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Antonio Delfim Netto – Senhor Presidente, senhores membros do Conselho.

Eu creio que
a Revolução veio não apenas para restabelecer a moralidade administrativa neste País, mas
principalmente, para criar as condições que permitissem uma modificação de estruturas
que facilitassem o desenvolvimento econômico, acredito que é preciso primeiro crescer o
bolo (coloca fermento na mesa), para depois dividi-lo. Esse é realmente o objetivo básico.
Creio que a Revolução, muito cedo, meteu-se numa camisa de força que a impede,
realmente, de realizar esses objetivos. Mais do que isso, creio que institucionalizando-se
tão cedo, possibilitou toda a sorte de contestação que terminou agora com este episódio,
que acabamos de assistir. Realmente, esse episódio é simplesmente o sinal mais marcante
da contestação global do processo revolucionário. Senhores, suspender o habeas corpus
não significa... por isso, Senhor Presidente, eu estou plenamente de acordo com a
proposição que está sendo analisada no Conselho. Se Vossa Excelência me permitisse, direi
mesmo que ela não é suficiente. Eu acredito que deveríamos atentar e deveríamos dar a
Vossa Excelência, ao Presidente da República, a possibilidade de realizar certas mudanças
constitucionais, que são absolutamente necessárias para que este País possa realizar o seu
desenvolvimento com maior rapidez. Eram essas as considerações que eu gostaria de fazer.
(e que fingirei não me lembrar dela daqui alguns anos).

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