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E sabia que a única forma de levar adiante as ideias da reforma agrária era se o povo
pobre, se os trabalhadores rurais fossem os primeiros a se organizar. Por isso foi um
grande incentivador da organização camponesa e contribui decisivamente para a
organização das Ligas Camponesas no Nordeste, patrocinando seu primeiro congresso
em recife, na década de 50. p.8
Mas olhando com mais detalhe para o “Mapa da Fome do IPEA”, pode-se descobrir outras
características ainda mais nefastas. Dos 65 milhoes de miseráveis, cerca de 4 milhões de
famílias vivem nas capitais, o centro de desenvolvimento do país. Certamente uma das
causas encontrasse também nos dados do governo. Segundo a fundação Getúlio Vargas,
em 1960, da renda nacional total, cerca de 66% fica com rendimento do trabalho, com
salário pago é somente 34% com rendimento para capital. Passados 30 anos, os
trabalhadores ficavam com apenas com apenas 30% de toda renda nacional produzida
anualmente e nada menos do que 70% dos rendimentos se destinava ao capital. Com isso
os 20% mais pobres ficam com apenas 2% da renda nacional e os 20% mais ricos com
63%. p.9
2. O problema agrário brasileiro
[...] Apenas 1%dos proprietários são donos de 46% de todas as terras. E como
resultado dessa concentração é que do outro lado, tem-se 3,9 milhões de
estabelecimentos de pobres do campo explorando áreas insuficiente para seu
progresso e os outros 4,8 milhões de famílias, sem-terra. p.11
[...] segundo o IBGE, de 1970 a 1990, nada menos de 30 milhoes de brasileiros saíram
de seus lacais de moradia no interior e migraram para as capitais, formando grandes
metrópoles, praticamente inabitáveis para os padrões modernos da sociedade. Pois
seu gigantismo leva à ocorrência dos problemas sociais como falta de moradia, esgoto
e água tratada, a indicadores insuportáveis. p.12
[...] compreendeu-se que diante do problema agrário que persiste no brasil, diante da
politica econômica neoliberal que agrava ainda mais os problemas conjunturais da
agricultura; diante da adoção pelas elites brasileiras de um novo modelo de
desenvolvimento; totalmente subordinado aos interesses do capital estrangeiro e
capital financeiro; do abandono de um projeto de economia brasileira, nacional e a
serviço prioritariamente das necessidades de toda a população. Ante essa situação
criada, a reforma agraria passou a ter um papel estratégico fundamental para as
mudanças sociais no Brasil. p.13
Uma das atividades que contribuem para fortalecer as lutas dos movimentos sociais
é, sem dúvida, a mística. Nesses momentos as pessoas reflexões a respeito de seus
princípios, tomando como referencias diversos pensadores lutadores do povo que se
dedicaram a pensar a sociedade a lutares do povo que se dedicaram a pensar sociedade
e a lutar para transforma-la, objetivando torná-la mais justa, generosa e solidaria. p.16
Com os esforços do autor, a fome deixou de ser tabu e esses conceitos foram sendo
incorporados nos estudos e políticas de diversas instituições, como a FAO –
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação –, cujo Conselho,
Josué presidiu nos anos de 1952-1955. Todavia, admitir a fome como questão política
não era suficiente. Os limites da FAO para resolver o problema da fome estavam
representados nos interesses dos países ricos. Assim, Josué se desiludiu com o
trabalho desenvolvido, defendendo ações sobre as instituições internacionais