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Projeto

PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE

Apostolado Veritatis Splendor


com autorização de
Dom Estêvão Tavares Bettencourt, osb
(in mamariam)
APRESENTAÇÃO
DA EDiÇÃO ON-LlNE
Diz sao Pedro que devemos
estar preparados para dar a razão da
nossa esperança a todo aquele que no-Ia
pedir (1 Pedro 3,15).
Esta necessidade de darmos
conta da nossa esperança e da nossa fé
hoje é mais premente do que outrora.
", "... visto que somos bombardeados por
numerosas correntes filosóficas e
religiosas contrár1as à fé católica. Somos
assim Incitados a procurar consolidar
nossa crença católica mediante um
aprofundamento do nesso estudo.
Eis o que neste site PSl'gunte e
Responderemos propõe aos seus leitores:
aborda questões da atualidade
controvertidas, elucidando-as do ponto de
vista cristão a fim de que as dúvidas se
. . .• dissipem e a vivência católica se fonaleça
_I . no Brasil e no mundo. Queira Deus

abençoar este trabalho assim como a


equipe de VerilaUs Splenclor que se
encarrega do respectivo site.
Rio de Janeiro. 30 de julho de 2003.
Pe. E8tevlo Bettençoutt, OSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITAT1S SPLENDOR

Celebramos convênio com d. Eslevão Betlencourt e


passamos a disponibilizar nesta área, o excelente e sempre atual
conteúdo da revista leológlco • filosófica "Pergunte e
Responderemos· , que conta com mais de 40 anos de publicaçAo.
A d. Estêvão Bettencoul'1 agradecemos a conr~ça
deposi1ada em n05SO trabalho, bem como pela generosidade e
zelo pastoral assim demonstrados.
Sumário

CORAGEM E COER'-NCIA .............•.......•......•... • .. .

Com'Atllndo uma nOlld, .. .


A "'UTENTICIDAD~ DO TE)(TO BleUCO HOJE 49'
Abu10S • mai4slar :
CRIATIVIDADE E ESPONTANEIDADE NA LITURGIA •... ...• • • , .. .. 50S

Eca. de nota0. tempos;


BIORRITMQ: A NOVA CII!NCIA ? 520

N, 'poca d. . . ,1,.. ;
MAIS UMA VEZ A SEITA DE MOON 53'

LIVRO EM ESTANTE 5<0

lNDICE 1978 .. '43


COM APAOVA,ÇAO ECLES'....TICA

NO PROXIMO NuMERO :

Teologia do tiberloçÕo. ~ Os Meninos de- Deus ainda em foco,


- Discos voadores e Ufologio : lim ou não 1

--- x
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS »

Direção e Redação de Estêvão Bettcncourt O .S .B .

Assinatura anual ........ . . Cr$ 180,00


Número avulso de qualquer mês Cr$ 18,00
ItEDAÇAO DE PR A DMINISTRACAO
Caln PnlllAl 2.r.or. J ,lvrnrhL l'IllIlIldnm\rln. Y"dlf,nm
Ru" ~I(jxlco, 168·B (castelo)
ZCOO 20 . 031 Rio de J",,,elro (lU)
20 .000 Rio de Janeiro (lU) Te•. ~ 224·0859
CORAGEM E COERENCIA
Quem acompanha as alocuções do Papa João Paulo n.
descobte através das mesmas um fio condutor pcnnanente;
B exortação à coerência cristã, ... coerência que na prâtlea é ft
inseparável de coragem e heroismo. Trata·se de levar os prin.
dplos da fé até as últimas conseqüências. em meio a um mundo
contraditório, cujos critérios são muitas vezes o comodismo, o
hedonismo (a procura do prazer) e a demanda do lucro finan·
ceiro. Eis um dos trechos ma~ significativos de uma alocução
proferida aos 15/ 11f78 pelo Pont1flcc em sete fdJomas :
"O temor, com IreQGêncla, errl,la os que vivem 80b • ameaça. I
apressA0, • ptuugulçlo. Resultam parllcularm,nle vllloaos OI I'\oml'" que
conlleguern supara, a chamada barrelr. do medo pare. p",.tllr lallmunho
.. verdade a • 1"'11' ....

Continuava o Pontiflce lembrando que, para adquirir Corca.


o homem precisa de SUpêral' a si mesmo, correndo o risco de
enfrentar uma situação desconhecida, conseqüências desagra·
dáveis, Insultos, perdas materiais, e até o cárcere e a persegui·
ção. "€ isto que faz um herói. E acrescentou exemplos, <em
.~ral pouco conhecidos. de virtude grande, freqüentemente
heróica:. :
"Penso numa mulher, mie de 'amll" numerosa, que reclbI m61111'IM
eonselhos pera pbr fim a uma nova vida concebIda em atU ventre , qua
rllspol'lde que a novl vida em seu vanlra • demulackl grenda, da valor
damulado SAgrado, p.rl que ela possa cedar • IIIs prHs6e$..
Outro aKamplo : o da um homem a quem sa proma'e a liberdade li
uma carreIra filcll, sempre que çlaudlque em alU. principies ou aprove
algo qUI v.6 conll1ll a honradu dos demaIs. Ela também responda negellv.
manlG apesar das ameaças de um lado. dO! atrativos do outro •• • Ter.
homens podem encontrar-se freqOenlernente nos C8mpo.l de concentraçlo
a nOI centl"Oll de deporta~lo" ('" L'Osservatore Romano", ed. frenc., 211'1178).
o Papa João Paulo n fala, certamente, a partir de sua
experiêncIa própria, vivida em pais qUe pressiona os cristãos
a apostatarem da fê em vista de pretensos beneficios materiais.
Todavia as palavras do Pontiflce Um aloance universal: pode.se
dizer que unta das maiores lacunas de que se ressente a socie-
dade contemporânea, é a de pessoas coerentes e corajosas, que
saibam sacrificar tudo para não trair . .. , não trair a Verdade
e o Bem, não trair o Ideal que em juventude livremente traoa-
ram c acnr lclnrnm. Visto quc.> n col"agem para. tanto é diflciJ e
exigente. a malorJa dos homens cede a meio-caminho, capitula
perante os obstáculos ou os sacrlOclos e se torna carnorfa~.
Isto talvez nio espante muito, porque não há radiografias do
-493 -
intimo do ser humano. Em conseqüência, muitos morrem sem
ter realizado o seu ideal ou sem ter desabrochado por completo
as suas virtualidades. pois é mais fácil mOl·ter subdesenvolvici ~
(interiormente) do qUe levar os principios cristãos ató as suas
últimas conseqüências.
A verlfIcacão deste Quadro é triste ... Lembra a figura do
anão. Este, sem culpa próprIa, não chega à sua plena estatura
flslca. O que não o impede de ser uma personalidade plena-
mente desenvolvida. Se poucos são os anões no plano f"lSico,
talvez se possa perguntar se não são numerosos os anões no
plano da personalidade ou, mais ainda, no plano da vida cristã.
Quantos conseguem chegar até o fim dos seus propósitos ?
Estas refJexõ~ se tornam, de modo particular, elOqüentes
dentro da moldura de um fim de ano. Todo olhar retrospectivo,
espontâneo como é nesta época, suscita na criatura humana
a impressão da insuficiência, da pequenez, da lacuna. . . Pois
bem j o cristão reconhece sinceramente a sua realidade, sem a
procurar alterar ou embelezar artlflcialmente. Todavia a verifi·
cação do edcClclb não o abate nem deprime, porque preclsa~
mente o Natal é o sinnl renovado de que Deus amou o homem
antes que o homem O pudesse amar, e o amou na sua miséria
para chamá·lo a uma vida nova, rica em valores, coerente at.é
o e>..'Íl'Cmo . .. Se não éons~1 Isto até hoje, sou interpelado
por novo chamamento da parte de Deus Pai. Que, em penhor
de melhores resultados, me oferece o seu próprio Filho. Ele
assumiu tudo que é nosso para dar. nos tudo o Que é dele. Por
isto o cristã.o responde com São JODo: .. Cremos no amor que
Deus tem para conosco_ (130 4,16) . E, porque cremos, dlspo-.
mo_nos a recomeçar em novo ano, procurando mobILIzar todas
as fibras do nosso ser para não fraquejar à mela·estrada ...
clr até o fim, até as últimas conseqüências_ é o lema de todo
eristio; na verdade, a vocação cristã é vocação para o heroísmo
e a magnanimidade, para a plenitude de tudo o que é belo
~ nobre. Nada há de tão contrário ao espirlto cristão do que
a mesquinhez, a pusilanimidade e a covardia ~
Que a celebra-:-ão do Natal avive nos corações cristãos a
consch!ncla destas verdades e os leve a conceber o ideal da
coragem, dispOsta a todo e qualquer sacrifício para não trair,
para não quebrar!
Senhor, Que quiseste Imprlm'r em nossa argila. n tua Ima-
gem e semelhança, da. consistência à tua obra e fortalece-nos
com novo enxerto do Eterno e do Absoluto dentro das nossas
realldades temporais e relativas!
-494 -
epER<iUNTE E RESPONDEREMOS"
Ano XIX - N' 229 - De:zembro d. 1918

Comentando uma nodela •. .

a autenticidade do texto biblico hOje


Em ,Int... : o lomallsta Plulo Ftancll f1UbllcoU um artigo IM
"A Folha de $10 Paulo" de 8/0817011 Im qUI diz qUI • abertura da
l;reJI efetuada petos Papa. Joio XXIII • Paulo VI levou OI e.tudlosos
• penalr.r nos documentos bulços da Igr.J. (manuscritos do Novo Tes-
lamento). donde IIrlo dedulk!o as conclulÓM mais revolucionArias pos-
.1'1811 • respeito dI Jesus Cristo 8 dos textos orlglnall dOI EvanDfllhos
. • de 510 Paulo.
Ora Ista ••••"10 • de todo Infundada, re ....lando toler IlJnorlnclil
do lutor a propósito do assunto; OI antlgOI manulSe,lt08 do Novo TH-
(lmanlo nlo 1!lllo encerradol no Vaticano. ma. asparaos por blbllotec..
do mundo Inteiro, Inclusive em Moscou e leningradO. Cal '"Im por
.. rra toda • cons lruçlo llloa61lc<Hellgloaa de Paulo Ftancl.. A. piglnu
. ubseqOenles a/'llll.am, lóplco por 16plco, o. dizeres do Jomalllla .u..
nenl.. lO Novo Te.laJnenta.
• • •
Comentá.rlo: O falecimento de dois Pontífices em meses
sucessivos deu ocasião a que a Imprensa e a opinião pQbUca
dedicassem grande atenÇãO à vida da. Igreja dos nossos tem4
poso Os comentArJas tecidos pelos repórteres e vatlcanist.u
a respeito dos Cardeais papabW foram os mais estranhos e
diversificados; não faltou a 'consulta ao computador! Era
evidente que os comentârios estavam interessados em sensa"..
clonalismo mais do que na difusão da verdade pura e sim-
ples. Dentre as noticias mais falsas que nos chegaram, está
um artigo assinado pelo jornalista Paulo Franc!s de Nova
York e publicado no jornal .A Folha de São Paulo» de
8/ 08/78 com o titulo 'lA espera de um sucessor de esquerda».
Dessa coluna de periódico, toda caracterizada 1)Or frases
genéricas e Infundadas, destacaremos um inciso, que, por
suas surpreendentes afirmativas, merece especIal a.tencão:
"Um dos ' " Ullada. di abenuta de Joio XXIII e Paulo VI • pou-
qullIlma conhecido do Grarlde público. O acesao de arudltot moderno.
oos lexto. básico. da Igreja, aXlmlnadoa Clenllflcamenta, r8Yela colaaa

-495 -
40 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 228./1978,_ __

ospantoslS que "Iarrecorlam OI '161o, 10 a, conhecessem, Cllo as menOl


Indolo'8': a prlmairo Evangelho di SIo Marcas 101 escrita am 112 A, O,
O aramaica de Marcas' ela ..mlanallabato o opresenla uma v.....o tolat-
menta tllsa di Palestina no tempo em que Jesus 18rla vlvlClo (que 8180
descrev. pulora' • IdlUca, Havia uma tlVoluçlo por Semana). Slo Paulo
apõslCllo, a verdadeiro 'undador da Igreja, Jamais usa (nos orlglnala nlo
adultaradoa par dlllgenta. mong .. da Idado Media) a palav,a 'Jesus';
fali de 'Cl1Ito', 'cnralO' no OI Iglnal. palavra v8ga, 'o ungido' I. mais
Intarauanle, axlallem .aguldoras de 'Chrasto' com o sobranome da
'ChlISI(I' Im Roma Impellal, entra os escravas, antes do nasclmonto de
Jesus Crl.to. Nlo Irei adianta. Adiro • eonsplraçio de silêncio dos
.nl'dllos",
Examinemos de perto os principais tópicos do trecho
transcrito:
1, As pretensa', descobertas
O articulista insinua que a renovação da Igreja apre-
goada por João }Q{IIl e Paulo VI abriu açs eruditos os tex·
tos básicos da Igreja, levando aqueles a espantosas concluo
sões relativas à origem dos Evangelhos. Ora Isto é total•.
mente falso a mais de um titulo:
1) O autor parece tulgar que os mais antigos manuscri·
tos dos Evangelhos e das' cartas de São Paulo estavam encero
rados nos arquivos do Vaticano; uma vez propostos ao estudo
dos enJditos, estes teriam chegado a teses totalmente divel·
sas daquelas que comumente se ensinavam sobre o surto c
o conteúdo dos escritos do , Nbvo Testamento.
Ora, para que o leitor possa averiguar a inverdade des·
tas suposições e afirmações, basta·lhe abrir qualquer manual
(catóUco ou não católico) de Introduçãe) ao Novo Testamento.
VerificarA que os manuscritos do NOVe) Testamento estão
esparsos por bibliotecas de diversas partes do mundo, s6
havendo um código, datado do século IV. no Vaticano. Te·
nha·se em vIsta a relacão abaixo:
a) Os papiros são os mais antigos testemunhos do
texto do Novo Testamento I . Acham-se assim distribuido<;
pelo mundo:
t S,bemoa que os autógra'os, IIla como salram das mias do, escrl'
loras ..gradol (MateuI, MIICOI, Paulo ... ), se parderam, dada a fragl·
Ildade dO mate,I.1 utilizado. Toda... 11 ficaram-nos cópias onllglll deu"
au16gralo., que slo óa papltCIl, OI e6dlul unel.l. (escrlles em carac-
ler81 mal(llçulOl sobre pe'gamlflho), os c6dlc.. mlllllllculos (escrlloa
tardlamante em caraCler,1 mlnu.culos) • OI leclon'Ilol (enlologla. d&
textol para UIO IIturglco) .

-496 -
AUTENTICIDADE DO TEXTO BíBUCO 5

N6mero do papiro Oonle6do· Lugar onde 6 guardado Data.


(séc.)
p' Evangelhos PhUadelphla (U.S .A.) m
1" EvlJlgelhos l'1orença VI
P' Evangelhos Vien. (Áustria) VI/Vll
p' Evangelhos PaMs m
p' Evangelhos Londres m
p' Evangelhos Estrasburgo IV
P' Atos Berlim IV
Em suma, existem 76 papiNS do texto original do Novo
Testamento, dois quais nenhwn é guardado no Vaticano.
Achan1.se ainda em Leningrado (pll, P"), no Cairo (p", pU),
em Oxford (pIO), em Cambridge (p21), em Heidelberg . (VO),
em Nova York (plt, poo, pU), em Gênova (pl'l, pU. pU) . • •

Desses papiros algtU15 datam de cerca do ano 200, o que


é extremamente Importante, desde que se leve em conta que
o Evangelho de São João foI escrito por volta do ano 100.
São, por exemplo, do ano 200 aproximadamente o papiro 46
(Chester Beatty) guardado em Dublin, o papiro 64 (Oxford
e Ban::elona), o . papiro 66 (Bodmer II) guardado em Gênova;
o papiro 67, guardado em Barcelona.
b) OS c6d1... unelals sio verdadeiros Uvros de grande
formato, escritos em caracteres maiúsculos (unclals) I. Eis
urna amostra,gem de sua dlstribulr;ão:
C6d1ce Conteúdo Lugar onde , guardado Data
(séc.)
Aleph 01 N. 'F. Londres IV
(Sina! tlco)
A 02
( Alexandrino) N.T. Londres V
IlndlCI"'1 I dlll Iproxlmldl em que ctdl peplra teve Clrtgem ClU
em que foi feltl I cópia dCl lexlCl blbllco apresentedCl pelo papiro ,...
pllcllvo.
'Unelal vllm de unol., polegada (em laUm) . A dellgnlçla • .,po.
exageradamlnte que I i lalr.1 di 1.1111 códlces tinham' li dlmenelc ,de uml
pCllegadl.

-497 -
6 cPERGUNTE E nESPQNOEREMOS, 228!1D78

B03
(Vaticano)' N.T. (menos
o ApocaUpse) R()ma IV
C04
(Efrém re5Crito) N , T , ParJs V
D 05 Evangelhos Cambridge VI
(Beza) Atos

D06
(Claromontano) Paulo Paris VI

Em suma, há niaIs de duzentos códices unclais, espa.


lhados por Moscou (K 018; V 031, 036), Utrecht (F 09),
Leningrado CP 025), Washington (W 032), Monte Athos
(H 015, 044), Sio Galo (037)",
Destes fat<ls deduz·se que a pesquisa e o estudo dos
manuscritos do Novo Testamento não dependem da abertura
ou concessão do Vaticano, mas são algo que sempre se ren·
11iou independentemente de autorização da Igreja Católica.
Os manuscritos biblicos são patrimônio da humanidade; mui·
tos foram outrora levados do Oriente, por estudiosos e ou~
interessados, para bibliotecas de paises ocidentais, onde se
acham guardados até hoje. Vê-se, pois, que o jornalista
Paulo Franc1s nio tem ftmdamento para fazer as afirma-
cÕes atrás mencionadas. A Imagem que dos Evangelhos têm
os exegetas, em nada foi modificada ·por pl-etensa. franquia
de arquivos do Vaticano.

2. O Evangefho segunda' Marcos


O autor afirma: cO primeiro Evangelho de São Marcos
foi escrito em 112 A. D. O aramaico de Marcos ê de sem la·
nallabeto,.
Paulo Francis caiu em graves equivocas:
• a) São Marcos não escreveu em .aramaico, mas em
grego, multo provavelmente quando estava na cidade de
Roma, após ter acompanhado São. Pedro em sua pregação.
Eis o testemunho dado por Paplas, bispo de HJerápolls,
em cerca de 130:
- 498-
AU1'ENTICIDADE 00 TEXTO BIBLICQ 7

"Marcos, Int6rprete da Pedro, elCrovou com ex.etldlo. m.. _em


ordem. tuclo aquilo que racorela"'l das palavr.. e da açO. do Senhor.
Nlo tinha ollVldo nlm seguido o Senhor, mat •.. Pedro •.. Tinha a6 e.ta
praocupaolo: nada negligenciar de tudo o que ouvira, , nlo dizer mano
111'1" (ApUd Eua6blo, "HI.torle Eccle,.lutlce" 111 39,15) .

S. Ireneu (I 202 aproicJmadamenlel, bispo de IJáo (Gâ-


Da), deixou-nos. o seguinte depoimento;
"Mallua compOS o Evangelho para oa hebreus na )Ingua dllu,
enquanto Padro a Paulo prlgavam o Evangelho am Roma , lundavam ,
1(llIja. Ap61 a morte delas, Marcos, dJlclpulo e Int'rpratl de Pedro,
tamllém nos transmitIu tudo o que lorl objeto da pr.geç~ de Pedia"
("Adversul lla8teSes" JII 1,1) .

Os mais antigos prólogos latinos dos manuscritos dos


Evangelhos, que datam provavelmente do século n, confiro
mam a noticia de Ireneu;
''Após a morte dI Pedro, Mateos escreveu elll Evangelho quando
li Incontrava na IlIIlIa" (Cf. d. Bruyne, "l.ea plul anel.OI prolOgU8I
latln. des evangll..... em "Revue Bén6dlcllne" 40. 1928. pp. 193-21-4)..

EstA, pois, evidente que Paulo Francis confundiu Marcoo


com Mateus. Este, sim, (e não Marcos) escreveu em ara~
maico a primeIra redação do seu Evangelho, como atestavam
S. Ireneu, atrú citado. e Paplas no texto abaixo:
"Mateu., por aua parte, pós em ordem os. fOlia (dIzeres) na Jlngua
t'I.br.lcs, e cada um clepoll 011 Iraduzlu como pOde" (Apud Eus6blo,
"Hlalorla EcclesluUc." lU 39,18).

O texto aramaico de S. Mateus deve ter sJelo escrIto por


volta do ano 50 (antes do de Marcos, portanto!). Perdeu·se,
porém. pois em 70 os judeus foram expulsos da PalesUna e
o texto aramaico do Evangelho foi caindo em deswo. Fi-
cou·nos, por~m, uma tradução grega do mesmo, ampliada e
retocada, que data de 80 aproximadamente. Em hipótese
nenhuma, porém, o texto de Mateus ou O de Marcos poderá
ser atribuido ao ano de 112, como pretende Paulo Franc1s.
Sabe-se hoje que o último escrito do Novo Testamento, na
ordem cronológica, é o Evangelho segundo São Joio, que
data do ano 100 aPtoximadamente. Esta tese foI brilhante-
mente confIrmada quando em 1935 se encontrou no Egito
wn fragmento do texto de São João (19.31-34 .37.39), Este
papiro deve datar de 130 mais ou menos. Isto quer CÜ%er
que a redacAo do Evangelho terá ()corrldo alguns- decênios
antes de 130, ou se1a. em 100 mais ou menos.
-499-
8 <PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 228/1978

Não há dúvida, o Evangelho segundo Marcos foi escrito


em linguagem grega simples e tosca. Quanto à noticia, trans·
mitida por Paulo :r"rancis. de que na Palestina havia urna
revoluçãtl por semana, é exagerada (como exagerada é a
quallflcacão que o autor atribui à linguagem de Marcos :
seria de um csemlanalfabeto,). Na verdade. o texto dc Mar·
cos não exclui agitações pollticas no tempo de Jesus, mas
~mplesmente não as refere, porque nóo pretende ser uma
história da Palestina.
Passemos agora a

3. As certas el. São Paulo


1. O jornalista julga que os G:orlglnals das cartas de
São Paulo foram adulterados por diligentes monges da Idade
Méd1a~ . ..
o absurdo desta afirmação se evidencia desde que se
tome em mãos wna edição cr.tica do N ovo Testamento. Os
paJe6grafos e filólogos, cristãos e liberais, têm·se dedicado
ao estudo dos manuscritos do Novo Testamento nas mals
diversas partes do mundo; em conseqüência, têm publicado
edif;Ões do Novo Testamento grego que procuram chegar a
uma Imagem tão fiel quanto possível dos autógrafos pauli.
nos; os resultados assim obtidos são dignos de elogios. Te·
nha-se em vista, entre todas. a edi ~ão intitulada cThe Greek
New Testamenh aos cuidados de Kurt Aland, Matthew Black.
Carla M. Martinl, Bruce M. Mezger e AUen Wilegren. em
colaboração com o clnstitule for New Testament Textual
Reseach., sob o patrocinlo de cUnited Bible SocIetles, . Este
texto foi pUblicado simultaneamente em Nova Iorque, Lon·
dres, Edimburgo, Amsterdam e Stuttgart. Ora nenhum cri·
tico conhece as mencionadas caduIteratões do texto devidas
a diligentes monges da Idade Média. (donde terá Paulo Fran·
eis haurIdo tal noUeia?) . e, antes, na base dos mais anUgos
c6d1ces que se edita hoje o texto grego das cartas paullnas,
sem hesitações sobre a autenticidade global de tal texto.
2. São Paulo não (01 o fundador da Igreja ou do Cris·
tianlsmo, mas foi, sim, O apóstolo dos gentios. ou seja, o
portador da Boa Nova 80S povos não judeus. Foi ele quem
tornou clara a tese de que a Lei de Moisés era um pedagogo
que encerrara a sua missão logo que Cristo viera; por con-
-500 -
AUTENTICIDADE DO TEXTO BlBLlCO 9

seguinte, os gentios nio estarIam obrigados à circuncisão e


às prilticas rituais da Torah (cf. GI 3,23·29). - Esta ati·
tude de São Paulo não habilita o estudioso a dizer que São
Paulo foi co verdade iro rundador da Igreja".
3. Quanto ao nome de Jesus, ocorre simplesmente sem
o aposto cSenhor. ou cCristo» uma dezena de vezes nas car.
tas paulinas, confonne os melhores manuscdtos. AssIm. por
exemplo. em
11'5 4,14: «Jesus morto e ressuscitado»;
GI 6,16·17: «Os estigmas de Jesus»;
2Cor 4,10: c . .. traces da morte de Jesus:.;
2Cer 4,5 : «: ••• vossos servos por causa de Jesus»;
2Cor ll,4: «Se alguém vos prega um Jesus diferente
daquele que vos pregamos ... ::ti
E! 4,21: « ••• a verdade em Jesus::t;
1Cor 12,3: «Ninguém pode dizer 'Jesus é Senhor' a não
ser no Espírito Santo».
Quanto às expressões «Senhor Jesus» ou «<Jesus Cristo»,
são assaz freqUentes no epistolário paullno. como se depreende
de uma leitura sumária do mesmo.
4. Paulo li"rancls .diz que, cantes do nascimento de
Cristo, existiam seguidores de Chresto. .. em Roma imperial,
entre os escravos».
Eis outra noticia que não se encontra nos autênticos
documentos dos historJaderes romanos (Suetônio. Tãclto ... )
e que resulta de outra confusão.
Com efeito. Suetônlo, por volta de 120, relatava em sua
biografia de Cláudio qUI! o Imperador cexpulsara de Roma
os judeus, que se achavam em constantes agitações por causa
de Chresto. (eVita Claudib XXV). Neste texto, a palavra
cChresto. equivale ao vocãbulo grego c:ChrLstós., que corres·
ponde ao hebraico «Messias.. Suetónio assim alude QOS tu·
multos que ocorriam entre judeus e judeo.crlstãos a respeito
de Cristo em Roma (Traslevere). Havia, pois, seguidores de
Jesus em Roma, na classe dos escravos (os judeus em Roma
eram antigos escravos levados para aquela cidade por Pom.
peu em 63 a. C.). Todavia esses seguidores de Chresto eram
posteriores 8 Jesus Cristo Ce não anteriores, como supõe
-501-
]0 (PEnGUNTi;; _ J~ H~f>()~.Y~l.!E~OS~ 128/1978

Paulo }ô"ranc!s) i na verdade, o Impel'ador Clâudio reinou de


41 a 54 d. C. e realizou o referido alo de expulsão em 49
d. C. (c!. At 18,2).

Interessa.nc)s agora dizer algo sobre a transmissão do


texto originai do Novo Testamento até nossos dias.

4. A tr'cr'lsmlssõo do texto do N. T.
atravós dos séa.los

A critica bibJica hoje em dia núo questiona a aubmticl-


dade do texto do Novo Testamento comumente divulgado.
Não há düvlda de <lue se tem, atraves do confronto de ma·
nuscritos antigos, o texto mesmo qUe os Apóstolos escreve·
ram em sua substância. 1:: o que havemos de averiguar u
seguir.
4 .1. As t..t.munha~ do texto onglnal

Verdade é que os autógrafos, escritos no século 1, 1'lC


perderam. visto que eram escritos em ma terial frágil. Toda·
via há cópias desses documentos a partir do século 11, corno
é o caso do fragmento papiráceo de Jo 19.31.34.37.39. que
se encontra na Biblioteca Rylands de Mnnchester (Ingl!!·
terra) sob a sigla P. ByL Gk. 4.1í, Outros papiros datam elo
séc. m , como sã(l os da coleção Chester Beatty, restos de
doze códlces, que contêm os llvros sapienciais e proféticos do
Antigo Testamento e o Novo Testamento Inteiro. Os papiros
da coleção de Bodmer, referentes ao Novo Testamento e aos
ap6crifos. sáo dos séculos nem. Em suma, conhecem·se
hoje cerca de 5.236 manuscritos do texto original grego do
Novo Testamento, assim distribuldos:
Papiros .......... , .... __ .. _. . . . . 81
C6dices maiúsculos .... ........ .. 266

C6dlces minúsculos , .... . , .... .. . 2.754


Leclonãrlos . .... .... .......... .. 2.135
Notemos que os códlces maiúsculos são geralmente mais
antigos do que os minúsculos. Quanto aos lecionários, são

- 502 -
AUTEN1'lClDADE DO 'tEXTO BtBLICO U

(."OletAneas de textos bíblicos destinados ã leitura na Sagrada


Liturgia.
Quem compara esse tipo de testemunhas do texto originaI
do Novo Testamento com o das obras dos clássicos latinos e
gregos, verifica como realmente é privilegiada a documenta-
ção hoje existente para se reconstituir a face autêntica do
Novo Testamento. Eis alguns dados a propósito:
!!poca lDtenraIo entre o eserltor e a
Escritor do escritor primeira cópia de ~ua.I obras
Virgillo 19 a.c. 350 anos
Tito Livlo 17 d.C. 500 anos
Horácio 8 a.c. 900 anos
Júlio César 44 a.c. 900 anos
Cornéilo Nepos 32 a.C. 1.200 anos
Platão 347 a.C. . 1.300 anos
Tuddides 395 a.C. 1.300 anOS
Euripides 407{6 a.C. 1.600 anos

Em síntese, o número de testemunhas do texto grego


do Novo Testamento (mais de 5.200~) e a proximidade das
mesmas em relacão aos autógrafos são algo de inédito na
transmissão de textos antigos. máxime se se leva em conta
a precária transmissão dos escritOs dos clássicos gregos e
latinos.
Perguntar-se-â, porem: os copistas não Introduziram fa-
lhas decisivas no textn do Novo Testamento tantas e tantas
vezes ropiado à mão? - ~ o que examinaremos.

4.2. E as varia"t.. ?

Náo há. dúvida, numerosas são as variantes do texto


grego do Novo Testamento, as Quais se devem a erros de
copistas, tentativas, da parte destes, de corrigir o texto orlgl.
nal que lhes parecesse obscuro, Interferência de hereges dese-
-503-
12 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 22811978

j050S de adaptar o texto a s suas concepcões, deterioração de


manuscritos, etc.
Contam-se mesmo ccrca de 200 .000 varjnntes do texto
grego do Novo Testamento. Todavia pode.se dizel' que 7/ 8
deste são criUcamenle seguros; na oitava parte restante, as
variantes consistem em diferenças de ortografia, diferenças
gramaticais, diferen-;as na ordem das palavras, troca de par-
tículas, omissão ou coloeacão de artigo ...

Assim, por exemplo, em At 5,32, encontram·se as seguln.


tes variantes:

. NÓs somos testemunhas .. . »


.Somos testemunhas .. .•
• Testemunhas somos • •. •
• Somos dele t estemunhas .. . "
.Nele somos testemunhas ... ..

Em Lc 18,2'7 tem-se:

«E falará dila~ndo-vos ... •


ou cE falará. dizendo . _.•
ou cE lalará: 'Digo.yos . _.'»
ou . E falari: 'Em verdade, digo-vos .. . ' .
ou «Falará a VÓS ••• lI

Em lCor 12.9 acha-se:


_Em wn só Espirit() ... »
ou «No mesmo Esplrlto . .. •
ou «No Esptrlto . .. •

Em Ap 5,1 lê-se:

cLivro escrito por dentro e por fora»


ou «Livro escrito por fora e por dentro.
ou <l:Livro escrito por dentro e na frente.
ou _Uvro eserito por dentro, por fora e na frente •.

-504-
AUTENTICIDADE DO TEXTO B1BLICO 13
--- ----- - ---<~"'-"""""""-""--'==-"="'----"

M variantes mencionadas, como se vê, não alteram pro·


priamente o sentido do texto. Há, porém, 200 variantes do
Novo Testamento que chegam a alterar o sentido, não, p0-
rÉm, em matéria de fê. Eis alguns exemplos:

Rm 12,11: . Servi ao Senhor (kyrlou).


ou _Servi ao tempo (kairoolh

lOor 2.1: .Anuncio-vos c mJstérlo (mysterioD) de Deus.


ou . Anuncio.vos o testemunho (mnriyrion) de Deus:.

At 12,25: . Barnabé e Paulo voltaram para Jerusalém»


ou •... voltaram de JerusalémJO
ou • . . . voltaram para Antioquia:.
ou •... voltaram de Jerusalém para Antioquia:.
ou 0: • •• voltaram para Jerusalém e para. Antioquia:..

Apenas quinze variantes têm certa importância para a


doutrino da fé. Eis as prlnclpals:

lOor 15,61: .Nem todos morreremos, mas todos sere-


mos transformados.
ou .Todos morreremos, mas nem todos sere-
mos transflJrmados:.
ou .Ressuscitaremos, mas nem todos seremos
transflJnnados:..

Em tais casos, deve·se procurar ponderar a autoridade e


credibilidade dos eMires e autores que atestam cada variante,
e segUir aquela. que mais abalizada pareca. No caso, é me-.
gavelmente a primeira que mereee a preferência; as outras
se explicam pelo tato de Que os oopistas verificavam que
todos os homens morrem, mas nem todos parecem ter levado
vida reta e dIgna. merecedora de glorificação final. São
Paulo tinha em vista os que estiverem vivos no dia da.
segunda vinda de Cristo (ele e multos de seus leitores julga-
vam que a presenciarIam, sem passar pela morte). lVIaIs:
quando o Apóstolo tala dos novissimos, só costuma consIderar
a sorte dos bons ou a glorlfIcaçfi.o eterna. - São e$tes ele-
mentos que expUeam tenha. o Apóstolo escrito como refere a
primeIra variante atrá.s mencionada.
-505 -
~~ __ _ .! PER9..':!.~!~ ); RESPO~I?~~~MOS) ~(~!l!~ __ _

Ho 1,1: c!nkio do Evangelho de J e':;'l1s Cristo, Filho de


Deus».
Há códices que omitem o aposto a: Fi)ho de Deus •. A
edlcÜo de Kurt Aland a lnsere entre colchetes. Estâ fun-
dada em bons manuscritos, e costuma ~r aceita pelos edi-
tores do Novo Testamento.
Mt 1,16: c. _. José, esposo de Maria. da qual nasceu
Jesus, que é chamado Cristo.
ou «José, ao qual estava esposada a Virgem Maria. gerou
Jesus, que é chamado Cristo».
Na verdade, a primeira vat'iante ê incomparavelmente
mais sólida e fided igna do que a outra. Em conseqüência,
nenhuma edição do Novo Testamento (mesmo as . protestan-
tes) refere a segunda variante acima.
Lo 22,19b-20: c. . . que é entregue por vós. Fazei isto
em memória de mim. Da mesma maneira, tomou o cálice
depois que c.eou, dizendo: 'Este cãJlce é a nova alianca em
meu sangue, o qual ê derramado por vós' ~.
Alguns códices omitem estes d.izeres, porque parecem
duplicar a noUcla da entrega do cAlice aos discípulos; cf,
Lc 22,17: _Tomando o câlice, deu graças e disse: 'Tomai.o
e distrJbui-o entre vós'~ . Todavia esta primeira entrega do
cálice corresponde a um dos cãlices rituais da ceia pascal,
que Jesus quis celebrar de ' acordo CClm os costumes do seu
poVOj não se tratava do câllce eucarístico. que realmente só
ocorre em 22, 20, quando o Senhor menciona o seu s&l1t;UC
e .. nova. aJ/.aDça. De resto, os manuscritos abonam os vel··
50S 19b~20 sem deixar margem a hesi tação. O motivo pOt'
que alguns copistas eliminaram tols versiculos, deve ter sido,
ao menos em parte. o uso Iitilrgico, que só conhece um cálice
na ceia eucaristica (os copistas omitiram então, erroneamente,
a mencão do segundo cálice, que é pl'ccisamente o cálice
eucarIstlco) .
Lc 22.483: _Apareceu, lhe um anjo do céu reconfortan·
do.o. E. entrando em agopia, orou com mals instAncia. E o
o seu SUOr se tomou como gOtas de sangue que corria por
terra ~.
Este texto foI muito controvertido entre os escritores e
copistas dos primeIros séculos, poIs tanto a.centua a humani-
dade de Cristo que parece reduzir Jesus a mero homem.
-506 -
_--<-_._ ._.. _ A
_UTENnCIDADE DO TEXTO mBlJcp
Todavia há bom fundamento na tnldlção dos manuscritos e
dos antigos escritores para guardar·se 11. autenticidade desses
versículos, que parecem ter aldo omitidos 'por coplstu dese-
josos de tirar argumento aos que pretendiam negar a Divln·
dade de Jesus baseados. em. tal passagem do Evangelho. Na
verdade, os d1zeres em foco nâo depQem contra a Divindade
de Cristo, .mas evidenciam que o F.ilho de Deus quis em tudo
assumir a condição humana, com todos. os seus afetos natu·
rais e sadIos, ficando apenas imune de pecado.

Jo 1,18: <O Unigênito Deus, que está no selo do Pai,


revelou-Q (= revelou Deus PaI).o
.
Alguns eódlces omitem cDeus» após cUfÚgênito». MultQ
mals abalizada. porém, _é a variante cUnIgênito Deus. ,

Os outros casos de textos cujas variantes tenham slpd..


fitado teológico, são muito menos slgniflcatlvos.
Vê-se. pois, Que somente quem nAo conh~ o assunto
pode escrever frases do teor daquelas oriundas da pena do
jornalIsta PaUlo Franc:ls. Nenhum estudioso ahollzado levaria
a. sério o que disse FranCÜJ . .. Por conseguinte, nem Q grande
público lhe há de atribuir lmportAncla! •

IlbRoarafla :

Kul1 Alend e outros, -na. QIHk N. . Teatam.nl, Stuttgert 18oe.

J~' Scharbert, O mundo d. Ilbll.. P.trópolls 1985.

Domentco Grano, O I'robl.m. d. CrI.to. 810 P.IIulo 1967.

A. Schnackenbur" e Fr. J. Schlerse, OHm tol ....... de Naurft


Petrópol,. 1073.

L.uclen Ctrf.L.lx. CrlllO "li ~I. . . 110 Paulo. SIo P.ulo 11n.

Vlttorlo Menor!, HIp61fteS 1Gb,. "HVI. 510 Paulo 1(In.

T. BaI,.r!nl, SI. VJrgulln e St. L)'Of'Inll, InlrodV9lo , Ilbll.. \'OI. IV: .


OI Evangelhos. Petmpoll. 1972.

-507 - •
AbulOl • mal·..,.,; ,;

criatividade e espontaneidade na liturgia

Em .lnte.. : Vlo, a aegu'r, transcritas . em português pAginas da


autoria de Max l"hurlan, monge da comunldad. da TaI:r:6, a respeito dos
abulQII que .. vtm tallllslt;ando nu ce'ebraçOes 1116'Slcas, Tal, pigl nas
tiveram a chancela e aprovaçlo da própria Sanla S6, MOItram que Ji
exlatem nos ritos lItutglcol momantos prlvlstOl parI qua o celebranla
possa aprltStlnllll MUI comenlArlos prOpllos • IlSIlm dar .entldo atual e
concrato aOll textoa 8 lU !uoço.. Jltcbglcas. Qualquer InO'la<;lo ou pro-
duçl:o .próplla dI um IIcerdotl uu de uma assemblé'a qUI retoquI 031
ditar.. a OI lII"tOl d. Liturgia, em VII. dI . edificar poda manUaslar aul>-
,eUvlsmo • Indlvldu"llmo; acarrete o perigo de dividir oa fléla ou a
Ilnemblé'a, altm d. pOr em rlaco a orlodo.:la da doutrina trarl$mlllda.
A Liturgia .empre foi considerada poderoso veiculo lanto da rata "
como du harlll.,; dai o empenho anllgo e recenle ~a S. Igreja por
que nla le Improvisem textos Iltilrglc08, m.. só sa adotam os qUI
tanham . Ido prevlemant. aprovado. por quam de dlralto.

o aulor observa t!ua nlm no prota.tantlsmo a ctlallvldade li:ubj".


tlv. tomou a'"uma VOJ: o vullo Que ala tem tomado no catolicismo; p.r~
gunla outroulm .. o gosto da mud8nlia JlIII mudança nlo se d......
em plrte, .. InOuAncla di soclldlde de consumo na qua' Istlmol lodos
ImeBOI, Por 11m, o autor lembla que qualquer mudança exterior que
nlo ..jl acompanhldl de çonvotlAo In18110r, • Inulll; cuidem 05 IIturgos
di renov8lilo dOI coraç6es a encontratlo nu tOrmulal otlclals da U-
lutglt o que nlo encontre riam em lexlos eXlt • ..g,lclal •.

• • •
Comeotârlo: Vários leitores têm pedJdo a PR publique
a1go $Obre os freqUentes abusos cometidos na celebração <1.'\
S. Utt111:1a: improvisações. modIficações, interpolações nos
textos e nas cerimônias litúrgicas têm-se tornado motivo de
perplexidade para não poucos fiêis, que desejam participar
autenticamente das celebrações da fê,

Conscientes da importância do problema, apresentamos;


seguidas de comentários, as valiosas pondera,,:ães que ares·
peito foram teCidas pelo Ir, Max Thurian, Este monge da
comunIdade de Talzê, embora protestante, revela lilclda com~
prl..>ensão da questão e oferece aos fiéis católicos pontos de
reflexão de Brande sabedoria... A 5, Congregação para o
CUlto Divino em Roma houve por bem publicar tal texto em

-508 -
CRIATIVIDADE NA LITURGIA 11

seu periódIco cNot1tfae~ de abril 1978 - o Que ben'l demons-


tra quanto Max Thurian está. identltlcado com OI pontos de
vista da Santa Sé. De resto, o texto que, a seguir, ê ofere-
cido aos nossos leItores, faz parte do capItulo eLe sacxifice
eucharlstique::t do livro de Max Thurlan Intitulado c~d1tfon
et renouveau dans l'Esprlb (Tradição e renovaçáo no Espi-
rito), edlçllo de <Presses de Tahé. 1977.
O leitor terá. prazer em observar a clareza, a predslo e
B ortodoxia com as quais Max Thurlan deUnela a questão e
propõe solUcges à mesme.

I. CRIATIVIDADE E ESPONTANEIDADE
1. O gosto pelas mudanças
c:t: surpreendente a necessidade de erlatividade ,e espon-
taneidade existente na Igreja católica Roma,na de nossos dias.
Com efeito, durante muItos séculos. por exemplo, a Liturgia
,romana utlllzou apenas wna omcãa eucarlstlca, dotada ,de
quinze prefácios própriOs. De alguns anos para ' cá, '8.03 sacer-
dotes é fa~ta.do escolher entre quatro cânones 1, e o ' Missal
contém oItenta e dois magnlflcos pre~'cIos. sem contar lI;lS 1nU-
meras fórmulas de orações próprias. as' mui variadas leltu'"
ras, as Missas votivas ou rituais. DIr-se-Ia que essa Imensa
riqueza de textos adaptados a todas as ,clrcunstinclas, em ve:t
de satisfazer às necessidades diversas. cóntrlbul ainda mais
para excitar o gosto da mudanca pela mudanca. doença de
nosso tempo. Neste ponto também estariamos sendo vitimas
da sociedade de consumo?

2. Criatividoch; excessos. limite,


Procuremos definIr e delimitar essa necessidade litúrgica
moderna. Se compreendo bem, alguns gostariam de que Se
outorgue a cada presbltero a posslbWdade de criar de ante-
mlo ou mesma de JmprovlSar na hora prefácios, preces, ora-
ções euearistieas; desejariam mesmo que se concedesse a

, OreçAo Eucatlallca. canon ou an'10ra (eleVllçlo) • • parta cen-


trai da Mias.. CAnon vem do grego 8 .Ignlllca regra; • • parta norma-
tiva. obrlgat6r1a de cacla celebraçloi ..in cinon ou oraçlo eucarlallc:a
nlo h' celebraçAo eucarllllCII.

-509-
.!L- __ .,PERGUNTE E HE!)PONDEttEMOS:t 128/1978

faculdade de substituIr as leituras blbllcas por textos de aub>o


res modernos ou até por artigos de jornais. . . O protestan-
tismo mais liberal nunca foi tão excessiyo.
Felizmente nem todos os profetas da criatividade che.
gam a tal ponto! Alguns aspirariam a poder deixar a Litur-
gia oficial, vez por outra, a fim de usar textos mais atual!j
e mais significativos para o homem de hoje. Não se conten-
tam com os momentos previstos pela LiturgIa para que o eele-.
brante faca suas intervenções e atualizações legitimas, se-
gundo a carta 'Eucharistiae partlclpatlonem' da Congregação
para o CUlto Divino datada de 27 de abril de 1973: Introduçúo
à celebração, admoestação ao ato penitencial, Introdução às
leituras. homilia, oração dos fiéis, Introdução à prece euca-
rlstlca antes do prefâcio, exortacão ao PaI N'OMO. conclusão
da Missa. .

Segundo a dlscipUna da IgreJa, hã portanto oito mo-


mentos da Uturgia E'uoalÍstica em que se admitem criativi-
dade e palavras de atualização. Isto já me parece multo im-
portante. Que se poderia desejar mais. sem chegar a uma
tagarelice fastldJosa e cansativa? Da minha parte, estou. certa
de que muitos fiéis preteririam mais longos momentos de
silêncio, em que teriam a possibilidade ae crIatividade inte-
rior, em lugar. de constantes exortações, ora~ões fabricadas
na hora e d.üíceis de ser compreendidas, homllias·dlscursos
que náo a~bam mais e que lembram um avião a girar por
cima do nevoeiro à procura de um lugar para aterrissar!
Os cristãos de hoje têm sede de oração sóbria e de oon.·
templaÇio autêntica i a Liturgia simples proposta pela. Igreja,
cercada de silêncio, val·lhes oferecer algo de multo melhor
do que todas as produções clericais de celebrantes indivldua·
listas, mais ciosos de exprimir suas Idéias do que de ajudar
seus Irmãos a c6ntemplar a tace do Cristo crucificado e
ressuscitado.

3. Textos fixos e admoestosóes livres

Falemos agora náo mais dos moment03 da Liturgia em


qUe a d1.sclplina permite a criatividade, mas daqueles em que
o sacerdote deve utilizar os textos propostos: as Orações, o
prefAcio, as preces eucaristicas, por exemplo. Para que al-
guém possa criar nesses setores, necessita de wna formatão
-1)10 -
CRlATMDADE NA LITURGIA 19

teológica e IltUrg1ca multo segura. Com efelto, tal. orações


comportam uma estrutura precisa e transmitem uma dou· ·
trina que não se pode inventar de maneira IndlvfdualJsta.
Tomemos, por exemplo, 'a oração eucaristlca: ela obedece
a um eslio e se constrói sobre um modelo necesúrl.o l fé
eueaJ'Í$Uca; dai se segue que não podemos criar multo mais
Connulãrios do que aqueles Que temos atualmente. :tl mister
que seja uma prece de ação de ~cas no estilo da beiakab.
judaica, a qual é um louvor por todas as maravilhas de Deus:
quem poderia criar algo melhor do quem ·oItenta e 40is
prefácios atuais 1 A epiclese eonseaatória nio pode 'variar
multo. As palavras da InstitlÚção eucarIsUa devem ser sem·
pre as mesm~ ou quase as mesmas para que possam ser
proferidas de memória. A Bnamnese cita os aconteclmentoSl
do mistério de Jesus Cristo. A oblaçio une a ol~renda da
Igreja ao único sacrifício do Salvador, apresentado como
memorial. A eplclese sobre a Igreja se continua nas interces-
sões que terminam com a doxologia tInal. Esta estrutura
neoossárja limita naturalmente os formulários 1.

A criatividade no tocante às orações, aos prelAdOs e aos


c4nones só poderé ser da competência de presblteros multo
bem fonnados. Por conseguinte, apenas um pequeno número
de especialistas teria '0 dom ' de produzir tais fonnulárlos.
Haveria então wna elite de UturgOs. E os QUtros, todos OS
'0 autor ae rtlare As dlv.rsu Plltes que compõem o -cAnon ou I
Inllora ou oraç60 aucarlsUca. .Esta compreende:
- dulS eplcle," ou Invocaç6el do Esplrtlo Sanlo: um. lobre ..
oferendas d. pio. vinho anles da cona.graçlo .\lcarf,ll" (pfl.... que
o Eaplrllo faÇA ·d....' elementos o corpo e o sangue de Jalul) j a
outra (posterior ti conugraçlo) lobre a Igrela, para q~ ula mala a
ml" vl\lllkada paIo IEsplrlto;
- 'IS palavras da Inslllul<;:lo _ueldallel pronunciadas por J.aua, cujo
taor esunclal ~: "la10 • mau corpo", "Islo 6 meu asngue" j
- a anamn.ae ou mem6rla, recordaçlo. dOI grandu leitoa ..M-
flcoa de Cristo: petxlo, morte, ' reuurrelçlo "ucanslo. Eaa.. laltoa alo
lornadoa pre... nl.. IIcramenlelmenle mecnanlo a ce'ebraçlo eUCllrlslteaj
- a doxologla fInal ou glortllcaçlo do Pai, do Filho a do Elplrllo
Slnlo, qua ancerra a grande prece _ucarllllca.
Onda que .a tem conhecimento de amUoraa eue.rllllcaa (alk. 111
'1proxlmldarnent8). ta'l .I_":l0ntca ar aparecem, via da regra, como flxoa
ou conalantea. Por Ilto qualquer. nova an.6fora a •• r criada hoJo deveria
comportar os ma. moa alemenlos.

-511-
20 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 228/1978

outros! . . . SerIa necessâr10 que se contentassem ' com os


textos oficla1s, Estes, portanto, ficariam sendo a solução P04
pre para quem não tivesse o dom da criatividade e da espon4
taneldade, Thtranha concepção da Liturgia da Igreja! Caso
Dlo quiséssemos aceitar tal concepção, diríamos Que todos os
sacerdotes, bem ou mal, têm o direito de criar as suas pre·
ces para adaptá.las b suas comunidades - o ' que acarreta4
ria a degradaçlo da Liturgia; esta se tornaria uma tagare.-
lice piedosa sem solidez doutrinária e Sêm. valor universal.

4. AI coracteristicas da Uturgfa
Uma das funções essenciais da Liturgia é a construCão
da comunidade cristã como Igreja Corpo de Cristo.
A Liturgia tem uma fun~ão formadora. M~iante a LI.
turgla, a Igreja transmite o Evangelho . do Cristo com toda a
sua riqueza e sua diversidade. A Liturgia é uma das formas da
Tradição viva, pela qual a palavra, de Deus é comunicada aos
homens para transformã4los. A criatIvidade individual limita
forçosamente a doutrina a alguns temas caros ao 'criador
litúrgico'. Determinado sacerdote, por exemplo, dirá 'lIberta 4

ção' sempre que encontrar os vocábulos 'salvação' ou 'reden-


ção'; esta troca poderá ser aceita desde que o sacerdote não
tencione assim limitar a. . obra de Deus a.os termos do bem·
4estar terrestre dos homens. Outro presbltero evitarâ 'os
anjos' ou 'a glória' de Deus,' para falar quase exclusivamente
da 'pobreza' e da 'fraqueza' do Filh<l do h<lmem, . . . FUho
do homem que ele chamará 'nosso irmão' de preferência a
'nosso Senh()r'. Poderiamos continuar a lista de exemplos.
Quem nio percebe nisso tudo um empobrecimento da mensa·
gem bibUca?
A Liturgia tem wna tuncAo eomunitária.: é a acão de wn
povo. Os textos, amadurecidos pela experiência da Igreja
Inteira, aUmentada peja palavra de Deus através dos séculos.
são portadores de selva vlv1flcante apta a fezer crescer a.
comunidade cristã. A Uturgta vem a ser uma 'experl ênc;'l
única de <lracão rontemplaUva do povo de Deus, da qual n l:.-
guém tem o direito de privar os membros da Igreja. A crl04
tividade pessoal de um eelebrante é. pOr vezes, a maneira de
subtrair aos fiéis uma heranca à qual eles têm direito por 4

que éo a da sua famUla, Cl Igreja universal, a comunhão dos


santos. Os problemas de criatividade litúrgica são, multns
-512 -
CRIATIVIDADE NA LlTURGlA' , 21

vezes, do interesse de alguns celebrantes e não correspondem


8 uma necessidade da comunidade. Existe mesmo um.. espé-
cle de clericalismo na liberdade que alguns celebrantes atrJ·
buem a si mesmos no tocante à Liturgia do Povo de Deus.
Multos cristãos poderiam dizer: 'Essas questões de Liturgia
MO nos Interessam , do problemas dos sacerdotes. O Que nós
queremos, é participar de uma oração autenticamente Vivida
por uma comunidade e um sacerdote que tenham fé no qu~
dizem e que manifestem essa té'. O respeito ao Povo de
Oew implica que lhe transmitamos a experlêncla. sempre viva
dos santos que viveram na ami2ade do Cristo, heranca esta
à qual o Povo tem direito e que o fará viver multo mais
autenticamente do que as experiêrn:1as pessoais deste ou da ..
quele sacerdote.
A Uturgla tem um caráter oontemplativo. Ela orienta
o .olhar e a coracão para a lace do Cristo; ela tenta antes
descrever e representar do que expUear ou racloc.tiuir. Ora
as experIências de criatividade são, geralmente, didé.ticas; um
saoerdote, julgando que determinada o1'8ção é demasiado po.
bre de conteudo, resolve enxertar·lhe considerações expUca.
Uvas e didátJcas. EntAo e. oração, em vez de reWÜl' a comu·
nldade orlentando·a para a contemplação de Deus, propóe
uma reflexão mais ou menos bem construida, que faz o fiel
voltar.se para si mesmO em véZ de abri.lo para. a transcen-
dência, O protestantismo liberal viu, florescer (se se pode
dize'r!) essas orações d1dAtlcas e morallzantes em que os fiéis
falavam mais aos homenS e a sI mesm'Os do que 8 Deus. As
vezes ouvI orações que' se seguiam à homWa e nas quais tudo
o que já fora dito, era repetido em outro esWo. TInha·se a
impressão de' que a pregação devia ser reiterada sob fonna
de prece, que era chamada (com acerto, lnfellzmente!) 'ora·
çlo de abundAncla', Inútll dizer que essas oraç6ê.s tidas
como espontâneas exprimiam mais as 'opiniões teológicas, poli.
ticas ou sociais do pastor do que transmitiam a substãncla
do Evangelho,' Em vez de orar, os fiéis ouviam essa.s' eleva·
Cães espirituais perguntando a si mesmos que tendênclas elas
exprimiam,
• A Liturgia tem um cari.ter unlvereaL :t a oração eat6--
Uca por excelência, O fato de q1:1e os fiéis adaptem seu espl-
rito e s:eu carecio a textos que alo rezados por numerosos
cristãos em Igrejas muito diversas através do mundo faz da
oraelo mais um vinculo ecumênico que consolida a unidade
do Corpo d. CrIsto.

-513- ·
cPERGUNTE E RESPONDEREMOS) 228/1978

5. Os desvio. da oração
Uma doença freqUente em nossos dias ~ a necessidade
de mudar por mudar. Muita. gente acredita Que a vida da
oração melhor se manifestará se 6e trocarem constantemente
os textos. Ora esse constante mudar produz a distração mais
do que o esplrJto de oração. A verdadeira e proveitcsa mu-
dance. é a do coração. :r::: preciso que em cada celebração litúr-
gica o coracão se converta para tomar-se disponlvel à aco-
lhida da Palavra de Deus e da Tradição viva da Igreja. l.t
este o sentido da exortação 'Elevemos nossos coracÕes' e dtt
resposta 'Voltamo-los para o Senhor' Se o celebrante vive
profundamente essa metaoola, essa conversão do seu cora-
ção, ele profere a oracão da IgreJa de modo totalmente novo;
ele a transCcrma interionnente sem modificar a sua letra;
ele a enche de esplrlto ou de? Esplrito Santo Criador,

Registra.se em nossos dias ainda 'outro desvio: a descon-


fiança para com a doutrina recebida da Igreja. Muitos · g~.
tariam de recomeçar desde Pentecostes, a partir da estaca
zero da TradIção. Ora estamos inseridos numa caudal de fê
e de oração que a Liturgia através dos séculos nos transmitt:
em sua pureza. Precisamos, mais do que ' nunca, de ter o
'senso da Igreja' para nos conservarmos fiéis na fé. Tanta.t.
tarefas nos aguardam neste mundo, que vai morrendo por
não ser alimentado pelo Evangelho, que não podemos perder
o nosso tempo na tentativa c;le refazer a fê da Igreja. Esta,
transmitida ' pela Liturgia, fortalece e liberta nosso espirIto.
que pode entregar-se a exigências mais prementes na linha
dos compromissos a serviço dos homens.
Um terceiro desvio da oreção ê a opinião de que o diâ-
logo entre cristãOS já é urna oneão. A Uturgia consistiria
em partilhar o Evangelho e considerar a vida dos homens.
em vez de ser a entrega da vida dos homens a Deus na ado-
ração e na intercessão. Uma tal Iorma de oração dobra os
homens sobre s1 mesmos e jamais sei'á libertadora.

Por fim. a nossa época, de um Jado tão critica para com


a fi.nguagem, de outro lado confia demais nas palavras, esque-
cendo Que frente a Deus as palavras são sempre slmbóUcas;
elas orientam. os corações para o Inefável, sem jamaIs o
poder compreender tOf.,almente. Por que perder tempo a. cor·
rIgir, sem· fim, os textos litúrgicos quando se sabe que as
~514 -
palavras serio sempre mera aproxlmaCio e deverAo ser ultra.
pa..~das na contemplação? A bela retonna dos textos littlr·
glcos recentemente efetuada não se Uudia a tal respeito. Mas
pode.se dizer que todo o esforço tal exerc1do a fim de se ter
um texto para o nosso tempo e que se trata hole de viver
plenamente desse notável resultado. A multiplicação das lni.
ciativas de crlatividade em vista de corrigir o texto oficial di
a Impresslio de tagarelice: debaJxo das multas palavras, o
essencial desaparece submerso. O conjunto dos textos se toma
monocórdico, sem a feJl2: diversificação de estilos que a atual
Liturgia oferece com tanto proveito.

6. As vontagens de bons comentaristas


As vantagens de se ter um bom comentarista da Litur-
gIa, entregue à sua própria Iniciativa, mas devidamente pre-
parado, consistem em que ele pode chamar a atenção para
o conteúdo do ato litúrgico antes que este comece; pode assim
preparar e interpretar o rito litúrgico antes que este se rea·
lize. Ao contrãrio, a alteração dos textos mesmos de oração
produz distração nos esplrltos dos fiéis que procuram as ra·
zões pelas quais se fizeram as alterações,... por que o ceie.
brante disse isso ou aquilo... Que Intenção teve ele! oe..
seja ele modltlcar a doutrina da Igreja? .. Essas c1tc~
tlncias nlo são favorâvels, de modo nenhum, à Onlçlo e ..
contemplacão.
Uma Introdução ou um comentário bem leito, conforme
o esphito do texto litúrgico que se segue, é um apeJo à medi·
tar sobre o que a comunidade realiza diante de DeUSj é bom
Que as palavras do comentador sejam seguidas de breve mo-
mento de sllênclo, após o qual o texto l1blrglco, recitado
calmamente e com todo o entendimento, toma todo o seu
relevo. Já. dissemos Que a atual disciplina l1túrglca prevê alto
momentos para. se Intercalarem exortações do celebrante ••.
Quem quisesse fazer mais do que 1&so ou mesmo quem ql.ll-
sesse utilizar todas essas oportunidades, afogaria a celebra·
ção num fluxo de palavras humanas e cansativae.
Não se pode excluir que, no decurso de wna oração, de
um prefácio ou de wn memento, o celebrante se sinta chn·
mado a introduzir uma breve interpolação. Ele respeitará o
texto litúrgico, mas, seguindo o fluxo de significado do
-515 -
24 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS, .228/1978

mesmo, Inserirá uma frase que ponha em relevo um aspecto


particular do texto sagrado.

Contudo tenhamos sempre presente o essencIal do pro·


blema. da cr1atividade e da !!spontaneJdade na Liturgia. A
verdadeira. espontaneIdade, a verdadeira criativIdade numa
ceJebraçio consiste em que o celebrante se prepare bem para
dar vida aos textos, comunicando esplrito à letra da Utur.
gia. Uma orqu~tra e um solista não criam. de novo, a par·
tir do zero, um concerto exeeutado talvez dezenas de vezes;
eles se preparam longamente para dar·lhe vida. e é preeisa·
mente a InterpretacAo que lhe dão, em fidelidade 80 texto,
viva pelo coração e pelo espirito dos artistas, que exprime a.
espontaneidade e a crlativfclade dos mesmos.
Max Thurian»

". COMENTÁRIO
A leitura do texto de Max Thurlan sugere.nos quatro
pontos que podem ser tidos como comentários ao mesmo:

1. O ntllo lltúrglc.o

Antes do ma.ls, importa . notar que o estilo da Uturgla


é o da oraClo: deve contribuir para elevar os C<lraçóes e as
tnentes 80 Senhor e aos valores eternos. Requer, pois, reve·
renda e um tom hlerãtlco que a consciência da presença de
Deus costuma incutir aos orantes.
A f1m de fomentar esse respeito em tennos mais algnl.
ficatlvos para cada assembléia, é facultado aos celebrantes
lntercalar breves comentários em momentos oportunos. TaJs
eomentárlos. po~m, nAo se devem transtormar em aulas
nem, multo menos, em exibição de genialidade ou de singu-
laridade. Não devem cansar nem gerar justa impaciência nos
f1éIa.

2. Orojião connmlt6r1a

o aspecto comunitário d. sagrada Uturgla exige que o


eelebrante se abstenha de atitudes subjetivistas e lnwvidua-
-516 -
CRIATIVIDADE NA LITURGIA

listas. O sacerdote pode, vez por outra, ser levado a crer


que tal ou tal mudança ou improvisação no decurso da cele-
bração seria ÚW aos fiéis; lembre-se, porém, de que as alie.
rações assim concebidas, em vez de ajudar, talvez prejudl.
quem, pois depreciam valores objetivos, comuns, para dar
lugar a Intuições subjetivas, de valor talvez duvidoso. Essas
altereçâes podem mesmo escandalizar, dando a impressio de
desobediência ou desordem na celebração da Liturgia. :t: pre-
ciso, portanto, qUe o eelebrante não imponha à assembléia
suas interpretações e preferências pessoais, não propostas
pelas rubricas. Isto é tanto mais imperioso quanto se sabe
que a retonna litúrgica já procurou deixar certa margem de
nexibilidade em diversas celebrações, precisamente para que
o celebrante possa dar um cunho mais existencial às funções
lItúrgicas, fazendo esta ou aquela das opções oficialmente
previstas.

As Indevidas intervenções e alterações provocadas pelos


sacerdotes podem dividir e Irritar a assembléia, atendendo a
uns cristãos com desagrado de outros. O que as inspira. não
aeria, por vezes. o gosto da mudanca pela mudanca? . . . Como
se tudo o que é antigo ou oficial, fosse menos bom e, por
Isto, devesse ceder ao que é novo e particular ••• t A Igreja
tem um patrimônio de té e de d1sdplina que sanUtlcou gera·
ções e gerações durante vinte séculos e que certamente é
apto a santificar também a presente geração e as vindouras.

3. Regra d. "

cLex orandi, lex credendi. (A maneira de orar & a ma-


neira de crer, e vice-versa). Â Liturgia é um veiculo antigo
e éficaz de profissão de fé_ De um lado, veritica-se Que as
fórmulas da Uturgla sempre toram insplradas nas grandes
verdades da té; de outro lado, sabe-se que o povo cristão
sempre se bnbuJu e ainda se bnbuJ das verdades da fé me-
diante as fórmulas da Liturgia. Por isto a Igreja desde
remotas épocas exerceu vigillncla sobre os textos a ser ado--
tados no culto sagrado. J"á São Paulo, em lCor 14, pro-
curava regulamentar o uso dos oarismas (dom das llnguas.
lnterpretação das mesmas, profecla ... ) nas assembléias de
c:ulto; a Apóstolo atribula a ai O direito de estabelecer norA
mu, mesmo nos casos de haver profetas inspirados entre os
fiéis: cTudo se faca com decoro e com ordem. (lCor 14,40).
-517 -
26 (PERGUNTF.. ~P2.~DEItE~.OS, 228/1~.

Verdade é que na Igreja dos três primeiros séculos ficava


sempre uma certa margem para improvisações na Liturgia.
Todavia jã a partir do século IV encontram-se eàncnes de
ConeUJos que restringem essa liberdade e legislam minuciosa-
mente sobre o desenrolar da Liturgia. Assim, por exemplo,
o Concilio de Hlpona em 393 detennlnava no seu cAnon 21:
"N.. oraç6.. nlngu'm .. diriJa ao Pai em lugar do Filho, ou ao
Filho em vez do PaI. Junto ao aliar, O aacerdole sempre ~rlll I orlçAo
80 PaI. Se o/gu'm compu .., elgume or.çlo, nlo a utilize na Ulurgla •
nlo .., que prlmelremanle a lentla aubmaUdo aos IImlos Inslruloru"
(Col/.cUo C_lnOnUIII EccIHl.. HIt.,.,..••, MadrId 1808, eol. 953).

o Condllo de LeocUcéla em 343 prescrevia:


"Nlo .. nlcUem ne IgreJe .almos eompoSlol por gente deeprepa-
,..d. . . . nem .. leiam livros que nlo eateJem no cinon, mas apenu 58
usem os ItvrOI canonlco. do Antigo 8 do Novo Testamento" (eln. 59.
MINI, Concilloram ampllulma oollecllG, 1. li, co/. 590).

o livro De Sacramentis, oriundo no século IV e outrora


atribuído a S. Ambrósio, ao referir as preces do cAnon da
MJssa, observa a intervalos regulares; «No va.rietur (Não se
introduzam alteracOes).. .
O Concilio de Milevo em 402 admoestava por sua vez;
"Na Igreja nlo la digam or.çÕIII que nto lanham sido redigidas
por pouou ,Ablu e aprovlda. por um .'nodo. • 11m de que nlo ••
pronuncie ligo contra I I. Inspirado pele Ignorancll ou por m'rnlen-
çlo" (CClII~ Canonum EcclesJ•• HI.pen... Madrid 1808, col. 185~_

A vigilância da Igreja sobre os textos litúrgiCOS eviden·


clou·se mais e mais necessâria através dos séculos pelo fato
de que os hereges freqüentemente se valeram da Liturgia
para disseminar falsa s proposições. Tal foi O caso dos aria-
nos (século IV). dos monoflsltas (sl!culo V), dos adopcionis-
tas (século VIII). dos reformadores protestantes do conti-
nente europeu (séCUlo XVI). Na Inglaterra, Eduardo VI.
desejoso de introduzir a refonna protestante, mandou ela-"
borar o «Book cf common Prayer., que seria a expressão e
O veiculo da fé reformada. Na França, o gaUcan!smo dos
séculos XVII, xvm e XIX recama amplamente à Liturgia
para instUar no povo cristão a. eoncepeão de uma Igreja nacio-
nal separada de Roma.
Eis por que até hoje a S. Igreja pede aos sacerdotes e
fiéis não alterem os textos litúrgicos; as modJ1loaCôes podem
-518 -
CRIATMDADE NA LITURGIA 21

ter suas lmpUcaçães teológicas, contribuindo (às vezes, sem


que o saibam (lU queiram OS seus autores) para d1ssemlnar
no povo de Deus proposJções de fé desfiguradas ou lnovacla.s.
t: o que pode acontecer, por exemplo, quando, em vez de
dizer cJesus Cristo nosso Senhor., se menciona tio somente
cJesus Cristo nosso irmão., ou quando se omite sistematica-
mente a referência aos anjos ou, ainda, quando se 1ns.1nua.
que a salvação trazida por L."rlsto ao mundo tem unicamente
SIgnificado terrestre ou temporal, pois identificada eom retor.
mas sOcio-econômicas... O depósito da fé é revelado por
Deus; aos homens compete guardá·lo ciosamente, em vez de
o alterar segundo correntes de pensamento heterogêneas.
o nosso mundo atormentado espera dos crlstAO$ o aním-
cio do Evangelho e um testemunho de vida coerentej ora tal
missão é posta em perigo todas as vezes que um grupo de
católicos se põe a criar a sua fé e a sua dlsclpUna próprias.

4. Mudanc;o Ir.lerior mais do que exfedor

Max 'I'hurian acentua multo sabiamente que o tipo de


mudança que a renovação litúrgica propõe, é essencialmente
dependente de conversão interior (metanola). O significado
e o poder de comunicação dos textos litúrgicos são função,
em grande parte, da fê e do amor com que o celebrante os
proclama e comenta. Não adianta alterar os textos e os ges.
tos da Uturgia se o eelebrante e os fiéis não se preparam a
uma. celebraCio eonsclente e profunda. Os textos oficiais da.
Liturgia podem tomar vida nova e pI'Ópria para cada assem·
bléla se o celebrante se Interessa por assimlJA.los à sua ora·
ção pessoal e transmlU·los sob o Impulso da fé e da sua espl· ·
ritualidade devidamente cultivadas. Allé.s, é esta uma norma
que se apUca a todo tipo de renovação ou refonna: se nio
se dá ênfase principalmente à conversão interior, nio há.
texto ou rito senslvel que satisfaça aos Interessados.
São estas algumas reflexões que o problema dos abusos
Utúrglcos sugere a quem o aborda serenamente. Possam toro
nar·se úteis aos nossos sacerdotes e 80S fiéis em geral!

-519 -
Eco. da nono. tempos:

biorritmo: a nova ciência 1

Em .'nlne: A 'eorla do blorrllmo Iof concebida no Inicio do


I6oulo XX por Swobod. e F/leU, qUi Julgavam eslar o .er hum.no
aulalto • Irta cicie,. = o IIllco, com a duraçlo de 23 dias; o &moclonal.
com a da 28 di.. ; o Intelectuel, com a de 33 dias, Eua, clclol coma-
çam • ur contidos dllCla o dia do nalclmento; compreendem dias bont
li dias crlllcOl. Em c0n81tC10Incla, 011 mestres do blorrltmo ensinam o
pObllco a catcular, mldlante compuladora. e tabel.1 adequadol, o••aua
dia. proporclos e OI MUI dIa, Inlellle.,
Ora contra aata teorla lev.nlem....e vlllrlas obJeçOn=
') OI próprios araulos do blorrltmo r&Conheeam quo os três cicio.
menclol'l8do. COl'I8t11Ulm algo da multo complexo, de modo que dlllcl'-
mlntl .a POd8 privar, IIrav61 dOI cAlculos.
bom ou ma",
'0 detarmlnado di. sarA

2) N.da prova que o homam a"eJa lolalmente sujeito a lorçu


blollllcu I bloqulmlcl', Sab4He. ao contr.,lo. que o .ar humano 6
dotado de liberdade de arbllrlo. A educaçlo moderna ",1'111 • desenvolver
o UlO da Ilberdada; 111. procura dominar os Inlllntos 8 OI elemlnloa
cegol do .ar humano. Or. o b'on'tmo Iugara, .nlas, o latallsmo (Mil
pes:ou que em "UI dl.1 pr..umldamente ruins .e deb;am Ilcar na cama
e avltam me. mo penasr ... ) .
3) O. caso. de aceito d .. prevlsoes blorr/tmlcllS e.lto Incluldoa
dantro da lalxa dll prObabUld.dll. ~o l.do dNSO', hi os casos· em
qUI I' pl~lçO.. blorrltmlcu nl o .e cumprlr.m. Além do que, o podar
dO 'uoesllon.mlnto Ixpllca multaI uerto. : a pessoa que Julga .. lar
,.dada •• olrar .'oum "cld.nl. 0lJ d.. ",.ça.• anl.... comballd •• pro--
penaa a capitular diante dos evenlos do leu di. ou d •• u. ·vlde.
4) O 'xllo da 180rl. do blorrltmo dev ..... em ",.nde parta. li
nltur. l curlosldada d. Iodo . ar humano em rel.çlo ao .eu luturo; todo
llpo O:a prorlcl. a "hor.ncopo" dlsp.rte natur.'mente grandl Intat......
A lalo .. Icr..e.ntam a propaganda • 11 Intaralu comercl.1 doa produ-
lorel di aparalho, d. computaçio ~Ionllml".
Hlo hA, POli, mollvo per. 4ar crlkllto a essa nova lorma de "cllrt-
ela" qUI" o blotlltmo. Estl. Intea. da.educa e deforma. sem benallcl.r
de maneira "guma o. 111,1. cllanl.,.
• • •
Comentário: A Imprensa tem divulgado .amplamente naU·
cias e anúncios referentes ao Que se chama eblorritmo», A
des<:oberta e a utilização do bIorritmo permitiriam ao ser
humano prever o s seus dias criticos e acautelar·se contra
Insucessos e desastres. A mova ciência» está. associada a
-520 -
moRRrl'MO QUE ~? 29

detennlnado tipo de computador, mediante o qual 1lS pes.


soas procuram calcular os seus dias fellzes e os infelizes • . •
Como se compreende, a propaganda do blorritmo tem desper.
tado grande Interesse no púbUco, que dese,. encont:rar nesse
novo re~ um melo de escapar às desgraças ou mesmo
de ch~ar à prosperidade.
Atendendo, pois, a esse interesse, vamos abaixo expor
a teoria do biorrltmo, para poder avaliA·la serenamente.

'.- . '"
I. 810rri_: que ,?
A teoria do blorrlbno ensina que. desde o nasclmento até
a morte, o ser humano ~ influenciado por três ciclos inter.
nos: o flslco, O emoeion&l e o intelectual.
O ciclo fislco retere-se às funções corporais básicas do
metabolismo; diz respeito às disposições para digerir, endar,
dormir,. " l reslstêncla às doenças, etc. Tem a duração de
23 dias.
O cIclo emocional conceme aos afetos. '1\ saúde mental,
à criatividade, ao eQ.ullibrio dos sentimentos. Estende·se por
28 dias.
O cIclo intelectual rege as fWlçôes do raclocln1o, da me..
mória, da aprendizagem. .. Completa.se em 33 dias.
No dia do nascimento de todo homem os três ciclos têm
o seu inicio no respectivo ponto zero. A partir dal, começam
a erguer·se - o que significa fase de vida positiva ou pro.
pensa 80 sucesso. Sobrev~m contudo o declInlo, que ~ lmpre·
vislvel, de tal modo que na metade do periodc o eleJo atra·
vessa o ponto zero e entra em sua fase negativa - o que
lmpUca Indisposição flsica, ernockmal ou intelectual. Como se
percebe, a metade do perlodo ou () ponto Ul'O (passagem. da
fase positiva para a negativa) ocorre aos 11,5 dias a partir
do ponto de origem, no dclo flslco de 23 dias; ocorre aos
14 dias, no ciclo emocional de 28 dias, e aos 16,5 dias no
ciclo intelectual de 33 dias. Na fase negativa as energias
são refeitas para retomar a sua ascensão oportunamente.
Visto que os três cicios têm duração diferente, ê muno
diticU passarem pelo ponto :zero no mesmo momento da vida.
Isto só acontece, dizem os estudiosos. quando a pessoa nasce
e aos 58,6 anos de Idade. Em conseqUênc1a. o sujeito estA.
geralmente sob a inOuência de .ritmos diversos; pode o cldo
nslco estar em alta, enquanto o emocional e o intelectual estão
-521-
ao "PERGUNTE E RESPONDEREMOS) 228/1978

em fase negativa, ou vice· versa. Isto quer dizer que raraa


mente a pessoa tem dias totalmente leazes ou totalmente
lnfeu.zes; ela passa por dias bons, dIas ruins e dias interme·
diArIos, em dependencia das combinações positivas ou nega-
tivas dos seus três ciclos.
Nos dias fisicamente crltlcos, M pessoas estão sujeitas
a sofrer acidentes. apanhar restriados e sofrer todos os tipos
de danos corporais, IncJwlve a morte. - Nos dias emocio-
nalmente crlbcos, ocorrem disputas, rixas, depressões psico-
JógiQls, frustrações sem motivo. - Quanto aos dias em que
o rltmo intelectual está critico, propiciam decisões erradas,
resistência a aprender coisas novas, dificuldade para usar a
memória . . .
Em conseqüência, os cultores do biorritmo procuram
antecipadamente calcular as fases positivas e negativas dos
&eUS ciclos. Isto é feito mediante aparelho próprio - compu-
tador ou disco giratório -, que se encontra no comércio.
Além disto, certa bibliografia é oferecIda ao público nas
livrarias. Na base de ta.ls cálculos. os homens de negOcias
recusam-se a assinar contratos de importância nos dias emo-
cional ou intelectualmente criticas. Os atletas evitam parti-
cipar de torneios ou jogos nos dias fisicamente criticos, pois
então estão sujeItos a ferimentos e les6es. Quando dois ou
t.rés ciclos do bIorrlbno estão críticos, há pessoas Que fIcam
na cama e procuram não se mover, nem pensar em coisa
alguma! - Na verdade. dizem, apenas 20% dos dias da
vida humana são crIticas; os "8o% restantes são dias mistos,
cujo ooráter é ambiguo. Quem sabe disto, planeja seu futuro
dando preterêncla aos dias não critlcos; todos os assuntos
mais importantes são abordados quando OS três ciclos se
encontram perto de seus picos, ao passo que nos dias mais
criticos a pessoa se abstém de façanhas relevantes.
Interessa-nos agora considerar

2. A desooberta do biorritmo
Dois são os pesquisadores aos quais se atribui a desco-
berta do biorrltmo no 11m do século passado: o Dr. Hermann
Swaboda, professor de Psico:ogia da Universidade de Viena,
e o Dr. Wilhelm Fl1ess, otorrinolaringologista de Berlim. que
se tornou presidente da Academia Alemã de Ciências.
Swoboda foi muito influenciado por Johann Friedrich
Herbart, que entre 1850 e 1852 pubUcou um Dlanuo.l de Psl-
-522-
BIORRrrMO: Q,~U"E,-,E,-,?_ __ _ _ _--,,31

oologla. no qual registrava alterações aparentemente rltm1cas


nos estados mentalS das pessoas, sem pOder explicar ta18
traMOmOs. ~a.nunanao a vlvencia de ~ paclentes, Swo-
boda nolou que sonhos, idéias e Impulsos criadores parecem
repetir.se com ritmo regular; tal fenômeno se toma notório
em muitos artistas. que atravessam sucessivamente etapas
estére.&S e per.oaos de criatividade frenética com variação
previslvel. swoboda comeQOu também a fazer registros mI·
nuciosos sobre a dor e a. inflamação de tecidos dos paclen~
COllSlderando prlndpa1mente intlama\,;ões que pareciam lnex·
pl1cáveis .•. 'l'ambem se interessou 'pelas datas de inicio e
desenvolvimento de outras enfennidade&, assim como peJa
Cl"eqüênc1a com que as pessoas sofriam ataques card1acos e
a~!iSOS de asma. Aos poucos foi observando que esses fenô-
menos flsicos pareciam recorrer ritmicamente, enquadra0.
ào-se em CICJos de 2a a 28 dias. Em conseqUênda de tais
etJtudos, Swoboda publicou vários livros, entre os quais cOs
per.odos da vida humana (em seu significado psicológico e
biológico). (1904), ,Estudos sobre a base da psicologia>
(19O:)J, cO Ano de Sete», cO significado do ribno de sete
anos em hereditariedade humana_ (1954). Desejoso de tacI.
litar o câlculo dos dias Importantes do blorritmo, Swoboda
'em 1909 produziu uma régua de calcular, mediante a qual
qualquer pessoa podia descobrir com rapidez e segurança os
seus dias crítioos; tal Instrumento foi acompanhado por um
folheto de instruções intitulado cOs dlas crlticos do homem ••
Finalmente em 1963. com a idade de 90 anos, faleceu
Hennann Swoboda após Intensa atividade pesquisadora e
editorial.
Ao mesmo tempo que Swoboda, trabalhava WUhelm
FIIess (1859.1928). Este pesquisador berUnense, sem prévio
entendimento com seu colega vtenense, cbegou a conclUSOes
semelhantes às dele. Fonnado em otorrinolaringologia - tem-
pêutica de nariz, ouvidos e garganta - no ano de 1895. teve
bom relacionamento com SigntWld Freud. que aceItava te0-
rias de F1iess e confiava neste colega a ponto de submeter·se
a duas Intervenç6es cirúrgicas praticadas por Fltess.
Este m~ico começou a suspeltal' a existência do blor-
ritmo quando se pôs a examinar as variações dos pacientes
na resistência à doença, principalmente em idade infantil:
coletou numerosos dados sobre o inicio de diven88 enfermi.
dades, a cura da febre respectiva e o eventual talecimento.
relacionando tudo isto com o dia do nascimento da pessoa
-523 -
32 cPERGl1NT1:; E RESPONDEREMOS, 228/1978

em causa. Após estudos apresentados em preletões e traba.


lhos publicados entre 1895 e 1905, convenceu·se de que 8 me·
lhor explicação da alta ou da baixa resistência de alguém às
moléstias se prendia a ciclos de 23 a 28 dias, ciclos que vêm
B ser a estrutura do biorritmo. Não contente com esta veri·
ficBcâo apenas, F11ess qUis indagar a causa da periodicidade
dos ciclos fJ..Sico e emocional: por Que afetam o comporta.
mento humano com tanta profWldidade? Para responder a
esta pergunta. observou que os organismos multo primitivos
são unlssexuals ou hennafrodltas; à medida que a vida evo·
lui, OS dois sexos vão.se diferenciando por caracteristicas físi-
cu e pslqulcas próprias i todavia mesmo nos graus mais evo·
luidos da vida permanecem vestigios do estágio unissexual
anterior; em conseqUência, todo individuo humano estaria sob
a innuênc1a de honn6nlos tanto masculinos como femininos.
Mais: F11ess julgava que as cêlulas masculinas e feminl·
nas no corpo humano têm ritmos diferentes; às células femi.
ninas ele atribuiu o ritmo de 28 dJas (que corresponde ao
cIcIo emocional) e às células masculinas O ritmo de 23 dias
(que corresponde ao do cicio flslco); Flless também quis
explicar a varlaçAo do ciclo menstrual de 26 a 33 dias pela
combinação dos ritmos masculino e feminino da mulher. A
tese da blssexualldade das células humanas, proposta por
ru.... terA sido adotada por Freud
Uma vez estabelecidas tais premissas, o médico alemão
:eirl~n~:au :al~n:~ru:ã~l~trl~~~:sge~n:~e~~~~:a~::
A obra de Swoboda e FItess ainda recebeu complementa.
ção por parte do engenheiro austriaco Alfred Teltscher. Este
observou que até os melhores estudantes parecem ter dias
bons e dias ruins; para averiguar as causas de tal fenômeno.
comparou entre si as datas dos exames escolares e as do
nascimento de cada aluno seu. Assim chegou à conclusão de
que o ritmo Intelectual do ser humano estã enquadrado em
ciclos de 33 dias ; a capacidade cerebral de absorver e exprl.
mlr idéias novas estaria sujeita a relógiOS internos como os
outros dclos.
Estavam assim descobertos os fundamentos da atual teo·
ria do biorritmo. Tais bases seriam aperfelcoadas e ulterior..
mente desenvolvidas com o passar do tempo.
Apesar do aperfe1coamento da tese do blorritrno, os arau·
tos da mesma em nossos djas reconhecem-lhe pontos fracos:
-524 -
BIORRrrMO: ~~UE~e~? ____________~~

1) Os três grandes ritmos sao Interdependentes entre


si; nenhum deles ê tão forle que sobrepuje os outros dois;
sempre agem em conjunto. Por isto em dia emocionalmente
crltko pode acontecer que os ritmos fislco e intelectual, em
fase positiva, neutralizem as ameaces provenientes do clclo
emocional;
2) os fatores (ou relógios) Internos que regem o com.
portamento humano, dependem das circunstâncias ou do am·
blente no qual vive cada pessoaj em conseqüência. as predi-
ções obtidas medJante os cãlculos do biorrltmo podem nio se
verificar nos termos previstos.
Não obstante, os ' defensores do blorritmo julgam válido
o estudo deste, pois sempre fica alguma probabilidade de
acerto nas previaões - o que pennlte nortear a conduta das
pessoas.
Bemard Gittelson, áutor de cBiorrltmo. Ciência PesSoaJ.~ ,
à p. 42, baseando·se no fato de que o ciclo emocionai dura
28 dias, dIz o seguinte:
"Como o ritmo amoclonal pas.. da potlltlvo par. negativo (ou vice-
.yttu) • cada du.. ..",In .. I princIpia no dia do n..<:lmanlo, o pri-
meiro dia emoc:lomlm.nl. critico ocorra dWI. ..mana ap6a o dIa dC)
nuc)menlo. Todo. o. dias emocionalmente crllleos a partir de emlo, 8t6
o dia do '.leeNnlo, ocorr.rlo com Inl.,....lo de duas aemal"lU. S. voc6
nuceu numa HX1a·lalr., Cadl ugundl MXII"llra .1"" crltlca... . BUla
descobrir o dll Im que nalceu a perGuntar a a' próprIo ...... dia
expila mult.. de .ua. olcllaçOel mall profu~.. no '"ado d. . .pl-
,Uo" (p, -42) I,
Hoje em dia existem computadores fabricados em vista
do cftlculo do blorritmo. Assim o Blocom 200. de origem
japonesa e de POrte pequeno. A 1111%\a OllvetU em 1973 tam·
bém prodU21u o seu microcomputador' de biorritmo. Nos Es-
tados Unldós George Thommen Inventou o DlaJgraf', que é
uma espéc.le de régua de cálculo circular para o blcrrttm.o;
o mesmo Thommen produziu um dispositivo mais popular
- o Cylclgrllf - que reoorre a cartões especlals. B . .l. Krause-
·Poray, colega de Thommen na Austrália, aperfeiçoou wn
calendArio biorrltmlco ...
I A Ie8pelto nlo podemos omitir uma oblervaçlo: • evld.nte que li
proposlçlo acima lugestlona a pulOI '"'lflUlda. Se ..ta JulOI que
lOd . . . . 18xl••·"I,.. oco".nt .. d, qulnz. em quInze dia alo fatldlcu
em .ua vida, ela 11.16 propan.a • 18 deixa, derrolar pelo. aconleclmento.
da.....extas-Ielras. Ealas .erlo Infellze' ,,10 por causa do p,.tllnlO blor-
,Itmo, m.. por caUla do condlclonam.nl0 Que o pacllnte IIr' acel!o.

-525 -
;J:t __ ___ !.~r:~cu.~'ry:. 12 !! ~.s~9~pE!t~f\.1_q:?~~~( ~.~?8

Os adeptos da teoria pretendem ainda corroborá. la nar·


rando casos de pessoas em que o blonitmo e acontecimentos
da vida de tais Indlviduos convergiam na mesma qualificação.
Importa.nos agora pro1Cril' a I'ts~lto

3. Uma avoli.asõo serena


Proporemos" duas observacões genéricas, após as quais
consideraremos diretamente a tese do blorritmo.

3.1. Duos ObtefVCI(ÕM Ot-n'''tQS


1) Reconheçamos que a constituição humana é psicos·
somãtiea, ou seja. composta de alma espiritual e corpo mate·
rial. Em conseqUêncla, estamos sujeitos a leis da blofisica e
da bloqulm1ca: adquirimos e gastamos energias, necessitamos
de allmentação e de repouso, COmo precisamos de exerci cio
e de trabalho. Isto explica que haia, na vida humana, perío-
dos de maior produtividade e outros de menos rendimento;
hã.. portanto, fases de disposicÕes psicossomáticas mais reli·
zes e fases de disposiçOes menos felizesj essa alternância rít·
mica é natural, mas reconh~e.mos que é flexivel e sujeita à
força de vontade de cada um.
Em outras palavras: as noAsas capacidades físicas e psi.
quicas são finitas. Por isto elas nos impõem seus limites, ou
&eJa, termos além dos quais os elementos positivos (a comida,
a bebida, o repouso, a recreação • . . ) se tornam negativos,
ou mesmo prejudiciais à saúde flslca e ps.qulcaj é o que
explica, em parte, que fases boas e menos boas sucedam
umas às outras em nossa vida psicossomática.
2) Também é preciso reconhecer que o homem está
Imerso num universo marcado pelo ritmo do tempo (cUs e
noite, fases da IU8, estaçõeS do ano ... ). Isto, sem dúvida,
repercute na constituição fislco·psíquica das pessoas. A noite,
com sua escuridão, nos toma propensos ao sono, ao passo
que o dia, com sua claridade, excita ao trabalho e à opero·
sidade. . . O verão, com seu calor, leva a preferir certos
alimentos, me..is sadios então do que outros, ao passo que o
inverno pede regime aUmentar diverso; um dia nublado ou
chuvoso muitaS vezes nos acabrunha, ao passo que um dia
de céu azul nos torna alegres e felizes ... ; o verão convida
a viajar para as praias ou 8S montanhas, enquanto o inverno
-526 -
B10RRl1'MO: QUE Ê? 35

tem seus esportes pr6prios... Somos, sIm. dependentes do


ambiente em que vivemos, ambiente que sugere um ritmo
natural (nAo, porém, Inex<lmvel ou InevitAvel) de vida . . ,
1:, pois, nestes termos que se pode reconhecer uma· certa
veracidade à expressão cblorritmoJ" Fa:z-se mIster, . pomm,
frisar que esse tipo de ritmo é assaz fJexlve1, fica."1do subor.
dinado à livre vontade do homemj este tem conseguido, por
exemplo, apagar ou Inverter a dUerença entre o cUa e a nolte,
trabalhando a noite inteira e repousando em grande parU.
do dia.
Feitas estas observacôes, não podemos deixar de levantar
sérias objeções contra a teoria do blorrltmo. .

2.2. Obl-sõas

Proporemos cinco ponderações:

2:.2. 1 . fundamenta,So Inllgura .


A teorla do blorrltmo exagera o caráter c.Icllco de certos,
fenômenos da vida humana, como são a fome, o sono, a,
vigiUa, o ciclo menstrual ., . I presumindo que todo o compor-
tamento humano esteja sujeito ao império de forças blorlSl·
... e bioqu1micas. Ora tal suposição é gratuita. Allás, os
próprios fautores da teoria reconhecem que os três presumI-
dos ciclos (o fislco, o emocional e o intelectual), desenrolan-
do-se com suas caracterlsticas próPrias. não pennitem sem-
pre prever claramente as dIsposições ~o sujeito:
"A força relativa (fe. ritmos flslco, .moclo"al e Intelectúal viria «>no
forme l i pnaoa •. I! 100Ice g.n.rallz.ar l obre quall ritmos, em que f......
clotnl"",lo outrol rllmOl • I• • ••, • IsI probl.m. vtlm naluraim.nl. com--
pllear a qUNl10 d. Inl.l'pf'llar os di.. m5elo. - quotlJo ..ta que l' ..
por 1i bastant. amblgua" (8. 011l11l0n. obra cilada. p. 44).
1::, pois, gratuita, a premissa de que a conduta do homem
é regida pejos ciclos do blorrltmo. Os casos concretos que
os arautos da teoria propõem como comprovantes de suas
Idéias, não as demonstram; tamMm se conhecem casos dtt
pessoas que foram vitimas de tremendos desastres em d1as
que o respectivo bIorritmo não Indicara como sInIstro. Ver
observações sob o titulo 2 . 2.3.
P<lr conseguinte, 09 desastres que presumIda.mente ccor·
rem nos dJas criticos do blorrlbnO das respectivas vitimas, sio
-527 -
36 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 228/1978

os que o cálculo das probabilidades poderia preverj pode.se


dJzer que a cota provâvel não foi ultrapassada.
Insistamos também sobre o Sêgulnte ponto:

2 .2 .:l . A IIb.rdall. de arbrtrio


Faz.se mister salientar que o ser humano sadio ou nor.
mal é dotado de liberdade de arbltrio. Esta diferencia o
homem dos vIventes Irracionais e dos robôs. Embora tenha-
mos as nossas tendências afetivas espontâneas, somos capazes
de moldá·las segundo o nosso ideal; somos capazes de criar
hábitos contrârios aos nossos lnstlntos, corrigindo-nos e rees-
truturando·nos do ponto de vista ético. a fbn de atinginnos
determlnada meta livremente escolhida.
Sabemos também que a educação recebida de outros e
a soe1edade na qual vivemos, nos pedem influenciar profun·
demente, de modo a revirar o que haja de cego ou mera-
mente mecânico em nós.
A escola hoje em dla tende a educar para a liberdade,
ou seja, para fazer que a pessoa se sinta capaz de optar com
dignidade em vez de se deixar subjugar por instintos ou
tortas mecânicas ou por condicionamentos fataUstas.
Em contraposição. a teorIa do blorrltmo incute atitude
fatallsta, dando G crer que , 6 pessoa esteja fadada ao mau
êxito flslco, emocionai ou intelectual em cértos dJas do ano_
Tende a reduzir o ser humano à condição de joguete de far-
ças biofJslcas e bioquímicas, provocandO a a1ienacão e a
degMdacão cio mesmo (8 ponto de certas pessoas quererem
ficar na cama, prostradas e alheias a qualquer realidade, nos
dias tidos como ruins!). O biorritmo assim não va10rlza sufi·
cientemente a capacidade que o homem tem (e deve pro·
curar ter cada vez mais), de dominar e modelar seu biotipo;
antes, leva a pessoa a condJclonar-se de antemão a cirCWlS-
tãncias sobre as quais o homem é chamado a exercer seu
domIn1o. A grandeza de uma personalidade consiste em mo-
delar as tendências inatas, em vez de se submeter 8 elas
numa atitude conformista Irracional.

2..2.3_ bperi'nda. negativas


Certa! pesquisas levadas a efeito nos Estados Unidos
comprovaram experlmenta1mente ser UllSÓr:la a teor:la do blor·
-528 -
BIORlUTMO: QUE :t?

ritmo. Citemos, por exemplo. o ocorrido na Laurentlan Uni.


verslty em Sudbury, Ontarlo, Oe professores M1chael A. Per.
singer, Walter J. Cooke e Jean T. Joanes 8J1al1saram quatro-
centos acidentes verificados em minas de duas indústrias
tanto na superfícle como em subterrlneos; tendo procurado
averiguar se haviam ocorrido nos dias ditos ccritico!_ das
pessoas vitimas, chegaram à concluslo de que os desastres
nada Unham e. ver com os presumidos dias infel1zes do bior-
ritmo, _ Outra pesQuisa reall%ada pelo prof, Johan W, Schaf·
ter da John Hopldns Universlty levou em conta duzentos e
cinqüenta acidentes ocorridos em rodovias; ficou também
averiguado que os Infortúnios. não correspondiam aos propa·
lados d1as critIcos dos motoristas. 1: o que leva os cientistas
a desacreditar a teoria do hlorritmo.
A propósito de estudos feitos em pacientes a fim de ave-
riguar a incidência de desgracas em dias criticos do bior-
ritmo, vejam·se os dois artigos pubUeados pela revista ..""..
nal norte·americana cSc1ence News_, volt 113, 1978, pp. 118
e 376. Tal pubUcaçAo reswne pesquisas cujos resultados COnJ..
tam dos periódicos cArchives of General Psych1atry_ e cPe....
ceptual and Motor SkUls.. As conclusões a que chegaram
tais estudos de casos concretos, são desfavoráveis à teoria
do biorritmo.

2.2 ,4 , E o aceltasóo do blonitmo 1*0 público?

O sucesso que a tese do blorrltmo tem logrado na socle-


dade, pode expUcar-se por dois fatores importantes:
a) de um lado, toda pessoa sente o desejo inato de des.
vendar o seu futuro e de penetrar nos fenôomenos que lhe
parecem misteriosos. Ê espontAneo aos homens querer livrar-se
dos imprevistos e dominar a sua vida. Por isto toda teoria
que prometa satisfazer a tais tendências, há de lograr acei-
tação por parte do grande públlc:o, que, em tais momentos.
mais facilmente se deixa levar pela fantasia e a emoçAo do
que pelo raclocInio. Tenha-se em vista. o interesse sentimen-
tal despertado pelo horóscopo, que, prometendo sadJa orlen.
taçAo, nAo taz lenAo alienar a pessoa!
b) lIA interesses comerciais na propaganda feita · a favor
do blorrltmo. Os aparelhos e os livros até agora vendidos a
prcpOs1to constituem notAvel fonte de lucro. Ora lnfellzrnente
a (.'Obtca de vantagens comerciais prevalece multas vezes aobre

-529 -
38 cPERGlTNTE E RESPONDEREMOS, 228/1978

outros interesses, mais elevados e dignos, na sociedade con...


temporànee. O ser humano Incauto é, não raro, manipulado
segundo intenções espúrias, revestidas de capa cclentftlca •.
Já. dlzla o adAgio latino: ..Valgus vu1t declpb (a massa gosta
de ser Uudlda).

2:.2 ,5 , E os «nIH tfdo1 como comprovantes?

Os propalados casos de coincidência de desgraça. com dias


crftJcos ou de ventura com dias bons do biorribnO, podem
Ber entendidos à luz de duas ponderações:

a) O poder da sugestão é sempre muito Importante.


Se alguém julga estar num. dia critico. condiciona-se a expe.
rimentar infortúnios: comeca seu programa de atividades já
combalido, na espreita de .ser vitima de acidentes ou pouca
sorte. Ora essa atitude interior certamente induz a pessoa a
criar em si mesma, talvez Inconscientemente, uma situação
de de.sànlmo e mal-estar, no qual os assuntos que poderiam
ser bem sucedidos vêm a ter mau êxito.

b) Em toda série de «profecias" há sempre algumas


que «dão certo», porque também o acerto tem a sua proba.
bilidade de ocorrer. Não nos Impressionemos, pois, com os
casos em · Que as previsões biorrltlmlcas foram confirmadas
pela realldade; seria preciso levar em conta outrossim os casos
em que outras prevLsôes hlorritmlcas foram desmentidas pejos
fatos , ..

Em condusãG, vemos neste recente surto de Interesse


pelo blorrltmo mais uma expressão dos anseIos que o homem
contemporâneo experimenta em demanda da Verdade e da
Vida. Em última análise, é- a sede de Deus. do Bem Infinito.
que assim se manifesta. Ora Deus é mais fácil de ser encon·
trado do que os resultados de câ1cu1os... «Tu não me pro·
curarias, se jé. não me tivesses encontrado., diz Jesus segundo
segundo Pascal. Toda oMCão fillal e simples, elevada do fundo
da alma ao Pai, jã é um encontro com a Verdade e a Vida;
Deus não pode deixar de lhe dar a Sua Resposta!

A propólllo. como livro Introdutórlo no allunlo. podemoi clltlr


Bernerd Oltt.l.on. Ilorr","o. Um. clinda peuo". Ar1anova, Alo d.
J.nelro um.

-530 -
Na tpoc. dn Hltu:

mais uma vez a seita de moon

!In .Ime •• : Sun t.tyung Moon 6 um coreano da 58 llIIOI da Idade,


filho da famltla Prelbltarlanl, qUI diz tar recebido rawlac6es da . palta
da o..... • In.lnua '.r o novo ......Iu ou o ,.rçalro Adio, qUI . M{o con-
Ivrnat • hlltÓrll. Tlndo corntlçado IUI campanha reUgIoea na Co"...
Incompatibilizou ... com OI comunlstu a •• tabel_cau ... nos Ellados Un~
dos OI. Am6rfCII, onde de.lrula dt grande ,lquI" • lava vida farta.

. oa adaptos da •• Ita da Moon alo allcladoa • tratados •• gundo malol


nem ..mpr. honesto •• lullllOl:, como 110 • pr.UOu morala , • ploclna.
que duplr,onaUzam o ur ilumino (trabalho exlanuante, aono rediWdo,
prolbf"'o da agrupamentos Ilvr••• de crltrca). O qua at,al os lowna
80 Moonbmo ou .. Alloclaçlo para I UnlHcaçlo do Crlatranbmo Mundial
(A.U.C.M.), • o clima da 'utarnldade • d, acolhida qUI, '11t,' o....
recll' *prImeira vlstai 6 também o fervor ou o entusiasmo com que 011
dlrl;ant.. apregoam u .ua lel6Ia.; • ainda a segurança com qua pre--
c:onlzam a luta conlra o comunismo e a ada.lo .. orlantaçlo pol/llca doa
Estadoa 'Unldol da IA.mé,lca, lldol eOMI) naçAo escolhida por Deu. par•
•er o bUuan. da 16 crl.tl. Em luma, a mllllca exaltada e "pro16t1ca",
em maio ao ceticismo ralnanle em amblenl08 outrora reUglOlol, da.".rta
o. lovellll a o. mova a procurar na .eUa uma rasposla aos MU. ansalos
transcendentels. Conlra I ••lIa e os seus Indignos procedimentos li t6m
levantado a 'lCU bispo. a IIIctlto,.a da Igrela Católica .aulm como
o..."oonl$t&$. que fatam da alia experl6ncla própria. .

• • •

Comentário: A seita de 1400n já. é atuante no B~,


tendo uma de suas sedes mais notórias em Belo Horizonte.
Já em PR 212/1977, pp. 353-363, demos noticia da pessoa e
da doutrlna de Sun Myung Moon, o fundador da seita. Aten.
dendo, porém, a pedido de nossos leitores, vo]tamos a apre-
sentár, em sintese, dados biográficos e teses de Moon assim
como algumas lnformacÕes sobre o tipo de vida e as ativi.
dades dos moonistas. - O Moonlsmo vem a ser mais uma
entre as seitas que caracterizam 8 época moderna e"slgnlflca
a sede - "nem sempre bem orientada - que os homens con·
temporâneos ,experlmentam em relação aos valores transçen·
dentais.

-531-
40

cPERGUNTE E RESPONDEREMOS» 22H/1978

f. Quem' Sun Myung MODA?


Sun Myung Moan nasceu na Coréia do Sul aos 6 de
janeiro de 1920. COmo descendente de CamIlla presbiteriana.
No dia de Páscoa de 1936, quando tJnha dezesseis anos, sen-
tiu que Jesus lhe aparecia e o mandava consumar a missão
que Ele, Jesus, deixara Inacabada. Durante nove anos Moon
estudou e orou: diz ter tido colóquios dJretos com Jesus Cristo,
que lhe deu a conhecer segredos não contidos na BlbUa; assim
Moan pôde descobrir os . PrlncIpias Divinos- da criaçâo e da
salvação do mundo, que ele publicou em livro portador desse
Ululo.

Moan começou a pregar na Coréia do Norte em fins da


segunda guerra mundial (1939.1945). Em breve foi encar-
cet"ado e submetido à tortura pelos comurustas, depois enviado
a um campo de trabalhos forçados. onde ficou três anos. U.
bertado pelas tropas norte-americanas em 1950. retomou sua
missão. Hoje vive, refugiado, nos Estados Unidos da Amé.
rica do Norte.
Em 1954 tünc10u a cAssocIacão pat:a Cl UniflcaCão do Cris-
tianismo MW"l1ab (AUCM).
Diversas questões se levantam a respeIto de Moon, pro·
vocando dJscussões:
1) Moon parece favorecer (ou, se não favorece, aceita)
um estranho culto de sua personalldade:, ele se Insinua o !lef..
.lu e é chamado tal, ou também o Senhor da segunda vinda.
Refere-se que ele mesmo se apresentou como sendo maior do
qUI! Jesus.

2) Casado em quatro matrlmOnios e pai de sete filhos,


Moon foi preso diversas vezes na Coréia como adúltero,
bígamo, ofensivo aos bons costumes.

3) . Chegado pobre aos Estados Unidos. hoje Moon e o


seu Movimento dispõem de rJqueza estimada em quinze mI·
lhões de dólares. Uma tonte de informações norte.americana
noticiou que lhe toea a renda. de seis milhões de dólares por
ano. Mora em sun tuosa mansão no ballTO ' de Wetehester
(periferia' de Nova Iorque), e possui numerosas proprleda.
<lea, sendo adontsta de multas firmas importantes. Os dlrl·
-532 -
A SErrA DE MOON 41

gentes do movimento moonlsta levam tipo de vida farte. . . .


Os observadores perguntam como tal riqueza foI adqulrlda • . •
Hl quem responda que para tanto contribuIram. as reJações
de Moon com grupos poUtlcos (ou talvez com a erA) e o
apolo que o mesmo deu a Nbcon por ocasião do caso Water.
gate.

Exam!nemos agora

2. A doulrlna da AUCM
Tal doutrina é exposta em obra volumosa intitulada cQs
principias divinos.. OUtro livro menor, cCrist1anlsrno em
crise. Nova Esperança., reproduz três conferências de Moon.
Há opúsculos moonltas que apregoam conversão interior e
soais de Moon. Ei·la compendiada :
A mensagem universal de Moon vem a ser um misto de
passagens blbllcas (tomadas, sem d1scernlmento, ao pé da
letra), de filosofia oriental (dualismo taoista) e de idéias pes.
soais de Moan. El·la compendiada:

2 . 1 .. Clt prlndp~, dCI aiaCão


Deus existe para amar. Por isto Ele criou o mundo,
projetando ·de modo especial · a sua imagem no casal humano.
A relação de «dar e receber. existente no casal é o modelo
de qualquer outro relacionamento ; tudo foi criado .. seme-
lhanca do binômio humano. Por conseguinte, o próprio Deus,
do qual tudo se derIva., deve ter as caraeterfstlcas masculina
e feminina, ou também as caracterlstlcas de sujeIto e objeto.
O nome .Deus Pab slgnlflca Deus como sujeito interior mas-
cu11no, ao passo que as criaturas são O objeto fem1n1no desse
sujeito.
Pare. o homem, como para Deus, só existe vita11dade e
alegria se lhe é dada wna parceira . que ele ame de todo o
coração e de quem receba am~r.

2 .2 . A qt,ttdo do hom...
o are,anjo Luc1fero tomou·se de inveja por Adâo, por.
que Ju1gaV8 que Deus .Amava a este mais do Que .& ele. Por
-533 -
42 . cPERGUNre E RESPONDEREMOS, 228/1978

isto cedeu à pa1x.Ao para com Eva, seduzlndo-a e fornicando


com da. Então Lucifero tornou·.se satanás, e Eva tentou
Adio, que teve relações carnais com ela antes da época pre-
vista por; Deus. Dai por diante Adão e Eva foram assujeita.
dos a Satanás e aos espIrltos maus; tornarem·se Incapazes
de amar, pois a relação <dar e receber. fora deturpada; o
género humano, descendente dos primeiros pais, está cOnse-
qüentemente privado do senso de fraternidade. O meio de
restaurar o Reino de Deus sobre a terra há de ser o casa·
mento de \UIl homem e de uma mulher perfeitos, que pode.
rão gerar uma nova humanidade sem pecado.

2 .3 . Jesus! -.xl m1uão

Jesus velo pa..ra estabelecer o Reino de Deus vjsivel (cf.


r. 11 e 60; Le 1,31·33) e gerar a humanidade nova. Fracas·
sou, porém, em tudo.
Com 'efelto, João Batista alimentava dúvidas a respeito
de Jesus: por isto, seguiu o seu próprio caminho em vez de
sustentar Jesus. Nem mesmo a !amilia de Jesus o compreen-
dia; ela nlo cumpria a vontade de Deus. O silêndo do Evan-
gelho e. respeito dos trinta anos passados em Nazaré se deve
a que Jesus viveu em grande angústia e dor no selo de sua
famUia. Multos (atos ficaram desconhecidos ao público, mas
foram revelados par Jesus a Moan; este, porém, não pode
rajar a respelto sem moUvo imperioso. Por causa desses pre·
cedentes, o povo não aceitou Jesus, apesar dos milagres
deste. Vendo, pois, que não poderia realizar a sua missão,
Jesus pôs-se a falar da volta do Filho do homem, esperando
asslm salvar o essencial da sua tarefa. Deus jamais quis um
Messias padecente; prova disto foi a tristeza de Jesus em
sua agonIa. Após a cruclflxl.o, Deus ressuscitou J es1.lS .por
restltulcão». Mas o Reino vislvel ainda está por ser insta,u.
rado; para tanto, aguarda.se uma segunda vinda: ... a do
Messias dos «Pioneiros, (SWl ~tyung Moan ... ?).
Mediante Jesus, Deus tencionava restaurar o casamento
perfeIto e fecwldo. Por Isto queria encontrar uma autêntica
esposa para Jesw; em conseqUência. Jesus se . apresentou
como o esposo (cf. Mc 2,19s) . Se Jesus se· tivesse casado,
teria dado Inicio a nova humanidade. Mas. mono prematu-
ramente, nAo pOde encontrar a esposa perfeita nem reali7.ar
-534-
A SEITA DE MOON

a cópula abençoada. VIrá. porém. um MessIas como tercelro


Adão (Moon?!), que, reallzará tal m1ss1ó.
Jesw mesmo é mero homem. Não ê Deus, pois Deua
não pode ser Umltado pelo corpo de um homem.

2 .4 . A contUfl"lOcão ela hlst6rta

A segunda vinda do .MessI .. porá tenno à sober&nla ele


Satanás e do mal, mas o mundo contlnuaré, transfonnado
em reJno do céu. AlIAs, esta transformação jã começou em
1960. quando os cPloneiros. moonlstas iniciaram sua obra.
Estes preparam a segunda vinda do Senhor, mediante ~
Jaç6es de Deus cem vezes mais lúcldas do Que o Novo Tes-
tamento. Jesus não voltará, porque fracassou. Todavia há.
perigo de que OS criBtAos se deixem obcecar pelo Novo Tes.
tamento e rejeitem o Senhor ou o terceiro Adão. como os
judeus, obcecado! pelo Antigo Testamento, rejeitaram Jesus
ou o segundo Adio.

3. A vida dos grupos moonlstas


Os membros da AUCM vivem em comunidades ~car1I­
rnA.tlcas., com ou sem habltacio comum. caracterizam.se
esses grupos por
a) wna Intensa vida comunltãrla, que atrai jovens ávi-
dos de amizade e carentes do carinho que a famUla lhes
deveria oferecer. Entre eles hã grande união afetl~ de
modo que dizem levar cvlda de famWa»j
b) uma vida de oraeio que vai de uma a duas horas
por dia, em estilo afetivo, sentimental e espontlneo; os oran·
tes falam sem parar - o que às vezes dá a impressão de
provir de certo ~encantamento~ e provocar «deslumbra·
mento.j
c) uma grande austerldade. A alimentação é, ·multas
vezes, pobre, e o sono craclonado» (das 2h b 6h lOaún da'
manhA. em alguns grupos). O trabalho é exigente, estenw
dendo-se por dezessei! horas dlArJas em alguns casos (quando
oficialmente leva apenas oito horas). Os clazeres. propr1a~
mente não existem, pois 8S horas Que serJam destlnadas •
-~-
44 ,PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 228/1978

isto são ocupadas por conferências e cantos. As conversas


particulares, ou seja, entre pe!JS()ti que já se conheciam ou
em grupos pequenos são Impossivels, porque um dos vIgilan-
tes da Sociedade intervém e as dissipa. As cartas dos moonls_
tas acs familiares são proibidas, ficando apenas permitidos
os cartões postais. As uniões conjugais são decididas pelos
dirigente, muitas vezes pelo próprio Moon,- baseado numa
una de cinco candidatos ou em um álbum de fotografi as;
d) esplrito ,missionáriO' muito ativo, principalmente
entre jovena: seminaristas, ReUgjoSAS, estudantes . .•
A ação mIssloné.rla ou propagandista desenvolvida pelos
pioneiros moonistas (que são meros ve!culos do pensamento
de seus chefes) nem sempre emprega tâtlcas honestas, mas,
ao contrirlo. recorre a lnverdades; Por exemplo,

- nos palses predominantemente cristãos, os moonistas


se apresentani como cristãos, quando na .verdade a mensa-
gem moonlsta não é cristã;
- apregoam o ecumenismo e a urgência de restaurar a
. UlÚdade entre as denominações cristãs. ao mesmo tempo que
deturpam sistematicamente as comunidades cristãs;
_ aflnnam que o clero católIco (às vezes mesmo citam
algum bispo) estA de acordo, com .. AUCM', ... . que tal ou
tal reunião moonlsta recebeu a aprovacão de dirIgentes cató-
licos, embora as pessoas citadas se tenham manifestado con-
trir1as ao Movimento.
O Animo prosellUsta leva mutos jovens a() estrangeiro
para ai implantarem a sua seita. Muitos .vão, pois. para os
Estados Unidos. o Japão, a Coréia do Sul e ultimamente para
. o BrasU. Verdade é que a seita de Moon tem sofrido a
recusa dos dirigentes cristãos de tal ou tal localidade . . . Dou-
tro lado, a AUCM restitui às suas famillas os jovens cuja
saúde esteja abalada.

4. Diretrizes polltlcas
Quem lê as publloaç6es da AUCM, tem a impressão de que
é uma. sociedade antlcomunista e pro-amerlcana de rótulo
religioso.
-536 -
______________~A~S&IT~~A~D~E~M~OO~N~____________ 6

Moon distingue apenas dois tipos de homens: os comu~


nistas e os cristãos (ou seja, todos os outros, qualquer que
seja a sua cren!j8. ou a lua filosofia). Para corroborar este
modo de pensar, cita duas passagens do Evangelho:
Ht '25,S2.s: o FUho do homem, no dia do juizo final , colo.
cará as 'ovelhas à direita, e os cabritos à esquêrda . ... DIreita
e esquerda, no caso, slgnlflcariam o mtmdo livre e o mundo
comunista.
Lc 28,3943: dos dois ladrões crucificados com Jesus, o
da direita, penitente, Significaria o mundo democritico. do
Qual os Estados Unidos sáo o centro; o da esquerda, endu·
retido no mal, simbolizaria o mundo comuJÚsta.
AUás, segundo Moao, foi nest~s dois textos do Evange..
,l ho que, em última anãl1se, tiveram origem os apelativO!
«direita_ e cesquerda, usados em linguagem poliUca; cf.
cChrlstianlsme en crise:t pp. 58-60. 194;
A salvação consiste em aderir à polItlca e aos Interesses
dos Estados Unidos, nação pioneira do campo direito e, por
isto, pioneira de Deus, para lutar contra o campo da esquerda.
Moon aplioa. 80S Estados Unidos o que a S. Esc:ritura .refere
ao povo de Israel: são o pais abençoado, no qual se refugia-
ram os puritanos, deixando sua tam1l1a e sua pátria, como
outrora Abralo ; Deus os protegeu e salvou dos ln1migos,
colocando-se do lado de George Washington, novo Davi, e
dos colonos americanos; depositou riquezas nas mias deles,
porque precisava de uma nação cristã poderosa "8 fim de ser
cseu instrumento para a salvação do mundo~. cO futuro do
mundo Inlelro depende da América do Norte: ·é a
"""'pei
de Deus e o milagre da hIstória moderna., diz Moon. Dos
Estados Unidos salrâ a salvaçio do mundo. Foi por isto que
Deus enviou Moan para 16.: cAmo a Deus, e Deus ama os
Estados Unldos:a. Sem d~vida . Moon reconhece que este pais
abJalmente está" cdeterIorado :t pelas drogas, pelo racismo,
pela delinqOênela juvenil, pelo divórclo, pelo ate:smo; sabe
que a juventude norte-americana se tem entregue ao mate-
rialismo. Não obstante, desenvolve um. programa bem defl-
nJdo e certeiro: julgam alguns observadores que Moon esta-
ria procurando congregar os elementos de uma futura brio
gada intern"aclonaJ destinada a lutar contra o comWllsm.o na
Coréia do Sul.
Pergunta-se agora:
-537 -
46 'PERGUNTE E Jt&l5PONDEREMQSIo 228/1978

S. Por que o ,>dto da AUCM?


Diante dos pronunciamentos e das atitudes dos mem-
bros da AUCM, muitos dos genltores e familiares de jovens
moonlstas contltulram na Fran~ a cAssociatlon pour la Dê-
tense des valéurs tamIUales et de l'lncUvJdu:t (Assoclação para
a .defesa dos valores da tamllla e do individuo). Têm em
mira lutar contra o totaUtarismo de Moon, apoiado em méto-
dos psicológicos que visam a submeter os incautos e despre-
venidos.
Todavia pergunta·se: como pode tão estranha e eclétlCll
mensagem atrair tantos jovens, prIncipalmente das classes
médias lntelectual.s!.
Ela u razões que maJs verosslmeis parecem:
a) o que os moonIstas o(erecem para começar, é ami-
zade. fraternidade, comunidade. A princípio, não falam de
doutrina; recusam-se mesmo a , responder a perguntas ati·
nentes a esta;
b) Para
multos Jovens de hoje, a fé consiste mala em
sentimento ou em atitudes afetivas do que em doutrina. Dão
mais valor à slnceridade do que à. verd8de. Pouco importa o
conteúdo de alguma mensagem; o que importa, é aderir a
determinada mensagem. Ora, dizem, entre os moonistas, como
entre as TestemWlhas de J'eová, os Pentecostais e outros
membros de seitas, encontram·se entusiasmo e calor humano
que, à primeira vista, não acham nas clâssJcas comunidades
orlstis;
' c) em contraparte, multas pessoas tAm a lmpresslo de
qúe na Igreja católica. a doutrina está vacilando; faltam gran-
des certezas ou verdades sólidas, ao passo que nas novas
comunidades, como a de Mo(m, há uma mensagem que parece
coesa, precisa, com incidências imediatas na vida de seus
adeptos (novas revela~oes. v1nda próxima do tercelro Adio,
posições poUUcas detlnhlas, etc.) . Ora o homem de hoje quer
certezas . . . , certezas, aUãs, que nio somente não faltam no
-Igreja Católica, mas são mais sóUdas nesta. porque Isentas de
fantasia puramente imaginativa;
d) os processos de recrutamento aplicados pela AUCM
são poderoSos: equivalem a condJclona.rnentos psicológicos do
AsmA DE MOON 47

tipo da lavagem de crânio e outros métodos dos regimes


totalitários, Tendem a impedir tanto e. reflexão pessoal quanto
o diá1ogo em pequenos grupos, tomando dIfiCU uma visão
objetiva ou um distanclamer,to crltlco. Acrescente-se a isto
a austeridade e o desgaste de forças fislcas ocasionados pelo
regime da AUCM; isto tudo faz do Moonismo uma eSCOla
que acaba por destruir as personalidades e produzir seres que
&ão joguetes de Idéias alheias. Muitos dos genitores de jovens
moonlstas observam que os seus filhos se lhes apresentam
como que drogados ou vItimas de encantamento, ou seja, pro-
fundamente transformados.
Na verdade, parece que os dirigentes moonlstas não exer-
cem pressão lislca sobre os 'avens para Que permaneçam na
seita, mas, sim, pressão moral : 8 quem manUesteo desejo
de abandonar a AUCM, os mestres suscitam problemas de
consciênda, apontando-lhe os sacrifícios que a seita f82 em
seu favor e a gratuidade que o beneficia. Caso descubram
dúvidas no intimo de algum membro da seita, mandam-no
para o estrangeiro, onde só lhe resta aderir mais flnnemente
ao seu grupo.
Estes dados contribuem para que o leitor possa conce-
ber a noção do que sejam o Moonismo e a sua ação nefasta,
que já se fuem sentir no Brasil.

BlbllOlratla :
AI6m das obra. de Sun Myung Moon. I' mencionadas à J) . 533. refe-
rimos

B. Polrler. La "et. 4. Moon, em "Elucl..... aollt....ptembre 1975,


pp. 211-2:18.

Â. Woodrow, em "le Monde" d. M03I75.

"OU'"t franco '· do Z/oe17S.

Fr. LombardJ. La .elta di Sun aI,...n; Moon • 11 proselltr.mo dell.


leite, em "La ClvlUà Callollca" 3044, 1B/0.4/77. pp. 160-169.

PA 212/1917, pp. 353--3&3 (o Moonlsmo).

Estêvio Betle.OOort O. S. B.

- 539-
livros em estante
Mor.1 do .mor 8 da ..xu.lldada, por Marciano Vldal. Ttaduçlo de
Isabal Fontes Leal Ferreira. Ed. Paulln.s, Slo Paulo 1978, 1-45 x 210 mm.
041Z pp.
O .utor , 14c8rdole redenlorlst. e plofeuor unlversltArlo. Oterece-nos
um gtruso volume sobre delicado UJu nlO, reconhecendo que nlo se Iral.
de obra d.llnlllll", mil, 11m, da um convlt. 80 diAlogo comum entra m~lcos,
p siCÓlogos, Sociólogos 8 'e6logos (cl. p. 5). Ao leitura da t.l estudo li om
a lilulos dIversos:
- O .ulor a pta" " 'a um. boa IntroduçAo hll lOrrt:a a b lbllca, na qUI'
mostra a evoluçlo de carlOS concel1os da Moral SIIxual:
- M, VId.1 prop6tl um. 'lIdo antropológlc. que procura In18g ra r I
.exualldade • O .mor dentro do conlunlo da pessoa humana;
- O ,ulor conhece bem o pensamento lIIo.6l1co moderno. AssIm
propicia ao leitor I oCllllo de locallzar numerosos elemanlos das dAnelo
humana. cont.mport.n•••.
O. maneira geral, M. Vldal • lIel ao pansamenlo da Igreja. Critica,
porém, aulor.. dI dculol passados por nlo larem levado na devida conla
a p8uoa humana, que pOllul ligo de subjetivo e mlalerloso enio S8 radU%.
ellcluslvamenle a fenômano s biológicos. ~ . • luz do personalismo esslm
conc'bldo que M. Vide. ,nallal, por exemplo, o fenômeno da mulurbaçlo
(distinguindo acertadamente diversos IIpos de masturbaçlo, nem todos Igual·
menle graves) a.. lm como o coslume, cada vez mal. difundido, das rale.
çõu pré-n!atrlmonlals : cl. pp. 327·381 . O pen~menlo do lutar nlo li mullo
claro em s, Ir.'ando de"., último ponto i preconiza a crlaçlo de nO'lu
"lnalltuclonallzaçOes" para o amor p'é-melrlmonlal ou de um cetecumenato.
mala Jurldlco a oficiai do que o atuei, para o m.lrlm6nlo. "Se s& admltlsaem
fOl1llas Instltuclonlllzadu Inlerlores ao matrimônio, pooer"I,la pensar na
!lce ldade das relaç6es sexu.l, pr"",atrlmonlals. Anl" do malrlm6nlo, exls·
tlrram oulr.. forma. mediante .s Qual! • sociedade civil e rellgloe. reconhe.
earla O emor plano a total 8nue os\ nolvos" (p. 381,).
Ora ..t. proposta de M. Vldal nlo é lúcida : equivaleria ao casemento
gradativo, da qUI se IAm 'alto 8l1parl6nclat. moralmente InfaUzM, na FranÇl,
• em oulro. pIIIIII? O filo é Que, de um lado. M, Vldal condana l i rela·
ç6e. pré-matrlmonlal., d..fazendo os argumenlos Que geralmenle :elo apra·
senlados em favor da mesma, (cf. pp. 314·380); doulro lado. por4m.
aprtlgoa algo que parece, por outra via, Que,.r levar a lagltlmar as relações
pré·matrlmonlal • . lendo I.to, lembrama-.nas de que o aulor nlo tencionou
dennlr sentenças, m.., 11m, provocar o. colegll ao dialogo., .
JuloamM, a1l6. , Que. con,ldaraçlo de dlmenslo pessoal do ser humano
é Importanla, pol. o homam nlo • mero enlma' redutlvel la sua II, lologla.
Todavia nlo ••ul1clanta PI,.. •• avaliar a moralidade dos aios humano.:
quer·nos parecer Que • dlman. lo paraonall.ta fem algo de .ubJellvo a
vago, pois o desabrochamento de uma parlonaHdade pode 'er entendido
de manalras dlvers .. ou me.mo conlradlJ6rfas; em parte, .10 os critérios
biológicos qua dlsalpam O aUbJetlvlsmo ou Individualismo e fundamentam o
que .e chama "a la' nl' ur.'" e uma moral universal.
Recomendemos, poIS. o livro 80S estudiosos que daseJam refletir sobre
o problema moral em luas facela. mala. lIual •.
E. a,

- 540-
PREZADO ASSINANTE,

NÁO HÁ QUEM IGNORE OS ELEVADOS INDICES DE


INFLAÇÃO MONETÁRIA POR QUE PASSA O BRASIL, JÁ HÁ
ANOS ... APESAR DISTO, A NOSSA REVISTA TEM PRO-
CURADO, DE CERTO MODO, IGNORAR TÃO VIOLENTA
SUBIDA DO CUSTO DE VIDA, ELEVANDO MUITO MODICA-
MENTE O PREÇO DE SUA ASSINATURA ANUAL. ASSIM
PROCEDEMOS PORQUE NÁO TEMOS OBJETIVOS COMER-
CIAIS. EIS, POReM, QUE NESTE MOMENTO JÁ NAO NOS
~ LICITO FECHAR OS OLHOS Á REALIDADE, POIS ISTO
SERIA MORTAL PARA O NOSSO PRo TIVEMOS, POIS, QUE
FAZER UM ORÇAMENTO MINUCIOSO PARA 1979 . . . EM
CONSEQO~NCIA, EVIDENCIOU-SE QUE, SE PR NAO QUER
SAIR DE CIRCULAÇÁO NO PRóXIMO ANO, DEVE COBRAR
CR$ 180,00 (CENTO E OITENTA CRUZEIROS) POR ASSINA-
TURA ANUAL.

~ O QUE LHE COMUNICAMOS. CERTOS DE SUA CAPA-


CIDADE DE COMPREENS}l,O. CONTAMOS, POIS, COM A
COLABORAÇÁO DE V . S . E OUSAMOS AINDA PEDIR-LHE
QUEIRA DIFUNDIR PR, OBTENDO-NOS NOVOS ASSINANTES.
'V. S . PODERÁ UTILIZAR O VERSO DESTA FOLHA.

GRATOS,

DI REÇÃO E REOAÇAO DE PR
AMIGO, SE ESTA REVISTA LHE E OTIL, AJUDE·NOS A DlfUN·
OI·LA PARA QUE OUTROS SE POSSAM DELA BENEfiCIAR. SABEMOS
QUE MUITOS PROBLEMAS SÃO TAIS UNICAMENTE POR FALTA DE
RETO EQUACIONAMENTO DOS RESPECTIVOS DADOS.

QUEM CONSEGUIR CINCO ASSINATURAS NOVAS. TERÁ DIREITO


À SEXTA ASSINATURA GRATUITA. QUEIRA, POIS, DESTACAR ESTA
FOLHA E ENVIAR·NO· LA, PREtiNCHIDA, COM O NUMeRARIO COR·
RESPONDENTE.

ASSINATURAS NOVAS
ti Nomel _________________________________________

Endereço complclo : _ _ __ _ ._ _ _ ~ ______ .

---------
Enderece completo , _M_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ M _M _ _ _

_ _ __ _____ •_________ __ .H __ H.___._. ___ •________ _

J J Nome: ___ ._ _ ._. __________ .H_._.__ .___._.H_.___._.. __ .H.H. ___.H


.
Endereço complelo : __ . _____________ . __ . _______ _

41 N.mo, __________ . _ _

Endereco calnplelo I _.

- - -----
5) Nome , ____________________ .___________________

Endereco com pleto , __________ .

------ - - -_ ._--
ASSINATURA DE CORTESIA
Nome; ____________ _________ ._ _ _ __ ._.__ H_._
Endoreco complelol _ _ _ ____ _ _._ _ _ .____ _

Doador , - --------------
íNDICE 1978

..

ERGUNTE
e
Res ponderemos
CONFRONTO
INDICE 1978

(Os nó'meros i dlreHa Indicam rtspectlvamentc IILSe!cul(), uno


"e edição e pagina).

- ABESC: V Encontro Nacional 220/19'i8, p . 363.


ABORTO e a lei do Bra.sU .... • •.• •• ••••.••• • •. 225/l978, p. 363;
sentimental • ....• .... . .. ..... ....• . . , . 225/1978, p. 369:
terapflltlco .... • , . .... ...... ....•.. .. 225/ 1918. p. 367.
ABSOLVIÇAO COLETIVA: abusos ., .. . .. . . . ,. 223/ 1918, p. 293.
AGOSTINHO (SANlO) E O PAPA ZOSlMO . . 222/ 1978. p. zss.
.ALEXANDRE VI, PAPA, e crise! do Papado .. 222/1978, P. 259•
ALMA HUMANA E FECUNDAÇAO ARTIFI·
CIAL ..... ...... . 0. 0 • • 0. 0 0 .0 . . . . . . . . . . . . .. . 226/ 1978. p. 412;
Ê ESPIRITUAL .......... . 226/1978, p. 428;
VEGETATIVA, SENSiTIVA
E lNTELECTIVA .•. • •.•• 226/1978, P. 424;
IMORTAL . ......... . .... . . 2Z1/1978, P. 475.
JU.ttRlCA LATINA : dlstrlbu!çll.o , do clero .. . _, 225/ 1978, p. 398;
reunlOes do eplseopado .. . 225/1978. p. 389.
ASTROLOGIA: que 61 ..... 0.0 • • • ••• • • 0.0 •• " 217/ 1978. p. 33.
ATEUS MILITANTES NA RÚSSIA ..... ..... . 22111978. p. 205.
ATLANTIDA: existiu? .•..• .•• . •. • ...•.•• • ..•• 224/ l978, p. 348.
A .U .C .M. (Moonlamo) 228/1978, p . 531.

B
• • 'O{ , ~~'1

BAHA'I : crenças e hlstónco ...• ••.• .. •.. . .•... 218/1918, p. 70.


BATISTAS e salvaçlo eterna .. o , ' . .. ....... , .. 227/ 1978. p. 467.
BEBt·PROVETA .. ..•........ ..•.. ........•..•. 226/ 1978. p . 407.
BENS DA SANTA SÊ: controvérsia recente . .. 226/ 1978. p . 444.
BERMUDAS, TRIA.NGULO DAS •.• .. •• • .... .. 224/1978, p. 335.

-544 -
lNDlCE DE 1918

BIBLIA: autentlc:ldade do tcxto ••..•..••••••••• 22811978, p. 495;


e programas revoluclonArlos ..... ... . 219/ 1978, p. 120.
BlORRITMO: que t! ................ . .... .... . 22Bl1978. p. 520.
BROWN, CASAL, E BEBt:·PROVETA .. .•. . .. 226/1~ p. 407.
BVLTMANN. RUDOLF, E DEMITIZAÇA.O 219/ l978. p. 97.

c
cCARTAS DA PRISAO" de Frei Betto •..••••. 21811978, p. 82.
CARTAS DE SÁO PAULO: autMItlcldade do
texto .• ••• •• ••• ....•••.• • •....•. . .•.. . •. •.• 228/1918. p. 500.
DA URSS: Testemunhos crlstAos ... 22lJ19'l8, p. 193.
CASAMENTO DE CRISTAOS QUE PERDE-
RAM A F&: ......... ..... ..... ........... . 223/l9'18. p. 300.
GILDA DE ABREU .... . 217/1978, p. 36.
CATóLICOS E COMUNISTAS NA ITÁLIA ..• 218!l978, p. 86.
CELEBRACÃO COMUNlTARlA DA PENI'l'SN·
CIA ............................ . .. ... ... . . 223/ 1978, P. 291.
CLONE HUMANO (En~enharla Genética) • •.• 226/l9l8, p. 419.
CONClLlO PAN.()RTOOOXO E DATA DA
PASCOA •••••... . .• . •••••• ..••. •••••••• . •. 218/l.978, p. 6L
CONFERÊNCIA DO EPISCOPADO LATlNQ.
·AMERICANO EM PUEBLA .• .••• •.•• •••. =l9l8, p. 389.
CONFER.WctA (.I) GERAL DO EPISCOPADO
DA AM&RICA LA TINA, NO RIO . • .......• 22!1/l9l8, p. 39L
. CONFEMNClA (lI) DO EPLSCOPADO DA
AM.truCA LATINA. EM BOGOTA ••..... .. 225/ 19T8. p. 392.
CONFISSÁO E ABSOLVIÇAO NA Cf:! ERRA·
CAO OOMUNru.RIA .. ... . .. .. ..•• .. . .... • 223/19'18. P. 291.
«CONTATOS IMEDIATOS DO TE~ÇEIRO
GRAU, _ l.Ume . .... . ..... . •... . ..... . .•. 225/1978, p. 3"99.
CORPO E ALMA: dlsUne:uem·se? . .••...... .. 226/ 19'78, p. m.
CRIATIVIDADE E ESPONTANEIDADE NA
LITURGIA .. . . .... . .... .. . ......• • .. ... ... 228/19'18, p. 508.
CRISTAOS E MUÇULMANOS NO EGITO .••• 220/1978, p. 143.
SOCIALISTAS: origem e programa 219/ l978, p. 109.

-545 -
~ _ ___ __ .• _ __I~I?ICE DE 1978

CRISTIANISMO E MARXISMO: oposlrâo C dlâ·


101'0 ............ . ....... . " ........ . . . .... . 218/1978. p. 86 ;
210/ 191$, p. tOa;
NA HÚSSfA SOVrn'l'ICA .. .. 221/1978 1'. 2M.
CR1TICAS AO PAPA: fatos hlstórl oos 222/ 1975. p. 2 51.

D
DESEJO NATURAL DE UMA VIDA SEM FIAI 227/ 1978. lI. ·17S.
DIVORCIADOS que se casaram de novo .... . . 223/1 978. p. 301.
DIVÓRCIO: a nova legislação . .. . . . ..... . .. . . 222/ 1978 , p . 231 .
D1ZlMOS: histórleo e Implantaç.l!.o .......... . . 223/ 1978. p. m.
DORES DE PARTO ATRIBUíDAS A MARIA 22Vl 978, p . 190.
DUOKO, DMITRIJ, e resis tência cristA 22J/1978 . P. 204.

E
d: . ..• - peca teatral de MlJlor Fernande.!j; 223/197S, p . 305.
EDUARDO DE MOURA CASTRO E R EENCAR·
NAÇÃO .. .• . •. . ...•.• .. • .. ... • .•..•.. • ... . 21'7/ 197B. p . 41.
EDUCAÇAO SEXUAL N AS ESCOLAS ..•. ••• 2'l7/197S, p . 457.
EGITO E CRENÇAS REUGIDSAS ........• . •• 220/l.978. P. 144;
E PlRAMIDES •.. .. . . . .. •. .......•... . 217/ 1978. p . 18.
cELOfUM.: lJao blbllco • . • ....... ••. ... ••. •. . .. 217/ 1978, p. 13..
ENCENHARIA GENtI'ICA E CASAL BROWN 226/ 1978, p. 407.
EP1STOLAS PAULINAS: autenUcldade do texto 228/1978. p. 500.
ERICH VON DANlKEN= teses próprias ..... . 217/1978, p. 12.
ESPIRITISMO E REENCARNACÃO . ......••• 217/ 1978, p. 36.
ESPlRITO E ALMA : Que silo'!' .. . .... . ...... . 226/ 1978, p . 423.
ESPÓRTULAS 00 CULTO: origem e .sIgnificado 220/1978, p. 165,
223/ 1978, p. 282.
ESTADO PONTrFtClO : história .. ... . ... . .. • . 226/1978, p. 'il36.
cE U FUI TEST'EM UNHA DE JEOVA. - livro
de Go'nther Pape ••. 221/1978, p. 215.
EVANGELHO A LUZ 00 MARXISMO •.•••• •• 219/ 1978, p. 12L
EXEGESE BJBLICA: es colas contempor4neas 219/ 1978, p. 95,

-546 -
tNDlCE DE 1m

F
FECUNDACÃO ARTIFICIAL: ex~rtfncl.. mo-
demas . . .. . . .... . . .. . ................... . . . 226/ 1978, p. 407.
FEMINISMO HOJE ~ ........ . .... .. •......... . 22311978. p. 308.
Fn..oSOFlA E HISTORIA . . . .... .. ...... . .... . 227/ l978, p. 482;
DO HrnDU1SMO •.••.••••••.. . • . .. 219/ 1978, p. 130 ;
- IV SEMANA INTERNACIONAl.. .. . . . . . . •... 218/19\8. p. D2.
FIUC: XIl A.sC!mbl~ln (j(l'rn} (I!l78) 227/ 1978. p. 4tI6.

G
Gl;NIOS E ESPIRITISMO m l1918, p. 44.
GILDA DE ABREU E REENCARNAÇAO 220/ 19T8. {l. 1'74.
H
HABITANTES EM OUTROS PLANETAS 211/19'78, p. 21:
225/1978. p. 401.
HERMENÊUTICA MODERNA .. .. . •. •.•• . . • .• 2l9~197.s. p. 99.
HINDUíSMO .E PANTElSMO ., . ...• . . . , • .. ". 21911918, p. 128.
HONO~O I, PAPA, E INFALlBlUDADE .. . 222/l978, p. 2S6.
HORóSCOPO: Que- é? ................ .. ..... . 217/ l.978. P. 33•


IGREJA E DlRElTOS HUMANOS 220/1918. p: 150;
- povo de Deus e Sacramento . .... . 220/ 1978, p. 162.
«.IGREJA CA) E O REcoNHECiMENTO OOS
DlREITOS HlJ'MJ\NOS NA HlSTORIAJ -
llvro de t.L Lepargneur .. ..•. .. .. . . • ....• . • 220/ 1918, p. lSO•

.
.IMORTALIDADE DA ALMA H Ulr.1ANA • •••••
mFAIJBUJDADE PAPAL E FATOS HISf'O.
227/ 1918, P. 475.

RICOS ••• . ..•. . . .. .•.••. .• .• , •••••• •.. . .... 222/l978, P. 25L


niQUISlCA.O ESPANHOLA ......... . ....... .. . 22011978, p. 1M;
:M:EDIEVAL . ........ . .... . .....•• 22O/l.978. p . 152;
ROMANA •.. •. ... • .. • ••••••• • ••• • 220JU78, p. l.54.
INTENÇOES DE MISSAS: IúltÓrlCO, e Direito .• 22011918, p. 164.
INVESTIDURAS LEIGAS E SIMONlA . .. . .. . . 222/ 1978, p. 259.

-547-
_ _ _ _ _ _::.IN;;D=ICE DE 1978

J
. cJEOVÁ>: orlam!. do nome •. ....••. . , •......• 221/1978, p. 225•
'CoJESUSa - Uvro d~ J .E . M . Terra, g ,J. 0. 0 •• 219/ 1978, p. 95.
JESUS msTORlCO E J. DA ~ . ........ , __ ,. 219/ 1978, p . 106:
CRISTO &eeundo H. KUnc .....•....... 219/ 1978, p. 106.
cJESUS DE NAZAU. - lIIme de ZeUireW •. 221/1978, p. J!T1.
JUSTlCA E RETRIBUICAO PóSTUMA 227/ 1.918, p. 479.

K
KUNG, H : cSEJ\ CRISTAO. 22Jjl.978. p. 275.

L
LATRÁO: Tratado e Com.'ordata ... .. . . ...... . 226/1978, p. 439:
LEl 6.515: dlv6rclo .. ......... . .. . ..... ...... . 222/1978, p. 238.
LIBERDADE DE ARB.tI'ruo ~ ESPlRlTUALI·
DADE ..• •.. .. .••.......•..•......• •. •..... 226/1978, p. 431;
E BIORRITMO • 228/ 1978, p. 528.
LITURGIA: .bulo. 228/1978, p. 508.

M
MALAQUIAS (SÃO) E ~PROFECIA.S. . ..•.•.. 227/ 1978, p. 453.
MARIA E DORES DO PARTO . ......... ... .. . 22111978. P. 190.
MARXISMO NA A.ltmRlCA LATrn'A o •• ••••••• 219/1978. P. 109.
MEDrrACA.O TRANSCENDENTAL: quo 61 ". 219!1978. p . 128.
CRlST.l: como! . .. . ...• ••.•..•• 219/ 1978. p . 1M.
MEMORIAS DE UM SACERDOTE RUSSO •. 221/l.978, p. 204.
MENINO s.uno E REENCARNACÃO •...... 220/ 1978. p. 1~4.
METODO DA HISTOJUA DAS FORMAS : que 6? 219/ 1978, p. 9~.

MI:'I'ODOS DE MEDrrACAO CRISTÃ: exemplos 219/ 1'978, p . 133.


cMILÁGRE NA BIBLIA. O QUE ~. - lJvro de
AUona Welaer • .•.. ...•.......•....... . . . .. 224/1978. p. 319.
Mn.AGRE: noçAo teol6i'lca .. ...... . •...... .. 224/1978. p. 427.
MISSAS cCOMUNlTARIAS, E ESPóRTULAS .. 220/1978, p. 161..

-548 -
lNOICE DE 1978 !l7

MOON E MOONISMO . ...... . . . ............. . . 228/1978, p. 531 .


MORAL NOVA E SUBJETIVISMO .. .• . . . .•.. • 22.5i1978. p. 375. ·
MUNDOS HABrrADOS : polslbUldade 21711978. p. 21.
2251l918.p. 4.0L
N
NOSTRADAMUS : <profecias» 2111l.9'78, p. 23.
NOVA 'HERJolE:N':tUTlCA •• .. ••• • • •••••••••••• • 219!1918. p. 99.
NOVO TESTAMENTO - cO MAIS IMPOR·
TAN'l'.a:; t: O AMOR. ....•.•• . .•.••• ... ..• . 218/1978, p. 63;
- variantes do texto
trrelO o •••• • • •• • ••• 228/l978. p. fK!3.
cNOVOS FlLOSOFOS~ 217/l.978, p. 3.

o
• c.0 MAIS IMPORTANTE Ê O AMOR~, ed. do N. T. 21811979, p. 63.,
ORACAO COMUNITARlA: abusos . . . . .... • ... 228/1978. p. 514•.
ORIGEM DOS EVANGELHOS 219/1978, p . 95.

PAPA . IN~AUVEL : .em que lenUdo"! . . • • . ... 222/l978, p. _252.


PAPADO: Criticai do • .••. •••••••••• ••• . •• .•.• 222IJ.978, p. 251;
poder temporal . . .. .. •. .•. .. .•.•• .. . • 226/1978, P. ~ .
PASCOA: data fixa? .. .. . .... . . . .. . .. ........ . 2l8Il978, P. Sl.
PAULO RESISTIU A PEDRO (01 2,ll) 0.0 . . . . 222/l578, P. ....
cPECADO: O QUE 1; h - Uvro de Ambroslus
Karl Rui .. ,' ••. . . 225/l978, P. 373..'

Pm.AM1DES DO EGITO: mlItúlo1 .. .. .. .. .. " 217/1978, P. '1&


PLATAO E A 'ATLANTIOA .. ... .. .. . ... .. .. . 2241l978, p . 350.
cPODER DO SUBCONSCIENTE» - Uvro de
Joseph Murplty • _• . ••.. •• ..• • .. • . •. . •.• •• . • 222l1978. p. 263 .
cPROFEClAS,. DE NOSTRADAMUS .. . • • . .•... 217/1978, P. 23j
DE SAQ MALAQt1IAS •• • • •• • • • 227/ 1978. p. 451.
PSIQUIATRIA li: lOWLOGIA NA U.R.S. S ... 22l/l97S, p. 197.
PUEBLA . E r::PISCOPADO LATINO-AMERI-
CANO ......... .. .. ...... ......... . .. . ... .. 225/ 1978, p. 389.

-549 -
68 INDICE DE 1978

QUARTODEClMANOS E DATA DA PÁSCOA 222/1978. p. 2M.

R
REENCARNACÃO: caso de Eduardo Caslro 21711978 p. 41;
caIO de Gilda de Abreu •.. . . .220/1978. p. 114.
_RIQUEZA_ 00 VATICANO 226iI918, p . 435.

s
cSACEROOTES PARA A UBERTACAO, 219/1978. p. 113.
SADAT EM JERUSAUM .....••... . .... _,_... . 220/ 1978, p. 147.
SALVAÇAO ETERNA DO CRENTE ......... . 227/ 1978. p. 466.
cSAMlZDATJ, REDE DE INFORMA COES .. _.. 221/ 1978, p. 19<1.
Sl:CULO X, ~eulo (de ferro. . .. ............. . 22211978. p. 258.
SEITA DE MOON ............... . ..... , •..... 22SJ1978. p. 531.
SEMANA (IV) lNTERNACIONAL DE l>~ILO·
SOFIA .. . ... .. ......... . . . •. . ...o ••••••••• 218/1978. p. 9'i.
cSER CRISTÃO. - Uvro de Hana KOnll ... .. . 223/1918. p. 2"15.
SIMONIA E lNVESTIDURAS LEIGAS . . •. •.. 222/ 1978, P. 259.
SOCIAlJSMO MARXISTA E CRISTAOS • ,_ .. 219/ 1978, p. 116.
SOFRIMEN'TO E REENCARNACÃO , . ... . ...• . 217/1978. p. 42.
SUBCONSCIENTE: seu potencial . ", . ........ . . 222/ 1978, p. 253.
SUN MYUNG MOON 228/1918. p. 531 .

T
TAXAS DO CULTO •.. .• . ..• .. . . , • •. .. ..• . ..... 223/1978, p. 288.
TEOLOGIA' FUNCIONAL OU ECONO~UCA ... 219/ 1978. p. 104.
TESTEMUNHAS DE J EOVA: quem do? •• , .. 221/1.978. p. 216.
TEXTO ruSUCO: aulentlcldade .... . .... . .... . 22811978, p. 495.
TORTURA E PENA DE MORTE NA IDADE
Mt:DlA •••••• •• ....••. ..• ...••• •• ....•..... 220/ 19J8. p. 159.
TFUANGULO DAS BERMUDAS: mlst~flo? .... . 224/1978, p. 335-
THtIRlAN. MAX. E UTURGIA ...... . . .. . ... . . 22&11978, p. 516.
-550-
lNDICE DE ma .... __ ... _..... _-"
v
VATICANO : crlquezuiO
VIDA ETERNA E VWA lNAMlSSlVEL
(Batlltas, .•....•..•.••....• ..•... .• •. •..•. 227!1978. p. 47L
VIDA VEGETATIVA, Sl;NSITIVA E mTELEC·
'.L'IVA : Junçoes ••. . •. .• . ...... •..•. ...• . . •. 226/1978. p. f24.
VIRGINDADEs RE'l'ORNO A •••. •.. •..• • •.••. 223/lS18, p. :no.
VON BRAUN, WERNER, E IMORTALIDADE
DA ALMA 220/1978, P. 117.

EDITORIAIS
A FIM DE QUE O MUNDO CREIA ........ . . 22'7/ l978, p, 449,
AMOR À VERDADE . •• . •. •. .••.• ••• ••.. ..•.. . 2201l918, p. 14L
CORA CEM E COEIttNCIA ...........•• •.. . .. 228/1978, p, 495-
«HABEMUS PAPAM! ,. •. • ....••..•....••.•.••• 226/1978, p, 405.
c.HOJE, SE OUVIRDES A SUA VOZ ,. ,1I
(S1 94.7) •.••••...• •....... •.• ••••••••••••• 223/1978. p, 273,
NATAL E O MISnRIO DA IGREJA ..••.... 217/1978, p. L
O c.ABSURDO» CRlSTAO .............. .. .. ... . 219/1978, P. 93.
OS ASTRONOMOS E DEUS .. .... . ..... .. . .. . 224/1978, p, 317.
PAULO VI. O PAPA DO DIALOGO .... ..... . 225/ l978, P. 361.
PEREGRINO DO ABSOLUTO . .. ... .. . ...... . 221/1978. P. l.8S.
PESSIMISMO OU OTIMISMO? . .•. . ..•..• • ... 218/1978, p. 4.9.
TEMPO DE VIOU!NCIA .....••...... .. .. •.. .. 22211978, p . 229.

LIVROS APRECIADOS
AGUIAR, A.A . - JOGRAIS EVANGÊLlCOS
PARA CATEQUESE; 00 l' GRAU o..... . 221 / 1978, 3~ copa:.
ARENHOEVEL, Ole,o - ASSIM SE FORMOU
A BlBLIA. PAttA voce ENTENDER O
ANrIGO TESTAMENTO ................ .. 222/1978, p. 272.
BACH, J . Marcos - SENTIDO ESPIRITUAL
DA SEXUALIDADE .. "................. . 226/1978. 3· copa..

....... 551-
INOICE DE 1978

BAU..AR1NI, Teodorico P. - INTRODUCAO À


BlBLIA COM ANTOLOGIA EXEGltTlCA.
VoL U/3: Proletlsmo e Proletas em geral
- l!lalas - Jeremlas - LamentacOes -
Banac - Carta de Jeremias - Ezequhtl . . 220/ l978. p . 1St.
BA'ITAGUA e outros - COMENTARro AO
EVANGELHO DE SÁO MARCOS •. . ..... 226/l978, 3' co.pa.
BATI'ISTrnI. Fr. - A IGREJA DO DEUS
VIVo. Curso blbUco POPular sobre a ver-
dade ira Igreja .. _ . . . .. .. _....... _.• _. . . .. . 223/ J978. 3' capu..

BENETT, Santos - SALMOS. VERSO E RE·


VERSO •..... •. . .. , . "" . , . . . .. • • , .,. .. . . . 224/ 1978. 3- capa..
B'WF Clodoy1s - TEOLOGlA E PRÁTICA.
to
T LOGlA. DO POIJTlCO E SUAS ME·
DIAçoES .•. • .... . ..••. • .....• . • . •. .. . ... . 224/1978, p. 358.
CARAM. Dalto _ VIOL:E:NClA NA SOCIE·
DADE CON'PEMPORANEA . . • . •. . .. . . .. . 221Jl978, a- capa.
COEU:lO DE SOUZA, José - o SANGUE
PELA JUSTICA. PADRE JOÃO BOSCO
PENIDO BURNmR, S.J. . .....•. •. ... . • . 2Z1/1978, a' capa.
CONSELHO INTERCONFESSIONAL PARA A
EDUCACAO RELIGIOSA (CIER) - EDU·
CACJ,.O RELIGIOSA ESCOLAR. ROTEI·
ROS DE AULAS DO 2' GRAU .. ... . •.... 221/1978. p. 227.
cousm, Hugues - O PROFETA ASSASSI·
NADO. HISTORIA DOS TEXTOS EVAN·
GtUCos DA P.AIXÃO .. ........ ....... . 223/l978, P. 314.
DODD. C.H. - A INTERPRETACÃO DO
QUARTO EVANGELHO . . . .. .... . . .. .• , . . 22:4/ 1978. p. 360.
DUQUOC, ChrlsUan - CRlSTQLOOIA : EN·
SAIO DOGMATICO. Vo1 1: O HOMEM
JESUS •. . . ..•. • •......... . • .. ... .. . . .. . . .. 217/ 1978, 3' capa.
DEUS 't COMU·
GOMES, Cirilo Fo1ch. aSB -
NHÃO. O COfllCEITO MODERNO DE-
PESSOA E A TEOLOGIA TRINITÁRIA .. 227/ 1978, JI. <IJ89.
GONZALEZ·BALAOO, José Luis - O DESA-
FIO DE TAlzt. Ir. ROGER ...... .. ...... 224/1978. JI. 360.
.GRlNGS. Dadeus - VITALIDADE DO CRIS·
TIANISMO NO Si:CULO XX .. . . . ..... _. . .222/l97S, P. .27L
GRUEN. Wolfgang - O TEMPO QUE SE
CHAMA HOJE. UMA INTRODUÇAO AO
ANTIGO TESTAMENTO . ....... ..... . .. .. 221/1978. p. 221.

- 552-
INSTITUTO DIOCl:SANO DE ENSINO SUo
PERIOR DE WORZBURG - TEOLOGIA
PARA O CRlSTAO DE HOJE. Vol 5: A
VIDA NA F.t . ..... ....... ..... .... .. . .. . 223/ 1978. p. 315.
JEREMIAS, Joachlm - A MENSAGEM CEN·
TRAL. 00 NOVO TESTAMENTO . . •. .... 219/ 1918, p. 14D.
LAMBIASI. F . - AUTENTICIDADE lUSTO-
RICA '005 EVANGELHOS . . .. . . ..... . . .. 223/ 1978, p. 31S.
LEBRETON, Jaeque$ - CJ::GO E SEM MAOS 227/ 1978, p. 489.
LEMONNlER, A .M . - CARTAS A UM CON·
DENAOO .... . ...... ... .. . ...........•. . •. 227/ 1978, P. 490.
LOHFINK, Gerho.rd - AGORA ENTENDO A
BlBLIA. PARA VOCf: ENTENDER A CRI·
TICA DAS FORMAS .............. .. ..... 222/1978, p. 271.
MARITAIN. Jaeque$ - PROBLEMAS FUN·
DAMENTAIS DA FILOSOFIA MORAL .. 22411978, p. 359.
MESSORI, Vlttorlo - HIPOTESES SOBRE
JESUS ... •.. ....... . .• . . . .... •. .... ,.... .. 227/1978, p. 489.
MESTERS, CarlOl - ABRAAO E SARA .. .. . 222/1978, 3" capa..
MIRANDA, MArio de Franca - SACRAMENTO
DA PENrrt:NCIA. O PERDAO DE DEUS
NA COMUNIDADE ECLESIAL . ..•. ,.... 225/1978. 3" cape..
MOODY Jr., Raymond A. - A VIDA DEPOIS
DA VIDA .•• •••..•. ..•••••.... • ....•.. ,. . 227/ 1978. 3" capa.
RAHNER, Kar1 - ' O DESAFIO DE SER
CruSTAO , ... ", ....... . . .. , . • ,.... .... . .. 220/ 1978, p. 184.
RATZINGER, Joseph _ OOGMA E ANUN·
CIACAO .. .. .............................. 219/ 1978, P. 140.
SCHMAUS, Mlehael - A n DA IGREJA.
Vol. li: CRlSTOWGlA, SecA0 .2 : JESUS
CRISTO . .• , •• ••. . ............ , • •••. .. ,. .. 217/ 1918, 3" capa.
SELLIN, E, e FOHRER. G. - mTROOUÇ'AO
AO ANTIGO TESTAMENTO. Vol. I : LI·
VROS HISTÓRICOS E CÓDIGOS LEGAIS 222/1978, p. 272.
TRUIILLO. D. AUonso Lopez - UBERACA.O
MARXISTA E LlBERACAO CRISTA.... 21911978, 3" capa.
REVISTA cPARAPSICOLOGIA E PSICOTRO·
NICAJo Ano 2 _ N· 3 . . .. , .. . ........ ,.. 220/ 1978, 3' capa.
SUPLEMENTO DE cO DOMINGO.. - BIBLIA
GENTE, Scmlnlrlo para Circulo ! Blbllcos 226/ 1978, a· capa.
VIDAL, Marciano - MORAL 00 AMOR E
DA SEXUALIDADE ........... .. , .. "".. 228/1978, p, ~.
"NOSSO SALVADOR. AMADOS FILHOS, NASCEU HOJE;
ALEGREMO·NOS. NÃO PODE HAVER TRISTEZA QUANDO
NASCE A VIDA; DISSIPANDO O TEMOR DA MORTE, ENCHE·
·NOS DE ALEGRIA COM A PROMESSA DA ETERNIDADE.
NINGUaM ESTA EXCLUIDO DA PARTlCIPAÇAO NESSA 'FEU·
CIDADE ; A CAUSA DA ALEGRIA é COMUM A TODOS POR·
QUE NOSSO SENHOR. AQUELE QUE DESTRói O PECADO
E A MORTE. mo TENDO ENCONTRADO NENHUM HOMEM
ISENTO DE CULPA. VEIO LIBERTAR A TODOS. EXULTE O
JUSTO, PORQUE SE APROXIMA DA VITóRIA. REJUBILE·SE
O PECADOR. PORQUE , OONVIDADO AO PERDAO. REANI·
ME-SE o GENTIO, PORQUE f: CHAMADO A. VIDA I"

COM ESTAS PALAVRAS DE SÃO LE.lO MAGNO (t 461).


DESEJAMOS AOS NOSSOS AMIGOS A ALEGRIA E AS GRA·
ÇAS DE SANTO NATAL. PENHOR DE PRóSPERO 1979.

PR CONTINUA A DISPOSiÇÃO DE SEUS LEITORES


PARA SERVIR-LHES DO MELHOR MODO POSSIVEL E CONTA
COM A COLABORAÇÃO DOS MESMOS NA DIFUSÃO DA
SUA REVISTA.

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