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18 de setembro de 2017

TEOREMA DA FUNÇÃO IMPLÍCITA

Funções de duas variáveis


Lema 1. Sejam I e J intervalos abertos de R. Se f : I × J → R é uma função de classe C 1 . Então
dado (a, b) ∈ I × J, para todo (x, y) ∈ I × J existe (ξ, η) ∈ I × J tal que
∂f ∂f
f (x, y) − f (a, b) = (x − a) (ξ, y) + (y − b) (a, η). (1)
∂x ∂y
Demonstração. Note que
f (x, y) − f (a, b) = (f (x, y) − f (a, y)) + (f (a, y) − f (a, b)). (2)
Seja h(y) = f (a, y), para todo y ∈ J. Pelo T.V.M.∗ , para todo y ∈ J existe η entre y e b tal que
h(y) − h(b) = (y − b)h0 (η).
Mas h0 (η) = ∂f ∂y
(a, η) e h(y) − h(b) = f (a, y) − f (a, b). Assim, as segundas parcelas dos lados
direitos das equações (1) e (2) são iguais. Analogamente, fixando y ∈ J e considerando a função
gy (x) = f (x, y), para todo x ∈ I e usando de novo o T.V.M., obtemos a primeira parcela do lado
direito de Equação (1).
Teorema 2 (Teorema da Função Implı́cita). Sejam I e J intervalos abertos de R e f : I × J → R,
uma função de classe C 1 . Se (p, q) ∈ I × J é tal que ∂f
∂y
(p, q) 6= 0. Então existem ε, δ > 0 tais que:
0 0
para todo x ∈ I = (p − δ, p + δ) existe um único y ∈ J = (q − ε, q + ε) satisfazendo
f (x, y) = f (p, q).
Ou seja, existe uma função φ : I 0 → J 0 tal que o gráfico de φ é {(x, y) ∈ I 0 × J 0 : f (x, y) = f (p, q)}.
Ainda mais, φ é de classe C 1 e
∂f
0 ∂x
(x, φ(x))
φ (x) = − ∂f ,
∂y
(x, φ(x))
para todo x ∈ I 0 .
Demonstração. Existência. Suponhamos, sem perda de generalidade† , que ∂f∂y
(p, q) > 0. Como
∂f
∂y
é contı́nua, existem c, ε > 0 tais que I = (p − ε , p + ε ) ⊂ I, J = (q − ε 0 , q + ε 0 ) ⊂ J,
0 00 0 0 00

I 00 × J 00 ⊂ I × J e
∂f
(x, y) > c, (3)
∂y
para todo (x, y) ∈ I 00 × J 00 . Além disso, como ∂f
∂x
é contı́nua e I 00 × J 00 é compacto, existe M > 0
tal que
∂f
(x, y) 5 M, (4)
∂x

para todo (x, y) ∈ I 00 × J 00 .


0
Agora, sejam ε = ε2 e δ = 12 min ε 0 , M . Fazendo I 0 = (p − δ, q + δ), temos que I 0 ⊂ I 00 . Assim,
 εc

por (4) e pela escolha de δ obtemos



∂f
(x − p) (ξ, y) 5 δM < εc, (5)
∂x

Teorema do Valor Médio

Para o caso ∂f ∂f
∂y (p, q) < 0, trocamos (3) por − ∂y (x, y) > c.

1
se x, ξ ∈ I 0 e y ∈ J 00 . Seja (ξ, η) como no Lema 1 para (a, b) = (p, q), então segue de (1) e (5) que
∂f ∂f
−εc + (y − q)
(p, η) < f (x, y) − f (p, q) < εc + (y − q) (p, η). (6)
∂x ∂x
Em particular, fazendo y = q + ε, de (3) junto com primeira desigualdade de (6) segue que
∂f
(p, η) < f (x, q + ε) − f (p, q).
0 < −εc + ε
∂x
Da mesma forma, fazendo y = q − ε, de (3) junto com segunda desigualdade de (6) segue que
∂f
f (x, q − ε) − f (p, q) < εc − ε
(p, η) < 0.
∂x
Portanto fixando x ∈ I0 e fazendo kx (y) = f (x, y) − f (p, q), y ∈ J 0 , temos que
kx (q − ε) < 0 < kx (q + ε).
Seja J 0 = (q − ε, q + ε). Temos que J 0 ⊂ J 00 e pelo T.V.Int.‡ existe yx ∈ J 0 tal que kx (yx ) = 0, i.e.,
f (x, yx ) = f (p, q).
Mas tal yx é único, pois kx é injectiva já que kx 0 (y) = ∂f
∂y
(x, y) > 0, para todo y ∈ J0 .
Diferenciabilidade contı́nua. Seja φ : I → J onde φ(x) é o único elemento de J 0 tal que
0 0

f (x, φ(x)) = f (p, q),


para todo x ∈ I 0 . Sejam x, u ∈ I0 , y = φ(x) e v = φ(u). Se (ξ, η) é como no Lema 1 para
(a, b) = (u, v). Segue da Equação (1) que
∂f ∂f
f (x, φ(y)) − f (u, φ(v)) = (x − u) (ξ, φ(x)) + (φ(x) − φ(u)) (u, η). (7)
∂x ∂y
Mas f (x, φ(x)) = f (p, q) = f (u, φ(v)), assim o lado esquerdo da Equação (7) se anula. Então
(x − u) ∂f
∂x
(ξ, φ(x))
φ(x) − φ(u) = − ∂f
. (8)
∂y
(u, η)
Usando (3) e (4), de (8) obtemos
M
|φ(x) − φ(u)| 5 |x − u|
.
c
Logo φ é de Lipschitz e, portanto, contı́nua. Finalmente, pela Equação (8) usando a continuidade de
φ temos que
∂f
φ(x) − φ(u) ∂x
(x, φ(x))
lim = − ∂f ,
u→x x−u ∂y
(x, φ(x))
pois η está entre φ(u) e φ(x). Isto é, φ é diferenciável e
∂f
0 ∂x
(x, φ(x))
φ (x) = − ∂f
,
∂y
(x, φ(x))
∂f ∂f
para todo x ∈ I 0 . Mas ,
∂x ∂y
e φ são contı́nuas, assim φ 0 também o é.
Observação 1. Note que y = φ(x) é a única solução da E.D.O.
∂f
dy ∂x
(x, y)
= − ∂f
dx ∂y
(x, y)
com condição inicial y(x0 ) = y0 .

Teorema do Valor Intermediário.

2
Funções de três variáveis ou mais variáveis
Proposição 3 (Teorema do Valor Médio). Seja g : U → R uma função de classe C 1 , onde U ⊂ Rn
é um conjunto aberto§ e convexo¶ . Dados p, q ∈ U existe ξ no segmento que liga p e q tal que
n
X ∂g
g(q) − g(p) = (qi − pi ) (ξ),
i=1
∂xi

onde p = (p1 , p2 , . . . , pn ) e q = (q1 , q2 , . . . , qn ).


Demonstração. Seja G(t) = g(tq + (t − 1)p), para todo t ∈ [0, 1]. Temos que G é contı́nua em [0, 1]
e diferenciável em (0, 1). Pelo T.V.M. existe θ ∈ (0, 1) tal que

G(1) − G(0) = (1 − 0)(G(1) − G(0)) = G0 (θ).

Mas G(1) − G(0) = g(q) − g(p), e, pela regra da cadéia,


n
0
X ∂g
G (θ) = (qi − pi ) (θq + (θ − 1)p).
i=1
∂x i

Assim, fazendo ξ = (θq + (θ − 1)p) obtemos o resultado.


Lema 4. Sejam I = I1 × I2 × · · · × In uma caixa aberta de Rn e J um intervalo aberto de R.
Se f : I × J → R é uma função de classe C 1 . Então dado (a1 , a2 , . . . , an , b) ∈ I × J, para todo
(x1 , x2 , . . . , xn , y) ∈ I × J existe (ξ1 , ξ2 , . . . , ξn , η) ∈ I × J tal que
n
X ∂f ∂f
f (x1 , x2 . . . , xn , y) − f (a1 , a2 , . . . , an , b) = (xi − ai ) (ξ1 , ξ2 , . . . ξn , y) + (y − b) (a1 , a2 , . . . , an , η).
i=1
∂x ∂y
(9)
Demonstração. Note que

f (x1 , x2 , . . . , xn , y) − f (a1 , a2 , . . . , an , b) = (f (x1 , x2 , . . . , xn , y) − f (a1 , a2 , . . . , an , y))+


+ (f (a1 , a2 , . . . , an , y) − f (a1 , a2 , . . . , an , b)). (10)

Pelo mesmo argumento na demosntração do Lemma 1 (usando h(y) = f (a1 , a2 , . . . , an , y), para todo
y ∈ J), vemos que as segundas parcelas dos lados direitos das equações (9) e (10), para um certo η
entre y e b, são iguais.
Agora, fixando y ∈ J e considerando a função gy (x1 , x2 , . . . , xn ) = f (x1 , x2 , . . . , xn , y), para
todo (x1 , x2 , . . . , xn ) ∈ I e usando a Proposição 3, obeservamos que as primeiras parcelas dos lados
esquerdos das equações (9) e (10), para um certo ξ = (ξ1 , ξ2 , . . . , ξn ), são iguais.
Teorema 5 (Teorema da Função Implı́cita). Sejam I = I1 × I2 × · · · × In uma caixa aberta de Rn , J
um intervalo aberto de R e f : I × J → R, uma função de classe C 1 . Se (p1 , p2 , . . . , pn , q) ∈ I × J é
tal que ∂f∂y
(p1 , p2 , . . . , pn , q) 6= 0. Então existem ε, δ > 0 tais que: para todo x = (x1 , x2 , . . . , xn ) com
xi ∈ Ii 0 = (pi − δ, pi + δ), i = 1, 2, . . . , n, existe um único y ∈ (q − ε, q + ε) = J 0 satisfazendo

f (x1 , x2 , . . . , xn , y) = f (p1 , p2 , . . . , pn , q).

Ou seja, existe uma função φ : I 0 → J 0 , onde I 0 = I1 0 × I2 0 × · · · × In 0 , tal que o gráfico de φ é

{(x1 , x2 , . . . , xn , y) ∈ I 0 × J 0 : f (x1 , x2 , . . . , xn , y) = f (p1 , p2 , . . . , pn , q)}.


§
Ou seja, para todo p ∈ U exite uma caixa aberta contendo p e contida em U .

I.e., dados p, q ∈ U o segmento ligando p e q está contido em U .

3
Ainda mais, φ é de classe C 1 e
∂f
∂φ ∂xi
(x1 , x2 , . . . , xn , φ(x1 , x2 , . . . , xn ))
(x1 , x2 , . . . , xn ) = − ∂f ,
∂xi ∂y
(x 1 , x2 , . . . , x n , φ(x 1 , x2 , . . . , x n ))

para todo (x1 , x2 , . . . , xn ) ∈ I 0 .


Demonstração. A demonstração é análoga à do Teorema 2. Para isso usarmos o Lema 4 em lugar
do Lema 1 e trocamos x, p, ∂f ∂x
∂f
e I 00 por (x1 , x2 , . . . , xn ), (p1 , p2 , . . . , pn ), ∂xi
, i = 1, 2, . . . , n e
I1 00 × I2 00 × · · · × In 00 , respecivamente, onde

Ii 00 = (pi − ε 0 , pi + ε 0 ) ⊂ Ii , para todo i = 1, 2, . . . , n.

Além disso trocamos M pelo max{M1 , M2 , . . . , Mn }, onde



∂f
∂xi (x1 , x2 , . . . , xn , y) 5 Mi , i = 1, 2, . . . , n,

para todo (x1 , x2 , . . . , xn , y) ∈ I1 00 × I2 00 × · · · × In 00 × J 0 .


Finalmente, devemos escolher δ = min ε 0 , nM εc
.

Aplicações de várias variáveis com valores vetoriais


Definição 1. Sejam I ⊂ Rn e J ⊂ Rk caixas abertas. Se fi : I × J → Rk , i = 1, 2, . . . , k são funções
de classe C 1 definimos o Jacobiano de f1 , f2 , . . . , fk em relação às variáveis u1 , u2 , . . . , uk por
 ∂f1 ∂f1 ∂f1 
∂u1 ∂u2
· · · ∂uk
∂(f1 , f2 , . . . , fk )  ∂f2 ∂f2 · · · ∂f2 
:= det  ∂u. 1 ∂u. 2 . ∂uk 
.

∂(u1 , u2 , . . . , uk )  .. .. . . ... 

∂fk ∂fk ∂fk
∂u1 ∂u2
··· ∂uk

Teorema 6 (Teorema da Função Implı́cta). Sejam I = I1 ×I2 ×· · ·×In ⊂ Rn , J = J1 ×J2 ×· · ·×Jk ⊂


Rk caixas abertas e f : I × J → Rk uma aplicação de classe C 1 . Se

f (x, y) = (f1 (x, y), f2 (x, y), . . . , fk (x, y)),

para todo (x, y) = (x1 , x2 , . . . , xn , y1 , y2 , . . . , yk ) ∈ I ×J e (p, q) = (p1 , p2 , . . . , pn , q1 , q2 , . . . , qk ) ∈ I ×J


é tal que
∂(f1 , f2 , . . . , fk )
(p, q) 6= 0.
∂(y1 , y2 , . . . , yk )
Então existem existem caixas abertas I 0 ⊂ I e J 0 ⊂ J contendo p e q, respectivamente, tais que para
todo x ∈ I 0 existe um único y ∈ J 0 tal que

f (x, y) = f (p, q).

Ou seja, existem funções de classe C 1 φj : I 0 → J 0 , j = 1, 2, . . . , k tais que o gráfico de φ =


(φ1 , φ2 , . . . , φk ) é
{(x, y) ∈ I 0 × J 0 : f (x, y) = f (p, q)}.
Ainda mais, as derivadas parciais de φ1 , φ2 , . . . , φk estão determinadas pelo sistema de equações
seguinte
k
∂fi X ∂φl ∂fi
(x, φ(x)) + (x) (x, φ(x)) = 0, (11)
∂xj l=1
∂xj ∂yl
para todos x ∈ I 0 , i = 1, 2, . . . , k e j = 1, 2, . . . , n.

4
Demonstração. Faremos indução sobre k. O caso k = 1 é o Teorema 5. Nossa hipótese de indução
∂(f1 ,f2 ,...,fm+1 )
é que o resultado é verdadeiro para k = m. Se k = m + 1, como ∂(y 1 ,y2 ,...,ym+1 )
(p, q) 6= 0, existem
∂fi
i, j ∈ {1, 2, . . . , m + 1} tais que ∂yj (p, q) 6= 0. Sem perda de generalidadek podemos supor que
∂fm+1
∂ym+1
(p, q) 6 0. Assim, aplicando o Teorema 5 à função fm+1 , existem caixas abertas I 00 ⊂ I e
=
J ⊂ J, contendo p e q, respectivamente, e uma função de classe C 1 ψ : I 00 × K 00 → Jm+1 00 , onde
00

K 00 = J1 00 × J2 00 × Jn 00 com J 00 = K 00 × Jm+1 00 , tal que

(x, y1 , y2 , . . . , ym , ym+1 ) ∈ I 00 × Jm+1 0 e fm+1 (x, y1 , y2 , . . . , ym , ym+1 ) = fm+1 (p, q)


⇐⇒ .
ym+1 = ψ(x, y1 , y2 , . . . , ym )

além disso
∂fm+1 ∂fm+1 ∂ψ
+ = 0 j = 1, 2, . . . , m, (12)
∂yj ∂ym+1 ∂yj
para todo j = 1, 2, . . . , m. Seja g : I 00 × K 00 → Rm , onde g = (g1 , g2 , . . . , gm ) e

gi (x, y1 , y2 , . . . , ym ) = fi (x, y1 , y2 , . . . , ym , ψ(x, y1 , y2 , . . . , ym )),

para todo i = 1, 2, . . . , m e para cada (x, y1 , y2 , . . . , ym ) ∈ I 00 × K 00 . Pela regra da cadéia temos que
∂gi ∂fi ∂fm+1 ∂ψ
= + , i, j = 1, 2, . . . , m . (13)
∂yj ∂yj ∂ym+1 ∂yj
Em particular, para ym+1 = ψ(x, y1 , y2 , . . . , ym ) temos que
∂(f1 , f2 , . . . , fm , fm+1 ) ∂(g1 , g2 , . . . , gm ) ∂fm+1
(x, y) = (x, y1 , y2 , . . . , ym ) (x, y),
∂(y1 , y2 , . . . , ym , ym+1 ) ∂(y1 , y2 , . . . , ym ) ym+1
pois para calcular o determinante do lado esquerdo substituimos a j-ésima coluna da matriz pela
soma desta com sua (m + 1)-ésima coluna multiplicada por ∂ψ
yj
e usando (12) e (13) obtemos o lado
∂(g1 ,g2 ,...,gm )
esquerdo. Logo ∂(y 1 ,y2 ,...,ym )
(p, q1 , q2 , . . . , qm ) 6= 0 e, pela hipótese de indução, existem caixas abertas
I ⊂ I e K ⊂ K , contendo p e (q1 , q1 , q2 , . . . , qm ), respectivamente, e funções de classe C 1
0 00 0 00

φ1 , φ2 , . . . , φm : I 0 → K 0 ,

tais que

(x, y1 , y2 , . . . , ym ) ∈ I 0 × K 0 e gi (x, y1 , y2 , . . . , ym ) = gi (p, q1 , q2 , . . . , qm ) para todo i = 1, 2, . . . , m


⇐⇒ .
(y1 , y2 , . . . , ym ) = (φ1 (x), φ2 (x), . . . , φm (x))

para todo x ∈ I 0 . Finalmente, fazendo φm+1 (x) = ψ(x, φ1 (x), φ2 (x), . . . φm (x)), para todo x ∈ I 0 ,
J 0 = K 0 × Jm+1 0 e φ = (φ1 , φ2 , . . . , φm , φm+1 ) temos que φ : I 0 → J 0 é de classe C 1 com

(x, y) ∈ I 0 × J 0 e f (x, y) = f (p, q) ⇐⇒ y = φ(x).

Logo

fi (x1 , x2 , . . . , xn , φ1 (x1 , x2 , . . . , xn ), φ2 (x1 , x2 , . . . , xn ), φm+1 (x1 , x2 , . . . , xn )) = f (p, q),

para todo (x1 , x2 , . . . , xn ) ∈ I 0 e cada i = 1, 2, . . . , m, m + 1. Aplicando ∂


∂xj
nas equações acima, para
j = 1, 2, . . . , n, obtemos (11).

k
Em caso contrário consideramos uma nova aplicação f˜ permutando fi e yj com fm+1 e ym+1 , respectivamente.

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