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Olá, eu sou o André Antunes e o artigo de hoje se destina especialmente

àqueles que operam Price Action.

Para quem não conhece, Price Action é uma forma de atuar no mercado
olhando o gráfico sem nenhum tipo de indicador. Apenas se estuda a
movimentação no preço e se observa os padrões de candlesticks que vão se
formando.

O grande problema de quem opera Price Action é a questão da passividade


perante o mercado. Praticamente você atua definindo previamente os pontos
de entrada, stop e gain e não faz mais nada a partir daí. Esse “não fazer nada”
é o que eu chamo de passividade. E qual a consequência disso?

Muitas vezes o mercado vem, pega sua entrada e até anda um pouco a favor,
mas depois reverte e acaba te stopando. Ou então você sente que o
movimento está andando forte, percebe que até dá para alongar um pouco
mais o trade, mas zera rápido porque o ponto de realização, segundo o padrão
gráfico, é curto e você o faz em prol da disciplina de sua estratégia.

Justamente para sanar esses tipos de dificuldades é que muitos traders


acabam inserindo a Análise de Fluxo de Ordens em seu operacional. Ocorre
que se você não inverter a ordem de importância entre as técnicas, você
experimentará sim um aumento na assertividade de suas operações, mas a
Análise de Fluxo de Ordens pouco lhe ajudará no conflito emocional causado
pela passividade.

A principal razão deste fato reside na diferença de timing entre a Análise de


Fluxo de Ordens e o Price Action. A maior parte dos traders usa o fluxo de
ordens como validador do ponto de entrada no Price Action. Exemplo: o
mercado sinaliza uma resistência no 7,0. De acordo com o Price Action, uma
vez rompido, você entraria a 7,5. Mas pode ocorrer do ponto ser rompido
apenas por mera marcação de mercado. Então você espera a entrada de fluxo
real e persistente a 7,5 para aí sim abrir uma posição no mercado.
Isto até pode ocorrer, mas falo com absoluta convicção de que seria uma
exceção ou mera coincidência. Regra geral, análise de fluxo de ordens e Price
Action acabam sinalizando pontos de entrada distintos. No exemplo acima, é
bem provável que o ponto de entrada pela análise de fluxo de ordens teria sido
a 4,0 ou a 5,0 e você não tem ideia até onde esse movimento teria força para
continuar deslocando preço. Ou seja, novamente você estaria passivo no
mercado e a sensação de incerteza inevitavelmente estaria presente.

Mude a ordem de importância


Então não é possível conciliar Price Action com Análise de Fluxo de
Ordens, André?

De forma alguma, é plenamente possível conciliar ambas as técnicas, desde


que você mude o papel de cada uma em termos de importância dentro do seu
operacional.

Até agora somente abordei situações onde o motivador da entrada provém do


Price Action e a Análise de Fluxo de Ordens apenas validaria o início da
operação. Mas se a sua intenção for obter o máximo de proveito da união de
ambas as técnicas, é preciso mudar a ordem dos fatores, isto é, o motivador da
entrada passaria a ser o Fluxo de Ordens e o Price Action validaria o contexto.

Quando você aprende as variáveis fundamentais da Análise de Fluxo de


Ordens, você passa a analisar o mercado não pelo preço, mas pela força dos
eventos que fazem o preço se movimentar. Por exemplo: você enxerga uma
entrada de fluxo persistente no 4,0 (quando digo fluxo persistente, me refiro a
agressões de compra nos lotes ofertados pelo vendedor a partir do 4,0, onde o
comprador aceita pagar o preço pedido por ele). Ao consumirem a totalidade
dos lotes ofertados nesse nível preço, o apetite comprador segue intenso e
agora agridem o 4,5 (no exemplo em questão, estou falando do dólar, que é o
um ativo cuja oscilação mínima é 0,5 em 0,5 ponto). Aqui temos um bom indício
para atuar na compra.

Perceba: o motivador da entrada foi o fluxo de ordens. O Price Action, neste


caso, seria a zona de intensa negociação onde se deu a entrada do fluxo
comprador. Pode ser que pelo Price Action, o preço de entrada seria no 2,0 ou
no 1,0, mas se o mercado entendeu que a 4,0 a compra já se mostrava
interessante, foi neste nível de preço que se iniciou o movimento. Portanto, o
Price Action definiria as possíveis faixas de preço onde o mercado trabalharia a
posição, mas o ponto de entrada, o motivador principal do clique, quem dá é o
fluxo de ordens.

Certifique-se de que
o motivador da
entrada tenha valor
para o coletivo do
mercado
E por que defendo que o fluxo de ordens seja o motivador principal
de sua entrada?

Bem, isso envolve um pouco do conceito de agressão que já trabalhei em


artigos passados. De forma resumida, agressão é o ato de fechar o negócio,
aceitando o preço ofertado pela parte contrária. Quando o comprador aceita
pagar o preço pedido pelo vendedor, a agressão é de compra. Quando o
vendedor aceita vender no preço que o comprador está disposto a pagar,
dizemos que a agressão é de venda.

Os preços só mudam de patamar quando dois ou mais participantes


consomem integralmente a quantidade de lotes ofertada em dois ou mais
níveis de preço. Logo, o mercado se move no coletivo e para que sua operação
seja positiva é necessário que os demais participantes aceitem continuar
pagando mais caro (no caso de uma operação de compra) ou vendendo mais
barato (no caso de uma operação de venda), caso contrário não haverá
deslocamento de preço.

Por isso, é muito importante que daqui pra frente você questione se o
motivador da entrada é forte o suficiente para fazer os demais participantes
atuarem no mercado. E sendo ainda mais específico, questione se a razão é
forte o bastante para atrair players Institucionais, que são os que efetivamente
têm poder financeiro para deslocar preço. Análise de fluxo de ordens é isso:
observar o comportamento dos demais players e focar em quem tem potencial
para deslocar preço.

Fique certo de que se você fizer da análise de fluxo de ordens o motivo


principal da sua entrada e o Price Action o contexto, naturalmente o nível de
assertividade de suas operações aumentará, pois você atuará nos movimentos
em que está presente o coletivo do mercado.

Espero que tenha gostado de mais esta dica. Caso não tenha entendido algum
ponto, não deixe de entrar em contato, pois sua dúvida nos ajuda a preparar
conteúdos ainda melhores.

Grande Abraço e Atitude Vencedora Sempre!


André Antunes
magino que o resultado da sua estratégia não é ruim (seja ela
qual for), desde que pautada nas premissas do título, mas de
toda forma, ainda pode haver certo grau de desconforto em
determinadas operações.

Digo isso porque depois que percebi que os indicadores


técnicos eram lagging(atrasados), que a combinação de
indicadores não tinha fim e que a otimização e calibragem só
iria equacionar o passado, migrei para Análise Técnica mais
discricionária ou, como os estudiosos costumam dizer,
“Análise Gráfica”.

Meu índice de acerto melhorou muito e comecei a ganhar


pouco. O mesmo deve ter acontecido com você!

Agora, da mesma forma que o operacional melhora


pelo fato de você adicionar discrição, também aumenta
a pressão, já que é preciso decidir sistematicamente se
você faz ou não a operação!

Além do problema de stopar e ver o mercado seguir na


direção original da sua operação, imagino que você tenha
algumas perguntas te atormentando, tais como:

1º Por que alguns pontos fortes que tinham tudo para segurar,
não seguram? E/ou por que rompimentos de pontos evidentes
e que eram para funcionar, não funcionam?

2º Como pegar movimentos de alta/baixa que não


apresentaram nenhuma formação gráfica ou que não se
iniciaram em nenhum nível de preço (suporte ou resistência)?
3º O que é a real causa das altas ou baixas?

Se você tem perguntas parecidas na cabeça, te adianto que é


um bom sinal e que está no caminho certo. Se por um lado
você ainda está “preso” pelo fato de ter que esperar um
rompimento ou um teste num nível de preço (seja fibo ou etc),
por outro você já não está mais no mundo da calibragem de
indicadores.

Esse mundo da calibragem só leva o trader a acreditar que o


segredo está em achar a melhor calibragem para ter
sucesso…

Infelizmente é um trilho sem fim.

Bom, mas o que importa é que você entende (não sei se de


forma consciente ou inconsciente) que a sua ação deve ser
pautada na ação de terceiros. Só isso já coloca os ventos a
seu favor…

Porque, na verdade, tudo que fazemos (e que


aprendemos com traders mais experientes) é esperar
catalizadores e ver como o mercado (outros traders)
reage.

Um catalizador é algo que tem poder de gerar ordens de


compra/venda como uma notícia, um indicador econômico,
um rompimento de um nível importante de preço etc.

Na verdade, nós usamos esses catalizadores como sendo


os pontos de origem ou de referência para um
movimento dentro do dia.

Basicamente, é considerar a partir de determinado ponto se o


mercado subiu ou caiu e como ele fez esse movimento.

Só que não é só isso…

Acrescentar notícias e indicadores econômicos como


catalizadores ainda não responde às perguntas que você deve
ter na cabeça, especialmente essa:

Por quais motivos os preços estão subindo ou caindo?


O mercado é composto por diversos players, com diversos
tamanhos, operando por razões diferentes e com estratégias
diferentes.

Daqui, o que mais importa saber é que existem participantes


capazes de influenciar o preço e participantes que não são
capazes de influenciar o preço, porque operam com lotes
pequenos. Os participantes que têm capacidade de influenciar
o preço são chamados de price makers e costumam tomar
suas decisões baseadas em um processo macro
fundamentado.

Isso quer dizer que eles têm capacidade de estimar premissas


sobre o futuro… cada ativo tem uma forma de ser precificado.

Dessa forma, não há como concorrer com esses participantes


price makers em termos de informação e a isso damos o
nome de “assimetria de informação”. Isso quer dizer que não
temos acesso ao que esses participantes olham para operar.

São várias as vezes em que o mercado sobe ou cai no meio


do dia, aparentemente sem motivo. Isso ocorre porque algum
price maker está atuando na compra ou na venda. Logo,
muitas vezes a causa da alta ou baixa no dia é simplesmente
a atuação de um único participante. Sei que é difícil de
acreditar, mas tente olhar a evolução da posição líquida das
corretoras em comparação com os preços e repare isso…

Agora, pense comigo… imagine que um player decida


comprar 1.500.000 de ações de PETR4 para rebalancear um
fundo. Você acha muito?

Isso acontece quase que diariamente… e, de novo, é só


reparar na evolução da posição líquida de algumas corretoras.

Agora me diga: como se compra 1.500.000 de ações de


PETR4? Será que alguém coloca isso no Book de Ofertas e
espera ser executado?

Muito improvável, né… O mercado perceberia e sairia


comprando na frente (front running), fazendo este
participante pagar cada vez mais caro.

O mais intuitivo é imaginar que este participante fracionará o


lote, a ponto de tornar sua influência no mercado o menos
impactante possível. Imagine que ele vá comprar de 20.000
em 20.000 mil ações por vez.

Minha pergunta é: o mercado está agora R$8,50 comprador


com R$8,51 vendedor. Como você faria para comprar as
primeiras 20.000 mil ações de PETR4?

Você teria algumas opções:

1º Pagar R$8,50, entrar atrás da fila de quem já estava


pagando e esperar ser executado (não vou considerar a
hipótese de pagar menos que R$8,50 porque, além das
20.000, este participante teria mais 1.480.000 para comprar,
o que o deixa numa situação de não poder escolher o melhor
preço).

2º Aceitar pagar as 20.000 ações a R$8,51 e dar o fechado no


negócio. A isso damos o nome de “agredir”. Esse caso é uma
agressão de compra, porque o comprador foi quem tomou a
iniciativa e aceitou pagar o preço que o vendedor pedia.

É de se imaginar que este participante tente comprar a


R$8,50, mas o que acontece se ele não for executado? Ele
tem que agredir (pagar) a R$8,51, correto?

É exatamente isso que costuma ocorrer…

Price makers costumam agredir para fazer suas posições no


mercado, porque demandam execução imediata e
especialmente porque costumam ter mais lotes para executar.

Então, a nós traders autônomos e não informados, só


resta acompanhar a agressão do mercado para ter
indícios da atuação dos players que têm lotes
suficientes para mover o mercado.

Voltando para o seu problema, a resposta para melhorar o


timing de entrada e reduzir “violinadas” pode estar em se
aprofundar nessa variável de Agressão (Fluxo de Ordens).

Você passará a ver um monte de novos catalizadores, a ter


maior sensibilidade (se tende a segurar ou não nos níveis de
preço), terá maior feeling em rompimentos, e o melhor: vai
enxergar um monte de operações, mesmo quando o mercado
não estiver nos níveis de preço.
Quando passei a olhar essa variável, fiquei muito mais
tranquilo em não ter que adivinhar o futuro, porque essa é
uma tarefa quase impossível.

Eu me rendi a aceitar as oportunidades que o mercado dava,


baseado na direção e intensidade das agressões do mercado
(dentro de um determinado risco retorno).

Quando você se encaixa nessa “frequência”, você se


surpreende como o nível de stress reduz.

Grande Abraço e Atitude Vencedora!


André Antunes
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