Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BEETHOVEN
Henrique Ferreira de Castro Gil
1. OBJETIVO
O objetivo deste artigo é realizar a análise do Primeiro Movimento da Sinfonia
nº1 de Beethoven.
2. INTRODUÇÃO
Beethoven é considerado o gênio da transição do período Clássico para o
Romantismo. Contornou diversas atrocidades na vida pessoal, e ofereceu exemplos das
mais extraordinárias composições em Sonatas, Lieds, Minuetos e Rondós.
3. ANÁLISE
a. Estrutura de Frase
Segundo Ramires (2010, p. 104),
Uma frase musical pode ser entendida como um trecho de música, com
relativa autonomia e com ideias musicais suficientes para lhe garantir
uma independência. Todo final de frase é marcado por uma cadência.
Esta definição não é definitiva, nem tampouco única para o assunto.
Porém, a importância da cadência na determinação da frase é
indiscutível.
b. Desenvolvimento do Motivo
O Motivo desenvolve-se na forma Sonata, com exposição, desenvolvimento e
recapitulação.
c. Textura
A textura musical é polifônica, pois madeiras e metais movem-se independentes
das cordas.
d. Timbre
Neste movimento, Beethoven usou a orquestra de cordas mais quarteto de
madeiras (flauta, oboé, clarineta e fagote), dueto de metais (trompete e trompa) e
tímpano. A seção de madeiras move-se de forma independente e contrastante às
cordas, e os metais estão limitados à série harmônica.
e. Modulação
A Sinfonia 1 de Beethoven é Tonal, e não há progressões modais. O primeiro
movimento utiliza as tonalidades maiores C, F e G, e suas relativas menores Am, Dm e
Em.
f. Estrutura
A introdução desenvolve-se nos primeiros 12 compassos de forma inovadora: a
abertura é feita com o acorde C7 (Dominante) e resolvido em F (Subdominante), numa
cadência perfeita. Em seguida, há uma cadência interrompida de Am para G. A tensão
desta parte está nos trítonos, gerados durante a conexão entre os acordes até chegar
em G (Dominante). A tensão dos quatro primeiros compassos sugere que a melodia
esteja em G Maior, que se desenvolve do compasso 5 ao 11 numa cadência de terceira
para primeira inversão em G7. No entanto, essa tensão só será resolvida completamente
quando a melodia chegar em C Maior, após uma cadência perfeita do compasso 11 ao
13.
O Desenvolvimento é feito nos compassos 110 a 177. O início desta seção, até
o compasso 136, progride dentro do ciclo das quintas, com a mistura do primeiro com o
segundo tema, desta forma: A > D > G > Cm > Fm > Bb > Eb > Ebm > Bb (dominante).
Depois, até o compasso 160, o diálogo entre cordas e sopros continua com o
contraponto nas colcheias, começando em Eb > Fm > Gm > Dm > Am > E (dominante).
Finalmente, a última seção do Desenvolvimento retoma a exposição do segundo tema
em E, seguindo com F > Dm > G > C. A tonalidade de C é exposta, portanto, com uma
cadência autêntica neste trecho.
Segundo Brown (2010, apud Deane, 1971, p. 11), “Essa ênfase harmônica de A menor
trazendo a jornada harmônica para C maior, é um recurso usado frequentemente por
Haydn”.