Métodos
e Técnicas de
Estudo e Pesquisa
Luiza Angélica Paschoeto Guimarães
FERP, 2016
Expediente
Elaboração de Conteúdo
Luiza Angélica Paschoeto Guimarães
Projeto Gráfico
Foto capa
G963a
Guimarães, Luiza Angélica Paschoeto.
Métodos e Técnicas de Estudo e Pesquisa [recurso eletrônico] Luiza
Angélica Paschoeto Guimarães. – Volta Redonda; RJ: FERP, 2015.
96 p. : il. ; grafs.
Atualmente, as instituições de ensino superior brasileiras vêm cada vez mais aliando o ensino, a
pesquisa e a extensão universitária, por meio de práticas pedagógicas que integram essas três modalidades
acadêmicas. Essa integração contribui com o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo do
estudante, favorecendo o conhecimento da realidade e a percepção dos problemas da comunidade a sua
volta, ao mesmo tempo em que busca subsídios para minimizá-los.
Nesse contexto, cabe ao ensino buscar os meios adequados para a divulgação dos saberes
adquiridos, além de servir de elemento mediador entre a pesquisa e a extensão.
O Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB-FERP) acredita que a integração dessas três
modalidades acadêmicas dota o estudante de instrumentos apropriados para contribuir com a sociedade,
oferecendo a ela profissionais competentes e preparados para nela atuar.
Assim, fundamentou a disciplina de Métodos e Técnicas de Estudo e Pesquisa (MTEP) com
uma ementa que visa oferecer ao universitário, os instrumentos e procedimentos próprios à pesquisa, no
intuito de torná-lo capaz de buscar o conhecimento utilizando as ferramentas adequadas para a realização
dessa tarefa.
Em diferentes disciplinas do currículo, o estudante será estimulado à prática da pesquisa e a
disciplina MTEP, possibilitará que ele desempenhe seu trabalho com mais facilidade e competência.
Compreender e aplicar os princípios da metodologia científica em situações de apreensão, produção
e expressão do conhecimento em seu cotidiano, também dará ao estudante, melhores condições para
gerenciar sua própria aprendizagem.
Dentro do conteúdo, você poderá encontrar ícones que orientarão e facilitarão a compreensão de
seus estudos, são eles:
Bons estudos!
Luiza Angélica Paschoeto Guimarães
Professor Conteudista da Disciplina
Sumário
1
ECAD. Legislação de Direito autoral. Disponível em: <http://www.ecad.org.br/pt/direito-
autoral/Legislacao/Paginas/default.aspx> Acesso em: 15 mar.2015.
8
Saiba mais
Do mesmo modo, essa lei apresenta um rol de produções que não são objeto de
proteção como direitos autorais em seu artigo 8º, incisos I a VII. São elas:
1.2
Domínio Público
A Lei nº 9.610/98, prevê que uma produção intelectual passa a pertencer ao domínio
público após 70 anos, a contar de 1º de janeiro do ano subsequente ao falecimento do autor; ou
quando não tenha deixado herdeiros; ou, ainda, quando o autor é desconhecido.
1.3
Plágio – violação do direito autoral
10
O plágio, portanto, é a utilização de uma produção intelectual (literária, artística e
científica), sem dar o devido crédito ao autor da obra. É uma questão ética e precisa ser
combatido nos meios acadêmicos, local onde o plágio é muito comum nos dias de hoje.
Quando incluímos uma citação retirada do trabalho de outro autor em uma produção
acadêmica realizada por nós, dando a ele o devido crédito, não estamos praticando plágio. Dar
crédito ao autor é registrar sua obra ao longo do trabalho e incluí-lo nas referências.
Porém, quando copiamos integralmente ou parte de um trabalho acadêmico, de uma
publicação, ou ainda de qualquer obra literária ou artística sem a devida referência, estamos
cometendo o crime de plágio e provocando diversas situações de conflitos, principalmente no
campo da ética. É necessário, portanto, que se conheça mais sobre este problema tão comum
nas universidades brasileiras e internacionais, para que seja possível combatê-lo.
Há, pelo menos, três tipos de plágio: integral, parcial e conceitual.
Em todos os casos, o “plagiador” não faz referência à autoria, isto é, toma para si os
benefícios intelectuais do trabalho, sem considerar os prejuízos que pode causar ao autor
original.
Como assinalamos anteriormente, o direito autoral está previsto na legislação brasileira
(Lei nº 9.610/98) e sua violação é crime e consta do Código Civil e do Código Criminal
brasileiros.
O Código Penal brasileiro (Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, art. 184)
considera crime contra a propriedade intelectual passível de penalidades na forma da lei, a
violação dos direitos do autor e os que lhe são conexos. Vejamos o que traz este artigo na
íntegra, alterado pela Lei nº 10.695, de 1º de julho de 2003:
A Lei nº 9.610/98 prevê também as situações que não se aplicam penalidades, ou seja,
não são consideradas como plágio. Vejamos o que consta no Capítulo IV, artigos 46 a 48:
Capítulo IV
Das Limitações aos Direitos Autorais
12
estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração à clientela,
desde que esses estabelecimentos comercializem os suportes ou equipamentos
que permitam a sua utilização;
VI - a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no
recesso familiar ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos
de ensino, não havendo em qualquer caso intuito de lucro;
VII - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir
prova judiciária ou administrativa;
VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras
preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes
plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra
nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem cause
um prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores.
Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras
reproduções da obra originária nem lhe implicarem descrédito.
Art. 48. As obras situadas permanentemente em logradouros públicos podem
ser representadas livremente, por meio de pinturas, desenhos, fotografias e
procedimentos audiovisuais.
É preciso ressaltar, por fim, que podemos utilizar as produções e ideias dos autores,
desde que façamos com o devido cuidado, valorizando sua criatividade e esforço intelectual.
Em síntese, utilizar uma produção não é plágio, plágio é utilizá-la sem dar ao seu autor
o valor que ele merece.
Resumindo
Importante!
14
Unidade 2
16
2.1
Critérios Gráficos do UGB
Resumindo
Importante!
Após conhecer o Manual de Formatação de Trabalhos
Acadêmicos, faça as tarefas disponíveis no ícone Tarefa Avaliativa,
que está disponível em nossa Sala Virtual.
A Sala Virtual é a Sala de nossa disciplina que você tem
acesso pelo NEAD.
18
Unidade 3
Método de estudo
Nesta Unidade estaremos apresentando a você um método de
estudo e as principais técnicas de leitura e interpretação de textos
acadêmicos. Assim, a Unidade tem como objetivos:
Salomon (2010) assinala que quando duas pessoas aplicam o mesmo método, uma pode
conseguir cem por cento de resultado enquanto a outra, pode alcançar um resultado menor. Isto
porque o uso do método está relacionado às capacidades, habilidades, personalidade, estilo de
inteligência, experiências, hábitos de quem emprega e do tempo disponível de cada pessoa.
Outro ponto assinalado pelo autor é o aspecto objetivo do método. Explica que o método
em si é simples, o que o faz difícil e às vezes impraticável, são suas regras e técnicas. “A
estratégia é, quase sempre, simples e fácil. As táticas é que costumam ser numerosas, complexas
e difíceis” (SALOMON, 2010, p. 39).
De acordo com Salomon, o método de estudo eficiente reduz-se aos seguintes pontos
principais, que aqui serão transcritos na íntegra:
c) Processamento: ser global – parcial – global, seguindo assim o princípio geral que rege
a evolução biológica: o do desenvolvimento “difuso-analítico-sintético”.
(SALOMON, 2010, p. 39-40
Vale ressaltar que para um método ser eficiente não basta ser bem elaborado, precisa,
também, ser bem aplicado e isso depende, em grande parte, do poder de decisão e perseverança
de quem o está aplicando, pois como assinala Salomon (2010, p. 44), “Não basta ler e informar-
se a respeito de como deve agir. Importante, também, é decidir praticar”.
Resumindo
Um método de estudo eficiente precisa ter uma finalidade, ser
abrangente e processual (sistemático).
Um método que traz um conjunto de procedimentos e técnicas que
garante uma leitura saudável e vantajosa para o estudante.
20
3.2
Leitura e Interpretação de Textos Acadêmicos
A boa leitura é a garantia de êxito nos estudos. O estudante quando lê, e principalmente,
quando lê bem, terá mais facilidade em apreender os conteúdos e as mensagens que o autor
pretende com seu texto. A boa leitura abrange tanto os textos de ficção (textos literários) quanto
os textos de não-ficção (textos referenciais). Esses textos permitem que tenhamos dois tipos
diferentes de leitura: a leitura emocional e a leitura racional.
A leitura emocional é aquela que alimenta nossa subjetividade, nos empolgando,
liberando nossas emoções, permitindo que nossas fantasias venham à tona, enfim, a leitura
emocional é aquela que nos permitimos “sentir”. A leitura emocional envolve, principalmente,
os textos narrativos como os romances, os contos, as novelas etc.
A leitura racional, ao contrário, envolve aspectos ligados à racionalidade e à lógica,
exigindo do leitor o emprego de suas capacidades racionais, de compreensão, de análise, de
estabelecer analogias e de realizar sínteses de ideias. A leitura racional envolve, principalmente,
os textos descritivos e dissertativos como os textos científicos (de ciências e de filosofia) e
acadêmicos (teses, dissertações, monografias, artigos etc.).
Em nosso estudo trataremos da leitura racional, considerando que, em nossa disciplina,
é esse tipo de leitura com a qual estaremos sempre em contato.
No processo de leitura precisamos considerar três elementos fundamentais: quem
escreve, a ideia e quem lê. Para compreendermos a função de cada um, nos reportaremos a
alguns aspetos ligados à teoria da comunicação.
3.2.1
A relação entre os elementos fundamentais no
processo de leitura
Em todo texto existem três elementos: quem escreve, a mensagem e quem lê. Quem
escreve é o autor, ou seja, o emissor da ideia. A ideia é a mensagem que se pretende transmitir
e quem lê é o receptor, que em nosso caso, é o leitor ou o estudante.
Ao escrever um texto, o emissor codifica uma mensagem contendo suas ideias,
pensamentos e reflexões que deverá ser compreendida pelo receptor que a lê e decifra,
decodifica. Quando o receptor consegue assimilar a mensagem, ele é capaz de pensar sobre ela,
compreendê-la, explicá-la e, inclusive, personalizá-la, isto é, dar a ela a sua própria maneira de
transmiti-la (falar ou escrever sobre ela).
Vejamos o esquema:
3.2.2.
Técnica de leitura e interpretação de textos
Para ler precisamos tomar algumas medidas que são básicas e que se constituem em
etapas de leitura:
a) Verificar se o material a ser lido é relevante para o trabalho a ser realizado. Ou seja,
se o texto trata do tema que é seu objeto de estudo. Para isso o leitor pode observar
alguns aspectos tais como o título da obra, o resumo, a introdução. Esses elementos
direcionarão o leitor para o que vai ser abordado na produção do autor.
b) Delimitar a unidade de leitura. Nem sempre tudo o que está no material a ser lido será
necessário, principalmente quando se trata da leitura de um livro. Por esse motivo, o
leitor poderá selecionar o capítulo, a unidade ou o setor do livro que interessará ao
trabalho a ser realizado.
22
c) Preparar para a leitura. Antes de iniciar a leitura do material para a realização de
análise, o leitor precisa familiarizar-se com o texto. Ele poderá fazer isso buscando
algumas informações relevantes, tais como: quem é o autor, como é seu estilo de escrita,
quando o texto foi elaborado e em qual contexto. Vejamos o exemplo:
Essas informações sobre a produção do livro estariam situando o leitor para que a sua
motivação fosse despertada, ao mesmo tempo que estaria facilitando a compreensão sobre a
mensagem a ser transmitida pelo autor.
d) Analisar o texto. Cabe ao leitor realizar a análise do texto realizando diferentes leituras.
Na primeira, faz-se uma leitura atenta, mas “corrida”, isto é, leia o texto sem se
preocupar em compreendê-lo. Nesse momento assinale a lápis as palavras
desconhecidas para conhecer seus significados. Antes de realizar uma segunda leitura,
vá ao dicionário buscar o significado das palavras assinaladas, registrando-as em um
caderno de anotações (se possível, faça um glossário). Durante a segunda leitura deve-
se ir assinalando no texto, as ideias principais e mais importantes que poderão ser
utilizadas posteriormente. Ao final, tudo o que foi assinalado poderá se transformar em
um fichamento ou esquema. Não se trata de um resumo, mas sim, de anotar frases e
parágrafos que poderão ser revistos posteriormente, e até mesmo utilizados como
citação na ocasião em que o leitor estiver produzindo seu próprio texto. É importante
destacar que a cada anotação deve ser seguida pelo número da página onde a informação
está localizada. Isso permitirá que o leitor retorne ao texto caso necessite de
compreender melhor o fragmento que destacou.
1) Do que trata o texto? Qual é sua ideia central? A resposta a essas questões dará
ao leitor o tema ou assunto do texto.
2) O que provocou o autor para que ele escrevesse o texto? A resposta leva o leitor
a encontrar o “problema” do texto, ou seja, a problemática que gerou seu desejo
de escrever aquele texto. Outras perguntas levarão a mesma resposta: “Como o
assunto está problematizado? Qual a dificuldade a ser resolvida? Qual o
problema a ser solucionado?” (SEVERINO, 1991, p. 50).
g) Criticar a leitura. A crítica não pode estar baseada em nossas opiniões individuais ou
em nossos gostos. A crítica se refere ao modo como o autor organizou seu trabalho, ou
seja, se ele conseguiu em seu texto, explicitar as suas ideias e consiste em levantar os
pontos positivos e negativos de um texto. Para realizarmos a crítica precisamos
responder as seguintes perguntas: O autor atingiu seus objetivos? Utilizou linguagem
clara e objetiva? Sua abordagem é original? O texto trouxe contribuições ao tema
discutido? As respostas darão ao leitor a possibilidade de discutir o tema proposto pelo
texto, considerando, contudo, os aspectos relacionados ao próprio texto e ao modo como
ele foi escrito.
h) Problematizar sobre o tema do texto. É possível que após realizar todas as etapas
anteriores surjam algumas indagações, abrindo novas possibilidades de leitura. Neste
momento, as perguntas referem-se ao que deixou de ser explicado no texto lido ou o que
ele provocou, despertando a curiosidade e o desejo de aprofundar os conhecimentos ou
ampliá-los. São elas: O que mais desejo conhecer? Há outros textos que tratam do
assunto?
Assim, ao realizar essas etapas, o leitor estará pronto para elaborar seu próprio trabalho
que pode ser um resumo, uma resenha ou um texto dissertativo com suas próprias ideias, mas
utilizando e citando o trabalho do autor para justificar seus próprios argumentos.
24
Resumindo
O estudante quando lê, e principalmente, quando lê bem, terá
mais facilidade em apreender os conteúdos e as mensagens
que o autor pretende com seu texto.
Há dois tipos de leitura: a leitura emocional e a leitura
racional.
Existem três elementos de comunicação: quem escreve
(emissor), a mensagem e quem lê (receptor).
A interpretação da mensagem dependerá do sujeito, suas
vivências, experiências e modos de perceber e sentir o
mundo.
Importante!
Após estudar o Texto Base da Unidade 3, vá em nossa Sala Virtual
e realize as atividades propostas.
A Sala Virtual é a Sala de nossa disciplina que você tem
acesso pelo NEAD.
Lembre-se: Todas as tarefas realizadas estarão compondo o
total de pontos relativos à Nota Bimestral que você terá na Disciplina
MTEP.
Não deixe de realizar as Tarefas!!!
Aprendeu também que o Plágio Acadêmico é uma atitude ruim e que se constitui em
um crime previsto em Lei, passível de punições.
Lembre-se:
Estudar não é uma tarefa fácil. Exige vontade, determinação, persistência e, sobretudo,
responsabilidade.
26
Unidade 4
Conceituar Ciência.
Estabelecer a relação entre Ciência e Conhecimento
científico.
Identificar as etapas do método científico.
Conhecer os tipos de pesquisa utilizados na graduação,
segundo alguns critérios.
28
Você sabia?
Santos e Pereira assinalam que essas etapas não podem ser seguidas por todas as
ciências, tendo em vista que sua eficácia dependerá do objetivo da pesquisa.
30
De acordo com Severino, o método científico se organiza em dois momentos: o
“momento experimental” e o “momento matemático”. O primeiro caracteriza-se pela fase
indutiva enquanto o segundo se ergue em uma fase dedutiva. “Indução e dedução são duas
formas de raciocínio, isto é, procedimentos racionais de argumentação ou de justificação de
uma hipótese” (SEVERINO, 2007, p. 104).
No raciocínio indutivo, os dados e fatos particulares são antecedentes enquanto as
afirmações mais gerais são consequentes. No raciocínio dedutivo, ao contrário, os princípios
universais são antecedentes e os fatos e dados particulares são consequentes.
Resumindo
A ciência utiliza-se de pressupostos filosóficos e fundamentos
epistemológicos para embasar seu método.
O conhecimento científico é crítico e implica na apresentação de
provas que dão segurança ao conhecimento elaborado e por isso é
confiável. Produzir conhecimento científico é fazer Ciência.
O Método Científico se organiza em 5 etapas: Observação
rigorosa, Formulação de Hipótese, Submissão das hipóteses a
testes críticos¸ Comprovação dos resultados obtidos,
Comunicação dos resultados.
Importante!
Todas as atividades postadas no Ambiente Virtual de
Aprendizagem estarão compondo a nota bimestral juntamente com a
avaliação presencial.
32
4.3
Tipos de Pesquisa
4.3.1
Definindo pesquisa
4.3.2
A pesquisa quanto as suas finalidades
De acordo com sua utilidade e/ou finalidade, podemos diferenciar uma pesquisa por sua
função básica ou aplicada.
4.3.2.1
Pesquisa Básica
34
4.3.2.2
Pesquisa Aplicada
4.3.3
A pesquisa quanto as suas abordagens
Quando pensamos em realizar uma pesquisa, procuramos em primeiro lugar definir qual
é a sua finalidade, ou seja, para que ela servirá, conforme vimos no item 2.2. Em seguida,
precisamos ter clareza do modo como o problema proposto será tratado, isto é, qual a
abordagem que devemos dar ao nosso estudo. Precisamos então ter clareza se nossa pesquisa
será quantitativa ou qualitativa.
As primeiras pesquisas realizadas foram de caráter quantitativo e por esse motivo,
segundo Severino (2007, p. 118), “toda lei científica revestia-se de uma formulação matemática.
Daí a característica original do método científico ser sua configuração experimental-
matemática”. Entretanto, esse tipo de pesquisa não dava conta de produzir conhecimentos
quando se tratava de assuntos ligados aos seres humanos e seus aspectos não biológicos.
4.3.3.1
Pesquisa quantitativa
4.3.3.2
Pesquisa qualitativa
4.3.3.3
Relação entre a pesquisa quantitativa e a pesquisa
qualitativa
Na tradição acadêmica, a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa são consideradas
antitéticas, ou seja, estão sempre em oposição porque a primeira busca dados subjetivos,
enquanto a segunda, dispõe de informações objetivas.
Em razão disso, as metodologias adotadas por uma e outra são diferenciadas e estão
subordinadas às necessidades de cada tipo de pesquisa.
36
Observe o que assinala Demo:
De acordo com Demo, esses dois tipos de pesquisa não são excludentes, ao contrário,
podem ser complementares. Quando possível, a utilização de métodos adotados por essas duas
abordagens traz um aprofundamento do conhecimento que dará mais cientificidade e
credibilidade à pesquisa.
4.4
A pesquisa e suas classificações
4.4.1.1
Pesquisa Exploratória
4.4.1.2
Pesquisa descritiva
38
a natureza dessa relação. Nesse caso, tem-se uma pesquisa
descritiva que se aproxima da explicativa. (GIL, 2002, p. 42)
Assim, podemos afirmar que a pesquisa descritiva pode ser empregada tanto em
pesquisas quantitativas quanto em pesquisas qualitativas, o que favorece a sua utilização,
principalmente quando se trata de pesquisa no âmbito das ciências sociais e humanas, como por
exemplo, em pesquisas históricas e em pesquisas no campo educacional, que se preocupam em
demonstrar comportamentos, acontecimentos e atuações práticas de indivíduos e grupos.
4.4.1.3
Pesquisa Explicativa
4.4.2
Classificação segundo a origem das fontes da pesquisa
As pesquisas podem ser classificadas de acordo com a origem das fontes, isto é, em que
espaços e instrumentos os dados podem ser encontrados. Sobre os espaços, os dados podem
estar no campo ou no laboratório. Chamamos de campo o local onde ocorrem os fenômenos ou
o espaço no qual estão os elementos que explicam os fenômenos.
No campo não é possível isolar e controlar as variáveis, somente percebê-las e estudá-
las. Diferente do campo, o laboratório é um local fechado, preparado e equipado
especificamente para a realização de experiências e pesquisas científicas. No laboratório, as
variáveis podem ser isoladas e controladas pelo pesquisador.
4.4.2.2
Pesquisa Documental
40
A pesquisa documental é relevante pela riqueza de suas fontes e representa uma maneira
inovadora de elaboração de conhecimentos, tendo em vista que os dados coletados podem servir
para a interpretação de uma realidade passada ou presente, além de se constituir como uma
prova sobre a existência de um fenômeno. A pesquisa documental é a principal maneira de se
reconstruir o passado, portanto, as pesquisas de natureza histórica têm nela a sua principal
aliada.
4.4.2.3
Pesquisa Telematizada
4.4.3
Classificação segundo os procedimentos técnicos da
pesquisa
4.4.3.1
Levantamento
4.4.3.2
Pesquisa de Campo
4.4.3.3
Pesquisa Experimental
4.4.3.4
Estudo de Caso
44
Após conhecermos os tipos de pesquisa, devemos decidir qual ou quais desses tipos
precisamos utilizar em nossos estudos.
É possível que um estudo utilize um ou mais modelos. Veja os exemplos no quadro
síntese a seguir:
Exploratória Bibliográfica
Levantamento
Quantitativa Descritiva Documental
Pesquisa de Campo
Explicativa Telematizada
Levantamento
BÁSICA Exploratória Bibliográfica
Pesquisa de Campo
Qualitativa Descritiva Documental
(Avanço Estudo de Caso
teórico do Explicativa Telematizada
Pesquisa Histórica
conhecimento)
Levantamento
Exploratória Bibliográfica
Pesquisa de Campo
Quali e Quanti Descritiva Documental
Estudo de Caso
Explicativa Telematizada
Pesquisa Histórica
Exploratória Pesquisa de Campo
Bibliográfica
Quantitativa Descritiva Estudo de Caso
APLICADA Documental
Explicativa Pesquisa Experimental
(para resolver Exploratória Pesquisa de Campo
Bibliográfica
problema Qualitativa Descritiva Estudo de Caso
específico, com Documental
Explicativa Pesquisa Experimental
aplicação
concreta) Exploratória Pesquisa de Campo
Bibliográfica
Quali e Quanti Descritiva Estudo de Caso
Documental
Explicativa Pesquisa Experimental
46
Unidade 5
Trabalhos Acadêmicos
Nesta Unidade estaremos aprendendo a elaborar trabalhos
acadêmicos mais utilizados na Graduação.
Iniciaremos com o Fichamento e em seguida aprenderemos a
elaborar Resumo, Relatório e Resenha.
Bons estudos!
48
Conclusão: apresentação da análise crítica do tema, sob a ótica do autor. Na conclusão
é necessário exibir os resultados alcançados segundo os argumentos apresentados.
Um texto dissertativo deve ser escrito com uma linguagem formal, respeitando a norma
culta da língua, isto é, não pode conter gírias e palavras que em geral utilizamos na oralidade
(conversas).
Trata-se de um texto sério que se propõe a apresentar uma informação, por esse motivo,
deve ter sua estrutura bem definida (introdução, desenvolvimento e conclusão) como vimos
anteriormente e sem erros ortográficos ou de concordância.
Um texto bem escrito deve apresentar as seguintes características:
a) Concisão: deve ser direto e objetivo, sem palavras desnecessárias e sem insinuações
irrefletidas.
b) Correção: deve estar de acordo com as normas gramaticais. Sem erros ortográficos
e/ou de concordância.
c) Elegância: deve apresentar-se com uma leitura agradável, sem rasuras, borrões. É
preciso estar organizado com parágrafos e margens bem delimitados, letra legível e
sem palavras desnecessárias.
d) Clareza: deve demonstrar ideias claras, de modo que todos possam entender a
mensagem. Evitar períodos e frases longas demais e vocabulário rebuscado (difícil
de ser entendido). Deve ser coerente e coeso.
e) Coesão: deve conter elementos que ligam as frases e parágrafos de modo que dê ao
texto uma ideia de continuidade, ou seja, deve garantir uma sequência lógica e
semântica entre as partes do texto. Para garantir a coesão, podem ser utilizados
conectores como conjunções (mas, portanto, entretanto, contudo etc.), preposições
(de, com, por etc.), advérbios conectivos (assim, contrariamente, consequentemente,
depois, especificamente etc.).
f) Coerência: deve ser coerente em relação aos significados expressos no texto. É
preciso haver uma lógica de modo que as ideias não se contradigam; deve-se evitar
a repetição de palavras e/ou ideias; conter informações corretas e completas.
a) Ambiguidade: ocorre quando uma frase tem duplo sentido; uso inadequado de palavras
com significados incoerentes; erro na colocação da pontuação etc.
b) Obscuridade: falta de clareza. Períodos longos, linguagem rebuscada, pontuação
incorreta etc.
c) Pleonasmo: exageros, redundâncias, repetição desnecessária de informações,
expressões e palavras.
d) Eco: repetição de palavras com as mesmas terminações (como se estivesse a rimar).
e) Prolixidade: quando se escreve mais do que se deve, ou seja, escrever coisas
desnecessárias, dando muitas voltas para expressar o que se pretende, sem objetividade
e clareza. Também ocorre com o uso excessivo de elementos de coesão e repetição de
frases feitas que deixam o texto empobrecido. Evite fugir do tema.
5.2
Trabalhos Acadêmicos
5.2.1 Fichamento
50
5.2.2 Resumo
O resumo é uma apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto. Para elaborar
um resumo, é necessário ler diversas vezes o texto original, estar atento à coesão de modo a
elaborar os parágrafos bem encadeados e coerentes entre si.
Ao elaborar um resumo é necessário:
Identificar as partes principais, sublinhando o que for considerado importante no
texto a ser resumido.
Diferenciar a ideia principal das secundárias em cada parte do texto.
Destacar as informações necessárias à compreensão do texto.
Compreender o encadeamento das ideias que conduzem o texto.
Eliminar palavras e frases desnecessárias ao entendimento do texto, mantendo
as ideias fundamentais.
Estar atento ao sentido do texto, sua clareza, coesão e coerência.
Além disso, o resumo deve ser elaborado na voz ativa, em ordem direta, utilizando a 3ª
pessoa do singular. Deve-se também, evitar adjetivos e palavras desnecessárias.
De modo geral, o resumo não tem caráter opinativo, servindo para informar ao leitor as
principais ideias que constam no texto original, sem expor dados quantitativos e exemplos.
Dados, resultados e conclusões que não constarem no texto original não devem constar no
resumo.
Para aprender a realizar um resumo, você deve buscar os vídeos no link que está em
nossa Sala Virtual.
5.2.3
Resenha Crítica (Resumo crítico)
A resenha fornece dados informativos de uma produção artística (filme, livro, peça
teatral etc.) ou científica (artigo científico, dissertação, tese, livro etc.).
Além de trazer os dados informativos, a resenha emite uma opinião, realizando um juízo
da obra analisada, que se constitui em crítica, que pode ser favorável ou não.
A resenha apresenta as seguintes partes:
Título
Referência bibliográfica da obra
Apresentação: alguns dados bibliográficos do autor e da obra resenhada
Resumo, ou síntese do conteúdo
Avaliação crítica
5.2.4
Relatório
Para maiores detalhes sobre relatório assista o vídeo no link em nossa sala virtual.
52
Prezado Estudante,
Esperamos que você tenha tirado proveito dos textos e atividades de nossa disciplina e
tenha atingido aos objetivos propostos.
Em caso de dúvidas futuras, você pode consultar os materiais que utilizamos ao longo
deste semestre.
Boas férias!!