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PROVENTOS E DESCONTOS DA FOLHA DE PAGAMENTO

Marco Aurélio Resende Cruz


Rhaphael Fagner de Oliveira E Souza
Vitor Hugo Ferreira da Silva
André Costa Dias
Alan Kardec de Oliveira Nóbrega
Luiz Antonio de Freitas
Regis Silas Cardoso
RESUMO

O desenvolvimento das rotinas trabalhistas em uma empresa seja realizado


internamente ou em um escritório de contabilidade, como é comum em empresas
pequenas, deve ser feito por um profissional competente e com um bom
conhecimento para que não ocorram erros. Neste trabalho vamos falar sobre os
proventos e os descontos dos empregados de uma forma bem didática, com
embasamento legal e com abordagem prática para que após o estudo, você esteja
apto a responder as perguntas como: qual alíquota usa para calcular o INSS deste
trabalhador? Posso descontar a falta do empregado? Você conhecerá todos os
conceitos iniciais necessários para o bom desempenho das rotinas trabalhistas em
uma empresa. Na composição dos proventos, vale ressaltar o cálculo das horas
extras que deverá ser acompanhadas dos valores do Repouso Semanal
Remunerado (RSR). Para cálculo do RSR, devemos considerar os dias não úteis do
mês, entendendo por dia não útil os domingos e feriados. Faz parte também dos
proventos os adicionais de insalubridade e periculosidade, referente ao trabalho em
condições nocivas à saúde e em atividades perigosas, considerando assim as
atividades que exijam contato permanente com inflamáveis ou explosivos em
condições de risco. As horas trabalhadas à noite dão o direito a valor unitário
diferenciado do trabalho diurno. Quanto aos descontos, as faltas injustificadas
poderão ser descontadas do empregado e juntamente o RSR da semana em que o
empregado não tenha trabalhado integralmente. O desconto de INSS é a
contribuição inevitável a todos os empregados. A empresa desconta do empregado e
recolhe aos cofres públicos acompanhado de sua contribuição própria. Assim como
o INSS, o IRRF – imposto de renda retido na fonte – sobre os rendimentos do
trabalho assalariado também é descontado do empregado e recolhido aos cofres
públicos. Outros descontos que todos os empregados sofrem uma vez ao ano é o
desconto da contribuição sindical, no mês de março de cada ano. Diversos outros
descontos podem acontecer, porém os que acima foram referidos são os mais
comuns na folha de pagamento.

Palavra Chaves: Proventos, Descontos, Rotinas Trabalhistas.


INTRODUÇÃO

O presente trabalho vai possibilitar o conhecimento dos empregados sobre as


composições da folha de pagamento para melhor entendimento sobre proventos e
os descontos que incidem sobre os mesmos.
A folha de pagamento é um documento emitido por toda e qualquer empresa
que exercer atividade econômica (urbana e rural), tendo que ser paga até o quinto
dia útil de cada mês subsequente, trazendo o nome do empregado, sua função, o
CBO (Classificação Brasileira de Ocupação), o valor bruto, os descontos, as
alíquotas de recolhimento e o valor líquido, cabe à empresa calcular os seus
proventos e os devidos descontos, nos dias atuais a maioria das empresas
disponibiliza de um sistema que é alimentado e depois gerado a folha de
pagamento, tendo o profissional o trabalho somente de conferir os valores já
calculados.
Será disponibilizado passo a passo como fazer os cálculos que abrangem a
folha de pagamento desde os proventos até os descontos. Hoje em dia a falta de
conhecimento sobre o assunto ainda é muito grande, então disponibilizaremos de
uma forma mais fácil a compreensão da folha de pagamento, inclusive para os
profissionais que não pretendem seguir essa área, pois um gestor precisa saber a
rotina trabalhista de sua empresa.
Pelo fato de que muitos direitos dos trabalhadores são deveres dos
empregadores e, sendo direito dos empregadores, torna-se uma rotina trabalhista,
ou seja, é um assunto de interesse a todos empregados e empregadores.

PROBLEMA
O que pode ser descontado da folha de pagamento de acordo com a
legislação?

OBJETIVOS
OBJETIO GERAL
Esclarecer passo a passo os proventos e descontos da folha de pagamento
aos empregados com base na legislação.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Desenvolver os cálculos de proventos e descontos na folha de
pagamento.
 Destacar a importância de conferir a folha de pagamento.
 Informar e estender o conhecimento a respeito dos proventos e
descontos na folha de pagamento, de acordo com as leis e normas
legais.

JUSTIFICATIVA
Toda e qualquer empresa independente do seu ramo de atividade econômica,
tem por obrigação elaborar a folha de pagamento de seus empregados
mensalmente, através da remuneração paga ou creditada, devendo manter em cada
estabelecimento, uma via em seu poder, de acordo com o art. 225 Regulamentoda
previdência social – Decreto 3048/99 e Decreto Lei n° 5.452 de 1° de Maio de 1943
(CLT- Consolidação das Leis Trabalhistas).
A folha de pagamento tem que ser um documento confiável, preciso e justo, e
que seja paga com a correta retenção de encargos e descontos, e que esses
encargos sejam recolhidos dentro do prazo estipulado pela legislação, para não
acarretar multa à empresa.

METODOLOGIA
Demonstrações de leis e cálculos trabalhistas e aplicações da mesma,
conforme as pesquisas bibliográficas enriquecidas com demais pesquisas virtuais.

PROVENTOS
Provento é o salário adicionado de gratificações, bonificações e dividendo
pago pelo empregador para o empregado que exerce de forma direta ou indireta
alguma prestação de serviço para os fins da empresa contratante, através de um
contrato firmado entre as partes.
O artigo 457 da CLT(consolidações das leis trabalhistas) dispõe que a
remuneração é composta por vários adicionais, concedidos aos empregados devido
as suas atividades exercidas. Como exemplo desses adicionais tem: salário
contratual, horas extras, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade,
adicional noturno, comissões, gorjetas, gratificações, prêmios, ajuda de custo e
diárias de viajem, quando excederem 50% do salário percebido; e quaisquer outros
adicionais pagos habitualmente, como o previsto em acordos ou convenções
coletivas e os concedidos pelo empregador espontaneamente.

SALÁRIO CONTRATUAL
O salário contratual é o acordo entre o empregador e o empregado que vai
ser estabelecida em razão da sua qualificação, experiência, pratica e necessidade
da empresa da contratação de certo profissional.

HORA EXTRA
Horas extras são aquelas que se trabalha além da jornada habitual de cada
empregado segundo o contrato de trabalho. Seja a jornada de 4, 6 ou 8 horas diárias
que estejam previstas em contrato, qualquer minuto excedente pode ser definido
como hora extra.
O limite para prorrogação da hora habitual de trabalho só poderá ser de no
máximo 2 horas diárias, exceto nos casos de força maior ou necessidade imperiosa
(serviços inadiáveis). (Artigo 59 da CLT)
A remuneração da hora extra deverá ser no mínimo 50% superior ao valor
normal da hora trabalhada. O que não significa que o empregador deverá pagar
impreterivelmente 150% em cada hora extra, esse percentual poderá ser maior por
força de lei, acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa (Conforme
constituição federal de 1988, artigo 7º inciso XVI).
Em caso de prestação de serviços em dias não habituais (domingos e
feriados), a hora extra, deverá ser no mínimo 100% superior ao valor da hora
normal. Art. 1º a Lei 605/49 “Todo empregado tem direito ao repouso semanal
remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e,
nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de
acordo com a tradição local”.
Há empresas que adotam o chamado “banco de horas”, que consiste em
acumular horas extras de forma que quando alcançar o período de uma jornada de
trabalho diária em horas extras acumuladas, o empregado não receberá em valor
monetário, havendo compensação dessas horas por meio de folga do empregado,
ou até mesmo distribuição dessas horas acumuladas em redução da jornada até a
quitação das mesmas. Tal procedimento deverá ser acordado em convenção ou
acordo coletivo de trabalho. (vigência a partir da lei nº. 9601/1998).
RSR – REPOUSO SEMANAL REMUNERADO SOBRE HORA EXTRA
Quando o empregado possui contrato de trabalho mensal não precisa calcular
o valor do RSR, pois este valor já está inserido no valor do salário mensal, mais
quando excedido as horas extras e outras remunerações variáveis, deve se calcular
o RSR complementando a remuneração do empregado.
Exemplo 1.
Horas extra com acréscimo de 50% usando R$ 1 000,00 como salário
contratual. Valor do salário contratual dividido pelas horas mensais, neste caso 220
horas, então teremos o valor da hora normal de trabalho.
R$ 1 000,00 / 220 horas = R$ 4,5
Acrescentando a este valor 50%, teremos o valor de uma hora extra de 50%.
R$ 4,545454 x 50% = R$ 6,82
Supondo que o empregado trabalhou 20 horas além da sua jornada
contratual, multiplicaremos o valor de uma hora extra pela quantidade de horas
trabalhadas.
R$ 6,818181 x 20 = R$ 136,36

HORAS EXTRAS COM ACRÉSCIMO DE 100%


Valor do salário contratual dividido pelas horas mensais, temos o valor de uma
hora normal de trabalho.
R$ 1 000,00 / 220 = R$ 4,54
Acrescentando a este valor 100%, teremos o valor de uma hora extra a 100
%.
R$ 4,54 x 100% = R$ 9,09
Supondo que o empregado trabalhou 20 horas além da sua jornada
contratual, multiplicaremos o valor de uma hora extra pela quantidade de horas
trabalhadas.
R$ 9,090908 X 20 horas = R$ 181,82

RSR SOBRE HORAS EXTRAS COM ACRÉSCIMO DE 50%


Valor das horas extra de 50% dividido pela quantidade de dias úteis, e
multiplicar pela quantidade de dias não úteis (consideram-se dias não úteis os
domingos e feriados).
R$ 136,36 / 26 dias não úteis = R$ 5,24
R$ 5,24 x 5 dias úteis = R$ 26,22

RSR SOBRE HORAS EXTRAS COM ACRÉSCIMO DE 100%


Valor das horas extra de 100% dividido pela quantidade de dias úteis, e
multiplicar pela quantidade de dias não úteis (consideram-se dias não úteis os
domingos e feriados).
R$ 181,82 / 26 dias não úteis = R$ 6,99
R$ 6,99 x 5 dias úteis = R$ 34,95

INSALUBRIDADE
Com base na NR 15, o termo insalubridade é usado para definir o
trabalho em um ambiente hostil á saúde.
No Dicionário:
Salubre – Definição dicionário Aurélio: Saudável; higiênico; sadio.
Insalubridade – Definição dicionário Aurélio: Doentio; não salubre.
A constituição Federal estabelece que:
ART. 7° - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
O artigo 189 da CLT estabelece que:
“Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da
natureza e da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus
efeitos.”
LISTA DE ATIVIDADES INSALUBRES CONFORME NR 15
Anexo 1 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente: Exemplo,
trabalhadores que atuam nas proximidades de máquinas, equipamentos e
outros geradores do ruído. (Grau Médio – 20% do salário mínimo);
Anexo 2 – Limites de tolerância para ruído de impacto: Exemplo,
trabalhadores nas proximidades de bate-estaca. (Grau Médio – 20% do
salário mínimo);
Anexo 3 – Limites de tolerância para exposição ao calor: Exemplo,
trabalhadores que trabalham com caldeiras, cerâmicas, fornos, etc. (Grau
Médio – 20% do salário mínimo);
Anexo 4 – Iluminação – Revogado;
Anexo 5 – Radiações ionizantes: Exemplo, Técnicos em radiologia e outros
trabalhadores que laboram nas proximidades. (Grau Máximo – 40% do salário
mínimo);
Anexo 6 – Trabalho sob condições hiperbáricas: Exemplo, mergulhadores.
(Grau Máximo – 30% do salário mínimo);
Anexo 7 – Radiações Não – ionizantes (Grau Médio – 20% do salário
mínimo);
Anexo 8 – Vibrações; Exemplo, trabalhadores que operam máquinas e
equipamentos geradores, etc. (Grau Médio – 20% do salário mínimo);
Anexo 9 – Frio: Exemplo quem trabalha em frigoríficos, supermercados, etc.
(Grau Médio – 20% do salário mínimo);
Anexo 10 – Umidade: Exemplo, todo trabalho em que o empregado exerce a
função encharcada. (Grau Médio – 20%do salário mínimo).
Anexo 11 – Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de
tolerância e inspeção no local de trabalho;
Anexo 11.1 – Limites de tolerância para poeiras mineiras: Exemplo,
trabalhadores expostos ao amianto. (Grau Máximo – 30% do salário mínimo);
Anexo 11.2 – Agentes químicos. (Graus Mínimo/Médio/Máximo);
Anexo 11.2 A – Benzeno: trabalhadores expostos ao benzeno. (Grau Máximo
– 30% do salário mínimo);
Anexo 12 – Agentes Biológicos. (Grau Máximo – 30% do salário mínimo).
CÁLCULOS PROPORCIONAIS E FALTAS
O afastamento ou desligamento do empregado no decorrer do mês
ocasionará o recebimento do adicional de insalubridade calculado
proporcionalmente ao número de dias trabalhados.
No caso de faltas injustificadas o empregado estará sujeito a sofrer o
desconto do adicional da insalubridade proporcionalmente aos dias faltosos,
além do desconto do salário.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
O adicional de periculosidade é um valor devido ao empregado a
atividades periculosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério
do Trabalho e Empregado.
São periculosas as atividades ou operações onde a natureza ou os
seus métodos de trabalhos configure um contado com substâncias inflamável
ou explosivo, substâncias radioativas, ou radiação ionizante, ou energia
elétrica, em condição de risco acentuado.

Valor a ser Pago


O valor adicional de periculosidade será o salário do empregado
acrescido de 30%, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios
ou participações nos lucros da empresa.

DIFERENÇA ENTRE PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE


Diferentemente do que acontece com o trabalhador exposto a
condições de insalubridade, as atividades consideradas perigosas são
aquelas que, por natureza ou pelos métodos de trabalho, implicam em contato
com agentes que podem causar acidentes graves, capazes de levar o óbito,
lesão corporal mutilante ou irreparável. Caso o trabalhador esteja exposto a
condições de periculosidade e da insalubridade ao mesmo tempo, ele deverá
optar pelo adicional que lhe for mais vantajoso, pois estes benefícios não são
cumulativos.
ADICIONAL NOTURNO
Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho
noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esses efeitos, sua
remuneração é acrescida de 20% pelo menos sobre a hora diurna (art. 73
CLT).
A hora noturna será computada com 52 minutos e 30 segundo diferente
da hora diurna que é computada com 60 minutos.
Considera-se trabalho noturno o trabalho executado entre as 22 horas de um
dia e as 5 horas do dia seguinte (urbano) de acordo com a CLT art. 73, e das
21 horas de um dia as 5 horas do outro, na lavoura, e entre as 20 horas de
um dia as 4 horas do dia seguinte na pecuária, sendo acrescido 25% sobre a
remuneração normal nos casos de trabalho rural de acordo com a Lei 5
889/1973 art. 7º.
Nos horários de trabalho misto, assim entendido os que abrangem
períodos diurnos e noturnos, o empregado que fizer hora extra no horário
noturno, fará jus aos dois adicionais à hora extra com acréscimo de 50% e o
adicional noturno com acréscimo de 20% quando urbano e 25% quando rural.
Exemplo:
Vamos considerar que nosso empregado tem um salário base de R$ 1
000,00 e trabalhou 20 horas noturnas no mês.
Valor da Hora: R$ 1 000,00 / 220 = R$ 4,55
Valor do adicional de 20%: R$ 4,55 x 20% = R$ 0,91
Valor da hora noturna: R$ 0,91 x 20 horas = R$ 18,20

ADCIONAL NOTURNO PARA O EMPREGADO NA PECUÁRIA


Valor da Hora: R$ 1 000,00 / 220 = R$ 4,55
Valor do adicional de 25%: R$ 4,55 x 25% = R$ 1,14
Valor da hora noturna: R$ 1,14 x 20 horas = R$ 22,80

HORÁRIO MISTO (ADICIONAL NOTURNO MAIS HORA EXTRA)


Valor da Hora: R$ 1 000,00 / 220 = R$ 4,55
Valor do adicional de 20%: R$ 4,55 x 20% = R$ 0,91
Valor da hora acrescida do adicional noturno: R$ 4,55 +R$ 0,91 = R$ 5,46
Valor da hora extra: R$ 5,46 x 50% = R$ 2,73
Valor da hora mista: R$ 5,46 + R$ 2,73 = R$ 8,19

COMISSÕES
O salário comissão e sua alteração correspondem a uma importância
que varia com a quantidade de serviço produzido pelo empregado, sem levar
em conta o tempo gasto na sua execução. Essa modalidade de salário pode
ser usada, unicamente, quando o serviço do empregado for suscetível de
avaliação objetiva (medido, contado ou pesado). Situam-se neste grupo os
empregados que recebem seus salários exclusivamente em proporção ao
número de peças produzidas ou de trabalhos executados. O empregado pode
estar obrigado a cumprir a jornada de trabalho ajustada no seu contrato de
emprego; todavia, o único fator que é computado para o cálculo do salário é o
serviço executado no período concernente ao respectivo pagamento.
A comissão ou premiação é parte integrante da remuneração, porém
tem forma especial de apuração para compor diversas bases de cálculos.
Ela é fixada no contrato de trabalho do vendedor de produtos da empresa
contratante é um salário por unidade de serviço.
O salário comissão, sobre vendas efetuadas pelos empregados foi
regulado pela Lei n. 3.207, de 18.7.57, que adotou diversas regras sobre a
matéria anteriormente disciplinada apenas pelo art. 466 da CLT. O vendedor
terá direito à comissão convencionada sobre as vendas que realizar ou sobre
as que forem feitas diretamente pela empresa ou por preposto desta em zona
cuja exclusividade lhe haja sido expressamente atribuída (art. 2º). Na falta de
ajuste sobre a percentagem da comissão, deve a empresa assegurar ao
vendedor a comissão indicada pelo direito costumeiro consagrado na
localidade.
Art. 142 § 3º. Para o cálculo do 13º salário a média aritmética no ano
de exercício do pagamento. Quando o salário for pago por percentagem,
comissão ou viagem, irá se apurar a média percebida pelo empregado nos 12
(doze) meses que precederem a concessão das férias.
A empresa deve cumprir a exigência do Precedente Normativo 005 do TST.
“Anotação de comissões (positivo): O empregador é obrigado a anotar, na
CTPS, o percentual das comissões a que faz jus o empregado. (Exigência -
PN 05)”.
Súmula - TST - Nº 27 COMISSIONISTA (mantida) - Res. 121/2003, DJ
19, 20 e 21.11.2003. É devida a remuneração do repouso semanal e dos dias
feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista (Vendedor que anda
na praça por conta própria ou de alguma casa comercial).
EMENTA - PRÊMIOS. As parcelas alcançadas habitualmente ao
empregado sob o título de “prêmio”, destinadas a complementar o salário-
base percebido, têm inequívoca natureza salarial e, como tal, não podem
sofrer supressão de pagamento, sem risco de configurar-se alteração
contratual unilateral do empregador, lesiva ao empregado e, por isso mesmo,
agressiva à lei. (TRT 4ª R. RO 00398.029/96-2 - 6ª T. Rel. Juiz Milton Varela
Dutra - J. 09.11.2000)

AJUDA DE CUSTO
É o valor atribuído ao empregado, pago de uma única vez, para atender
certas despesas por ele realizadas em razão de trabalho externo.
A ajuda de custo tem caráter indenizatório (nunca salarial), independente do
seu valor. No entanto, o valor pago mês a mês ao empregado que trabalhe
internamente, com a denominação de ajuda de custo, incorpora-se ao salário do
mesmo, não podendo ser suprimida.

DIÁRIAS DE VIAGEM
São valores pagos habitualmente aos empregados para cobrir as despesas
decorrentes da execução de trabalhos externo.
Podem ou não integrar o salário do empregado, conforme veremos a seguir,
com base na Resolução nº 129 do TST, de 05/04/2005 a redação atual da Sumula nº
101 TST assim dispõe.
a) Integrará o salário do empregado, se o valor recebido no mês, a titulo de
diárias, for superior a 50% do seu salário e ainda se não houver a prestação de
contas, integrando o salário pelo valor total concedido e não apenas pelos 50%,
b) Não integrará o salário do empregado se o valor recebido a titulo de diária
for inferior ou igual a 50%,
c) Não integrará o salário do empregado se o valor recebido a titulo de diária
for maior que 50% mais houver a devida prestação de contas.
Incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 292 da SDI-1
Integram o salário, pelo o seu valor total e para efeitos indenizatórios, as
diárias de viagem que excedam a 50% do salário do empregado, enquanto
perdurarem as viagens.

DESCONTOS
Desconto na folha de pagamento são as deduções observadas para proceder
corretamente o que pode e o que não pode ser descontado do salário dos
empregados.
O artigo 462 da CLT (consolidações das leis trabalhistas) dispõe que ‘’Ao
empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo
quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA (INSS)


INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é onde ocorre o pagamento do
benefício da Previdência Social, responsável pelos pagamentos das aposentadorias
e demais benefícios dos trabalhadores brasileiros, exceto dos servidores públicos.
Além da aposentadoria por tempo de contribuição ao INSS, a Previdência Social
garante aposentadoria por idade, invalidez, pensão por morte, auxílios-doença,
acidente, doença por acidente de trabalho, salário maternidade e salário família,
reabilitação profissional e 13o salário.
O INSS tem a função de disponibilizar um benefício mensal como
aposentadoria ao trabalhador que contribuiu durante a sua vida profissional. Outra
vantagem é que o trabalhador que contribui para a Previdência tem direito de
receber auxílio doença em caso de afastamento do serviço por motivo de saúde.
A contribuição deve ser paga tanto pelo empregado quanto pelo empregador.
Segue abaixo a tabela de contribuição de acordo com o salário vigente a
partir de janeiro de 2015:
1.1 SALÁRIO-DE- 1.2 ALÍQUOTA PARA FINS DE

CONTRIBUIÇÃO (R$) RECOLHIMENTO AO INSS

até 1.399,12 8%

de 1.399,13 até 2.331,88 9%

de 2.331,89 até 4.663,75 11%

TIPOS DE CONTRIBUINTES
Empregado: Se trata da pessoa que trabalha para determinada empresa
mediante remuneração.
Empregado doméstico: quem trabalha em uma residência, para pessoa física
ou família, sem fins lucrativos (ex: babá doméstica).
Trabalhador avulso: É o trabalhador que trabalha para uma ou mais empresas
mediante remuneração das mesmas.
Contribuinte individual: pessoa que trabalha para uma ou mais empresas,
mediante remuneração. Como exemplo pode citar os trabalhadores autônomos.
Segurado especial: pequenos agricultores e pescadores.
Segurado facultativo: aquele que tem mais de 16 anos, não tem renda
própria, mas decide contribuir (não se enquadra nas categorias de segurados
obrigatórios).

SEGURADOS OBRIGATÓRIOS E FACULTATIVOS

Segurados obrigatórios são todos aqueles trabalhadores citados no artigo 11


da lei 8.213/91, são eles:
Trabalhadores empregados
Trabalhador empregado doméstico
Trabalhador contribuinte individual
Trabalhador avulso
Trabalhador segurado especial
Segurados facultativos são aqueles listados no artigo 11 do Decreto 3.048/99
O segurado facultativo deve ser maior de 16 anos de idade e se filiar
ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, desde que não
esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório
da previdência social. O facultativo passa a ser segurado quando paga a primeira
contribuição, se filiado.
§ 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros:
A dona de casa;
O síndico de condomínio, quando não remunerado;
O estudante;
O brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;
Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;
O membro de conselho tutelar, quando não esteja vinculado a qualquer regime de
previdência social;
O bolsista e o estagiário que prestam serviços à empresa de acordo com a Lei nº.
6.494, de 1977;
O bolsista que se dedique em tempo integral à pesquisa, curso de especialização,
pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não
esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
O presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer
regime de previdência social;
O brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime
previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional;
O segurado recolhido à prisão sob-regime fechado ou semiaberto, que, nesta
condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas,
com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que
exerce atividade artesanal por conta própria.

PAGAMENTO DE BENEFÍCIOS

A Previdência Social, por intermédio do INSS, oferece doze modalidades de


benefícios previdenciários, um benefício assistencial e dois serviços previdenciários.
Os benefícios diferem dos serviços porque são monetários e os assistenciais diferem
dos previdenciários porque independe de contribuição. São eles:
TIPOS DE APOSENTADORIAS POR INSS

 Aposentadoria por idade: têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos


do sexo masculino aos 65 anos e do sexo feminino aos 60 anos de idade. Os
trabalhadores rurais podem pedir aposentadoria por idade com cinco anos a menos:
aos 60 anos, homens, e, aos 55 anos, mulheres. Para solicitar o benefício, os
trabalhadores urbanos inscritos a partir de 25 de julho de 1991 precisam comprovar
180 contribuições mensais. Os rurais têm de provar, com documentos, 180 meses
de trabalho no campo (MPAS).
 Aposentadoria por invalidez: benefício concedido aos trabalhadores que,
por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência
Social incapacitada para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes
garanta o sustento (MPAS).
 Aposentadoria por tempo de contribuição: Pode ser integral ou
proporcional. Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve
comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos.
Para requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois
requisitos: tempo de contribuição e idade mínima.
Os homens podem requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos de idade e 30
anos de contribuição, mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de
dezembro de 1998 para completar 30 anos de contribuição.
As mulheres têm direito à proporcional aos 48 anos de idade e 25 de contribuição,
mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998
para completar 25 anos de contribuição.
Para ter direito à aposentadoria integral ou proporcional, é necessário também o
cumprimento do período de carência, que corresponde ao número mínimo de
contribuições mensais indispensáveis para que o segurado faça jus ao benefício. Os
inscritos a partir de 25 de julho de 1991 devem ter, pelo menos, 180 contribuições
mensais. Os filiados antes dessa data têm de seguir a tabela progressiva.
A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão da
aposentadoria por tempo de contribuição.
Nota: A aposentadoria por tempo de contribuição, por idade e especial são
irreversíveis e irrenunciáveis: depois que receber o primeiro pagamento, sacar o PIS
ou o Fundo de Garantia (o que ocorrer primeiro), o segurado não poderá desistir do
benefício. O trabalhador não precisa sair do emprego para requerer a aposentadoria.
 Aposentadoria especial: benefício concedido ao segurado que tenha
trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física (MPAS). Para
ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador deverá comprovar, além do tempo
de trabalho, efetiva exposição aos agentes físicos, químicos, biológicos ou
associação de agentes prejudiciais pelo período exigido para a concessão do
benefício (15,20 ou 25 anos).

AUXÍLIOS OFERCIDOS PELO INSS

 Auxílio-doença: benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por


doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores
com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador e a
Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. No caso do
contribuinte individual (empresário, profissionais liberais, trabalhadores por conta
própria, entre outros), a Previdência paga todo o período da doença ou do acidente
(desde que o trabalhador tenha requerido o benefício). A quantidade de meses a
receber pelo benefício é estabelecida pelo INSS após fazer a perícia médica.
Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem de contribuir para a Previdência
Social por, no mínimo, 12 meses. Esse prazo não será exigido em caso de acidente
de qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho). Para concessão
de auxílio-doença é necessária a comprovação da incapacidade em exame
realizado pela perícia médica da Previdência Social (MPAS).
 Auxílio-acidente: benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica
com seqüelas que reduzem sua capacidade de trabalho. É concedido para
segurados que recebiam auxílio-doença. Têm direito ao auxílio-acidente o
trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador especial. O empregado
doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não recebem o benefício (MPAS).
 Auxílio-reclusão: os dependentes do segurado que for preso por qualquer
motivo têm direito a receber o auxílio-reclusão durante todo o período da reclusão. O
benefício será pago se o trabalhador não estiver recebendo salário da empresa,
auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço (MPAS).
TIPOS DE SALÁRIOS OFERECIDOS PELO INSS

 Salário-maternidade: as trabalhadoras que contribuem para a Previdência


Social têm direito ao salário-maternidade nos 120 dias em que ficam afastadas do
emprego por causa do parto. O benefício foi estendido também para as mães
adotivas (MPAS).
 Salário-família: para complementar a renda familiar concedida a menores de
14 anos que frequentam a escola: Benefício pago aos trabalhadores com salário
mensal de até R$ 862,60 para auxiliar no sustento dos filhos de até 14 anos
incompletos ou inválidos (MPAS).

PENSÕES OFERECIDAS PELO INSS

 Pensão por morte: benefício pago à família do trabalhador quando ele


morre. Para concessão de pensão por morte, não há tempo mínimo de contribuição,
mas é necessário que o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador detinha a
qualidade de segurado (MPAS).

IRRF – IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE

O pagamento de salário gera também o desconto na folha de pagamento a título de


IRRF.
A tributação do imposto de renda sobre os rendimentos do trabalho assalariado pago
incide sobre o saldo de salário. Este imposto é calculado mediante a aplicação das
correspondentes alíquotas, conforme mostra a tabela abaixo, sobre a somatória das
verbas recebidas pelo empregado, que possuem caráter salarial.

DISPENSA DE RETENÇÃO DE VALOR IGUAL OU INFERIOR A R$10

Segundo o artigo 67 da Lei nº 9 430/96, fica dispensado da retenção de Imposto de


Renda, de valor igual ou inferior a R$ 10,00, incidentes na fonte sobre rendimentos
que devam integrar a base de cálculo do imposto devido na declaração de ajuste
anual.
Base de Cálculo em R$ Alíquota ( % ) Parcela a deduzir do
Imposto (R$)

Até 1 903,98 - -

De 1 903,98 até 7,5 142,80


2 826,65

De 2 826,65 até 15 354,80


3 751,05

De 3 751,05 até 22,5 636,13


4 664,68

Acima de 4 664,68 27,5 869,36

Dedução por dependentes R$ 189,59. Essa tabela é a partir de Abril de 2015.

Exemplo 1
Um empregado que recebe uma remuneração equivalente a R$ 2 100,00 (sem
dependente) sofrerá um desconto de R$ 0,52, ou seja:
Pegamos o saldo de salário e multiplicamos pela alíquota do INSS (alíquota de
acordo com a tabela do INSS)
R$ 2 100,00 x 9% = R$ 189,00
Após encontrar o valor do INSS deduzir do saldo de salário para encontrar a base de
cálculo
R$ 2 100,00 – R$ 189,00 = 1 911,00
Multiplica a base de cálculo pela alíquota do imposto de renda conforme tabela
acima
R$ 1 911,00 x 7,5% = R$ 143,32
Encontrado o valor de o imposto deduzir a parcela conforme a tabela para encontrar
o valor a ser pago
R$ 143,32 – R$ 142,80 =R$ 0,52
Neste caso não vai ser pago devido à dispensa de retenção quando o valor menor
que R$ 10,00

Exemplo 2
Um empregado que recebe uma remuneração equivalente a R$ 2 100,00 e tem
dependente não sofrerá um desconto, ou seja:
Pegamos o saldo de salário e multiplicamos pela alíquota do INSS (alíquota de
acordo com a tabela do INSS)
R$ 2 100,00 x 9% = R$ 189,00
Após encontrar o valor do INSS deduzir do saldo de salário para encontrar a base de
cálculo
R$ 2 100,00 – R$ 189,00 = R$ 1 911,00
Ao encontrar a base de cálculo deduzir o valor do dependente de acordo com a
tabela vigente
R$ 1 911,00 – R$ 189,59 =R$ 1 721,41
Sendo então isento de pagamento devido a sua base de cálculo ser menor que a
exigida na tabela.

Exemplo 3
Um empregado que recebe uma remuneração equivalente a R$ 2 500,00 (sem
dependente) sofrerá um desconto de 24,07, ou seja:
Pegamos o saldo de salário e multiplicamos pela alíquota do INSS (alíquota de
acordo com a tabela do INSS)
R$ 2 500,00 x 11% =R$ 275,00
Após encontrar o valor do INSS deduzir do saldo de salário para encontrar a base de
cálculo
R$ 2 500,00 – 275,00 = R$ 2 225,00
Multiplica a base de cálculo pela alíquota do imposto de renda conforme tabela
acima
R$ 2 225,00 x 7,5% = R$ 166,87
Encontrado o valor de o imposto deduzir a parcela conforme a tabela para encontrar
o valor a ser pago
R$ 166,87 – R$ 142,80 =R$ 24,07
O valor de R$ 24,07 vai ser descontado na folha de pagamento do empregado.
VALE TRANSPORTE

O vale-transporte é um benefício que o empregador antecipa ao empregado o


custeio de seu deslocamento de sua casa ao trabalho e após a jornada de trabalho
de volta a sua casa por meio de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal
ou interestadual. Dá ao direito ao vale transporte os empregados, empregados
domésticos, empregados rurais, os trabalhadores de empresas de trabalho
temporário e aos atletas profissionais.
O vale-transporte poderá ser repassado ao empregado por fichas, tíquetes,
cartão ou sob qualquer outra forma que for adotado pelo transporte público somente
é permitido o repasse em dinheiro no caso da falta ou insuficiência de estoque do
vale-transporte do fornecedor do mesmo.
O vale-transporte não integra a remuneração do empregado, portanto não há
tributação (FGTS, Contribuição Previdenciária ou Imposto de Renda) e nem
integração para fins trabalhistas (Integração em valor de férias, 13° salário ou
rescisão).
Para o benefício do vale transporte o empregado deverá preencher a
Declaração do Vale-Transporte, onde informará se deseja ou não o recebimento do
mesmo, onde deverá constar seu endereço e quais as linhas de transporte coletivo
mais adequado ao seu deslocamento, não há um modelo oficial para está
Declaração.
Não há ao certo uma distância mínima para fornecimento do vale-transporte,
assim, se o empregado reside perto da empresa, mas utiliza o vale-transporte para
seu deslocamento a empresa deve fornecer a quantidade de vales solicitada.
O custeio do vale-transporte será realizado pelo empregado e pelo empregador,
com o desconto em 6% de seu salário-base e o empregador pagará o valor que
exceder aos 6 %.
Quando o custo do vale-transporte for inferior a 6% do salário do empregado, o
valor será descontado integralmente do funcionário.
No caso de faltas Justificados ou não, a legislação não determina qual o
procedimento a ser seguido no caso de recebimento do vale-transporte, mas
havendo previsão em acordo coletivo ou convenção coletiva, o empregador poderá
oferecer quantidade menor de vale transporte no mês seguinte ao das faltas. A falsa
declaração ou mau uso do vale-transporte configura falta grave passível de
demissão de justa causa.
Só e exonerado da entrega do vale-transporte o empregador que fornecer meio
de transporte para o deslocamento de seus empregados.
As empresas que não fornecer o vale-transporte ao empregado, á multa será de R$
170,26 por empregado que não é beneficiado.

DESCANSO SEMANAL REMUNERADO

O descanso semanal remunerado impreterivelmente deverá ser de 24 (vinte e


quatro) horas consecutivas.
É de preferência que essas horas sejam concedidas aos domingos, tanto para
trabalhadores urbanos, rurais ou domésticos (segundo o artigo 7º, XV, da
constituição federal)
“Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de vinte e
quatro horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou
necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em
parte.”
A remuneração do repouso semanal remunerado corresponderá:
a) para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou mês: a um dia de serviço,
computadas as horas extraordinárias habitualmente prestadas;
b) para os que trabalham por hora: à sua jornada de trabalho normal, computadas as
horas extraordinárias habitualmente prestadas;
c) para os que trabalham por tarefa ou peça: o equivalente ao salário
correspondente às tarefas ou peças feitas durante a semana, no horário normal de
trabalho, divididos pelos dias de serviço efetivamente prestados ao empregador;
d) para o empregado em domicílio: o equivalente ao quociente da divisão por seis da
importância total da sua produção na semana.
Em caso de empresas em que a maior movimentação de negócios seja no final de
semana, incluindo assim o domingo que deveria ser de descanso remunerado,
desde que, previamente autorizado pelo ministério do trabalho, dentro do período de
quatro semanas, pelo menos um descanso remunerado deverá coincidir com o
domingo.
Se o empregado faltar um dia de serviço sem justificativa de falta, o mesmo
não perderá o direito do descanso semanal, porém a remuneração do descanso
semanal em questão poderá ser cortada pelo empregador.
“Lei 605/49 Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo
justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior,
cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.”

SÃO JUSTIFICATIVAS VÁLIDAS PARA FALTAS

a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do


Trabalho;
b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da administração do
estabelecimento;
c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não
tenha havido trabalho;
d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu
casamento;
e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho;
f) a doença do empregado, devidamente comprovada mediante atestado médico.

ADIANTAMENTO DE SALÁRIO

Os adiantamentos de salário, que também são conhecidos como vales,


correspondem a uma parte do salário que o patrão paga antecipadamente no
decorrer do mês, mediante recibo, e, quando do fechamento da folha, tal valor é
descontado.
A legislação vigente não disciplina a concessão de vales, portanto cabe as
partes estipularem a data de seu recebimento, bem como o percentual do salário
que será adiantado, observando que a obrigatoriedade de conceder vales, para
algumas categorias, consta na Convenção Coletiva.

FALTAS INJUSTIFICADAS

O empregado que faltar injustificadamente durante o mês, receberá o seu


salário proporcional aos dias trabalhados.
Para este efeito, o salário mensal deve ser dividido pela quantidade de dias
que tem o mês, conforme dispõe o parágrafo único do art.64 da CLT. Assim, para
calcular um dia de trabalho do empregado para descontar na folha de pagamento do
mês de Janeiro, a divisão será por 31 dias. Sendo no mês de Fevereiro, a divisão
será por 28 dias.
Este raciocínio não é aplicado para quem recebe um salário mínimo, pois, a
Lei que trata, especificamente, sobre o salário mínimo, determina que para calcular
o salário mínimo/ dia, a divisão será por 30 dias.
De acordo com o artigo 473 da CLT, o empregado poderá faltar sem prejuízo
de salário nas seguintes situações:
a) Até dois dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge,
ascendente, descendente, irmão ou pessoas que, declarada em sua carteira de
trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica:
b) Até três dias consecutivos, em virtude de casamento:
c) Até cinco dias em caso de nascimento de filho(Licença Paternidade):
d) Por um dia, em casa 12 meses de trabalho, em caso de doação
voluntária de sangue, devidamente comprovada:
e) Até dois dias consecutivos ou não, para fins de alistamento militar e
alistamento eleitoral:
f) Nos dias em que estiver realizando provas do Exame pré-vestibular,
desde que devidamente comprovado (Lei nº 9 471/97).
As faltas do empregado por motivo de doença também são justificadas, no
entanto, este afastamento deve ser comprovado através de atestado médico,
(Súmula TST 15)
Em relação aos atestados médico de acompanhamento pronunciou-se o
tribunal Superior do Trabalho, através do Precedente Normativo nº 95:
ABONO DE FALTAS PARA LEVAR O FILHO AO MÉDICO (POSITIVO)

Assegura-se o direito à ausência remunerada de 1 (um) dia por semestre ao


empregado, para levar ao médico filho menor ou dependente previdenciário de até 6
(seis) anos de idade mediante comprovação no prazo de 48 ( quarenta e oito )
horas.
Para esse efeito, existe uma ordem preferencial dos atestados médicos
estabelecidos na Lei 605/49 adaptada pela Lei 8 213/91:
a) Médico da empresa ou do convênio:
b) Médico do Sistema único de Saúde- SUS
c) Médico do SESI ou SESC
d) Médico de escolha do empregado no caso de ausência dos anteriores
na respectiva localidade onde trabalha.
No entanto, vale a pena lembrar que, para que o atestado médico seja válido, o
mesmo deverá conter:
a) Tempo de dispensa concedida pelo Médico, (por extenso e
numericamente );
b) Assinatura e carimbo do médico, no qual conste nome completo e
respectivo registro no conselho profissional;
c) Código Internacional de Doença: CID: Somente poderá ser
especificado, mediante prévia autorização do paciente, pois ao contrário, o
campo deverá ficar em branco. Resolução CFM 1 484/97 e Portaria nº 3 370
de 09/10/1987, do Ministério da Previdência e Assistência Social.

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

“Art. 149” - Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais,


de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observada o disposto nos arts. 146, III e 150, I e III, e
sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a
que alude o dispositivo.
“Parágrafo único – Os Estados, o Distrito Federal e os municípios poderão
instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em
benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social.”
Não é obrigatório da filiação das empresas em sindicatos, mas todos são
pertencentes de uma categoria, portanto o empregado é obrigado a fazer a
Contribuição Sindical que será do valor correspondente de 1(um) dia de trabalho,
qualquer que seja sua forma de pagamento, sendo descontado na sua folha de
pagamento relativa ao mês de março, em virtude disso dando jus a todos os direitos
previstos na convenção coletiva.
No caso de admissão de empregado antes do mês de março, fazer o
recolhimento normalmente, em caso de admissão durante mês de março, verificar si
o empregado não sofreu o recolhimento, si caso não sofreu, recolher normalmente,
ou seja, um dia de trabalho, independente de quando ele entrou na empresa, e no
caso de admissão após mês de março, o recolhimento será no mês subsequente,
mas referente a folha do mês que o empregado foi admitido.

DESCONTOS NO SALÁRIO POR DANOS CAUSADOS PELO EMPREGADO

O artigo 462 da CLT no parágrafo primeiro estabelece o direito ao empregador


de realizar descontos na folha de pagamento do empregado em decorrência de
danos causados pelo mesmo.
Ainda segundo o art. 462, §1º, da CLT, a efetivação de descontos no salário
do empregado, em caso de dano culposo por ele causado, somente se revela
legítima quando esta possibilidade tenha sido expressamente acordada. Não basta,
no entanto, a previsibilidade, sem a demonstração do efetivo prejuízo correlacionado
com o ato do empregado, o que torna o desconto arbitrário.
Tal desconto deverá ser acordado entre as partes em contrato devidamente
assinado ou a ação que causou dano ao empregador para que haja o desconto
deverá ser por dolo.
Em caso de constatação do dolo, o empregador ainda deverá provar que a
ação do empregado e gerou o dano realmente foi premeditado, caso o contrário, o
desconto é considerado ilegal. Pois quando o empregador se dispõe a empreender,
o risco do negócio e de total responsabilidade do mesmo, salvo os casos de acordo
entre as partes ou intenção de lesar por parte do empregado.
Ainda que, o empregador insista em fazer o desconto ilegal na folha de
pagamento por algum dano causado pelo empregado, em que não seja comprovado
o dolo ou que não haja acordo registrado em contrato, o empregado tem o direito de
abrir processo contra a empresa mediante indenização ao mesmo.

DESCONTO RESULTANTE DE ACORDO COLETIVO

O empregador e vedado a efetuar qualquer desconto no salário de


empregado, salvo o disposto em convenção coletiva ou acordo coletivo, o
empregador também não poderá descontar quando constituído crime sua retenção
dolosa, somente haverá desconto neste caso quando previsto em lei ou também
pelo acordo coletivo ou convenção coletiva.
Descontos salariais que podem ser efetuados pelo empregador com
autorização prévia e por escrita juntamente ao empregado, somente no caso de
planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência
privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativa associativa em benefício
de seus dependentes, conforme a TST N° 342 Descontos salariais. Art. 462 da CLT.

CONCLUSÃO

Neste trabalho, abordamos o assunto de descontos e proventos contidos na


folha de pagamento do trabalhador brasileiro, onde proventos são qualquer tipo de
agregação salarial, acrescida juntamente ao salário base assim compondo a
remuneração. Os descontos são quaisquer tipos de cortes e contribuições que
podem o empregador deduzir do valor do salário do empregado conforme a
legislação que rege o trabalhador.
A partir daí, concluímos que a composição salarial, tais como seus descontos
e acréscimos são muito mais complexos do que se imagina. Praticamente qualquer
leigo tem idéia de que, o que se trabalha a mais do que a jornada normal deverá ser
retribuído como horas extras. Tal concepção é bem simples e fácil de ser entendida.
A hora extra é o provento mais comum em uma composição salarial e por isso é bem
conhecida por parte do trabalhador. Porém, há muito mais informações dentro desse
assunto. A hora extra, por exemplo, ainda pode sofrer alterações dependendo da
quantidade de dias úteis e não úteis contidos no mês, se elas foram feitas nos finais
de semana ou não, enfim, há muito mais agregações na hora extra e na composição
salarial do que se imagina e tem de senso comum.
Atividades em ambientes insalubres ou que haja alguma periculosidade ao
exercer o trabalho, comissões, adicionais noturnos, são apenas alguns tipos de
proventos que podem agregar a composição salarial do empregado.
Em relação aos descontos que ocorrem na folha de pagamento do
trabalhador, podemos dizer que este é o ponto em que ocorrem mais problemas à
cerca da legalidade ou não das ações de seus respectivos empregadores. A lei se
encarrega de definir quais são os descontos legais na elaboração do vulgo
“contracheque” do empregado, porém, nem sempre a elaboração deste documento
é feita de maneira justa e correta.
Descontos e contribuições deduzidos em períodos incorretos, hoje em dia já
se tornaram rotina em certos tipos de empresas que por falta de informação ou
mesmo por ação dolosa a agir de má-fé usam e abusam da ingenuidade e falta de
informação de empregados.
Toda e qualquer alteração salarial é regida pela CLT (consolidação das leis do
trabalho) e leis específicas. E, para tanto, ficar a par de assuntos como esses, que
estão no dia a dia da maioria dos brasileiros são sempre importantes e benéficos
para que empregadores ou empregados não sejam lesados de alguma forma.
BIBLIOGRAFIA
Art. 7 da Lei nº 5 889, de 08 de junho de 1973.
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