -> Pneumopatia
o Estertoração pulmonar, FC aumentada
o Joga muito sangue pro VD e faz trauma mecânico no pulmão
o Complica com pneumopatia
o Quanto menor, mais fácil de fechar sozinho
o Se for grande, mesmo depois de fechando, faz um sopro na cicatriz
Cardiopatias cianoticas
Para ser cianótica tem que ter mistura de sangue
(pequena e grande circulação)
Tatralogia de Fallot
o CIV ampla -> sopro
o Dextroposição da aorta (está mais para a direita)
o Estenose da pulmonar -> sopro parece uma pancada
o Do momento que nasce até 3 meses -> nêne fica
acianótico
o Dificuldade de esvaziamento do VD -> Com o tempo
aumenta o VD até hipertrofiar (4/5 meses ->
Quando o nêne começou a se mexer mais) -> faz
inversão de fluxo -> começa a fazer cianose
Sopro cardíaco
Tem que ter gradiente de pressão
Quanto menor a abertura -> Maior o sopro (turbilhonamento maior)
Estenose pulmonar -> sopro forte, parece uma batida
Insuficiência -> sopro de regurgitação (pulso em martelo d'água)
CIA (comunicação interatrial)
o Assintomático
o NÃO tem sopro - Átrio vive sob baixa pressão
Sopro inocente
o Ouve com o nêne deitado (sistólico ++/6), mas quando ela levanta o sopro desaparece
o 10% da população infantil tem sopro inocente
Tetralogia de Fallot
o Tem sopro da CIV e o sopro da estenose pulmonar (entidades distintas), mas ouvir separadamente é
difícil (o nêne tem um mini coraçãozinho)
PCA (Persistência do canal arterial)
o Comum no prematuro, PIG
o Tem sinais de sobrecarga pulmonar, hepática, cianose, taquipneia
o Restringe líquido, tenta fechar -> Inibir prostaglandina com AINEs
o Só indica cirurgia se tiver repercussão clínica após 2 ciclos de tratamento clínico
Auscultou um sopro - vai pela lei das probabilidades (vai eliminando primeiro as causas mais comuns)
Teste do coraçãozinho
Deve ser realizado nas primeiras 24h de vida
Oxímetro nos 4 membros (tudo bem que eu sempre vi fazer só no braço direito e em uma das perninhas)
MICRONUTRIENTES
Vitamina D
Deficiência de alta prevalência
Estudos vem baixando os valores de corte de vitamina D (muita gente que achava que não tinha vitamina D
suficiente na verdade era porque os valores de corte eram zuados)
Lactentes em aleitamento materno sem o uso de vitamina D -> 9% dos nênes ficaram na faixa de deficiência
Com FIP -> menos de 2%
LM pobre em vitamina D e ferro
A partir de 1 mês 400U/dia -> Mantém até os 2 anos (se estiver sendo amamentada)
Clínica da deficiência de vitamina D:
o Metabolismo ósseo
Raquitismo
Osteopenia
Tendência a fraturas de repetição
Quem tem hipovitaminose D -> Maior tendência à asma grave, depressão e câncer (Baby Mar, é você!)
Vitamina A
Muito perigosa para o lactente e o pré-escolar
Não é deficiente no leite materno
Alta prevalência em locais mais pobres
Quando uma criança nos primeiros 3 anos de vida sofre desnutrição proteico energética -> Fica com
deficiência subclínica de vitamina A -> Muito perigosa
o Pq é perigosa?
A deficiência subclínica de vitamina A significa deficiência de regeneração de epitélios lesados
Ex.: pegou uma diarreia aguda -> Evolui rapidamente para persistente -> Evolui rapidamente
para morte
o Onde tem mortalidade infantil alta e deficiência de vitamina A
Faz megadose de vitamina A
100.000U VO com 6 meses
200.000U VO com 1 ano
Só isso diminui a mortalidade infantil em 20%
Clínica da deficiência de vitamina A:
o Problemas nos cones da retina -> Renovação de cones meio ruim
Cegueira noturna -> Forma não grave de manifestação em gente grande
o Xeroftalmia
Amolecimento do córnea até PUUFF (acabou -> a córnea chega a deformar e estourar)
Tem que fazer transplante
o Xerodermia
Todo lugar do mundo onde uma criança tem xefoftalmia é pq naquela comunidade 60% das crianças abaixo de
5 anos tem deficiência subclínica de vitamina A (Aqui em Curitiba não tem, mas no Nordeste e naqueles outros
lugares lá pra cima do país tem)
MACRONUTRIENTES
Recomendações alimentares
Dietary Reference Intake (DRI) - após 1993 - 2002/2003 -> Mais utilizado
Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação para alimentação do lactente, do pré-escolar, do
escolar, do adolescente e na escola/ Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia - 2ed - São
Paulo: SBP: 2008
1. Quantas calorias por dia necessita um lactente de 8.000g de peso?
a. Fórmula de Holliday Segar
b. Teoricamente a necessidade é de 80cal/kg/dia -> Mas tem que pensar que o nêne não fica parado ->
Perde energia
c. 100kcal/kg/dia -> 800kcal/dia
2. Quantas calorias por dia necessita um lactente de 16.000g de peso?
a. Passou de 10.000g muda a fórmula
b. 1000kcal + 50kcal para cada kg que ultrapassa os 10kg
c. 1300kcal/dia
d. Até 20kg -> 1500 calorias
3. Quantas calorias por dia necessita um lactente de 25.000g de peso?
a. Agora já é outra fórmula (JESUS, ME LEVA!)
b. 1500kcal + 20kcal para casa kg que ultrapassa os 20kg
c. 1600kcal/dia
d. Para reposição hídrica usa essa mesma fórmula -> Soma porcentagens variadas dependendo da perda
hídrica de cada paciente
Calorias Idade
100kcal/kg Ao nascer
110kcal/kg 1 mês
82kcal/kg 3 meses
75kcal/kg 6 meses
Estirão da puberdade -> Indivíduo passa a ganhar mais centímetros por ano
7. Como é calculada a Estatura Alvo de uma criança?
a. Fórmula de Tanner:
i. Meninos = Pai (cm) + Mãe (cm) + 13 -> Divide tudo por 2
ii. Meninas = Pai (cm) + Mãe (cm) - 13 -> Divide tudo por 2
*13 cm = diferença da média de altura entre homens e mulheres adultos
Desenvolvimento da puberdade
1. Quem é o autor da publicação dos Estágios de Maturidade Sexual (1970)?
a. Tanner é o autor -> Ele foi TOP
b. Menina
i. M = mama; P = pelos pubianos
*Desenvolvimento da mama depende do LH e do FSH
*Pubarca = adrenarca -> Pq depende da suprarrenal
c. Menino
i. G = genital; P = pelos pubianos
*Desenvolvimento do genital depende da testosterona
*Pubarca = adrenarca -> Pq depende da suprarrenal
* Idades em que é normal ter telarca: Quando nasce, aos 6 meses de idade (regride até 1 ano de idade),
no início da puberdade
Tratamento
Mudança de hábitos:
o Conscientização da criança e da família
Ingesta adequada de líquidos
Agressivo tratamento da constipação
Vocês já viram no ambu do Tidinho o Muvinlax e sua turminha
Micções programadas
Você vai fazer esse nêne fazer xixi. Ele não pode ter preguiça de ir
Orientações na postura adotada à micção
Acento redutor e apoio para os pés -> Se não tiver, não consegue relaxar a musculatura do
períneo
Orientar que o nêne tem que urinar sem pressa (é fundamental dar tempo para ocorrer o
adequado esvaziamento da bexiga) -> Quando ele fala que terminou, você fala "faz mais um
pouco" (faço isso com meu dog hahahaha)
Treinamento de controle de retenção
o O sucesso isolado do procedimento é questionável, havendo autores que o consideram prejudicial. Não
altera significativamente a incidência de episódios de enurese. Entretanto, o sucesso do método pode
chegar a 87%, quando associado com o uso do alarme noturno (cama, eu já vou explicar o que é isso).
Aumenta aos poucos até ela conseguir ficar 45 minutos sem fazer xixi
Alguns autores reclamam, mas tia Thaís acha legal para o nêne aprender o esforço que é segurar e
como faz para soltar o xixi depois
Alarme dispositivo colocado junto à roupa da criança, que emite som, no momento da micção. O dispositivo
tem a intenção de acordar a criança e provocar a inibição do reflexo do ato miccional.
o Segundo a professora, tem um "preço tranquilo" (Pelo visto o salário de pediatra não é ruim, pq esse
dispositivo da imagem custa 350 reais. São 350 reais no PipiDog* versão humana)
*Não sei se é necessário, mas caso você não saiba do que se trata, é algo que te ajuda a treinar o seu
cachorro a fazer xixi no lugar certo
o Se você não quiser comprar, pode programar os seus despertadores do celular
Mas o nêne tem que saber que ele está indo fazer xixi (Não só pq você está de cara por ter que
acordar de madrugada e acha que mais alguém tem que sofrer por isso) -> Não pode levar ele
dormindo (nêne tem que ter consciência do que está fazendo)
Acorda o nêne com vontade e faz ele ir andando até o banheiro.
o Os resultados com uso de alarmes noturnos com resolução total da enurese chega a 75%.
o Vantagem: sustentabilidade do resultado após a retirada.
o Desvantagem: demora até 4 meses para ver resultado, o que causa abandono precoce (tem que dar
força pra mãe não desistir)
Terapia comportamental
o É a primeira linha de abordagem, e embora os resultados isolados não sejam satisfatórios, devem ser
inicialmente tentados pelos poucos efeitos adversos e baixos custos.
o Reforço positivo: medidas de diminuição de líquidos a noite são associados a controles escritos (diário de
noites secas) que procuram fazer um monitoramento das perdas, com premiação para as noites secas.
Biofeedback (Terapia de retreinamento do assoalho pélvico)
o Forma de reeducação da musculatura perineal
o Precisa do estudo urodinâmico -> Guia a terapêuta
o Com as informações da atividade muscular, o terapeuta orienta o paciente a realizar manobras de
relaxamento perineal e observando a resposta instantânea
o O treinamento permite às crianças uma conscientização da sua atividade muscular, do seu relaxamento,
da força, do tempo de contração e da coordenação
Medicamentos
o Bloqueadores alfa-adrenérgicos: o bloqueio destes receptores provoca o relaxamento desta musculatura
e facilita o esvaziamento vesical. A ativação adrenérgica promove a contração muscular e aumento da
resistência ao esvaziamento da bexiga.
Doxazosina: um bloqueador seletivo dos receptores alfa-1 tem sido empregado e bem tolerado em
crianças.
o DDAVP (Desmopressina)
Análogo sintético do ADH. Os índices de sucesso são em torno de 70%. A retirada do
medicamento, entretanto, tem um índice elevado de recidiva da enurese.
Faz a desmopressina nasal com o treinamento -> Ajuda
Desvantagem: faz sangramento nasal, o nêne não curte você tantando aplicar o remédio no nariz
dele, ...
o Antidepressivos tricíclicos (Imipramina*)
*Eficácia não é tão boa -> Mas é prática -> Liberada a partir dos 5 anos
São considerados segunda linha de tratamento. Em torno de 50% dos pacientes melhoram com
estes medicamentos, mas a retirada da droga é acompanhada de um alto índice de recidiva da
enurese.
o Toxina botulínica
Alternativa terapêutica para os pacientes com incoordenação vesico-esfincteriana quando os
tratamentos medicamentosos ou de reabilitação muscular falharam. A injeção endoscópica intra-
esfincteriana apresentou efeitos transitórios, com melhora dos parâmetros clínicos e
urodinâmicos
Hiperatividade detrussora
Urgência miccional, incontinência de urgência, aumento da frequência de micção, baixos volumes miccionais
e, em alguns pacientes, enurese noturna.
o A perda ao longo do dia é mais evidente
As manobras de contenção, como cruzar as pernas, com o objetivo de suprimir as contrações não inibidas
detrusoras, são característicos da bexiga hiperativa.
Existe íntima relação entre a constipação e hiperatividade vesical
O exame físico é normal.
USG geralmente não mostra resíduo vesical, mas em casos mais severos pode detectar dilatação ureteral pela
presença de refluxo de urina ou até mesmo espessamento da parede vesical.
O estudo urodinâmico : somente dos casos que não respondem aos tratamentos iniciais.
Tratamento
Anticolinérgicos
o A oxibutinina* é a droga de primeira escolha no tratamento da hiperatividade da bexiga. Os efeitos
colaterais desta medicação são muito frequentes e incluem principalmente boca seca e constipação, o
que explica a baixa tolerabilidade e o abandono precoce do tratamento.
*Oxibutinina -> Usa bastante em mielomeningocele
o Outros anticolinérgicos têm sido pesquisados na população infantil. A tolterodina mostrou-se eficaz e
segura, apresentando menos efeitos adversos.
Toxina botulínica
o A principal indicação do uso de toxina botulínica em bexiga hiperativa entre as crianças foi a resistência
às terapias convencionais
Neuromodulação sacral
o É a estimulação elétrica transcutânea das raízes sacrais. Inicialmente idealizado para aqueles casos
refratários ao uso de anticolinérgicos, porém hoje tem níveis de evidência que permite indicá-la como
primeira escolha aos pacientes com diagnóstico de bexiga hiperativa
Tratamento da constipação
o A constipação é comum às disfunções do trato urinário inferior, sendo imprescindível sua abordagem
SOCORRO! Tia Thaís é rainha, mas o jeito que ela grifou isso está atacando meu TOC
Parâmetros morfológicos
o Microscopia
o Células: células provenientes da circulação (eritrócitos, leucócitos, macrófagos) ou células provenientes
do epitélio (células tubulares renais, células escamosas, células uroteliais)
o Eritrócitos: encontrados com frequência em pacientes com doença renal. Podem ser isomórficos os
dismórficos.
o Cristais: a formação depende de vários fatores como estase urinária, diminuição do pH e o aumento de
concentração urinária. Ácido úrico, uratos amorfos, fosfato de cálcio, cistina, fosfato amoníaco
magnésio, carbonato de cálcio
o Cilindros: formadas no lúmen tubular.
Hialino: normais em pequena quantidade
Hemático: GMN, nefrite intersticial, exercício físico intenso, nefrite lúpica, hipertensão maligna
Leucocitário: pielonefrite, nefrite intersticial, GMN proliferativa
Epitelial: NTA, nefrite intersticial, GMN proliferativa
Granuloso: degenerativo, estase de fluxo urinário, estresse, exercício físico, ITU
Céreo: estase urinária
Graxos: síndrome nefrótica, nefropatia diabética, doenças renais crônicas, GMN
Largos: estase urinária, IR
o Leucócitos
A estearase leucocitária não é um substituto adequado para análise microscópica, podendo
ocorrer um grande número de falsos positivos
Leucocitúria tem grande sensibilidade, porém baixa especificidade para ITU.
Na ausência de bacteriúria (piúria estéril): nefrolitíase, acidose tubular renal, nefrite intersticial,
febre, doença renal cística, GMN, TB, apendicite, vaginite, desidratação.
Achado de leucócitos associados a bacteriúria abundante é altamente sugestivo de ITU.
Criança com dor abdominal -> Dx diferencial -> Faz parcial de urina -> Piúria e mais nenhuma
alteração (leucocitúria leve + nada) -> Continua investigando outras coisas (não tem dx de ITU)
Conclusão
A enurese noturna continua sendo um grande segredo de família, e muitas crianças permanecem sem
orientação e tratamento, sofrendo por falta de compreensão e tendo sua autoestima atingida.
o Não espere os pais relatarem que o nêne ta perdendo urina -> Você tem que perguntar
A ENM deve ser ativamente pesquisada na ocasião da consulta pediátrica.
A criança deve ser encorajada a assumir responsabilidade por seu próprio aprendizado e ao mesmo tempo
deve receber apoio emocional e reforço positivo dos pais.
O uso de fraldas deve ser desestimulado.
o A partir do momento que o nêne pode controlar o próprio esfíncter, não deixe mais de fralda
Repreender agrava a situação.
CASOS CLÍNICOS – DR. PAULO
1. Em qual dessas doenças é mais frequente ter anti-SM positivo:
a. AIJ
b. LES
i. Não é suuuper frequente, mas é praticamente a única doença que dá anti-SM +
c. Sjögren
d. Esclerodermia
e. Wegener
2. Menino negro, 10 meses de idade, palidez e edema das mãos. Há uma semana com febre e rinorreia serosa,
tosse e dispneia. Ex físico: REG, T = 37,9°C, FC = 144. Fígado a 2 cm do RCD e baço a 4cm do RCE. Dor a
manipulação dos dedos das mãos com calor, dor e rubor local. Hipóteses:
a. Osteomielite
b. Artrite séptica
c. Esferocitose
d. Anemia falciforme
i. Sd. Mão-pé** - quando presente no lactente
**NÃO confunda com mão-pé-boca
e. AIJ
3. Com relação à FR:
a. Artrite com evolução prolongada e de pequenas articulações e coluna, geralmente afastam o dx
b. A cardite é a manifestação que envolve as maiores dificuldades dx quando não acompanhada de outro
sinal
c. Nenhum sinal maior ou menor é específico desta doença
d. A insuficiência cardíaca está presente na maioria dos casos de cardite na fase inicial
i. Sem que tem é pancardite
e. A presença isolada de pericardite ou miocardite é comum
4. Qual a associação incorreta
a. Granulomatose de Wegener e p-ANCA
i. O certo seria C-ANCA
b. Esclerose sistêmica limitada e anti-centrômero
c. LES e anti-DNA
5. Criança de 6 anos trazida ao pediatra com dores articulares. Há 2 dias tem dores em punhos, tornozelos e
joelhos. No PS receitaram AAS e solicitaram exames. A mãe relata que as dores sumiram mas surgiram
diversos caroços no corpo. Ex. físico: BEG, afebril, BRNF, sem sopros, FC=84. Nódulos indolores em
proeminências ósseas e tendões. Exames: Hb: 13,2. Leucócitos 12.000, sem desvios. VHS=50mm e
ASLO=1250U. Com base no quadro acima, qual exame complementar deve ser solicitado sempre? *Suspeita
de FR
a. Ecocardiograma
i. Risco de cardite subclínica
b. Eletrocardio
c. US de nódulo
d. Ressonância dos ossos
e. Tomografia das articulações
6. Em relação a FR
a. A poliartrite migratória é indispensável para o dx
b. Na coreia e na cardite indolente, os titulos de ASLO podem estar normais
i. Pode estar negativa já (não é mais fase aguda)
c. O esqueleto axial nunca é acometido
d. Níveis normais de ASLO excluem o dx
i. NÃO exclui diagnóstico
e. Os pacientes que cursam somente com poliartrirte no primeiro surto, não precisam de tto profilático
i. Poliartrite + 2 critérios menores -> Tem que fazer profilaxia
ii. Se for artrite + 1 critério menor -> Discutível se faz proflaxia
7. Com relação a AIJ, marque a correta:
a. Compromete com frequência o endocárdio
i. Não existe, a não ser na forma sistêmica
ii. Normalmente faz pericardite
b. Associa-se com ASO elevada
c. Compromete com frequência pequenas articulações
i. A mais frequente é a oligo
ii. A forma poliarticular que acomete pequenas articulações
d. É incomum em crianças menores de 5 anos de idade
i. Incomum abaixo de 1 ano
e. Quando acomete o coração, preserva o pericárdio
8. Para controle do fenômeno de Raynauld
a. Propanolol
b. Nifedipina
c. CTC
d. Enalapril
e. Colchicina
9. Na artrite da FR temos dor importante* e devemos usar:
*Paraneoplásico e FR -> Faz dor
**Tio Paulo considera a interpretação dessa questão como: não sei ainda se tem FR
a. Somente analgésico
i. Paracetamol ou dipirona
b. AINE
i. AAS e AINE -> Marcaram o quadro -> Some com todos os sintomas
ii. Quando já tem o dx -> Aí ta liberado fazer AINE pra aliviar a artrite
c. CTC oral
i. CTC só quando tem cardite ou coreia
d. CTC injetável
i. CTC só quando tem cardite ou coreia
e. Imunossupressor
i. "Miga, seje menas"
10. O critério mínimo para o dx de artrite idiopática juvenil
a. Início antes doa 16a
i. Não basta
ii. Pode ser LES, desmatomiosite juvenil
b. Artrite de 1 ou mais articulações por 6 semanas ou mais
c. Artrite migratória
d. Uveíte crônica
e. Artrite deformante
i. Pode ter em várias doenças
ii. Hoje em dia é difícil ver AIJ com artrite deformante (antigamente fazia nos casos que não
melhoravam com MTX, imunossupressor)
11. São vasculites comuns na criança
a. Púrpura de HS
b. Doença de Kawasaki
c. Perniose ou edema pérnio
i. Eritema arroxeado, frio (na artrite é quente)
ii. Vasculite de pequenos vasos
iii. Desencadeada pelo frio
d. Todas as anteriores
e. Nenhuma das anteriores
12. Paciente com Raynauld deve ser seguido e investigado com:
a. FAN
i. Raynauld pode preceder outras doenças -> Esclerodermia, dermatomiosite, LES
b. Hemograma
c. Anti-centrômero e capilaroscopia
d. Urina parcial
e. Todas as anteriores
13. Na doença de Kawasaki não consta nos critérios
a. Febre por mais de 5 dias não responsiva a tto antimicrobiano
b. Congestão conjuntival bilateral
c. Tosse seca e rouca
d. Rash cutâneo
e. Linfadenopatia
DESNUTRIÇÃO PROTEICO-ENERGÉTICA – DR. ARISTIDES
Baixa estatura
1. Causas mais comuns
a. Baixa estatura familiar (consigo ouvir a voz do Stênio...)
b. Baixa estatura constitucional ou Atraso constitucional de crescimento
c. Causas orgânicas
i. PIG e prematuridade
ii. Encefalopatia crônica
iii. Dcs genéticas e cromossômicas (Turner)/deformidades/cirurgias
iv. GI e hepáticas: sd de má absorção, hepatopatia
v. Endocrinopatias: hipotireoidismo, nanismo hipofisário
1. Causas que existem, são de difícil abordagem dx e terapêutica e exigem o acompanhamento
de um endocrinopedi
vi. Infecção crônica
vii. Renal
2. Abordagem da baixa estatura
a. 7 grandes coisas que devem ser feitas
i. Anamnese completa
ii. Avaliação antropométrica artual
iii. Cálculo de estatura alco
iv. Análise de registros de crescimento pregresso
v. Acompanhamento longitudinal (vel de cresc)
vi. Rx de mão e punho p/ idade óssea
vii. Exames gebnéticos
viii. Exames endocrinológicos
ix. Exames de função renal, hepática, intestinal
b. Casos clínicos
Caso 1
Menino com 7 anos e 2 meses. Mãe costuma trazer para consulta de rotina 1 vez por ano. Teve
uma consulta em fevereiro, na qual a mãe se queixou "meu filho é baixinho, talvez o menor da sala
dele. E eu fico preocupada pq eu já li na revista Cláudia que menino que não cresce não consegue
um bom emprego. E eu vi que tem que tomar hormônio, pq daí não fica baixinho".
Mãe tem 1,58 e o pai 1,61 -> Estatura alvo = 1,61m
Nasceu de termo e com altura e peso dentro da média (Importante saber como cresceu no início
da vida). Com 2 meses de vida começou a cair na curva de peso e com 3 meses começou a cair na
curva de altura -> Com 12 meses (já estava abaixo de Z-2 -> Mais perto de Z-3) -> Permanece
desde então no MESMO CANAL
Altura e peso na consulta -> Entre o Z-2 e Z-3 (mais perto de Z-3) -> Realmente tem baixa estatura
Está crescendo 5,5cm/ano (média é 6 cm/ano) -> Velocidade de crescimento normal ->
FUNDAMENTAL SABER DISSO (tem doença que abaixa muito a velocidade de crescimento)
Pedir -> Rx de mão esquerda para idade óssea
Evolução:
2 meses depois a mãe voltou com o exame -> Deu 7 anos (idade óssea compatível -> ele tinha 7
anos e 2 meses) -> 1,5 ano para mais ou para menos (entra como compatível)
Peso adequado para a altura
Se ele nunca mais mudar de canal, a altura final dele (18 anos) será 1,60m -> 1cm a menos que a
esperada (normal ficar 8cm para mais ou para menos)
Dx e prognóstico
Baixa estatura familiar
Prognóstico de altura final é ruim, mas não é uma pessoa doente
"A mãe está reclamando com 1,58m. Ela que vá comer formiga! Ela ouviu muito de mim no final
da consulta! Mentira, não falei nada pra ela." - Tidinho
Dar hormônio para essa criatura não ia mudar nada
Atividade física é benéfica, mas não vai mudar a altura final (nem para mais, nem para menos
Pessoas que fazem esportes de impacto são pequenos pq tem o melhor tipo físico para esse
esporte -> Eles fazem ginástica olímpica porque são baixinhos (não são baixinhos porque
fazem ginástica olímpica)
Caso 2
Menino de 7 anos e 1 mês. Nunca tinha consultado e veio com o mesmo papo da mulher de antes.
Estatura alvo = 1,73cm. A mãe não trouxe a carteirinha
Na projeção da altura -> Ele ficaria com no máximo 1,61 (fora do permitido -> mais de 8cm a
menos que a altura alvo)
Exame físico -> Altura entre Z-3 e Z-2 -> Realmente tem baixa estatura
Velocidade de crescimento (mãe não tem NENHUM dado dos últimos 5 anos) -> Mede quando
voltar
Nasceu com altura um pouco acima de z-1 e aos 9 meses já era abaixo do z-2 e com 12 meses já
estava quase no z-3. Peso muito ruim para a altura (não era roliço).
Menino muito ativo, mas come desgraçadamente mal.
Pede pra fazer o rx de mão
Evolução:
Voltou depois de 6 meses -> Cresceu 2,7cm -> Em 1 ano daria 5,4cm (NORMAL)
Rx de idade óssea -> 4 anos e meio (2 anos e meio de atraso)
Tem que saber como foi o desenvolvimento dos pais -> Menarca com quase 16 anos (atraso da
puberdade) -> As vezes o problema pode ser o pai, mas você tem que contar com a memória de
peixe dele ou que uma avó lembre que ele era um "menininho impúbere enquanto os coleguinhas
já eram parrudões e peludões"
Diagnóstico e prognóstico
Baixa estatura constitucional (mas não é com certeza -> E não ter certeza é algo bem
comprometedor) -> "Você precisa manter um pé atrás. Não os dois, senão você cai. Mas um pé
tem que ter." - Tidinho
Sinônimo de investigação completa -> Tem que mandar para o endocrino -> Tem que investigar
todas as causas orgânicas (Cariótipo, prova de função hepática, intestinal, renal, rx de crânio,
dosagem de hormônio tireoidiano, dosagem de GH, ...)
TODAS as doenças orgânicas acarretam em atraso de idade óssea de 2 anos (pelo menos) -> É igual
ao caso
Prognóstico -> Altura final boa -> Atinge a altura final (vai atrasar a puberdade)
3. No primeiro ano de vida:
a. 15% das crianças de nascem vão cair na média (uma das maiores causas de diminuição de crescimento
no primeiro ano de vida)
b. 15% das crianças vão subir na curva
c. 70% das crianças vão se manter na curva
*80% do peso do RN depende de como foi a gestação e 20% do potencial genético do nêne
Atraso puberal
Causas:
o Atraso constitucional do crescimento e puberdade (53%)
Ocorre em meninos e meninas
Mais em meninos/variação da puberdade normal
Atraso na reativação do eixo hipotálamo-hipófise-gônada (HHG)
Atraso Rx IO - 1,5 a 3 anos
FSH/LH normais: níveis pré-puberais
o Hipogonadismo hipogonadotrófico funcional (19%)
Deficiência hormonal central: GnRH hipotalâmico ou gonadotrofinas hipofisárias (LH e FSH)
É transitório ou funcional
Causado por desequilíbrio nutricional (anorexia nervosa, desnutrição, má absorção, exercícios
extenuantes), estresse metabólico das doenças crônicas (várias) ou hiperprolactinemia por
adenoma central ou medicamentos
o Hipogonadismo hipogonadotrófico (12%)
Deficiência hormonal central: GnRH hipotalâmico ou gonadotrofinas hipofisárias (LH e FSH)
É definitivo
Causas: malformações (displasia septo-óptica, processos inflamatórios - meningite, hidrocefalia,
histiocitose-, radioterapia de SNC, sd. Genéticas (Sd. Prader Willi, Sd. Kallmann)
o Hipogonadismo hipergonadotrófico (13%)
Insuficiência gonada primária leva ao baixo nível de hormônios sexuais, com prejuízo dos feedback
negativo da hipófise e consequente gonadotrofinas elevadas (LH e FSH)
Causas: Sd. de Turner em meninas, Sd. Klinefelter em meninos
*O GH é responsável pelo crescimento a partir de 3 anos de idade (antes disso ele é irrelevante para o crescimento)
*Hormônio tireoidiano, algumas coisinhas (cortisol) e atividade física de impacto -> É o que faz crescer até 3 anos
REANIMAÇÃO NEONATAL – DRA. JULIANA
Nascimento no Brasil:
No Brasil nascem cerca de 3 milhões de crianças ao ano, a maioria em hospitais e em boas condições
Necessidade de reanimação
o Ventilação com pressão positiva 1:10 (10% dos bebês de termo)
o Intubação ou massagem cardíaca 1:100
o Intubação/massagem e medicações 1:1000
Introdução
Cerca de 5 a 10% dos RN tem dificuldade na transição da vida intra-uterina pra vida neonatal e requerem
algum tipo de reanimação
Fatores decisivos para uma boa reanimação
o Previsão da necessidade de reanimação - fatores antenatais, fatores relacionados ao parto
o Preparo adequado de material e do pessoal
***TODO nascimento deve ser assistido por uma pessoa apta a realizar a reanimação neonatal e cuja
única responsabilidade seja o atendimento do RN (ou você cuida do nêne ou cuida da mãe)
Previsão = anamnese
o Antecedentes maternos
Pré-natal
Ausência de pré-natal
Antecedentes maternos
Idade materna <16 e >35
Prematuridade
Hipertensão Arterial e DHEG
Diabetes gestacional
Uso de drogas
Ruptura precoce de membranas
Infecções maternas
Gestação múltipla
Malformações fetais
Pós-maturidade
Relacionados ao parto
LA meconial
Amniorrexe prolongada
Coriamnionite
Apresentações anômalas
Trabalho de parto prolongado (24h)
Uso de fórceps
CST de emergência
Prolapso de cordão
Administração de opióides
DPP
Anestesia geral
Equipamentos e materiais de reanimação neonatal
o Todo equipamento necessário para uma reanimação completa deve estar sempre disponível e
funcionante em toda sala de parto (a enfermeira que arruma isso cedo, mas é OBRIGAÇÃO DO MÉDICO
testar o material -> Não adianta dar ataque/chilique na hora que o paciente está mal)
o O equipamento deve ser periodicamente preparado, testado e estar disponível e em local de fácil acesso
antes do nascimento de qualquer neonato
o O sucesso da reanimação depende da previsão, do reconhecimento imediato do RN que necessita ser
reanimado e do início rápido das manobras de reanimação (primeira manobra da reanimação é a VPP)
o Todo nascimento deve ser atendido por pelo menos, uma pessoa apta a realizar a reanimação neonatal
e cuja única responsabilidade seja o atendimento do RN
Cuidados com o RN
Começa sempre pelo calor (24-26 graus)
o Nêne estava em situação de vasoconstrição total e tem que vasodilatar o pulmão
o Sala aquecida
o Berço com calor radiante
3 objetivos da reanimação (ABC)
o A (airway) = Manter a via aérea pérvia
o B (breathing) = Manter a respiração
o C (circulation) = Manter a circulação
Parâmetros de vitalidade do RN:
o FC: deve ser > 100 bpm (não importa se é 99, vai reanimar)
o Respiração: deve ser espontânea e ter um ritmo regular (irregular = gasping) (respirar ou chorar dá na
mesma)
o Tônus muscular (em flexão -> normal)
Pele a pele
o O objetivo não é ter que reanimar, é fazer esse contato pele a pele
o Após clampear o cordão
Gestação de 37-41 semanas (só nêne de termo) E
For a disso vai para a sala do RN fazer exame e depois volta pra mãe
Respirando ou chorando E
Tônus em flexão
-> Independentemente do aspecto do líquido amniótico
o RN com boa vitalidade
Garantir a temperatura 23 - 26°C
Batalha contra a hipotermia -> Não tem transição cardio-respiratória com nêne hipotérmico
Secar corpo e cabeça
Manter o contato pele a pele no tórax ou abdome materno
Além de aquecer a criança (mãe vira um forninho devido ao trabalho de parto), o nêne
começa a ciclar o padrão respiratório da mãe -> Auxilia na transição da vida intra-uterina
para neonatal
Avaliação continuada da vitalidade
Estimular a amamentação na 1ª hora de vida
Clampeamento do cordão umbilical
o RN termo com boa vitalidade: 1-3 minutos
o RN pré-termo com boa vitalidade: >30 segundos
o RN que precisa de reanimação: clampear imediatamente o cordão, pois as evidências são insuficientes
para recomendar o clampeamento tardio nessa situação
o Ordenha de cordão: só no contexto de pesquisa clínica
o Clampeamento imediato -> HIV e nasce em más condições (sem respirar/chorar ou hipotônico)
Passos iniciais (ainda não é reanimação)
o RN que nasceu: hipotônico, apneia ou respiração irregular
o Não pode ficar no pele a pele pela IG
o Prematuro ou pós-termo, ou qualquer nêne que não tenha nascido bem -> Clampeamento imediato e
leva pra mesa de reanimação
o TODO BEBÊ QUE NÃO NASÇA BEM FAZ OS PASSOS INICIAIS (desde o pouco hipotônico até o que nasceu
e foi morar com Jesus) -> MINUTO DE OURO (Mas todos os passoa baixo você tem que fazer em 30
segundos -> Afinal, você demorou uns 30 pra levar ele pra sala de reanimação)
Aquecimento (campos aquecidos e berço de calor radiante)
Posicionamento do RN (leve extensão do pescoço - sem hiperextender -> não é pra transformar a
criança na menina do exorcista) -> Liberar via aérea
Vias aéreas pérvias (aspira primeiro boca* dos lados, depois narina -> mas somente se necessário)
*Pq é a maior cavidade -> Acumula mais líquido
Secar (já aproveita pra ir estimulando)
Reavaliar (no final desse primeiro minuto) -> Verifica FC (>100) e padrão respiratório (é ruim
quando tem -> apneia, respiração irregular ou gasping)
FC é o principal parâmetro que determina a indicação e eficácia da reanimação
RN termo e pré-termo: avaliação inicial da frequência cardíaca com estetoscópio
Se não deu boa nos passos iniciais -> Parte para a reanimação
*Pq não começar logo com a reanimação? Vá com calma, meu jovem. Às vezes o nêne só precisava ficar
quentinho e bem posicionado.
o VPP -> Ventilação com pressão positiva
Se FC < 100 ou Apneia - respiração irregular ou gasping
Oximetria de pulso
O nêne tem que estar com o oxímetro
Monitorar saturação de oxigênio (pré-ductal -> Membro superior direito)
Coloca em TODO RN que necessita de pressão positiva NO MOMENTO DA INDICAÇÃO da pp
Na maioria das vezes o nêne não precisa de O2, ele só precisa da pressão -> O 1º ciclo de VPP é feito
com ar ambiente (se RN > 34 semanas)
Após o início da VPP considerar a monitoração da FC por ECG (3 eletrodos) -> Evidências indicam que
a ausculta do precórdio e a oximetria de pulso podem subestimar a FC nos primeiros minutos de
vida
A ventilação pulmonar é o procedimento mais simples, importante e efetivo na reanimação do RN
ao nascimento
A VPP não invasiva com máscara, desde que feita com a técnica correta (com ênfase na adaptação
da máscara à face), promove a melhora de 9 em cada 10 RNs com indicação de ventilação
Ritmo -> Aperta - Solta solta - Aperta - Solta solta (Dá 40-60 movimentos por minuto)
Decidir a concentração de oxigênio a ser ministrada
100% , ar ambiente ou algum valor intermediário entre ambas as opções
4 metanálises indicam que neonatos >34 semanas e ventilados com ar ambiente,
comparados aos ventilados com oxigênio a 100%, iniciaram a respiração espontânea ou
choraram em tempo menor que o grupo que usou O2.
Após 30 segundos de VPP em ar ambiente
RN não melhora
Reavalia a técnica
Iniciar O2 100% (começa a misturar a partir de 40% e aumenta de 20 e 20 se tiver um
blender* na maternidade)
*misturador de ar ambiente com O2
Após 30 segundos - sem melhora
Considera intubação traqueal (só está mudando a interface: máscara -> cânula)
Indicações da IOT:
Ventilação com balão e máscara prolongada ou ineficaz
Suspeita de hérnia diafragmática direta (se ter a confirmação -> Intuba direto)
Tem alça intestinal no tórax
Após 30 segundos ventilando com o nêne entubado
FC < 60 -> Indica massagem cardíaca
Pq faz primeiro oxigenação pra depois fazer massagem?
Na pediatria -> Causa mais comum de bradicardia e parada é hipóxia (não adianta
reanimar sem O2)
Começa a massagem quando já passou 2min e 30seg -> Tem que massagear para não
entrar em colapso cardíaco
Só massageia direto se estiver em assistolia
Massagem cardíaca -> Avalia a cada 60 segundos
A MCE só deve ser iniciada quando a ventilação pulmonar estiver bem estabelecida
Faz em RN com FC < 60 bpm
Massagem coordenada à ventilação - 3:1 (intubado)
Terço inferior do esterno
Técnica dos 2 polegares (sobrepostos) com as mãos envolvendo o tórax é mais efetiva para
manter o débito cardíaco -> Se posiciona atrás da cabeça do nêne
Existe a técnica de você afundar com dois dedinhos, mas você vai perceber depois de
algumas apertadas que a morte seria mais suave
Equipe: quem ventila fica ao lado e quem massageia fica na cabeça
Quem massageia é que coordena
Precisa ser sempre acompanhada de ventilação efetiva por cânula traqueal
A FC é o principal parâmetro que determina a indicação e a eficácia da reanimação
Quando comecei a MC já tem que ter alguém na sala pegando catéter umbilical
Monitorar circução e traçado do ECG nos nênes -> Eletrodos nos braços e pernas (não
precisa secar -> meio úmido conduz melhor)
Após 60 s de MCE
FC > 60 -> Interromper MCE e reavalia respiração
FC < 60 -> Medicações
Quando começar as drogas?
o Uso de medicações é excepcional, desde que ventilação e MCE sejam realizadas de forma efetiva
o Via preferencial: veia umbilical
o SOMENTE ADRENALINA poderá ser administrada por via endotraqueal (pode fazer absorção errática)
Uma única dose seguida de VPP
o Ventilação adequada com O2 em CET, massagem adequada, técnica correta e FC < 60 -> Medicações
Medicações
o Só faz adrenalina (3 em 3 minutos) 1:10000
Faz adrenalina - soro - adrenalina - soro ...
o Principal meio -> cânula no cordão umbilical (você abre uma gaze e deixa ela em volta do cordão pra
conseguir dar um nó se precisar clampear. Corta com bisturi e coloca a cânula na veia umbilical)
o Expansores de volume: soluções cristaloides: SF (10ml/kg) ou RL
o Bicarbonato de sódio e Naloxone e outros vasopressores não são recomendados na reanimação do RN
na sala de parto
Reanimação neonatal prolongada
Verificar efetividade de todos os procedimentos: VPP/IOT/MCE
Se FC<60 bpm/ Saturação baixa persistente/falha na ventilação considerar a possibilidade de: malformações
de vias aéreas, pulmonares, cardíacas
o Fica no máximo 30 minutos na sala de parto -> Se está ruim leva pra UTIN e faz adrenalina contínua
o Não para, mas também não recupera -> Essa criança dura no máximo 24h -> Hipóxia -> Acidose
persistente -> Depois acaba parando pela acidose
Se FC=0 após 10 minutos de reanimação completa e técnica adequada - considerar interrupção da reanimação
Sintomas (avalia)
Fontanela deprimida
Boca mais o menos úmida
o Saliva espessa ou ausente
Presença de diurese reduzida (<0,5ml/kg)
Turgor de pele reduzida
Redução de lágrima no choro
Abordagem
Feito o dx -> Faz reidratação
1° e algumas formas de 2°
o Faz TRO (terapêutica de reidratação oral)
o Vai dar volume líquido e hidratar esse nêne
o Faz soluções recomendadas pela OMS -> Soro de reidratação oral
o Soro de reidratação oral
2 tipos:
Osmolaridade próxima do plasma (311mmol/L)
245mmol/L -> Existe pq se acha que o primeiro soro faz sobrecarga sódica no nêne
Constituintes:
Sódio
Potássio
Cloro
Citrato de sódio
Glicose
Tipo de soro Sódio Potássio Cloro Citrato de sódio Glicose
311mmol/L 90 80 20 30 111
245mmol/L 75 20 65 30 75
o Mesmo que a pessoa tenha avacalhado TODO seu TGI -> continua absorvendo água, sódio e glicose
o Refrigerante, água de coco, gatorade -> Mantém o estado de hidratação, mas não repõe (osmolaridade
muito baixa)
o Sódio -> Principal responsável pela osmolaridade plasmática
o Citrato de sódio -> Alcalinizante (substitui bicarbonato)
Produz menos CO2 na sua metabolização
Poder anti-hemético
o Dilui 1 envelope em 1 L de água
Dá cotas de 50 a 100ml/Kg
3° grau
o Chega chocado
o Depois de 2 tentativas de pegar acesso venoso de 30s -> Pega acesso ósseo
o Começa com solução salina isotônica (SF ou RL)
o 20-100ml/kg
o Continua avaliando o nêne
2º grau
o Primeira etapa:
Reparação -> 4 horas
No final dessas 4 horas o nêno está hidratado
10 X peso da criança (kg) x % de desidratação
Ex.: nêne com 9kg -> 10 x 9kg x 9 = 630ml (315 SF e 315 SG)
Pega a quantidade total da TRO de SG
630ml de SG
Vai pegar x de volume de uma solução concentrada de Na
Solução de Na a 20%
100ml de SF0,9% - 15mEq de Na
315ml de SF0,9% - y = 47,25mEq de Na (É O QUE EU PRECISO)
Produto Comercial:
1ml de NaCl 20% - 3,4
W - 47,25mEq
W = 14ml
Como ministrar
Gotejamento = volume/3xH -> 630/12 (você soma o 14ml se quiser)
H = número de horas que você vai fazer
Multiplica por 3 e você terá a quantidade de ml/hora
Usa soro 1:1 SGF (soro glicofisiológico -> porções iguais de soro glicosado e de soro
fisiológico)
Jesus me salve
ml/hora = microgota/minuto
1ml=20 gotas
1 gota = 3microgotas
1ml = 60microgotas
Manutenção -> Nas 20 horas restantes do dia
Nesse dia os líquidos serão todos EV
Usar SF e não solução 1:1 -> Crianças internadas em hospitais grandes já vivem em secreção
inadequada de ADH -> Se fizer sobrecarga de sódio não tem problema
Outro exemplo
Se você precisasse de 1000ml para hidratar
Então pega 1000ml de SG
Quantos ml de NaCl20% eu preciso colocar?
100ml SF - 15 -> 500ml SF - 75
1ml NaCl 3,4 -> 22ml
Resumão
SGF 1000ml -> Tem que colocar NaCl 22ml
SGF 500ml -> Tem que colocar NaCl 11ml
SGF 250ml -> Tem que colocar NaCl 5,5ml
Manutenção
Usa em nênes que não podem receber alimentação VO
Necessidades hídricas diárias:
o Até 10kg -> 100ml/kg
o Até 20kg -> 1000 + 50ml/kg para o que passar de 10kg
o Acima de 20kg -> 1500ml + 20ml/kg pra tudo que passar de 20kg
o Máximo de 40kg
Eletrólitos:
o Sódio
Até 10kg - 3mEq/kg/dia
11 - 20kg -> 30 + 1,5mEq/Kg para o que passar de 10 Kg
>20 kg -> 45 + 0,6mEq/Kg para o que passar de 20 Kg
o Potássio
Até 10kg -> 2mEq/kg/dia
Até 20 -> 20mEq + 1mEq/kg para o que passar de 10kg
Acima de 20kg -> 30mEq + 0,4mEq/kg para o que passar de 20kg
o Cálcio
100mg/kg/dia
1ml de gluconato de cálcio - 100mg de Ca
1mlKCl19,1% - 2,5mEq
Y - 27mEq
Y = 11ml de KCl
1mlKCl19,1% - 2,5mEq
Y - 32 mEq
Y = 13ml de KCl
-> Tudo isso vai correr em 20 horas Temos Karina aqui para lembrar que se o neninho
estivesse hidratado, não precisaria calcular tudo
isso. Logo, hidrate-se.
Gasometria
Caso 1:
o pH = 7,10 (N = 7,35 a 7,45)
o pCO2 = 80 (N = 35 a 45)
o pO2 = 70 (N = 60 a 90)
o BIC = 25 (N = 25 a 27)
o BE = - 8 (N = -2 a +2)
o Dx: acidose mista (BIC está mais baixo do que deveria estar -> Explicação do BIC aqui embaixo)
Cada vez que retém 10mmCO2 -> BIC tem que aumentar 4
o 40 – 25
o 50 – 29
o 60 – 33
o 70 – 37
o 80 - 41 (BIC esperado para um ser que está com uma pCO2 de 80)
DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS FUNCIONAIS NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE – DR. ARISTIDES
Casos clínicos
1. Menino de 8 anos, há 5 meses apresenta 2 vezes por mês crises de dor no epigástrio e mesogástrio, associadas
a palidez, náuseas e cefaleia nas regiões temporais do crânio. Algumas vezes vomitou. (...)
a. Dx: Enxaqueca abdominal
i. Chama atenção: cefaleia durante a crise (pulsátil), sintomas abdominais associados,
hereditariedade (muito comum que algum dos pais tenha), fatores desencadeantes
ii. Tratamento (mesmo de enxaqueca clássica*/enxaqueca simples**): analgésicos comuns em crises
esporádicas; medicação preventiva na enxaqueca grave
*Com aura/**Sem aura
2. Lactente de 11 meses de vida, ainda recebe LM e iniciou FIP há 3 meses. Há um mês chora bastante logo antes
e durante a evacuação. Ao evacuar, fezes são normais, pastosas. O sofrimento é muito grande, todos os dias.
Os pais não entendem se ele está constipado ou se tem cólica abdominal, ou alguma obstrução. A
alimentação é equilibrada e rica em fibras. Tentaram usar laxante (lactulose), sem efeito. Ao exame: períneo e
abdome sem alterações. O ganho de peso sempre foi normal.
a. Disquesia infantil
i. Não é constipação
ii. Há sofrimento (ninguém sabe dizer pq), mas as fezes são normais
iii. Melhora em pouco tempo
3. A mãe de um lactente de 2 meses em LM exclusivo está angustiada pq
seu bebê regurgita após todas as mamadas desde o 1º mês de vida.
Com 1 mês foi realizado rx contrastado EED, o qual revelou presença
de RGE. Foi receitado domperidona e ranitidina e as regurgitações
estão só piorando. O bebê é calmo e ganha peso bem.
A mãe está em desespero e não aguenta mais a pressão de toda a
família. Foi dada fórmula AR para ver se ajudava, mas não teve efeito.
a. Dx: Regurgitação funcional -> Alguns choram pq pode cursar com
cólica infantil
i. Teoricamente ele é o bebê regurgitador feliz ("happy
spitter")
ii. Normalmente começa antes de 1 mês, piora nos 3 meses
seguintes, estabiliza e entre 4 e 7 meses começa a
melhorar
iii. Como conduzir: não precisa de remédios, fórmula AR
4. Menina de 6 anos, iniciou aos 4 anos crises ocasionais (6x/anos) em que acorda 6h da manhã (ok, já é ruim o
suficiente acordar gratuitamente esse horário) muito mal, com palidez, náusea, dor abdominal e inicia com
vômitos incontroláveis. Chega a desidratar e necessita de soro EV. Permanece prostrada todo o tempo. Foi
internada 5 vezes devido as crises. As crises demoram quase 24horas. Fica assintomática entre as crises e leva
a vida normalmente. Estado nutricional normal.
a. Dx: Síndrome de vômitos cíclicos
i. Na maioria dos casos a criança tem cefaleia pulsátil durante as crises
ii. Fatores desencadeantes: emocional (muito comum, seja por excitação, frustração, ...), má
alimentação
iii. MUITO PERIGOSO: TEM QUE INVESTIGAR CAUSAS ORGÂNICAS
5. Menino de 8 anos, trazido pela avó materna, apresenta escape de fezes na roupa (pequeno ou grande volume)
1 a 3 vezes/dia, já faz mais de um ano. Evacua no vaso em dias alternados, fezes pastosas, mas volumosas.
Iniciou quando presenciou a madrasta, em crise de fúria, espancar a irmã mais nova (família desestruturada).
Desde então foi morar com a avó materna. A família briga muito com ele e na escola tem sido alvo de
situações constrangedoras. Não quer mais ir à escola. Quase não brinca mais. Alimenta-se muito mal. Ex físico:
massa fecal grande em hipogástrio, toque retal com fezes pastosas e ampola retal dilatada
a. Constipação intestinal funcional = encoprese retentiva
i. Mais comum nos meninos -> Fazem xixi de pé, então nunca acabam sentando e fazendo cocô
ii. Encoprese retentiva -> Segura e forma fecaloma na ampola retal
iii. Esfíncter anal interno fica o tempo todo relaxado (a ampola está entupida de cocô) -> Aí ele tem
que passar o dia todo pensando em manter contraído o esfíncter anal externo (imagina o
desgosto)
iv. Armadilha de fazer cocô errado uma vez -> Passar a segurar -> Ciclo fecaloma escape
6. Menino de 8 anos, trazido pela avó materna, apresenta escape de fezes na roupa (pequeno ou grande volume)
de 1 a 7x/dia. Nunca evacua no vaso. Nunca na vida teve controle esfincteriano normal. A família briga muito
com ele. Não quer mais ir à escola.
a. Constipação intestinal funcional
b. Idade para tirar a fralda: 1,5 a 4 anos de idade
c. Tiraram a fralda cedo, ele ficou fazendo cocô por todo canto, brigaram com ele e ele decidiu que NUNCA
mais ia fazer cocô
Introdução
Transtornos de alta prevalência
Em crianças e adultos
Critérios de Roma I, 1988
o Desordens gastrointestinais funcionais (apenas adultos)
Critérios de Roma II, 2000
o Desordens gastrointestinais funcionais (crianças também)
Critérios de Roma III, 2006
o Desordens gastrointestinais funcionais (crianças e
adolescentes)
o Constipação intestinal e retenção fecal -> Foram fundidos
o Acrescentaram cólica do lactente
o Grupo G - Lactentes e pré-escolares
G1 - Regurgitação infantil
MAIS PREVALENTE DE TODAS
23% DE TODOS OS NÊNES QUE NASCEM
G2 - Sd. Ruminação infantil
G3 - Sd. Vômitos cíclicos
Mais grave de todos -> A qualidade de vida do
'serumaninho' fica uma porcaria
G4 - Cólica infantil
G5 - Diarreia funcional
G6 - Disquesia infantil
G7 - Constipação funcional
o Grupo H - Crianças e Adolescentes
H1 - Vômitos e aerofagia
Sd de ruminação do adolescente
Sd. vômitos cíclicos
Aerofagia
H2 - Dor abdominal
Dispepsia funcional
Sd intestino irritável
Dor abdominal funcional da criança
H3 - Constipação e incontinência
Constipação funcional
Incontinência fecal não retentiva
Fundamentados em sintomas
Sistema nervoso entérico é o responsável
o Alteração da motilidade nnnnn
o Aumento da sensibilidade visceral
o (...)
Sistema nervoso entérico
o >100 milhões de neurônios (vias aferentes e eferentes) -> Mesma quantidade de neurônios que a
medula
o Comandos
Sensitivos
Assim que chegar um bolo (seja de sólido, ar, ...) -> Distende a parede -> Manda estímulo
para que ocorra peristalse (o que está distal ao bolo, a musculatura relaxa) -> Forma pressão
negativa abaixo dele -> Obriga o bolo a progredir
Motores
Condição de repouso -> Contração de musculatura circular
Secretores
Dá comando para glândulas exócrinas (sejam de onde forem)
Vasomotores
Promove nos locais necessários a vaso dilatação (ajuda nos processos inflamatórios -> Ajuda
a chegar mais células de defesa para combater o que quer que seja)
o Quando algo dá errado: DISTÚRBIO GI FUNCIONAL
*Nervo vago -> TGI proximal
Estudo -> Iacono et al (2005) - Itália (Eis aqui mais um tapa na cara me lembrando do meu TCC)
o 2879 lactentes acompanhados até os 6 meses (150 pediatras)
o 55% tiveram algum sintoma gastrointestinal:
Regurgitação funcional (23%)
Cólica do lactente (20,5%)
Constipação (18%)* -> único que muda a incidência entre FIM e LM
FTT (15%)
Vômitos (6%)
Diarreia funcional (4%)
Tratamento
Exclusão da lactose da alimentação: LV, leite de cabra, iogurte, queijos, chocolate, outros doces com leite
o Lactentes: fórmulas especiais (fórmulas - SL, fórmulas de proteína isolada de soja) - com dextrino-
maltose e outros -> Lactose foi retirada e colocaram outros açúcares
o Crianças maiores e adultos: LV zero lactose, produtos lácteos em pequena quantidade
Enzima lactase VO: 200mg/250mg para cada copo de leite
Momento de grande inspiração na história da medicina (Isso é literalmente o primeiro parágrafo da discussão do
meu TCC, só que em tópicos)
"Descoberta" da única causa para muitos problemas em lactentes
Há 25 anos (1990 - no mundo inteiro e no Brasil - EUFORIA)
o Pediatria: "descobriu-se" a causa de: vômitos, cólica infantil, sono ruim, mau ganho de peso, anorexia,
tosse crônica, sibilância, laringite recorrentes, otite recorrente, eventos de aparente risco de vida, morte
súbita do lactente -> DIVULGARAM COMO SE A CAUSA DISSO TUDO FOSSE DRGE
É um problema que agora tem exames complementares e medicamentos
Dermatite crônica/diarreia, colite, constipação -> AINDA NÃO tinha explicação
Isso era bullying com os coitadinhos que só queriam vomitar. "Tem crianças que vieram ao mundo
para azedar tudo ao seu redor" - Tidinho
Omeprazol -> Diminui resistência a infecção bacteriana invasiva -> Pneumonia e bacteremia 5x
maior se comparado aos que não usam omeprazol
Há 10 anos (2005 - no Brasil e no mundo inteiro - EUFORIA)
o Pediatria: "descobriu-se" a causa de: vômitos, cólica infantil, sono ruim, mau ganho de peso, anorexia,
tosse crônica, sibilância, laringite recorrentes, otite recorrente, eventos de aparente risco de vida, morte
súbita do lactente, dermatite crônica, diarreia, constipação, sangue nas fezes -> DIVULGARAM COMO SE
A CAUSA DISSO TUDO FOSSE APLV
É um problema que agora tem dieta terapêutica
Isso tudo está no meu TCC (não que alguém vá querer ler). Essa aula só serve pra me lembrar que
tem que passar tudo pra Vancouver T.T
APLV - Ocorre em 2% de todos os bebês que nascem
Problemas citados - Ocorrem em 60% dos nênes que nascem
Alergia alimentar (teoricamente isso aqui é da outra aula, mas ele deu no final da aula de IL)
Trato GI
o Exposição a antígenos estranhos (microorganismos, alimentos, toxinas ambientais)
o Sistema imune GI: defender contra os microorganismos e alimentos e induzir tolerância imunológica a
alérgenos -> IMPORTÂNCIA DO LM (garante ao nêne uma modulação boa -> Não reagir bizarramente,
seja pouco ou muito, diante de antígenos)
o Os que são desequilibrados terão:
Doenças associadas ao sistema imune GI: alergias alimentares, doença celíaca, doença de Crohn,
RCUI, gastroenteropatia e esofagite eosinofílica, enteropatia auto-imune
Definições:
o O que é reação adversa aos alimentos?
o O que é alergia à proteína alimentar?
o Reações adversas aos alimentos
Tóxicas: toxinas bacterianas/ cafeína, tiramina
Não tóxicas: intolerância alimentar (IL, sacarose), alergia alimentar (imuno-mediadas)
o APLV
Mediada por IgE - imediata
Imunidade celular - tardia
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS – DRA. THAÍS
Dx diferenciais:
o Mais comuns:
Pneumonias
Membrana Hialina (DMH)
Normalmente já está na UTIN
Sd aspirativas (SAM)
Pneumotórax
Pode ser até espontâneo
Taquipneia transitória do RN (TTRN)
o Menos comuns:
Cardiopatias congênitas
Asfixia e hemorragia do SNC
Doenças metabólicas
Hipertensão pulmonar primária
Persistência da circulação fetal
Hemorragia pulmonar
Hérnia diafragmática
Atresia de coanas
Enfisema lobar congênito
Displasia broncopulmonar
Normalmente é a evolução da membrana hialina ou de outras situações de uso de O2
prolongado
Principais sinais clínicos
o Taquipneia
o Tiragem costal
o Retração esternal
o Gemido expiratório
Nêne ta tentando abrir os alvéolos
o Apneia
Pausa respiratória > 20 segundos, com repercussão hemodinâmica (cianose com bradicardia)
o Batimento de asa de nariz
o Cianose (nos casos mais graves)
Diagnóstico
o Hx obstétrica
IG
Antecedentes de infecção intrautero
Evidências de SFA
RCIU
Uso de drogas depressoras da respiração
Analgesia ou droga de indução do parto
Polidrâmnio -> Não faz absorção do líquido -> Altera formação pulmonar
Oligodrâmnio -> Imaturidade pumonar
o Exame físico
Cianose
FR
Pode fazer pausa até 3 meses
Nêne tem direito a fazer pausar devido a sua imaturidade de SNC
Ritmo respiratório
Gemido
Estridor
Tiragem costal
Assimetrias torácicas
Ausculta
Obstrução nasal
Localizar ictus cordis
Palpar pulsos periféricos
Ausculta cardíaca
Hepato e esplenomegalia
Abdome escavado/distendido
Tremores/convulsões
Estado de consciência
Verificar tônus/reflexos
Examinar fontanelas
Passar SNG
Não faz na reanimação, mas pode fazer depois no exame físico (6 horas depois do parto)
Seria interessante para dx atresia de coana -> Tem nêne que vai de alta sem dx
o Exames radiológicos
o Exames de rotina
HMG
Metabólico
Gasometria arterial
o Exame específico
LCR
ECO/TM cerebral
ECG
Culturas
Tratamento:
o Observação clínica (UTIN)
Taquipneico ele não vai conseguir mamar direito -> Se afoga e broncoaspira
Passa SNG
Alguns casos precisa de CPAP
o Suporte de oxigênio
o Pressão positiva
o Resolução em até 5 dias
Sd da angústia respiratória do RN
Deficiência de surfactante: antiga DMH
Surfactante: estabilização dos alvéolos e
aumento da complacência pulmonar
Pulmões sub-insuflados e alto teor de
proteínas
Combinação de substâncias na circulação e
epitélio
Definição:
o Composto por lipídeos
o Síntese nos pneumócitos tipo II
o Após 20ª semana de gestação
Grau III: Extensivo broncograma aéreo é visível sobre o diafragma. A sombra cardíaca é
pobremente visualizada.
Grau IV: Completa opacidade do tórax, com broncograma aéreo muito extensivo
Complicações
o Pneumotórax
o Alteração da complacência -> Lesão cicatricial
Tratamento:
o Profilaxia: evitar prematuridade
o CTC
o Medidas de suporte
o Oxigenioterapia
Diminuir a fase de asfixia
o Surfactante
Composição:
85 - 90% lipídeos
10 - 15% proteínas
Fosfolipídeo mais abundante: dipalmitoilfosfatidilcolina (Olha que nome mais maravilhoso
para você dar para sua filha)
Aplicação feita pela cânula com o leito reto
NÃO vai ambusar -> Com a ventilação mecânica vai espalhar bonitinho
Em quem fazer surfactante?
Todos os RN com risco de DMH
Prematuros de muito baixo peso
<32 semanas
Mais precoce possível
Nas primeiras 6 horas (de preferência nas primeiras 2h)
Não faz mais em sala de parto -> Você pode ter entubada errado e vai fazer
surfactante seletivo
Nem todos os prematuros extremos apresentam DMH
Quando aplicar?
Assim que fizer o dx
RN em ventilação mecânica
Quanto mais tarde maior edema e inibição de surfactante
Pode ser repetido
Até 3 aplicações em no máximo 72h
Afastar presença de pneumotórax, hemorragia pulmonar
Extubar o mais precoce possível
Novas técnicas de instilação do surfactante
INSURE: intuba, surfactante e extuba
Take care: instila diretamente com sonda -> faz CPAP na sequência
Mist: igual o take care, só que já está com o CPAP no nariz
Pneumonia congênita
Precoce
o Características:
Até 72h
Febre materna
Bolsa rota > 18h
Líquido amniótico turvo, fétido
Prematuridade
Asfixia
Palidez tóxica
Hipoatividade
Hipo/hipertermia
o Exames:
Rx:
Tem que ter para fazer dx diferencial
Achados:
Consolidações
Opacificação difusa
Derrames
Hemograma infeccioso
Tardia (adquirida)
o Características:
Após 72h
Malformações digestivas
Prematuridade
Uso de respirador
Instabilidade térmica
Palidez
o Exames:
Rx:
Consolidações
Derrames
Conduta
o Profilaxia GBS
o Bolsa rota
o Medidas de suporte
o Oxigenoterapia
o ATB
Sempre voltada ao tempo de evolução, coletando hemocultura e direcionando para o germe
específico
Pneumotórax
Ruptura das vias aéreas
Pode ser espontâneo ou por volutrauma/barotrauma
Ruptura de pneumatoceles, trauma, inflamação e necrose alveolar
Associação com SARRN é de 15 a 30% em casos associados a ventilação assistida
Quadro clínico:
o PIORA SÚBITA
o Pneumopatia pré-existente
o Manobras de reanimação
o Respirador
o Aumento súbito pCO2
o Timpanismo
o Desvio de Ictus
o Abaulamento do tórax
Exames:
o Rx
Sempre AP
Ar na cavidade pleural
Desvio do mediastino
Rebaixamento do diafragma
Pneumopericárdio
o Transiluminação (sim, você vai enxergar através do
neninho. Igual faz na hidrocele, só que agora no pulmão)
Nênes prematuros são transparentinhos
Tratamento:
o Punção de emergência: diagnóstica e terapêutica
Escalpe 23 a 25
Terceiro espaço intercostal, linha
hemiclavicular
Borda superior da costela inferior (evita
lesão de artéria e nervo)
Pressão negativa
Manter em selo d'água
Dá pra retirar logo depois pq ele dobra
na água
o Dreno de tórax:
Dreno F10 ou F12
5º espaço intercostal, linha axilar média ou
anterior
3º espaço intercostal, linha hemiclavicular
Evita região mamilar
Drenagem em selo d'água
Deixa até parar de sair bolha
ALERGIAS ALIMENTARES – DR. ARISTIDES
Definições:
1. O que é reação adversa aos alimentos?
a. Reações de desconforto após a ingestão de um tipo de
alimento. A alergia alimentar é só um tipo.
b. Tipo: alergia alimentar, reação farmacológica,
c. Reações adversas aos alimentos:
Tóxicas: toxinas bacterianas, cafeína, tiramina
Não tóxicas: intolerância alimentar (IL, intolerância a
sacarose), alergia alimentar (imuno-mediada)
Alergia à proteína do leite de vaca (APLV) -> Tá bom TCC, chega de dar na minha cara
Mediada por IgE (Tipo I de G&C) - imediata
Imunidade celular (Tipo IV de G&C) - tardia
Epidemiologia: 2 a 3% dos lactentes, com ou sem LM -> Paraná 2800/ano - Curitiba 500 bebês/ano
o Maioria por ingerir ptn antes de 1 ano
o Minoria com AME e ainda assim dá ruim
Mediada por IgE: 20% dos casos (anafilaxia)
o Reações imediata
Não mediada por IgE: (imunidade celular)
o Reação ocorre mais de 2 horas após a ingestão
o Enteropatia alérgica (Sd de ná absorção) - 7%
o Colite alérgica - 35%
o Sintomas GI sem desnutrição (cólica, diarreia, vômitos) - 37%
o Constipação - 6%
Mista:
o Dermatite atópica (5%)
o Sintomas respiratórios (1%)
o Esofagogastroenterocolite eosinofílica
Etiologia:
o Leite de vaca (beta-lactoglobulina) -> (1ª mais comum no lactente); derivados de leite
o Leite de cabra
o Soja
o Ovo (2ª mais comum no lactente)
o Amendoim, nozes
o Camarão, marisco
o Trigo (3ª mais comum no lactente), arroz
Alergia cruzada:
o As proteínas de vários alimentos tem estrutura
molecular semelhante -> Faz alergia à todos eles
Ex.: Alergia ao trigo e alergia cruzada ao
centeio; APLV e alergia cruzada ao leite de
soja
Só entre alimentos semelhantes
Alergia às múltiplas proteínas
o Proteínas que não tem estrutura semelhante
Ex.: APLV e alergia a ovo (muito comum)
Secretaria municipal de saúde de Curitiba
o PAN - Agosto de 2006
Mais de 1500 lactentes suspeitos de APLV até julho de 2015
Lactentes de Curitiba que necessitam de fórmulas especiais
Possível reação adversa ao LV (APLV ou IL)
Não dispões LM suficiente
FS - Fórmula de soja
FHP - Fórmula de ptn extensamente hidrolizada
FAA - Fórmula de Aminoácidos
FSL - Fórmula sem lactose
Ahá -> Vão ter que ver meu TCC
o 1130 lactentes (sim, eu vi muito prontuário): de julho de 2009 a abril de 2016
432 sem APLV (38%)
698 com APLV (62%)
o Sem APLV - 432 lactentes:
Regurgitação funcional
Cólica infantil
Diarreia funcional
Sintomas GI do prematuro
IL
Dermatite atópica
Infecções recorrentes por creche
Asma
FTT
Encefalopatia crônica
Doenças genéticas e cromossômicas
Higidez
o Dar apoio a família: não só fórmula
Manifestações clínicas:
o Alergia Alimentar Mediada por IgE (imediata)
Popularmente é a mais temida (15 a 30%)
Indivíduo previamente sensibilizado: reação antígeno-IgE + mastócito ou basófilo *** histamina,
triptase, prostaglandinas, serotonina
"Descarga de fatores inflamatórios por destruição de mastócitos ou basófilos devido a
ligação do IgE específico com aquela ptn"
Alvo (localizada ou sistêmica - anafilaxia):
Trato GI (aumento de motilidade e secreções - vômitos, diarreia, cólicas) - Quase 40%
Vasos (dilatação, choque)
Pele (prurido, urticária, angioedema, eczema) -> Mais comum
Várias áreas (edema de glote, aumento de secreção, broncoconstrição) - 20%
o Enteropatia Alérgica (imunidade celular, tardia)
Na década de 90 esses nênes iam viver com Jesus
Síndrome de enterocolite induzida por ptn alimentar - FPIES
Lactente em desmame precoce: sd de má absorção grave
Antígeno ultrapassa a barreira mucosa - reação inflamatória na mucosa (linfócito T) - lesão dos
enterócitos e atreofia vilositária em placas (sd de ma absorção)
Sintomas: irritabilidade, anorexia, diarreia crônica esteatorreica, vômitos, desidratação,
desnitrição leve, moderada ou grave, anemia, deficiência de minerais e vitaminas, sepse, morte
"Eu vou morre. Eu estou de avisando. Você está me dando isso pra tomar e eu vou morrer"
Causa rara de morte após a evolução das fórmulas infantis (fórmulas de soja, hidrolisado proteico)
o Colite alérgica
Lactentes e pré-escolares: leite de vaca
Inflamação alérgica no reto e nos cólons
Dois tipos:
Colite erosiva (mais rara)
Diarreia muco-sanguinolente, cólica, anemia, estado nutricional preservado
Hiperplasia nodular linfoide do cólon (muito fequente)
Muitas vezes não é alérgica (hiperplasia linfoide por imaturidade imunológica, tipo de
microbiota intestinal, uso de atb, alergia, agentes infecciosos (...) - Falava sobre não
fazer mal para o nêne
o Sintomas de dismotilidade
Vômitos, cólica, diarreia
Vômitos e RGE intenso
Regurgitação
(...)
o Constipação
Quando é só por mecanismo alérgico -> Tem proctite
Lactente e pré-escolar: após desmame e início do LV
(...)
o Asma e rinite
Poucas vezes é alergia alimentar
Hemossiderose pulmonar (hemorragia pulmonar): grave
o Dermatite atópica:
10% dos bebês tem
Predisposição individual à atopia
Poucas vezes é alergia alimentar pura e solucionada 100% com dieta hipoalergênica
Difícil saber se está relacionada com a ptn alimentar -> Dermatite atópica tem tendência a ser
cíclico (melhora e piora) -> Pode coincidir a retirada da ptn com a melhora cíclica da dermatite
Como de faz o dx de APLV em lactente?
o Tem que haver algum sintoma atribuído à PLV
o O sintoma tem que desaparecer ao realizar a dieta de exclusão
o Reaparecimento ao realizar o TPO (teste de provocação oral)
Após 15 a 30 dias sem sintomas (maioria dos casos)
Após 2 ou 3 meses quando havia desnutrição
Após 2 a 9 meses na APLV mediada por IgE (teste supervisionado -> você dá leite para o neninho
na própria unidade de saúde)
Em um nêne que está bem, NÃO demore mais que 3 meses para fazer esse teste -> Neninho pode
desenvolver tolerância
Se der positivo -> Ok, ainda deu boa
Se ser negativo (os sintomas não reaparecem) -> Você não pode afirmar se o neninho tinha e
desenvolveu tolerância ou se nunca teve (Esses são os "APLV duvidoso" do meu TCC)
Tem um monte de exames, mas normalmente não precisa fazer
Tratamento:
Exclusão da proteína alimentar alergênica
Lactentes: MANTER LEITE MATERNO SEMPRE QUE
POSSÍVEL*
Substituição por fórmulas terapêuticas
Quando não tem mais LM
Fluxograma de terapia nutricional à proteína do
leite de vaca (está na outra página caso você não
tenha amor próprio e queira olhar)
ERROS INATOS DO METABOLISMO – DR. ARISTIDES
Isso aqui é basicamente o material que ele mandou pelo email com mais algumas (bem poucas) coisinhas
Caso clínico:
N.S.P.: 4a 4m; feminino; residente em Curitiba; informantes os pais
QP: Dor abdominal
HDA: Teve crises de dor abdominal forte, seguidas de diarréia de 7 evacuações, desde 1 ano de idade. Nos dias
de crise fica prostrada, mas não manifesta febre e nem vômitos. Houve fases de crises diárias de dor
abdominal, fases de dores rápidas uma a 3 vezes por semana e já chegou a ficar 3 meses sem dor. Começou a
acompanhar no Amb. Gastroenterologia Pediátrica com 3a 6m, e na primeira consulta foi observado atraso
neurológico, pois não falava quase nada e era de comportamento estranho. Foi encaminhada para a
Neuropediatria, que nas primeiras avaliações observou exame neurológico normal e a TAC normal, e à
Fonoaudiologia, que observou que ela entende tudo o que falam e se expressa com gestos. Solicitou exame
auditivo (sem resultados). A investigação básica para dor abdominal foi normal (US abdominal; HM, VHS, TGO,
TGP, glicemia, PPF, UC, PU). Com 3a 11m as dores e diarréias eram leves e esporádicas. Foi internada com 4a
1m, durante quadro febril, com crise convulsiva, vômitos, palidez, desidratação e hipoglicemia. Parece ter
sofrido regressão neurológica após este internamento.
AP: nasceu a termo, com P=3.450g; engatinhou com 8 meses e andou com 16 meses; é calma e alegre; leite
materno até 2 anos; apetite bom, alimentação variada, 600ml/dia de LV+F. Láctea; guloseimas bastante;
vacinas em dia.
AF: pais sadios; irmã de 8 anos sadia; renda familiar de 2 SM; casa de madeira, 3 cômodos; saneamento básico
completo.
Evolução:
Teve mais crises de vômitos, palidez, desidratação
Investigação da Neuropediatria:
Hipoglicemia na crise, sem cetonúria, com acidose metabólica (supeita de def. de acetil CoA da ac. Graxos de
cadeia média)
Amônia: 52ymol/L
Espectrometria de massa para ácidos orgânicos na urina: aumento do ác. 3-HO-butírico
Solicitada nova amostra para diagnóstico do tipo de acidemia orgânica ou acidúria glutárica tipo 1
Tratamento: Redoxon; Riboflavina; Carnitina; Epelin
2. Definição:
o EIM são doenças decorrentes de mutações em genes que codificam moléculas metabolicamente ativas
(enzimas, transportadores de proteínas), com consequente aumento de macronutrientes ou matabólitos
no sangue ou nos tecidos, determinando intoxicação aguda, alterações funcionais ou anatômicas.
o Quando manifestado por descompesação aguda, geralmente é desencadeado por ingestão excessiva de
certo nutriente, jejum prolongado, doenças infecciosas, febre.
o >500 doenças diferentes (15% das doenças genéticas conhecidas)
o 1/500 RN; 1/2000 RN vivos (as mais graves)
o Paraná - 65 casos/ano; Curitiba - 12 casos/ano
o Acompanhados por neonatologistas, neurologistas, gastroenterologistas, hematologistas,
endocrinologistas, nutrólogos pediátricos, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros,
...
o O campo de trabalho está aberto - Doenças órfãs -> Doenças raras e sem protocolos específicos
o Todos são doenças genéticas - Maioria é autossômica recessiva (consanguinidade, hx igual em outro
irmão)
o Manifestações: fase fetal/neonatal/lactente/pré-ecolar/escolar/adolescente/adulto
3. Manifestações:
o Período Neonatal:
Geralmente graves e precocemente letais
estado grave e que confunde com sepse, estenose de piloro:
recusa alimentar
vômitos
letargia
convulsão
coma
Laboratório: hiperamonemia; aumento lactato; acidose metabólica; hipoglicemia
Ex. Físico: hepatomegalia; esplenomegalia; odor incomum: pés suados, piscina, xarope de bordo,
repolho cozido, urina de gato, camundongo ou mofo.
Estabelecer diagnóstico, pois várias dessas doenças são tratáveis.
o Após o Período Neonatal: muitas vezes são as formas insidiosas das formas neonatais
retardo mental; deficiência motora; convulsões
odor incomum
vômitos incontroláveis cíclicos
acidose; deterioração mental e coma
hepato e/ou esplenomegalia
deformidades ósseas
cálculos renais
4. Classificação:
a. Defeitos do metabolismo dos aminoácidos: fenilcetonúria; tirosinemia; homocistinúria (metionina);
Doença de Hartnup (triptofano); acidemias orgânicas (valina, leucina, isoleucina); hiperglicinemia não-
cetótica; defeito do ciclo da uréia e hiperamonemia (def. ornitina-transcabemilase); etc.
b. Defeitos do metabolismo dos lipídeos: distúrbios da oxidação mitocondrial dos ac. graxos (def. de
desidrogenase da acil-CoA de cadeia média e outras); defeitos do ciclo da carnitina; doenças
peroxissômicas (Sd. Zellweger, etc.); adrenoleucodistrofia ligada ao X; hiperlipidemias hereditárias
(hipercolesterolemia familiar; hiperlipidemia combinada familiar); lipidoses (Gangliosidose GM1; Tay-
Sachs – G. GM2; Gaucher; Niemann-Pick; Fabry; Fucosidose; Krabbe; Farber; Wolman).
c. Defeitos no metabolismo dos carboidratos: doenças de depósito de glicogênio (glicogenoses hepáticas I,
III, IV, VI, IX), Fanconi, Pompe, etc.); Galactosemia; Intolerância hereditária a frutose.
d. Mucopolissacaridoses: I – Hurler e Scheie; II – Hunter; III – Sanfilippo; IV – Morquio; VI – Maroteaux-
Lamy, etc.
e. Distúrbios no metabolismo das purinas e pirimidinas
f. Porfirias
Outra classificação
Grupo 1 - defeito do metabolismo intermediário que culmina com intoxicação afuda ou crônica
AA, ác. Orgânicos, ciclo da ureia, intolerância à açúcares
Grupo 2 - Defeitos na produção e utilização de energia
Afeta metabolismo intermediário no fígado, músculo, cérebro
Glicogenoses, hiperlacticemias
Grupo 3 - Doenças de defeito de síntese ou catabolismo de moléculas complexas
Alterações permanentes, progressivas e grotescas (palavras do Aristides)
Doenças lisossômicas (mucopolissacaridoses, lipidoses), doenças peroxissômicas, porfiriras
5. Diagnóstico: teste de triagem neonatal; diagnóstico é diferente em cada doença
6. Tratamento:
a. Dietético
i. Terapia dietética: fórmulas especiais; ritmo alimentar; dietas de exclusão; suporte nutricional
ii. É o maior número de doenças tratáveis
iii. Suporte nutricional, restrições, exclusões, adições, fórmulas metabólicas
b. Emergência, enfermaria, UTI
i. Hidratação, soro glicosado IV, exclusões dietéticas, diálise, exosanguineotransfusão
c. Terapia de reposição enzimática (altíssimo custo)
i. Disponível para cerca de 10 doenças
d. Transplante de medula óssea
e. Transplante de fígado
o Na asfixia -> redistribuição do DC com o objetivo de preservar a perfusão do SNC, o coração e das
adrenais (primos ricos felizes pq são VIPs)
o Os tecidos periféricos, vísceras abdominais e os pulmões se tornam hipoperfundidos (na imagem eles
estão felizes pq na pediatria tudo é fofinho, mas na vida real eles estão full pistola pq o sangue trocou
eles pelos primos ricos), em detrimento dos órgãos nobres
o Entretantato, quando o processo hipóxico-isquemico persiste, o SNC, coração e adrenais também são
acometidos (aí geral pistola fortemente)
Encefalopatia hipóxico-isquêmica
Síndrome clínica caracterizada por evidências clínicas e laboratoriais de lesão cerebral aguda ou subaguda
secundária a asfixia (hipóxia, acidose)
Em grande parte dos casos, o tempo exato e a causa base da lesão são desconhecidos
Principal causa: Asfixia (evento perinatal agudo)
Critérios dx
Presença de pelo menos 3 dos seguintes critérios
1. Acidose metabólica grave, ou acidemia mista (pH atr. Umbilical <7,0)
Metabolismo anaeróbio (acidose lática e alterações renais)
2. Nota de APGAR entre 0 e 3 ao 5º min de vida (Lembrando que o dx de asfixia era APGAR <7 no 5º
minuto)
3. Sequelas neurológicas no período neonatal imediato: convulsões, coma, hipotonia, encefalopatia
hipóxico-isquêmica
Sinais de que o cérebro está desconectando -> Tá queimando o chip
4. Evidência de disfunção de múltiplos órgãos no período neonatal imediato
Fatores de risco -> Qualquer coisa que faça o nêne não nascer bem
Maternos: HAS ou pré-eclâmpsia, DM, drogas, hipotensão, infecção/BR prolongada/trabalho de parto
prolongado -> Tudo que dificulte o nascimento dessa criança
Fetais: anemia, infecção, RCIU, pós-datismo (meconial), malformações congênitas, prematuridade
Conduta
1º passo: interromper o processo de asfixia
o Reanimação adequada na sala de parto
o Correção da hipóxia* e da hipercapnia (oxigenar e ventilar)
*Cuidar com hiperóxia também
o Nêne não tem boa vitalidade e não consegue fazer a transição para a ventilação pulmonar - estabeler
uma boa ventilação e combater a hipercapnia
2º passo: período pós-natal imediato
o Identificar os critérios que levaram ao dx da síndrome hipóxico isquêmico
o APGAR, sinais neurológicos, história materna, condições de nascimento; para identificar o risco que a
criança corre
o Critérios:
1. Gasometria (na primeira hora que entrou na UTIN) com acidose metabólica: pH<7,0
2. Encefalopatia moderada ou grave de instalação precoce
3. Evento hipóxico antes ou durante o parto
4. APGAR <=3 no 5º min ou <5 no 10º min
3º passo: garantir boa oxigenação e perfusão tissular
o Manter pressão de perfusão cerebral -> manter PA sistêmica adequada (melhor medida)
Não deixa esse nêne fazer hipotensão
Esse nêne tem perda de tônus (inclusive dos vasos) -> Grande chance de fazer hipotensão
o Correção agressiva da hipotensão: expansão volêmica, uso de aminas vasoativas
10ml/kg - confere a cada 20/30 minutos -> Se não está funcionando depois de 3 expansões, tenta
as drogas vasoativas
Dopamina é uma boa droga
Melhor acesso central no RN é o umbilical (bom calibre, boa visualização)
Problema que faz vasoespasmo loucamente
Hipotensão só ocorre no choque quando já perdeu os mecanismos de autorregulação. Sinais mais
precoces são taquicardia, pulso fino, perfusão lentificada, extremidades frias
4º passo
o Manter a homeostase
Suporte ventilatório conforme a necessidade do RN
Euglicemia (nem hipo, nem hiper), hidratação SEM HIPERHIDRATAR
Corrgir os distúrbios hidroeletrolíticos
Suporte nutricional
Controle de convulsões
Sistema respiratório
******É frequente a associação entre asfixia e hipertensão pulmonar persistente do RN (HHP - hipertensão
pulmonar persistente)******
o Aumento da resistência vascular pulmonar, não ocorre a transição do padrão fetal do pulmão do RN
(vasos permanecem fechados)
****** Ela falou que tem muita cara de questão de prova haha
Broncoaspiração de mecônio
Hemorragia pulmonar
Sistema cardíaco
Maior trabalho do miocárdio para a redistribuição sanguínea
Isquemia miocárdica transitória (lesão característica da anóxia grave) - depois do nascimneto pode ter
transitoriamente: disfunção contrátil, bradicardia
o Disfunção contrátil (dobutamina e primacor)
o Passos:
Expansão -> Encho o vaso
Vasopressores (Dopamina)
Melhorar contratilidade (dobutamina e primacor)
o PAM:
Primeiros 5 dias de vida -> PA = IG da criança (mínimo de PA)
Depois de 5 dias de vida -> Prematuro > 1500g -> PAM mínima de 40
Insuficiência cardíaca
CK, CKmb
Ecocardio - ver sinais de disfunção ventricular
Se necessário - utilizar aminas pressoras
Sistema digestivo
Isquemia do TGI - enterocoline necrosante (faz lesão com proliferação bacteriana que pode chegar até a
perfurar o intestino, principalmente no prematuro) - mais grave
Dismotilidade do TGI
o Sinais de motilidade adequada - RHA
Dieta zero = nutrição parenteral total
o Só comaça a alimentar quando tem sinais de motilidade adequada (RHA, rx com sinais de melhor
distribuição gasosa, diminuição da distensão, está evacuando, ...)
24h de oxigenação e perfusão adequada retoma a função intestinal
Sistema hematológico
CIVD - torna o quadro de anóxia muito mais grave
o Diminuição dos fatores de coagulação
o Diminuição das plaquetas -> Aí faz sangramento pulmonar
o Sangramento em locais de veno-punção, equimoses, hematomas, petéquias, hematúria, hemorragia
digestiva, melena
Sistema renal
Oligo-anúria (diurese <1ml/kg/h)
NECROSE TUBULAR AGUDA (lesão característica) - insulto nos túbulos renais e diminui filtração glomerular
o Normalmente se resolve em 48h - se persistir pensar em IR
Esse nêne é oligoanúrico nas primeiras horas de vida, tem edema
o Se não elimina 1-1,5ml/kg/hora -> Faz lásix
EAS: hematúria e proteinúria
Creatinina sérica não reflete a insuf renal nas 24h
Vigiar sinais de IRA
Distúrbios metabólicos
Inicialmente há uma hiperglicemia por aumento na liberação de catecolaminas e cortisol, seguida de
hipoglicemia causada pelo consumo excessivo dos depósitos de glicogênio hepático
A hipocalcemia (comum) precoce é secundária a insuficiencia renal e à redução transitória da secreção de
hormonios da paratireoide
o Hipoparatireoidismo transitório (primeiros 4 dias de vida)
-> Você cuida do nêne como um todo e por fora está correndo atrás de diminuir a lesão cerebral
Encefalopatia hipóxico-isquêmica
A lesão cerebral secundária à hipóxia-isquemica se dá em duas fases separadas por uma fase de latência
Fase aguda de hipoxia e isquemia, ocorre necrose neuronal por privação do O2
o "Necrose é necrose. Já morreu. Não tem o que fazer" - Dra. Ju
Após reanimação e a reperfusão do SNC há um período de latência que não dura mais de 6 horas, seguido
pela fase tardia -> apoptose neuronal (os neurônios que não morreram na primeira fase podem morrer agora)
o A ideia é tentar fazer com que não ocorra a apoptose
Essa fase tardia pode durar por vários dias e a sua intensidade será a maior responsável pelo
neurodesenvolvimento futuro desde RN
Tratamentos neuroprotetores
Quanto maior a anóxia maior a área de necrose
Grande parte da lesão cerebral ocorre na fase de reperfusão e reoxigenação (aumenta cálcio no citosol;
aumenta AA excitatórios - glutamato; aumento de radicais livres e citocinas) - causando a apoptose na área de
penumbra
Zona de penumbra (ao redor da zona de necrose): é uma zona de reação inflamatória
Todas as estratégias neuroprotetoras após o evento hipóxico visam evitar a morte de estruturas da zona de
penumbra
Hipotermia
A hipotermia para RN a termo ou próximo a termo com asfixia moderada a grave diminuiu a mortalidade e
assegurou melhora no prognóstico neurológico avaliado no follow-up e por imagens de RM
o NÃO tem protocolo para RNPT
Por que é neuroprotetora?
o Diminui o fluxo sanguineo cerebral (diminui o metabolismo total -> Morte neuronal muito menor ->
TOP)
o Diminui as necessidades metabólicas
o Reduz os AA neuro-excitatórios e a resposta inflamatória
Com isso:
o Reduz o edema cerebral, a ativade convulsiva e a apoptose
o Diminui a área de penumbra
-> Se for bem feita é super TOP ("Mas no Brasil ainda é Tabajara" - Dra. Ju)
Quando iniciar
o O mais precoce possível
o Importante: atuar logo no início da reperfusão, minimizando os efetios da entrada de O2
o Período de latência é variável entre as espécies e é muito menor no RN que no adulto
o RN: 2 a 6h após o insulto hipóxico-isquêmico
Como praticar
o Seletiva - capacete
o Sistêmica - bolsas de gelo e infusão de soluções geladas
Faz sedação com fentanil continuo
Protege a pele com gaze ou algodão
Deixa uma enfermeira só pra esse nêne -> Mede a temperatura de 30/30minutos
o Hipotermia moderada: temperatura central entre 33-34°C
Os australianos são TOP nisso. Mantém constante em 33°C
o Utilizar pelo menos por 12 horas e até 72h
o Na hora de tirar da hipotermia -> aumenta 0,5°C a cada 2 horas
Critérios de exclusão
o Prematuro < 35 sem
o PN < 1800g
o Choque refratário
o Bradicardia persistente (FC < 60)
o Sangramento ativo
POR FAVOR TIDINHO, NÃO FERRA NA PROVA!!!!