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COLOGIA EDUCACIONAL E SUAS CONEXOES COM. DIVERSAS AREAS DE PSICOLOGIA 1e Proenca, Principio, principiando principiar quiero por ver si principiando principiar puedo. Ricardo Palma IntRopu¢io Inicio este texto inspirada em sua epigrafe e considerando que seara do conhecimento, rupturas das mais diversas naturezas epis- oldgicas constituiram e constituem possibilidades de explicar a idade ou procurar aproximagées com os fenédmenos a serem es- dos. Se principiar, podemos como afirma Palma, considerar que das dreas em que tais rupturas aconteceram foi aquela em que se nstituiu e se constitui a relacdo entre Psicologia e Educacdo. Assim, discorrer sobre 0 tema Psicologia Educacional e suas cone- com as diversas dreas da Psicologia é, de alguma forma, repensar trajetoria da aproximagao entre dois importantes campos de conhe- smento Psicologia e Educagao, cuja relacZo vem se estabelecendo ha ‘mais de um século, atravessada pelas teorias da aprendizagem e do desenvolvimento humano que constitufram grande parte do ideério pedagégico brasileiro. Enquanto campo de atuacdo, a escola foi um os primeiros espagos institucionais em que psicdlogos atuaram no Brasil, conforme analisam os trabalhos de Mitsuko Antunes (2003) ¢ Maria Helena Souza Patto (1984; 1990), ocasido em que Laboratorios ram criados nas Escolas Normais, visando trazer o conhecimento de uma ciéncia ainda jovem, a Psicologia, para a compreensio das difi- culdades enfrentadas pelos educadores na escola’. Nomear a relagdo historicamente estabelecida entre Psicologia ¢ Educagéo vem sendo objeto de debates e reflexdes de varios profis sionais e pesquisadores, até os dias de hoje, que se debrugam sobre © tema: como defini-la e ao realizar esta tarefa, como nomed-la? Se ria uma area de conhecimento ou um campo de atua¢ao profissional? Nomeé-la entio como Psicologia Escolar? Psicologia da Educaciot Psicologia Educacional? Psicologia Escolar e Educacional? Uma das recentes discuss6es trazidas por Meira (2000), baseada nos embates presentes na constituigao da Psicologia Escolar no Brasil, com a qual concordamos, nos leva a considerar que a Psicologia Escolar ¢ um campo de estudo e de atuacao profissional e ao ser pensada como til ressalta a importancia da constituigao de um referencial tedrico-meto dolégico que embase a pratica profissional e que a relagao estabelecidt com 0 fendmeno educativo possibilite a ampliagio dos procedimentos. © explicagdes que s4o fundamentais para a compreensio da complexi dade das agées do sujeito humano no seu encontro com a Educagiio. As discussées advindas da década de 1980 passaram a repensi tarefa do psicélogo, defendendo a necessidade de mudanga nos rell renciais tedricos na compreensao das questées escolares, com vistiy i promover 0 desenvolvimento de praticas pedagdgicas de melhor quit lidade, Esse movimento de critica se fortaleceu no campo da Psico logia Escolar e atualmente podemos considerar que temos, no Brasll, um conjunto de trabalhos de intervengio e de pesquisa que: a) rompe com a culpabilizagao das criangas, adolescentes ¢ suas familias pelt dificuldades escolares; b) constréi novos instrumentos de avaliagia, psicoligica e de compreensio da queixa escolar; c) articula importan tes ages no campo da formacao de professores e de profissionais de satide; d) propée formas de atuagao que engendram as finalidades da educagao, E possivel afirmar que de fato se constitui uma corrente c tica no campo da Psicologia Escolar, considerando-a como drea de estu dos da Psicologia, de atuagio e de formagio do psicdlogo que busca compreender o fendmeno educacional como produto das relagées que se estabelecem no interior da escola. Escola essa, atravessada pelas po- Iiticas educacionais, pela historia local de sua constituicio enquanto instituigdo e enquanto referéncia educacional e de aquisigéo de conhe- cimento pelos sujeitos que a constituem e nela se constituem’, A Psicologia se amplia para sua dimensio educativa e passa a se fazer presente nos mais diversos campos educacionais: na area da Crianga e do Adolescente, atuando com projetos de inclusao social, planejamento de agées comunitédrias e sociais, de aco junto a jovens em liberdade assistida; em programas na Area do idoso; prevengio de doengas sexualmente transmisstveis e DST/AIDS; no campo de pro- gramas governamentais e no governamentais de formagdo de edu- cadores; nos 6rgios de Controle Social, Foruns Estaduais e Nacional, dentre outros. Mas essa ampliacao no campo de atuagao na direcao da Educagéo nao poderd se fortalecer se juntamente com ela néo com- parecerem as bases tedricas para a construg4o de uma pratica de fato informada, qualificada e critica. Precisamos estar sempre atentos para responder as finalidades do trabalho que vimos desenvolvendo, discutindo e analisando por qué e para que realizar uma determinada intervengao ou agao, sob pena de hos transformarmos em animadores ou educadores sociais ou técni- cos qualificados, perdendo as especificidades do conhecimento psi- coldgico a servigo da edu 9, Em seguida, detalharemos as ideias apresentadas, A PSICOLOGIA ENQUANTO PROFISSAO, Iniciamos nossa fala destacando a importancia da regulamenta gio da profissiio de psicélogo, realizada em 1962, pela Lei n, 4,119 jonali de 27 de agosto. Esta regulamentagio permitiu a institu ago dla profissao, a instauragao de cursos de formagao de psicdlogos, den tre outros ganhos, mas também influenciou fortemente no modelo de formagao que passou a ser instaurado nacionalmente, Este modelo fol fortemente centrado no cardter clinico e de profissional liberal do ppsi- célogo, tendo, como centro da formagio, disciplinas que enfatizam on contetidos relativos ao psicodiagnéstico, As psicoterapias ¢ as téenl cas de exame psicoldgico, priorizando o atendimento individual do. cliente, nos moldes do modelo médico de consultério. (Mello, 1978) Lissa formagaio hegeménica levou a atrofia de outras areas de atuagio historicamente anteriores 4 propria pratica clinica como as dreas dis organizagées e de psicologia educacional/escolar. De 78 psicdlogos, no final da década de 1960, formados pela Faculdade de Filosofia Ol éncias e Letras da Universidade de Sao Paulo, chegamos até o momen to a aproximadamente 190.000 profissionais no Brasil. PsiCOLOGIA EscOLar: INfCIO DA DISCUSSAO EM BUSCA DE. UMA PRATICA CRITICA A Psicologia Escolar foi uma das primeiras areas no Brasil a esb0, gar uma critica 4 formagao profissional e ao modelo de atuagio psico” ldgica em educagao. O trabalho pioneiro de Maria Helena Souza Pato, de 1981, intitulado Psicologia e Ideologia: uma introdugao critica d Pal cologia Escolar, demonstrava esta anilise ao tecer as seguintes critica) concepgio de ciéncia da Psicologia, centrada no positivismo, na Psicometria e na Psicologia Diferencial; b) As expl cGes a respelta das dificuldades de aprendizagem, focadas na crianga e na teoria da caréneia cultural; ©) ao modelo clinica, psicoterapéutico e reeducativo de atuagio psicologica no atendimento & queixa escolar, ‘Tai cologia Escolar, destacando-se: a) a importincia de pesquisarmos os criticas tiveram repercussées importantes para a drea de Psi- fendmenos educacionais a partir dos processos que acontecem no in- lerior da escola; b) a necessidade de encontrar modelos teérico-me- tolégicos que superassem a nogo unilateral de adaptagio da crianga ‘a0 sistema escolar; c) o destaque para a necessidade de autonomia do trabalho do psicélogo em relagéo ao corpo dirigente da instituicao escolar; d) a reconstituicao da identidade do psicdlogo no campo da educagaio. A discussao posta nos anos 1980 amplia-se nas décadas posterio- res e chegamos aos anos 2000 discutindo duas importantes dimensdes no campo da Psicologia Escolar e Educacional: a) a necessidade da Psicologia buscar na Educagdo concepgées progressistas que contri- buam para o entendimento do que é 0 homem concreto (como produ- (o das relacées sociais no nivel da sociedade mais ampla) (Tanamachi, 2000); b) a necessidade de se buscar no interior da Psicologia pres- supostos tedrico-metodoldgicos que permitam analisar criticamente temas e teorias que possibilitem compreender 0 encontro do sujeito humano com a educagio. (Meira, 2000) As quest6es postas a partir da critica A Psicologia adaptacionista possibilitaram, nos anos 1990, pesquisas sobre os seguintes temas: a) fracasso escolar; b) identida- de profissional; c) escolarizagéo do deficiente mental; d) formacio profissional; e) atuagao profissional na educagéo em uma perspectiva critica; f) avaliagio psicolégica de problemas escolares; g) vida didria escolar, dentre outros. © aprofundamento das discussdes no ambito da Psicologia Esco- lar e Educacional permitiu que a drea produzisse estudos que levaram ‘\ elaboragdo de elementos constitutivos de uma atuagio/formagao em Psicologia Escolar em uma perspectiva critica (Souza & Checchia, 2003), a saber: a) compromisso politico do psicélogo com a luta por uma escola demoeritica e de qualidade social; b) ruptura epistemo ligica com concepgées adaptativas de Psicologia na diregio de uma Psicologia Critica; c) constru io de uma praxis psicolégica frente A queixa escolar, A seguir, detalharemos cada um desses elementos. No que se refere a0 compromisso politico do psicélogo com a luta por uma escola democratica e de qualidade social, destaca-se o resgate da fungio social da escola em uma perspectiva histérica-critica que re mete a: a) formagao do pensamento cientifico; b) formagiio do cidadio critico; c) ampliagao da socializagao e da difusio de valores na diregio da soc jade democratica. Quanto a ruptura epistemoldgica com concepgées adaptativas de Psicologia na diregio de uma Psicologia Critica, houve um intenso movimento na area pela busca de referencias tedrico-metodoldgicos no campo da Psicologia da Educagio que compreendam: a) os fend menos escolares enquanto produtos do processo de escolarizagio, constituidos pelas dimens6es institucional, pedagégica e relacional; b) © desenvolvimento humano e a aprendizagem enquanto proces: sos inseparaveis, articulando as dimensées bioldgica, psicoldgica ¢ historica dos individuos; c) a necessidade de construir instrumentos psicolégicos de aproximagao e de conhecimento da realidade que permitam compreender a complexidade dos fenomenos educativos; () a consideragao da dimensao educativa no trabalho psicolégico. A construgéo de uma praxis psicoldgica frente 4 queixa escolar deverd considerar como fundamentais: a) a demanda escolar/educa cional como ponto de partida de uma a¢ao na escola/instituigéo edu cativa que precisa ser compartilhada; b) o trabalho participativo com todos os setores do processo educativo; c) 0 fortalecimento do traba lho do professor/ educador; d) a andlise coletiva dos diferentes discur: 808 pres ntes na escola/institui¢to educativa e nos processos escola res/educaciona is em bus do enftentamento dos desafios produzidos pela demanda escolar/educativa. LM QUE DIMENSOUS SE INSEREM AS NOVAS PERSPECTIVAS EM PsIGOLOGIA ESCOLAR B EDUCACIONAL? ‘As novas perspectivas em Psicologia Escolar e Educacional vefe- rem-se &: a) mudanga nas perguntas advinda da ruptura epistemold- gica, permitindo compreender a dimensao educativa ide frabalag do psicélogo;b) ampliagao das éreas tradicionais de atuagao do psicdlogo no campo da educagao; ¢) construcao de referentes festicad para uma pratica psicolégica que considere as dimensdes individuets, sociais € histéricas do processo de escolarizagao d) a necessidade oe propor formas de insercéo na realidade escolar que fortalecam a fungio social cola. 7 ic avangos tedrico-metodologicos da Psicologia Escolar c Edu- cacional trouxeram a possibilidade de construir um novo objeto de estudo para a drea, centrado no encontro do psicélogo com a Educa- cao. Assim sendo, ha varias propostas de modalidades de interven- cao/atuagao profissional no campo educativo. Ressaltaremos algumas delas, Algumas areas de atuagao s40 classicas em. Peicologia Escolar e educacional, tais como as instituigdes escolares e 0 ensino de Psico- logia. Quanto a outras reas, vamos denomina-las emergentes, desta- cando-se: instituigdes educativas; educacio inclusiva de pessoas com deficiéncia; direitos da crianga e do adolescente e Direitos Humanos; Educagao e Satide. No que se refere & atuagaio do psicélogo nas natin escola apos as criticas dos anos 1990, tivemos uma retragao da conta de profissionais no campo da Educagao. Ao fazer a autocritica so! te ‘os modelos e praticas de atuagéo da Psicologia no campo da Ea " cao, a Psicologia Escolar passou por momentos de “crise’, debxando de atuar mais amplamente nos setores educacionais, Pra aa nos publicos. De maneira geral, esse espago tem sido comp re a Psicopedagogia, cuja pritica, de maneira geral, tem reeditado a con cepgio clinica de atendimento & chamada “erianga com dificuldades acolares’, atribuindo rdtulos sofisticados de (ranstorne He déticit de atengio ¢ de hiperatividade, abrindo e pagos pa patologizagias »*, O desafio agora princt pal da Psicologia Escolar ¢ 0 de superagao desse momento de critica, considerando que existem propostas interessantes e crit ven ‘as de inter io no campo da Educagio e estas propostas precisam se torial mais visiveis entre os psicélogos e socialmente. © Ensino de Psicologia tem se constituido em um espago emi nentemente de formagao, de socializagdo do conhecimento acumulit do no campo da Psicologia, de reflexao sobre a constituicio da subje lividade humana, Ao adentrarmos ao campo do Ensino da Psicologia, estamos possibilitando estudar a complexidade da formagio do set humano, do que nos permite construir a cultura, os valores, 08 sent! Mentos, os sentidos € os significados, que nos permitem interpretar mundo que esta a nossa volta, desnaturalizando o estabelecido, mos trando sua dimensao histérico-social, analisando as relagées de po der, de constituigao das instituigdes, incluindo a escola e as relagdes sociais que nela se estabelecem. Quando se trata de Ensino de Pal cologia, lato sensu, estamos nos referindo também as Licenciaturay 408 cursos de forma io em Nivel Superior em que a Psicologia se {ay presente, O trabalho do psicélogo no Ensino nao é um trabalho de in lervengio psicolégica, mas sim de problematizar e discutir questdes que o, de alguma maneira, referentes & Psicologia enquanto campo (cio e de conhecimento. No nivel do Ensino Médio, temos um grande desafio posto pela Lei de Diretrizes e Base da Educagio Na clonal (LDBEN) (1996) que retirou a obrigatoriedade da Psicologia neste nivel de ensino'. de atua Nas areas emergentes, consideramos a educagio inclusiva a pow soa com deficiéncia, A educagio inclusiva defende o direito A escoli rizagiio para todos, incluindo criangas com necessidades educativas especiais, Esta posigao politico-pedagégica presente na Declaragio de Salamanca (1994), documento internacional do qual o Brasil é pats Ari e s de agi e se possa atuar signatirio, (raga divettizes e linhas de ago para que se | iG ‘Trabalhar nesta diresiio & fundamental para a Psicologia. Como in i 2 cluir uma crianga na escola? Quais os desafios a serem enfrentados? escolarizagao de criangas ¢ adolescentes. no campo da educagivo ¢ da escolarizagio de criangas e a Sio algumas das questdes postas para nds. As discuss6es politicas em torno da existéncia ou nao das escolas especiais trazem elementos im- portantes para incrementar 0 debate e ampliar as questdes no ambito da agao do psicdlogo*. an No campo dos Direitos da Crianga e do Adolescente e dos Direi- tos Humanos, consideramos que este se fortaleceu com o Estatuto da Crianga e do Adolescente (1990), que possibilita a garantia de direitos bem como regula a questo do jovem em conflito com a lei e de me- didas socioeducativas. A aprovacio do Plano Nacional de Educagao para os Direitos Humanos também contribuiré para fortalecer Gin importante rea de atuacao e formagio do psicélogo. Precisamos ain- da saber 0 que sio direitos sociais, individuais e como exigi-los para todos os segmentos sociais, Trabalhos recentes de psicélogos em Ri- beirao Preto, Sdo Paulo e Vitéria, de atuagao junto a conselhos tute- ares, bem como de atuacdo frente aos Centros de Defesa da Crianga e do Adolescente (CEDECAS) e demais érgios de acompanhamento do adolescente, tém demonstrado a importincia da Psicologia levar os seus conhecimentos, A atuacao junto ao campo da Assisténcia Social e das medidas socioeducativas no campo do direito da crianga e do ado- lescente e de medidas de prote¢ao a crianga eao adolescente através do Sistema Unico de Assiténcia Social (SUAS) serao importantes espacos serem construfdos e consolidados pelo psicélogo escolar. A atuacao junto a instituigdes que atuam no campo dos cuidados — casas abrigo, instituiges para idosos; pessoas com deficiéncias, sofrimento mental, dentre outras — so bons exemplos de possibilidades de trabalho da Psicologia Escolar, ‘Tratar a questito dos encaminhamentos escolares como encami hhamentos da escola, buscando compreender como se processa @ es colarizagao, ¢ ainda um importante desafio para a Psicologia Escolar ¢ Educacional. Sera necessério, cada vez mais, lutar pela importincia de compreender a queixa escolar nao como mero reflexo de proble- mas emocionais, mas sim, como fruto das relagdes escolares ¢ rever 0 proc 2880 diagnéstico e seus instrumentos de avaliagiio, sob pena de darmos destinos que vao constituindo um individuo que se distancia cada vez mais da sua condigao de ser humano e ser de direitos, Além disso, precisaremos articular agdes no plano da formagio profissional com as Clinicas-Escola para 0 atendimento de queixas escolares ¢ ar- ticular ages entre os psicdlogos que atuam na area da Educagio com 0s que se encontram na drea da Satide, ampliando a compreensio do proceso de escolarizacao e sua importincia na constituigao dos individuos. Uma agiio importante que podemos destacar no ambito do Sis tema Conselhos de Psicologia que aconteceu em 2008/2009, refere- se a0 proceso de discussio nacional realizado entre os psicdlogos da \ducagao e sistematizado no documento intitulado Encaminhamentos Semindrio Nacional do Ano da Educagdo: Psicologia na construgao de uma Educagao para todos. Dele participaram em torno de 5.000 psicé logos em todo o pais e puderam constituir um conjunto de princfpios e de encaminhamentos relativos aos seguintes eixos: Politicas Puiblicas atu em Educagao; Atuagao Profissional; Formagao de Psicdlogos pai ar no campo da Educagao; Organizacao Politica e Sindical e Psicologia no Ensino Médio, Consideramos que este seja um documento impor cionai: tante que precisa ser divulgado ¢ debatido nos meios educa fortalecendo assim uma proposta de atuagao do psicélogo na Edu cagiio em uma perspectiva institucional’, Nesta discussio, pudemos contribuir no eixo das Politicas Puiblicas e formagio de psicdlogos na produgio de um texto gerador que foi discutido nacionalmente, (Sou za & Rocha, 2008) Considero, ainda, que uma importante contribuigho para a ques: tio das politicas puiblicas centra-se no plano da formagio de psicélo 08 ¢ na formagiio de professores. Com relagao & formagao de psicé- logos, Martine (2007) apresenta uma série de sugestoes e reflexdes, a partir de trés teses sobre a formagio no plano das politicas publi- cas. Tese 1, a de que a formacao inicial do psicélogo precisa ter como foco sua formagao como sujeito do conhecimento, devendo ser desen- volyidos alguns elementos fundamentais para tanto, a saber, “inten- cionalidade, autonomia, capacidade de reflexao, capacidade de tomar decisGes, producao criativa e personalizada”, (Martinez, 2007, p. 124) A segunda tese refere-se ao fato de que a formagao inicial deve estar direcionada ao desenvolvimento do que denomina de “representagoes abrangentes da complexidade do funcionamento psicolégico huma- no, tanto na dimensio social quanto na individual”. (Martinez, 2007, p. 125) E, por fim, sua terceira tese refere-se 4 formagao continua- da, defendendo-a como responsabilidade do psicdlogo e, como sua principal forma de expressio, 0 autodidatismo. Neste texto, a autora ressalta a importancia do estagio supervisionado enquanto um lugar institucional de contato com a realidade educacional e de desenvolvi- mento de um olhar critico. Fato observado nas equipes entrevistadas por esta pesquisa. No plano da formagao de professores, considero que os desafios ainda sio maiores, pois, quanto & formagio inicial, a reformulagao das diretrizes curriculares bem como do conjunto de disciplinas precisam ainda ser acompanhadas pelas pesquisas em Psicologia, de modo a conhecermos os impactos das mudangas na formagio de professores e sua presenga nos cursos de formacao especial, tais como veiculados pelos novos modelos de certificagao existentes no Brasil, apés a LDBEN de 1996. No que tange 4 formacao continuada, conhe- cor que a Psicologia est sendo veiculada, sob que perspectivas, sera ainda um desafio para a pesquisa no campo da Psicologia Escolar e Hducacional. UM IMPORTANTE DESAFIO A PSICOLOG DA EDUCAGAO 1A MEDICALIZAGAO Outro tema que consideramos importante ressaltar refere-se aos depoimentos de psicdlogos, que atuam em varios estados brasileiros’, «ue afirmam observar, no ambito das politicas ptiblicas, um retorno da visiio medicalizante/patologizante que atribui 4 crianga, a deficiéncias de seu organismo, as causas de sua néio aprendizagem, Os psicdlogos parlicipantes da pesquisa destacam a presenca dessa concepgao, em- bora haja criticas sobre esta explicacao, advindas da psicologia escolar © de autores de varias outras areas, como a Medicina, a Linguistica ea Lducagao. De fato, é possivel considerar que assistimos, a partir do ano 2000, 0 retorno das explicagdes organicistas centradas em disttirbios © anstornos no campo da Educagio, Teméticas tao populares nos anos 1950-1960 retornam com roupagem nova. Nao se fala mais em cletroencefalograma para diagnosticar distirbios ou problemas neu- roldgicos, mas sim em ressonancias magnéticas e sofisticagdes gené- licas, mapeamentos cerebrais e reagdes quimicas sofisticadas tecno- logicamente. Embora esses recursos da area da Sade e da Biologia sejam fundamentais enquanto avangos na compreensao de determi- naclos processos humanos, quando aplicados ao campo da Educacao relomam a l6gica jé denunciada e analisada durante décadas de que © fendmeno educativo e o proceso de escolarizacéo néo podem ser avaliados como algo individual, do aprendiz, mas que as relagdes de aprendizagem constituem-se em dimensdes do campo histérico, so- cial e politico que transcendem, e muito, o universo da Biologia e da Neurologia. O avango das explicagées organicistas para a compre- ensiio do nao aprender de criangas e adolescentes retoma os velhos verbetes téo questionados por setores da Psicologia, Educagio e Me- dicina, a saber, dislexia, disortografia, disgrafia, dislalia, transtornos rf de déficit de atengio, com hiperatividade, sem hiperatividade e hipe ratividade, O relorno das concepgées organicistas também conta com diag- nésticos neurolégicos ¢, portanto, com a possibilidade de medicali- zacao das criangas e adolescentes que recebam tais diagnésticos. Por- tanto, ter dificuldade de leitura e escrita nao mais questiona a escola, © método, as condigées de aprendizagem e de escolarizagao. Mas sim, busca na crianga, em dreas de seu cérebro, em seu comportamento manifesto as causas das dificuldades de leitura, escrita, cdlculo e acom- panhamento dos contetidos escolares. A crianga com dificuldades em leitura e escrita ¢ diagnosticada, procuram-se as causas, apresenta-se o diagndstico e em seguida a medica¢ao ou o acompanhamento tera- péutico, E o que é mais perverso nesse processo, sob 0 nosso ponto de vista, é que os defensores das explicagées organicistas apresentam a patologizagao da crianga que nao aprende ou nao se comporta na escola, como um direito. Utilizam a mesma ldgica que se faz presente para as modalidades de doencas para o processo de aprendizagem. Dizem aqueles que defendem a medicalizacao do aprender que é um direito da crianca ser medicada, ser atendida e ser diagnosticada. Os defensores das explicagdes organicistas no campo da Educagao afir- mam que é um direito da familia saber o problema que esta crianga tem e mais do que isso, que cabe ao Estado brasileiro arcar com as des- pesas do diagnéstico, do tratamento e da medicacao. Esse argument) yem ganhando os espagos legislativos de grande parte de cidads e estados brasileiros por meio de indmeros projetos de lei que visam criar servicos sejam nas Secretarias de Educacao, seja na Secretaria de Satide, para atender as criangas com problemas escolares. Como exemplo, podemos dizer que s6 a Assembleia Legislativa de Sio Paulo tem atualmente nove projetos tramitando em todos os partidos politi- cos, dos mais & esquerda aos mais a direita. Queremos chamar a atengao para a gravidade dese momento historico, ainda, por sabermos que todo este processo acontece em unt dos piores momentos de avaliagiio da qualidade da escola publica & privada oferecida As criangas ¢ adolescentes bras leiros, Nao passamoy bem por nenhum dos indices, quer sejam estaduais, municipa ouna cionais, Os internacionais, entao, sio as piores avaliagées, Assistimos a0 avango da mercantilizagao da Educagio e da concepgio neoliberal de Educag: cloldgicos que cada vez mais apresentam 0 professor como fa dla aprendizagem, enfatizando a necessidade da autonomia dc par ‘io, centrada principalmente em referenciais tedrico-meto uno aprender, diminuindo a importancia dos conteitdos escolares @ destacando a necessidade de curriculos cada vez mais flexiveis. Esta mos ainda & mercé de projetos politicos que respondem a inter de determinados segmentos hegeménicos da sociedade de clas nao atingem de fato um projeto nacional para as classes populares ¢ de avango da qualidade da educacio. PS8es as ¢ Este quadro que se apresenta ainda no conjunto da Educagao bra sileira, salvaguardadas as iniciativas e agbes bem sucedidas ¢ coerentes com finalidades educativas, leva-nos, mais do que em outros tempos, hos voltarmos para o interior da escola, revendo nossas politicas edu cacionais, nossa pratica docente, nossas politicas de formagio docen (e, nossos métodos de ensino e as praticas politico-pedagdgicas, fi 0 momento de uma revisio estrutural do sistema educacional para com preendermos tantos casos de criangas que permanecem anos na escol ¢ continuam analfabetas. Jamais devemos atribuir a elas as causas do no aprender, pois, neste caso, estaremos penaliz: ndo-as duplamente, por nio termos cumprido nosso papel social — deixando de oferecer uma escola de qualidade para toda uma geracio ~ e por acreditarmow que ao encontrar em seu corpo, ou em seu cérebro, os sinais do nio cumprimento desse papel social, denominamos tal constatagao de dis Wirbio ¢ utilizamos terapias ¢ tratamentos, inclusive medicamentosos, para aliviar 0 peso do io aprender, COMO PUSQUISADORES BM PSIGOLOGIA HSCOLAR B LDUCACIONAL PENSAM A PSICOLOGIA ESCOLAR 8 EDUCACIONAL EM UMA PERSPECTIVA CRITICA? A partir de 2006, iniciamos um Jevantamento da producio/ag démica em coletaneas e livros que se referissem 4 atuacio profissiongy de psicélogos na area da Educagao e que Ce a trajetoria do pensamento critico em Psicologia Escolar e Educacional, considera do as discussées sobre intervengdo psicologica presentes na produsag académica da area de Psicologia Escolar e Educacional. Para fant, foi realizado um levantamento de titulos de livros e coletaneas telaciona- dos a Psicologia Escolar e Educacional, segundo quatro entitles 4) recorte editorial: editoras que usualmente publicam o tema de investi- gaco; b) recorte temporal: trabalhos publicados entre os anos de 2000 4 2007 (incluindo reedigdes de publicagdes); c) recorte por drea de conhecimento: trabalhos que tratam especificamente de tematicas de Psicologia Escolar e Educacional; d) recorte tematico: trabalhos que se referem direta ou indiretamente a pratica do psicdlogo excolans A partir desses critérios foi possivel identificar, na producio aca- démica, no periodo de 2000 a 2007, 36 livros publicados no Brasil que passaram a compor o corpus de pesquisa, constitaide de seis textos completos e 30 coletineas. Nestas ultimas, foram identificados 14 ca pitulos que se referiam 4 atuagao do psicdlogo escolar e educacional. Todos os textos encontrados foram resenhados e compuseram uma lista, com titulo, autor e editora, As resenhas foram claborag com base em trés eixos norteadores: a) trajetéria do autor: caminhe petcorrido pelo autor na construgio de seu texto e finalidades do tra balho apresentado; b) concepgées tedricas que embasam a atuagic profissional: explicitagao das concepgoes que respaldam as pratica: psicoldgicas descritas no textos c) propostas e conteibuiches dolmgtg atuagao do psicdlogo escolar e educacional: caracterizagio da par io cterizagho da modalidades de atuagio profissional e descrigio da pratica propost pelo autor, A partir da andlise de 4 fol possivel organizar os capt tulos ¢ livros em agrupamentos tematicos, a saber: a) intervengio do psicdlogo na Educagio: textos sobre a pratica interventiva em diferentes Ambitos como queixas escolares, trabalho do psicdlogo em educagao infantil, na satide mental, dentre outros, b) Psicologia e Educaga : perspectiva critica contribuigées que versavam sobre concepgées tedrico-metodolégicas da relagio Psico logia ¢ Educagao inserindo-as em uma perspectiva histérica, social ¢ cultural. c) formagao do psicélogo: textos relacionados ao processo de formagiio do psicdlogo para atuagio no Ambito educacional/escolan, aspectos relacionados a formagao universitdria e importincia da for ma iio permanente. d) temas classicos e revisitados: que tratam de temas tradicionais de estudo e pesquisa em Psicologia Escolar e Educacional e que fo ram reinterpretados a luz de referenciais contemporaneos, tais como: indisciplina, violéncia, relacao professor-aluno, ética, relagao familia escola, psicometria, orientacao sexual e avaliagao psicolégica. c) dimensées tedrico-metodoldgicas da atuagao do psicdlogo na educacao: capitulos e/ou livros que tratam de questées tedricas e/ou metodoldgicas de fundamento para a pratica da Psicologia no ambito da Educagao. f) politicas piblicas em educacao: obras referentes presenga da Psicologia na constituicao de politicas publicas educacionais no Brasil, bem como andlises reflexivas sobre execugao destas politicas. g) formagao docente: publicagées que tratam das questées da for- ‘do de professores e da pratica do psicdlogo junto ao corpo docente. h) Educacdo inclusiva: textos referentes ao processo de escolari- zagito de pessoas com necessidades educacionais especiais e a atuagtio icdlogo neste Ambito. i) Psicologia Escolar no Brasil e em outros paises: documentos re- ferentes d Psicologia ¢ interface com a Educagdo no Brasil ¢ em outr paises, 7 }) avaliagio patcolagicn: publicagoes que relatam sobre a questo aliagho paicologica, testes e psicometria ¢, de maneira geral, pro: blematizam as concepgdes ¢ instrumentos de avaliagao. © conjunto dos temas levantados reyela a amplitude e a diver- sidade das questies que hoje estio na pauta da Psicologia Escolar e Educacional. Acrescenta-se a esse fato que grande parte dos trabalhos de pesquisa apresenta um rol de procedimentos metodolégicos de ca~ rater qualitativo, que permite aprofundar aspectos importantes para a compreensio dos temas e das questdes que desafiam a Psicologia Escolar e Educacional*. Portanto, a finalidade da atuacao do psicdlogo na Educagao deve- -se pautar no compromisso com a luta por uma escola democratica, de qualidade, que garanta os direitos de cidadania a criangas, adolescen- tes ¢ profissionais da Educagao. Este compromisso é politico e envolve a construcio de uma escola participativa, que possa se apropriar dos conflitos nela existentes e romper com a produgao do fracasso escolar. Esta ruptura permite contribuir para o bem-estar das criangas, as- sim como para a aprendizagem das mesmas ¢ superacao dos obstacu- los que barram o desenvolvimento de seu potencial, e a promogo do autoconhecimento, de modo a possibilitar ages na comunidade em que vivem. Dentre os complexos aspectos implicados na tentativa de se romper com esta produgao do fracasso escolar, podem ser aponta- dos, por exemplo, 0s relativos ao trabalho realizado com os professo- res, visando-se contribuir para a realizacao profissional dos mesmos, bem como para a melhoria de sua competéncia técnica, com énfase na conscientizacio acerca da pratica pedagdgica e de aspectos éticos -politicos presentes em tal atuagio profissional. Por fim, é importante ressaltar que precisamos trabalhar e estat sempre atentos para responder as finalidades do trabalho que vimos de- senvolvendo, discutindo ¢ analisando por que e para que realizar uma determinada intervengio ou agao, sob pena de nos transformarmos em animadores ou educadores sociais ou técnicos qualificados, perdendc acdes do conhecimento psicoldgico a servigo da educa as especificic © compromisso profissional do psicdlogo com uma concepgio politica em pcipatd 1 ambém implica una ética profissional que re side na indig ) diante da humilhagiio ¢ das praticas disciplinares e pedagdgicas que retiram do sujeito o seu status de ser humano, Ao con siderar a nao naturalizagio di: ages humanas, das praticas sociais e a Gtica possibilita o aprofundamento da critica tedrico metodoldgica no campo do conhecimento da pedagogicas, es ‘ologia. As perspec livas de uma drea profissional como a Psicologia Escolar e Educacional esto, necessariamente, articuladas as respostas que pudermos produ ziv aos desafios postos pela demandas sociais e institucionais. Mas é fundamental considerar que a constituigao de uma critica profissional passa necessariamente pelo debate democratico e pela organizagio dos psicdlogos que atuam no campo educacional. Para isso, é importante a participagao dos psicdlogos escolares ¢ educacionais nos espacos orga nizalivos e politicos, bem como na construgio de politicas puiblicas na direa da educagao, tais como: associacées de classe; fruns de discussaos conselhos de representantes e érgios de controle social. As da Educagio precisa ser constantemente construido, revisitado, critica~ m, consideramos que o conhecimento psicolégico no campo do, superado, visando dar respostas e interferir, o mais que pudermos nos rumos das dimensdes de formacao do sujeito humano, Notas 1 Uma contribuicao interessante no resgate da histéria da Psicologia é 0 video intitulado Psicologia Escolar e Educacional. Construindo o Novo Homem, disponivel em wwwarsps.org.br 2 &§ as ideias foram apresentadas e desenvolvidas no VIII Congresso de Psicologia Escolar e Educacional e publicadas posteriormente, em parte, cm artigo na Revista Psicologia scolar e Educacional. 3. Sobre esta questio, a experiéncia ocort Secretaria Municipal de Fducagiio da Cidade de Si@ Paulo pode ser um exemplo importante laverna (2003) “v andlise, Ver 4 Sobre esta questio, apresentamos una discussie mais aprofundada no 0 de Psicologia: dilemas artigo intitulado A Psicologia Escolar e 0 c perspectivas, Sobre esta temitica temos 0 texto de Angelucci e Lins (2007). 6 Na integra o texto do Seminario no sitio www.pol.org-br 7 Estamos finalizando, em sete estados brasileiros a andlise de dados da pesquisa Atuacao do Psicélogo na Rede Piblica de Educagio: concep- ter um olhar mais amplo a oes, praticas e inovagdes o que permi respeito da atuagio profissional de psicélogos nas politicas de educa- ‘sao. Esta pesquisa teve inicio em 2006. 8 A discussio mais aprofundada dessas questdes encontra-se na Tese de Livre-Docéncia intitulada A atuacao do psicélogo na rede publica de educacao: concepgdes, priticas e desafios que pude defender em dezem- bro de 2010 no Instituto de Psicologia da Universidade de Sao Paulo. REFERENCIAS Angelucci, C. Bs Lins, E R. S. (2007). Pessoas significativamente diferentes ¢ o direito & educacao: uma relagao atravessada pela queixa. In: B. de P. Souza. (Org). Orientago a Queixa Escolar. (p. 329-349). S40 Paulo: Casa do Psicélogo. Brasil. (1990). Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Estabelece as Diretrizes e Bases da Educagio Nacional. Recuperado em 29 fev. 2008 no www.portal. mec.gov.br/seesp/index2.php?option=content&do_ pdf=18id=63&banco=, Brasil. (2008). Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, Dispée sobre o Estatuto da Crianga e do Adolescente e dé outras providéncias. 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