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PODIA SER PIOR

A escolha de Antonio Aras para chefiar o Ministério Público Federal demonstrou-se, entre as
alternativas colocadas, a menos danosa para o país. A Constituição não prevê a lista tríplice para a
Procuradoria, como o faz para as reitorias federais. A Constituição dá ao Bozo, eleito num pleito
fraudado, esse poder. Era claro que ele iria usar dessa prerogativa e que, no futuro, tentará
condicionar a atuação do Procurador. O Bozo não tem nenhum cacoete de democrata. Qualquer
nome era qualquer nome.
O passado recente mostra que os governos liderados pelo PT cederam às pressões do
corporativismo do MP, alegando um falso democratismo. Deu no que deu. Janot foi um erro crasso.
Bastava Dilma ter indicado a segunda colocada da lista tríplice, a ótima procuradora Ela Wieck, e a
história recente do país teria sido um pouco diversa. O ótimo ex-ministro Aragão reconheceu essa
bola fora, a qual ele e outros bons contribuíram, e arrependeu-se.
Ele e outros não tinham visto o quanto a corporação do MP tinha mudado em sua composição social
e política. Não se tratava mais da geração que moldou a Constituição cidadã de 88, que havia lutado
contra a ditadura. Os velhos tinham se recolhidos e os jovens lobos de gravatas e topete, estavam à
espreita. E bavavam.
A revelação das mensagens entre os procuradores da Lava Jato tem demonstrado que, dentro ao
Ministério Público, o impulso corporativo se transformou num istinto de matilha com claros
objetivos políticos de classe média udenista (eleger um procurador por Estado nas eleições
parlamentares).
Por isso, na quadra atual, salvar a República passa, primeiro, por acabar com os danos jurídicos
(primado da Constituição), econômicos (recuperar as empresas de interesse público) e politícos
(#LulaLivre) que a Republiqueta de Curitiba causou.
O Aras fez campanha, aparentemente, detonando esse desenho, principalmente os danos às
empresas, e denunciando a farra de privilégios e ilegalidades que esses fedellhos de província
cometeram. Já é qualquer coisa.
Se a sua indicação causar conflitos e rachaduras entre bolsomínios, dallagnóis, mouriscos e
baihunos, já valeu o bilhete de entrada da comédia. Eles que são brancos que se (des)entendam.

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