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Técnico em Radiologia

INTRODUÇÃO

Em 13 de maio de 1847, o médico húngaro Ignaz


Philipp Semmelweis, com o simples ato de lavar as mãos
com solução clorada antes de entrar em contato direto com
os pacientes, demonstrou a importância dessa medida na
profilaxia da infecção hospitalar, reduzindo de 18% para 2%
a incidência de infecções.
BACTERIOLOGIA

Milhões de bactérias habitam nossa


pele, a maioria em condições normais,
não produz doença, mas as patogênicas
(estreptococos, estafilococos) podem
invadir o organismo através de lesões
da pele ou condições de baixa
resistência e virem a produzir infecção.
PELE: reservatório de diversos
microrganismos, que podem se transferir:

- de uma superfície para outra;


- por meio de contato direto (pele com pele);
- por meio de contato indireto (contato da pele
com objetos e superfícies contaminados).
MICROBIOTA DA PELE NORMAL

- Diferentes contagens em diferentes áreas:


Ex: 1 x 106 UFC/cm2– couro cabeludo
5 x 105 UFC/cm2 – axila
4 x 104 UFC/cm2 – abdome
1 x 104 UFC/cm2 – antebraço
- Profissionais de saúde: varia de 3,9x 104 a 4,6x 106.

Do ponto de vista da flora microbiana da pele,


temos duas populações: a residente e a
transitória.
BACTÉRIAS TRANSITÓRIAS:

São as bactérias da flora superficial, que


residem na epiderme, nos espaços interdigitais e
dobras da pele. Podem ser adquiridas através do
toque das mãos, manipulações de objetos, sendo
causa comum de infecção cruzada. Grande parte
destas bactérias é removida pela lavagem das
mãos. Possui meia-vida curta, e é a responsável
pela maioria das infecções hospitalares.

Ex: estreptococos, estafilococos, Enterobactériaceas,


P.aeruginosas.
BACTÉRIAS RESIDENTES:

Residem nas camadas mais


profundas da pele, a derme, nos
folículos pilosos e glândulas sebáceas.
Por serem bactérias fixas em camadas
mais profundas da pele, são mais
difíceis de serem removidas, porém não
são consideradas prejudiciais ao
homem.
Ex: Estafilococos coagulase negativos,
Corynebacterium, Micrococcus.
REQUISITOS PARA TRANSMISSÃO
DE PATÓGENOS PELAS MÃOS

Microbiota presente na pele do paciente ou em


objetos próximos a ele;

Capacidade de sobrevivência do microrganismo


por alguns minutos nas mãos;

Lavagem ou antissepsia inadequada ou omitida;


COMO PODEMOS FAZER?

A utilização simples de água e


sabão pode reduzir a população
microbiana presente nas mãos e,
na maioria das vezes, interromper
a cadeia de transmissão de
doenças.
Porque higiene das mãos ?

A higienização das mãos é considerada a


ação isolada mais importante no controle de
infecções em serviços de saúde.

AS MÃOS SÃO A PRINCIPAL VIA DE


TRANSMISSÃO DE MICRORGANISMOS
O que é Lavagem de Mãos?

É a remoção mecânica da sujidade e


redução da microbiota transitória.

Anti-sepsia ou degermação de mãos


É a redução da microbiota residente e eliminação
da microbiota transitória com a ajuda de solução
com propriedade germicida denominada anti-
séptico.
As bactérias continuam invisíveis em nossas mãos.

Podemos adquirir de 100-1000


UFC apenas:
•mudando o paciente de quarto
•medindo a pressão ou pulso
•tocando a mão do paciente
•tocando as roupas de cama ou
vestes
•tocando os equipamentos
próximos.
QUANDO LAVAR AS MÃOS:
• Ao chegar e sair do ambiente de trabalho;
• Antes e após a realização de atos fisiológicos e pessoais
(alimentação, eliminações, limpar o nariz, fumar,
pentear cabelos, ou tocar alguma parte do corpo)
• Antes e após a realização de cada procedimento;
• Após o contato com sangue, secreções corporais,
excreções e artigos contaminados, tendo ou não usado
luvas;
• Entre contato com um paciente e outro;
• Entre contato com o mesmo paciente, porem em partes
diferentes do corpo.
Para lavagem simples das mãos, precisaremos:

• Água corrente e pias;


• Dispensadores de sabão líquido e anti-
sépticos;
• Toalha descartável (papel toalha).
TÉCNICA DE LAVAGEM DAS
MÃOS COM ÁGUA E
SABONETE
PROCEDIMENTO:
• Remova anéis, alianças, pulseiras, relógio, etc.;
• Abra a torneira vagarosamente;
• Umedeça as mãos e pulsos em água corrente;
• Aplique o sabão líquido nas mãos. Se for sabão em barra:
* segure o sabão entre o polegar e o indicador;
* passá-lo em água corrente;
* friccioná-lo firmemente entre as palmas das mãos até formas espuma abundante;
* enxaguá-lo novamente em água corrente;
* colocá-lo no lugar.

• Fechar a torneira, ensaboando o volante da mesma;


• Ensaboar friccionando firmemente por aproximadamente 15 segundos:
– as palmas das mãos; o dorso das mãos; espaços interdigitais (entre os dedos);
– os polegares; as articulações; extremidades dos dedos e unhas; e os punhos.

• Abrir a torneira vagarosamente,


• Enxaguar as mãos, no sentido do punho para os dedos, mantendo os cotovelos
acima dos punhos;
• Enxaguar a torneira sem tocar com as mãos.
• Enxugar as mãos com papel toalha,
• Fechar a torneira usando outra folha de papel toalha.
1.Palma 2.dorso

3.Espaços interdigitais 4.polegares

5.Articulações 6.extremidades e
unhas
7.punhos
ANTI-SEPSIA DAS
MÃOS COM
ÁLCOOL GEL
Mãos Sujas
Mãos após lavagem com água e sabão
Mãos após anti-sepsia com álcool 70%
Aliança
Pano de Limpeza
Dinheiro
Cabelo
Ar de corredor
movimentado
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
• Mesmo ao usar luvas deve-se lavar as mãos, pois elas podem
apresentar microfuros ou perder sua integridade sem que o
profissional perceba, possibilitando passagem de
microrganismos das mãos para o ambiente;
• Anéis, pulseiras, relógios de pulso não devem ser usados porque
dificultam a higienização das mãos e são abrigo de bactérias,
fungos e vírus;
• Não se deve utilizar unhas postiças. As unhas devem ser bem
aparadas, porque também podem abrigar germes causadores de
infecções;
• Nunca toque desnecessariamente superfícies materiais, tais
como telefones, maçanetas e portas quando estiver com luvas;
• Aplique creme hidratante nas mãos, diariamente, para evitar
ressecamento na pele.
OUTROS TÓPICOS  LUVAS

 Utilize luvas em contato com sangue ou


outros materiais potencialmente contaminados,
membranas, mucosas e pele não íntegra.
 Remova a luva após o cuidado prestado ao
paciente. Não utilize as mesmas luvas para
cuidar de mais de um paciente, e não lave as
luvas entre pacientes.
 Troque de luvas de um local contaminado
para outro limpo.
 NUNCA RE-UTILIZE LUVAS.
PROGRAMAS EDUCACIONAIS DE
MOTIVAÇÃO

 Eduque os profissionais de saúde


como parte de um programa de
melhoria de adesão as práticas de
Higienização das Mãos, quanto aos
tipos de atividades que podem
resultar em contaminação das mãos
com as vantagens e desvantagens
dos métodos utilizados, dando
suporte ao programa de melhorias.
A OMS (Organização Mundial da Saúde), que dia (05-
05-2009) lança a campanha mundial "Salve vidas: limpe suas
mãos", enfatiza que a higienização adequada envolve de 15 a
20 segundos só de esfrega-esfrega. Você não precisa olhar no
relógio. A entidade ensina que basta cantar "Parabéns a você"
duas vezes seguidas (não precisa incluir "é pique, é pique").

Pesquisas comprovam que a lavagem de mãos é a principal


medida de prevenção contra infecções em ambiente hospitalar.
"Para a maior parte das doenças, o sabão comum é suficiente",
já em casa, sabonetes em barra podem ser usados, mas em
locais de maior circulação e, especialmente, em hospitais, a
versão líquida é a única permitida, pois as rachaduras dos
produtos em barra podem virar esconderijo de microrganismos.

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