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Introdução
A reforma do Estado que aconteceu nos anos 90, segundo o discurso do ministro
Bresser Pereira teve por objetivo modernizar o Estado, melhorar seu desempenho em
relação aos serviços públicos, buscando atender as demandas da globalização, enxugar a
máquina estatal e transferir serviços públicos como saúde e educação para a iniciativa
privada. A proposta de Bresser era de substituir a “administração burocrática” pela
“administração gerencial”, para garantir o crescimento econômico.
A partir da reforma estatal e de acordos feitos com o Banco Mundial e o Fundo
Monetário Internacional, as políticas sociais e educacionais passaram a atender as
propostas destes organismos internacionais. Observamos que a influência dos diretores,
conselheiros e técnicos do Banco Mundial, determinam as políticas educacionais,
principalmente no que se refere a autonomia das escolas, as ações pedagógicas e a
construção do Projeto Político-Pedagógico. Partindo dessas considerações apresentamos
inicialmente alguns aspectos que caracterizam a reforma do Estado brasileiro nos anos
1
Doutora em Educação, docente da UNIOESTE – Campus de Cascavel.
2
Mestre em Educação, professora colaboradora da UNIOESTE – Campus de Francisco Beltrão. E_mail:
keila_bat@yahoo.com.br
1990. Em seguida, tratamos de elementos referentes as políticas educacionais no Brasil,
as orientações dos organismos internacionais e as propostas do Banco Mundial
implementadas a partir da década de 1980 até a década de 1990 no campo educacional.
Na terceira seção, discutimos aspectos sobre o Projeto Político- Pedagógico apontando
elementos relacionados à autonomia no processo de elaboração do documento. Por fim,
nas considerações finais nos limites deste texto procuramos retomar alguns aspectos
considerados fundamentais para a reflexão em torno do tema em questão.
Nesse sentido, é possível perceber que a reforma do Estado atua diretamente nas
relações sociais, na qual a função é formular políticas que favoreçam o mercado.
Quanto à sociedade civil, a partir do processo de descentralização, a competência é
fiscalizar, executar e gerenciar os “projetos sociais”, enfraquecendo a ação do Estado e
diminuindo a oferta de políticas sociais de forma universalizada.
A reforma do Estado como percebemos na projeção de Bresser Pereira, tem com
propostas a organização do sistema estatal para atender o capitalismo, deste modo para
atender as diretrizes propostas pelo Banco Mundial (BM) e pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Conforme a autora, com o endividamento do país nos anos 80, o Banco Mundial
e o FMI passaram a impor programas para ajustar a economia do Brasil, ou seja,
Uma das possibilidades para que o ato de planejar seja concebido e vivenciado
no cotidiano escolar como um processo de reflexão das práticas escolares, é a
construção do Projeto Político-Pedagógico – PPP. Conforme a LDB - Lei de Diretrizes e
Bases da Educação nº 9394/96:
Na análise dessa autora, nos anos de 1980 e 1990, ocorreram alguns movimentos
que defendiam a construção coletiva do P.P.P., mas as discussões perderam força com as
negociações feitas pelo governo brasileiro com o Banco Mundial. Ao aprovar
empréstimos para o governo federal o Banco determina critérios, principalmente
relacionados à tomada de decisões, sendo que: “[...] o governo federal subscreveu a
política dos gestores do Banco Mundial, e utiliza o MEC e os secretários de Educação
para viabilizá-las na prática” (Idem, ibidem, p. 297).
Para atender as exigências feitas pelos órgãos governamentais e determinadas
pelo Banco Mundial as ações pedagógicas são modificadas dentro da escola, conforme
afirma Silva (2003, p. 298) “[...] as ações do Banco Mundial modificam as ações
pedagógicas no interior da escola, que aparentemente vem da secretaria”. A autora
analisa três exemplos das ações que são modificadas, e aponta a forma de avaliação, que
segue normas da Secretaria da Educação, a ausência de um tempo para aprendizagem e
aquisição dos saberes e um terceiro exemplo “[...] é o Projeto Político-Pedagógico da
escola pública, eixo norteador e integrador do pensar e fazer do trabalho educativo”
(Idem, ibidem, p. 298).
Para a autora, a construção do PPP é uma oportunidade da comunidade escolar
conquistar a autonomia, avaliar o trabalho desenvolvido e organizar suas práticas
escolares, mas que atualmente,
Considerações Finais
Bibliografia
BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. A reforma do Estado nos anos 90: lógica e
mecanismos de controle. Lua Nova: Revista de cultura e política, nº 45, p. 49-96, 1998.
SILVA, Maria Abadia da. Do projeto político do Banco Mundial ao Projeto Político-
Pedagógico da escola pública brasileira. Cadernos CEDES, Campinas, v. 23, n.61,
p.283-301, dezembro/ 2003.
SOARES, Maria Clara Couto. Banco Mundial: políticas e reformas. In: DE TOMMSI,
Livia; WARDE, Miriam Jorge e HADDAD, Sérgio (Org.). O Banco Mundial e as
políticas educacionais. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1998.