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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região

Recurso Ordinário Trabalhista


ROT 0011395-50.2015.5.15.0121
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Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 27/03/2018


Valor da causa: R$ 35.000,00

Partes:
RECORRENTE: J. G. T.
ADVOGADO: FERNANDO LACERDA
ADVOGADO: BRUNA KOSEL MELO DE CARVALHO
RECORRIDO: P. E. C. C. E.
ADVOGADO: ADONIS SERGIO TRINDADE
RECORRIDO: M. I.
ADVOGADO: EVERTON LUCAS TUPINAMBA REZENDE
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ATA DE AUDIÊNCIA

PROCESSO: 0011395-50.2015.5.15.0001
AUTOR(ES): JOSE GERALDO TAVARES
RÉU(RÉ): PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP

Em 26 de outubro de 2015, na sala de sessões da MM. VARA DO TRABALHO DE SAO


SEBASTIAO/SP, sob a direção da Exmo(a). Juíza DANIELLE GUERRA FLORENTINO LOPES,
realizou-se audiência relativa ao processo identificado em epígrafe.

Presente o(a) autor(es), acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). HENRIANA PESSUTO


CANDIDO LACERDA, OAB nº 354082/SP.

Presente o preposto do(a) réu(ré) PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO


LTDA - EPP, Sr(a). SABRINA MARIA MIGNELLA SANTANA, acompanhado(a) do(a) advogado(a),
Dr(a). DEBORA FIGUEREDO, OAB nº 305668/SP, que juntará carta de preposição no prazo de 5 dias.

Presente o preposto do(a) réu(ré) MUNICIPIO DE ILHABELA, Sr(a). ANDRE LUIZ DOS
SANTOS, acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). EVERTON LUCAS TUPINAMBA REZENDE,
OAB nº 306457/SP, que juntará carta de preposição no prazo de 5 dias.

Às 09h35min, aberta a audiência, foram, de ordem da Exmo(a). Juíza do Trabalho, apregoadas


as partes.

INCONCILIADOS

As reclamadas apresentam contestação com documentos.

Para apuração da insalubridade alegada pelo reclamante, determina-se a realização de perícia,


nomeando como Perito o Sr. LUIZ RICARDO CIOLA RUSSI (ricardo@periciatrabalhista.com.br), o
qual deverá apresentar o laudo em trinta dias.

Faculta-se às partes a nomeação de assistentes técnicos e apresentação de quesitos, no prazo


comum de 10 dias.

A título de antecipação de despesas, deverá a primeira reclamada depositar honorários prévios


no valor de R$ 788,00, no prazo de 10 dias, isentando-se o reclamante, face à declaração de
hipossuficiência juntada aos autos, ficando autorizado o seu levantamento pelo Perito, tão logo
depositados.

Faculta-se às partes, seus procuradores e assistentes técnicos acompanharem a diligência que o


Perito fará ao referido posto de trabalho do autor.

As partes informam que a perícia deverá ser realizada no endereço da obra do teatro municipal
de Ilhabela no barro Engenho D'agua.
O Perito deverá dar ciência diretamente às partes da data, horário, local e demais condições da
perícia a ser realizada, com antecedência mínima de 10 dias, através dos e-mails
fernando@lacerdaecarvalho.com.br, bruna@lacerdaecarvalho.com.br e debora_figueiredo23@hotmail.
com, evertonrezende@adv.oabsp.org.br, os quais são informados pelos patronos das partes e de
responsabilidade destes, inclusive quanto à sua leitura, cabendo ao Perito apenas apresentar o
comprovante de tal comunicação.

O patrono do autor poderá acompanhar a vistoria, desde que se identifique como advogado,
mas fica ciente de que não poderá interferir na diligência, inclusive não poderá formular perguntas ao
Perito.

A autorização para acompanhamento do advogado do autor tem como finalidade dar sensação
de conforto ao reclamante, ficando vedado ao patrono, inclusive, tirar fotografias no interior da empresa.

Todos que acompanharem a diligência (inclusive o Perito) deverão fazer uso dos EPI’s
apresentados pela empresa e respeitar suas normas de segurança.

O perito deverá vistoriar o local em que o autor trabalhou, observando as informações dadas
pelas partes sobre as descrições das atividades e forma de realização delas.

A empresa deverá disponibilizar ao Perito, na data da vistoria, os PPRA’s do período de


vigência do contrato de trabalho mantido com o autor.

Caso uma das partes crie obstáculos para a realização da perícia acima determinada, fica desde
já ciente que será aplicada multa prevista no § único, do artigo 14, do CPC, pela violação ao que prevê o
inciso V, do mesmo dispositivo legal.

Vindo o laudo ao feito, vista às partes, pelo prazo preclusivo de dez dias, prazo no qual o
reclamante poderá manifestar-se acerca da defesa apresentada.

Após o prazo supra, ao Sr. Perito.

Adiada sine die.

As partes e patronos declaram que acompanharam a lavratura desta ata através de monitor
especialmente disponibilizado para tal fim e concordam inteiramente com seu teor.

Cientes os presentes.

Nada mais.

DANIELLE GUERRA FLORENTINO LOPES

Juíza do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de São Sebastião

Processo: 0011395-50.2015.5.15.0121
AUTOR: JOSE GERALDO TAVARES
RÉU: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP e outros

DESPACHO

Ante a manifestação do perito nomeado, destituo-o.

Para realização da perícia nomeio o Sr. Nelson Issao Gunji, mantidas as mesmas
cominações.

Ciências às partes e ao perito nomeado.

hcps/Em 17 de Junho de 2016.

Juiz(íza) do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de São Sebastião

Processo: 0011395-50.2015.5.15.0121
AUTOR: JOSE GERALDO TAVARES
RÉU: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP e outros

DESPACHO

Informem as partes, em 5 dias, o correto endereço para realização da perícia.

Em 20 de Julho de 2016.

Francina Nunes da Costa

Juíza do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de São Sebastião

Processo: 0011395-50.2015.5.15.0121
AUTOR: JOSE GERALDO TAVARES
RÉU: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP e outros

DESPACHO

Acerca dos fatos narrados pelo Sr. Perito, quanto à impossibilidade da realização da perícia técnica, manifeste-se
o reclamante, em 05 dias.

Em 5 de Outubro de 2016.

Juiz do Trabalho

BERNARDO MORÉ FRIGERI


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de São Sebastião

Processo: 0011395-50.2015.5.15.0121
AUTOR: JOSE GERALDO TAVARES
RÉU: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP e outros

DESPACHO

Informem as reclamadas, em dez dias, acerca da existência de outras obras na cidade.

Após, tornem os autos para deliberações.

Em 14 de Março de 2017.

Juiz(íza) do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de São Sebastião

Processo: 0011395-50.2015.5.15.0121
AUTOR: JOSE GERALDO TAVARES
RÉU: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP e outros

DESPACHO

Intime-se a primeira reclamada a fim de que constitua novo advogado, em 48 horas.

Em 25 de Maio de 2017.

Juiz(íza) do Trabalho
Vara do Trabalho de São Sebastião
Alameda Vereador Mário Olegário Leite, 55, Centro, SAO SEBASTIAO - SP - CEP: 11600-000
(12) 38925652 - saj.vt.saosebastiao@trt15.jus.br

Registrado Postal nº JO855878015BR Postado em 10/07/2017

Destinatário:
Nome fantasia: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP
Endereço: RUA DOM PEDRO II , 244, POIARES, CARAGUATATUBA - SP - CEP: 11673-270

Nome fantasia: MUNICIPIO DE ILHABELA


Endereço: RUA PREFEITO MARIANO PROCÓPIO DE ARAÚJO CARVALHO, 85, CENTRO, ILHABELA -
SP - CEP: 11630-000

NOTIFICAÇÃO JUDICIAL EM PROCESSO ELETRÔNICO (PJe)

Processo: 0011395-50.2015.5.15.0121 - Processo PJe-JT


Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
Autor: JOSE GERALDO TAVARES
Réu:PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP CNPJ: 00.947.442/0001-40,
MUNICIPIO DE ILHABELA CNPJ: 46.482.865/0001-32

Fica V. Sa. notificado para:

Intime-se a primeira reclamada a fim de que constitua novo advogado, em 48 horas.

Em 25 de Maio de 2017.

Em 7 de Julho de 2017.

ANDREA LITZINGER NOGUEIRA


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de São Sebastião

Processo: 0011395-50.2015.5.15.0121
AUTOR: JOSE GERALDO TAVARES
RÉU: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP e outros

DESPACHO

Acolho o laudo pericial nos autos do processo 0011003-13-2015, como prova emprestada.

Designe-se audiência de instrução.

aln, Em 14 de Agosto de 2017.

Juiz(íza) do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de São Sebastião

Processo: 0011395-50.2015.5.15.0121
AUTOR: JOSE GERALDO TAVARES
RÉU: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP e outros

DESPACHO

Designo audiência de instrução para o dia 07.12.2017, às 11 horas,


devendo comparecer as partes para prestarem depoimentos pessoais, sob pena de confissão, trazendo suas
testemunhas independente de intimação, se não arroladas em 05 dias, sob pena de preclusão.

Caso haja testemunhas a serem notificadas, a parte deverá imprimir a


notificação constante no processo, diretamente do PJE, nos termos do artigo 825, devendo a própria parte
entregar a intimação, nos termos da CNC, Capítulo Not, das Notificações ou Intimações, Artigo 8º.

A parte deverá juntar o comprovante, devidamente assinado, no prazo de


15 dias, sob pena de preclusão da oitiva desta(s) testemunha(s).

Em 29 de Agosto de 2017.CAS

Juiz do Trabalho
Vara do Trabalho de São Sebastião
Alameda Vereador Mário Olegário Leite, 55, Centro, SAO SEBASTIAO - SP - CEP: 11600-000
(12) 38925652 - saj.vt.saosebastiao@trt15.jus.br

Registrado Postal nº jo855879841br Postado em 22/09/2017

Destinatário:
Nome fantasia: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP
Endereço: RUA DOM PEDRO II , 244, POIARES, CARAGUATATUBA - SP - CEP: 11673-270

NOTIFICAÇÃO JUDICIAL EM PROCESSO ELETRÔNICO (PJe)

Processo: 0011395-50.2015.5.15.0121 - Processo PJe-JT


Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)
Autor: JOSE GERALDO TAVARES
Réu:PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP CNPJ: 00.947.442/0001-40,
MUNICIPIO DE ILHABELA CNPJ: 46.482.865/0001-32

Fica V. Sa. notificado para:

Designo audiência de instrução para o dia 07.12.2017, às 11


horas, devendo comparecer as partes para prestarem depoimentos pessoais, sob pena de
confissão, trazendo suas testemunhas independente de intimação, se não arroladas em 05
dias, sob pena de preclusão.

Caso haja testemunhas a serem notificadas, a parte deverá


imprimir a notificação constante no processo, diretamente do PJE, nos termos do artigo 825,
devendo a própria parte entregar a intimação, nos termos da CNC, Capítulo Not, das
Notificações ou Intimações, Artigo 8º.

A parte deverá juntar o comprovante, devidamente assinado,


no prazo de 15 dias, sob pena de preclusão da oitiva desta(s) testemunha(s).
Em 29 de Agosto de 2017.CAS
ATA DE AUDIÊNCIA

PROCESSO: 0011395-50.2015.5.15.0121

AUTOR: JOSE GERALDO TAVARES

RÉU: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP

Em 07 de dezembro de 2017, na sala de audiências da VARA DO TRABALHO DE SAO


SEBASTIAO/SP, sob a direção do Exmo(a). Juiz REGINALDO LOURENÇO PIERROTTI JUNIOR,
realizou-se audiência relativa ao processo em epígrafe.

Às 11h51min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do Trabalho, apregoadas


as partes.

As partes poderão apresentar documentos de representação, bem como contrato social ou


estatuto, se for o caso, no prazo de 05 dias.

Presente o autor, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). FERNANDO LACERDA, OAB nº


0129580D/SP.

Presente o preposto do(a) réu(s) PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO


LTDA - EPP, Sr(a). Pedro Henrique Vieira Monteiro da Silva, acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr
(a). ADONIS SERGIO TRINDADE, OAB nº 123810D/SP.

Ausente o réu MUNICIPIO DE ILHABELA e seu advogado.

INCONCILIADOS

Dispensados os depoimentos pessoais, nos termos do artigo 765, da CLT.

A reclamada pretende a oitiva de testemunhas. Indefiro, nos termos do artigo 765 da CLT.
Protestos.

As partes prescindem de outras provas e requerem o encerramento da instrução processual, o


que é deferido.

Conciliação Final Rejeitada

Razões finais remissivas.

O processo retornará concluso para julgamento. Cientes as partes de que serão notificadas da
decisão pelo Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho.

As partes e patronos declaram que acompanharam a lavratura desta ata através de monitor
especialmente disponibilizado para tal fim e concordam inteiramente com seu teor.
Cientes os presentes.

Nada mais.

REGINALDO LOURENÇO PIERROTTI JUNIOR

Juiz do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de São Sebastião

Processo: 0011395-50.2015.5.15.0121
AUTOR: JOSE GERALDO TAVARES
RÉU: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP e outros

SENTENÇA

JOSE GERALDO TAVARES ajuizou Reclamação Trabalhista em face


de PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP e MUNICIPIO DE
ILHABELA, alegando que trabalhou de 12/06/2014 a 30/10/2014, e foi dispensado sem justa causa.
Relatou diversas irregularidades quanto aos seus direitos trabalhistas e formulou os pedidos respectivos,
requerendo os benefícios da justiça gratuita. Deu à causa o valor de R$35.000,00 (trinta e cinco mil
reais). Juntou documentos.

Regularmente notificadas, as reclamadas compareceu na audiência e,


infrutífera a tentativa de conciliação, ofertou contestação, na qual refutou todas as alegações do
reclamante, pugnando pela improcedência dos pedidos. Juntou documentos.

Manifestou-se o reclamante sobre a defesa e documentos.

Laudo pericial juntado aos autos (id Num. 4497e39), sobre o qual se
manifestaram as partes.

Em audiência foi produzida prova oral e encerrou-se a instrução


processual, com a concordância das partes.

Razões finais conforme ata de audiência.

Tentativa final de conciliação rejeitada.

Esclareço, por oportuno, que toda a referência a documentos na decisão


levará em consideração o número da página gerada ao baixar a integralidade dos autos do sistema PJE
para o modelo de documento PDF.

É o relatório. DECIDO.
II - FUNDAMENTAÇÃO

ILEGITIMIDADE PASSIVA

A reclamada aduz não ser parte legítima para responder a presente


demanda, por não ser a efetiva empregadora do reclamante.

Todavia, o ordenamento jurídico pátrio adota a teoria da asserção, de


forma que as condições da ação devem ser apreciadas levando em consideração tão somente as alegações
iniciais.

Assim, sendo as reclamadas apontadas como devedoras dos créditos


postulados, independentemente se subsidiária ou solidária, e sendo formulados pedidos contra elas, está
configurada a pertinência subjetiva para figurarem no polo passivo da presente demanda.

Rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva.

CONTRATO DE TRABALHO

A reclamada faz defesa genérica, admitindo a prestação de serviços do


autor como pedreiro ou ajudante em obra de construção civil, mas alega que o trabalho era eventual.

No caso foi indeferida a produção de prova porque os termos da defesa


são contraditórios entre si. Não há como enquadrar o trabalho do autor como eventual porque ligado à
atividade fim da ré. Eventual é o trabalho extraordinário, dissociado da atividade fim, restrito a um único
evento na linha temporal.

A ré admite o trabalho do autor de forma habitual de junho a setembro de


2014, como se observa na fl. 55. O trabalho prestado uma ou duas vezes na semana, toda semana, na
atividade fim do empregador, é habitual.

Portanto, pelos próprios termos da defesa, não havia necessidade de se


produzir prova oral, porque caracterizado o vínculo empregatício. Verifica-se que pela defesa estão
presentes todos os demais requisitos do vínculo, já que o autor recebia remuneração, foi pessoalmente
contratado e ainda respondia aos superiores hierárquicos - como o pedreiro - na execução de suas
atividades.
Reconheço o vínculo de emprego entre o autor e a 1ª reclamada, no
período da inicial, porque incontroverso, devendo a ré fazer a anotação da data de entrada como sendo o
dia 12/6/2014 e saída em 30/10/014, na função de ajudante e salário médio de R$ 1.350,00, porque
também não foi especificamente impugnado.

Condeno a primeira reclamada ao pagamento de aviso prévio de 30 dias;


30 dias de saldo de salários relativos a outubro de 2014; 6/12 avos de férias de 2014/2014, acrescidas de 1
/3; 6/12 avos de décimo terceiro salário de 2014; diferença de FGTS de junho de 2014 a novembro de
2014; indenização de 40% sobre o FGTS; multa do artigo 477, § 8º, da CLT; acréscimos do artigo 467 da
CLT;

Defiro, ainda, indenização relativa aos tíquetes refeição, no valor de R$


19,00 (dezenove reais) diário, devidos por todo o período laborado.

Indefiro o pedido de pagamento de vale transporte, pois o autor não


declara na inicial o uso de transporte público e nem mesmo detalha quais as linhas utilizadas para ir
trabalhar. Ademais, na região é muito comum o deslocamento por meios próprios como moto ou bicicleta.

Adicional de Insalubridade

No caso em tela foi realizada prova emprestada, uma vez que as obras
realizadas pela ré estavam todas paralisadas, tendo o perito declarado a impossibilidade de realização da
perícia.

Na prova emprestada, o perito nomeado pelo juízo concluiu que o


pedreiro trabalhava exposto a agente químico, caracterizando a insalubridade em grau médio. Atesta
ainda que não ficou comprovada a correta proteção da saúde do empregado pela utilização de EPI´s
adequados (Num. 4497e39).

A reclamada não impugna o laudo pericial e nem se insurge contra a


prova emprestada. Nesse passo, tenho por certo que se o pedreiro trabalha em condições insalubres, do
mesmo modo trabalha o seu ajudante. As atividades são similares e ambos atuam em contato com os
mesmos agentes.

Não há como negar que o reclamante, como ajudante em construção civil,


estava exposto a álcalis caustico e partículas de cromato e bicromato, pois manuseava cimento/ massa de
cimento.
Não há nos autos comprovantes de entregas de EPI. De fato, um dos
requisitos para se considerar adequado o EPI é a existência do CA - Certificado de Aprovação, que é
expedido pelo Ministério do Trabalho. Assim, a prova de entrega e uso de EPI é documental, registra em
ficha de entrega de EPI, na qual necessariamente deve constar, entre outras informações, a marca,
modelo, CA, data de entrega.

O perito técnico, após nomeado e compromissado, tem a função de


auxiliar da Justiça, sendo de confiança do juízo, e suas informações têm presunção de veracidade, até
prova em contrário.

De seu ônus probatório a reclamada não se desincumbiu, já que não


produziu a prova documental que deveria. Não há como fazer prova de entrega de EPIs por testemunha e,
no caso, a ré perdeu prazo para impugnar o laudo produzido como prova emprestada.

Defiro, destarte, o adicional de insalubridade em grau médio ao


reclamante, calculado sobre o salário mínimo, bem como os reflexos em férias acrescidas de 1/3, 13º
salário, aviso prévio, FGTS e indenização de 40%.

A base de cálculo do adicional de insalubridade é o salário mínimo, uma


vez que vedada sua substituição por decisão judicial, e no caso a norma coletiva não estabelece base de
cálculo distinta.

Não há de fato reflexos em DSR, já que o adicional de insalubridade é


pago de forma mensal. Contudo, em razão de sua natureza salarial, integra a base de cálculo das horas
extras, conforme entendimento pacífico da súmula 264 do C.TST, razão pela qual foram deferidos os
reflexos.

Deverá a ré entregar ao autor o PPP, no prazo de 10 dias após o trânsito


julgado, sob pena de conversão da obrigação em indenização de R$ 2.000,00.

JORNADA DE TRABALHO

Pela jornada descrita na inicial, entendo não existir diferenças de horas


extras em favor do autor. Isso porque a hora prorrogada durante a semana foi compensada na mesma
semana, em razão das folgas aos sábados e domingos.

A forma de compensação é válida até mesmo por acordo tácito, já que


mais benéfica ao empregado.
De outro lado, o autor embora alegue o trabalho em 3 feriados, não faz
prova e nem justificativa. Fica incoerente reconhecer as folgas em sábados e domingos, mas ter
trabalhado em feriado sem qualquer justificativa, ainda mais quando a atividade é de construção civil.

Julgo improcedentes os pedidos relacionados à jornada de trabalho.

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

De início, entendo necessário esclarecer às partes que recentemente alterei


entendimento pessoal sobre a configuração do dano moral em caso de não pagamento deliberado de
verbas rescisórias.

Não obstante tenha entendido em ações anteriores que o inadimplemento


de verbas por si só não gere direito à indenização por dano moral, mas tão somente à compensação
material correspondente, tal posicionamento merece ser repensado de acordo com as situações do caso
concreto.

Muito se tentou na doutrina e jurisprudência conceituar o instituto do


dano moral. Primeiro se chegou a um conceito negativo, de forma que o dano moral seria toda e qualquer
lesão sem efeitos patrimoniais.

Em conceito positivo, o dano moral pode ser conceituado como todo e


qualquer sofrimento da pessoa. Dessa forma, causa dano moral o ilícito capaz de provocar mágoa aos
valores mais íntimos da pessoa, sustentáculo de sua personalidade e postura perante a sociedade. Mas
conceitua-se também como o dano que afeta a honra subjetiva e objetiva do indivíduo, a primeira
concernente à imagem que o próprio indivíduo faz de si mesmo e a segunda relativa à imagem que os
outros fazem dele.

Em suma, o dano moral é toda e qualquer lesão à dignidade humana.


Dano moral é a dor suportada pelo ser humano, em qualquer de suas modalidades.

Por certo, no caso em tela o dano moral se configura in re ipsa, tendo em


vista o reclamante foi despedido sem justa causa e a ré deixou de pagar, deliberadamente, os mais básicos
dos direitos trabalhistas.

Não há como negar que o momento da dispensa por justa causa já causa
enorme angústia, em especial em nosso País onde a recolocação no mercado de trabalho é uma incerteza,
uma verdadeira batalha.
Ao aliar à dispensa sem justa causa o não pagamento das verbas
rescisórias a reclamada deliberadamente agrava a situação psíquica do empregado, que já se encontra
sem os salários futuros para seu emprego, e não terá condições de arcar com as despesas básicas de
sobrevivência, como pagamento de água, luz, supermercado.

O não pagamento deliberado de verbas rescisórias causa dano à pessoa


muito superior a mero aborrecimento. Não há como negar a existência de dano ao empregado que ao ser
despedido sem justa causa sequer consegue sacar o FGTS - direito trabalhista que lhe pertence - não
consegue se habilitar no seguro desemprego e não recebe nenhum centavo para quitar suas despesas
básicas ordinárias, devendo se socorrer ao judiciário para receber o mínimo.

A despeito da sua imaterialidade, no entanto, o dano moral é passível de


ser inferido tanto pelas regras de experiência comum, subministradas pelaobservação do que
ordinariamente acontece, como pelo critério de valoração objetiva do homem médio.

É justamente o que ocorre no caso ora em tela, em que se tornou


incontroverso que o empregado, após ser dispensado, não recebeu regularmente as verbas rescisórias,
tendo aguardado por meses para conseguir sacar o FGTS, se habilitar no seguro desemprego, e ainda irá
aguardar por um indeterminado tempo até que empregador resolva quitar sua obrigação ou o Estado
consiga a execução forçada de bens.

O descumprimento proposital de obrigações mínimas, obrigações


indispensáveis à sobrevivência do empregado despedido, gera dano interno, gera sofrimento e aflição
profunda. Basta imaginar um pai de família sem um "trocado" para comprar o leite, porque o seu
empregador simplesmente se negou a pagar os seus direitos básicos.

O fato de tratar-se de verba alimentar, da qual o trabalhador depende para


garantir a sua sobrevivência e a de sua família, apenas torna mais profunda a angústia advinda do seu não
recebimento.

Nesse sentido, acórdão deste E. TRT, na qual foi relator o Exmo.


Desembargador Pedro de Camargo Rodrigues de Souza:

"RECURSO ORDINÁRIO - DANO MORAL - DESPEDIMENTO INCONSEQUENTE -


FALTA DE PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. Deve-se exigir a
implementação e o respeito ao patamar mínimo civilizatório, constitucional e legal, que
regula as relações do trabalho daí por que, se o empregador se vale do direito
potestativo de dispensa, em contrapartida deve cumprir a legislação que o obriga a
quitar as verbas rescisórias, na forma do art. 477 da CLT. Se não o faz, pratica ato
ilícito ou abusivo de direito, na exata forma como prevêem os arts. 186 e 187 do Código
Civil, estando obrigado a indenizar. O ato de despedimento juridicamente
inconsequente, que remete o empregado à Justiça do Trabalho para a busca de mais
elementares direitos implica, em si mesmo, a ocorrência de dano moral, eis que a
privação desses valores acarreta a humana angústia de não ter meios de sobrevivência
própria e da família. Raciocínio diverso teria como consequência a desconsideração de
diretrizes constitucionais do Estado Democrático de Direito, como, por exemplo, os que
privilegiam a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa, o respeito aos direitos sociais dos trabalhadores, a proteção contra a
despedida arbitrária ou sem justa causa, a função social da propriedade e a livre e igual
concorrência, a busca do pleno emprego, o primado do trabalho, o bem estar e a justiça
social. Há de se por cobro, portanto, a essa prática irresponsável de despedimentos sem
o pagamento das verbas rescisórias. O direito de rescindir a relação de trabalho, que
não encontra tamanha liberdade no mundo europeu (veja-se a OIT), atinge no Brasil
contornos de prática irresponsável aberta, causadora, portanto, de danos materiais e
morais ao trabalhador que literalmente é posto na rua. Recurso improvido." (Processo
nº 0000176-89.2010.5.15.0032, decisão publicada em 20.01.2012)

A bem da verdade é que a conduta das empresas que não pagam o


mínimo, o essencial à sobrevivência, gera enriquecimento ilícito. Não há como permitir que a empresa
opte por não pagar as verbas rescisórias porque sabe que ao responder a um processo irá pagar nada além
do já deveria ter pago, nem mesmo honorários advocatícios são devidos.

O ilícito lucrativo é inadmissível. É inadmissível permitir que as empresas


soneguem os direitos mais elementares, os indispensáveis para a sobrevivência humana. Nem se fala aqui
em dignidade humana, pois sem as verbas rescisórias o empregado muitas vezes não tem o que comer e
depende de favores dos mais próximos.

É inaceitável a conduta do empregador que não paga o mínimo - verbas


rescisórias é o mais básico dos direitos trabalhistas - ao empregado que dedica mais de 1/3 do seu tempo
de vida ao trabalho que, por certo, é convertido em enriquecimento do empregador.

Não se trata aqui de ideologia, mas tão somente não há como admitir que
o empregador que obriga o empregado a buscar ajuda de terceiros para sobreviver em razão de não
recebimento das verbas rescisórias, que obriga o empregado a se socorrer do judiciário para buscar
verbas que são INCONTROVERSAS e essenciais à sobrevivência, causando verdadeiro abarrotamento
de demandas, saia impune e sem qualquer tipo de consequência.

Aliás, o dano moral não serve apenas para compensar o sentimento da


vítima, mas tem como função essencial prevenir a repetição do ilícito. Se o ilícito continuar lucrativo o
descumprimento dos direitos básicos será eterno.

Assim, o valor da indenização deve ser arbitrado de acordo com o grau de


culpa da reclamada, com sua condição econômica, a extensão do dano, e em especial pelo caráter
pedagógico da indenização, a fim de evitar que o comportamento da reclamada se mantenha inalterado.

Desse modo, fixo a indenização por dano moral no valor de R$ 3.000,00


(três mil reais).
Registro, nesse ponto, que a indenização ora fixada não gera
enriquecimento sem causa ou enriquecimento ilícito. Isso porque o valor arbitrado decorre de uma
decisão judicial, a causa é justamente a lesão sofrida pelo autor.

Além disso, o conceito de enriquecimento é justamente o acréscimo de


patrimônio. Portanto, se lesão moral é aquela que não atinge o patrimônio, qualquer valor arbitrado
gerará enriquecimento, uma vez que o patrimônio do autor será acrescido.

O dano moral não é passível de reparação, não há como retornar ao status


quo ante, razão pela qual a indenização deferida tem como objetivo trazer compensação à vítima pela
lesão sofrida, acarretando invariavelmente acréscimo patriominal.

Assim, como qualquer valor fixado gera acréscimo de patrimônio, o


magistrado deve evitar é que esse acréscimo seja desproporcional, exagerado, sem razoabilidade, o que
não é o caso. Não há como dizer que o valor arbitrado (R$ 3.000,00) é desproporcional ou gerará riqueza
indevida, afinal, nos dias atuais ninguém "fica rico" com esse valor.

A condição econômica da vítima sequer pode ser considerada para valorar


e reduzir o valor da indenização por dano moral, pois do contrário seria uma grande forma de
discriminação. Pensar do contrário é chancelar o ditado " dar ao pobre sua pobreza e ao rico sua riqueza".

Por fim, fixar valor inferior não irá gerar, de forma alguma, o efeito
pedagógico, que é de fundamental importância ao lado da compensação da vítima. Deixar de fixar com
rigor o valor da indenização com a escusa de causar enriquecimento ilícito é esvaziar o instituto.

Não há como dar caráter pedagógico a uma indenização sem que essa seja
fixada com rigor, ainda que gere certo enriquecimento a vítima, que afinal merece a compensação da dor
sofrida.

Ademais, havendo conflito de interesses - caráter pedagógico x vedação


ao enriquecimento da vítima - deve-se privilegiar o primeiro, sob pena de a prática do ilícito continuar
lucrativa aos infratores. Reitero: não há como tolerar o ilícito lucrativo.

INDENIZAÇÃO: IMPOSTO DE RENDA

Quanto ao Imposto de Renda, deve ser observado o disposto na instrução


normativa da RFB nº 1.127/2011, de 07 de fevereiro de 2011, para apuração e tributação de rendimentos
recebidos acumuladamente, conforme o Art.12-A da Lei n. 7.713/88, (acrescido pela Lei 12.350/10), bem
como o artigo 404 do Código Civil, que estabelece a natureza indenizatória dos juros de mora.
Portanto, não há que se falar em reparação por eventual prejuízo ao autor,
pois não existe.

Multas

Indefiro o pedido de aplicação da multa prevista em norma coletiva por


entender que essa é exigível quando o sindicato atua na sua função de agente fiscalizador do
cumprimento das disposições normativas.

Não havendo fiscalização do sindicato, reconhecimento de


descumprimento apenas em juízo não gera ao autor o direito à cobrança da multa. Indefiro o pedido.

Ademais, até o presente momento as verbas pleiteadas eram "res dubia" e


não tinham a exigência como certa, em especial pela falta de fiscalização já mencionada.

RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO

Incontroverso que no caso o Município de Ilhabela contratou a primeira


reclamada para a execução de obras públicas, por meio de processo de licitação.

Em primeiro lugar, não há no caso terceirização de serviços e nem mesmo


intermediação de mão de obra. O autor trabalhou exclusivamente para a 1a reclamada, que fora
contratada para execução de obras de construção civil, por ter sido vencedora de processo licitatório.

Não há trabalho prestado em prol do Município, que não possui o dever


de fiscalização geral de cumprimento de obrigações trabalhistas de toda entidade que, em última análise,
presta algum serviço público.

O caso em tela se amolda à orientação jurisprudencial nº 191, pois o


município pode ser considerado "dono das obras públicas". Vejamos:

OJ-SDI1-191 CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO


CIVIL. RESPONSABILIDADE (nova redação) - Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27,
30 e 31.05.2011

Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de


construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade
solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo
sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora.

Não é porque o poder público é obrigado a prestar e executar serviços à


população que fica transformado automaticamente em garantidor universal de todas as verbas
eventualmente devidas por terceiros que executam tais atividades mediante contratos públicos.
O município não atuou de forma ilícita ou fora dos limites estritamente
legais. Não há, no caso, obrigação irrestrita de vigilância sobre o pagamento ou não de verbas trabalhistas
pelo ente privado. Não há de outro lado que se falar de culpa in eligendo ou culpa in vigilando porque o
caso não se trata de terceirização e, ainda, houve procedimento de licitação para contratar a primeira
reclamada.

Portanto, julgo improcedentes os pedidos formulados em relação ao 2o


reclamado e determino sua exclusão do polo passivo da Lide.

JUSTIÇA GRATUITA - APLICAÇÃO IMEDIATA AOS


PROCESSOS EM CURSO

Prescrevem os §§3º e 4º do art. 790, da CLT - Consolidação das Leis do


Trabalho, com a redação dada pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017:

"Art. 790 ...

§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de


qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário
igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.

§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência


de recursos para o pagamento das custas do processo."

As referidas disposições aplicam-se imediatamente às ações ajuizadas


antes da entrada em vigor da lei, mas que não foram ainda sentenciadas, nos termos do art. 14, do CPC -
Código de Processo Civil:

"Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada." (grifos e destaques aditados)

No processo do trabalho o pedido de gratuidade é apreciado somente na


sentença e as custas pagas ao final, de modo que este ato processual deve ser considerado como o marco
para aplicação da nova Lei. Assim, no momento da sentença, deve ser observada a lei vigente quanto à
gratuidade da justiça.

Portanto, há presunção legal de miserabilidade jurídica do empregado ou


do empregador pessoa natural (como, por exemplo, o empregador doméstico) que perceber até quarenta
por cento do teto de benefícios do Regime Geral da Previdência Social - hipótese que enseja a concessão
dos benefícios da justiça gratuita mesmo de ofício pelo Juiz do Trabalho. Nos demais casos, o estado de
pobreza, seja do empregado, seja do empregador, deve ser comprovado.
No feito em análise, não há controvérsia quanto ao fato de que o vínculo
de empregado da parte autora fora extinto, não existindo prova de outra fonte de renda, ainda que
superveniente ao ajuizamento da ação (fato modificativo do direito postulado que deveria ser provado
pela reclamada) - razão pela qual o estado de insuficiência de recursos é presumível.

Defiro os benefícios da justiça gratuita à parte autora.

DA INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO


FEDERAL

É certo que a Lei nº 13.467/2017 trouxe limitação ao benefício da justiça


gratuita, em que pese a Constituição Federal no artigo 5º, LXXIV expressamente garanta que "o Estado
prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos".

Entendo como possível a limitação e regulamentação da assistência


jurídica integral e gratuita por legislação infraconstitucional, desde que respeitados os limites e preceitos
constitucionais.

Nessa linha, a Lei nº 13.467/2017 estabelece presunção de insuficiência


econômica para aqueles que recebam até 40% do limite do RGPS, valor que deve ser observado como
mínimo para a subsistência do trabalhador. No caso, a parte autora está abrangida pela nova disciplina e
já foi deferida a gratuidade.

Portanto, a fim de tornar compatível a nova disciplina dos honorários


periciais e honorários de sucumbência devidos pelos beneficiários da gratuidade, como ocorre no caso,
com a assistência integral e gratuita prevista na Constituição Federal, faz-se imperioso salvaguardar o
mínimo necessário à subsistência do trabalhador, de modo que somente pagará pelos honorários
(periciais ou de sucumbência) caso o valor do seu crédito seja superior a isso.

A fim de adotar parâmetro e critério objetivo, considerando ainda que a


nova disciplina adota o parâmetro dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social para disciplinar
a matéria, fixo que o valor mínimo para subsistência é equivalente a 40% do teto do limite máximo do
RGPS.

Esse limite é adotado observando o princípio da proporcionalidade, bem


como já foi adotado pela CLT para fins de gratuidade.

Em suma: apenas do que exceder a 40% do teto dos benefícios do RGPS é


que poderá ser deduzido eventuais valores devidos a título de honorários de sucumbência e periciais.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - SUCUMBÊNCIA -
APLICAÇÃO IMEDIATA AOS PROCESSOS EM CURSO

Prescrevem o caput e o § 3º, do art. 791-A, da CLT - Consolidação das


Leis do Trabalho, com a redação dada pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017:

"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários
de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15%
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

...

§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência


recíproca, vedada a compensação entre os honorários."

As referidas disposições aplicam-se imediatamente às ações ajuizadas


antes da entrada em vigor da lei, mas que não foram ainda sentenciadas, por conta do art. 14, do CPC -
Código de Processo Civil:

"Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada." (grifos e destaques aditados)

Os honorários advocatícios são fixados em sentença, de modo que esta


deve ser considerada como o marco para o seu deferimento, ou não. É com a sentença surge o direito do
advogado da parte a receber honorários e, portanto, deve ser observada a norma vigente no momento da
prolação.

A inexistência de pedidos líquidos não é óbice à aplicação da referida


norma, porque o Legislador não condicionou o deferimento de honorários advocatícios ao preenchimento
desse requisito.

Destarte, condeno as rés a pagarem ao patrono da reclamante honorários


de 10% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença.

Diante da sucumbência parcial e da impossibilidade de liquidação dos


pedidos rejeitados, fixo em R$ 500,00 os honorários devido ao patrono da 1ª reclamada, considerando os
termos da defesa e a sucumbência mínima, valor a ser deduzido do crédito da parte autora (observado o
patamar mínimo fixado).

Considerando a sucumbência total dos pedidos em relação ao segundo


reclamado, fixo em R$ 2.500,00 os honorários de sucumbência devidos, considerando os mesmos
parâmetros acima.
Diante dos benefícios da justiça gratuita, caso o crédito da reclamante não
seja suficiente para arcar com essa despesa (observado o patamar mínimo fixado acima), a exigibilidade
do valor fica suspensa na forma do § 4º, do art. 791-A, da CLT.

INDENIZAÇÃO PELA CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO

Quanto ao pedido de indenização por perdas e danos, verifico que se trata,


na verdade, de pedido de condenação em honorários advocatícios, o que foi apreciado em tópico próprio.

Registro, outrossim, que vige na Justiça do Trabalho o jus postulandi, de


modo que a contratação de advogado depende exclusivamente da vontade da parte, já que poderia
ingressar com a presente ação independente da assistência do advogado.

Não se pode olvidar, ainda, da assistência judiciária gratuita prestada


pelos sindicatos representativos.

Por fim, a sucumbência implica no pagamento, pela parte vencida, de


honorários sucumbenciais, mas não de honorários contratuais, já que esses são estipulados e geram efeito
tão somente entre as partes contratantes.

Não há fundamento legal para que a parte, além dos honorários


sucumbenciais, pague ainda os honorários contratuais, pois esses dizem respeito a negócio jurídico
próprio, não podendo gerar efeito a terceiros.

Indefiro o pedido de indenização por despesas com advogado.

III - DISPOSITIVO

Diante do exposto, na reclamação trabalhista que JOSE GERALDO


TAVARES move em face de PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP
e MUNICIPIO DE ILHABELA,decido:

Rejeitar as preliminares.

Julgar PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos formulados


pelo reclamante para reconhecer o vínculo de emprego e condenar a 1ª reclamada a pagar, tudo nos
termos da fundamentação que passa a fazer parte integrante do presente dispositivo, em valores que serão
apurados em regular liquidação de sentença, observando-se a evolução salarial do reclamante, os
seguintes títulos:

aviso prévio de 30 dias; 30 dias de saldo de salários relativos a outubro de 2014; 6/12 avos de
férias de 2014/2014, acrescidas de 1/3; 6/12 avos de décimo terceiro salário de 2014; diferença de
FGTS de junho de 2014 a novembro de 2014; indenização de 40% sobre o FGTS; multa do artigo
477, § 8º, da CLT; acréscimos do artigo 467 da CLT;
indenização relativa aos tíquetes refeição, no valor de R$ 19,00 (dezenove reais) diário, devidos
por todo o período laborado;
adicional de insalubridade em grau médio ao reclamante, calculado sobre o salário mínimo, bem
como os reflexos em férias acrescidas de 1/3, 13º salário, aviso prévio, FGTS e indenização de
40%;
indenização por danos morais, no valor de R$ 3.000,00.

Deverá a 1ª ré entregar ao autor o PPP, no prazo de 10 dias após o trânsito


julgado, sob pena de conversão da obrigação em indenização de R$ 2.000,00.

Julgo improcedentes os pedidos em relação ao segundo reclamado.

Honorários de sucumbência conforme fundamentação.

Na apuração do "quantum debeatur",concernente às parcelas deferidas


nesta fundamentação, deverão ser deduzidas as quantias efetivamente pagas por iguais títulos, durante
todo o período de apuração, com o objetivo de tornar defeso o eventual enriquecimento sem causa da
parte reclamante, razão pela qual, de igual sorte, eventual pagamento a maior em determinado mês será
deduzido no mês superveniente. Para esse fim, em regular execução de sentença, serão considerados tão
somente os valores constantes nos recibos existentes nos autos, haja vista a ocorrência da preclusão da
faculdade de apresentação de novos documentos.

A correção monetária tomada por época própria o mês subsequente ao da


prestação de serviços (Súm. 381, C. TST), exceto com relação à indenização por danos morais, que
deverá ser corrigida a partir da prolação da sentença (Súmula 439, TST). Para a correção dos valores
deverá ser observada a tabela única de atualização de débitos trabalhistas a que alude a Resolução no. 8
/2005 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, ou alteração subsequente.

Sobre o montante corrigido, inclusive quanto à indenização por danos


morais, incidirão juros de mora de 1% ao mês, de formasimples (não capitalizados), e aplicados pro rata
die, desde a distribuição do feito até a data do efetivo pagamento dos valores devidos, ou do depósito da
quantia em juízo, desde que com objetivo de pagamento e não garantia do juízo, na forma da Lei nº 8.177
/91.
Tendo em vista a ampliação da competência desta Justiça Especializada
para executar as contribuições previdenciárias decorrentes de suas sentenças, conforme o § 3º do art. 114
da Constituição Federal, fica estabelecido que:

a) incidirá sobre as parcelas de natureza salarial, conforme o rol do art. 28, da Lei nº
8212/91;

b) a de responsabilidade do empregado será deduzida de seu crédito, nos termos da


súmula 368 do C. TST (Lei nº 8212/91, art. 111, parágrafo único, a e c), observando-se
o limite máximo do salário-de-contribuição (Lei nº 8212/91, art. 28, § 5º);

c) de responsabilidade do empregado e do empregador, serão objeto de execução


juntamente com o crédito trabalhista (C.F., art. 114, VIII; C.L.T., arts. 876, par. único e
880), salvo quando espontaneamente recolhida (C.L.T., art. 878-A) ou objeto de
parcelamento junto ao órgão previdenciário (C.L.T., art. 889-A, § 1º), mediante
comprovação nos autos.

As contribuições previdenciárias serão apuradas de acordo com o


disciplinado no art. 43, § 3º da Lei 8.212/91, sendo a contribuição do empregado calculada mês a mês,
observado o teto contributivo, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198 do Dec. 3.048/99, e a do
empregador calculada pela somatória do valor sobre o qual incidirem (Súmula 368 do C. TST).

O termo inicial da dívida previdenciária será o mesmo dia em que se deve


realizar o pagamento das verbas trabalhistas apuradas em liquidação de sentença, a partir do qual, não
havendo o recolhimento, estará o devedor em mora, sendo devidos os juros, pelos critérios
previdenciários e a multa, nos exatos termos do artigo 43, § 3º da Lei nª 8.212/1991, com redação dada
pela Lei nª 11.941/2009.

A reclamada ficará isenta de suas contribuições se comprovar sua opção


pelo SIMPLES à época do débito previdenciário (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte), instituído pela Lei 9.317/96 e o
último recolhimento, devendo, entretanto, descontar e recolher valores devidos pelo empregado.

Quanto ao Imposto de Renda, deve ser observado o disposto na instrução


normativa da RFB nº 1.127/2011, de 07 de fevereiro de 2011, para apuração e tributação de rendimentos
recebidos acumuladamente, conforme o Art.12-A da Lei n. 7.713/88, (acrescido pela Lei 12.350/10), bem
como o artigo 404 do Código Civil, que estabelece a natureza indenizatória dos juros de mora.

Custas pelas reclamadas no valor de R$200,00 (duzentos reais),


calculadas sobre o valor da condenação, ora arbitrado em R$10.000,00 (dez mil reais).

Intimem-se. Nada mais.


Reginaldo Lourenço Pierrotti Júnior

Juiz do Trabalho Substituto


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Vara do Trabalho de São Sebastião

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL


JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
Vara do Trabalho de São Sebastião
Alameda Vereador Mário Olegário Leite, 55, Centro, SAO SEBASTIAO - SP - CEP: 11600-000
TEL.: (12) 38925652 - EMAIL: saj.vt.saosebastiao@trt15.jus.br

PROCESSO: 0011395-50.2015.5.15.0121
CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)

AUTOR: JOSE GERALDO TAVARES


RÉU: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP e outros

DECISÃO PJe-JT

Pressupostos extrínsecos:

O recurso interposto pelo(a) reclamante é tempestivo. Regular a representação.

Pressupostos intrínsecos:

Todas as matérias debatidas preenchem o requisito de admissibilidade.

Apresentem os recorridos contrarrazões no prazo legal e, após, remetam-se os autos ao segundo


grau.

Intimem-se os patronos das partes, ainda, para que efetuem, se for o caso, seu cadastramento
junto ao sistema PJE na 2ª instância.
aln, SAO SEBASTIAO, 3 de Março de 2018.

Juiz(a) do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO

4ª TURMA - 7ª CÂMARA
PROCESSO TRT Nº 0011395-50.2015.5.15.0121
RECURSO ORDINÁRIO
RECORRENTE: JOSÉ GERALDO TAVARES
RECORRIDA: PRÉ ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA - EPP
RECORRIDO: MUNICÍPIO DE ILHABELA
ORIGEM: VARA DO TRABALHO DE SÃO SEBASTIÃO
JUIZ SENTENCIANTE: REGINALDO LOURENÇO PIERROTTI JÚNIOR
rrrf

O reclamante interpõe recurso ordinário, em face da r. sentença de fls. 185


/200, que julgou parcialmente procedentes os pedidos, postulando a reforma do julgado em relação à
multa normativa e honorários advocatícios.

Contrarrazões pelo 2º reclamado (fls. 231/243).

É o relatório.

VOTO

REFORMA TRABALHISTA - DIREITO INTERTEMPORAL

Com o advento da Lei 13.467/2017, houve acentuada alteração no


panorama do direito material e processual do trabalho.

Assim, para preservar o direito fundamental à segurança jurídica (art. 5º,


XXXVI, da Constituição), adotar-se-á o brocardo tempus regit actum para nortear as normas de Direito
do Trabalho que serão aplicadas a cada caso.

Na seara processual, prevalecerá a teoria do isolamento dos atos


processuais, expressamente contemplada nos artigos 14, 1046 e 1047 do CPC. Assim, as novas normas
processuais, que causarem gravame às partes, onerando o seu status jurídico, somente serão aplicáveis
aos processos iniciados após a vigência da Lei 13.467/2017.
ADMISSIBILIDADE

Implementados os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

MULTA NORMATIVA

A r. sentença indeferiu o pedido de multa normativa ao fundamento de


que ela somente "é exigível quando o sindicato atua na sua função de agente fiscalizador do
cumprimento das disposições normativas" (fls. 193), contra o que se insurge o reclamante.

Sustenta que a norma coletiva não exige como requisito para deferimento
da multa normativa a atuação do Sindicato como fiscalizador do cumprimento das disposições
normativas.

Assiste parcial razão ao recorrente.

Estabelece a cláusula 28ª da CCT 2014:

CLÁUSULA VIGÉSIMA - OITAVA - MULTA

Fixação de multa no valor de 10% (dez por cento) do piso salarial por
infração e por empregado, em caso de descumprimento de qualquer das
cláusulas contidas nesta Convenção, desde que não cominada com
qualquer multa específica, revertendo seu valor a favor da parte
prejudicada (fls. 47).

Conforme consignou o recorrente, não consta na referida norma coletiva


o requisito de que a multa só seria devida nos casos em que o sindicato atuasse como fiscalizador do
cumprimento das disposições normativas.

Ademais, a cláusula transcrita alude expressamente que a multa será


revertida a favor da parte prejudicada.

Assim, tendo em vista a condenação da reclamada ao pagamento de


tíquete refeição (cláusula 3ª) e a condenação da reclamada ao pagamento de adicional de insalubridade
pelo não fornecimento de EPI, fazendo com que se presuma que não houve o fornecimento do protetor
solar (cláusula 19ª) deve ser condenada a reclamada ao pagamento da multa de 10% do piso salarial, por
infração, na forma prevista na cláusula 28ª da CCT.

O recorrente não faz jus ao pagamento da multa normativa pelo


descumprimento da obrigação de pagar horas extras (cláusula 4ª) porquanto não houve tal condenação.
No que concerne à obrigação de fornecer comprovantes de pagamento (cláusula 7ª), do mesmo modo,
não faz jus o autor à cominação porque não restou demonstrada a aludida infração normativa.
Pelo exposto, dou parcial razão ao recurso para condenar a reclamada ao
pagamento da multa de 10% do piso salarial, por infração, na forma prevista na prevista na cláusula 28ª
da CCT pelo descumprimento das cláusulas 3ª e 19ª da CCT.

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - DONO DA OBRA

O reclamante requer a reforma da sentença para que seja reconhecida a


responsabilidade subsidiária do 2º reclamado, Município de ILHABELA ao argumento de que o 2º réu se
beneficiou dos seus serviços, devendo responder subsidiariamente em virtude da culpa "in eligendo" e "in
vigilando".

O pleito não merece provimento.

No caso vertente, incontroverso que o contrato havido entre os


reclamados tem por objeto a execução de obra para construção do centro convenção e teatro do
município (fls. 90), o que não retrata terceirização de serviços, mas a contratação de obra certa, o que
atrai a incidência da OJ 191 da SDI-1 do TST, abaixo transcrita:

CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE


CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE.

Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de


empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não
enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações
trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma
empresa construtora ou incorporadora.

Aludida compreensão do contexto jurídico acima está em estrita sintonia


com o recente entendimento sedimentado no julgamento do Recurso de Revista Repetitivo 190-
53.2015.5.03.0090, que ensejou a edição do tema 6, cuja tese firmada, em seu item IV, possui a seguinte
dicção:

(...)

IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver


inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro
que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra
responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação
analógica do art. 455 da CLT e culpa in eligendo (decidido por maioria,
vencido o Exmo. Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro).

Destarte, inexiste responsabilidade do dono da obra, quando se tratar de


ente público.
Nego provimento ao recurso.

CONDENAÇÃO DO RECLAMANTE AO PAGAMENTO DE


HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

O reclamante pugna pela exclusão à condenação ao pagamento de


honorários sucumbenciais.

Razão assiste ao autor.

Considerando que a presente ação foi proposta anteriormente à Lei 13.467


/2017 - que alterou as normas referentes à sucumbência -, o novo regramento processual, que onera os
litigantes, não será aplicado aos processos em curso, conforme dispõe a Instrução Normativa 41 do TST.

Nesse particular, os honorários advocatícios derivados de litígios que


envolvem a relação de emprego não decorriam da mera sucumbência. O deferimento do título somente se
perfazia se coexistissem os requisitos previstos no artigo 14 da Lei 5.584/70, consoante entendimento
então sedimentado na Súmula 219, I, do Tribunal Superior do Trabalho.

No caso em apreço, foi cominado ao autor arcar com honorários de


sucumbência, com base na Reforma Trabalhista, em relação à sucumbência do pleito envolvendo o
Município (sucumbência integral) e em relação à sucumbência parcial dos pedidos formulados em face
do empregador.

Portanto, pelos fundamentos acima erigidos, as regras alusivas à


sucumbência, introduzidas pela Lei 13.467/2017, não se aplica aos processos em curso.

Reforma-se o julgado para excluir da condenação a verba honorária


imputada ao autor.

CONCLUSÃO
Pelo exposto, decido CONHECER do recurso ordinário do reclamante
José Geraldo Tavares e O PROVER EM PARTE para: a) condenar a empregadora ao pagamento da
multa de 10% do piso salarial, por infração, como previsto na cláusula 28ª da CCT pelo descumprimento
das cláusulas 3ª e 19ª da CCT, nos termos da fundamentação; b) excluir da condenação a determinação
de pagamento dos honorários advocatícios em favor das reclamadas.

Rearbitro a condenação em R$ 12.000,00 e fixo as custas no importe de


R$ 240,00, pela 1ª reclamada.

Sessão realizada em 19 de março de 2019.

Presidiu regimentalmente o julgamento o Exmo. Sr. Desembargador do Trabalho Renan Ravel


Rodrigues Fagundes.

Composição:
Relator Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
Juiz do Trabalho André Augusto Ulpiano Rizzardo

Convocados os Juízes Manoel Luiz Costa Penido para substituir o Desembargador Roberto
Nóbrega de Almeida Filho que se encontra atuando no C. TST e André Augusto Ulpiano Rizzardo
para substituir o Desembargador Carlos Alberto Bosco que se encontra em férias.

Ministério Público do Trabalho: Exmo(a). Sr(a). Procurador(a) ciente.

ACÓRDÃO

Acordam os magistrados da 7ª Câmara - Quarta Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região em julgar o processo nos termos do voto proposto pelo Exmo. Sr. Relator.

Votação unânime.

Renan Ravel Rodrigues Fagundes


Desembargador Relator
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO

4ª TURMA - 7ª CÂMARA
PROCESSO TRT Nº 0011395-50.2015.5.15.0121
RECURSO ORDINÁRIO
RECORRENTE: JOSÉ GERALDO TAVARES
RECORRIDA: PRÉ ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA - EPP
RECORRIDO: MUNICÍPIO DE ILHABELA
ORIGEM: VARA DO TRABALHO DE SÃO SEBASTIÃO
JUIZ SENTENCIANTE: REGINALDO LOURENÇO PIERROTTI JÚNIOR
rrrf

O reclamante interpõe recurso ordinário, em face da r. sentença de fls. 185


/200, que julgou parcialmente procedentes os pedidos, postulando a reforma do julgado em relação à
multa normativa e honorários advocatícios.

Contrarrazões pelo 2º reclamado (fls. 231/243).

É o relatório.

VOTO

REFORMA TRABALHISTA - DIREITO INTERTEMPORAL

Com o advento da Lei 13.467/2017, houve acentuada alteração no


panorama do direito material e processual do trabalho.

Assim, para preservar o direito fundamental à segurança jurídica (art. 5º,


XXXVI, da Constituição), adotar-se-á o brocardo tempus regit actum para nortear as normas de Direito
do Trabalho que serão aplicadas a cada caso.

Na seara processual, prevalecerá a teoria do isolamento dos atos


processuais, expressamente contemplada nos artigos 14, 1046 e 1047 do CPC. Assim, as novas normas
processuais, que causarem gravame às partes, onerando o seu status jurídico, somente serão aplicáveis
aos processos iniciados após a vigência da Lei 13.467/2017.

ADMISSIBILIDADE

Implementados os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

MULTA NORMATIVA

A r. sentença indeferiu o pedido de multa normativa ao fundamento de


que ela somente "é exigível quando o sindicato atua na sua função de agente fiscalizador do
cumprimento das disposições normativas" (fls. 193), contra o que se insurge o reclamante.

Sustenta que a norma coletiva não exige como requisito para deferimento
da multa normativa a atuação do Sindicato como fiscalizador do cumprimento das disposições
normativas.

Assiste parcial razão ao recorrente.

Estabelece a cláusula 28ª da CCT 2014:

CLÁUSULA VIGÉSIMA - OITAVA - MULTA

Fixação de multa no valor de 10% (dez por cento) do piso salarial por
infração e por empregado, em caso de descumprimento de qualquer das
cláusulas contidas nesta Convenção, desde que não cominada com
qualquer multa específica, revertendo seu valor a favor da parte
prejudicada (fls. 47).

Conforme consignou o recorrente, não consta na referida norma coletiva o


requisito de que a multa só seria devida nos casos em que o sindicato atuasse como fiscalizador do
cumprimento das disposições normativas.

Ademais, a cláusula transcrita alude expressamente que a multa será


revertida a favor da parte prejudicada.

Assim, tendo em vista a condenação da reclamada ao pagamento de


tíquete refeição (cláusula 3ª) e a condenação da reclamada ao pagamento de adicional de insalubridade
pelo não fornecimento de EPI, fazendo com que se presuma que não houve o fornecimento do protetor
solar (cláusula 19ª) deve ser condenada a reclamada ao pagamento da multa de 10% do piso salarial, por
infração, na forma prevista na cláusula 28ª da CCT.
O recorrente não faz jus ao pagamento da multa normativa pelo
descumprimento da obrigação de pagar horas extras (cláusula 4ª) porquanto não houve tal condenação.
No que concerne à obrigação de fornecer comprovantes de pagamento (cláusula 7ª), do mesmo modo,
não faz jus o autor à cominação porque não restou demonstrada a aludida infração normativa.

Pelo exposto, dou parcial razão ao recurso para condenar a reclamada ao


pagamento da multa de 10% do piso salarial, por infração, na forma prevista na prevista na cláusula 28ª
da CCT pelo descumprimento das cláusulas 3ª e 19ª da CCT.

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - DONO DA OBRA

O reclamante requer a reforma da sentença para que seja reconhecida a


responsabilidade subsidiária do 2º reclamado, Município de ILHABELA ao argumento de que o 2º réu se
beneficiou dos seus serviços, devendo responder subsidiariamente em virtude da culpa "in eligendo" e "in
vigilando".

O pleito não merece provimento.

No caso vertente, incontroverso que o contrato havido entre os


reclamados tem por objeto a execução de obra para construção do centro convenção e teatro do
município (fls. 90), o que não retrata terceirização de serviços, mas a contratação de obra certa, o que
atrai a incidência da OJ 191 da SDI-1 do TST, abaixo transcrita:

CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE


CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE.

Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de


empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não
enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações
trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma
empresa construtora ou incorporadora.

Aludida compreensão do contexto jurídico acima está em estrita sintonia


com o recente entendimento sedimentado no julgamento do Recurso de Revista Repetitivo 190-
53.2015.5.03.0090, que ensejou a edição do tema 6, cuja tese firmada, em seu item IV, possui a seguinte
dicção:

(...)

IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver


inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro
que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra
responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação
analógica do art. 455 da CLT e culpa in eligendo (decidido por maioria,
vencido o Exmo. Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro).

Destarte, inexiste responsabilidade do dono da obra, quando se tratar de


ente público.

Nego provimento ao recurso.

CONDENAÇÃO DO RECLAMANTE AO PAGAMENTO DE


HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

O reclamante pugna pela exclusão à condenação ao pagamento de


honorários sucumbenciais.

Razão assiste ao autor.

Considerando que a presente ação foi proposta anteriormente à Lei 13.467


/2017 - que alterou as normas referentes à sucumbência -, o novo regramento processual, que onera os
litigantes, não será aplicado aos processos em curso, conforme dispõe a Instrução Normativa 41 do TST.

Nesse particular, os honorários advocatícios derivados de litígios que


envolvem a relação de emprego não decorriam da mera sucumbência. O deferimento do título somente se
perfazia se coexistissem os requisitos previstos no artigo 14 da Lei 5.584/70, consoante entendimento
então sedimentado na Súmula 219, I, do Tribunal Superior do Trabalho.

No caso em apreço, foi cominado ao autor arcar com honorários de


sucumbência, com base na Reforma Trabalhista, em relação à sucumbência do pleito envolvendo o
Município (sucumbência integral) e em relação à sucumbência parcial dos pedidos formulados em face
do empregador.

Portanto, pelos fundamentos acima erigidos, as regras alusivas à


sucumbência, introduzidas pela Lei 13.467/2017, não se aplica aos processos em curso.

Reforma-se o julgado para excluir da condenação a verba honorária


imputada ao autor.
CONCLUSÃO

Pelo exposto, decido CONHECER do recurso ordinário do reclamante


José Geraldo Tavares e O PROVER EM PARTE para: a) condenar a empregadora ao pagamento da
multa de 10% do piso salarial, por infração, como previsto na cláusula 28ª da CCT pelo descumprimento
das cláusulas 3ª e 19ª da CCT, nos termos da fundamentação; b) excluir da condenação a determinação
de pagamento dos honorários advocatícios em favor das reclamadas.

Rearbitro a condenação em R$ 12.000,00 e fixo as custas no importe de


R$ 240,00, pela 1ª reclamada.

Sessão realizada em 19 de março de 2019.

Presidiu regimentalmente o julgamento o Exmo. Sr. Desembargador do Trabalho Renan Ravel


Rodrigues Fagundes.

Composição:
Relator Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
Juiz do Trabalho André Augusto Ulpiano Rizzardo

Convocados os Juízes Manoel Luiz Costa Penido para substituir o Desembargador Roberto
Nóbrega de Almeida Filho que se encontra atuando no C. TST e André Augusto Ulpiano Rizzardo
para substituir o Desembargador Carlos Alberto Bosco que se encontra em férias.

Ministério Público do Trabalho: Exmo(a). Sr(a). Procurador(a) ciente.

ACÓRDÃO

Acordam os magistrados da 7ª Câmara - Quarta Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região em julgar o processo nos termos do voto proposto pelo Exmo. Sr. Relator.
Votação unânime.

Renan Ravel Rodrigues Fagundes


Desembargador Relator
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO

4ª TURMA - 7ª CÂMARA
PROCESSO TRT Nº 0011395-50.2015.5.15.0121
RECURSO ORDINÁRIO
RECORRENTE: JOSÉ GERALDO TAVARES
RECORRIDA: PRÉ ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA - EPP
RECORRIDO: MUNICÍPIO DE ILHABELA
ORIGEM: VARA DO TRABALHO DE SÃO SEBASTIÃO
JUIZ SENTENCIANTE: REGINALDO LOURENÇO PIERROTTI JÚNIOR
rrrf

O reclamante interpõe recurso ordinário, em face da r. sentença de fls. 185


/200, que julgou parcialmente procedentes os pedidos, postulando a reforma do julgado em relação à
multa normativa e honorários advocatícios.

Contrarrazões pelo 2º reclamado (fls. 231/243).

É o relatório.

VOTO

REFORMA TRABALHISTA - DIREITO INTERTEMPORAL

Com o advento da Lei 13.467/2017, houve acentuada alteração no


panorama do direito material e processual do trabalho.

Assim, para preservar o direito fundamental à segurança jurídica (art. 5º,


XXXVI, da Constituição), adotar-se-á o brocardo tempus regit actum para nortear as normas de Direito
do Trabalho que serão aplicadas a cada caso.

Na seara processual, prevalecerá a teoria do isolamento dos atos


processuais, expressamente contemplada nos artigos 14, 1046 e 1047 do CPC. Assim, as novas normas
processuais, que causarem gravame às partes, onerando o seu status jurídico, somente serão aplicáveis
aos processos iniciados após a vigência da Lei 13.467/2017.

ADMISSIBILIDADE

Implementados os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

MULTA NORMATIVA

A r. sentença indeferiu o pedido de multa normativa ao fundamento de


que ela somente "é exigível quando o sindicato atua na sua função de agente fiscalizador do
cumprimento das disposições normativas" (fls. 193), contra o que se insurge o reclamante.

Sustenta que a norma coletiva não exige como requisito para deferimento
da multa normativa a atuação do Sindicato como fiscalizador do cumprimento das disposições
normativas.

Assiste parcial razão ao recorrente.

Estabelece a cláusula 28ª da CCT 2014:

CLÁUSULA VIGÉSIMA - OITAVA - MULTA

Fixação de multa no valor de 10% (dez por cento) do piso salarial por
infração e por empregado, em caso de descumprimento de qualquer das
cláusulas contidas nesta Convenção, desde que não cominada com
qualquer multa específica, revertendo seu valor a favor da parte
prejudicada (fls. 47).

Conforme consignou o recorrente, não consta na referida norma coletiva o


requisito de que a multa só seria devida nos casos em que o sindicato atuasse como fiscalizador do
cumprimento das disposições normativas.

Ademais, a cláusula transcrita alude expressamente que a multa será


revertida a favor da parte prejudicada.

Assim, tendo em vista a condenação da reclamada ao pagamento de


tíquete refeição (cláusula 3ª) e a condenação da reclamada ao pagamento de adicional de insalubridade
pelo não fornecimento de EPI, fazendo com que se presuma que não houve o fornecimento do protetor
solar (cláusula 19ª) deve ser condenada a reclamada ao pagamento da multa de 10% do piso salarial, por
infração, na forma prevista na cláusula 28ª da CCT.
O recorrente não faz jus ao pagamento da multa normativa pelo
descumprimento da obrigação de pagar horas extras (cláusula 4ª) porquanto não houve tal condenação.
No que concerne à obrigação de fornecer comprovantes de pagamento (cláusula 7ª), do mesmo modo,
não faz jus o autor à cominação porque não restou demonstrada a aludida infração normativa.

Pelo exposto, dou parcial razão ao recurso para condenar a reclamada ao


pagamento da multa de 10% do piso salarial, por infração, na forma prevista na prevista na cláusula 28ª
da CCT pelo descumprimento das cláusulas 3ª e 19ª da CCT.

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - DONO DA OBRA

O reclamante requer a reforma da sentença para que seja reconhecida a


responsabilidade subsidiária do 2º reclamado, Município de ILHABELA ao argumento de que o 2º réu se
beneficiou dos seus serviços, devendo responder subsidiariamente em virtude da culpa "in eligendo" e "in
vigilando".

O pleito não merece provimento.

No caso vertente, incontroverso que o contrato havido entre os


reclamados tem por objeto a execução de obra para construção do centro convenção e teatro do
município (fls. 90), o que não retrata terceirização de serviços, mas a contratação de obra certa, o que
atrai a incidência da OJ 191 da SDI-1 do TST, abaixo transcrita:

CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE


CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE.

Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de


empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não
enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações
trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma
empresa construtora ou incorporadora.

Aludida compreensão do contexto jurídico acima está em estrita sintonia


com o recente entendimento sedimentado no julgamento do Recurso de Revista Repetitivo 190-
53.2015.5.03.0090, que ensejou a edição do tema 6, cuja tese firmada, em seu item IV, possui a seguinte
dicção:

(...)

IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver


inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro
que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra
responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação
analógica do art. 455 da CLT e culpa in eligendo (decidido por maioria,
vencido o Exmo. Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro).

Destarte, inexiste responsabilidade do dono da obra, quando se tratar de


ente público.

Nego provimento ao recurso.

CONDENAÇÃO DO RECLAMANTE AO PAGAMENTO DE


HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

O reclamante pugna pela exclusão à condenação ao pagamento de


honorários sucumbenciais.

Razão assiste ao autor.

Considerando que a presente ação foi proposta anteriormente à Lei 13.467


/2017 - que alterou as normas referentes à sucumbência -, o novo regramento processual, que onera os
litigantes, não será aplicado aos processos em curso, conforme dispõe a Instrução Normativa 41 do TST.

Nesse particular, os honorários advocatícios derivados de litígios que


envolvem a relação de emprego não decorriam da mera sucumbência. O deferimento do título somente se
perfazia se coexistissem os requisitos previstos no artigo 14 da Lei 5.584/70, consoante entendimento
então sedimentado na Súmula 219, I, do Tribunal Superior do Trabalho.

No caso em apreço, foi cominado ao autor arcar com honorários de


sucumbência, com base na Reforma Trabalhista, em relação à sucumbência do pleito envolvendo o
Município (sucumbência integral) e em relação à sucumbência parcial dos pedidos formulados em face
do empregador.

Portanto, pelos fundamentos acima erigidos, as regras alusivas à


sucumbência, introduzidas pela Lei 13.467/2017, não se aplica aos processos em curso.

Reforma-se o julgado para excluir da condenação a verba honorária


imputada ao autor.
CONCLUSÃO

Pelo exposto, decido CONHECER do recurso ordinário do reclamante


José Geraldo Tavares e O PROVER EM PARTE para: a) condenar a empregadora ao pagamento da
multa de 10% do piso salarial, por infração, como previsto na cláusula 28ª da CCT pelo descumprimento
das cláusulas 3ª e 19ª da CCT, nos termos da fundamentação; b) excluir da condenação a determinação
de pagamento dos honorários advocatícios em favor das reclamadas.

Rearbitro a condenação em R$ 12.000,00 e fixo as custas no importe de


R$ 240,00, pela 1ª reclamada.

Sessão realizada em 19 de março de 2019.

Presidiu regimentalmente o julgamento o Exmo. Sr. Desembargador do Trabalho Renan Ravel


Rodrigues Fagundes.

Composição:
Relator Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
Juiz do Trabalho André Augusto Ulpiano Rizzardo

Convocados os Juízes Manoel Luiz Costa Penido para substituir o Desembargador Roberto
Nóbrega de Almeida Filho que se encontra atuando no C. TST e André Augusto Ulpiano Rizzardo
para substituir o Desembargador Carlos Alberto Bosco que se encontra em férias.

Ministério Público do Trabalho: Exmo(a). Sr(a). Procurador(a) ciente.

ACÓRDÃO

Acordam os magistrados da 7ª Câmara - Quarta Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região em julgar o processo nos termos do voto proposto pelo Exmo. Sr. Relator.
Votação unânime.

Renan Ravel Rodrigues Fagundes


Desembargador Relator
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO

4ª TURMA - 7ª CÂMARA
PROCESSO TRT Nº 0011395-50.2015.5.15.0121
RECURSO ORDINÁRIO
RECORRENTE: JOSÉ GERALDO TAVARES
RECORRIDA: PRÉ ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA - EPP
RECORRIDO: MUNICÍPIO DE ILHABELA
ORIGEM: VARA DO TRABALHO DE SÃO SEBASTIÃO
JUIZ SENTENCIANTE: REGINALDO LOURENÇO PIERROTTI JÚNIOR
rrrf

O reclamante interpõe recurso ordinário, em face da r. sentença de fls. 185


/200, que julgou parcialmente procedentes os pedidos, postulando a reforma do julgado em relação à
multa normativa e honorários advocatícios.

Contrarrazões pelo 2º reclamado (fls. 231/243).

É o relatório.

VOTO

REFORMA TRABALHISTA - DIREITO INTERTEMPORAL

Com o advento da Lei 13.467/2017, houve acentuada alteração no


panorama do direito material e processual do trabalho.

Assim, para preservar o direito fundamental à segurança jurídica (art. 5º,


XXXVI, da Constituição), adotar-se-á o brocardo tempus regit actum para nortear as normas de Direito
do Trabalho que serão aplicadas a cada caso.

Na seara processual, prevalecerá a teoria do isolamento dos atos


processuais, expressamente contemplada nos artigos 14, 1046 e 1047 do CPC. Assim, as novas normas
processuais, que causarem gravame às partes, onerando o seu status jurídico, somente serão aplicáveis
aos processos iniciados após a vigência da Lei 13.467/2017.

ADMISSIBILIDADE

Implementados os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

MULTA NORMATIVA

A r. sentença indeferiu o pedido de multa normativa ao fundamento de


que ela somente "é exigível quando o sindicato atua na sua função de agente fiscalizador do
cumprimento das disposições normativas" (fls. 193), contra o que se insurge o reclamante.

Sustenta que a norma coletiva não exige como requisito para deferimento
da multa normativa a atuação do Sindicato como fiscalizador do cumprimento das disposições
normativas.

Assiste parcial razão ao recorrente.

Estabelece a cláusula 28ª da CCT 2014:

CLÁUSULA VIGÉSIMA - OITAVA - MULTA

Fixação de multa no valor de 10% (dez por cento) do piso salarial por
infração e por empregado, em caso de descumprimento de qualquer das
cláusulas contidas nesta Convenção, desde que não cominada com
qualquer multa específica, revertendo seu valor a favor da parte
prejudicada (fls. 47).

Conforme consignou o recorrente, não consta na referida norma coletiva o


requisito de que a multa só seria devida nos casos em que o sindicato atuasse como fiscalizador do
cumprimento das disposições normativas.

Ademais, a cláusula transcrita alude expressamente que a multa será


revertida a favor da parte prejudicada.

Assim, tendo em vista a condenação da reclamada ao pagamento de


tíquete refeição (cláusula 3ª) e a condenação da reclamada ao pagamento de adicional de insalubridade
pelo não fornecimento de EPI, fazendo com que se presuma que não houve o fornecimento do protetor
solar (cláusula 19ª) deve ser condenada a reclamada ao pagamento da multa de 10% do piso salarial, por
infração, na forma prevista na cláusula 28ª da CCT.
O recorrente não faz jus ao pagamento da multa normativa pelo
descumprimento da obrigação de pagar horas extras (cláusula 4ª) porquanto não houve tal condenação.
No que concerne à obrigação de fornecer comprovantes de pagamento (cláusula 7ª), do mesmo modo,
não faz jus o autor à cominação porque não restou demonstrada a aludida infração normativa.

Pelo exposto, dou parcial razão ao recurso para condenar a reclamada ao


pagamento da multa de 10% do piso salarial, por infração, na forma prevista na prevista na cláusula 28ª
da CCT pelo descumprimento das cláusulas 3ª e 19ª da CCT.

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - DONO DA OBRA

O reclamante requer a reforma da sentença para que seja reconhecida a


responsabilidade subsidiária do 2º reclamado, Município de ILHABELA ao argumento de que o 2º réu se
beneficiou dos seus serviços, devendo responder subsidiariamente em virtude da culpa "in eligendo" e "in
vigilando".

O pleito não merece provimento.

No caso vertente, incontroverso que o contrato havido entre os


reclamados tem por objeto a execução de obra para construção do centro convenção e teatro do
município (fls. 90), o que não retrata terceirização de serviços, mas a contratação de obra certa, o que
atrai a incidência da OJ 191 da SDI-1 do TST, abaixo transcrita:

CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE


CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE.

Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de


empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não
enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações
trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma
empresa construtora ou incorporadora.

Aludida compreensão do contexto jurídico acima está em estrita sintonia


com o recente entendimento sedimentado no julgamento do Recurso de Revista Repetitivo 190-
53.2015.5.03.0090, que ensejou a edição do tema 6, cuja tese firmada, em seu item IV, possui a seguinte
dicção:

(...)

IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver


inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro
que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra
responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação
analógica do art. 455 da CLT e culpa in eligendo (decidido por maioria,
vencido o Exmo. Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro).

Destarte, inexiste responsabilidade do dono da obra, quando se tratar de


ente público.

Nego provimento ao recurso.

CONDENAÇÃO DO RECLAMANTE AO PAGAMENTO DE


HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

O reclamante pugna pela exclusão à condenação ao pagamento de


honorários sucumbenciais.

Razão assiste ao autor.

Considerando que a presente ação foi proposta anteriormente à Lei 13.467


/2017 - que alterou as normas referentes à sucumbência -, o novo regramento processual, que onera os
litigantes, não será aplicado aos processos em curso, conforme dispõe a Instrução Normativa 41 do TST.

Nesse particular, os honorários advocatícios derivados de litígios que


envolvem a relação de emprego não decorriam da mera sucumbência. O deferimento do título somente se
perfazia se coexistissem os requisitos previstos no artigo 14 da Lei 5.584/70, consoante entendimento
então sedimentado na Súmula 219, I, do Tribunal Superior do Trabalho.

No caso em apreço, foi cominado ao autor arcar com honorários de


sucumbência, com base na Reforma Trabalhista, em relação à sucumbência do pleito envolvendo o
Município (sucumbência integral) e em relação à sucumbência parcial dos pedidos formulados em face
do empregador.

Portanto, pelos fundamentos acima erigidos, as regras alusivas à


sucumbência, introduzidas pela Lei 13.467/2017, não se aplica aos processos em curso.

Reforma-se o julgado para excluir da condenação a verba honorária


imputada ao autor.
CONCLUSÃO

Pelo exposto, decido CONHECER do recurso ordinário do reclamante


José Geraldo Tavares e O PROVER EM PARTE para: a) condenar a empregadora ao pagamento da
multa de 10% do piso salarial, por infração, como previsto na cláusula 28ª da CCT pelo descumprimento
das cláusulas 3ª e 19ª da CCT, nos termos da fundamentação; b) excluir da condenação a determinação
de pagamento dos honorários advocatícios em favor das reclamadas.

Rearbitro a condenação em R$ 12.000,00 e fixo as custas no importe de


R$ 240,00, pela 1ª reclamada.

Sessão realizada em 19 de março de 2019.

Presidiu regimentalmente o julgamento o Exmo. Sr. Desembargador do Trabalho Renan Ravel


Rodrigues Fagundes.

Composição:
Relator Desembargador do Trabalho Renan Ravel Rodrigues Fagundes
Juiz do Trabalho Manoel Luiz Costa Penido
Juiz do Trabalho André Augusto Ulpiano Rizzardo

Convocados os Juízes Manoel Luiz Costa Penido para substituir o Desembargador Roberto
Nóbrega de Almeida Filho que se encontra atuando no C. TST e André Augusto Ulpiano Rizzardo
para substituir o Desembargador Carlos Alberto Bosco que se encontra em férias.

Ministério Público do Trabalho: Exmo(a). Sr(a). Procurador(a) ciente.

ACÓRDÃO

Acordam os magistrados da 7ª Câmara - Quarta Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região em julgar o processo nos termos do voto proposto pelo Exmo. Sr. Relator.
Votação unânime.

Renan Ravel Rodrigues Fagundes


Desembargador Relator
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
Gabinete da Vice-Presidência Judicial
ROT 0011395-50.2015.5.15.0121
RECORRENTE: JOSE GERALDO TAVARES
RECORRIDO: PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA -
EPP, MUNICIPIO DE ILHABELA

RECURSO DE REVISTA
Lei 13.467/2017

Recorrente(s): 1. JOSE GERALDO TAVARES


Advogado(a)(s): 1. FERNANDO LACERDA (SP - 129580)
1. BRUNA KOSEL MELO DE CARVALHO (SP - 200022)
Recorrido(a)(s): 1. PRE ENGENHARIA CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA - EPP
2. MUNICIPIO DE ILHABELA
Advogado(a)(s): 1. ADONIS SERGIO TRINDADE (SP - 123810)
2. EVERTON LUCAS TUPINAMBA REZENDE (SP - 306457)

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

Tempestivo o recurso (decisão publicada em 29/03/2019; recurso apresentado em 05/04/2019).

Regular a representação processual.

Desnecessário o preparo (§ 10 do art. 899 da CLT).

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA / SUBSIDIÁRIA/TOMADOR DE SERVIÇOS /


TERCEIRIZAÇÃO/EMPREITADA / DONO DA OBRA.

Diante da publicação da decisão proferida no IRRR/TST RR-190-53.2015.5.03.0090, quanto à


responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação trabalhista do dono da obra, fixou-se
interpretação vinculante sobre o tema.

A SBDI-1 do C. TST, em sua composição plena, definiu as teses jurídicas para o tema discutido no
aludido Incidente de Recurso de Revista Repetitivo, nos seguintes termos:

1ª) a exclusão de responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação trabalhista, a que se refere a
Orientação Jurisprudencial nº 191 da SbDI-1 do TST, não se restringe a pessoa física ou micro e
pequenas empresas. Compreende igualmente empresas de médio / grande porte e entes públicos;
2ª) a excepcional responsabilidade por obrigações trabalhistas, prevista na parte final da Orientação
Jurisprudencial nº 191 da SbDI-1 do TST, por aplicação analógica do artigo 455 da CLT, alcança os
casos em que o dono da obra de construção civil é construtor ou incorporador e, portanto, desenvolve a
mesma atividade econômica do empreiteiro;

3ª) não é compatível com a diretriz sufragada na Orientação Jurisprudencial nº 191 da SbDI-1 do TST
decisão que amplia a responsabilidade trabalhista do dono da obra, excepcionando apenas 'a pessoa
física ou micro e pequenas empresas, na forma da lei, que não exerçam atividade econômica vinculada
ao objeto contratado';

4ª) exceto ente público da Administração direta e indireta, se houver inadimplemento das obrigações
trabalhistas contraídas por empreiteiro que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da
obra responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação analógica do art. 455 da
CLT e de culpa in eligendo.

No caso ora analisado, o v. acórdão excluiu a responsabilidade subsidiária do ente público, por entender
que figurou como dono da obra realizada pela 1ª reclamada Pré Engenharia Cosntruções e Comércio Ltda
- EPP.

Portanto, estando a decisão recorrida em conformidade com a tese jurídica prevalecente firmada no IRRR
n.º 190-53.2015.5.03.0090, inviável o recurso, nos termos dos arts. 896, § 7º, 896-C §11, I, da CLT, 985,
I, do CPC/2015 e 14, I, da IN 38/2015, c/c a Súmula 333 do C. TST.

CONCLUSÃO

DENEGO seguimento ao recurso de revista.

Publique-se e intime-se.

Campinas-SP, 06 de setembro de 2019.

TEREZA APARECIDA ASTA GEMIGNANI

Desembargadora do Trabalho
Vice-Presidente Judicial
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

e2127ce 26/10/2015 15:51 Ata da Audiência Ata da Audiência

9b7e166 18/06/2016 13:46 Despacho Despacho

e337c36 27/07/2016 16:44 Despacho Despacho

b3c205b 05/10/2016 14:29 Despacho Despacho

845373f 14/03/2017 22:03 Despacho Despacho

958faaf 26/05/2017 14:59 Despacho Despacho

925c844 07/07/2017 14:45 Intimação Intimação

9f4828d 14/08/2017 21:11 Despacho Despacho

d03f797 29/08/2017 17:24 Despacho Despacho

e5c59d4 18/09/2017 10:07 Intimação Intimação

e49bae3 07/12/2017 15:26 Ata da Audiência Ata da Audiência

7bbc3a6 10/01/2018 12:39 Sentença Sentença

8a5d1a6 05/03/2018 14:11 Decisão Decisão

93d11a1 20/03/2019 13:31 Acórdão Acórdão

ec2a097 25/03/2019 11:29 Intimação Intimação

5621a0d 25/03/2019 11:29 Intimação Intimação

4bb7a57 25/03/2019 11:29 Intimação Intimação

c1dfb7f 06/09/2019 17:36 Decisão Decisão

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