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Aula 13 – Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
7
Introdução às funções
MÓDULO 2 - AULA 10
Objetivos
Introdução
9 CEDERJ
acements
Introdução às funções
Método Determinı́stico
Esta tabela configura uma função. Veja os atributos principais. Cada coluna da
tabela representa um conjunto, onde os elementos são listados um a um. Existe
uma regra exatamente a que associa a cada elemento do primeiro conjunto (pri-
meira coluna) o correspondente elemento do segundo conjunto (segunda coluna)
situado na mesma linha. Neste exemplo, se denominarmos por
e
B = {y | y é uma taxa porcentual} ,
CEDERJ 10
Introdução às funções
PSfrag replacements MÓDULO 2 - AULA 10
inflação (%)
ano
90
91
92
93
94
95
1585,18
475,10
1149,06
2489,11
929,32
21,98
h=10 km
h=1 km
0 5 25 50 tempo
O conceito de função
Para definir uma função precisamos de dois conjuntos e uma regra que estabeleça
uma associação entre os elementos dos conjuntos, com propriedades especiais.
Acompanhe os detalhes.
Uma função entre dois conjuntos A e B fica definida a partir de uma regra
que associa a cada elemento do conjunto A um e apenas um elemento do
conjunto B. A notação usada é
f : A −→ B
,
x 7−→ y = f (x)
Na notação usada para representar a função a primeira seta significa que ele-
mentos x do conjunto A são levados pela função a elementos y do conjunto B.
A segunda seta especifica, por determinação da regra, qual é o elemento y que
corresponde a um elemento x.
13 CEDERJ
acements
Introdução às funções
Método Determinı́stico
Exemplo 10.3
f : A −→ B
x 7−→ y = f (x) = 2x − 1 .
x y = f(x)
1 1
2 3
3 5
Em contrapartida,
PSfrag é possı́vel construir uma outra imagem visual da função.
replacements
Acompanhe a Figura 10.5, a seguir.
A B
0
1
1
2 2
3
3 4
5
Note na Figura 10.5, que nem todo elemento de B faz parte da imagem da
função. Por exemplo, os elementos 0, 2 e 4. Aqui fica em evidência mais uma
propriedade de que você deve ter em mente acerca de funções: todo elemento
do domı́nio participa da função, no entanto podem existir elementos do contra-
domı́nio que ficam fora da imagem da função.
CEDERJ 14
Introdução às funções
MÓDULO 2 - AULA 10
Nota
A B
0
1
1
2 2
3
3 4
5
Exemplo 10.4
A B
0
−1
1
2
0
3
1 4
5
Note uma situação nova neste exemplo. Para dois valores distintos x = −1 e
x = 1, corresponde como imagem o mesmo valor para y = 2. Isto não aconteceu
no exemplo anterior.
15 CEDERJ
acements
Introdução às funções
Método Determinı́stico
f : D −→ R , onde D ⊂ B .
Igualdade de funções
A vantagem de trabalhar com funções é o fato que, como no caso de números re-
ais, podemos somar, subtrair, multiplicar e dividir funções que possuem o mesmo
domı́nio. Veja as definições a seguir, onde estamos supondo que f , g são funções
definidas num mesmo domı́nio D ⊂ R.
Soma de funções
Produto de funções
CEDERJ 16
Introdução às funções
MÓDULO 2 - AULA 10
Exemplo 10.5
Quociente de funções
Exemplo 10.6
Notas
2) As vezes é vantajoso representar o produto de uma função por ela mesma pelo
sı́mbolo f 2 . Ou seja, a função f 2 é a função que para cada valor da variável x,
fornece
f 2 (x) = f (x) · f (x) .
A mesma situação se aplicaria à potência enésima, onde o sı́mbolo f n representa
a função produto de n fatores iguais a f (x).
17 CEDERJ
acements
Introdução às funções
Método Determinı́stico
• O domı́nio D da função;
A partir desta dupla necessidade constatamos, por um lado, que, sobre o domı́nio
D ⊂ R, podemos construir uma infinidade de funções, basta variar a regra.
Por outro lado, se uma regra é especificada, em geral, podemos considerar uma
infinidade de domı́nios diferentes para a mesma regra, obtendo infinitas funções
distintas.
Exemplo 10.7
Neste caso, para que a função tenha sentido é preciso que dado um particular
√
número real x exista x − 3 . Para isto, basta que x − 3 ≥ 0. Portanto, se
x ≥ 3, a regra está bem definida. Logo D = [3, +∞) é o domı́nio da função.
Exemplo 10.8
√
1 − 2x
Considere a função definida pela fórmula y = f (x) = e vamos deter-
x+6
minar seu domı́nio D de definição.
Note que precisamos ter 1−2x ≥ 0 e x+6 6= 0, para que estejam bem definidos,
respectivamente, o numerador e o denominador da fórmula (regra) pela qual a
CEDERJ 18
Introdução às funções
MÓDULO 2 - AULA 10
função se expressa.
1
Faça então as contas para concluir que é suficiente que x ≤ 2
e x 6= −6
D = (−∞, −6) ∪ − 6, 1/2
é o domı́nio da função.
Atividade 10.1
19 CEDERJ
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
MÓDULO 2 - AULA 11
Objetivo
Construção do Gráfico
21 CEDERJ
acements
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
Método Determinı́stico
Uma pausa para comentar os dois passos que vem de ser delineados. Veja que o
primeiro passo, encerra com o desenho de uma quantidade finita de pontos (x, y)
no plano, enquanto que o segundo passo corresponde a intuir a forma do gráfico.
Neste segundo passo é muito importante informações gerais conhecidas sobre
gráfico de funções. Por exemplo, com o estudo é possı́vel identificar funções
cujos gráficos são representados por parábolas, cı́rculos, retas e outras figuras
geométricas. Portanto, estes conhecimentos gerais permitem intuir, a partir de
um número finito de pontos conhecidos, a forma do gráfico. Acompanhe um
exemplo.
Exemplo 11.1
Solução
PSfrag replacements
y
D
x y = f (x) 4
A -1 1
B 0 2 C
3
C 1 3
D 2 4
B
2
A
1
−1 1 2 x
Assim, por exemplo, para a determinação do ponto A = (−1, 1), usamos que
x = −1 em y = x + 2 ⇒ y = −1 + 2 ⇒ y = 1 .
CEDERJ 22
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
MÓDULO 2 - AULA 11
x = 0 em y = x + 2 ⇒ y = 0 + 2 ⇒ y = 2
a 6= 0.
PSfrag replacements y
A
b y = ax + b
B
b
− x
a
Atividade 11.1
Exemplo 11.2
4
Construir a representação gráfica da função y = , x ∈ D = [1, 4].
5−x
Solução
23 CEDERJ
acements
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
Método Determinı́stico
PSfrag replacements
y
4
x y=
5−x
A 1 1 4 D
4
B 2
3
C 3 2
D 4 4
2 C
4
3 B
1
A
1 2 3 4 x
4
Figura 11.3: Gráfico da função y = .
5−x
Exemplo 11.3
Solução
CEDERJ 24
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
MÓDULO 2 - AULA 11
1
PSfrag replacements
−1
1 x
−1
Atividade 11.2
a) y = 10 − x
x se x ≤ 1
b) y = 2
se x > 1
x+1
Funções constantes
Dado o número real c, a função y = c é uma função constante. Como para todo
x ∈ R o valor y correspondente da função permanece constante então o gráfico
da função é uma reta paralela ao eixo Ox e passando pelo ponto (0, c). Examine
o gráfico da função na Figura 11.5, onde é representada uma função constante
donde c < 0.
y
PSfrag replacements
x
25 CEDERJ
acements
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
Método Determinı́stico
A função
y = ax + b , a, b ∈ R a 6= 0 ,
é dita uma função linear afim.
O gráfico de qualquer função linear afim é uma reta. No caso especial em que o
coeficiente b = 0, a função é comumente denominada função linear.
y = ax + b , a, b ∈ R a 6= 0 .
Veja a construção do gráfico para o caso em que a > 0 e b < 0 como representado
na Figura 11.6.
PSfrag replacements
b x
−
a
b
Como dois pontos determinam uma reta, o gráfico pode ser construı́do.
Interpretação do coeficiente a
CEDERJ 26
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
MÓDULO 2 - AULA 11
PSfrag replacements y2
∆y
y1
x1 x2 x
∆x
x2 = x2 + x1 − x1 = x1 + x2 − x1 = x1 + ∆x .
Veja que
27 CEDERJ
acements
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
Método Determinı́stico
A = (−1, 2) em y = ax + b ⇒ 2 = −a + b
B = (0, 5) em y = ax + b ⇒ b = 5 .
y = 3x + 5 .
Exemplo 11.5
Sabendo que numa função linear afim, toda vez que a variável independente
x sofre um acréscimo ∆x = 1, a variável dependente y sofre um acréscimo
correspondente de ∆y = −2. Além disso, para x = 3, y = −1, encontre a
fórmula que expressa a função linear afim e represente o gráfico correspondente.
Solução
CEDERJ 28
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
MÓDULO 2 - AULA 11
y = ax + b ⇒ y = −2x + b ⇒ −1 = −2(3) + b ⇒ b = 5 .
y = −2x + 5 .
Como o gráfico da função é uma reta, dois ponto são suficientes para determina-
lo. Já temos o ponto A = (3, −1) e precisamos de mais um ponto B. Fazendo
x = 0 na equação, vem que
y = −2x + 5 e x = 0 ⇒ y = −2(0) + 5 ⇒ y = 5 .
PSfrag replacements
Portanto B = (0, 5) é o outro ponto procurado e o gráfico pode ser construı́do.
Veja a Figura 11.9.
y
1
3 5
2 x
−1 B
A
4
A função quadrática
Toda função
y = ax2 + bx + c ,
onde os coeficientes a, b e c são números reais e a 6= 0, é uma função quadrática.
29 CEDERJ
acements
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
Método Determinı́stico
ax2 + bx + c = 0 .
Exemplo 11.6
Solução
a = 1, b = −1 e c = −2 ⇒ ∆ = b2 − 4ac = 9 .
Logo,
√ √ (
−b ± ∆ 1± 9 x1 = 2
x= = ⇒
2a 2 x2 = −1
Portanto, os pontos A = (2, 0) e B = (−1, 0) definem a interseção da parábola
com o eixo Ox. Calculando as coordenadas do vértice V = (x v , yv ) encontramos
x1 + x 2 2−1 1
xv = = = .
2 2 2
CEDERJ 30
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
MÓDULO 2 - AULA 11
1
Para xv = , encontramos
2
2
2 1 1 9
y = x − x − 2 ⇒ yv = − − 2 ⇒ yv = − .
2 2 4
1 9
V = ,− .
2 4
Isto mostra que C = (0, −2) é o ponto de encontro da parábola com o eixo Oy.
y
Eixo de simetria
PSfrag replacements
1
2
−1 1 2 x
−1
−2 C
9
−
4 V
Exemplo 11.7
31 CEDERJ
acements
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
Método Determinı́stico
Solução
V = (1, 1) .
Veja agora a Figura 11.11 que pode ser construida a partir destes dados.
PSfrag replacements
C 1 2 x
Exemplo 11.8
CEDERJ 32
Gráficos de funções: as funções linear e quadrática
MÓDULO 2 - AULA 11
Solução
Veja que
a = 1, b = 2 e c = 2 ⇒ ∆ = b2 − 4ac = −4 < 0 .
Portanto, a equação x2 + 2x + 2 = 0 não tem solução. Isto evidencia que a
parábola não corta o eixo Ox. Como a = 1 > 0, a parábola tem concavidade
para cima. Como não corta o eixo Ox, a parábola fica toda acima do eixo Ox.
b ∆
xv = − , yv = ⇒ xv = −1 , yv = 1 .
2a 4a
Logo, V = (−1, 1) é o vértice.
PSfrag replacements
2
1
V
−1 x
Atividade 11.3
a) y = −x2 + x + 6
b) y = x2 − 3x + 3
33 CEDERJ
Funções polinomiais: determinação de gráficos por seus pontos e gráficos de regiões do plano
MÓDULO 2 - AULA 12
Aula 12 – Funções polinomiais: determinação de
gráficos por seus pontos e gráficos de regiões
do plano
Objetivos
Definição
Notas
an xn + an−1 xn−1 + · · · + a2 x2 + a1 x1 + a0 = 0 , x ∈ R .
35 CEDERJ
Funções polinomiais: determinação de gráficos por seus pontos e gráficos de regiões do plano
acements
Método Determinı́stico
3) O número real c é uma raiz da equação polinomial se o valor x = c anula o
primeiro membro da equação, isto é,
an cn + an−1 cn−1 + · · · + a2 c2 + a1 c1 + a0 = 0 .
y = (x − 1) · (x + 1) · (x − 2) ⇒ y = x3 − 2x2 − x + 2 .
Exemplo 12.1
CEDERJ 36
Funções polinomiais: determinação de gráficos por seus pontos e gráficos de regiões do plano
MÓDULO 2 - AULA 12
x = −1 e x = 2, anulam o valor da função. Isto pode ser visto simplesmente
fazendo as contas e verificando que
y = x3 − 2x2 − x + 2 = (x − 1) · (x + 1) · (x − 2) ,
pertencem ao gráfico da função. Além disso, podemos definir mais alguns pontos,
o que faremos na tabela que aparece na Figura 12.1, a seguir.
y
x y
D 0 2
E -2 4
F 3 8
G -3 4 −1 1
PSfrag replacements
2 x
37 CEDERJ
Funções polinomiais: determinação de gráficos por seus pontos e gráficos de regiões do plano
acements
Método Determinı́stico
polinomial que mais se ajusta a estes pontos. Um comentário faz sentido sobre
a natureza do problema. Dependendo da posição dos pontos, a curva polinomial
que mais se aproxima pode ser uma reta, ou uma parábola ou o gráfico de um
polinômio de grau superior a dois. No entanto, por questão de simplicidade, e
para não fugir ao objetivo da disciplina, trataremos de resolver apenas o caso de
definir a reta que mais se aproxima de um conjunto de ponto pré-fixados.
determinar a reta que mais se ajusta a estes pontos. Ou dito de outra maneira
queremos determinar a reta que passa o mais perto possı́vel dos pontos, do ponto
de vista global. Na Figura 12.2, a seguir, onde são apresentadas quatro retas.
Note que as retas r, q e t como candidatas a solução do problema possuem a
vantagem comum de passar por dois dentre os pontos e a desvantagem comum
de deixar um terceiro ponto muito longe da reta.
Por outro lado a reta s não contém nenhum dos pontos, mas resolve o problema,
tratando os três pontos de modo uniforme e portanto possui a melhor proximidade
possı́vel em relação aos pontos.
s q
y t
r
PSfrag replacements C
B
x
CEDERJ 38
Funções polinomiais: determinação de gráficos por seus pontos e gráficos de regiões do plano
MÓDULO 2 - AULA 12
Dado um conjunto de n pontos no plano, A1 (x1 , y1 ), A2 (x2 , y2 ), · · · , An (xn , yn ),
a reta que melhor se aproxima destes pontos é definida por y = ax + b, onde,
X
xy − nxy
a= X 2 e b = y − ax .
x2 − n x
X
xy = é a soma dos n produtos xi yi
X
x2 = é a soma dos n quadrados x2i
x1 + x 2 + · · · + x n y1 + y 2 + · · · + y n
x= ,y= são médias aritméticas.
n n
Exemplo 12.2
Vamos encontrar pelo método dos mı́nimos quadrados a reta que melhor aproxima
os pontos A1 = (10, 27), A2 = (20, 20), A3 = (30, 14) e A4 = (40, 7).
Solução
Pontos x i yi xi y i x2i
A1 10 27 270 100
A2 20 20 400 400
A3 30 14 420 900
A4 40 7 280 1600
X
1370 3000
Também
10 + 20 + 30 + 40
x= = 25
4
27 + 20 + 14 + 7
y= = 17 .
4
39 CEDERJ
Funções polinomiais: determinação de gráficos por seus pontos e gráficos de regiões do plano
acements
Método Determinı́stico
Então: X
xy − nxy = 1370 − 4 × 25 × 17 = −330
X 2 2500
x2 − n x = 3000 − 4 × = −500 .
4
Logo, replacements
PSfrag
−330 33 67
a= 33.5
= −0, 66 e b = y − ax = 17 + × 25 =
500 50 2
27
e então a reta procurada é
20
y = −0, 66x + 33, 5 .
14
7
Veja a representação da solução do problema na Figura a seguir.
10
20
30
40
50.7
A1
A2
A3
A4
Exemplo 12.3
Solução
O gráfico será parte de uma reta, uma vez que y = −x − 1 é uma função linear
afim. Veja que x = 0 e x = 1 estão no domı́nio da função. Então:
x = 0 e y = −x − 1 ⇒ y = −1
x = 1 e y = −x − 1 ⇒ y = −2
CEDERJ 40
Funções polinomiais: determinação de gráficos por seus pontos e gráficos de regiões do plano
MÓDULO 2 - AULA 12
Logo A = (0, −1) e B = (1, −2) são pontos que definem o gráfico. Veja a
Figura 12.4.
1
PSfrag replacements
1
−2 −1 x
−2 B
Note que o ponto (−2, 1) não pertence ao gráfico uma vez que o domı́nio
D = (−2, 1] é aberto à esquerda. Por isto, este ponto é representado vazado no
gráfico. No entanto, o ponto B = (1, −2) é representado cheio, uma vez que
este ponto pertence ao domı́nio.
Exemplo 12.4
Solução
Por outro lado, todos os pontos (x, y) do plano que verificam 0 ≤ x ≤ 2 é uma
faixa vertical. Juntando estas duas condições, chegamos à região hachurada da
Figura 12.5 que representa o gráfico procurado.
41 CEDERJ
Funções polinomiais: determinação de gráficos por seus pontos e gráficos de regiões do plano
acements
Método Determinı́stico
y
3
PSfrag replacements
2 x
−1
Atividade 12.1
a) y ≤ −x + 3 e −1 < x < 1
b) −2 ≤ y ≤ −x + 3
CEDERJ 42
Aplicações
MÓDULO 2 - AULA 13
Aula 13 – Aplicações
Objetivos
Nesta aula vamos olhar, como se fosse uma caixa de ferramentas, as técnicas
desenvolvidas nas aulas de 10 até 12. Com estas ferramentas em mãos, vamos
procurar motivar o uso de funções e gráficos para abordar questões relaciona-
das com a lei da oferta e da procura, e os assuntos relacionados: demanda de
mercado, oferta de mercado e preços.
Mas é preciso lembrar que nesta aula, trataremos a lei da oferta e da procura
como um modelo ideal, para explicar fenômenos complexos do mercado. Por
isto, é importante ter em mente, que conclusões simplistas, frequentemente não
são verdadeiras, como a que quanto menor o preço de um determinado pro-
duto, maior a quantidade procurada e vendida. Ou que quanto maior o preço,
menor a quantidade procurada. No fenômeno da oferta e da demanda, outras
variáveis influenciam a equação que traduz a lei da oferta e da procura, tornando-
a muito complexa. Entre estas variáveis, destacam-se, por exemplo, os desejos
43 CEDERJ
acements
Aplicações
Método Determinı́stico
Para examinar, ainda que de modo ideal a lei da oferta e da procura, vamos con-
siderar como exemplo a questão do preço do feijão, um alimento com limitadas
possibilidades de armazenamento. O feijão uma vez colhido deve ser consumido
dentro de seis meses, a partir deste tempo há um processo de endurecimento do
grão, caindo muito a qualidade do produto. Assim no pico da colheita, a oferta
do produto no mercado aumenta muito e nesta ocasião os preços são relativa-
mente menores. Por outro lado, no perı́odo que antecede a colheita, a escassez
do produto limita sua oferta e pressiona a procura (ou demanda).
Portanto, em linhas gerais, uma oferta menor do feijão aumenta os preços e pro-
voca uma retração na demanda. No entanto, isto não significa, necessariamente,
um consumo menor de proteı́na. O consumidor, pressionado pelo preço alto, pro-
cura outras fontes proteicas cujo preço está mais em conta. Por exemplo, nesta
situação, pode ocorrer que preço do frango seja mais em conta na equação da
economia doméstica. Assim, idealmente, a população consome mais feijão na
época de mais oferta, substituindo o feijão por outros alimentos na época de
menos oferta.
Demanda de mercado
Veja que a demanda (ou procura) a que nos referimos corresponde ao conjunto
de todos os compradores da utilidade e não a um comprador individual. Portanto,
a demanda de mercado é obtida pelo somatório de todas as demandas de consu-
CEDERJ 44
Aplicações
MÓDULO 2 - AULA 13
midores individuais. Vamos dar um exemplo que pode esclarecer esta situação,
considerando primeiramente o caso simples de demanda individual, para depois
considerar o caso geral.
Demanda individual
45 CEDERJ
acements
Aplicações
Método Determinı́stico
D
10
PSfrag replacements
8
1 2 3 4 5 P
D = −2P + 12 ,
Note que o preço da carne bovina não pode atingir o preço P = R$ 6,00, sob
pena da demanda D ser nula. Examine o gráfico e faça contas com a função
demanda para comprovar este fato.
Com este exemplo, que caracterizou uma demanda individual para um certo
produto num perı́odo determinado, podemos passar ao caso geral da demanda
CEDERJ 46
Aplicações
MÓDULO 2 - AULA 13
Notas
1
P = − D +6.
2
PSfrag replacements
A representação gráfica com os eixos invertidos fica então como mostrado na
Figura 13.3.
P
5
4
3
2
1
2 4 6 8 10 D
Exemplo 13.1
47 CEDERJ
acements
Aplicações
Método Determinı́stico
Note que a equação que representa a função demanda só tem sentido econômico,
quando os preços e as demandas têm valores positivos. Estas condições deter-
minam o PSfrag
domı́nioreplacements
da função demanda. Portanto,
Exemplo 13.2
∆ = b2 − 4ac = 225 .
Então,
√
−b ± ∆ −9 ± 15 P1 = 6
P = ⇒ P = ⇒ 3 .
2a −4 P2 = −
2
O vértice V da parábola é definida por
b ∆ 9 225
V = − ,− ⇒V = , .
2a 4a 4 8
Além disso, como a equação que representa a função demanda só tem sentido
econômico, quando os preços e as demandas tem valores positivos. Portanto,
temos que
P > 0 e D > 0 ⇒ P ∈ (0, 6) .
CEDERJ 48
Aplicações
MÓDULO 2 - AULA 13
225/8
PSfrag replacements
18 Demanda
−3/2 9/4 6 P
Exemplo 13.3
49 CEDERJ
acements
Aplicações
Método Determinı́stico
X
xy = é a soma dos n produtos xi yi
X
x2 = é a soma dos n quadrados x2i
x1 + x 2 + · · · + x n y1 + y 2 + · · · + y n
x= ,y= são médias aritméticas.
n n
Pontos xi yi xi y i x2i
A1 20 320 6400 400
A2 40 250 10000 1600
A3 60 150 9000 3600
A4 80 100 8000 6400
X
200 820 23400 120000
Também
200
x= = 50
40
820
y= = 205 .
4
Então:
X
xy − nxy = 23400 − 4 × 50 × 205 = 23400 − 41000 = −17600
X 2
x2 − n x = 12000 − 4 × 2500 = 2000 .
Logo,
−17600 88 88
a= = − = −8, 8 e b = y − ax = 205 + × 50 = 645
2000 10 10
e então a reta procurada é
y = −8, 8x + 645 .
Exemplo 13.4
CEDERJ 50
40
150 Aplicações
MÓDULO 2 - AULA 13
100
20
40
60
80
73, 3
A1
A2
A3
A4
Solução
Como se trata de uma função linear afim, então para determinados números reais
a e b teremos que
D = aP + b .
Como (P, D) = (4, 320) e (P, D) = (6, 240), então substituindo na função
demanda encontramos que
Assim,
D = −40P + 480 ,
Oferta de mercado
Considere uma utilidade qualquer U que pode ser um bem ou um serviço. A oferta
Q desta utilidade pode ser entendida como a soma de todas as quantidades desta
utilidade que os produtores estarão dispostos a colocar a venda no mercado a
um preço P , num determinado perı́odo de tempo.
51 CEDERJ
acements
Aplicações
Método Determinı́stico
480
PSfrag replacements
12 P
A função oferta é uma função que associa a cada preço P fixado a oferta Q
correspondente. A representação gráfica desta função é referida como a curva
de oferta desta utilidade.
Exemplo 13.5
P = 20 e Q = −10 + P ⇒ Q = 10 ;
P = 40 e Q = −10 + P ⇒ Q = 30 .
Logo, (P, Q) = (20, 10) e (P, Q) = (40, 30) são pontos da curva de oferta e
determinam o gráfico da função oferta. Veja a Figura 13.9.
Exemplo 13.6
CEDERJ 52
Aplicações
MÓDULO 2 - AULA 13
PSfrag replacements
10 40 P
Logo
P1 =
1
−5 ± 7 2 .
P = ⇒
4 P = −3
2
Note que o vértice V = (Pv , Qv ) tem como abcissa Pv a média aritmética das
raı́zes P1 e P2 . Ou seja,
1
P1 + P 2 −3 +
Pv = = 2 = −5 .
2 2 4
Continuando o cálculo do vértice, encontramos que
5 49
Pv = − e Q = 2P 2 + 5P − 3 ⇒ Qv = − .
4 8
Portanto,
5 49
V = (Pv , Qv ) = − , −
4 8
é o vértice da parábola.
Com estes dados podemos construir a parábola que representa a curva de oferta.
Acompanhe pela Figura 13.10.
53 CEDERJ
acements
Aplicações
Método Determinı́stico
PSfrag replacements
Q
15
Oferta
−3 1/2 2 P
−49/8
Exemplo 13.7
Solução
225 − 2P = P − 21 ⇒ 225 + 21 = P + 2P ⇒ PE = 82 .
Q = P − 21 e PE = 82 ⇒ QE = PE − 21 ⇒ QE = 61 .
Atividade 13.1
Exemplo 13.8
CEDERJ 54
Aplicações
MÓDULO 2 - AULA 13
Sfrag replacements
Q D
225
183/2
Oferta
DE = Q E
21 PE 225/2 P
Solução
PE = 60 .
Atividade 13.2
55 CEDERJ
Q D
600
Oferta
DE = Q E
Demanda
26
−676 52 PE 300 P
Objetivos
Funções compostas
f : Df −→ R , Im(f ) ⊂ Dg e g : Dg −→ R .
h : Df −→ R ,
57 CEDERJ
acements
Funções compostas e inversas
Método Determinı́stico
f g
Imf
R
( x
) (( ))
y = f (x) g(y) = g (f (x))
Df
Dg
Exemplo 14.1
y = f (x) = x − 2
w = g(y) = y 3 .
Solução
CEDERJ 58
Funções compostas e inversas
MÓDULO 2 - AULA 14
Exemplo 14.2
Solução
Temos que
h(x) = g(f (x)) = g(x − 3) .
Em virtude da definição de g precisamos saber quando x − 3 ≥ 0 e quando
x − 3 < 0.
Ora
x −3 ≥ 0 ⇔ x ≥ 3 e x −3 < 0 ⇔ x < 3.
Logo (
(x − 3)2 se x ≥ 3
h(x) =
x−3 se x < 3
Exemplo 14.3
Solução
Temos que
(g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g(3x + 2) = x2 − x + 1 .
Façamos agora
y−2
3x + 2 = y ⇒ x = .
3
Logo, 2
y−2 y−2
g(y) = − +1
3 3
y 2 − 4y + 4 y − 2
g(y) = − +1
9 3
1
g(y) = (y 2 − 4y + 4 − 3(y − 2) + 9)
9
1
g(y) = (y 2 − 7y + 19) .
9
59 CEDERJ
acements
Funções compostas e inversas
Método Determinı́stico
Até agora, ao tratar das funções, estamos sempre supondo que o contradomı́nio
é todo o conjunto R. Neste momento é útil para explicar os conceitos desta parte
do nosso estudo, considerar que o contradomı́nio das funções é um subconjunto
B ⊂ R.
Exemplo 14.4
f g
Im(f ) 6= B
A B A B
Im(g) = B 0 1 1
0
f
g 1 2 1 2
2 3 2 3
D=A D=A
Im(f ) 6= B Im(g) = B
Função inversa
CEDERJ 60
Funções compostas e inversas
MÓDULO 2 - AULA 14
Vamos dedicar nossa energia para encontrar uma resposta, em dois tempos.
A = {5, 6, 7} e B = {1, 2} .
PSfrag
A funçãoreplacements
inversa não pode ser definida para o elemento 1, pois f (5) = f (6) = 1.
f
A B
5 1
7 2
Em segundo lugar, se a função não é sobrejetora então não existe inversa. Veja
um exemplo de uma função f não sobrejetora, representado no diagrama a seguir,
onde
A = {5, 6, 7} e B = {1, 2, 3, 4} .
A função inversa não pode ser definida em 4 ∈ B.
61 CEDERJ
acements
Funções compostas e inversas
Método Determinı́stico
f
A B
5 1
6 2
3
7
4
Finalmente, para uma função f bijetora está claro, depois da discussão que
fizemos, que existe uma função inversa. Vamos denotar de agora em diante por
f −1 : B → A a função inversa de f
(ii) D (f −1 ) = Im(f ) = B.
(iii) Im (f −1 ) = D(f ) = A.
ou
y = f (x) ⇔ x = f −1 (y) .
Exemplo 14.5
CEDERJ 62
Funções compostas e inversas
MÓDULO 2 - AULA 14
Exemplo 14.6
Solução
Nota
Exemplo 14.7
Solução
Temos que
y = f (x) = x3 ,
logo,
√
x= 3
y.
Portanto
√
f −1 (y) = x = 3
y.
Ou seja
√
f −1 (x) = 3
x.
63 CEDERJ
acements
Funções compostas e inversas
Método Determinı́stico
Exemplo 14.8
y=x
PSfrag replacements
2
2 x
Um exame do gráfico abaixo nos leva à conclusão que os pontos (x, y) e (y, x)
do plano, abaixo representados, são simétricos com relação à reta y = x.
(x, y)
y y=x
PSfrag replacements
x (y, x)
x y
Lembrando a relação
(x, y) ∈ f ⇔ (y, x) ∈ f −1
CEDERJ 64
Funções compostas e inversas
MÓDULO 2 - AULA 14
podemos concluir que, no plano, os pontos que representam uma função e sua
inversa são simétricos em relação à reta y = x. Isto é, os gráficos que repre-
sentam f e f −1 são simétricos em relação à reta bissetriz do 1o e 4o quadrante.
Veja um exemplo deste fato a seguir.
Exemplo 14.9
PSfrag replacements y = x2
y=x
√
y= x
1
1 x
Funções monótonas
• crescente se
65 CEDERJ
acements
Funções compostas e inversas
Método Determinı́stico
Veja nas Figuras 14.8 e 14.9, representações gráficas de funções com as pro-
priedade que vem de serem conceituadas.
y = f (x) y = f (x)
x x
y = f (x) y = f (x)
x x
Exemplo 14.10
CEDERJ 66
Funções compostas e inversas
MÓDULO 2 - AULA 14
Como os números são positivos então (a + b) > 0. Também, como a < b então
a − b < 0. Logo (a − b) · (a + b) < 0. Isto mostra que (1) é verdadeiro e que
portanto a2 < b2 é verdadeiro. Portanto a função é crescente. Veja o gráfico da
função representado na Figura 14.10.
y = x2
PSfrag replacements
9
2 3 x
Exemplo 14.11
h(x)
PSfrag replacements
9
3 −2 x
67 CEDERJ
acements
Funções compostas e inversas
Método Determinı́stico
Atividade 14.1
Examine, nos intervalos (−∞, 2], (−2, 2] e (2, +∞), o comportamento da função
g : R → R, onde
−x2 se x ≤ −2
g(x) = −4 se −2 < x ≤ 2
−x − 2 se x > 2
Exercı́cios
CEDERJ 68
As funções exponencial e logaritma
MÓDULO 2 - AULA 15
Objetivos
Note que na definição o número m/p pode ser negativo. Nesta situação como p
é sempre um número inteiro positivo, então m é um número negativo.
br = lim (brn ) ,
n→∞
onde rn é uma seqüência de números racionais que convergem para r. Note que
o processo de limite significa que rn está arbitrariamente próximo de r, se n é
69 CEDERJ
acements
As funções exponencial e logaritma
Método Determinı́stico
muito grande. Se você preferir, deixe este conceito para ser melhor entendido
quando estudar o conceito de limite nas aulas seguintes.
1) br · bs = br+s
br
2) s = br−s
b
√
3) bm/p = p bm
A função exponencial
Nota
CEDERJ 70
As funções exponencial e logaritma
MÓDULO 2 - AULA 15
valores da função são todos positivos. Mais do que isso, o conjunto a imagem da
função coincide com os números positivos. Ou seja Im(f ) = (0, +∞). Portanto,
o gráfico de qualquer função exponencial está situado acima do eixo dos x. Esta
situação pode ser constatada nos gráficos apresentados um pouco mais adiante.
y = f (x)
x
Pontos x f (x) = 2
A -3 23 = 18
8 G
B -2 22 = 41
C -1 21 = 21
D 0 20 = 1 4 F
E 1 21 = 2
2 E
F 2 22 = 4 A B C D
G 3 23 = 8
−3 −2 −1 1 2 3 x
71 CEDERJ
acements
As funções exponencial e logaritma
Método Determinı́stico
PSfrag replacements
Considere então a função
f : R −→ R
x
1
x −→ f (x) = .
2
x x
CEDERJ 72
As funções exponencial e logaritma
MÓDULO 2 - AULA 15
Atividade 15.1
Atividade 15.2
O logaritmo neperiano
73 CEDERJ
acements
As funções exponencial e logaritma
Método Determinı́stico
Um dos maiores trunfos obtidos pelo projeto de Neper foi o auxı́lio que forne-
ceu às pesquisas de Johann Kepler. Na tarefa de encontrar um modelo para
o sistema solar, Kepler lidava com intermináveis cálculos, com base em dados
experimentais. Sem a ajuda da técnica dos logaritmos, provavelmente não teria
conseguido emergir do mar de cálculos.
A obra de Neper envolvia de uma forma não explı́cita o número que hoje é
representado pelo sı́mbolo e, um dos mais importantes da Matemática rivalizando
com o número π. Um pouco mais tarde voltaremos a focalizar atenção no
número e.
Logaritmo na base b
CEDERJ 74
As funções exponencial e logaritma
MÓDULO 2 - AULA 15
Exemplo 15.1
a) log2 64 = 6, pois 26 = 64
bz = x · y, bz1 = x e bz2 = y .
Logo,
bz1 · bz2 = xy ⇒ bz1 +z2 = xy .
Então,
bz = bz1 +z2 ⇒ z = z1 + z2 .
Esta última igualdade era o que precisávamos provar.
75 CEDERJ
acements
As funções exponencial e logaritma
Método Determinı́stico
y
bx = aw e logb a = .
w
Logo,
bx = aw e by/w = a .
bx = a w e b y = a w ⇒ x = y .
Mas,
1
logb = logb y −1 = −1 · logb y .
y
Juntando os dois resultados está completa a prova da propriedade (c).
Ou seja
bx = a1/z e by = a1/z ⇒ x = y .
w
logbz aw = w logbz a = logb a .
z
CEDERJ 76
As funções exponencial e logaritma
MÓDULO 2 - AULA 15
Todos as propriedades que vimos até agora envolvem logaritmos de mesma base.
Em algumas aplicações é interessante transformar um logaritmo de uma base
para outra. Conseguimos isto com a propriedade:
logc a
logb a = ,
logc b
onde a, b, c > 0, b 6= 1 e c 6= 1.
Exemplo 15.2
Observações
77 CEDERJ
acements
As funções exponencial e logaritma
Método Determinı́stico
Nota
Portanto, está mostrado que logb (f (x)) = x e, daı́, que logb e f (x) são funções
inversas.
Número e
1 1 1 1
e=1+ + + +···+ +··· .
1! 2! 3! n!
CEDERJ 78
As funções exponencial e logaritma
MÓDULO 2 - AULA 15
PSfrag replacements 1 x
PSfrag replacements
1 x
Nota
79 CEDERJ
acements
As funções exponencial e logaritma
Método Determinı́stico
PSfrag replacements y = bx
y=x
1 y = logb x
1 x
y
x
PSfrag replacements y = b
y=x
1
1 x
y = logb x
Nos dois casos, para a função f (x) = log b x, vale que D(f ) = (0, +∞) e
Im(f ) = R.
CEDERJ 80
As funções exponencial e logaritma
MÓDULO 2 - AULA 15
Nota
Comparação de gráficos
y
log(x) < x .
Exemplo 15.3
Solução
b) log 0, 0128 = log 128 × 10−4 = log 128 + log 10−4 = log 27 − 4 =
= −4 + 7 · log 2 = −4 + 7 × (0, 3010) = −1, 893
81 CEDERJ
acements
As funções exponencial e logaritma
Método Determinı́stico
Exemplo 15.4
Solução
Exercı́cios
1. Calcule:
1 √
3
a) log3 c) log 1 64 e) log0,01 10
27 4
CEDERJ 82
Uma idéia para quem quer viver no limite!
MÓDULO 2 - AULA 16
Objetivo
A partir desta aula, você entrará num universo novo, surpreendente. As idéias, os
conceitos e as técnicas que você aprenderá, a partir de agora, permitirão resolver
problemas que eram completamente inacessı́veis mesmo aos matemáticos mais
geniais da Antigüidade. Estamos falando das técnicas do Cálculo Diferencial e
Integral.
O que vai diferenciar o Cálculo de todas as outras disciplinas que você já cursou
até agora é a maneira como lidaremos com as idéias que envolvem o conceito de
infinito.
O vulto da Antigüidade que mais se aproximou dos mistérios que seriam revelados
com o advento do Cálculo foi Arquimedes, certamente um dos maiores gênios
matemáticos de todos os tempos.
83 CEDERJ
acements
Uma idéia para quem quer viver no limite!
Método Determinı́stico
A principal ferramenta matemática que será usada para lidar com o infinito, seja
infinitamente grande ou infinitamente pequeno, é chamada limite.
Nossa tarefa será estudar o limite aplicado às funções reais, de uma variável real.
O limite será peça fundamental para estabelecer as noções de continuidade e
diferenciabilidade dessas funções, assim como na definição de integral, que será
apresentada nas aulas posteriores.
Nesta primeira abordagem, optamos por um foco mais prático que teórico. In-
clusive, porque estamos falando de um curso de Cálculo! No entanto, isto não
impedirá que tratemos esses conteúdos com clareza e precisão.
Funções
As funções reais, de uma variável real, serão o nosso principal objeto de estudo.
Elas já tiveram uma grande participação nos conteúdos das auls anteriores.
Você já sabe, uma função consiste de uma tripla – o kit função: o domı́nio, o
contradomı́nio e a lei de definição. Aqui está um exemplo.
Exemplo 16.1
1
Considere f : R − {3} → R a função definida por f (x) = + 2.
x−3
f : R − {3} −→ R
1
x 7−→ +2
x−3
Neste caso, o domı́nio é R − {3}, o contradomı́nio é R e a lei de definição é
1
f (x) = + 2.
x−3
Observe que o conjunto imagem de f , Im(f ), é uma conseqüência da própria
definição e, portanto, não precisa ser declarado.
CEDERJ 84
Uma idéia para quem quer viver no limite!
MÓDULO 2 - AULA 16
Atividade 16.1
Atividade 16.2
r
1−x
Determine o domı́nio da função f (x) = .
x+2
Gráficos de funções
f : A −→ R
,
x 7−→ f (x)
podemos considerar
Gf = (x, y) ∈ A × R | y = f (x) ,
85 CEDERJ
acements
Uma idéia para quem quer viver no limite!
Método Determinı́stico
Só para lembrar uma técnica elementar de esboçar gráficos, veja o exemplo a
seguir.
Exemplo 16.2
1
Sabendo que o gráfico da função f (x) = é a hipérbole esboçada na Figura a
x
2x + 3
seguir, vamos esboçar o gráfico da função g(x) = .
x+1
f (x)
x
PSfrag replacements
1
Figura 16.1: Gráfico da função f (x) = .
x
Você deve ter notado que o domı́nio de f é o conjunto R − {0} e que o domı́nio
de g é R − {−1}.
CEDERJ 86
Uma idéia para quem quer viver no limite!
MÓDULO 2 - AULA 16
g(x) = f (x + 1) + 2 .
Essa fórmula nos diz que, para obter o gráfico de g a partir do gráfico de f ,
precisamos fazer duas translações: uma na direção do eixo Ox e outra na
direção do eixo Oy.
1
h(x) = f (x + 1) = ,
x+1
cujo domı́nio é R − {−1}, pode ser obtido transladando o gráfico de f de uma
unidade para a esquerda. Veja que o fenômeno que ocorre em x = 0, no gráfico
de f , ocorre em x = −1, no gráfico de h.
f (x)
h(x)
PSfrag replacements x
f (x)
h(x)
1
g(x) = + 2 = h(x) + 2.
x+1
Isto quer dizer que você pode obter o gráfico de g a partir do gráfico de h,
transladando-o duas unidades para cima. O fenômeno que ocorre em y = 0 no
gráfico de h ocorre também em y = 2 no gráfico de g.
Atividade 16.3
1
Esboce o gráfico da função g(x) = + 1.
x−2
87 CEDERJ
acements
Uma idéia para quem quer viver no limite!
Método Determinı́stico
g(x)
h(x)
Nesta seção, queremos lhe dar uma clara idéia do que significa o sı́mbolo
lim f (x) = L
x→a
Caso isso seja contra os seus princı́pios, ou ainda, se a sua curiosidade for do
tamanho daquela que matou o gato, você poderá encontrar a definição (oficial) de
limites de funções reais, de uma variável real, no material didático do CEDERJ,
a disposição na biblioteca. Veja a aula Limite e continuidade, do Módulo 2,
Volume 2, de Cálculo II.
No entanto, acreditamos que, por agora, esta abordagem informal será mais
conveniente.
Começamos com aquela atitude de reconhecimento tı́pica das crianças que des-
montam o brinquedo “para saber como é por dentro”, antes de qualquer coisa.
Muito bem, temos a função f (ou melhor, a lei de definição de f ), uma constante
a, que aparece em x → a, logo abaixo da abreviação de limite, e outra constante,
o L.
A frase matemática, lim f (x) = L, deve ser lida da seguinte maneira: o limite
x→a
da função f , quando x tende para a, é L. Ou ainda, o limite de f (x) quando x
tende a a é L.
CEDERJ 88
Uma idéia para quem quer viver no limite!
MÓDULO 2 - AULA 16
Ótimo! Acredito que você deve estar cheio de perguntas a respeito disso tudo.
Veja se acerta algumas delas:
2. Por que usamos letra minúscula para a constante a e letra maiúscula para
a constante L?
3. Para que serve o limite? Teria a resposta desta pergunta algo a ver com a
definição não-oficial que pretendemos dar para o limite?
(a − r, a) ∪ (a, a + r) ⊂ Dom(f ) .
Exemplo 16.3
lim f (x) ,
x→3
PSfrag replacements
apesar de f não estar definida em 3.
( )
3−r 3 3+r
89 CEDERJ
acements
Uma idéia para quem quer viver no limite!
Método Determinı́stico
Observe que os casos nos quais f está definida apenas em um dos lados do ponto,
ocorrendo, por exemplo, na situação em que a = 2 ou a = 5 e Dom(f ) = (2, 5].
Estes casos serão abordados futuramente quando estudarmos o conceito limites
laterais.
(a − r, a) ∪ (a, a + r) ⊂ Dom(f ) .
Qual era mesmo a segunda pergunta? Ah, sim! Usamos letra minúscula para a
e letra maiúscula para L por tradição. Quase todo mundo faz assim.
Decepcionado? Bem, na verdade, uma boa razão para isso é enfatizar que a se
relaciona com o domı́nio de f enquanto L se relaciona com a imagem, contida
no contradomı́nio de f .
f (x)
PSfrag replacements
a x
lim x2 + 1 = 5.
x→2
CEDERJ 90
Uma idéia para quem quer viver no limite!
MÓDULO 2 - AULA 16
f (2 + h) = (2 + h)2 + 1 = 4 + 2h + h2 + 1 = 5 + 2h + h2 .
Pensou? Muito bem! Para começar, dispomos das velocidades médias. Este será
nosso modelo nesta seção: a velocidade instantânea será obtida como um limite
das velocidades médias. Vamos a um exemplo.
Exemplo 16.4
Digamos que, após uma série de testes num laboratório, chegou-se à conclusão
de que a função
s(t) = t2 + 3t + 10
descreve o deslocamento de um carrinho de experiências. Isto é, s(t) é a posição,
dada em centı́metros, em função do tempo t, dado em segundos (digamos).
91 CEDERJ
acements
Uma idéia para quem quer viver no limite!
Método Determinı́stico
s(t) − s(1) t2 + 3t + 10 − 14 t2 + 3t − 4
lim vm (t) = lim = lim = lim .
t→1 t→1 t−1 t→1 t−1 t→1 t−1
Atenção! Está na hora de aprender algo novo! É inútil tentar calcular diretamente
2
o valor da expressão t + 3t − 4 , para t = 1. No entanto, podemos descobrir os
t−1
valores de vm (t), para valores próximos de 1, porém diferentes.
(1 + h)2 + 3(1 + h) − 4 1 + 2h + h2 + 3 + 3h − 4 5h + h2
vm (1+h) = = = .
1+h−1 h h
Veja, para h 6= 0, vm (1 + h) = 5 + h e, para valores de h mais e mais próximos
de 0, temos vm (1 + h) mais e mais próximo de 5.
CEDERJ 92
Uma idéia para quem quer viver no limite!
MÓDULO 2 - AULA 16
Vamos tentar a segunda abordagem. Você observou que 1 é uma raiz do po-
linômio t2 + 3t − 4. Portanto, este polinômio se fatora, sendo t − 1 um dos seus
fatores. Na verdade, t2 + 3t − 4 = (t − 1)(t + 4).
(t + 4)(t − 1)
e t+4.
t−1
Elas são diferentes, pois a primeira não está definida em t = 1.
Assim,
(t + 4)(t − 1)
lim vm (t) = lim = lim t + 4 ,
t→1 t→1 t−1 t→1
Considerações finais
Você deve estar cansado e com várias coisas para pensar. Pare por aqui, pois
você ainda tem os exercı́cios para fazer.
Veja, esta aula foi o seu primeiro contato com um conceito importante e difı́cil:
o limite de uma função.
Você deve guardar que o limite serve para indicar o comportamento de uma
função nas vizinhanças de um certo ponto sem que seja necessário saber o valor
da função neste ponto. Na verdade, a função não precisa estar definida no ponto
para que consideremos o limite, basta que ela esteja definida em torno dele. Na
verdade, as principais situações de interesse ocorrem quando não sabemos o valor
da função no ponto em questão, como no exemplo 1.4.
93 CEDERJ
acements
Uma idéia para quem quer viver no limite!
Método Determinı́stico
Exercı́cios
CEDERJ 94
Uma idéia para quem quer viver no limite!
MÓDULO 2 - AULA 16
x3 − 8 x2 − 2
(c) lim 2 (d) lim
√ √
x→2 x − 4 x→ 2 x2 + 2x − 4
95 CEDERJ
Limites de funções – algumas propriedades
MÓDULO 2 - AULA 17
Objetivos
lim f (x) = L ,
x→a
que foi iniciada na aula anterior. Será dada atenção especial ao aspecto gráfico
do conceito. Você aprenderá algumas propriedades que permitirão determinar
o limite em alguns casos, além de entender que algumas funções não são tão
bem comportadas nas vizinhanças de certos pontos, ou seja, começaremos a
reconhecer algumas situações em que as funções não admitem limites.
Muito bem, você aprendeu que usamos o limite para descrever o comportamento
de uma função f nas vizinhanças de um dado ponto, digamos a. Veja o exemplo
a seguir.
Exemplo 17.1
97 CEDERJ
acements
Limites de funções – algumas propriedades
Método Determinı́stico
f (x)
Exemplo 17.2
g(x)
f (x)
L
M
PSfrag replacements
PSfrag replacements
a x x
b
P h(x) k(x)
Q
k(x)
P
h(x)
N Q
d
c x c d x
N
CEDERJ 98
Limites de funções – algumas propriedades
MÓDULO 2 - AULA 17
Você percebeu que a função f não precisa estar definida no ponto em questão
para que consideremos o limite neste ponto. No entanto, é necessário que f
esteja definida numa região em torno do ponto considerado.
Atividade 17.1
f (x)
PSfrag replacements
4
2
−2 2 x
Exemplo 17.3
99 CEDERJ
acements
Limites de funções – algumas propriedades
Método Determinı́stico
nas vizinhanças √desse ponto. Queremos saber, então, o que acontece com os
√
valores de xx −−2
2
quando tomamos valores para x próximos porém diferentes
de 2.
Na aula anterior, você aprendeu um truque para fazer isso: usar álgebra elemen-
tar. Resumindo: fatorar!
Portanto,
√ √ √ √
x− 2 x− 2
lim f (x) = lim = lim √ √ √ √
x→2 x→2 x−2 x→2 ( x − 2)( x + 2)
1
= lim √ √
x→2 x+ 2
1
= √
2 2
√
2
= .
4
Veja o gráfico de f na Figura a seguir.
f (x)
PSfrag replacements
√
2/4
2 x
Atividade 17.2
x−1
Calcule lim √ .
x→1 x−1
CEDERJ 100
Limites de funções – algumas propriedades
MÓDULO 2 - AULA 17
(a) A distância entre dois números é sempre maior ou igual a zero. Na verdade,
a distância entre dois números é nula se, e somente se, os números são iguais.
∀ a, b ∈ R, |a − b| ≥ 0
.
|a − b| = 0 ⇔ a = b
∀ x ∈ R, |x| ≥ 0
Isto decorre dos fatos .
|x| = 0 ⇔ x = 0
∀ a, b ∈ R, |a − b| = |b − a| .
Isso é decorrência de
∀ x ∈ R, |x| = | − x| .
(c) Esta terceira propriedade é muito importante, como você verá em breve. Ela
será usada diversas vezes ao longo de seus estudos. É chamada desigualdade
triangular, e envolve três elementos. Para todo a, b e c ∈ R,
replacements PSfrag replacements
|a − b| ≤ |a − c| + |c − b| .
a b c a c b
|a − b| = |a − c| + |c − b| |a − b| < |a − c| + |c − b|
101 CEDERJ
acements
Limites de funções – algumas propriedades
Método Determinı́stico
( )
a−r a a+r
Atividade 17.3
lim f (x) = L .
x→a
Essa expressão significa que, para cada vizinhança de L, por menor que seja o seu
raio, existe uma vizinhança de a, de algum raio, tal que as imagens dos pontos
dessa vizinhança de a, porém diferentes do próprio a, pertencem à vizinhança de
L.
CEDERJ 102
Limites de funções – algumas propriedades
MÓDULO 2 - AULA 17
f (x)
)
L
PSfrag replacements
(
( a )
x
Muito bem! Voltaremos a esse assunto em outras ocasiões. Isso tomou um certo
tempo e esforço, mas agora temos mais elementos para discutir algumas das
propriedades dos limites de funções.
então,
L=M.
103 CEDERJ
acements
Limites de funções – algumas propriedades
Método Determinı́stico
|L − M | ≤ |L − f (x)| + |f (x) − M |
= |f (x) − L| + |f (x) − M |
r r
< + = r.
2 2
Você acaba de passar por uma espécie de prova de fogo. A argumentação que
você acabou de ler é tı́pica de análise matemática. Ela lhe será apresentada
novamente, com mais detalhes e, provavelmente, em diferentes versões. Mas,
calma, tudo a seu tempo. Agora é hora de colher os frutos desse resultado.
Veremos exemplos de funções malcomportadas, isto é, veremos algumas situações
em que a função f não admite limite quando x tende a um determinado ponto.
CEDERJ 104
Limites de funções – algumas propriedades
MÓDULO 2 - AULA 17
É comum usar a expressão não existe limite de f quando x tende a a, em tais cir-
cunstâncias. Confesso uma certa antipatia pela expressão. Daremos preferência
à expressão a função f não admite limite quando x tende a a.
Exemplo 17.4
Aqui estão três funções que, de um modo ou de outro, não admitem limite em
algum ponto. Primeiro, as suas leis de definições e seus domı́nios. Veja:
( (
1−x 1 se x ∈ R − Q 1 se x ∈ R − A
f (x) = ; h(x) = ; k(x) = ,
|x − 1| −1 se x ∈ Q −1 se x ∈ A
n 1 o
onde A = x ∈ R | x = , ∀ n ∈ N .
n
f (x) h(x)
replacements
1 PSfragx replacements x
−1
k(x)
PSfrag replacements
1
1
3
1
2 1 x
−1
@ lim k(x)
x→0
A função f
(
1 se x < 1
Você pode reescrever a lei de definição de f como f (x) = .
−1 se x > 1
1−x 1−x
x < 1 ⇒ f (x) = = = 1.
|x − 1| 1−x
Analogamente,
x > 1 ⇒ f (x) = −1 .
A função h
Parece que há algo de errado com o gráfico desta função, não é? Realmente,
duas retas horizontais paralelas não podem ser o gráfico de uma função, pois cada
ponto do domı́nio deve ser associado a um único ponto do contradomı́nio. Bem,
o fato é que esse esboço parece ter duas retas horizontais. Na verdade, essas
retas são como que porosas, isto é, na reta superior só aparecem os pontos de
primeira coordenada irracional, enquanto a reta inferior é formada pelos pontos
de primeira coordenada racional.
Portanto, tão próximo de qualquer ponto quanto quisermos, haverá pontos com
valor por h igual a 1 e pontos com valor por h igual a −1. Isso nos diz que essa
função não admite limite em nenhum dos pontos de seu domı́nio.
Isso a torna um pouco diferente dos dois casos anteriores, nos quais as funções
não admitiam limite em algum determinado ponto da reta real, mas elas admitem
limite em todo os outros pontos.
CEDERJ 106
Limites de funções – algumas propriedades
MÓDULO 2 - AULA 17
A função k
Nesse caso, o gráfico só está sugerido, pois os pontos cujas primeiras coordenadas
são da forma 1/n, para algum número natural n, pertencem ao gráfico com
segunda coordenada −1 (são as bolinhas preenchidas, indicadas embaixo). Ora,
tão próximo de zero quanto quisermos, haverá pontos desse tipo, cujas imagens
por k são iguais a −1, e também haverá pontos que não são dessa forma, e
nestes casos, a imagem por k será 1. Novamente, a função não admite limite
em x = 0.
Esses foram apenas alguns casos de funções que não admitem limites. Há uma
infinidade de outros exemplos, incluindo casos em que a função não admite limite
por outras razões. Veremos mais exemplos nas próximas aulas.
Para terminar esta aula, que já vai um pouco longa, veremos mais uma proprie-
dade dos limites.
Essa propriedade justifica, de alguma forma, a estratégia que temos usado para
levantar a indeterminação de alguns limites. Ela realça o fato de que o limite
depende apenas do comportamento da função em uma pequena vizinhança do
ponto em questão.
Sejam f e g duas funções tais que, para algum
número r > 0, sempre que x ∈ (a − r, a) ∪
∪ (a, a + r), teremos f (x) = g(x). Dessa
forma, existe r > 0, tal que
107 CEDERJ
acements
Limites de funções – algumas propriedades
Método Determinı́stico
Considerações finais
Nesta aula, você explorou ainda mais o conceito de limite de uma função num
dado ponto. É importante que você crie o hábito de imaginar a situação gráfica
correspondente ao cálculo do limite. Isso fortalecerá a sua visão geométrica do
conceito.
Nas próximas aulas, continuaremos a lidar com esse tema. Você aprenderá outras
propriedades dos limites, assim como os limites laterais.
Exercı́cios
Lembre-se: (a − b) a2 + ab + b2 = a3 − b3 .
f (x) = |x − 1| − 2 .
lim f (x) = −1 .
x→a
CEDERJ 108
Limites de funções – algumas propriedades
MÓDULO 2 - AULA 17
g(x)
PSfrag replacements
−2 2 x
−2
109 CEDERJ
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
MÓDULO 2 - AULA 18
Objetivos
Antes de abordar os principais temas desta aula, você aprenderá mais uma es-
tratégia de cálculo de limites, ampliando, assim, o seu já não tão pequeno con-
junto de técnicas para levantar indeterminações.
Exemplo 18.1
(a − b)(a + b) = a2 − b2 .
111 CEDERJ
acements
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
Método Determinı́stico
2t + 1 − 9
= lim √
t→4 (t − 4)(t + 1)( 2t + 1 + 3)
2t − 8
= lim √
t→4 (t − 4)(t + 1)( 2t + 1 + 3)
2
= lim √
t→4 (t + 1)( 2t + 1 + 3)
2
=
5×6
1
= .
15
√
Veja, ( 2t + 1 )2 = 2t + 1, pois 2t + 1 ≥ 0, uma vez que o domı́nio da função
é [−1/2, +∞).
Atividade 18.1
Uma das coisas que torna o estudo das funções tão interessante é a profusão
delas. Há uma quantidade estonteante de funções. Essa abundância se reflete
no fato de que, a partir de alguns poucos exemplos, podemos gerar muitos e
muitos outros, usando operações que você já conhece do Pré-Cálculo. Vamos
listar algumas delas.
CEDERJ 112
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
MÓDULO 2 - AULA 18
Soma
(f + g) : C −→ R
x 7−→ f (x) + g(x)
(α f ) : A −→ R
x 7−→ α · f (x)
Produto
(f g) : C −→ R
x 7−→ f (x) · g(x)
Inverso multiplicativo
1
: D −→ R
f
1
x 7−→
f (x)
onde D = {x ∈ A | f (x) 6= 0}.
Como você já deve estar antecipando, o limite de funções funciona muito bem
no que diz respeito a essas operações. Veja, se
113 CEDERJ
acements
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
Método Determinı́stico
então
Exemplo 18.2
»√ –
x−1 x−1
Vamos calcular lim + √
3
. Nesses casos, calculamos separadamente
x→1 x −1 x−1
os limites das parcelas.
√
Primeiro, o cálculo de lim x − 1 , que apresenta uma indeterminação. Vamos
x→1 x − 1
aplicar, alternativamente, a técnica do conjugado, já utilizada anteriormente no
exemplo 18.1.
√ √ √
x−1 ( x − 1)( x + 1)
lim = lim √
x→1 x−1 x→1 (x − 1)( x + 1)
x−1
= lim √
x→1 (x − 1)( x + 1)
1
= lim √
x→1 x+1
1
= .
2
x−1
Note que a segunda parcela também apresenta uma indeterminação: lim √
3
.
x→1 x−1
Neste caso, observe que (a − b) (a2 + ab + b2 ) = a3 − b3 . Assim, podemos fazer,
por exemplo:
x − 1 = x1/3 − 1 x2/3 + x1/3 + 1 .
Portanto,
x1/3 − 1 x2/3 + x1/3 + 1
x−1
lim √ = lim
x→1 3 x − 1 x→1 x1/3 − 1
x2/3 + x1/3 + 1 = 3 .
= lim
x→1
CEDERJ 114
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
MÓDULO 2 - AULA 18
Como sabemos quais são os limites das parcelas, podemos obter o limite dado
inicialmente:
"√ # √
x−1 x−1 x−1 x−1 1 7
lim + √ = lim + lim √ = +3 = .
x→1 x−1 3
x−1 x→1 x − 1 x→1 3
x−1 2 2
Exemplo 18.3
Então,
(a) lim 2f (x) − g(x) = 2 lim f (x) − lim g(x) = 2 · 3 − (−2) = 8
x→2 x→2 x→2
2
f (x) + 1 32 + 1
(b) lim = = −5
x→2 g(x) −2
f (x) − g(x) 3+2
(c) lim = = 5.
x→2 f (x) + g(x) 3−2
Atenção:
Fórmulas como
lim f (x) + g(x) = lim f (x) + lim g(x)
x→a x→a x→a
ou
lim f (x) · g(x) = lim f (x) · lim g(x)
x→a x→a x→a
só fazem sentido se soubermos, de antemão, que os limites das parcelas (ou
fatores, dependendo do caso), são números:
Há uma outra operação com funções, um pouco mais sofisticada do que as
que vimos até agora, que permite gerar ainda mais funções – a composição de
funções.
115 CEDERJ
acements
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
Método Determinı́stico
Exemplo 18.4
Sabemos que
lim 2x − 4 = 0 e lim cos t = 1.
x→2 t→0
Então,
lim cos 2x − 4 = 1 .
x→2
Para encerrar essa etapa da aula, sobre as propriedades elementares dos limites,
aqui está uma oportunidade para você aplicar o que já aprendeu.
Atividade 18.2
g(x) + (h(x))2
(b) lim
x→a 2
h(x) − g(x)
(c) lim .
x→a 2g(x) − h(x)
Limites laterais
Uma das propriedades que caracterizam o conjunto dos números reais é a boa
ordem. Estamos tão habituados a usá-la que não nos damos conta de sua im-
portância. Ela garante que, dados dois números reais a e b, temos
Esta é uma boa ocasião para estabelecermos uma combinação: tratamos indi-
ferentemente os elementos do conjunto R como números reais ou como pontos
da reta real, dependendo da situação. Se um apelo geométrico for mais forte,
usaremos pontos, caso contrário, usaremos números.
CEDERJ 116
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
MÓDULO 2 - AULA 18
x<a a x>a
Há pelo menos duas situações tı́picas nas quais tal abordagem pode ser útil:
(b) a lei de definição da função f é dada por diferentes expressões, uma para os
pontos à direita de a, outra para os pontos à esquerda.
Exemplo 18.5
( √
√ x2 + 1 se x ≥ 0
As funções f (x) = 9 − x2 e g(x) = ilustram as duas
3x + 5 se x < 0
situações. O domı́nio da função f é o intervalo fechado [−3, 3]. Veja a Figura
18.2. Portanto, f está bem definida à direita de −3, por exemplo, mas não
está definida à sua esquerda. A função g é definida em R, mas por expressões
distintas, conforme consideramos x < 0 ou x > 0.
PSfrag replacements
[ ]
−3 3
117 CEDERJ
acements
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
Método Determinı́stico
Considere f uma função tal que, para algum r > 0, (a, a + r) ⊂ Dom(f ).
Dizemos que
Leia: limite de f quando x
tende a a, pela direita, é igual
a L. lim f (x) = L
x→a+
se, para cada vizinhança de L, por menor que seja o seu raio, encontramos uma
vizinhança de a, tal que as imagens dos pontos nesta vizinhança, mas que estão
à direita de a, e diferentes de a, pertencem à vizinhança de L.
Assim, impomos a condição que x tende a a, porém, apenas pelo lado direito.
PSfrag replacements L
f (x)
a x
Analogamente, seja g uma função tal que, para algum número real positivo r > 0,
(a − r, a) ⊂ Dom(g).
Leia: limite de g quando x
tende a a, pela esquerda, é
igual a M .
lim g(x) = M
x→a−
CEDERJ 118
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
MÓDULO 2 - AULA 18
M
G(x)
PSfrag replacements
xa
Assim, no caso de lim+ f (x) 6= lim− f (x), concluı́mos que f não admite limite
x→a x→a
quando x tende a a.
Exemplo 18.6
3−x≥ 0 e x 6= 4 .
Ou seja, Dom(f ) = (−∞, 3]. Veja, f não está definida em pontos à direita de 3,
mas podemos considerar o comportamento dos valores por f de pontos próximos
a 3, pelo lado esquerdo: √
5 3−x
lim = 0,
x→3− x−4
√
pois lim− 5 3 − x = 0 e lim− x − 4 = −1.
x→3 x→3
119 CEDERJ
acements
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
Método Determinı́stico
PSfrag replacements
Exemplo 18.7
Você observou que, apesar das diferentes expressões para g, à direita e à esquerda
de 1,
lim g(x) = 2 = lim− g(x) .
x→1+ x→1
CEDERJ 120
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
MÓDULO 2 - AULA 18
Como os limites laterais são iguais a 2, podemos concluir que g admite limite
quando x tende a 1:
lim g(x) = 2 .
x→1
2
PSfrag replacements
Exemplo 18.8
|x − 1|
Considere a função definida por h(x) = , cujo domı́nio é o conjunto
1 − x2
R − {−1, 1}.
Veja, apesar de a lei de definição da função ser dada por uma única sentença, há
duas situações a considerar: x > 1 e x < 1. Isso se deve à presença do módulo
na definição. Novamente, para analisarmos o comportamento da função h nas
vizinhanças de 1, temos de usar os limites laterais.
|x − 1|
lim− h(x) = lim−
x→1 x→1 1 − x2
−(x − 1)
= lim−
x→1 (1 − x)(1 + x)
1−x
= lim−
x→1 (1 − x)(1 + x)
1
= lim−
x→1 (1 + x)
1
= .
2
121 CEDERJ
acements
Limites laterais e mais algumas propriedades dos limites de funções
Método Determinı́stico
1/2
PSfrag replacements
1
−1/2
Considerações finais
Nesta aula, você aprendeu mais algumas técnicas para levantar indeterminações,
mais algumas propriedades dos limites e conceito de limites laterais.
Exercı́cios
5. Considere a função
|x − 2| + 4 se x ≥ 2
g(x) = 2
|x − a| se x < 2
onde a é uma constante. Sabendo que lim− g(x) = lim+ g(x), determine
x→2 x→2
a e calcule lim g(x).
x→2
Esboce o gráfico de g.
123 CEDERJ
Limites envolvendo infinito – primeira parte
MÓDULO 2 - AULA 19
Ao infinito . . . e além!
Buzz Lightyear, Toy Story
Objetivos
Este é um bom momento para fazer um balanço dos conteúdos que você apren-
deu nas três aulas anteriores. Em outras palavras, quais conceitos novos você
conheceu? Quais limites você é ser capaz de calcular? Quais serão os próximos
passos? Bem, vejamos.
Em primeiro lugar, você deve ter uma clara idéia do significado da frase ma-
temática
lim f (x) = L ,
x→a
inclusive de sua interpretação geométrica.
Isso cobre uma boa parte do conteúdo teórico apresentado, digamos assim. Do
ponto de vista prático, você deve saber que a partir das propriedades elementares
dos limites de funções, se p(x) é uma função polinomial, então
Por exemplo,
2
√
lim
√ 2x − x − 2 = 2 − 2.
x→ 2
Mais ainda, você já deve dar conta de algumas complicações, tais como calcular
√
x3 − 8 t+2−2
lim 2 ou lim .
x→2 x − 4 t→2 t−2
125 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – primeira parte
Método Determinı́stico
Você deve ter notado que as funções com que temos lidado até agora são, essen-
cialmente, funções algébricas. Veja, as funções algébricas são aquelas funções
cujas leis de definição envolvem um número finito de operações elementares,
além das inversas de funções que podem ser assim construı́das. Por exemplo, as
funções
3x − 7
f (x) = e g(x) = (2x + 5)2/3
2x + 1
são funções algébricas.
Nesta aula vamos ampliar o conceito de limite envolvendo o infinito. Você apren-
derá o significado de sı́mbolos tais como
lim f (x) = +∞ ,
x→a+
e descobrirá como reconhecer quando isso ocorre. Assim você aprenderá a cal-
cular estes limites. Além disso, também conhecerá a interpretação geométrica
desses limites. Antes de mais nada, leia a seguir um pequeno histórico sobre o
assunto.
Breve histórico
Infinito não é uma noção exclusiva dos matemáticos. Nas mais diferentes áreas do
Nanotecnologia é um conjunto
de técnicas que visam a esten- conhecimento humano, deparamo-nos com coisas que são muito, muito grandes
der a capacidade humana de e, também, coisas extremamente pequenas.
manipular a matéria até os li-
mites do átomo.
O domı́nio da nanotecnologia
Veja a manchete estampada numa certa página de internet em 23 de setembro
permitiria criar novos materi- de 2004: “Cientistas registram colisão frontal de galáxias”. Uma equipe inter-
ais e produtos usando a capa-
cidade da tecnologia moderna
nacional de cientistas observou a colisão frontal de dois conjuntos de galáxias
de ver e manipular átomos e – uma “tempestade cósmica perfeita”. Segundo um dos cientistas, “viu-se a
moléculas.
Ela permitiria entre outras formação de um dos maiores objetos do universo”.
coisas, aumentar exponencial-
mente a capacidade de ar- No outro extremo deste espectro, encontramos, já sem surpresas, coisas como
mazenar e processar dados
dos computadores, criar novos
exames de DNA, que revelam as partes mais ı́nfimas de que somos feitos, ou
meios de aplicar medicamentos ainda, lemos reportagens que nos preparam para um novo mundo servido por
e gerar materiais mais leves e
mais resistentes do que os co- novidades da nanotecnologia.
nhecidos.
Só para citar dois pioneiros, Anaximandro (610 - 540 a.C.) inaugurou esse debate
posicionando-se favoravelmente ao infinito: o universo contém uma infinidade de
CEDERJ 126
Limites envolvendo infinito – primeira parte
MÓDULO 2 - AULA 19
mundos, a duração do universo é infinita, e assim por diante. Ele foi citado e
rebatido por Aristóteles (384 - 322 a.C.).
Você deve concordar que o conjunto dos números naturais é, pelo menos poten-
cialmente, infinito, no sentido que, não importa até quanto contamos, sempre
podemos seguir adiante. Sobre isso, Aristóteles poderia dizer que os números
não são coisas que existem fora da mente humana e, portanto, não formam algo
realmente infinito.
Como você pode ver, a questão é, no mı́nimo, delicada. Mas nós vamos nos refu-
giar nas águas tranqüilas da Matemática. Nossa tarefa será bem mais simples.
Muito bem, vamos a isso!
Limites infinitos
O sı́mbolo lim+ f (x) = +∞ será usado para indicar situações nas quais os valores
x→a
de f (x) tornam-se arbitrariamente grandes, na medida em que calculamos f em
valores de x > a, mais e mais próximos de a.
Exemplo 19.1
Veja, a seguir, uma tabela com alguns valores de x e de f (x), assim como um
esboço do seu gráfico.
x f (x)
1 1
0.5 2
0.25 4
0.01 100
0.0001 10000 1
1
Figura 19.1: Gráfico da função f (x) = , para x > 0.
x
127 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – primeira parte
Método Determinı́stico
Exemplo 19.2
1 − 2000 x
Vamos considerar o lim+ .
x→0 1000 x2
–800
1 − 2000x
Figura 19.2: Gráfico da função g(x) = .
1000x2
CEDERJ 128
Limites envolvendo infinito – primeira parte
MÓDULO 2 - AULA 19
0.0005 0 –500
0.0002 PSfrag
15000 replacements
–1000
0.0001 80000
–1500
1 − 2000x
Figura 19.3: Gráfico da função g(x) = .
1000x2
Você deve ter notado que os gráficos estão com a escala de x diferente da escala
de y. Caso contrário, não poderı́amos interpretá-los adequadamente.
Exemplo 19.3
1000 + x
Agora, vamos estudar o lim+ .
x→0 8x2 + 0.01
1000 + x
Veja uma tabela com alguns valores de x e de h(x) = , assim como o
8x2 + 0.01
seu gráfico, no intervalo [0.0009, 1].
129 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – primeira parte
Método Determinı́stico
80000
x g(x)
10 1.262484219
60000
2 31.3027179
1 124.968789 y
40000
0.2 3030.909091
0.05 33335.0
PSfrag replacements20000
0.001 99920.16387
0.0009 99935.33190
0 0.2 0.4 x 0.6 0.8
100 + x
Figura 19.4: Gráfico da função g(x) = .
8x2 + 0.01
lim f (x) = +∞ ,
x→a+ y –0.1 –0.06 –0.02 00.02 x
0.06 0.1
A condição Definição 1
(a, a + R) ⊂ Dom(f ) ,
CEDERJ 130
Limites envolvendo infinito – primeira parte
MÓDULO 2 - AULA 19
lim f (x) = +∞ ,
x→a+
estamos dizendo que, para cada reta horizontal y = M , há um (pequeno) inter-
valo de comprimento r >, (a, a + r), tal que, se x ∈ (a, a + r), então
f (x) > M .
Isso quer dizer que a restrição do gráfico de f ao intervalo (a, a + r) está acima
da reta y = M , conforme a ilustração a seguir.
a a+r
lim f (x) = +∞
x→a−
lim f (x) = −∞ .
x→a−
Definição 2
131 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – primeira parte
Método Determinı́stico
−M
Exemplo 19.4
lim f (x) = +∞ .
x→a
Atividade 19.1
CEDERJ 132
Limites envolvendo infinito – primeira parte
MÓDULO 2 - AULA 19
Assı́ntotas verticais
Exemplo 19.5
2x − 3
Vamos determinar as assı́ntotas verticais da função f (x) = .
x2 − x − 6
−2 3
133 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – primeira parte
Método Determinı́stico
2x − 3
(a) lim − = −∞.
x→−2 x2 −x−6
Realmente, quando x tende a −2, o numerador y = 2x − 3 tende a −6. A
análise de sinais feita anteriormente mostra que, se x tende a −2, pela es-
querda, o denominador tende a zero com sinal positivo. Assim, o limite de
f (x) = 22x − 3 , quando x tende a −2, pela direita, será −∞.
x −x−6
2x − 3
(b) lim + = +∞.
x→−2 x2 −x−6
Neste caso, o numerador continua com o sinal negativo, mas quando x tende
a 2, pela direita, o denominador tente a zero com sinal negativo, como pode
ser visto na sua análise de sinal. Portanto, o limite de f (x) = x22x− −x −3 6 , com x
tendendo a −2 pela direita, será +∞.
2x − 3
(c) lim− = −∞.
x→3 x2−x−6
Veja como a situação mudou, uma vez que o limite do numerador, quando x
tende a 3, é positivo. Quando x tende a 3, pela esquerda, o denominador tende
a zero com sinal negativo. Concluı́mos que o limite de f (x) = 22x − 3 , com x
x −x−6
tendendo a 3 pela esquerda, será −∞.
2x − 3
(d) lim+ = +∞.
x→3 x2−x−6
Neste caso, a situação do numerador não se alterou e o denominador tende a
zero com sinal positivo. O limite de f (x) = 22x − 3 , com x tendendo a 3 pela
x −x−6
direita, +∞.
−2
3
CEDERJ 134
Limites envolvendo infinito – primeira parte
MÓDULO 2 - AULA 19
Exemplo 19.6
x
g(x) = ,
(x − 1)2 (x + 2)
+ + + + + + + + + + + + + + +
(x − 1)2
− − − − − + + + + + + + + + +
(x + 2)
− − − − − + + + + + + + + + +
(x + 2)(x − 1)2
−2 1
x
lim = +∞ ,
x→1 (x − 1)2 (x + 2)
x
lim − = +∞
x→−2 (x − 1)2 (x + 2)
x
lim = −∞ .
x→−2+ (x − 1)2 (x + 2)
135 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – primeira parte
Método Determinı́stico
−2 1
Resumo da ópera
Veja também que é possı́vel termos um dos limites laterais sendo infinito e o
outro finito. Isso é suficiente para caracterizar uma assı́ntota vertical.
Do ponto de vista operacional, tudo o que temos de fazer é uma análise de sinal,
do tipo que você aprendeu a fazer no Pré-Cálculo.
Exemplo 19.7
2x + 1
Calcule lim± , para a = −1 e a = 3.
x→a x2 − 2x − 3
2x + 1
lim − = −∞ ,
x→−1 x2 − 2x − 3
pois lim − 2x + 1 = −1 e lim − x2 − 2x − 3 = 0+ .
x→−1 x→−1
CEDERJ 136
Limites envolvendo infinito – primeira parte
MÓDULO 2 - AULA 19
−1
3
2x + 1
Figura 19.12: Gráfico da função f (x) = .
x2 − 2x − 3
É bom saber da existência de coisas menos comportadas. Por exemplo, há casos
de funções não limitadas, quando x → a± e o limite não é do tipo f (x) → ∞
ou f (x) → −∞.
1 1
Aqui está um tal exemplo: @ lim+ cos . O gráfico de f oscila de valores
x→0 x2 x
positivos para negativos e vice-versa, tomando valores cada vez mais afastados
da origem.
1000
800
600
y
400
200
1 1
Figura 19.13: Gráfico da função f (x) = cos , para x > 0.
x2 x
137 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – primeira parte
Método Determinı́stico
Você sabia que, em alemão, se diz unendlich para infinito? Soa bem poético, não?
Muito bem, está na hora de parar, pois você ainda tem a lista de problemas para
fazer. Na próxima aula continuaremos a falar sobre limites envolvendo infinito.
Exercı́cios
3x 2x
(i) lim− (j) lim+ .
x→0 1 − ex x→1 ln x
8
2. Determine as assı́ntotas verticais da função f (x) = , calculando todos
4 − x2
os seus possı́veis limites infinitos.
1−x
3. Determine as assı́ntotas verticais da função g(x) = , calcu-
x3 − 2x2 − x + 2
lando todos os seus possı́veis limites infinitos.
CEDERJ 138
Limites envolvendo infinito – segunda parte
MÓDULO 2 - AULA 20
Ao infinito . . . e além!
Buzz Lightyear, Toy Story
Objetivos
Suponha que lim f (x) = +∞, lim g(x) = +∞ e lim h(x) = L. Então,
x→a x→a x→a
139 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – segunda parte
Método Determinı́stico
1) lim f (x) + g(x) = +∞
x→a
2) lim f (x) · g(x) = +∞
x→a
3) lim f (x) + h(x) = +∞
x→a
(
+∞ se L > 0
4) lim h(x) · f (x) =
x→a −∞ se L < 0
(
+∞ se α > 0
5) se α ∈ R, α 6= 0, lim αf (x) = .
x→a −∞ se α < 0
Exemplo 20.1
sen x 1
Já sabemos que lim = 1 e lim = +∞. Portanto,
x→0 x x→0 x
h sen x 1i
lim+ + = +∞ .
x→0 x x
Atenção!
Exemplo 20.2
Aqui está a análise do sinal de Você verá que uma pequena alteração na função pode modificar, de maneira
y = x2 − 2x − 3.
dramática, o resultado do limite.
+ + +
s− − − + + +
s
−2 3 Vamos calcular " #
1 a
lim + ,
x→3+ x − 3 x2 − 2x − 3
para os seguintes valores de a: −3, −4 e −5.
1
É claro que lim+ = +∞.
x→3 x−3
CEDERJ 140
Limites envolvendo infinito – segunda parte
MÓDULO 2 - AULA 20
No entanto,
1 a x+1+a
+ = .
x − 3 (x + 1)(x − 3) (x + 1)(x − 3)
Caso a = −3
Caso a = −4
Caso a = −5
Conclusão
Para diferentes valores atribuı́dos à constante a, o limite resultou, ora +∞, ora
um número real, ora −∞, ou seja, em situações como essa, não descuide, aja
com cuidado!
141 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – segunda parte
Método Determinı́stico
Atividade 20.1
Até agora nós temos usado o limite como uma ferramenta para estudar o com-
portamento dos valores de uma dada função f , nas vizinhanças de um certo
ponto a.
Nosso próximo passo será usar o limite para estudar o comportamento dos valores
de f (x) quando tomamos para x (ou para −x, dependendo do caso) valores
arbitrariamente grandes. Isto é, queremos estabelecer sentido para as expressões
para algum número b, caso contrário, não poderı́amos tomar valores de f (x),
para valores arbitrariamente grandes de x.
CEDERJ 142
Limites envolvendo infinito – segunda parte
MÓDULO 2 - AULA 20
Exemplo 20.3
Em particular,
1
lim x2 = +∞, lim = 0,
x→+∞ x→+∞ x2
√
− 2
lim −2x3 = −∞, lim = −∞.
x→+∞ x→+∞ x
Interpretação geométrica
Exemplo 20.4
143 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – segunda parte
Método Determinı́stico
−2 2
2
−2
−3
A função f (Figura 20.1) tem uma única assı́ntota horizontal. Neste caso,
lim f (x) = lim f (x) = 2.
x→−∞ x→+∞
A função g (Figura 20.2) tem quatro assı́ntotas: duas verticais e duas horizon-
tais. Veja quais são seus limites infinitos e no infinito:
Algo interessante ocorre no caso da função h (Figura 20.3). Esta função certa-
mente não é polinomial (por quê?). A reta y = 2 é a única assı́ntota do gráfico
da função, pois lim h(x) = 2, mas o gráfico de h oscila em torno da reta, com
x→+∞
amplitude cada vez menor, na medida em que tomamos valores cada vez maiores
para x.
Finalmente, no caso da função k, não há assı́ntota vertical, mas duas assı́ntotas
horizontais, pois lim k(x) = −3 e lim k(x) = 3.
x→−∞ x→+∞
CEDERJ 144
Limites envolvendo infinito – segunda parte
MÓDULO 2 - AULA 20
Aqui está a definição de lim f (x) = +∞, necessária para podermos interpretá-
x→+∞
la geometricamente.
Definição
Dizemos que lim f (x) = +∞ se, e somente se, para cada M > 0 existe um
x→+∞
número r > 0, tal que, se x > r, então f (x) > M .
Isso significa geometricamente que, dada uma altura M > 0 qualquer, existe
um número r suficientemente grande, tal que a parte do gráfico de f sobre o
intervalo [r, +∞) fica acima da reta y = M .
r
Figura 20.5
Gráfico de função em que lim f (x) = +∞.
x→+∞
Na Figura 20.5, você nota que o gráfico de f sobre o intervalo [r, +∞) está
contido na região com hachuras, isto é, acima da reta y = M .
Note que essa situação é dinâmica. Isso deve ocorrer para todos os valores de
M . Dessa forma, para valores de M cada vez maiores, possivelmente teremos
de aumentar os valores de r.
Na Figura a seguir, você poderá ver como, para três diferentes valores de M ,
precisamos, para o exemplo em questão, de três diferentes valores de r, indicados
pelos correspondentes ı́ndices. Assim, se x > r1 , então f (x) > M1 . Se x > r2 ,
então f (x) > M2 . Finalmente, para x > r3 , temos f (x) > M3 . Essa última
afirmação está enfatizada na Figura pelo fato de o gráfico de f estar contido
na região com hachuras. E assim, para cada novo M , maior que o anterior,
seguirı́amos obtendo um novo r, tal que, se x > r, f (x) > M .
145 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – segunda parte
Método Determinı́stico
M3
M2
M1
r1 r2 r3
Figura 6.6
Gráfico de função em que lim f (x) = +∞.
x→+∞
e
(
n é par e an > 0
+∞ se
n é ı́mpar e an < 0
lim p(x) =
x→−∞ (
n é ı́mpar e an > 0
−∞ se
n é par e an < 0
Parece complicado, mas não é. Veja, nas Figuras a seguir, quatro exemplos que
indicarão todas as possibilidades.
CEDERJ 146
Limites envolvendo infinito – segunda parte
MÓDULO 2 - AULA 20
600 600
400 400
y y
200 200
–10 –5 0 5 x 10 –10 –5 0 5 x 10
–200 –200
–400 –400
–600 –600
800
600
600
y400
y400
200
200 –10 –5 5 x 10
0
–10 –5 5 x 10 –200
–200 –400
–400 –600
–600 –800
Vamos começar com o cálculo dos limites no infinito das funções polinomiais.
Assim, você compreenderá como chegamos às conclusões apresentadas na seção
anterior e aprenderá uma primeira técnica para levantar essas indeterminações.
Desse modo, você perceberá, algebricamente, por que o comportamento das
funções polinomiais no infinito é determinado pelo termo de maior grau. Pa-
rece estranho, mas, na verdade, se alterarmos a função polinomial, mudando
apenas os coeficientes dos termos de graus menores, a função sofre alterações
numa região limitada em torno da origem, mas seu comportamento para valores
muito grandes de |x| permanece, essencialmente, o mesmo. Isso é ilustrado pelo
próximo exemplo.
147 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – segunda parte
Método Determinı́stico
Exemplo 20.5
Exemplo 20.6
O termo de maior grau é 3x3 , isto é, an > 0 e n ı́mpar. Portanto, a resposta do
cálculo deve ser
lim 3x3 − 5x2 − 2x − 7 = +∞ ;
x→+∞
3x3 − 5x2 − 2x − 7 = −∞ .
lim
x→−∞
CEDERJ 148
Limites envolvendo infinito – segunda parte
MÓDULO 2 - AULA 20
5 2 7
Agora, o limite de cada uma das parcelas, − , − 2 e − 3 , quando
3x 3x 3x
x → +∞, é zero. Isto é,
5 2 7
lim 1 − − − =1
x→+∞ 3x 3x2 3x3
e, portanto,
3 2
3 5 2 7
lim 3x − 5x − 2x − 7 = lim 3x 1− − 2− 3
x→+∞ x→+∞ 3x 3x 3x
= lim 3x3 = +∞ .
x→+∞
Analogamente,
3 2
3 5 2 7
lim 3x − 5x − 2x − 7 = lim 3x 1− − 2− 3
x→−∞ x→−∞ 3x 3x 3x
= lim 3x3 = −∞ .
x→−∞
Atividade 20.2
149 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – segunda parte
Método Determinı́stico
O sinal do limite, no caso em que grau(p) > grau(q) é determinado pelos sinais
dos coeficientes dos termos de maior grau.
Exemplo 20.7
33 2 5
x 3− + 2 − 3
3x3 − 3x2 + 2x − 5 x x x
lim 2
= lim
x→+∞ 3 − x − 2x x→+∞ 3 1
x2 2
− −2
x x
3 2 5
x 3− + 2 − 3
x x x
= lim
x→+∞ 3 1
2
− −2
x x
3
= − · lim x
2 x→+∞
= −∞ ,
c
pois o limite de cada fração do tipo , com x → ∞, é igual a zero.
xm
√ !
1 2
√ x2 3 − + 2
3x2 − x + 2 x x
lim = lim
x→−∞ 5 − x2 x→−∞
2
5
x −1
x2
√
1 2
3− + 2
= lim x x = −3 .
x→−∞ 5
−1
x2
CEDERJ 150
Limites envolvendo infinito – segunda parte
MÓDULO 2 - AULA 20
A mesma estratégia pode ser usada para calcular limites no infinito de funções
algébricas envolvendo radicais. Mas, neste caso, é necessário atenção com a
situação x → −∞, devido ao sinal negativo dos valores de x.
Exemplo 20.8
10 − 3x
Vamos determinar as assı́ntotas horizontais da função f (x) = √ .
x2 + 4
10 − 3x
Para calcular lim √ , lembramos que estamos considerando valores muito
x→+∞ x2 + 4
grandes de x. Portanto, podemos supor que x > 0. Isso permite escrever
s √
√
r r
4 4 4
x 2 + 4 = x2 1 + 2 = x 2 · 1 + 2 = x · 1 + 2 ,
x x x
√
pois x > 0 e x2 = |x| = x. Assim,
10 10
x −3 −3
10 − 3x x
lim √ = lim r = lim rx = −3 .
x→+∞ x2 + 4 x→+∞ 4 x→+ ∞ 4
x· 1+ 2 1+ 2
x x
Raciocı́nio semelhante se aplica para calcular o limite com x → −∞, porém,
√
neste caso, x < 0, e, portanto, x2 = |x| = −x. Isso significa que o cálculo do
limite fica
10 10
x −3 −3
10 − 3x x
lim √ = lim r = lim − rx = 3.
x→−∞ x2 + 4 x→−∞ 4 x→+∞ 4
−x · 1 + 2 1+ 2
x x
151 CEDERJ
acements
Limites envolvendo infinito – segunda parte
Método Determinı́stico
−3
Figura 6.13
10 − 3x
Gráfico da função f (x) = √ .
x2 + 4
Considerações finais
Nesta aula, você aprendeu que o limite serve para descrever o comportamento das
funções quando a variável dependente assume valores muito grandes (x → +∞)
ou quando −x assume valores muito grandes (x → −∞).
Voltaremos a esse tema em breve. Agora, não deixe de praticar as idéias que
aprendeu nos exercı́cios propostos a seguir.
Exercı́cios
153 CEDERJ
Autores