Você está na página 1de 45
Capitulo 2 A evolugdo do pensamento 1 10. Descrever as principais contribuigées da escola cléssica de administragao a Analisar o significado da pesquisa de Hawthome para o estudo da administrago. : Destacar as principais contribuigBes e limitactes da abordagem comportamental. aa Explicar em que consiste a escola quantitativa da administracao. wan . Analisar a teoria dos sistemas e discutir sua relevancia na atualidade. eee Destacar a contribuigo empirica do enfoque contingencial on ee a em administragdo Objetivos de aprendizagem Compreender o que sao as teorias @ sua importéncia para a pritica da administracdo. \dentificar préticas seculares humanas ligadas administrac3o € organizagéo. Discutir as condig6es histéricas que impulsionaram o surgimento de campo da administracao. Discutir as tendéncias contempordneas em teoria administrativa e organizacional. ll Sl El & fe BSSSESE88 ‘Um breve mergulho na historia do pensamento em administragio & um es- timulante exercicio intelectual gerador de compensadoras reflexdes. Trata-se da andlise dos processos de construcio, revisio, critica e avanco nos conteddos © nas fronteiras de uma disciplina cuja vida stil é pouco maior que um século, Atualmente, a importaneia do campo da administragto no Brasil é comprovada por mais de 2 mil cursos de gradwac2o em administragao e mais de 1 milhao de estudantes de administragao cm nosso pais.! O presente capitulo tem como principal objetivo analisar a evolugao do pensa+ mento na administragao, destacando as principais teorias que a caracterizam, bem coma suas contribuigées para a consolidagio da disciplina ¢ de sua pritica, O estur do das teorias em administragto justfica-se pela contribuigho que clas trazem para avango do campo em termos canceitnais e priticos. O atualleitor atento as teorias ac mministrativas e organizacionais, seré o futuro administrador capaz dle acaptar os con ceitos desenvolvidos no campo teérico as especificidades da empresa onde trabalhari, A analise privilegiara a contextualizacao historica, por meio da qual sero identificados os fatores que influenciaram o surgimento das principais escolas de Pensimento administrative, Busca-se, dessa mancira, mostrar que 0 que se desen- volve em teoria administrativa e organizacional — logo, o que pode se aplicar na pritica administrativa —esté sujeito as circunstincias ¢ as contingéncias historicas, ‘is quais um administrador bem preparado deve estar sempre atcnto, As principais escolas do pensamento administrative analisadas so: a escola ci sica de acministragao, a escola comportamental, a escola quantiativa ¢ a escola con- tingencial. Para cada uma dessa escolas, sio destacados os pressupostos que Ihe servem de base, bem como o foco da anzlise que desenvolvem, os conceitos-chave constraidos ¢ as principais contribuigies € limitagdes. Por fim, sio discutidas as ten- déncias contemporaneas em teoria acministrativa ¢ onganizacional, destacando al- ‘gumas teorias contemporaincas ¢ 0 movimento de estudos criticos em administacdo. 46 Administragdo:teora pratica no contexto brasileiro O recall de gestéio da Volks s planos de crescimento da Volkswagen no Brasil s30 audaciosos e ambiciosos. Além de buscar a consolidacao da lideranca no mercado brasileiro, # ‘empresa quer se tornar 2 maior empregadora do se- tor automobilstico e a segunda maior em operacéo do grupo na mundo. Essas metas ousadas eram inimagindveis ha alguns anos, quando a montadora passou por um periodo dificil. Entre 1998 e 2006, a companhia re- gistrou prejulzos consecutivos e ainda perdeu a lide~ range de décadas no Brasil para a Fiat ‘As causas detectadas para essa turbuléncia es- tavam relacionadas 20 modelo de gestio utilizado pela montadora alema. Segundo especialistas, a Volks mostrava-se uma empresa lenta, conhecida pela ngidez e pela verticalizagao da gestio, em que a maioria das decisbes era tomada de cima para baixo. No periedo de turbuléncia, essas caracteristicas se acentuaram. Para aprovar cada despesa, por exemplo, os ieee creed ae» Toucan EE >> ws a > Eewe crooner es Rope tone a a oe: | a > sone | i >, 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 limites de uma agao isolada, na busca de maior sinergia para o alcance de obje- tivos mais eomplexos. ‘A propria palavra “adkministragao” vem do latim ad (diregao, tendéncia para) ¢ ‘minier (sabordinacao ou obediéncia), 0 que signifiea que administrar consist em dlirigir as atividades de um grupo de subordinados, 5 possivel encontrar varios exemplos histéricos que demonstram como a ad- Iministragio vem sendo praticada ha milhares de anos «= Registros escritos a respeito de atividades comerciais e governamentais ja ram usilizados pelos sumérios por volta de 5.000 a.C. «= As pitdinides egipcias e a Grande Muralha da China sto excmplos de proje- tos de grande escopo e amplitude que envolveram milhates de pessoas que contaram com 0 uso de priticas ¢ técnicas adh ws desde 4.000 a.6, '= Técnicas e conceitos administrativos, como organizagao, disciplina, hierar- quia, logistca, planejamento e recursos humanos, estavam presentes em or ganizagdes militares desde 3.500 a.C. # A governanea do extenso Império Romano, entre VIL a.C. € IV d.C. 36 {01 possivel por causa da extraordinaria capacichide de organizagao © comunicagao. ‘= A invengao da contabilidade como uma pritica administrativa ocorrew no século XVI, durante 6 Renascimento, * A constiuicao da primeira empresa mulkinacional global, a Compania das Indias Orientais, foi responsivel pelo desenvolvimento do comércio entre paises cle varios continentes no decorrer lo século XVIL £ pela aplicacao cotidiana, no decorrer dessa longa trajctoria hist6rica, que priticas administrativas sc institucionalizaram, isto é, ganharam durabi, Iidade ¢ persisténcia, servindo como modelos a serem adotados por novas ge- ragbes, Muitas das téenicas usadas até hoje nas organizagdes evoluiram dessas priticas seculares. 150 _Acminstraglo:teora e prética no conterto brasileiro ‘scons da grande Pdmide de Quéops ewok A conttn po de vise 10O mi homens, durerte yo Se Param utlizados 2.3 mihoes de locos, vine anos gi paso medio de 2,5 toneledan, Sem) aca um com Peace ma. ienso habiidede Saran pars pln corre gone a ue Hemost que a adinstacso const ig organzare geenca 0 abalhe de coe om senda praticads ha mihares de anos 2.3 » Condicées geradoras do pensamento administrativo © pensamento administrative, enquanto area de conhecimento, sure Conte consequéncia da consolidagie do capitasmo e, a0 mesmo tempo, de processo de tmodlernizagio das sociedades ocidentas. 2.3.1» A Revolugao Industrial e a consolidacao do capitalismo £ com a Revolugio Industrial, no decorrer do século XVII, que se consoli- ‘ ddan unnigges para o estado da adinisteagto como uma dscpfina autnoms Laster tam fronteiras bem delimitadas. Foi a Revolugio Industrial que permit eae | oem Tidacio de um novo modo de produgiio © organizago do ‘trabalho, 0 capitalismo, | no s¢eulo Xl 90 Reino rae coendo assim as condigdes necssirias para o surgimento dessa nova érea do | i, som runo conhecimento, a acministragio. Eeaitiocom Pociem-se distinguir diversas etapas no decorrer desse proceso de consolida- | tneleagbee econtenicns «¢a0 do capitalismo. O inicio, em meados do século XVII, € marcado pelo fim do Ce feudalismo ¢ caracteriza-se por diversas mudangas, como: ra limitagao do poder do monarca absolut ¢ surgimento das ideas liberais: w G ortalecimento das atvidades comerciais¢ surgimento das cdadess 1» 0 surgimento do poder das méquinas ¢ criagao da indstria manufatureira; ‘e.a especializacio do trabalho ¢ fe aaprendizes,constituindo as corporagbes de oficioss «e acentralizagto do poder, recurtos ¢influéncias nas maos des mestres-arteSl55 acta da strns mamfaturiras, formando, assim, a burgess smago dos mticleos de mestresartestos € «a subatinigan do sistema de trabalho do artes pelo trabalho asslariado. vAammudangas marcavam a consolidacao de novos principios relativos forma de organizagao ¢ racionalizagio do trabalho, Adam ‘Smith (1723-1790), na obra | go “Tagen das nagis, destaca o principio de divisio do trabalho ¢ a HPAT SM tancia para o desenvolvimento eficiente do capitalisme, 'A divisio do trabalho | ¢ epoitivastrefas ae Par separagao dese altima em pequenas ¢ repetiivas tarefas sande 9 | Sspucluaces cpe pode xemplo da fabrica de alfinetes, cle observa que dex incividos, cana a | Sees ea a un tata especalizads, produziriam 48 mil alinetes por dia. No hace fentanto, se cada um dos individuos trabalhasse de forma separada e independen- aaa ie, wabalhadores produzisiam somentc 200 ou até de alinets por dia Diviste do trabalho Captalisme Sietema econémico em {que 05 meies de produczo e distrbuigao s30 do propriedade prvada e 18m Fis luertves. As decides sobre oferta, demands, proce, dave 10 580 fetes pelo fpovemo, mas sm pelos Propritinos capital. Sociaismo Sista econdmice que fence a propriedade © 3 adminstracao publica ouealetiva das meios do producio e de uma cociedace cascteraads pela iguaidade. portunidades para todos os indivi Processo de rmodernizagSo Provesto de substitu de esruturs srini bbaseadas na autoridade tradicional, como a Sociedade medieval, por outs baseadae na utoridade aconal-legal pela mergéincia de | urna Logica de mereado, ia Capitulo 2» A evolugao do pensamento.em administragso 51 Smith conclai que a divisio ¢ a especializagao do trabalho aumentam a pro utividade, porque possibilitam methoria das éapacidades de cada trabalhador ‘em desempenhar uma atividade especifica, economia de tempo, que geralmente ¢ desperdicado na troca das tarefas, ¢ criagio de condigdes teenoldgicas ¢ inovado- ras que possibilitam economias com relacio ao uso de mao de obra. No cntanto, 0 pensamento de Smith nao se esgota no reconhecimento da importancia ca divisio © especializacaio do trabalho, Ele é conhecido como um dos principais expoentes da escola cléssica de economia, na defesa dos prineipios do liberalismo econémico, expressivo crescimento econdimico propiciado pela concentracio de mio de ‘obra no sistema fabril foi acompanhado também pelo alto custo social. O periodo cial da Revolugao Industrial em paises como a Inglaterra € marcado por confli- tos, uma ver.que é caracterizado pelo excesso de oferta de mao de obra nas cidades pelas condigdes de trabalho muito precérias, No final do século XVII, eclodem viirias revoltas contra o sistema fabril. Em um movimento aparentemente incom- preensivel sob o olhar contemporaneo, multid@es de trabalhaclores (entre os quai mulheres ¢ criancas) revoltam-se contra as maquinas e as instalagdses, identificadas como causas de seu sofrimento. Para enfrentar as condigdes assustadoras da vida nas primeiras cidades, caracterizadas pela pobreza, sujeira ¢ pelo surgimento de epidemias, como a célera, iniciam-se os primeiros movimentos sindicalistas, assim como se aprovam as primeiras leis de protecio social. O eapitalismo estabelece- sc como um sistema capaz cle se autossustentar por meio da criagfo de mecanis- mos de autorregulacao.? Nao é por acaso que, nesse contexto, surgem também as primeiras ideias socialistas, conhecidas como socialismo utépico, que serviram como fonte de desenvolvimento para varias escolas posteriores cle aciministragao, entre as quais podemos destacar 0 movimento de relagdes humanas ¢ 0 movimento da demo- cracia participativa (século XX). Henri de Saint-Simon (1760-1825) ¢ Proudhon (1809-1865) sao alguns representantes dessas correntes. Esses autores acredita- vam que o capitalismo consttuia um sistema irracional, gerador de desigual- dades, advogando medidas que variavam desde a intervencao do Estado na economia até a propria extingao desse tiltimo ¢ das relagGes capitalistas baseadas na propriedade privadla. Entre os pensadores que mais marcaram o pensamento critico ao capitalismo destaca-se Karl Marx (1818-1883), que baseava sua andlise da sociedad capita- lista em uma abordagem conheeida como materialismo dialético, Marx procurou esclarecer os confitos tipicos da sociedad de classes ~ especialmente aqueles que caracterizavam esse periodo historieo -, destacando, entre as fontes principais de tas conflitos, a separagao do produtor dos meios de produgo, bem como a infil- tragao da logica de mercaclo ou monetitia em todas as relagBes humanas 2.3.2 » O processo de modernizagdo das sociedades ocidentais Ocstabelecimento do capitalismo como um novo modo de produgao ¢ ory: zagao do trabalho nao foi caracterizado apenas por mudangas de ordem material, como aquelas descritas na segio anterior, As modificagées estruturais das formas dle autoridade que serviam de aliceree as sociedades ~ em um claro movimento de ‘moclernizagao ~ também influenciaram o surgimento do pensamento administea- tivo, porque eriaram as bases para o fortalecimento ¢ consolidagao de uma nova, forma de onganizagao do trabalho humano — a burocracia, processo de modernizagao refere-se a substituicao de estruturas sockais baseadas na antoridade tradicional, como a sociedade medieval, por outras basea «das nia autoridade racional-legal ¢ pela emergéucia de uma lgica de mereado.! Diforortomente ce outros paises, no Bras. 0 proces: so de modernizacao e industralzagao fo induzide pelo Estado, por meio de uma poltics de substituigao. Ue importagoes om busca do crescimento econémi= AS 198, ops ef aractrizad por ua ce: a atividads Indust, dada a estrutura agroexporta- dora basaada, predominamtomente, na cafaicultura, Surgem entso as primelros omprasae astatais em se tores de bese como sideruiga (@ CSN), petrleo (Petrobras! ¢ mineracso (CVRD), O process de indus: tralizagio, que teve continuidade durante a citacurs milter, marca © periodo do "milagre brasileiro", ca ‘acterzado pola expansao e pelo crescimento econo ‘mica, mas também pelo aumento da divids externa @ dda concentracao de rende De modo geral, pode-se afirmar que a consolidagao do capitalismo coincidiu com o movimento de modernizagiio das sociedades ocidentais. Quem mais contri- buiu para a clucidacfio desse provesso de modernizacio da sociedade ¢ das formas dle autoridade que Thes servem de base foi Max Weber (1864-1920), Weber tina ‘como principal objetivo descrever as mudangas nos tipos de autoridade que carac- terizam as sociedades modernas ~ considerando a burocracia como expressao da autoridade racional-legal Weber difcrenciava os varios tipos de sociedade que existiam com base nos tipos de autoridade que thes serviam de ali 1 Antridade tradiconak: baseia-se nos costumes ¢ tradigdes de uma cultura, Ba ‘utoridade representada por patriarcas ¢ ancifios em sociedades antigas, ou pelos senhores feudais. Mitos, costumes ¢ tradigdes formam a base da legit magao desse tipo de autoridade, © Autordade carismétice: apoia-se nas caracteristicas pessoais de um individuo. Profetas, herdis, lideres, guerreiros sao exemplos desse tipo de autoridadte. Sua legitimagio decorre de qualidades de ordem pessoal ¢ da percepcao dessas qualidades pelo grupo. { Astoridade aciontlogal | Auxoridade undsmentada fas reas © normas ‘Weber considerava que mesmo que 0s tipos de autoridace pudessem coexistir em | capes oe dada sociedade, eles eram essencialmente diferentes entre sie que apenas uma des | Fecenhecde e eto sas autoridades era aclequada fis mucancas sociais de sua época, Deve-se considerar | por taxes os membros {que Weber viveu em um periodo de franca expansao do capitalismo na Europa e nos | °8 camunkiade Estados Unidos, caracterizado pela emergéncia da soriedade de consumo em massa Weber mostra que a autoridade racional-legal é mais adaptada que outros tipos de autoridade s mudlangas sociais de sua época € ao surgimento da sociedacle industrial Para Weber, & a autoridade racional-legal que serve como base ao Estado moderno, # Autoridade racional-legal: fundamenta-se nas regras € normas estabele- cidas por um regulamento reconhecido aceito por todos os membros da comunidade. E legitimada pela aceitagio da regra impessoal. 2.4 » Escola classica de administragao © primeiro periodo que marcou o estabelecimento do capitalismo foi carac- terizado pela resposta nlo sistematica e desordenada aos desalios colocados pelos novos espagos ¢ relagdes de trabalho, presentes, principalmente, nas fabricas. O Etcola elissea do administracte Conjunto de contrbuigbes teerieas que buscaram Identficarprincpios recionais € univers de (estio que torntiam 3 Srganizagio mais efciente Situogso de concoméneia imperfeta, em que lm ermpresn deter 2 totaldade do mercado do um detarminado produto ou servic, Irponda pregoa 808 (que comercial (se produit, Capitulo 2» A evolugdo de pensamento em adminitrgio 53 crescimento acelerado de produgio era limitado pela existencia de uma forga de trabalho desqualificada, Além disso, esse primeiro estagio de desenvolvimento do capitalismo era caracterizado por uma competicdo selvagem € condigdes preci- rias de trabalho. Foi apenas no final do séeulo XIX, quando o capitalismo entra ra fase monopolista, que suegem as primeiras tentativas de constituigao de um corpo de conhecimento independente, nas quais se destaca a escola classica de administragio. As principais contribuigdes da escola eléssica de administragao foram desen- volvidas por um grupo de autores diretamente envolvidos com a pritica gerencial, quais buscaram desenvolver principios racionais que tomnariam a administracio mais eficiente, No entanto, também se inclui nessa escola a contribuigao de Max Weber relativa ao conceito de burocracia, considerada pelo autor como a forma de organizagio ideal da sociedade industrial (periodo que coincide com a escola classica de administragio). Esses autores institucionalizaram as bases tedricas da administracao, por isso fazem parte dessa escola. A escola elassica de administracao pode ser dividida em tres grandes correntes: = Movimento de administragio cientifica, # Gestio administrativa # Teoria da burocra ‘Mas, antes de analisarmos cada uma dessas correntes, vamos primeira analisar fo contexta que rion as condigaes para esses desenvolvimentos tedricos. 2.4.1 » Contextualizagao ENTRADA DO CAPITALISMO NA FASE MONOPOLISTA » Um dos principais motivos do desenvolvimento da escola essica de administracio é a en- trada do capitalismo na fase monopolist, com a consequente adogo de um pax dro tecnoldgico que levava & concentragao técnica cfinanceira ¢ & necessidade de desenvolver novas formas de gestio de trabalho. Em paises como os Estados Unidos, a produgto em massa, a redugto de cus- tos de transporte ~ como consequéncia da expansto ripida da rede fernovidria ~€ a falta de regulagio governamental propiciaram o desenvolvimento de grandes onganizagBes monopolisia. John D. Rockefeller criava o monopélio de petréleo coma Standard Oil, Andrew Carneaie ganhava o controle de quase dois tergos da indistria de ago, J. PR. Morgan passava a controlar a banca, ¢ outros empresarios in- vestiam em grandes negécios que demandavam préticas formas de administracio. Nessa altura, 0s trabalhadores fabris nfo tinham a qualificagio exigida por suas novas tarefas. [sso limitava o erescimento da producio, pois no havia prticas estabelecidas que a acelcrassem. De fato, a a Revolugo Industrial, no existiam ‘maétodes padronizaclos de desempenhar 0 trabalho. Os individuos eram respons vweis por (entar diferentes maneiras de completar as tarefas, baseados na sugestio ds outros ou apreendendo com os erros ¢ as falhas no decorrer do processo de trabalho, Essa falta de padronizagio dificultava o controle ¢ a coordenagio do trabalho. Além disso, havia o problema do desperdicio, Os recursos no eram em pregados de uma forma racional. Com a indiistria monopolisa, surgiu entio a necessidaude de se criar uma ma- neira de administrar com eficiéncia ¢ eficécia essa nova forma de trabalho. Era 4 primeira vez na histéria que um niimero grande de pessoas e de capital se jun- tavam em um 36 lugar para produzir alguma coisa de forma constante € quase continua. Os problemas de desperdicio ¢ falta de efieigncia requeriam respostas sistematicas ¢ coerentes de administragio, foo dos principais representantes da escola clisica de administracio, tia, Nao fo! coincide CONCEPGOES E ORIENTAGOES ACERCA DA NATUREZA, IN- DIVIDUO E ECONOMIA » Em termos intelectuais, os principais represen- tantes dessa escola foram fortementeinfluenciados pela concepgdo mceanicista & cempirista da natureza que caracterizava 0 estigio de desenvolvimento das cién« hatuais efiscas, Em outras palavras uma visto mecanicista significa que as teo- ras clissicas baseavam-se no pressuposto de que exstiam relagBes claras de causa © tfeito que, se consideradas,levatiam uma fabrica &funcionar como uma maquina bu urn relbgio, previsivel e constante, Jao empirismo estérelacionado com a for- tna como ests teorias foram consruidas, com base na observagao e mensuragio {das ocorréncias do dia a dia do trabalho, na experiencia acumulada no cho de fbriea ou na gestao de grandes empresas [Além disso, foram também fortemente influenciados por uma ilosofia indivi- dualista ¢ beral dominante nessa altura, E importante destacar aqui o pensa- nento liberal de Adam Smith, que jé tinha apontado os ganhos de eficiéneia que poderiam ser alcangados pelas nagies com a divisio e a especializacao do traballio, ho defender a "mio invisive!” do mercado na regulaglo dos agentes econémicos, © resultado do livre jogo de interesses individuais egoista levaria ao bem-estar social. Essa concepgao indiviehalista do homem caracterizou outros pensadores dda época, entre 0s quais poems destacar John Locke, Thomas Hobbes ¢ Jeremy Bentham, que defendiam o direito & propriedade individual como um direito ma- tural humano que nto poderia ser ameagaclo pelo poder do Estado. ‘Vale ainda ressaltar a contribuigo de Max Weber ao demonstrar a influéncia que a ética protestante ~ de orientagao individualista ~ tem sobre a consolidacao do capitalism, Fainesse contexto materiale intelectual que se desenvolveu a escola classica de administragio. O Quadro 2.1 resume as principais caracteristicas desse contexto. Quadro 2.1» Contexto do surgimento da escola classica de administragao Concentagio de mereados. i ‘Goccmento aconomico seed. Condicées socioeconémicas Frcs de trabalho desquaificada, espera de afin. é Ser humano egaista, na busca de sotsfagio dos cous = esejos e interesses (Homo ecanomieus Bases filoséficas CConcep#o mecanicsta 2 empiric da naturera, Liberalism econsmica Eca protestants individuals Nos Estados Unidos, » constnugéo das grandes fer rovias tave um papel importante pare o estabeleci- mento da faze manopolista do capitalisme nesse pais, e nao fol apenas por incentivar 0 comércioin- {erestadual. Como eram grands empreencimen- ‘os, suas construcses consumiam enormies quanti= dades de varios tipot de produtes, principalmente Ge aco, 0 que impulsionou a expansac dessa incis- 2, portanto, 9 fato de Taylor, © primeira grande tesrico da administragdo, ter ta- balhado em varias empresas da insta de eco, ‘como a Midvale Stee}, a Simonds Rolling Machine = 4 Bethlehem Steel Fol pela observagse dos traba- thadores nesse setor que Taylor desenvalveu saus principios de administragdo clentific. Empirismo Movimento que acredts na experinaae ‘bsenvacso do mundo ‘came tinea (ou pencils) formadoras de ideas, slscordando, portant, de ogo de ideiesinatas. Lberatismo Sstemo paltico- ‘sconce basead> ‘po detesa ds iberdade Invi, nos campos ‘seenérnico, politico, religions e intelectual, contra as ingeréncis fe atiudes cooratvas do poder estetal Inevidualism CCrenga de que oindviduo que move sua exsténci, ‘devendo provalecer sobre 1 scien @. Estado. Homo econemicus renga compartihads pelos autores da {Escola cscs de isdminitroglo de que o er humane € ser egoite racial, orientado Sxclaivamente por motivagBes ecanéenice: Capitula 2» A evolugdo do pensamento em administraglo 55 2.4.2 » Precursores da escola classica de administraco Apesar de se considerar que o campo de administragio nasce com o movi- mento de administracao cientifica, seria injusto nao falar de alguns autores que precedcram esses primeiros estudos formais de administragao. Eles viveratn no ambiente descrito anteriormente e foram confrontados com diversas questocs: © «que deveriam priotizar — luctos ou produtividade? Que caracteristicas buscariam hos trabalhadores? Em que medida deveriam se sentir responsiveis pelo ben-estar dos trabalhadores? Entre os precursores mais relevantes para o campo da adminis- ‘agi, destacam-se Robert Owen e Charles Babbage. Robert Owen (1771-1858) ¢ justamente considerado um dos mais influen- tes precursores do estudo de administragao. Owen foi gestor de fibricas textil na Excécia no inicio do século XIX, em uma época em que as condigdes de trabalho cram particularmente desumanas. O horirio de wabalho estendia-se por 13 horas € cra comum encontrar criangas de 5 © 6 anos no chiio de fabbriea. Owen conside- ava que, coma gestor,tinha a obrigagae de reestruturar as condigOes de trabalho, Para isso, implementou nas quatro fabricas geridas por cle algunas medidas, como a redugao da jornada de trabalho para 10 horas e meia e a recusa de contratagao de eriangas com menos de 10 anos. Curiosamente, justficou essas reformas no ambiente de trabalho nao por motivos humanistas, mas sim porque acreditava que isso levaria inevitavelmente ao aumento da produtividade e Iucratividade."” Por sua ver, Charles Babbage (1791-1871), um cientista ¢ professor de mate- zmatica nascido na Inglaterra, era um grande defensor da divisto do trabalho. Ele acreditava que cada atividade fabril deveria ser analisada de forma a identificar € isolar as habilidades necessitias na sua execuco. Assim, cada operiuio poderia ser treinado em uma tinica habilidade ¢ ser responsivel apenas por uma fraglo dessa atividade, Babbage acreditava que 0s custos ¢ o tempo de treinamento seriam duzidos e a repetigao constante da mesma tarefa aumentaria a expertise c ficient os trabathadores. 2.4.3 » O movimento de administracao cientifica O movimento de administragao cientifica surgiu como uma resposta eficiente A questio da existéncia de uma nova forga de trabalho, desqualificada ¢ barata. Nos Estados Unidos, essa forga € representada pelos imigrantes, que ocupavam ‘um niimero cada vez maior de vagas na indistria desde o final do século XIX. Na Franca ¢ em outros paises europeus, a mobilizagao dos homens na guerra fez.com 4que se abrissem frentes de trabalho para mulheres e mao de obra desqualificada Livin, um dos principals ders da evel ovis. «a, depots de esaty minuiosaments © fevment de scniniswagso cities, surpreondeu-se com a versa ungBes qo ervergou como postves no mio- inert. Spear de citce prncposcamea Gato _| do'vabaito, ele aportou aacoraidade cece | dlgade do mecielo como una forma mas rica 6 tfcor de taralormar os catponesas em operas capnees do corvlidr se besos do sistema sili, "aumento da prockvidede do tabalho fol ast {unglo do teyessmo que dtemou aatongo do dat sovietco,expeclmeate socues fustiaeneniova Greets toy aro Cueto mh CuD 0 pavo'detompo, er questo de dn os mone™ 5 Ackinistragdo:teora prétice no contexto brasileiro eas, E mesmo paises como a x-Uniio Sovitica adotavam 0s principios de “cragao cientifca como forma efieaz de treinar camponeses como traballia- chris e, assim, alcangar consideraveis ganhos de produtividade. Ainda que o potencial de aplicagio dos prineipios cientificos aos processes de {Iho fosse reconhecidoa partir do século XVIII por autores como Robert Owen e (Charles Babbage, 0 principal representante do movimento de administragao {Movimento de cientifiea foi o nerte-americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915). Sua obra | *dministragie centiies sdamental, Princiios de admistra;do cietfic, de 1911, sintetiza um conjunto de | Exclapionee preceitos em busea da gestao eficente do trabalho, direcionado ao chamado “ho- | SSmniseatvo 4 i Seimiisratvo que busca ‘mem comum?”, que, por meio de um treinamento rapido e adequadlo, poderia exe~ | sintatzar um eenjunto cotar uma tarefa “taylorista” no tempo exato concebido para a exccugao,"® dl principios de gestio » i: ficient dos processos Nesse livro, Taylor apresenta os quatro prinefpios fundamentais de sua teoria: | gpersconats de vabslho, 1» Desenvolver, para cada elemento do trabalho individual, uma ciéncia, com alsin mm erenga, norms rigiclas para 0 movimento de cada homem e padronizar todas a | jes manere cia de ferramentas ¢ condigies de trabalho. | desempenher cada taet. « Sclecionar euidadosamente, depois treinay ensinare aperfeigoar 0 trabalha- ddr (com a exclusio de todos que se recusam a adotar os novos métados ou 80 incapazes de sequirlos). ‘= Cooperar cordialmente com os trabalhadores, renminerancdo-os diariamente ¢ articulando todo o trabalho com os principios da cigneia desenvolvida, ‘= Manter uma divisito equitativa de tabalho ¢ de responsabilidade entre ad- ministradores e operirios. Para Taylor, ha uma tniea manera cera pare desempenkar cada taefa visando ma ximizar sua eficiéncia ¢ assegurandlo 6 maximo rendimento ou produtividade. A forma de descobrir essa maneira certa ¢ analisar detalhacamente o trabalho em suas diferentes fases e estudar os movimentos necessitios a sua execugao, a fim de simplifici-los ¢ veduzi-los ao minimo. Dai a importincia do estudo de tempos e mo- vimentos para otimizar a divisto do wabalho. Eliminando todo esforgo desnecessi- rio buscando uma sequéncia certa de aividadles etarefas,o tabalho se torna mais ‘pido, eficiente¢, paralclamente, pode ser desempenhado por trabalhadores pouco ‘qualificads, que io passiveis de serem treinados rapidamente ¢ com baixo custo. [A separagao do processo de planejamento do trabalho da exccugio € outra das premissas defendidas por Taylor. Para ele, o operirio nao tinka capacidade, forma (lo ou meios para analisar cientificamente seu trabalho ¢ estabelecer 0 método ow 6 processo mais eficiente, Essa anise deveria ser feita por pessoas do escalao supe rior, pelos administradores, seria a estes que deveriam ser confiados os métodos de organizagaio das tarefas e do trabalho. Taylor é também um dos primeiros a reconhecer a importancia de um pro- cesso de selegao cientifica do trabalhador, acaptando suas capacidades ¢ aptidees as caracteristicas de cada fungio a ser desempenhada, Ble prevé, igualmente, um conjunto de recomendagdes relativo & remuneragio, de forma a premiar a produ- tividade. Para Taylor, 0 trabalhador s6 é motivaclo pelos incentives materizis. Ele ¢laborow um sistema de remuneragio por pega, no qual os operirios ganhavam cm fangao do que produziam. ‘Todas as suas recomendagdes eram bascadas em uma visio conciliadora dos interesses dos patrdes e empregados. Para cle, a administragio tem, fundamentale ‘mente, acerteza cle que os verdadeires interesses de ambossfiotinico ¢ 9 mesmo, tem a certeza de que a prosperidade do empregadar nudo pode exist por muitos anos se nao for acompanhada da prosperidade do empregado ¢ vice-versa, tem, ainday a certeza de que € preciso dar tanto ao trabalhador 0 que ele mais deseja ~ altos sal ios — como ao empregador o que cle realmente almeja ~ baixo custo de produgio."* ‘Taylor era ambicioso nos objetivos que buscava aleangar com seus métodos de onganizagao do trabalho © produgao. Fle considerava que o resultado dla apti- Se stunted lator, SeamanaCabivatiod Estude dos tempos Esforgo sitemétca para analsarecronometrar {odes os movimento Decessirios para a realzagio de uma trea, lminando aqueles que, porserem dornacecssrios, ausam fediga no decorer Capitulo 2 A evolugse do pensamento em administragao 57 Em 1902, quando foi fundads a Ford Motor Company, of auromdveis fobrcados seguiam oF ‘métodos de produrao antesanate. Erirotante, Hey Ford (1863-1987, kindador Gn empresa, etenche a2 len forme de se grec un ato gue Chulquer pessoa puesto cornprer sora procus lo Sm grande quantidede e a bako custo, Para bso, ancentrou-sa na afctancin da produgso, mocant Zande tudo o que forse possvele dvidindo os are- {es em seus monores componentes,seguind os prinepios da adminstragao contiea de Toyon. fn 1308, lngou um caro que evolucionou o concaita de automével! 0 Modelo © primero mocclo T prodzde pela Ford levou mai de 12 horas para Ear do inode prosugso, mas. em 1925, sa9 um a fads quinze segundos’ madele de product for alta debou ura marca indolvel pata a leita Sutornobiistice assinalando o nics ca era da pro- dhiglo em massa e da sociedsde do consumo om cagao de seus métocios nao aumentaria apenas a eficiéncia dentro das fabricas, mas também a eficiéncia da nagdo, caracterizada, até entio, por grandes desper~ dicios ¢ mau emprego dos recursos. Taylor dizia ainda que sua nova forma de administragao era uma ciencia regida por normas, leis ¢ principios bem definidos podetia ser apticada a todos os tipos de atividades humanas. ‘Outro importante teérico que contribuiu para o movimento de administragao cientifica, complementando os estudos dos tempos de Taylor, foi Frank Gilbreth. Ele se preocupou em estudar os movimentos mais adequados para a realizacio de cada atividadle, dando origem ao que ficou conhecido como “estudo dos tempos ¢ movimentos”. Enquanto Taylor cronometrava o tempo de execugto de cada tarefa, Gilbreth analisava os movimentos executados pelos trabalhadores, a fim de climinar os mavimentos que considerava desnecessirios. Assim como Taylor, ele se preocupou com a melhor maneira de executar cada tarefa. Para ele, os movimentos desnecessarios cram um sinGnimo de fadiga e, portanto, deveriam ser eliminados, Sua esposa, Lilian Gilbreth, mais interessada nas questoes relacionadas ao lado hu- mano da empresa, foi responsivel pela publicagii de A psiolagia de administra, em 1914, uma das primeiras obras acerca da psicologia em administago, © Quadro 2.2 resume algumas proposigdes do movimento de administracio cientifica, Naturalmente, como todas as teorias de administragio, o movimento de admi- nistragao cientifica niio era isento de criticas. O ponto mais relevante dessas criticas 4 que 0 trabalhador era visto como uma maquina, logo seu lado humano nfo et considerado, De fato, para Taylor, o trabalhiador era apenas uma engrenagem do sistema de produggo, nfo rendo seu lado social considerado. Por outro lado, sar da superespecializacio do operdrio faciitar o treinamento ¢ a supervisio do wabalho, cla contribui para a reduc da satisfagao do trabalhador e 0 aliena do processo de trabalho como um tocio, Além disso, a administraglo cientifica se bascia ‘em pressupostas materia ¢ simplistas de motivago humana ¢ nao considera que possa haver conflito entre objetivos indivieuais ¢ gevenciais Por dlkimo, embora a aclministragdo cientfica proponha uma abordagem cicntifica para a administracao, ela niio foi capaz de gerar principios universais aplicaveis em todos os contextos administrativos. © Quadro 2.3 resume as principais caracteristicas da administragio cientifica 0: teoia prdtica no contexto brasleo {Gaede 2.2 »» Proposigoes do movimento de administragao cientifica de um empreendiniento é medida exclusvamente pela predutivdede, estando elaconada exclusivamente 2 uiizacéo dos fecrsbs, sem considerar cs trabalhadores, Jones deve ser consierads a forma como estes se drigam logicamonte para ‘Sessestadores tim um comportementoracional ice eaizam meta cooprie so ncpazns de ssa fn sr lamas cetahados do sev peer ee uma tarefe ben defini endo valrzam #lberdace pare deci su propria abordagom dos <= revere estabelocer um packéo preciso para a atividades furs e para os relacionamentos entre estas. _sEastnnsrasdo envolve pronteriamente a defnigaoe o planejamento das atvidades fomeis dos wabalhadores. as atwidaces de um grupo devem ser encarades de forma abjtive« impessol, som considera caractorstcas« problemas pessoa “Fabsihodores so motvados xclssivamente par necassidedes econdmicas; sendo asim, os inentvs devem consis. ‘excushamente de recomponses monctais, As pasanas nto gostam de tabalhay, por iso supervise proxi e responsabilizago devem ser enfatizadas, ‘A coordenacio das atvidedes nfo seri possvel, exceto se planed e drigia de ima para bao, A autordads tam sua fonte no topo da hierarquia && dolegada de cima para bs. Ativdaces simples s80 mes faciente aprendldase, por iso, leva a uma rai produtvidade quando se teduz 0 escopo de uma ‘tidade ‘As funges de ecinistacto tém earacterticasunivetense podem ser desempenhadas da mesma forma, indopendentemente do ‘ambiente e da qualidade dos wabalhadores. nc: Mpa de MASS, neh Managrncw Thom Ie MARGH, Janes} Handhaok of Orgamiaations, MS, 155, ‘Quadro 2.3 » Resumo da administracao cientifica, ae Fase menapaliss do capital, PP EROReS Chav cievados desperdicios de recursos bee produtvdede Forca do trabalho desqualticads Homo economicus~ ser humano estenclakmente egoistae racial, rientade por motvagBes mates. Prascupostos A crganizacao é coneiderada um sistema fechado foo nos processosintorncs iste uma dncia de admintragao capaz de ser univeratizada, Foco de andlisa Processos operacionas de trabalho, j Eaiste uma tnica mancia cera para 0 dasempeno da cada tela ® Disseciagie da concepcio do trabalho da sus execuséo. Conceites-chave Selecio, reinamento e apereigoamento do tabalha com base nos métodes clentticos. Cooperacao do administagao Com os vabalhadores. Remuneracso baseada em incentvos matenais BT tre wermain ce prance stator tree CE ee ne rata coms pete seontribuig8es — Cyiscao da bave para 0 desenvolvimento da nha de mentagem que propicia 3 produgao om séri. Enarga 0 trabalhader como uma peca de ura méquina,ignorando suas necessidadessocisi @ psicoligicas Basela-se em prossupostos motlacionais materiais e simpliszs, Limitagdes 9 Néo conscer a posiidade do existénce de confites etre objetvos dos vabahadorese gerencit ae ‘Concabe a organizardo como um sstoma fechadlo, no considerando as infuéncas das Forgas externas na administra, ‘Cie coneligoes propicias para a alienaclo do trabalhad, por causa da superespetializacdo e dvitio do trabalho. Gestio administrative Escola de peneamento administrative ‘que conceituau a administagio como um rocesso de cinco fungaes £2 que buscou ilenticar of ‘rincipios gerade una adminisragao efciente Capitulo 2» A evolugio do pensamento em administrago 59° 2.4.4 » Gestao administrativa Enquanto a administragio cientifica procurava leis universalmente vilidas para administrar de forma eficiente os processos operacionais de trabalho no chao de fabrica, a gestao administrativa aborclou os principios gerais de ad- ‘ministracao. Henri Fayol (1841-1925) foi o principal representante dessa corrente. Formado em Engenharia de Minas, assumiu, em 1888, a diregio de uma empresa de ago que se encontrava em sérias dificuldades, tornando-a, em pouco mais de dez anos, Incrativa ¢ uma das maiores empresas priblicas francesas. © seu livro Adtministraga industrial e geval resume suas principais idcias acerca da administragio, que, segundo autor, foram a base de seu sucesso gerencial. Tal como Taylor, Fayol também acreditava.em principios gerais de adh tracdo que poderiam ser identificadas e analisados. Acreditava também que 0 su cesso de uma boa administragao residia nao cm habilidades pessoais inatas do gestor, mas sim na utilizagdo de métodos cientificos aplicados @ administragao, Essa erenga foi um avango no pensamento da administragao, uma vez. que até 1916 acreditava-se que a capacidade de gesto era inata ao individuo, nfo poden- do ser desenvolvida, ¢ que a pratica ¢ a experiéncia seriam apenas titeis para aque- les que ja possuiam essas habilidaces. ncia, o autor divide as operagies empresariais em Com base em sua experi seis grupos inter-relacionados: 1. Operagtestcnicas: produgao, fabricagao ¢ transformacao de produtos, 2. Operagies comers: compras, vendas, permutas de matéria-prima e procutos. 3. Operagiesfnanceiras: procura e geréncia de capitals, 4, Operates de seguange: seguranca e protegao da propriedlade e das pessoas, 5. Operagies decontabilidade. inventivios,registros, balangos, custos, estatisticas ete. 6. Operagies de administragae: previsio, organizagao, comando, coordenagio ¢ controle. Como se pode perceber, a administragao € uma das flngdes da empresa e distingue-se das demais. Fayol enfocou especificamente a administracio, Segundo ele, nenhuma das outras fungGes tem o encargo de formular o programa geral de ago da empresa, de constituir 0 seu corpo social, de coordenar os esforgos, de har ‘monizar os seus atos. Essas operagdes nao fazem parte das atribuicées de carater téenico ¢ tampouco das funcdes comercial, financeira, de seguraniga ou de conta- bilidade. Elas constinuem outra fungao, designada habitualmente sob 0 nome de administragao, cujas atribuigdes ¢ esfera de ago eram, na ética de Fayol, muito ‘mal definidas.!* Fayol define enti as funcdes da administracio da seguinte maneira: 1 Prever € tragar um plano de ago que permita & organizagio atingir seus objetivos. 1» Orgarizar é estruturar 0 duplo organismo, material e social, da empresa, = Comandar é dirigir 0 pessoal na direga0 dos objetivos. ‘© Goordenar €ligar, unir € harmonizar todo 0 fuxo de recursos ¢ atividades ‘= Contolaré garantir que tudo corra de acordo com a8 regras estabelecidas ¢ a8 cordens dadas, As cinco fungbesidentifieadas por Fayol foram posteriormente agrupadas em {quatro fungdes de administragao diseutiddas no Capitulo 1, ¢ a tnica diferenca é ‘que as fungdes de comandar ¢ coordenar foram agregadas para formar uma nova fangao: divin 60 Adminstagio: teats prética no cantexta brasileira Fayol elaborou ainda o que ele cuidaclosamente denominou prinepias de admi- nistrago (no lugar de regras ou leis), apresentados no Quadro 2.4 A atualidade desses principios de administragio, formulados ha quase um século, ¢ ainda surpreendente. Basta observar o olhar contingencialista ce Fayol quando ele reconhece que o maior ou o menor grau de centralizagao depende das circunstancias ou da vontade dos gerentes. Atualmente, o questionamento € re- visto de alguns desses principios podem ser atribuidos mais as caracterfsticas que algunas oryanizagSes contemporaneas apresentam (como estruturas mais enxutas ¢ flexiveis) perante as organizagdes verticalizadas hierarquizadas que dominavam co cenrio econdmico vivenciado pelo autor. Fayol foi ainda um dos primeiros a propor o ensino formal da administragio. Ele defendia que a administracao € tio importante que deveria ser ensinada na faculdade de engenharia ¢ em outras. Quadro 2.4 » Os principios de administragio de Fayol Je trabalho [*P&isliarfuncBes © separar posers de forma a obter© maximo pxovetto do indivdo e da BWesO de tSbaIhO —eindace emus onaniasio. Fazor uso de disite de manda o do poder de se fazer obedlecer para que as coisas seam feta; estabelecerresponsablidades via recomponea ou sangio, Estabelecer convancées, formals ou informs, entre 9 empress © zeus agentes, de frre @ incentvar 2 obodienci, a asidutdode, a avdade, a presenga e os snais exteriors de respeit, Fazer com que, para a exceuca de um sto quelquer, um vabslhader passa receber ordens somente de um chef Espeaiicar um s6 chefe e um s6 programa para um conjunte deo Fazer com que. interesse de um agente ou grupo de agentes no posse prevalecer sobre o intereste da ‘empresa, do Estado, da familia ou de qualquer outta organzagzo social Premiar @recompensar os senigs pesados por meio de: 8) pagemento por dla b) pagamente por tarefe;© pagamento por pera: 6) prémiose) particjpacso nos ues. Especificar a impontncia relative do papel do superior e do subordinado,levanco em conta 8 vontadle dos diigentes e as crounstincis, Estimular via ierarquia~ a série dos chefes quo vai de autoridade supetior aos agente inferiores— 2 ‘comunieagio e a unidade de comendo, Estabelecer ordem material ~ “um lugar para cad coisa e cad coisa no seu lugar" tendo como Orden —_dbiatve evita pardas de moteras « de tempore orem social ~ "um lugar para cada poston cad Orden [pessoa em seu lugar” — tendo como objetivo um equlibvia constant ene as nacessidades da empyesa humana Establldade de Manter as pessos na nour ho o tempo necessrio para incarse« chagar a desempanhéla bem, pessoal eviando aaa rtatwidede. Inicitiva ——_—Promover nos subordinados 3 liberdade de propor, concebere executar. Espirito de equipe Incentivaro espirto de equine © a harmonia da pessoal cama fortes de vitidce para » erro, FR: FAVOM, H. Adminiseagio india geral. io Thy A, 198 [oi 1916) Quadro 2.5» Resumo da gestdo administrativa | Fatoros-chave do contexto contoes Limitagaes e certicas Capitulo 2»» A evolugdo do pensamento em administragso 61 ‘Outros autores que contribuiram para a escola de gestao administrativa sao Luther H. Gulick, Lyndall F Urwick ¢ James D. Mooney: ‘© Luther H. Gulick, um académico da area de administracao pilblica, € co hecido por propor o conhecido acrénimo POSDCORB, que sintetiza as tax refas do administrador: planejax, onganizat, siaff(administracao de pessoal), dirigir, coordenar, reporiar ¢ orgar: ‘© Lyndall F. Urwick, um consultor britanico, teve como principal eontribuigao estabeleeer uma ponte entre os conceitos que orientavam a administracio Cientifica e os prineipios de Fayol, além de ser 0 primeino a introeluzir 0 con- ceito de amplitude de conole na administragio. 1 James D. Mooney, engenheiro ¢ presidente da GM, ficou conhecido por de- ‘senvolver uma abordagem a administragao fundada em processos «scala res, definigies fimcionais de servigos e tarefas e coordenagao ¢ integragao clas atividades organizacionais como um todo. Mooney concebia a estrurara ‘organizacional como uma rede interna de relacionamentos entre 6rg’ios € pessoas. Bsa rede resulta de uma dupla abordagems: (1) no sentido vertical, relacionada com os virios niveis hierarquicos (cadeia escalar) de autoridade; 2) no sentido horizontal, relacionada com a departamentalizagao, a divisio ‘em varios departamentos que cuidam das diversas fungdes ¢ areas de res- ponsabilidace dentro da organizacio. Tal como a aciministragao cientifica, também a gestio administrativa de Fayol tem algumas limitages. Entre as principais criticas destacam-se o fato de focar no sistema formal da organizagao, como autoridade, cadeia de comand, entre ‘outros, no levando em consideragio o lado informal da empresa. Além disso, tal como a administracao cientifica, continua a enxergar a empresa como um sistema fechado, no qual o mundo exterior & organizagiio, seus competidores, fornecedo- res, agéncias reguladoras, entre outros, niio sio considerados nem analisados. E, por iltimo, devido ao fato de ser formulada com base no conhecimento empirico, cvitica-se a auséncia de fandamentacao cientifica dos métodos e técnicas estuda- dos por Fayol © Quadro 2.5 resume as principais caracteristicas da escola da gestio administrativa, Fase monopole do capitalism, Existéncia de empresas stamente varicalizadas © hierarquizaas Crescenteconscientizazzo acerca da importancia da fungso da adiinisacéo. (0 sucesso de administraglo res na nas habildaces pessoas inatas dos gestores, mas sim na utlzagbo te métodos cientficos aplicacos 8 adrinstr Existem princpios garais de adminsragzo possiveis de seem identficados @ analisdos Exits a iéncia de adminis ‘A organizacio como um todo [Assos roms de operapbs mprosariais ‘As cnco fungtes da adminsracao, Ds quatere prnspioe e scmnstraco, ‘A adminisragio pode eer vata como uma profiso capas de vr voinada © dorervolvde Muito dos principios desenvolvdos por Faya tim validade na aualdade. Marea a forma da compreencl a acminstracao enguantsprocesso, compata da fungGas-chave,veso ‘que provalece até hoje. Frovalece a eoncepgie da organizagio como um sstome fechado, no dando a devida inportinda aos| {atores externas. Foca no sistema formal da organizac30, como autridade,hierarqula, entre ours, ndo levande em consideragée 0 su lado informal (Or pressypostos motivacionaleainds ado de naturezs materiale split, 62 Administragdo:teora e pritica no contexte brasileiro 2.4.5 » Teoria da burocracia ‘Teoria da burocracia, Teoria defendida pelo socislogo Max Weber, sustanta que a buroeraes, tendo por base prneipios como a impessoalidade 9 racionaidad ‘eeniea, 60 modelo iden de eanmuracso des erganizacees da tociedad capitals, O termo “burocracia” é uma conjungio do termo francés dureau, que significa “cscritétio” ou “espago de trabalho”, com o sufixo grego frat, que se refere a0 poder; & negra. Logo, burocracia significa “poder do escritério”. Max Weber considerava que um dos tragos distintivos das socieclades mo- demas é seu carater burocrético. O desenvolvimento dessa nova forma de or ganizagio estava presente em todos os setores: Igreja, Estado, partidos politicos, empresas ete. Entre os fatores que permitiram a consolidacao da estrutura buro- cratica € possivel destacar: = aracionalizagao do direito, que passa a ser escrito ¢ organizado com base em ‘ordenamentos juridicos em vez. dos costumes e tradigdes nfo escritos; ‘© a centralizagio do poder estatal propiciada pela erescente facilidade de co- municacio ¢ transporte, antigamente isolados; © osurgimento a consolidagao das inckistrias nas cidades; ‘#2 consolidagio da sociedade em massa coma resultado da expansio do capitalismo.” Mesmo reconhecendo que a burocracia no é uma nova forma organizacio- nal, uma vez que ja existiram estruturas burocréticas no antigo Egito, na China € no Império Romano, Weber encontra no capitalismo (naquele estagio de de- senvolvimento) fatores propicios ao desenvolvimento da burocracia. Para Weber, ‘ capitalismo constitui a base mais racional para a administracio burocratica, ¢ 2 organizacio no sistema capitalista€ por exceléncia uma burocracia."" A burocracia é segundo Weber, um modelo ideal deseritivo cujas caracte- risticas nunca se encontram na sua forma pura na pratica. As organizagdes, na pritica, tem diferentes graus de burocratizagio. Weber identifica entio os prin- Cipios basicos da burocracia, que so resumidos no Quadro 2.6. Quadro 2.6 » Os principios da burocracia (Os membros da erganizacao tem disitos deveres defnidos por regras apicadas de forma uniforme a todos, de acordo com seu cargo ou sua funcéo. ‘Acrgarizazéo dos eargos abelece ao principio de hierarquia: cada carga inferior ats 50 0 controle esupeniso do super. Orecrutamento¢ feito por regras previomante estabalecias, grantindo a iualdade de ‘Spertunidedes no acesso dearer, a= Este um sistema do rogras« procedimentos eset, padronizade e formalize. ‘Afonte da autoridade @a regia ale. A obediéncia deve-se & ordem impessoal determinada pela rear (0s membros do quaciro adtinisvativo devem estar completamente saparados da propriedade ‘dos meios de producao ¢ adminivagio,Parlelamente, exist complats saparagaa ante © cargo da pessoa e sua vida privade ‘Weber considerava que, em uma perspeetiva puramente téenica, a burocra- cia & capaz de atingir 0 mais alto grau de eficiéncia ¢ é, nesse sentido, o mais racional e conhecido meio de exercer dominagio e controle sobre os tabalha- dores. Diferentemente da opiniao generalizada na atualidade, a burocracia era vista. como uma forma organizacional que apresentava varias vantagens, entre «as quais destacam-se: Capitulo 2» A evolugio do pensamento em adminisragae 63, ‘Varios préticas das organizagées pablicas ¢ privadas sho heranca dos preceites da teotia da burocracia. A escolha de pessoas baseada no merito ena compe- ‘Bncia técniea, ¢ nfo om preferéncias pessoais, é um dos prineipios de burocracia vidos sts haje. No se- tor publica, s30 mihares de vages abertas por eno, nas esferas federal, estadual e municipal, preenchi- das por melo da concurso piblico cobigades por mais de 10 mihoes de brasleiros, segundo pesquisa | realizada pelo IBGE em 2010. No foto, lestaca-se a ‘eriménia de formanura de mals de 900 quaroas mu- Ficipais no Rio de Janeiro.em 2011, aprovados no 4 ‘coneursa pilin da Instuigo.” j 2 2 a i “mniigica”, “mistica” ou #0 predominio da légica cientifica sobre a légica “intuitiva’; ‘#8 a consolidagio de metodologias de anzilise racionais, possbilitando o apri- maramento dos processos de produgaio; ‘= a redhucao dos favoritismos ¢ clientelismos por meio da igualdade de todos diante da Tei e da norma; 1 a formalizagio ¢ a codificagio das competéncias téenicas, permitindo evitar perelas ¢ desperdicios e transmissio de conhecimentos (diferentemente de sociedades baseadas no costume e na tradiiglo}; # a capacidade de isomorfismo, isto a transposigao de modelos para ou- tras sociedades e culturas, em decorréncia do impessoalismo da estrutura burocratica.”” Talvez a maior vantagem da burocracia resida em seu componente demoer- tico, uma vez que, por causa da impessoalidade e da imposicao de regras legais, possibilita condigées iguais de acesso e manutengio ao cargo. B. dese prisnia que devem ser analisadas as reformas administrativas burocraticas implementadas no servico piblico brasileiro, como a reforma do Departamento Administrative do Setor Pablico (DASP,, No entanto, em vez de ser reconhecido pela sua vertente democritica, 0 uso da palavra “burocracia” na atualidade é sinénimo de ineficiéncia, lentido e rigi- dez. Entre as limitagées do modelo burocritico, tal como é adotado na pritica, € possivel destacar: 1 Incapacidede de resposta¢ adapiagao organizacional a Enfase na impessoalidade, nao considerando os clementos subjetivos presentes nas onganizagdes, pode levar a aderénicia cega a regras formais em detrimento da eriatividade, tor- nando as organizagdes inaptas a responder as muclangas dos ambientes di- nnamicos com a adequada velocidad. 1 Pera da vista do conjunto dos ojetivos orgenizacionais: deserigbes detalhadas das fungdes e especializacao excessiva podem fazer com que os individuos per- ‘cam a visto geral acerca dos objetivos da organizacio, 1 Proceso decsirio tnt: a existéncia de regras excessivas e detalhadas pode in- fluenciar a velocidad do processo de tomacda de deciso. 1 Limites de formalizagao: as alteragies no ambiente em que a organizagiio se insere demandam alteracio ripida das tarefs, (ornando praticamente im- possivel sua detalhada formaliz 64 Administragdo:teora e présica no contexto brasileiro No Bras, 0 modelo de adminisragto buroctica emerge 2 parte dos anos 1930 «fl eonaaidade com a crasso do DASP~ Departament Adminsvatvo do Sergo Pabico, Surge no quad de csleragzo a ndust'sfaagso bras: "a, em que o Exaio assume papel dais, intrvindo pesacamente no setor produto de bors 6 srgos. A parte da flora eimpreencida no goverso ‘roa por Marlo Nobuco Lie Simos Lopes na ot)» aminisragSo pt bch safe um proceseo de raconalzacao que se vacin ne auramenta Oa [Emerge crane buoy ¢ na nie ce wdoan do cncung oe [oma de seasse ao senigo publica, Gaseado na premits de separa ere pollen mirinatocso, fa quel eabe aoa politcn a Formulas doe obits das pelican pales o as adminivadoes a execu das mesras, ami hategao publica nivencis se expletamente pela aommisracto conti de Taylor tendend baconalangs0 ediante msinpieagao,pacrorizago aap ‘tho de métodos cnificos na dfiigdo de procedimontos, cnultsnearen- te: pelos pinpios da burcraia weberana, basaados ro mért profssona Dots forma, a mplontagdo da administraglo pdbica Bure roprorentou ima clara da emergéreia de um capitals medemo a0 Bras ieriormente, o resulta~ 18 Manutenso do status quo: pelas raztes especificadas aa ey do limo pode sera manutengao do seas gem desimento de man aticude | Roose se bree mais proativa da organizagao. Stahoces ple coed Vile pena lembrar que Weber ina antecipado as dsfangdes da buro- | faess5 pee ceracia quando salientou que estas poderiam facilmente ganhar uma logica pré- | fetenc ene pria, tornando-se fins em vez. de meios, na busca de objetivos predefinidos. ‘figidex na gestao de O Qnaiio 2.7 aintetvas prindpeticrateratcan Dimas boca. | 4 ‘Quadro 2.7 » Resume da teoria da burocracia Consolidagio da autoridade racional-logal na sociedad ocidentas, Reconalizagio do direito, Centralzacdo do poder esttal Expansia do capitals e surgimento de uma sockedade ce massas. Industialzacao © racionalidade tence presente em grandes empresas vertcalizadas Fatores-chave do contexto Weriruics Pressupostos Tata's de um modelo idea, impoesivel de ser enconrado na prea nos forma pura. Foco de andlise ‘A orgerizagse como um todk ail Conceitor-chave Os prin da burcracia aT _—_- Fredominio de ica cinta Conslgagio de metodolog as do andizeraconae Crier democtic, mediante reg dos fovortamoseclentefamon Principals cortugfex Deena de selena cova wn soca capitalists em expanse. rrembros da orgarizagao, em busca de slugses mais nvadoras e complevas. Capitulo 2» A evolugdo do pensamentoem adminitragio 83 Woodward ¢ seus colaboradores reconheceram a relagio entre diferentes tipos de tecnologia e as caracteristicas estruturais de uma organizagio. Os pes- quisadores concluiram, basicamente, que o desempenho da oryanizagio esta va relacionado com o grau de ajuste entre a tecnologia utilizada e a estrucura ‘organizacional. Ja Burns ¢ Stalker diferenciaram o modelo mecinica e 0 modelo orginico da organizacio, sendo 0 primeiro adequado a situagbes 1 te estiveis de mercado e tecnologia, ao passo que o segundo € mais indi mercados turbulentos. Por sua vez, Lawrence ¢ Lorsch conceituam 0 proprio ambiente em que a organizagao se insere como heterogenco ¢ percebem que hid uma relacao entre o ambiente externo a organizacao (grau de incerteza, di- versidade, turbuléncia do meio ambiente) ¢ os niveis interns de integracio ¢ diferenciagao que earacterizam o grau de especializagao de uma empresa, As contribuigdes desses autores sero detalhaclas no Capitulo 6, quando analisare~ ‘mos os condicionantes da estrutura organizacional Resumindo, a perspectiva contingencial alerta que no existe uma melhor ma- neira de administras, como também demonstra que ha mais de um eaminho para atingir os objetivos propostos. Dependendo das variaveis contingenciais, vérias es- truturas organizacionais ¢ formas de acministracao sto possiveis de ser adotadas, © Quadro 2.14 resume as suas prineipais caractcristicas. Quadro 2.14 » Resumo do enfoque contingencial Influéncia do pensamento sistimica, ‘As organizactes davom ser vistas como sistemas alberto, ‘A orpanizario, sous sbeistemas@ a nteraglo com o ambiente em que esta oe insars Nao existe uma liga manera acequada ee administra Exstem vétioscammnhos para tng oe abjetivos propostos, Ientifzacao de contingéneias tarefa, tamanho, tenolagi, ambiente, CCabe ao administrador adopter suas organizacbes as caractristicas do ambiente Ientficacdo, via pesquisa empiiea, de viria contingénciae que influenciam o desempenho exganizaconal Contestagao dos princpios gerais da adminisvecbo. | ‘A teoriaorganizacional cai em certo relative, uma vez que “tudo depend” do cantexto 'A pesquisa cobre as comtingénclas ainda nao ertifcacas que podem inflencia a orgenaagso é __Ineogotsve 2.7.4 » Consideracées finais A teoria dos sistemas ¢ 0 enfoque contingencial mudaram substancialmente a forma de ver as organizagdes ¢ a administracdo. O conceito-chave para a com- preensio dessa mudanca é o de abertura;afinal, trata-se da abertura das fronteiras dda organizag2o no ambiente em que atua, assim como de sua abertura interna, en focando 0 impacto que os diversos subsistemas técnicos, sociais, culturais etc. que compdem a organizacao desempenham em termos de aleance de seus objetivos. Com base nessa nova perspectiva, a busca da melhor forma de administrar pperde sua razio de existéncia. O gestor encontra-se diante de uma phuralidade de ‘caminhos que podem ser utilizacios para alcangar os objetivos organizacionais de- sejados. Nenhum desses caminhos € 0 melhor. A otimizacao encontra seu substitu- to em um conjunto de alternativas satisatrias de administragiio, ¢ cada uma delas pode levar a0 encontro dos mesmos objetivos. Cabe ao administrador tomar uma Accisio, considerando as caracteristicas da organizagio ¢ seu contexto. BA Adminstragdo:teora e pratica ne contexto brasileiro enfoque contingencial tem o mérito de aplicar empiricamente a perspecti- vva sistémica, identificando um conjunto de contingéncias, ¢ cada uma delas pode influenciar 0 desempenho organizacional. As contingéneias so miiltiplas, inter- nas e externas A onganizagio, Atualmente, novas pesquisas identificam novas con tingéncias, ¢ novas continggéncias apontara novos desafios para a administragao, Pela primeira vez, a érea administrativa e organizacional encontrarse perante 6 elativismo que lhe é inerente, recorrendlo cada vex mais i frase “iudo depend”. Os prineipios universais de administrago perdem sua validacle e nfo encontram. nenhum substiuto nessa perspectiva situacional. A administragao e as onganiza- Ges revelam-se mais complexas ¢ imprevisiveis do que os primeiros tebricos da {rea tinham imaginado, ¢ a construgio de uma “ciéncia” administrativa é enxer- ‘gada como um projeto inacabado, O que pode parecer o fim da ciéncia de administragao, na verdade, abre ca- minho para a retomada do papel do administrador ¢ de sua formagao. De fato, apenas os seres humanos seriam capazes de enfrentar a mmultiplicidade ¢ a com- plexidade dos fatos organizacionais e administrativos. A maquina organizacional no existe; logo, nfo pode haver nenhum olhiar mecanico sobre as organizacoes ¢ sua administracao, Mesmo ap6s anos de especializagao e mecanizagao, a aclmi- nistragao precisa resyatar, mais uma vez, o olhar humano: talvez falho, mas tam- Jem mais sensivel e capaz. de percepgao do que qualquer maquina, 2.8 » Tendéncias contemporaneas em administragao Em 1961, Harold Koontz publicou um artigo no qual analisava a diversidade de perspectivas utlizadas para estudar a administragao € as organizagdes, ¢ con- cluiu que existia uma “selva” de teorias organizacionais. Para o autor, cada uma das perspectivas tinha algo a oferecer para a teoria acministrativa, mas ele chegou a conclustio de que uma perspectiva de process (egundo a qual a administracio de- sempenha as fmgoes de planejamento, onganizacio, comando, coordenagio ¢ con- role), tal como definida por Fayol, era a mais abrangente e adequada para o estudo da administragio, De fato, a maioria dos livros ¢ manuais de administragao segue essa estrutura, considerando-a mais adequada para uma visto abrangente da dea, No entanto, existem controvérsias relativas ao estudo das teotias ou tendén- cias contemporaneas em administracao, especificamente além da contribuigio da teoria da contingéncia. A maioria dos livros privilegia um enfaque contextual, destacando alguns fatores que influenciam as praticas aciministrativas, como a glo- balizagio, a diversidade da forca de trabalho e a ética em acministragao. Outros privilegiam o tratamento de temas como qualidade, organizagoes de aprendiza- gem e empreendedorismo. [Neste livro, apresentam-se alguns descnvolvimentos te6ricos no campo de ¢s- tudos administrativos ¢ organizacionais, analist-se o movimento de estudos criticos em adiministragio € contextualizam-se os estudos organizacionais no Brasil 2.8.1 » Contextualizagao Dentre os fatores que vao influenciar o estagio atual de desenvolvimentos te6- ricos em administracao, é possivel destacar a influéncia do p pluralismo paradigmatico no campo das ideins INFLUENCIA DO POS-MODERNISMO » Pés-modernismo é um terme contracverso ¢ de dificil definigo. De forma geral, entende-se por pos-mo~ dernismo o periodo contemporaneo, geralmente identificado com mudangas na ordem econémica, cultural, demogrifica e social, aribuidas a fatores como: | Pésmedernisme Pettode contemporénes, ‘geraimente isenend | {2am mudansas na ordem ‘scondmica, cultural, demagrafca © soil, que fem come consequanea ae das ideologiae que ‘dominaram 0 culo XX, ‘Teoria dos custos Se traneacio ‘wot lovanta uma hipotese acores dae ‘rigens das organizageos Cerarguias vendo-05 oma resoosta 20s mbiantes neem @ cama me evolugi natural das ‘ransagbes que ocomrem vremente no mercado, Capitulo 2>) A evolugdo do penssmento em administragdo 85 #0 fim da dicotomia ideologica comunismo versus capitalismo; 2 o impacto da globalizacio; ‘= a crescente importincia do setor de servigos; + 0 amplo uso das tecnologias de informagao: ‘#8 o crescimento do terceiro setor ¢ das organizagdes sem fins lncrativos. Mesmo que as denominagies relativas a essas modlifieagées nao sejam uni- formes (encontrando, na literatura, termos como modernismo tardio, sociedade posindustrial, pésfordismo etc), 0 fato € que essas mudangas vo ter um impacto considerdvel no mundo dos negécios. Existe uma crescente consciéncia da inter- dependéncia em diferentes niveis ¢ dominios, como local-global, pablico-privado, interonganizacional, entre outros. Paralelamente, 0 uso das tecnologias deinformagao¢ comunicagio vai possbilitar ‘que as empresas trabalhem de forma cada vez mais interligada ¢ integrada. O ps- -moxernismo também esti associado a uma mudanga profimda nas formas de pensa- ‘mente, que se apresenta, especialmente, como critica aos valores do Iluminismo, com sua erenga na racionalidade e no progresso cientificn, ¢ como descrenga relativa 3s verdades absohutas apresentadlas por metanarrativas ¢ metateorias dominarites. ssa mmudanga na forma de pensar, em favor de mais pluralismo intelectual, se fard presente também na area de estudos administrativos e onganizacionais, como € analisado a seguir PLURALISMO PARADIGMATICO NO CAMPO DAS IDEIAS » 0 fato é aque, até a década de 1960, 0 campo de estudos administrativos ¢ organizacionais era relativamente simples. Com base em apropriagtes das ciéncias naturas e biolgieas, presenciou-se até essa época o desenvolvimento da ciéncia da administrago e das Oonganizagées, principaliente no contexto anglo-saxao, dotado de unidade, homoge neidade e coeréncia, sendo seu foco de anise as arandes organizagdes burocréticas inseridas na sociedade moderna. Essa foi uma época em que a teoria das organizagoes vivia uma fase dle desenvolvimento controlaco dentro de um tinieo paradigma intelee- tual (caracterizado como funcionalista e positivsta), baseaclo em um acareo tacito de métodos, metocologias, perspectivas de andlise e base epistemol6gica.” No entanto, esse processo foi abalaclo pela publicagao de livras com base em perspectivas diferentes sobre as onganizagées. As novas perspectivas mostraram a importincia dos processos de se organizar em vez de se focar em entidacdes fi- xas denominadas organizagoes, mostraram a importancia também do proceso de construgio dos objetivos organizacionais por parte de seus membros, dos conflitos € lutas de poder, presentes no espaco organizacional e outras questées até entioig- noradas no estudo da administragio ¢ das organizagies.” A contribuigio de ideias conccitos trazidos por ontras dsciplinas, como economia, soeiologia, ciéncia po- litica, psicologia efilosofia, também foram importantes para a construcio de novas erspectivas teéricas. O resultado desse processo foi a pluralidade de alternativas visio funcionalista dominante até entao.* 2.8.2 » Teorias organizacionais contemporaneas Dentre as principais teorias organizacionais contemporaneas, é possivel des tacar a teoria dos custos de transagio, a teoria da ecologia populacional e a teoria institucional. TEORIA DOS CUSTOS DE TRANSAGAO » A teoria dos custos de transagiio tem origem na economia. Com base no pressuposto do homem racio- nal, que age em fungi de seus préprios interesses, o principal representante dessa teoria, Oliver Williamson, desenvolve um corpo teérico que aproxima os campos de economia e sociologia, focando nos custos das transagSes. 86 AdministragSo:teota & prética no contexto braslira A wansagao refere-se ao intercambio de bens e servigos. O custo de transagio ‘aparece no desenrolar ce um interembio econdmieo, Por exemplo, a maioria das pessoas que compra ages deve pagar também o custo do agente que vai interme~ dar 0 proceso (brake). Custos de transagio podem surgir com relagio & informa Gio, negociagio, legalizacao de contratos ete. As transagdes podem ocorrer sob a égcle do mercado ou da organizacio, Sob jd do mercado estdo as negociagoes que se encontram mia hase das transagies A organizagio, entretanto, possibilita a existincia de contratos, que, por sua ¥ permitem uma relagio continua ¢ douradora entre as partes A teoria levanta uma hipétese acerca das origens das organizacies (hierar quias}, vendo-as como resposta aos ambientes incertos, como uma cvolugio na- tural das transacdes que ocorrem livremente no mercado para transagdes que se realizam sob a hierarquia das onganizagoes. As organizagoes existiriam para superar os limites dos mercados imperfei- tos, mas essa existéncia também impoe custos adicionais & transagio, custos que podem ser calculados para minimizé-los. As pesquisas bascadas nesse referencial ico visam encontrar o tipo mais adequado de instituiglo (firma, mercado, fran «quia ete.) que poderia ser utlizaco para minimizar o custo de transagio relativo & producto e distribuicio de determinado produto ou servigo. O Quadro 2.15 res ‘meas vantagens e criticas relativas a essa teoria. Quadro 2.15 » Teoria dos custos de transagao ‘Ateoria ofrece uma tee sobre as organs das orgonizarBes. | O caleuio ea cansequente elminagéo de alguns custo de tansagio podem trazer ganhos de aficiéncia Vartagens — organzaconal ‘A teoria contribu com mis uma varlvel -os custo das vansogiies— para» ane orgenizacinal ‘Alguns autores citicam a estruturs ce mercados« hirarquias, defendendo que as tansagdes econdmicas Desvantagens ao, « devem se vats como, parte dss mais amplaseayaes soca.” TEORIA DA ECOLOGIA POPULACIONAL » A teoria da ecologia populacional (ou teoria da selegio natural) éutilizagio mais extrema do porto | Tord ec de vista ambiental para explicarfendimenos onganizacionais. O conceito €empres- | ET tado da biologia, em uma referéncia & dinamica de populagées de espécies e como | jopuiaroes | Teoria da ecolagia essas populagdes interagem com o ambiente. | Sameera de, 0 foco de anilise dessa teoria na area de administragdo so as populagdes | fgtaese coreterisions orginizacionais, nao as organizagdes isoladamente, Os fatores ambientais selecio- | que levam 8 melhor nam aquelas caracteristicas organizacionais que melhor se adaptam ao ambiente, | #0#P#930 #0 ambiente, O modelo nao supde que mucangas sejam necessirias para se conseguir organi- zagbes mais complexas ou melhores, com base em critérios internos de melhoria organizacional, mas que a direcio da mudanga seja simplesmente orientaca i me~ Thor adaptagao ao ambiente. Prevalece, entao, a visio determinista, que interpreta ‘o ambiente como grande determinante do sucesso ¢ da sobrevivencia organiza ional, retirando da organizagio a capacidade de escolha de estratégias. O processo de selecao natural segue trés fases: 1) ocorréncia de vatiagées (pla- nejaclas ou nao) nas formas organizacionais; 2) a selegao das formas arganizacio- nais mais adaptadas ao ambiente; 3) a retencao, que tem & ver com preservacio, fusdo ou reprodugaio das formas oryanizacionats mais adaptadas ao ambiente, O papel das escolas de administragio, que treinam os futuros gerentes ¢ executivos onganizacionais, € destacado especialmente na fase de reten¢ao As pesquisas empiricas construidas com base nesse modelo oferceem estudos historicos que tém como objetivo analisar o processo de aparecimento até 0 de- saparecimento (on mortalidade) organizacional. A teoria incentiva 0 conceito da Quadro 2.16 » Teoria da ecologia populacional Consalida a importincia de uma visio histrica da evolucio das organizacces. Capitulo? » A evolugao do pensamento em administresso 87 cficiéneia de forma mais relativa, considerando, como um teste final de eficienci ‘propria sobrevivéncia organizacional. Paralelamente, “morte” organizacional & ‘uma indicagao negativa na trajetéria de evoluco onganizacional. O Quadro 2.16 resume as vantagens e criticas relativas a essa teoria, Relatiizao eanceita de “eficifncn”,tomancle-o msi eacionsda com a sobrvivéncia istirca das Vantagens, organzacoes Alera, mesmo que de forma determinisa, sobre a importéneia de evar em considerece0 os fatores ambiental Ignore Desvantagens | "eP!acio en fontes das variagdes originals nas orgarizasées, assim como 0s processos que possibiten @ ite a orgenizagao eo ambiente. Tata-se de um modelo deterministae simplsta, que interpreta 0 ambiemte como desprovido de atores amen, um ver que no eheea a processa gerencil {Teoria institucional Conjunto de contibuigdae tebreas¢ pesquisas lempicees que buses ‘xplcar porque es ‘organizagées assumem

Você também pode gostar