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CEI-DPU
RETA FINAL 2017
5ª RODADA - 25/05/2017
DURAÇÃO
18/04/2017 A 17/07/2017
MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone
2 QUESTÕES DISSERTATIVAS
Por rodada
1 PEÇA JUDICIAL
Por rodada
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-DPU
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. RETA FINAL
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela 2017
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.
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ALUNO: mirlonfernando pág. 2
CEI-DPU
RETA FINAL 2017
5ª RODADA - 25/05/2017
PROFESSORES
E-mail: profcei.caiopaiva@gmail.com
E-mail: profcei.thiotieheemann@gmail.com
E-mail: profcei.mariahelena@gmail.com
E-mail: profcei.edilsonsantana@gmail.com
E-mail: profcei.fernandaprugner@gmail.com
E-mail: profcei.rafaelporto@gmail.com
E-mail: profcei.danielchiaretti@gmail.com
INSTRUÇÕES GERAIS
O CEI nasceu como um curso voltado exclusivamente para a preparação para o concurso da DPU,
em 2013. Depois foram surgindo cursos para diversas outras carreiras, mas certamente temos um
carinho especial pelo CEI-DPU, curso com o qual conseguimos contribuir para a aprovação de 78
alunos no V Concurso da DPU.
ALGUMAS ORIENTAÇÕES:
1) Simulem ao máximo a prova real. Quanto estiverem fazendo as questões objetivas, não deixem
nenhum material de pesquisa por perto. Se puderem imprimir o material, melhor ainda; se não
puderem, não há problema. Quando forem fazer as questões dissertativas e a peça judicial, deixem
por perto apenas a legislação seca (sem anotações).
2) Fiquem à vontade para enviarem suas respostas e peças escritas à mão ou digitadas. Para
qualquer destas opções, há um modelo na área do aluno que vocês devem observar. Se decidirem
enviar as respostas escritas à mão, baixem o modelo (disponível também no final desse arquivo) e
depois, na hora de enviar para o e-mail do professor, lembrem-se de colocar as páginas em arquivo
único no formato .pdf. Se decidirem enviar as respostas no formato digitadas, baixem o modelo no
formato .doc.
3) Observem os prazos estabelecidos no cronograma, que está no site e agora repetido aqui:
4) Para dúvidas sobre os temas tratados nas rodadas, falem diretamente com o professor
responsável. Todos os e-mails estarão nos materiais. Para críticas ou considerações, podem
escrever para mim no e-mail profcei.caiopaiva@gmail.com. Para dúvidas sobre acesso ao material
ou à área do aluno, falem no e-mail suporte@cursocei.com.
CAIO PAIVA
Coordenador do CEI-DPU
SUMÁRIO
GRUPO II............................................................................................................................................................ 17
DIREITO PROCESSUAL PENAL......................................................................................................... 18
DIREITO PENAL MILITAR................................................................................................................... 19
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR........................................................................................ 19
DIREITO ELEITORAL.............................................................................................................................20
DIREITO ADMINISTRATIVO..............................................................................................................20
GRUPO III...........................................................................................................................................................20
DIREITO DO TRABALHO....................................................................................................................22
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.........................................................................................23
DIREITO PREVIDENCIÁRIO.............................................................................................................. 24
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA....................................................26
DIREITO CONSTITUCIONAL.............................................................................................................27
GRUPO IV...........................................................................................................................................................27
DIREITO INTERNACIONAL................................................................................................................29
DIREITOS HUMANOS.......................................................................................................................... 31
FILOSOFIA DO DIREITO, NOÇÕES DE SOCIOLOGIA JURÍDICA E NOÇÕES DE CIÊNCIA
POÍTICA...................................................................................................................................................32
GRUPO I.............................................................................................................................................................37
DIREITO CIVIL........................................................................................................................................37
DIREITO EMPRESARIAL......................................................................................................................50
DIREITO DO CONSUMIDOR............................................................................................................ 54
DIREITO AMBIENTAL..........................................................................................................................58
DIREITO PROCESSUAL CIVIL............................................................................................................63
DIREITO TRIBUTÁRIO..........................................................................................................................72
DIREITO PENAL E CRIMINOLOGIA.................................................................................................76
GRUPO II............................................................................................................................................................76
DIREITO PROCESSUAL PENAL.........................................................................................................80
DIREITO PENAL MILITAR.................................................................................................................. 84
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR........................................................................................86
DIREITO ELEITORAL.............................................................................................................................87
DIREITO ADMINISTRATIVO.............................................................................................................. 91
GRUPO III........................................................................................................................................................... 91
DIREITO DO TRABALHO....................................................................................................................98
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.......................................................................................103
DIREITO PREVIDENCIÁRIO............................................................................................................. 107
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA...................................................115
DIREITO CONSTITUCIONAL...........................................................................................................120
QUESTÕES DISSERTATIVAS.......................................................................................................................154
DIREITO PREVIDENCIÁRIO.............................................................................................................154
DIREITOS HUMANOS........................................................................................................................154
ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a nenhum
material, a fim de simular a situação encontrada em prova.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 2. Quantos aos elementos acidentais do negócio jurídico, julgue o item seguinte:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 3. Analise e julgue o item acerca do Direito das Obrigações:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 4. No tocante ao contrato de compra e venda, julgue o item abaixo:
A venda com reserva de domínio, disciplinada no Código Civil, é uma cláusula especial
firmada no contrato de compra e venda de coisa móvel, pela qual o vendedor reserva para
si a propriedade do bem, até que o preço esteja integralmente pago.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 5. Julgue o item seguinte:
Pelo contrato de depósito, o depositário recebe um objeto móvel para guardar, até que
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 6. Consoante entendimento sumulado do STJ, julgue o item abaixo:
A cobrança de comissão de permanência, cujo valor não pode ultrapassar a soma dos
encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato, exclui a exigibilidade dos
juros remuneratórios e moratórios, salvo multa contratual.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 7. Ainda acerca do direito obrigacional, julgue o item:
O devedor obrigado por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito
de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. Entretanto,
não havendo manifestação nem do devedor, nem do credor, a imputação de pagamento
opera-se pela lei e, existindo capital e juros, o pagamento será imputado primeiramente ao
capital, alcançando posteriormente os juros vencidos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 8. Analise e julgue o item:
Aquele que exercer, por 2 anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge
ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio integral, ainda que seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 9. Julgue o item:
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 11. Acerca dos direitos reais de garantia, julgue o item seguinte:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 12. De acordo com o entendimento do STJ, julgue o item:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 13. Acerca do Direito Obrigacional, julgue o item:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 14. De acordo com o posicionamento do STJ, julgue o item:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 15. Analise e julgue o item:
ccCERTO ccERRADO
DIREITO EMPRESARIAL GRUPO I
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 17. Julgue o item:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 18. Acerca da falência sobre os sócios, julgue o item:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 19. Acerca das sociedades simples, julgue o item:
Na sociedade simples, a cessão total ou parcial de quota, com o consentimento dos demais
sócios, porém sem a correspondente modificação do contrato social, não terá eficácia
quanto a estes e à sociedade. Até um ano depois de averbada a modificação do contrato,
responde o cedente subsidiariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros,
pelas obrigações que tinha como sócio.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
DIREITO DO CONSUMIDOR GRUPO I
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 22. Julgue o item:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 23. Analise e julgue o item seguinte:
O STJ admite a mitigação da teoria finalista para autorizar a incidência do CDC nas hipóteses
em que a parte, pessoa física ou jurídica, apesar de não ser destinatária final do produto ou
serviço, apresenta-se em situação de vulnerabilidade.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 24. Acerca da cobrança de dívidas do consumidor, julgue o item:
O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
ainda que por engano.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
DIREITO AMBIENTAL GRUPO I
QUESTÃO 26. Segundo o Supremo Tribunal Federal, é constitucional a lei municipal que
proíbe, sob qualquer forma, o emprego de fogo para fins de limpeza e preparo do solo em
determinado município, inclusive para o preparo do plantio e para a colheita de cana-de-
açúcar e de outras culturas.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 27. A doutrina ambientalista divide o meio ambiente em: meio ambiente do
trabalho, meio ambiente cultural, meio ambiente artificial e meio ambiente natural.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 28. O direito ambiental brasileiro é regido pelo princípio da participação
comunitária.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 29. Segundo a legislação ambiental brasileira, não há diferença entre os conceitos
de poluição ambiental e degradação ambiental.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 30. Segundo a teoria do risco criado, não é possível a alegação de excludentes
de responsabilidade civil ambiental.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 32. Formalizada a penhora, deverá a parte executada ser imediatamente intimada
para, querendo, oferecer impugnação por meio de embargos, no prazo de quinze dias.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 33. No caso de condenação em quantia certa o cumprimento definitivo da
sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o
débito, no prazo de 15 dias, acrescido de custas, se houver. Não ocorrendo o pagamento
voluntário do total do débito, este será acrescido de multa de dez por cento e, também,
de honorários de advogado de dez por cento, sendo expedido, desde logo, mandado de
penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. O pagamento parcial do débito
reduz a multa e os honorários para o percentual de cinco por cento.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 34. No caso de condenação em quantia certa, não ocorrendo o pagamento
voluntário do débito no prazo de quinze dias, este será acrescido de multa de dez por cento
e, também, de honorários de advogado de dez por cento. A multa e os honorários se aplicam
também ao cumprimento provisório da sentença.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 35. O cumprimento provisório da sentença de obrigação de pagar quantia
certa, de fazer, de não fazer ou de dar coisa, impugnada por recurso desprovido de efeito
suspensivo, será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 36. No procedimento da execução fundada em título extrajudicial os embargos à
execução terão efeito suspensivo, independentemente de o juízo atribuir-lhe tal efeito.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 37. Suspensa a execução e ultrapassado o prazo de um ano sem que seja
localizado o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, sem manifestação do
exequente, inicia-se o prazo de prescrição intercorrente.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 38. A situação de abandono do processo difere da inação do exequente no
âmbito do processo de execução, sendo, portanto, para o reconhecimento da prescrição
intercorrente, desnecessária a intimação pessoal do devedor.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 39. No julgamento dos embargos de declaração, a improcedência possibilita ao
Tribunal majorar os honorários fixados anteriormente.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 40. A Defensoria Pública possui legitimidade para promover ação civil pública
e todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos,
coletivos ou individuais homogêneos quando o resultado da demanda puder beneficiar
grupo de pessoas hipossuficientes.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO TRIBUTÁRIO GRUPO I
QUESTÃO 41. O poder de tributar decorre da soberania estatal e tem limites nos princípios
constitucionais que o restringem, os quais são considerados cláusulas pétreas pela
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 42. A Constituição da República reservou algumas matérias tributárias à
disciplina de lei complementar. Entre elas, está o regramento das normas gerais de Direito
Tributário, inclusive em relação à definição de tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e empresas de pequeno porte.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 43. A hipótese de incidência é a descrição abstrata de um fato que, caso ocorra
no mundo concreto, gera o imediato surgimento do crédito tributário.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 44. João, residente em Campina Grande/PB, comprou, à vista, uma casa, onde vive
com sua família há quinze anos. O imóvel foi adquirido por R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). Em
2014, João decidiu dar entrada em um apartamento, localizado na mesma cidade, que custava
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) com R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) que tinha investidos,
ficando o restante (R$ 160.000,00) a ser pago de forma parcelada ao proprietário. Ocorre que,
em janeiro de 2015, João conseguiu vender sua casa antiga pelo valor de R$ 120.000,00 (cento
e vinte mil reais), obtendo, portanto, ganho de capital de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), o
qual entregou imediata e integralmente ao proprietário do apartamento, para que fosse abatido
do montante que ainda devia. Nesse caso, de acordo com a jurisprudência do STJ, há isenção
do imposto de renda sobre o referido ganho de capital.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 45. Caso haja dispensa da garantia do juízo para o oferecimento dos embargos
à execução fiscal, o prazo para a oposição da referida defesa será a data da intimação da
decisão que dispensou a apresentação da garantia.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PENAL E CRIMINOLOGIA GRUPO II
QUESTÃO 46. Pratica o crime de descaminho o policial federal que avisa aos agentes os
horários em que não haverá fiscalização, permitindo que ingressem pela fronteira no Brasil
com produtos trazidos do exterior, sem se sujeitarem ao procedimento alfandegário.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 47. Não há crime de desobediência quando a inexecução da ordem emanada de
servidor público estiver sujeita à punição administrativa, sem ressalva de sanção penal.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 48. É atípica a conduta de delegado de polícia federal que utiliza veículo
pertencente à União, do qual tem a posse para o exercício do cargo, para realizar encontros
sexuais com prostituta em motel.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 49. Pratica os crimes de peculato-desvio e peculato-eletrônico o funcionário
público que insere dados falsos em sistema de informações da Administração Pública com
o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 50. Não se exige, para a configuração do crime de concussão, que o agente
esteja na função ou a tenha a assumido, bastando que tenha exigido em razão da condição
de funcionário público, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida.
Sobre o procedimento dos Juizados Especiais Criminais, julgue os cinco itens a seguir.
QUESTÃO 51. O descumprimento dos termos da composição dos danos civis, tratando-se
de infração penal sujeita à ação penal privada ou condicionada à representação, restitui à
vítima o direito de queixa ou de representação.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 52. Considere a situação em que o Ministério Público ofereceu o benefício da
transação penal e o autor do fato aceitou. Submetida a proposta ao juiz, o acordo não
foi homologado sob o argumento de que o autor do fato já havia sido condenado à pena
restritiva de direitos por sentença definitiva. Assim, é correto dizer que o juiz acertou ao agir
desta maneira, cabendo apenas a impetração de habeas corpus contra a sua decisão.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 53. No procedimento sumaríssimo da Lei 9.099/95, a reação defensiva à peça
acusatória é apresentada antes do recebimento da denúncia ou da queixa e o interrogatório
do acusado é realizado somente ao final da instrução, após a oitiva da vítima e das
testemunhas.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 55. Compete ao Tribunal Regional Federal ao qual o Juizado Especial Criminal
estiver vinculado a competência para julgar habeas corpus contra decisões da Turma
Recursal, ao passo que compete à Turma Recursal julgar as revisões criminais contra
decisões proferidas pelos Juizados Especiais Criminais.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PENAL MILITAR GRUPO II
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 57. De acordo com o que prevê o Código Penal miliar, a publicação do acórdão
condenatório recorrível interrompe a prescrição.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 58. Conforme estabelece o Código Penal militar, são reduzidos de metade os
prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 anos, ou, na
data da sentença, maior de 70 anos.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR GRUPO II
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 60. Conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o art. 366 do Código
de Processo Penal comum, que impõe a suspensão do processo e do prazo prescricional
quando o acusado, citado por edital, não comparece nem constitui advogado, não se aplica
ao processo penal militar.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO ELEITORAL GRUPO II
QUESTÃO 61. Os direitos políticos negativos não se confundem com os direitos políticos
positivos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 62. O direito eleitoral brasileiro não admite a teoria dos votos engavetados.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 63. Segundo o Supremo Tribunal Federal, exige-se dois requisitos para a
configuração do crime de desobediência eleitoral, quais sejam: que a ordem descumprida
tenha sido emitida de forma direta e individualizada; e que o agente (réu) tinha ciência da
ordem tida por descumprida.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 64. As inelegibilidades podem ser classificadas em absolutas e relativas.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 65. Segundo o Supremo Tribunal Federal, não comete o crime de desobediência
eleitoral o candidato que recebe ordem para não entrar na repartição pública para pedir
votos e ingressa na mesma para fiscalizar o seu adversário.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO ADMINISTRATIVO GRUPO III
QUESTÃO 66. João, enquanto estava preso, foi torturado e morto. Sua esposa, Maria,
denunciou diversas vezes as torturas de que era vítima seu marido, tendo sido instaurado
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 67. A União, em regra, é obrigada a fornecer o extrato detalhado, incluindo a data
e valor das transações efetuadas e CNPJ dos fornecedores de cartão corporativo utilizado
por chefe de escritório da Presidência da República. Essa obrigação decorre, diretamente,
do princípio da eficiência.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 68. Apesar de, em regra, o ato administrativo se destinar a complementar as leis,
é possível que ele extraia seu fundamento de validade diretamente da Constituição.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 69. Diz-se eficaz o ato administrativo quando foi expedido em observância com
as exigências do ordenamento jurídico.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 70. São privativas de brasileiro nato as carreiras de oficial da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 71. Dois anos após obter sua aposentadoria do emprego público que exercia
junto a uma empresa estatal, João foi contratado temporariamente pelo IBGE, nos termos
do art. 37, IX, da Constituição Federal, para auxiliar em um recenseamento. Nesse caso, é
vedada a acumulação dos proventos de aposentadoria com a remuneração proveniente do
exercício do cargo temporário.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 73. É possível ao Poder Público desistir da ação de desapropriação, desde que
não tenha havido o pagamento integral do preço e seja possível restituir o imóvel nas mesmas
condições em que foi retirado do particular. Caso tenha ocorrido alteração substancial no
imóvel, obstando seu uso nas condições anteriores, o particular terá o ônus da prova desse
fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 74. Não há vedação legal expressa ao tombamento de bem federal por Estado-
membro.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 75. A autarquia é instituída por lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, sendo
o início da sua personalidade jurídica coincidente com a vigência do diploma legislativo que
a criou. Do mesmo modo, o detalhamento de toda a estruturação interna da autarquia está
submetido a reserva de lei em sentido estrito.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO DO TRABALHO GRUPO III
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 77. A submissão a maus tratos de idoso sob os cuidados indiretos do empregado
doméstico é considerada pela lei justa causa para o término da relação de emprego.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 78. Na sucessão de empregadores, que depende da transferência do
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 79. O empregado público contratado como engenheiro para trabalhar em
fundação pública estadual, cujo edital do concurso previa, expressamente, que a relação
se daria sob o regime da CLT, tem direito a receber o salário profissional previsto para o
engenheiro, ainda que não exista lei específica prevendo o aumento de sua remuneração.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 80. O trabalhador avulso, embora não seja empregado, tem todos os direitos
previstos para os trabalhadores com vínculo empregatício permanente. O trabalho avulso
pode ser intermediado pelo sindicato da categoria ou pelo Órgão Gestor de Mão de Obra.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO GRUPO III
QUESTÃO 81. Compete à Justiça do Trabalho julgar ações relacionadas aos servidores
temporários contratados para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 82. Havendo recolhimento insuficiente de depósito recursal, o recurso será
considerado deserto, sendo a concessão de prazo de cinco dias para complementação
faculdade do juízo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 83. O TST possui entendimento consolidado no sentido de que a prescrição
intercorrente se aplica na Justiça do Trabalho.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 85. Com o advento da sentença, ocorreu a perda superveniente do objeto do
Mandado de Segurança impetrado por Maria.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO GRUPO III
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 87. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam
regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo
efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
próprio regime de previdência, o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS.
Tal regime de previdência complementar deve ser instituído por lei complementar.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 89. A emancipação exclui o filho menor de 21 anos da condição de dependente
do instituidor, mas o mesmo não se dá em relação ao irmão do segurado, por ausência de
previsão legal.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 90. Caso o servidor público, vinculado a regime próprio, venha a exercer atividade
abrangida pelo RGPS, tornar-se-á segurado obrigatório em relação a tal atividade.
ccCERTO ccERRADO
Já no caso de tal servidor, amparado por regime próprio, ser requisitado para outro órgão
ou entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação, nessa condição, permanecerá
vinculado ao regime de origem.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 92. No caso de aposentadoria compulsória no regime próprio do servidor público
estatutário, exige-se, para obtenção de proventos integrais, dez anos de efetivo exercício no
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 93. O valor do benefício previdenciário de prestação continuada será, em regra,
calculado com base no salário-de-benefício. Quando, porém, o benefício for decorrente
de acidente do trabalho, considerar-se-á, ao invés do salário-de-benefício, o salário-de-
contribuição vigente no dia do acidente, se mais vantajoso.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 95. Segundo a jurisprudência predominante do STJ, o menor sob guarda deve
ser incluído no rol de dependentes do RGPS, mesmo sob a égide da legislação atual.
ccCERTO ccERRADO
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA GRUPO III
No que diz respeito à organização da Defensoria Pública para atuar junto aos tribunais de
segunda instância e tribunais superiores, julgue os itens a seguir:
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 97. Conforme o entendimento majoritário do Supremo Tribunal Federal, somente
o Defensor Público-Geral Federal possui legitimidade para atuar junto ao STF, não se
admitindo que representantes das Defensorias Públicas dos Estados e do Distrito Federal
atuem nesse órgão judicial máximo do país.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 98. Se o defensor público entender inexistir hipótese de atuação institucional,
dará imediata ciência ao Corregedor-Geral da Defensoria Pública, que decidirá a controvérsia,
indicando, se for o caso, outro defensor público para atuar.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 99. Entre os direitos dos assistidos da Defensoria Pública assegurados pela LC
80/1994, não se encontra o de ser atendido sempre pessoalmente pelo defensor público, e
não por estagiário ou colaborador do órgão.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO CONSTITUCIONAL GRUPO IV
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 101. Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de
Ação Popular contra o presidente da república.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 102. A concepção sociológica de constituição tem como expoente Carl Schmitt,
para quem devem ser consideradas, dentro de um Estado, duas constituições: uma real
(ou efetiva); outra escrita. A primeira (real) equivale a soma dos fatores reais de poder que
regem uma determinada nação.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 103. A concepção política de constituição adota um conceito decisionista de
Constituição.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 104. Para o sentido formal, uma norma será ou não constitucional a depender de
seu conteúdo. Ou seja, se versar sobre os temas considerados propriamente constitucionais
serão formalmente constitucionais. Nesse sentido, não é necessário que a Constituição
esteja em um único documento, pois o que interessa é o conteúdo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 105. Para a concepção formal de constituição o que importa é a forma como a
norma é introduzida no ordenamento constitucional, independentemente de seu conteúdo.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 107. A concepção normativa de constituição, que defende a força normativa das
normas constitucionais, representa uma antítese à teoria sociológica de Ferdinand Lassale.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 108. O conceito de constituição-lei se confunde com o conceito de constituição-
moldura.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 109. Para o conceito de constituição dúctil a constituição deve ser o fundamento
de toda a vida social.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 110. Para a concepção processual de constituição, esta se revela como
algo dependente de interpretação, sendo, assim, o resultado de um amplo processo de
interpretação aberto ao público.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 111. O conceito culturalista de constituição encerra uma visão centrada no
aspecto cultural, desconsiderando que a ordem constitucional envolve elementos políticos,
sociológicos, econômicos e jurídicos.
ccCERTO ccERRADO
Acerca do julgamento dos governadores por crime comum, julgue as duas próximas
assertivas:
QUESTÃO 112. As unidades federativas, desde que façam constar no texto da constituição
estadual respectiva, podem instituir normas que condicionem a instauração de ação penal
contra governador, por crime comum, à previa autorização da casa legislativa.
ccCERTO ccERRADO
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 114. Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a administração
pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação por greve realizada pelos
servidores públicos, ainda que a greve tenha sido provocada por conduta ilícita do Poder
Público.
ccCERTO ccERRADO
DIREITO INTERNACIONAL GRUPO IV
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 116. Segundo o Supremo Tribunal Federal, a cobrança antecipada de despesa
relativa à expedição de carta rogatória para a oitiva de testemunha defensiva configura
cerceamento de defesa.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 117. Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, não é possível a
homologação de sentença estrangeira na parte em que ordene, sob pena de responsabilização
civil e criminal, a desistência de ação judicial proposta no Brasil.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 118. Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é possível impor
as regras previstas na legislação brasileira para a citação praticada fora do país.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 119. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, não afronta a soberania nacional
ou a ordem pública a concessão de exequatur para citar alguém no Brasil a fim que se
defenda em ação de cobrança de dívida de jogo contraído em Estado estrangeiro no qual tal
pretensão é licita.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 120. Segundo o Supremo Tribunal Federal, o exame de eventual descumprimento
contratual por parte do extraditando com o seu advogado, bem como a confissão de dívida
firmada em favor de seu defensor, se destituídos de elementos probatórios suficientes da
licitude dos valores bloqueados, não podem ser apreciados em sede de extradição.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 121. Segundo a doutrina, a ordem pública pode ser compreendida e dividida em
três níveis.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 122. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, é possível a homologação de
sentença penal estrangeira que determine o perdimento de imóvel situado no Brasil em
razão de o bem ser produto do crime de lavagem de dinheiro.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 123. Ao assinar a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, o Estado
brasileiro não formulou qualquer reserva.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 124. O Direito Internacional não admite a figura da concordata.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 125. A simplicidade das sentenças estrangeiras, a exemplo das proferidas nos
Estados Unidos da América, não inibe a homologação cabível, quando preenchidos os seus
requisitos.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 126. Entende-se por “jus cogens” as normas imperativas de direito internacional,
dotadas de um status normativo superior em relação as demais.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 127. O princípio do aut dedere, aut judicare não subsiste no Direito Internacional
Público.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 128. O Tribunal Penal Internacional pode ser considerado um “tribunal de direitos
humanos”.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 129. Não há impedimento em razão da nacionalidade para que o Estado brasileiro
entregue um brasileiro nato ao Tribunal Internacional Penal.
ccCERTO ccERRADO
DIREITOS HUMANOS GRUPO IV
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 131. A Declaração Universal dos Direitos Humanos é criticada pela comunidade
jurídica internacional por não ter estabelecido o regime democrático com eleições periódicas
e legítimas como regime de governo, omissão esta que veio a contribuir para os regimes
ditatoriais da segunda metade do século XX.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 132. Conforme estabelece o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, a
pena de morte não poderá ser imposta em casos de crimes cometidos por pessoas menores
de 18 anos ou maiores de 70, nem aplicada a mulheres em estado de gravidez.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 133. Estabelece o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos que toda
pessoa acusada de um delito terá direito a que se presuma sua inocência enquanto a
sentença penal condenatória não transitar em julgado.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 134. O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais admite
que países em desenvolvimento, levando devidamente em consideração os direitos
humanos e a situação econômica nacional, poderão garantir menos direitos econômicos
aos estrangeiros do que aos seus nacionais.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 135. O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, tal
como o Protocolo de San Salvador, assegura o direito de gozar dos benefícios do progresso
científico.
ccCERTO ccERRADO
FILOSOFIA DO DIREITO, NOÇÕES DE SOCIOLOGIA JURÍDICA E
GRUPO IV
NOÇÕES DE CIÊNCIA POÍTICA
QUESTÃO 136. A partir da década de 1960 o positivismo de matriz passa a sofrer diversas
críticas importantes. Uma das vertentes críticas pode ser atribuída a Robert Alexy e consiste
em uma abordagem que, entre outras características, dá maior centralidade à moral no
âmbito do direito.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 137. De acordo com Immanuel Kant, regras jurídicas e regras morais possuem
estruturas distintas. No entanto, ambas são externas, pois exigem a conformação das
condutas a determinadas regras.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 138. De acordo com a obra de H.L.A. Hart, não cabe à legislação a internalização
de exigências morais presentes na sociedade.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 139. É possível afirmar que a distinção entre direito e moral não era tão clara
no pensamento grego antigo. Isto porque, para os pensadores desta época, havia uma
identificação entre justiça e virtude.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 140. De acordo com Aristóteles, a equidade decorre da impossibilidade de uma
lei geral que dê conta de todos os casos particulares.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 141. Um dos traços essenciais do Estado de Direito é a limitação das atividades
estatais pela lei.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 142. Um Estado pode adotar formas distintas conforme o grau de descentralização
territorial do poder com relação aos entes componentes. No entanto, qualquer Estado deve
ser considerado unitário, na medida em que todos possuem um núcleo único e exclusivo
de poder.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 143. Em que pese haja diferenças formais, uma confederação de Estados possui
as características essenciais do federalismo.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 144. Uma das interpretações dadas ao modelo de tripartição de poderes elaborado
por Montesquieu é a limitação recíproca, ou “sistema de freios de contrapesos”.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 145. Segundo Rousseau, o Poder Legislativo deveria ter prevalência sobre os
demais, já que é a expressão da vontade geral.
ccCERTO ccERRADO
Leia o excerto abaixo e julgue as assertivas seguintes:
“Ora, como diria o insuspeito Max Weber, os ricos e felizes, em todas as épocas e em todos
os lugares, não querem apenas ser ricos e felizes. Querem saber que têm “direito” à riqueza
e felicidade. Isso significa que o privilégio – mesmo o flagrantemente injusto, como o que se
transmite por herança – necessita ser “legitimado”, ou seja, aceito mesmo por aqueles que
foram excluídos de todos os privilégios. Nas sociedades do passado o privilégio era aberto e
religiosamente motivado: alguns tinham “sangue azul” por decisão supostamente divina, o
que os legitimava terem acesso a todos os bens e recursos escassos. A sociedade moderna,
no entanto, diz de si mesma que superou todos os privilégios injustos. Isso significa que
os privilégios injustos de hoje não podem “aparecer” como privilégio, mas sim como, por
exemplo, “mérito pessoal” de indivíduos mais capazes, sendo, portanto, supostamente
justificável e merecido. É isso que faz com que o mundo social seja sistematicamente
distorcido e falseado. Todos os privilégios e interesses que estão ganhando dependem do
sucesso da distorção e do falseamento do mundo social para continuarem a se reproduzir
indefinidamente. A reprodução de todos os privilégios injustos no tempo depende do
“convencimento”, e não da “violência”.” (SOUZA, Jessé. A tolice da inteligência brasileira:
ou como o país se deixa manipular pela elite. São Paulo: Leya, 2015).
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 147. Em que pese esses privilégios estejam presentes nas sociedades
contemporâneas, o surgimento deles decorre sempre de uma contrariedade ao direito.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 148. Em que pese Jessé de Souza fale da inexistência de violência para a criação e
perpetuação destes privilégios, podemos dizer que a reprodução destas estruturas depende
da “violência simbólica” tal qual desenvolvida por Pierre Bourdieau.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 149. As relações de privilégio em uma sociedade decorrem basicamente de
assimetrias econômicas, de modo que as diferenças de classe decorrem da posição dos
indivíduos quanto a emprego e renda.
ccCERTO ccERRADO
QUESTÃO 150. Um outro modo possível de se pensar esses “privilégios” seria a partir
da definição, por parte das elites, de determinados comportamentos sociais classificados
como criminosos. Assim, essas elites excluiriam, através do próprio direito, determinados
grupos sociais a partir da atribuição da prática de ilícitos.
ccCERTO ccERRADO
COMENTÁRIO
A primeira parte da questão está correta. Realmente, as fundações são pessoas jurídicas de
direito privado (artigo 44, III, do CC), resultante da afetação de um patrimônio, realizada pelo
instituidor, por escritura pública ou testamento, o qual deverá especificar o fim a que se destina e,
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la (artigo 62, caput, do CC). A segunda parte da
questão está equivocada, essa era a redação do parágrafo único do artigo 64 do CC até julho de
2015, modificado pela Lei 13.151/15. Vejamos o teor do dispositivo legal atualmente: Parágrafo
único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: I – assistência social; II – cultura,
defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança
alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos
técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas; X – (VETADO).
Como bem observa a doutrina, “escapa, pois, do permissivo legal, mesmo com a mencionada
ampliação de finalidades, a entidade supostamente fundacional que empreenda atividade econômica
com escopo lucrativo”. (GAGLIANO, Pablo Stolze e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de Direito
Civil. Volume único. São Paulo. Saraiva. 2017).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 2. Quantos aos elementos acidentais do negócio jurídico, julgue o item seguinte:
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 4. Fatos e atos jurídicos. 4.1. Forma, prova, modalidades, defeitos,
nulidade, anulabilidade, inexistência, ineficácia e consequência.
Como bem salienta Flávio Tartuce, não se pode confundir o termo inicial com a condição suspensiva,
prevista no artigo 125 do CC: “Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva,
enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa”. Para facilitar a
diferenciação dos elementos, vejamos o quadro a seguir:
(Direito Civil. V.1: Lei de Introdução e Parte Geral. 13ª ed. Rio de Janeiro. Forense. 2017. p. 327.)
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Sobre o tema, importante não confundir obrigações solidárias (sujeitos) com obrigações indivisíveis
(objeto). Dispõe o artigo 258 da codificação civilista: “A obrigação é indivisível quando a prestação
tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo
de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico”. Uma das principais
diferenças entre a obrigação indivisível e a solidária encontra-se nos efeitos da conversão em
perdas e danos, comparem:
Indivisibilidade Solidariedade
GABARITO: ERRADO
A venda com reserva de domínio, disciplinada no Código Civil, é uma cláusula especial
firmada no contrato de compra e venda de coisa móvel, pela qual o vendedor reserva para
si a propriedade do bem, até que o preço esteja integralmente pago.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Contratos: generalidades, elementos e efeitos dos contratos. (...) 9.2.
Compra e venda. (...) 9.10. Alienação fiduciária.
A cláusula de venda com reserva de domínio, também denominada de pactum reservati dominii,
disciplinada no artigo 521 do CC, nada mais é do que uma cláusula especial inserida na compra
e venda de coisa móvel infungível, em que se subordina a efetiva transferência da propriedade ao
pagamento integral do preço pelo comprador. Em outras palavras, o comprador recebe apenas a
posse direta da coisa, mantendo o vendedor o domínio do bem até que o preço seja integralmente
pago pelo comprador (condição suspensiva). Ainda, de acordo com o artigo 524 do diploma
civilista, “a transferência da propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja
integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi
entregue”. Preconiza a doutrina, “trata-se de exceção ao princípio res perit domino (a coisa perece
para o dono), pois, neste caso de compra e venda com reserva de domínio, prevalecerá o princípio
res perit emptoris (a coisa perece para o comprador)”. (FIGUEIREDO. Luciano e Roberto Lima.
Direito Civil. Contratos. 2ª ed. Salvador. JusPodivm. 2017. p. 421).
Aprofundando o tema, nesse momento vocês podem estar questionando: qual a diferença da
venda com reserva de domínio para a alienação fiduciária? Rodolfo Pamplona Filho e Pablo Stolze
Gagliano lecionam que os elementos de divergência podem ser assim resumidos: “a) Na venda
com reserva de domínio, há uma venda com condição suspensiva, qual seja o evento futuro e
incerto do pagamento do preço pelo comprador, embora a posse direta do bem já seja transferida;
na alienação fiduciária, há uma “venda” para a entidade com condição resolutiva (o pagamento da
dívida consolida a propriedade no possuidor direto); b) A venda com reserva de domínio pode ser
feita diretamente entre comprador e vendedor, enquanto, na alienação fiduciária, há a presença
indispensável de um financiador; c) A venda com reserva de domínio se restringe a bens móveis,
enquanto a alienação fiduciária pode ser aplicada igualmente em venda de imóvel (art. 22 da Lei
9.514/97”. (Manual de Direito Civil. Volume único. São Paulo. Saraiva. 2017).
JULGADO CORRELATO
GABARITO: CERTO
Pelo contrato de depósito, o depositário recebe um objeto móvel para guardar, até que
o depositante o reclame. O depósito pode ser voluntário ou necessário e, assim como o
mútuo, é um contrato real.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 9. Contratos: generalidades, elementos e efeitos dos contratos. (...) 9.5.
Empréstimo. 9.6. Depósito.
“Podemos definir o contrato de depósito como um negócio jurídico por meio do qual uma das
partes (depositante) transfere à outra (depositário) a guarda de um objeto móvel, para que seja
devidamente conservado e, posteriormente, devolvido”. (GAGLIANO, Pablo Stolze e PAMPLONA
FILHO, Rodolfo. Manual de Direito Civil. Volume único. São Paulo. Saraiva. 2017). Conforme
assentado na questão, o depósito pode ser classificado em voluntário ou necessário, subdividindo-
se este último em legal ou miserável.
Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar,
até que o depositante o reclame. (depósito voluntário)
Por fim, assim como o mútuo, o contrato de depósito é um contrato real, isto é, aperfeiçoa-se
apenas com a entrega do bem de um contratante para outro. Vale lembrar, enquanto não efetuada
a entrega ao depositário, inexiste um contrato perfeito e acabado. Como bem observada a doutrina,
“não se diga com isso, entretanto, que o contrato tenha efeitos reais, pois a propriedade não é
transferida ao depositário, que atuará como mero detentor”. (op. Cit., p. 654)
Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade do depósito.
Artigo 7.7 da CADH: Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os
mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento
de obrigação alimentar.
GABARITO: CERTO
A cobrança de comissão de permanência, cujo valor não pode ultrapassar a soma dos
encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato, exclui a exigibilidade dos
juros remuneratórios e moratórios, salvo multa contratual.
COMENTÁRIO
contratual”.
GABARITO: ERRADO
O devedor obrigado por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito
de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. Entretanto,
não havendo manifestação nem do devedor, nem do credor, a imputação de pagamento
opera-se pela lei e, existindo capital e juros, o pagamento será imputado primeiramente ao
capital, alcançando posteriormente os juros vencidos.
COMENTÁRIO
Preconiza o artigo 352 do Código Civil: “A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma
natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem
líquidos e vencidos”. Da leitura do dispositivo legal conseguimos extrair os elementos cumulativos
identificadores da imputação do pagamento: a) igualdade de sujeitos (credor e devedor); b) liquidez
e vencimento de dívidas da mesma natureza e, c) capital insuficiente para pagamento de todas.
GABARITO: ERRADO
Aquele que exercer, por 2 anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge
ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio integral, ainda que seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 4.3. Prescrição. (...) 5.1. União estável. 5.1.1. Caracterização, efeitos
alimentícios e sucessórios, dissolução. 5.1.2. Uniões homoafetivas. (...) 7. Direitos reais.
7.1. Posse e propriedade. 7.1.1. Conceito, classificação, aquisição, perda, proteção e
efeitos.
Como vimos na terceira rodada desse curso de reta final, a usucapião é forma originária de aquisição
da propriedade, sendo declaratória (não constitutiva) decisão que a reconhece. A denominada
usucapião por abandono de lar (ou de meação), foi introduzida no ordenamento jurídico pela Lei
12.424/11, possuindo disposição expressa no artigo 1.240-A do CC. A questão apresentada está
equivocada por uma única razão, a prescrição aquisitiva em estudo não poderá ser concretizada
quando o cônjuge/companheiro abandonado possuir outro imóvel urbano ou rural, os demais
requisitos estão em perfeita sintonia com o disposto legal. Vale lembrar, o direito aqui estudado
não será reconhecido ao mesmo possuidor por mais de uma vez. A usucapião por abandono de
lar possui o menor prazo (2 anos) previsto entre as modalidades de usucapião, inclusive de bens
móveis (3 anos – art. 1.260/CC). Por fim, a expulsão/retirada do cônjuge ou companheiro do lar não
pode ser comparada ao abandono, não ensejando usucapião.
498. A fluência do prazo de 2 anos previsto pelo art. 1.240-A para a nova modalidade de
usucapião nele contemplada tem início com a entrada em vigor da Lei n. 12.424/2011.
595. O requisito “abandono do lar” deve ser interpretado na ótica do instituto da usucapião
familiar como abandono voluntário da posse do imóvel somado à ausência da tutela da
família, não importando em averiguação da culpa pelo fim do casamento ou da união
estável.
Por fim, importante observação realizada por Flávio Tartuce acerca da prescrição e a usucapião
por abandono de lar: “Não correrão os prazos de usucapião entre os cônjuges, na constância da
sociedade conjugal. Atente-se ao fato de que a nova modalidade de usucapião urbana, para
os casos de abandono do lar conjugal (art. 1.240-A do CC), constitui exceção a essa regra.
Entendemos, por equiparação entre as entidades familiares, que a mesma regra vale para os
casos de união estável, não correndo o prazo de usucapião entre companheiros ou conviventes”.
(Direito Civil. V.4: Direito das Coisas. 9ª ed. Rio de Janeiro. Forense. 2017. p. 117. grifamos)
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 7.3. Hipoteca. (...) 9.5. Empréstimo. (...) 9.10. Alienação fiduciária.
Como salientado em rodadas pretéritas, mas nunca demais lembrar, merecem especial atenção
as recentes súmulas aprovadas pelo Superior Tribunal de Justiça, pois, certamente, aparecerão
na prova que irão enfrentar em breve. A Súmula 586 do Tribunal da Cidadania, aprovada em
19/02/2016 e publicada em 01/02/2017, dispõe o contrário do apresentado na questão, vejam:
“A exigência de acordo entre o credor e o devedor na escolha do agente fiduciário aplica-se,
exclusivamente, aos contratos não vinculados ao Sistema Financeiro de Habitação – SFH”.
Nesse momento, remeto o aluno à leitura dos comentários da Súmula 586 do STJ realizados pelo
professor Márcio André Lopes Cavalcante, editor do site Dizer o Direito: https://dizerodireitodotnet.
files.wordpress.com/2017/01/sc3bamula-586-stj.pdf
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 11. Acerca dos direitos reais de garantia, julgue o item seguinte:
COMENTÁRIO
Flávio Tartuce, citando Orlando Gomes leciona “direito real de garantia é o que confere a pretensão
de obter o pagamento da dívida com o valor de bem aplicado exclusivamente à sua satisfação. Sua
função é garantir ao credor o recebimento da dívida, por estar vinculado determinado bem
ao seu pagamento”. (Direito Civil. V.4: Direito das Coisas. 9ª ed. Rio de Janeiro. Forense. 2017.
p. 295. grifamos). Para relembrar, os direitos reais de garantia são identificados como penhor,
hipoteca e anticrese, possuindo natureza acessória, aplicando-se o princípio da gravitação jurídica
(o acessório segue a sorte do principal). Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca,
o bem dado em garantia fica sujeito por vínculo real, ao cumprimento da obrigação (art. 1.419 do
CC).
Nesse momento, importante um recorte, “não se pode esquecer que os direitos reais de garantia
não se confundem com as garantias pessoais ou fidejussórias, eis que no primeiro caso um bem
garante a dívida por vínculo real e efeitos erga omnes (art. 1.419 do CC/2002); enquanto que no
último a dívida é garantida por uma pessoa, presentes efeitos inter partes (exemplo: fiança)”. (op.
Cit., p. 295)
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
que dispõe e do que vislumbra ser as necessidades do alimentado, o ideal dos alimentos ad
necessitatem. Exsurge, da visão conceitual do processo de fixação dos alimentos, que possível
aumento na renda do alimentado somente importará em redução, ou exoneração dos alimentos,
se ela suprir o ideal de necessidade daquele alimentado. (...) Nesse contexto, o Benefício de
Prestação Continuada recebido pelo alimentado, que equivale a um salário mínimo, por óbvio
lhe agregou significativa qualidade de vida, mormente por se considerar a situação de penúria
absoluta que deveria existir antes da sua percepção. Mas como se observa do cotidiano de famílias
nas quais um dos membros é acometido de doença mental incapacitante, esse valor é ínfimo se
comparado às efetivas necessidades dessa pessoa. E essa verdade se perpetua, mesmo que
a esse benefício sejam acrescidos alimentos correspondentes a 30% do salário mínimo. É dizer:
mesmo com a soma do benefício assistencial e a pensão alimentícia, os valores carreados
para a manutenção do alimentado, ficarão bem aquém de suas reais necessidades”. (REsp
1.642.323-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 28/3/2017, DJe 30/3/2017.
grifamos).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Acerca do tema, leciona Flávio Tartuce: “a) Obrigação quesível ou quérable – situação em que
o pagamento deverá ocorrer no domicílio do devedor. De acordo com a lei, há uma presunção
relativa de que o pagamento é quesível, uma vez que o sujeito passivo deve ser procurado pelo
credor em seu domicílio para efetuar o pagamento, salvo se o instrumento negocial, a natureza da
obrigação ou a lei impuserem regra em contrário (art. 327, caput, do CC). Assim, “a Lei adjetiva civil,
em seu artigo 327, encerra uma presunção (legal). Não havendo contratação específica quanto ao
local do cumprimento da obrigação, esta será considerada quesível, ou seja, o credor, quando
do vencimento, deve dirigir-se até o domicílio do devedor para receber o pagamento que lhe é
devido.(...) b) Obrigação portável ou portable – é a situação em que se estipula, por força do
instrumento negocial ou pela natureza da obrigação, que o local do cumprimento da obrigação
será o domicílio do credor. Eventualmente, também recebe essa denominação a obrigação cujo
pagamento deva ocorrer no domicílio de terceiro. Em casos tais, o sujeito passivo obrigacional
deve levar e oferecer o pagamento a esses locais. (Direito Civil. V.2: Direito das Obrigações e
Responsabilidade Civil. 12ª ed. Rio de Janeiro. Forense. 2017. p. 186/187. grifamos)
Por fim, de acordo com o parágrafo único do artigo 327 do Código Civil, designados dois ou mais
lugares para pagamento, caberá ao credor escolher entre eles.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O Tribunal da Cidadania, em julgamento pelo rito dos recursos repetitivos (Tema 886), fixou a seguinte
tese: “Havendo compromisso de compra e venda não levado a registro, a responsabilidade pelas
despesas de condomínio pode recair tanto sobre o promitente vendedor quanto sobre o
promissário comprador, dependendo das circunstâncias do caso concreto”.
O que define a responsabilidade pelo pagamento das obrigações condominiais não é o registro do
compromisso de compra e venda, mas a relação jurídica material com o imóvel, representada
pela imissão na posse pelo promissário comprador e pela ciência inequívoca do condomínio
acerca da transação. Em outras palavras, se restar comprovado que o promissário comprador
se imitira na posse e o condomínio teve ciência inequívoca da transação, afasta-se a legitimidade
passiva do promitente vendedor para responder por despesas condominiais relativas a período em
que a posse foi exercida pelo promissário comprador.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Nas palavras do ministro relator Luis Felipe Salomão, “(...) as pessoas caracterizadas como
transexuais, via de regra, não aceitam o seu gênero, vivendo em desconexão psíquico-emocional
com o seu sexo biológico e, de um modo geral, buscando formas de adequação a seu sexo
psicológico. (...) apesar da existência de princípios como a imutabilidade do nome, dispositivos
legais como a Lei de Registros Públicos preveem a possibilidade de alteração do nome que
cause situação vexatória ou de degradação social, a exemplo das denominações que destoem
da aparência física do indivíduo. (...) a simples modificação de nome não seria suficiente para a
concretização do princípio da dignidade da pessoa humana. (...) também seriam violados o direito
à identidade, o direito à não discriminação e o direito fundamental à felicidade. Se a mudança do
prenome configura alteração de gênero (masculino para feminino ou vice-versa), a manutenção
do sexo constante do registro civil preservará a incongruência entre os dados assentados e a
identidade de gênero da pessoa, a qual continuará suscetível a toda sorte de constrangimentos
na vida civil, configurando-se, a meu juízo, flagrante atentado a direito existencial inerente à
personalidade, ressaltou o relator”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A sociedade em nome coletivo possui personalidade jurídica e está prevista a partir do artigo 1.039
do CC. Para rememorar, apenas a sociedade em comum e a sociedade em conta de participação
não são personificadas, conforme apresentado na primeira rodada desse curso de reta final. Fecha
parênteses, na sociedade em nome coletivo apenas pessoas físicas podem fazer parte dela,
respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais, eis
suas principais características. Em outras palavras, a sociedade em nome coletivo não admite
sócio pessoa jurídica e, esgotado o patrimônio da sociedade, seus credores poderão executar
o restante das dívidas sociais no patrimônio pessoal dos sócios. Importante frisar, sem prejuízo
da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime
convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um (artigo 1.039, parágrafo
único, do CC). Por fim, em consonância com o enunciado, a administração da sociedade em
nome coletivo compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato,
privativo dos que tenham os necessários poderes (artigo 1.042 do CC).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
contribuição a que se comprometeu no contrato social, cumpriu sua obrigação social, não podendo
os credores, em princípio, nada mais exigir dele, em função da limitação de responsabilidade que a
lei lhe assegura.” (Direito Empresarial Esquematizado. 4ª ed. Rio de Janeiro. Método. 2014). Vale
lembrar, o contrato da sociedade em comandita simples deve discriminar os comanditados e os
comanditários.
Para não restar dúvida, importante leitura atenta do artigo 1.045 do CC: “Na sociedade em
comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas,
responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados
somente pelo valor de sua quota”. Importante ressaltar ainda, sem prejuízo da faculdade de
participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário
praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às
responsabilidades de sócio comanditado (artigo 1.047 do CC).
(Quadro retirado da obra de André Luiz Santa Cruz Ramos. Direito Empresarial Esquematizado. 4ª
ed. Rio de Janeiro. Método. 2014)
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Na quarta rodada desse curso de reta final, estudamos os efeitos da falência nos sócios ilimitadamente
responsáveis, nessa rodada iremos verificar seus efeitos nos sócios de responsabilidade limitada.
Acerca do tema, leciona a doutrina especializada: “Em se tratando, em contrapartida, de sociedade
em que os sócios respondem de forma limitada, eles em princípio não se submetem aos
efeitos da falência, uma vez que quem faliu foi a sociedade, pessoa jurídica com existência e
patrimônio distintos da pessoa dos sócios. ” (RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial
Esquematizado. 4ª ed. Rio de Janeiro. Método. 2014. grifamos). Entretanto, eventualmente,
poderá ser apurada responsabilidade pessoal, conforme dispõe o artigo 82 da Lei 11.101/05, “A
responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos
administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio
juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para
cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil”. Essa
ação para responsabilizar pessoalmente os sócios prescreve em dois anos, contados do trânsito
em julgado da sentença de encerramento da falência (artigo 82, § 1º, da Lei 11.101/05).
GABARITO: CERTO
Na sociedade simples, a cessão total ou parcial de quota, com o consentimento dos demais
sócios, porém sem a correspondente modificação do contrato social, não terá eficácia
quanto a estes e à sociedade. Até um ano depois de averbada a modificação do contrato,
responde o cedente subsidiariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros,
pelas obrigações que tinha como sócio.
COMENTÁRIO
“A sociedade simples pura é uma sociedade de pessoas, ou seja, existe uma forte affectio societatis
entre os sócios e o vínculo contratual formado entre eles é intuitu personae, razão pela qual a
entrada de estranhos no quadro societário dependerá sempre da anuência dos demais”. (RAMOS,
André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 4ª ed. Rio de Janeiro. Método. 2014).
De acordo com o disposto no artigo 1.002 do CC, o sócio não pode ser substituído no exercício
de suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do
contrato social.
sociedade (artigo 1.003, caput, do CC). Todavia, o sócio retirante/cedente não fica automaticamente
exonerado de eventuais obrigações, respondendo até 02 (dois) anos, depois de averbada a
modificação do contrato, de forma solidária com o cessionário, perante a sociedade e terceiros,
pelas obrigações que tinha como sócio (artigo 1.003, parágrafo único do CC). Como visto, o
equívoco do enunciado está no prazo e na forma da responsabilidade do sócio cedente.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Estudamos na primeira rodada desse curso de reta final, que a inscrição do empresário na Junta
Comercial, antes de iniciar sua atividade, é obrigação legal imposta pelo artigo 967 do CC, sendo um
requisito delineador de sua regularidade e não de sua caracterização, admitindo-se o exercício da
empresa sem essa providência. Por sua vez, a lei assegura um tratamento favorecido, diferenciado
e simplificado ao empresário rural no tocante à inscrição e aos efeitos daí decorrentes (artigo
970 do CC). Para aqueles que exercem atividade econômica rural, a codificação civil concedeu
a faculdade de se registrar ou não perante a Junta Comercial. Vejamos o disposto no artigo 971
do CC: “O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as
formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para
todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro”. Dessa maneira, o registro na Junta Comercial
do exercente de atividade rural possui natureza constitutiva e não declaratória.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O artigo 27 do CDC estabelece o prazo prescricional de 5 anos a pretensão à reparação pelos danos
causados por fato do produto ou do serviço. Segundo o Tribunal da Cidadania, não é aplicável o
prazo prescricional quinquenal do CDC na hipótese de ação de indenização por danos morais
decorrente da inscrição indevida de nome em órgão de restrição ao crédito, vez tratar-se de um
vício de adequação/prestação do serviço realizado, aplicando-se o prazo de três anos estampado
no artigo 206, § 3º, do CC, não sendo caso de reparação de danos causados por fato do produto
ou serviço. Nas palavras do STJ: “A ação de indenização por danos morais decorrente da inscrição
indevida em cadastro de inadimplentes não se sujeita ao prazo quinquenal do art. 27 do CDC, mas
ao prazo de 3 (três) anos, conforme previsto no art. 206, §3º, V do CC/2002”. (Jurisprudência em
Teses. Edição 74: Direito do Consumidor III)
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A primeira parte da questão é reprodução literal da Súmula 548 do STJ, cumprindo ao credor
(cuidado para não confundir!), após a quitação da dívida, providenciar o cancelamento da anotação
negativa do nome do devedor em cadastro de proteção ao crédito, utilizando, por analogia, o prazo
de cinco dias úteis previsto do artigo 43, § 3º, da codificação consumerista.
Por outra banda e, consoante entendimento firmado pelo STJ em julgamento pelo rito dos recursos
repetitivos (REsp 1.339.436-SP. Julgado em 10/09/2014), após a quitação da dívida, incumbe
ao devedor providenciar o cancelamento do protesto, salvo pactuação em sentido contrário,
aplicando-se lei específica acerca do protesto (Lei 9.492/97), vejamos: “No regime próprio da
Lei 9.492/1997, legitimamente protestado o título de crédito ou outro documento de dívida, salvo
inequívoca pactuação em sentido contrário, incumbe ao devedor, após a quitação da dívida,
providenciar o cancelamento do protesto”. Importante ressaltar e, ainda de acordo com o Tribunal
da Cidadania, aplica-se igual entendimento tratando-se de relação de consumo.
(Quadro produzido por Márcio André Lopes Cavalcante, editor do site Dizer o Direito)
GABARITO: CERTO
O STJ admite a mitigação da teoria finalista para autorizar a incidência do CDC nas hipóteses
em que a parte, pessoa física ou jurídica, apesar de não ser destinatária final do produto ou
serviço, apresenta-se em situação de vulnerabilidade.
COMENTÁRIO
Pela literalidade do artigo 2º do CDC, consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou
utiliza produto ou serviço como destinatário final. Porém, o que devemos entender como destinatário
final para enquadramento no conceito de consumidor? A doutrina especializada costuma apresentar
algumas teorias acerca do tema. Em apertada síntese, para a Teoria Maximalista ou Objetiva,
consumidor é toda pessoa que adquire produto ou serviço como destinatário final, ou seja, basta
que seja o último da cadeia de consumo. Já para a Teoria Finalista ou Subjetiva, consumidor é
toda pessoa que adquire produto ou serviço como destinatário fático e econômico. “Destinação
final fática – o consumidor é o último da cadeia de consumo, ou seja, depois dele, não há ninguém
na transmissão do produto ou do serviço. Destinação final econômica – o consumidor não utiliza o
produto ou o serviço para o lucro, repasse ou transmissão onerosa”. (TARTUCE, Flávio. NEVES,
Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor. 6. ed. São Paulo. Método. 2017. p.
59. grifamos). Em outras palavras, consumidor é todo aquele que usufrui do produto ou serviço
como destinatário final, não o reinserindo na cadeia produtiva. Essa é a teoria adotada pelo CDC
e, em regra, pelo STJ. Por fim, para a Teoria Finalista Mitigada ou Aprofundada o conceito de
consumidor alcança pessoas físicas e jurídicas que, por conta de sua vulnerabilidade frente ao
fornecedor, necessitam da incidência das normas do CDC, ainda que não sejam destinatárias
finais dos produtos e serviços. Confirmando o enunciado da questão, o STJ admite a mitigação da
teoria finalista para autorizar a incidência do CDC nas hipóteses em que a parte, pessoa física ou
jurídica, apesar de não ser destinatária final do produto ou serviço, apresenta-se em situação de
vulnerabilidade. (Jurisprudência em Teses. Edição 39: Direito do Consumidor I)
GABARITO: CERTO
O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
ainda que por engano.
COMENTÁRIO
O artigo 42, parágrafo único, do CDC estabelece que o consumidor cobrado em quantia indevida
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido
de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável, eis o erro da questão.
Conforme verifica-se, o final do dispositivo legal em tela confere uma brecha ao credor para não
repetir o dobro do cobrado e recebido indevidamente, o erro justificável. Ressalta-se, a comprovação
da justificativa para o engano é ônus do credor. Por fim, como bem observa Rizzato Nunes, “(...)
se for aceito algum engano justificável na cobrança indevida, ainda sim remanesce, obviamente,
o direito de o consumidor repetir o valor singelo, acrescido de correção monetária e juros legais”.
(Comentários ao Código de Defesa do Consumidor, 8. ed. São Paulo. Saraiva. 2015. p. 641.
grifamos)
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
De acordo com o artigo 170 da CR/88, “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade
privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII - redução
das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido
para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede
e administração no País. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer
atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
previstos em lei”. Importante lembrar ainda, a defesa do consumidor pelo Estado consta do rol dos
direitos e garantias fundamentais da Constituição Federal (artigo 5º, XXXII).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 26. Segundo o Supremo Tribunal Federal, é constitucional a lei municipal que
proíbe, sob qualquer forma, o emprego de fogo para fins de limpeza e preparo do solo em
determinado município, inclusive para o preparo do plantio e para a colheita de cana-de-
açúcar e de outras culturas.
COMENTÁRIO
Ao analisar o caso em questão, a Corte Constitucional brasileira entendeu que será necessário
realizar uma ponderação de interesses entre o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
e a proteção dos trabalhadores canavieiros. Neste caso, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela
inconstitucionalidade de lei municipal que proíbe a queima da cana-de-açúcar. Senão vejamos o
precedente do STF:
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 27. A doutrina ambientalista divide o meio ambiente em: meio ambiente do
trabalho, meio ambiente cultural, meio ambiente artificial e meio ambiente natural.
COMENTÁRIO
Esta é exatamente a classificação proposta pela doutrina majoritária. Vejamos um quadro sinótico
sobre o tema:
Meio
É também denominado de meio ambiente físico, é o conjunto de recursos
ambiente
naturais bióticos e abióticos
natural
Meio É o construído ou alterado pelo ser humano, composto pelos edifícios urbanos
ambiente (espaços públicos fechados) e pelos equipamentos comunitários (espaços
artificial públicos abertos).
Meio
É o patrimônio histórico, artístico, paisagístico, ecológico, científico e turístico,
ambiente
constituído tanto por bens imateriais, quanto materiais.
cultural
Esta classificação também é reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em suas decisões. Por
fim, lembro ao aluno que uma parcela minoritária da doutrina também reconhece a existência do
meio ambiente genético.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Plebiscito
Iniciativa popular
Direito de informação
EIA
Ação Popular
Medidas processuais
Ação Civil Pública
Nesse sentido, destaco ainda que, por ser bem de uso comum do povo, a propriedade do meio
ambiente não é exclusiva do Estado, tendo como consequência a necessidade de prestação de
contas por parte dos gestores, como corolário da eficiência e do princípio democrático. Existe
não só uma obrigação moral de defesa do meio ambiente, mas o dever jurídico, em especial para
a sociedade. Um claro exemplo do princípio da participação democrática pode ser visualizado
através do assento dos cidadãos nos conselhos ambientais e da consulta pública para criação de
unidades de conservação, com exceção da estação ecológica e reserva biológica.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 29. Segundo a legislação ambiental brasileira, não há diferença entre os conceitos
de poluição ambiental e degradação ambiental.
COMENTÁRIO
A legislação brasileira contempla conceitos jurídicos distintos para a degradação ambiental e para
a poluição. Nesse sentido, considera-se “degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa
das características do meio ambiente” (art. 3º, II, da Lei n. 6.938/81). Esse conceito, de alcance
amplo, implica em reconhecer que a degradação pode ser causada por atividades antrópicas ou
não. Assim, um evento natural, como uma erupção vulcânica, um abalo sísmico etc., pode se
enquadrar como degradação ambiental.
Poluição, por seu turno, é “a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que
direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem
condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d)
afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em
desacordo com os padrões ambientais estabelecidos” (art. 3º, III, da Lei n. 6.938/81). É preciso
reconhecer que poluição é somente aquela causada por uma atividade antrópica, humana. De
outra forma, não teria sentido a diferenciação legal entre degradação ambiental e poluição.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 30. Segundo a teoria do risco criado, não é possível a alegação de excludentes
de responsabilidade civil ambiental.
COMENTÁRIO
No que se refere às teorias adotadas no Direito Ambiental, duas são as principais: (a) teoria do
risco integral e (b) teoria do risco criado.
Para os defensores da teoria do risco criado, é necessário demonstrar que o risco foi criado
pela atividade ou empreendimento. Busca-se a causa adequada, a causa que resultou no dano
ambiental. Na teoria do risco criado, é admitida a ocorrência de excludentes, tais como o caso
fortuito, a força maior e a culpa exclusiva da vítima. Na verdade, essa teoria, com variações, segue
a dinâmica da teoria do risco administrativo, tal como se vê no direito público em geral, em especial
na responsabilidade extracontratual do Estado.
Por fim, lembro ao aluno que prevalece nos tribunais superiores a aplicação da teoria do risco
integral (conforme já estudamos ao longo deste curso de reta final).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O Supremo Tribunal Federal decidiu que o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou
modalidade, é vedado aos policiais (militares ou civis) e a todos os servidores públicos que atuem
diretamente na área de segurança pública (ARE-654432. Pleno. 2017).
No mesmo julgamento entendeu que, considerando que a categoria dos policiais sofre a restrição de
um direito fundamental (de greve), necessita de instrumento para vocalizar as suas reivindicações
de alguma forma. Sendo assim, entendeu ser obrigatória a participação do Poder Público em
mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do
art. 165 do Código de Processo Civil, que trata de sessões e audiências de conciliação e mediação.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 32. Formalizada a penhora, deverá a parte executada ser imediatamente intimada
para, querendo, oferecer impugnação por meio de embargos, no prazo de quinze dias.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 30 Execução. 30.1 Regras gerais. 30.2 Partes. 30.3 Competência.
30.4 Responsabilidade patrimonial. 30.5 Título executivo judicial e extrajudicial. 30.6
Execução por quantia certa contra devedor solvente e contra devedor insolvente. 30.7
Execução para entrega de coisa. 30.8 Execução de obrigação de fazer e de não fazer.
30.9 Execução contra a Fazenda Pública. 30.10 Embargos à execução.
Formalizada a penhora, deverá a parte executada ser imediatamente intimada na forma do art. 841
do CPC para, querendo, oferecer impugnação à penhora por simples petição nos próprios autos e
no prazo de 15 (quinze) dias, consoante o disposto no art. 917, § 1º, do CPC.
“Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será imediatamente
intimado o executado.
Ou seja, a impugnação não ocorre por meio de embargos, como afirma a assertiva, motivo pelo
qual encontra-se errada.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 30.6 Execução por quantia certa contra devedor solvente e contra
devedor insolvente.
Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo de quinze dias o débito será acrescido de multa e de
honorários de advogado, ambos no percentual de dez por cento. A multa e os honorários incidirão
também no caso de pagamento parcial, sobre o restante (ou seja, sobre a parcela não paga).
Assim, não há redução do percentual dos valores de multa e honorários em caso de pagamento
parcial. Mesmo neste caso, ainda incidirá o valor de dez por cento, porém, apenas sobre a parte
não paga.
Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de
penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 30.6 Execução por quantia certa contra devedor solvente e contra
devedor insolvente. 30.7 Execução para entrega de coisa. 30.8 Execução de obrigação
de fazer e de não fazer.
Conforme vimos na questão anterior, no caso de condenação em quantia certa, não ocorrendo
o pagamento voluntário do débito no prazo de quinze dias, este será acrescido de multa de dez
por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. A primeira parte da assertiva,
assim, se encontra correta.
“Art. 520. § 2º. A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos
no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 30.6 Execução por quantia certa contra devedor solvente e contra
devedor insolvente. 30.7 Execução para entrega de coisa. 30.8 Execução de obrigação
de fazer e de não fazer.
O artigo 520 encontra-se dentro do capítulo que trata do cumprimento provisório da obrigação que
reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa. Em seu parágrafo 5º, tal artigo
estabelece que:
Sendo assim, “o cumprimento provisório da sentença de (1) obrigação de pagar quantia certa,
(2) de fazer, (3) de não fazer ou de (4) dar coisa, impugnada por recurso desprovido de efeito
suspensivo, será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 30.5 Título executivo judicial e extrajudicial. 30.10 Embargos à execução.
Enquanto a execução de título judicial ocorre por meio de cumprimento de sentença, o procedimento
da execução fundada em título extrajudicial é disciplinado pelos artigos 771 e seguintes do CPC:
“Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial,
e suas disposições aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais
de execução, aos atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de
sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força
executiva”.
Neste caos, ao inverso do que informa o enunciado, os embargos à execução não terão efeito
suspensivo. O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos
quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já
esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes (Art. 919, CPC).
Sendo os embargos recebidos, com efeito suspensivo, a execução será suspensa, no todo ou em
parte (Art. 921, CPC).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 37. Suspensa a execução e ultrapassado o prazo de um ano sem que seja
localizado o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, sem manifestação do
exequente, inicia-se o prazo de prescrição intercorrente.
COMENTÁRIO
Neste caso, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de um ano, durante o qual se suspenderá a
prescrição.
Decorrido o prazo máximo de um ano sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados
bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos. Neste mesmo prazo (um ano), não
havendo manifestação do exequente, começa a correr a prescrição intercorrente.
Atingido tal interregno temporal (da prescrição intercorrente*), o juiz deverá determinar a intimação
das partes para que se manifestem no prazo de 15 dias, em observância ao princípio do contraditório
efetivo.
Vale observar que a extinção só produz efeito quando declarada por sentença.
*OBS: a prescrição intercorrente ocorre no mesmo prazo da prescrição do direito material vindicado.
Nesse sentido: “Prescreve a execução no mesmo prazo da prescrição da ação” (Súmula 150/STF).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Como vimos na questão anterior, é necessário a intimação das partes antes de o juízo reconhecer
a prescrição intercorrente e extinguir o processo:
“CPC. Art. 921. § 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias,
poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo”.
Situação diversa ocorre quando há inação do exequente, quando não haverá necessidade de
intimação do devedor para o reconhecimento da prescrição intercorrente. O exequente será intimado
tão somente para propiciar-lhe a oportunidade de manifestação acerca de eventual justificativa de
sua própria inércia.
O entendimento era esposado pelo STJ mesmo antes do CPC de 2015. Nesse sentido: STJ. REsp
1522092 / MS. Terceira Turma. DJe 13/10/2015.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
OBS: não há previsão de majoração dos honorários em razão de embargos de declaração ajuizados
em primeiro grau, prevalecendo que o disposto no §11º se aplica tão somente ao grau recursal, por
expressa disposição de seu texto.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 40. A Defensoria Pública possui legitimidade para promover ação civil pública
e todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos,
coletivos ou individuais homogêneos quando o resultado da demanda puder beneficiar
grupo de pessoas hipossuficientes.
COMENTÁRIO
Com o advento da Lei nº 11.448/07 restou alterada a lei que disciplina a Ação Civil Pública (Lei
7.347/85), incluindo-se a Defensoria Pública no rol de legitimados para o exercício da ACP:
“Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: II - a Defensoria
Pública”.
Em 2009, com a alteração promovida pela Lei Complementar nº 132, a Lei Orgânica Nacional da
Defensoria Pública – LONDP (LC 80/1994) passou a expressar, dentre as funções institucionais
da Defensoria Pública, a de “promover ação civil pública e todas as espécies de ações capazes
de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos quando o
resultado da demanda puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes” e a de “promover a mais
ampla defesa dos direitos fundamentais dos necessitados, abrangendo seus direitos individuais,
coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambientais, sendo admissíveis todas as espécies de
ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela”, consoante prevê expressamente os
incisos VII e X do artigo 4º da LONDP.
Referida Emenda, promulgada em 04/06/2014, alterou o artigo 134 do texto constitucional para
nele dispor que “A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente,
a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na
forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal”.
No ano seguinte (2015) o Supremo Tribunal Federal julgou a Ação Direita de Inconstitucionalidade
3943. Referida ADI houvera sido ajuizada pela Associação Nacional dos Membros do Ministério
Público em 2007, e contestava o artigo 4º, II, da Lei da ACP, acima transcrito. A ação foi julgada
improcedente, por unanimidade, confirmando-se a constitucionalidade da previsão legal.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 41. O poder de tributar decorre da soberania estatal e tem limites nos princípios
constitucionais que o restringem, os quais são considerados cláusulas pétreas pela
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
COMENTÁRIO
Nesse sentido, o STF já decidiu que “as imunidades têm o teor de cláusulas pétreas, expressões
de direitos fundamentais, na forma do art. 60, § 4º, da CF/88, tornando controversa a possibilidade
de sua regulamentação através do poder constituinte derivado e/ou ainda mais, pelo legislador
ordinário.” (RE 636941, Rel. Min. Luiz Fux, j. em 13/02/2014).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
É muito importante conhecer o artigo 146 da Constituição, que exige lei complementar para
dispor sobre conflitos de competência entre os entes federativos em matéria tributária, regular
as limitações constitucionais ao poder de tributar (sobre as quais falamos na questão anterior) e
estabelecer normas gerais de Direito Tributário (em relação aos tributos, lembrem, como já falamos
em rodada anterior, que há tributos que também só podem ser criados por lei complementar: IGF,
Empréstimos Compulsórios, Impostos Residuais e Contribuições Sociais Residuais). O teor do
dispositivo é este:
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir
um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, observado que:
Não basta decorar as regras de Direito Tributário. É interessante e importante saber o porquê de
elas existirem. Nesse sentido, Eduardo Sabbag ensina, com propriedade, que “a presença de
normas gerais no ordenamento jurídico tributário, no bojo dos institutos básicos da tributação, visa
conferir à União, diante da notória multiplicidade de municípios e estados brasileiros, a possibilidade
de imprimir uniformidade técnica no plano da instituição de tributos, pelas variadas entidades
políticas.” (SABBAG, Op. Cit., p. 695).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 43. A hipótese de incidência é a descrição abstrata de um fato que, caso ocorra
no mundo concreto, gera o imediato surgimento do crédito tributário.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 6. Obrigação Tributária. (...) 6.2. Fato gerador (hipótese de incidência).
O erro da assertiva está em afirmar que a ocorrência do fato gerador faz surgir o crédito
tributário quando, na verdade, o que surge é a obrigação tributária. Nesse sentido, afirma-se
que “a hipótese de incidência é a situação descrita em lei, recortada pelo legislador entre inúmeros
fatos do mundo fenomênico, a qual, uma vez concretizada no fato gerador, enseja o surgimento da
obrigação principal.” (SABBAG, Op. Cit., p. 765).
Não é demais recordar que o fato gerador é o responsável pela definição da natureza jurídica do
tributo, sendo irrelevante a denominação que o legislador confere à exação, como prescreve o
artigo 4º do CTN:
Além disso, da leitura do artigo 118 do CTN, infere-se que “podem ser tributados os atos nulos e
os atos ilícitos, prevalecendo o princípio da interpretação objetiva do fato gerador.” (SABBAG, Op.
Cit., p. 766).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 44. João, residente em Campina Grande/PB, comprou, à vista, uma casa, onde vive
com sua família há quinze anos. O imóvel foi adquirido por R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). Em
2014, João decidiu dar entrada em um apartamento, localizado na mesma cidade, que custava
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) com R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) que tinha investidos,
ficando o restante (R$ 160.000,00) a ser pago de forma parcelada ao proprietário. Ocorre que,
em janeiro de 2015, João conseguiu vender sua casa antiga pelo valor de R$ 120.000,00 (cento
e vinte mil reais), obtendo, portanto, ganho de capital de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), o
qual entregou imediata e integralmente ao proprietário do apartamento, para que fosse abatido
do montante que ainda devia. Nesse caso, de acordo com a jurisprudência do STJ, há isenção
do imposto de renda sobre o referido ganho de capital.
COMENTÁRIO
A Lei nº 11.196/2005, em seu artigo 39, prevê isenção de imposto de renda para “o ganho auferido
por pessoa física residente no país na venda de imóveis residenciais, desde que o alienante,
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da celebração do contrato aplique o produto da
venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no país.” A Secretaria da Receita Federal
editou Instrução Normativa (IN 599/2005) estabelecendo que essa isenção não se aplicaria ao
caso de venda de imóvel residencial para quitar total ou parcialmente débito remanescente de
aquisição a prazo/prestação de imóvel que o alienante já possuía. O STJ, contudo, considerou
ilegal a restrição contida no referido ato infralegal e decidiu que “a isenção do Imposto de Renda
sobre o ganho de capital nas operações de alienação de imóvel prevista no art. 39, da Lei
11.196/2005 se aplica à hipótese de venda de imóvel residencial com o objetivo de quitar,
total ou parcialmente, débito remanescente de aquisição a prazo ou à prestação de imóvel
residencial já possuído pelo alienante. É ilegal a restrição estabelecida no art. 2º, § 11, I, da
Instrução Normativa-SRF n. 599/2005.” (REsp 1469478/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, Rel.
para Acórdão Min. Mauro Campbell Marques, j. em 25/10/2016).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 45. Caso haja dispensa da garantia do juízo para o oferecimento dos embargos
à execução fiscal, o prazo para a oposição da referida defesa será a data da intimação da
decisão que dispensou a apresentação da garantia.
COMENTÁRIO
Apesar de fortes vozes doutrinárias em sentido contrário (ex.: Leonardo Carneiro da Cunha, como
vimos na rodada passada), o STJ tem entendimento no sentido de que, nos termos do art. 16, §
1º, da Lei nº 6.830/1980, é necessária a garantia do juízo para o oferecimento dos embargos à
execução fiscal. Não obstante, é possível que o juiz dispense a garantia, em deferência ao acesso
à justiça. Caso isso ocorra, o STJ entende que “o prazo para oferecer embargos à execução
fiscal, nos casos em que a garantia é expressamente dispensada pelo juízo de execução,
deve ter início na data da intimação da decisão que dispensou a apresentação de garantia,
já que é esse o ato que caracteriza a informação aos atores processuais da desnecessidade
da garantia e a aptidão para embargar, não havendo a necessidade de, na intimação da
dispensa de garantia, se informar expressamente o prazo para embargar.” (REsp 1.440.639,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. em 02/06/2015).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 46. Pratica o crime de descaminho o policial federal que avisa aos agentes os
horários em que não haverá fiscalização, permitindo que ingressem pela fronteira no Brasil
com produtos trazidos do exterior, sem se sujeitarem ao procedimento alfandegário.
COMENTÁRIO
O enunciado está equivocado. O crime de descaminho está tipificado no art. 334 do Código Penal
e consiste – dentre outras condutas equiparadas – em iludir, no todo ou em parte, o pagamento
de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo da mercadoria. Trata-se de
crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. O crime de descaminho é praticado na
clandestinidade, ou seja, o seu sucesso depende de o agente passar despercebido pela fiscalização
alfandegária. Assim, se o autor do crime de descaminho é auxiliado por um funcionário público –
um policial federal, p. ex. –, pergunta-se: que crime o funcionário público comete? Quem pensou
se tratar de coautoria do crime de descaminho, se equivocou.
Excepcionando a teoria monista – “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade” (art. 29, caput) –, o Código Penal criou
a figura típica autônoma da facilitação de contrabando ou descaminho, punindo com pena de
três a oito anos o funcionário público que facilitar, com infração de dever funcional, a prática de
contrabando ou descaminho (art. 318). Vejamos o exemplo trazido por Leandro Paulsen:
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O crime de desobediência está tipificado no art. 330 do Código Penal, prevendo pena de quinze dias
a seis meses e multa para quem “Desobedecer a ordem legal de funcionário público”. Interpretando
esse dispositivo, o STF assentou o entendimento colocado no enunciado de que “(...) não há crime
de desobediência quando a inexecução da ordem emanada de servidor público estiver sujeita à
punição administrativa, sem ressalva de sanção penal. Hipótese em que o paciente, abordado
por agente de trânsito, se recusou a exibir documentos pessoais e do veículo, conduta prevista
no Código de Trânsito Brasileiro como infração gravíssima, punível com multa e apreensão do
veículo (CTB, artigo 238)” (HC 88.452, 2ª Turma, j. 02.05.2006). O STF também já afastou o crime
de desobediência quando o agente, descumprindo ordem judicial que lhe foi dirigida, se submeteu
ao pagamento de multa diária: “Não se reveste de tipicidade penal – descaracterizando-se, desse
modo, o delito de desobediência (CP, art. 330) – a conduta do agente, que, embora não atendendo
a ordem judicial que lhe foi dirigida, expõe-se, por efeito de tal insubmissão, ao pagamento de multa
diária (“astreinte”) fixada pelo magistrado com a finalidade específica de compelir, legitimamente,
o devedor a cumprir o preceito” (HC 86.254, 2ª Turma, j. 25.10.2005). Ainda sobre o crime de
desobediência, o STF decidiu que o descumprimento da transação penal não configura o crime de
desobediência (HC 84.976, 1ª Turma, j. 20.09.2005).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 48. É atípica a conduta de delegado de polícia federal que utiliza veículo
pertencente à União, do qual tem a posse para o exercício do cargo, para realizar encontros
sexuais com prostituta em motel.
COMENTÁRIO
Desta forma, para que se trate, efetivamente, de peculato de uso, é fundamental que o bem utilizado
seja infungível e não consumível. Atenção: e se o bem utilizado for dinheiro? Tratando-se de bem
fungível e não consumível, o STF já decidiu configurar, sim, crime de peculato (AP 218). Atenção
(2): sendo, porém, um Prefeito o sujeito ativo, o peculato de uso é tipificado no art. 1º, II, do
Decreto-Lei 201/1967: “utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas
ou serviços públicos“. Atenção (3): o peculato de uso configura ato de improbidade administrativa
(art. 9º, IV, da Lei 8249/1992).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O enunciado está errado. O caput do art. 312 do Código Penal descreve as condutas do peculato-
apropriação e do peculato-desvio. Já o art. 313-A, ao descrever a conduta de inserir dados falsos
em sistema de informações da Administração Pública, prevê o denominado peculato eletrônico.
Se o agente pratica o desvio mediante a inserção de dados falsos em sistema de informações da
Administração Pública, deverá ser punido somente pelo crime de peculato eletrônico, que também
trabalha – assim como o peculato-desvio – com o dolo de obter vantagem indevida. Nesse sentido,
já decidiu o STJ: “1. O delito de inserção de dados falsos em sistema de informações, descrito
no artigo 313-A do Código Penal, é especial ao crime de peculato delineado no artigo 312 do
Estatuto Repressor. 2. Na hipótese, a vantagem indevida auferida em detrimento da administração
pública (objeto de tutela do crime de peculato) foi alcançada por meio de um especial modo de
agir, consistente na inserção de informações falsas nos sistemas informatizados ou banco de
dados da municipalidade. 3. Tal circunstância evidencia a ocorrência de apenas uma lesão ao
bem jurídico tutelado, sendo imperioso, diante do concurso aparente de normas penais aplicáveis,
o afastamento da condenação referente ao crime de peculato-desvio, já que o delito descrito no
artigo 313-A do Código Penal disciplina, na íntegra, os fatos praticados pelo paciente, remediando-
se, por conseguinte, o bis in idem repudiado pelo ordenamento jurídico pátrio” (HC 213.179, 5ª
Turma, j. 19.04.2012).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 50. Não se exige, para a configuração do crime de concussão, que o agente
esteja na função ou a tenha a assumido, bastando que tenha exigido em razão da condição
de funcionário público, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida.
COMENTÁRIO
“Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida”.
GABARITO: CERTO
Sobre o procedimento dos Juizados Especiais Criminais, julgue os cinco itens a seguir.
QUESTÃO 51. O descumprimento dos termos da composição dos danos civis, tratando-se
de infração penal sujeita à ação penal privada ou condicionada à representação, restitui à
vítima o direito de queixa ou de representação.
COMENTÁRIO
“a) ação penal privada: de acordo com o art. 74, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95,
tratando-se de ação penal de iniciativa privada (v.g., dano simples), o acordo homologado
acarreta a renúncia ao direito de queixa, com a consequente extinção da punibilidade,
nos termos do art. 107, IV, do CP. Portanto, se a regra prevista no Código Penal é que
o fato de o ofendido receber a indenização do dano causado pelo crime não implica em
renúncia ao direito de queixa (CP, art. 104, § único), pode-se dizer que a composição
dos danos civis funciona como uma exceção, já que o acordo homologado acarreta a
renúncia ao direito de queixa, por força da norma especial do art. 74, parágrafo único,
da Lei nº 9.099/95. Ademais, por força do princípio da indivisibilidade (CPP, arts. 48 e
49), a renúncia ao direito de queixa decorrente da composição dos danos civis estende-
se a coautores e partícipes do fato delituoso, ainda que eles não estejam presentes à
audiência preliminar;
Atenção, portanto, para o que estabelece o art. 74, § único, da Lei 9.099: “Tratando-se de ação penal
de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado
acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação”. Percebam que a consequência para o
descumprimento da composição dos danos civis é distinta da consequência para o descumprimento
da transação penal: enquanto no primeiro há extinção da punibilidade e se abre a opção de executar
o título no cível, no segundo – segundo o entendimento consolidado na SV 35 –, o MP pode dar
continuidade à persecução penal mediante oferecimento da denúncia.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O enunciado possui dois erros. Inicialmente, relembremos que a transação penal pode ser oferecida
para o autor do crime de menor potencial ofensivo, desde que sejam preenchidos os seguintes
requisitos, de acordo com o art. 76, § 2º, da Lei 9.099/95: 1) não ter sido o autor da infração penal
condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; 2) não ter
sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva
ou multa; e 3) não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem
como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
Duas anotações: (1) encontramos o primeiro equívoco do enunciado no item 1 do dispositivo legal
citado, pois somente a condenação definitiva à pena privativa de liberdade impede a concessão
da transação penal; e (2) o item 2 se refere à pena restritiva de direitos ou multa objeto de anterior
transação penal, e não de condenação transitada em julgado.
O segundo equívoco do enunciado diz respeito ao expediente recursal contra a sentença que não
homologa a transação penal, que não é o HC, e sim a apelação, nos termos do art. 76, § 5º, da Lei
9.099. Nesse sentido, a lição de Renato Brasileiro:
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O enunciado está correto. Vejamos o que estabelece o art. 81, caput, da Lei 9.099/95: “Aberta a
audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o juiz receberá,
ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de
acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente
aos debates orais e à prolação da sentença”. Assim, diferentemente do que estabelece o CPP
para o procedimento comum, no procedimento sumaríssimo temos efetiva defesa preliminar –
por vir antes do recebimento da peça acusatória –, e não resposta à acusação – que vem após
o recebimento da denúncia ou queixa. E tal como prevê o CPP reformado, a Lei 9.099 também
inseriu o interrogatório ao final da instrução.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 55. Compete ao Tribunal Regional Federal ao qual o Juizado Especial Criminal
estiver vinculado a competência para julgar habeas corpus contra decisões da Turma
Recursal, ao passo que compete à Turma Recursal julgar as revisões criminais contra
decisões proferidas pelos Juizados Especiais Criminais.
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O enunciado está correto. Prevê o CPM que a atenuante da confissão espontânea somente deve
ser aplicada quando o acusado admitir a autoria de crime ignorada ou imputada a outrem (art. 72,
III, d). O condicionamento da aplicação desta atenuante ao fato de a autoria do crime ser ignorada
ou imputada a outrem também estava presente no Código Penal comum até a reforma da sua
parte geral em 1984, tanto que atualmente se admite – com apoio na jurisprudência, inclusive – o
reconhecimento da atenuante da confissão espontânea ainda quando o réu é preso em flagrante,
situação em que a autoria do crime não pode ser considerada ignorada ou imputada a outrem.
Atenção: a DPU com atuação na Justiça Militar da União já impetrou diversos habeas corpus no
STF sustentando o reconhecimento da atenuante da confissão espontânea no Direito Penal Militar
mesmo quando a autoria do crime não for ignorada nem imputada a outrem, não tendo, porém,
alcançado êxito nesses pleitos. O STF tem decidido que “A Reforma Penal de 1984, revelando
a espontaneidade da confissão como requisito à atenuação da pena, não alcança a prevista no
Código Penal Militar, a exigir a demonstração de autoria criminosa ignorada ou imputada a outrem”
(HC 115.189, 1ª Turma, j. 03.05.2016). Vejamos um trecho muito elucidativo do voto do ministro
Marco Aurélio (relator):
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 57. De acordo com o que prevê o Código Penal miliar, a publicação do acórdão
condenatório recorrível interrompe a prescrição.
COMENTÁRIO
O enunciado está errado. Pelo Código Penal comum, tanto a publicação da sentença quanto do
acórdão condenatórios recorríveis interrompe a prescrição (art. 117, IV). Já no Código Penal militar,
somente a sentença condenatória recorrível interrompe a prescrição (art. 125, § 5º, II), não havendo
previsão a respeito do acórdão condenatório recorrível. A jurisprudência do STF já oscilou quanto à
interpretação dessa matéria no Código Penal militar, mas o seu julgado mais recente foi no sentido
de que “O Código Penal Militar, em seu artigo 125, § 5º, estabelece as causas interruptivas da
prescrição e, uma vez que nesse rol não há a previsão do acórdão condenatório recorrível, inviável
cogitar-se em aplicação analógica in malam partem do artigo 117, IV, do Código Penal comum,
sobretudo por força do princípio da especialidade” (ARE 717.440 ED, 1ª Turma, j. 11.11.2014).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 58. Conforme estabelece o Código Penal militar, são reduzidos de metade os
prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 anos, ou, na
data da sentença, maior de 70 anos.
COMENTÁRIO
O enunciado está errado, pois reproduz o que estabelece o Código Penal comum (art. 115). Pelo
Código Penal militar, o prazo prescricional é reduzido de metade tanto para o menor de 21 anos
quanto para o maior de 70 anos, verificando-se esse critério de idade – para ambos – ao tempo do
crime.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Prevê o CPPM que “O acusado será qualificado e interrogado num só ato, no lugar, dia e hora
designados pelo juiz, após o recebimento da denúncia; e, se presente à instrução criminal ou
preso, antes de ouvidas as testemunhas” (art. 302). Diversamente do que afirma o enunciado,
o STF, após um longo período de indefinição do seu entendimento, a partir de HC impetrado
pela DPU, resolveu definitivamente essa questão pelo Plenário, assentando que “A norma inscrita
no art. 400 do Código de Processo Penal comum aplica-se, a partir da publicação da ata do
presente julgamento, aos processos penais militares, aos processos penais eleitorais e a todos os
procedimentos penais regidos por legislação especial, incidindo somente naquelas ações penais
cuja instrução não se tenha encerrado” (HC 127.900, Pleno, j. 03.03.2016).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 60. Conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o art. 366 do Código
de Processo Penal comum, que impõe a suspensão do processo e do prazo prescricional
quando o acusado, citado por edital, não comparece nem constitui advogado, não se aplica
COMENTÁRIO
O enunciado está correto. Prevê o art. 366 do CPP comum que “Se o acusado, citado por edital,
não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes
e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do art. 312”. No âmbito do Código de
Processo Penal militar, a citação por edital tem mais força e não resulta na suspensão do processo
nem do prazo prescricional. Instado a se manifestar sobre essa disposição do CPPM, o STF já
decidiu que “Ante norma especial contida no Código de Processo Penal Militar, a revelar que a
citação editalícia possui eficácia e validade, impróprio é evocar o disposto na regra geral, ou seja,
no artigo 366 do Código de Processo Penal” (HC 126.082, 1ª Turma, j. 18.04.2017).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 61. Os direitos políticos negativos não se confundem com os direitos políticos
positivos.
COMENTÁRIO
A doutrina especializada no assunto faz uma diferenciação entre os direitos políticos negativos e
os direitos políticos positivos. Os direitos políticos negativos são determinações constitucionais que
importam na privação do direito de participar do processo político e dos órgãos governamentais,
como as contidas nas normas referentes à inelegibilidade, perda ou suspensão dos direitos políticos.
Já os direitos políticos positivos são aqueles consubstanciados em normas que asseguram a
participação do indivíduo no processo político e nos órgãos governamentais. As formas de exercício
da soberania popular são o direito de sufrágio ativo (direito de votar) e passivo (direito de ser
votado), a iniciativa popular, a ação popular e a organização e participação em partidos políticos.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 62. O direito eleitoral brasileiro não admite a teoria dos votos engavetados.
COMENTÁRIO
A Lei nº 12.034/2009 trouxe algumas alterações à Lei das Eleições, introduzindo dispositivos
inéditos, como é o caso do artigo 16-A que consagrou a teoria da “Conta e Risco e Teoria Dos
Votos Engavetados”, aplicada pelo TSE em várias eleições.
Segundo o artigo 16-A da referida lei, “o candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar
todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e
na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando
a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância
superior”. Ainda segundo o parágrafo único do referido artigo, “o cômputo, para o respectivo partido
ou coligação, dos votos atribuídos ao candidato cujo registro esteja sub judice no dia da eleição fica
condicionado ao deferimento do registro do candidato.”
Assim, segundo essa teoria, o candidato em condição sub judice, leia-se, que tenha decisão que
indefere o seu registro, pode prosseguir na campanha eleitoral, sendo apto para fazer propaganda
eleitoral, participar de comícios, debates, ter a garantia de seu nome na urna eletrônica, mas
por sua conta e risco (teoria da conta e risco), ou seja, se no dia da votação ele não tiver o
registro deferido (pelo TSE, em sede, no máximo, de Embargos de Declaração em REspe), seus
votos serão considerados nulos (vulgarmente “engavetados”, razão do nome da “teoria dos votos
engavetados”).
Assim, o candidato que tiver seu registro indeferido poderá recorrer da decisão e prosseguir por
sua conta e risco, enquanto estiver sub judice, em sua campanha e ter seu nome mantido na
urna eletrônica, ficando a validade de seus votos condicionada ao deferimento de seu registro por
instância superior.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 63. Segundo o Supremo Tribunal Federal, exige-se dois requisitos para a
configuração do crime de desobediência eleitoral, quais sejam: que a ordem descumprida
tenha sido emitida de forma direta e individualizada; e que o agente (réu) tinha ciência da
ordem tida por descumprida.
COMENTÁRIO
Este foi justamente o decido pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. Segundo os ministros da
referida Turma, exige-se dois requisitos para a configuração do crime de desobediência eleitoral,
quais sejam: que a ordem descumprida tenha sido emitida de forma direta e individualizada; e que
o agente (réu) tinha ciência da ordem tida por descumprida. Vejamos o precedente firmado pela
Corte Constitucional brasileira:
Para finalizar, transcrevo o artigo 347 do Código Eleitoral, dispositivo que prevê o crime de
desobediência eleitoral: “Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou
instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução: Pena - detenção de três meses
a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Por fim, lembro ao aluno que segundo a Lei da Ficha Limpa, a condenação em crimes de ação penal
privada e em crimes de menor potencial ofensivo não possui o condão de gerar inelegibilidade,
conforme o artigo 1º, § 4º, da Lei Complementar 64 de 1990.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 65. Segundo o Supremo Tribunal Federal, não comete o crime de desobediência
eleitoral o candidato que recebe ordem para não entrar na repartição pública para pedir
votos e ingressa na mesma para fiscalizar o seu adversário.
COMENTÁRIO
Para finalizar, transcrevo o artigo 347 do Código Eleitoral, dispositivo que prevê o crime de
desobediência eleitoral: “Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou
instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução: Pena - detenção de três meses
a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa”.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 66. João, enquanto estava preso, foi torturado e morto. Sua esposa, Maria,
denunciou diversas vezes as torturas de que era vítima seu marido, tendo sido instaurado
inquérito policial para investigar os fatos. Entretanto, o membro do Ministério Público
decidiu não ajuizar ação penal contra os responsáveis, e o inquérito policial, na sequência,
foi arquivado. Neste caso, se Maria pretender obter indenização do Estado pela tortura e
morte de João, o prazo inicial para a prescrição será a data da morte de João.
COMENTÁRIO
Na questão 67 da 2ª Rodada, vimos que a prática de ato de tortura por agente público é considerada
ato de improbidade administrativa, independentemente da responsabilização civil do Estado e do
agente público. Na questão 66 da 3ª Rodada, vimos o entendimento do STF sobre a possibilidade
A presente assertiva, contudo, diz respeito a decisão do STJ de 2015, referente à hipótese em que,
instaurado inquérito policial para apurar os fatos referentes à possível tortura e morte de preso,
não foi ajuizada a ação penal competente. Nessa hipótese, de acordo com o entendimento do STJ,
o termo inicial da prescrição será a data do arquivamento do inquérito. A ementa da decisão diz
o seguinte: “o termo inicial da prescrição de pretensão indenizatória decorrente de suposta
tortura e morte de preso custodiado pelo Estado, nos casos em que não chegou a ser
ajuizada ação penal para apurar os fatos, é a data do arquivamento do inquérito policial.”
(REsp 1.443.038, Rel. Min. Humberto Martins, j. em 12/02/2015).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 67. A União, em regra, é obrigada a fornecer o extrato detalhado, incluindo a data
e valor das transações efetuadas e CNPJ dos fornecedores de cartão corporativo utilizado
por chefe de escritório da Presidência da República. Essa obrigação decorre, diretamente,
do princípio da eficiência.
COMENTÁRIO
A primeira parte da assertiva está correta e reflete, coerentemente, o decidido pelo STJ no MS
20.895, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. em 12/11/2014, in verbis: “ não fornecimento
pela União do extrato completo - incluindo tipo, data, valor das transações efetuadas e
CNPJ dos fornecedores - do cartão de pagamentos (cartão corporativo) do Governo Federal
utilizado por chefe de Escritório da Presidência da República constitui ilegal violação ao
direito de acesso à informação de interesse coletivo, quando não há evidência de que a
publicidade desses elementos atentaria contra a segurança do Presidente e Vice-Presidente
da República ou de suas famílias.” Essa obrigação, contudo, como frisou o julgado, decorre do
direito de acesso à informação de interesse coletivo, que está ligada aos princípios da publicidade
e da transparência (e não ao da eficiência, como indicou a assertiva). Com base na Lei de Acesso
à Informação, o STJ considerou que as indicações das compras realizadas com cartão corporativo
de forma pública não atentariam, à evidência, contra a segurança do Presidente e Vice-Presidente
da República ou de suas famílias, bem como que o simples fornecimento de planilha com a indicação
dos gastos de maneira genérica “impede a elaboração de análise minimamente conclusiva.”
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 68. Apesar de, em regra, o ato administrativo se destinar a complementar as leis,
é possível que ele extraia seu fundamento de validade diretamente da Constituição.
COMENTÁRIO
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 69. Diz-se eficaz o ato administrativo quando foi expedido em observância com
as exigências do ordenamento jurídico.
COMENTÁRIO
Portanto, o ato expedido com observância às exigências do ordenamento jurídico é válido, mas
não será, necessariamente, eficaz. Essa diferenciação (inclusive os termos utilizados para cada
plano) precisa ser conhecida de vocês. É ponto expresso do edital.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 70. São privativas de brasileiro nato as carreiras de oficial da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica.
COMENTÁRIO
O artigo 5º, § 2º, do Estatuto dos Militares estabelece, exatamente, que “são privativas de
brasileiro nato as carreiras de oficial da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.” O dispositivo
está de acordo com o artigo 12, § 3º, especialmente o inciso VI, da Constituição da República, que
estabelece o seguinte:
V - da carreira diplomática;
É importante lembrar, como determina o artigo 12, § 2º, da Constituição da República, que “a lei
não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos
nesta Constituição.” Percebe-se, portanto, que, na parte referente à assertiva, o Estatuto dos
Militares foi recepcionado pela Constituição, pois é compatível com o dispositivo supratranscrito.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 71. Dois anos após obter sua aposentadoria do emprego público que exercia
junto a uma empresa estatal, João foi contratado temporariamente pelo IBGE, nos termos
do art. 37, IX, da Constituição Federal, para auxiliar em um recenseamento. Nesse caso, é
vedada a acumulação dos proventos de aposentadoria com a remuneração proveniente do
exercício do cargo temporário.
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Com efeito, os bens públicos podem ser classificados, em relação à sua titularidade, como
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 73. É possível ao Poder Público desistir da ação de desapropriação, desde que
não tenha havido o pagamento integral do preço e seja possível restituir o imóvel nas mesmas
condições em que foi retirado do particular. Caso tenha ocorrido alteração substancial no
imóvel, obstando seu uso nas condições anteriores, o particular terá o ônus da prova desse
fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação.
COMENTÁRIO
O STJ admite que o Poder Público desista da ação de desapropriação a qualquer tempo, mesmo
após o trânsito em julgado, desde que atendidos dois requisitos, quais sejam, 1) não ter havido
o pagamento integral do preço e 2) o imóvel ser devolvido sem alteração substancial que impeça
ser utilizado como antes. Segundo o entendimento da Corte, “se a desapropriação se faz por
utilidade pública ou interesse social, uma vez que o imóvel já não se mostre indispensável para o
atingimento dessas finalidades, deve ser, em regra, possível a desistência da desapropriação, com
a ressalva do direito do atingido à ação de perdas e danos” (REsp 1.368.773, j. em 6/12/2016).
Nesse sentido, caso reste demonstrado que não há condição de o bem ser devolvido no estado
em que recebido ou com danos de pouca monta, não se admitirá a desistência da ação. Como
a existência de danos e a impossibilidade de utilização do bem nas condições anteriores
são fatos impeditivos do direito do Poder Público de desistir da ação, o ônus da prova recai
sobre o particular expropriado, nos termos do art. 373, II, do CPC/15:
“Art. 373. O ônus da prova incumbe: II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor”. Por fim, segundo Rafael Oliveira (Op. cit., p.
628), da desistência da ação exsurgem duas consequências: “a) o Poder Público deve
indenizar o proprietário por meio de ação indenizatória autônoma; e b) a sentença de
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 74. Não há vedação legal expressa ao tombamento de bem federal por Estado-
membro.
COMENTÁRIO
Pessoal, na rodada passada fizemos uma questão sobre tombamento voluntário e compulsório.
Nesta, vamos analisar, brevemente, recente decisão do STF (do Ministro Gilmar Mendes,
especificamente) que reconheceu a possibilidade de tombamento de bem da União por lei estadual
(ACO 1208, julgada em 05/05/2017).
Tratava-se de Ação Cível Originária ajuizada pela União, contra ato da Assembleia Legislativa do
Estado de Mato Grosso do Sul (lei estadual) que determinava o tombamento do prédio do Museu
da Força Expedicionária Brasileira em Campo Grande/MS, imóvel de propriedade da União.
A União invocou, para invalidar o ato, o “princípio da hierarquia federalizada”, o qual impede a
desapropriação de bens federais pelos Estados. Ademais, argumentou que o ato de tombamento
seria de competência do Poder Executivo. Apesar de reconhecer a vedação de desapropriação
dos bens federais pelos estados (cf. Decreto-Lei nº 3.365/41), o Ministro Gilmar Mendes
considerou que o Decreto-Lei nº 25/37, referente ao tombamento, não fez restrição
semelhante. Entendeu, ainda, que o tombamento poderia ser feito por ato legislativo de forma
provisória, restando o tombamento permanente ao Poder Executivo. Para ele: “a lei estadual ora
questionada deve ser entendida apenas como declaração de tombamento para fins de preservação
de bens de interesse local, que repercutam na memória histórica, urbanística ou cultural até que
seja finalizado o procedimento subsequente.” Desse modo, o tombamento provisório por ato
legislativo não precisaria ser precedido de notificação prévia da União (o que só seria exigível no
procedimento de tombamento definitivo).
Portanto, o Ministro entendeu que é possível o tombamento por ato legislativo, e que o Estado
pode tombar bem da União.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 75. A autarquia é instituída por lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, sendo
o início da sua personalidade jurídica coincidente com a vigência do diploma legislativo que
a criou. Do mesmo modo, o detalhamento de toda a estruturação interna da autarquia está
submetido a reserva de lei em sentido estrito.
COMENTÁRIO
De acordo com o art. 37, inciso XIX, c/c art. 61, § 1º, inciso II, alíneas “b” e “e” da CF, a criação de
autarquia depende de lei, a qual será de iniciativa do Chefe do Executivo. Portanto, a primeira parte
do enunciado está correta. Além disso, também é correto afirmar que “sua personalidade jurídica
começa com a vigência da lei criadora, não sendo necessária a inscrição dos atos constitutivos no
registro competente.” (OLIVEIRA, Rafael. Op. Cit., p. 93). Entretanto, conforme afirma o referido
autor, “a reserva legal, exigida para a instituição da autarquia, não impede que o detalhamento da
sua estruturação interna seja estabelecido por ato administrativo, normalmente Decreto”.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A culpa recíproca ocorre quando, ao mesmo tempo, o empregado e o empregador praticam faltas
graves que resultam no fim do contrato de trabalho e deve ser reconhecida pelo juízo trabalhista.
O artigo 484 da CLT prevê a situação nos termos seguintes: “havendo culpa recíproca no ato que
determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal do trabalho reduzirá a indenização à que
seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade.” Interpretando o dispositivo,
o TST elaborou o enunciado nº 14 da Súmula de sua jurisprudência, pelo qual “reconhecida a
culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem
direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso-prévio, do décimo terceiro salário e
das férias proporcionais.” Assim, incorreta a alternativa, por excluir a metade do aviso prévio das
verbas devidas nessa modalidade de resolução do contrato de trabalho.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 77. A submissão a maus tratos de idoso sob os cuidados indiretos do empregado
doméstico é considerada pela lei justa causa para o término da relação de emprego.
COMENTÁRIO
Mais uma vez, LC 150/2015! O artigo 27 prevê, expressamente, que a submissão a maus tratos de
idoso, enfermo, pessoa com deficiência ou criança sob cuidado direto ou indireto do empregado
doméstico é considerada justa causa. Peço licença a vocês para transcrever todo o dispositivo, que
considero importante:
VII - (VETADO);
X - ato lesivo à honra ou à boa fama ou ofensas físicas praticadas em serviço contra
qualquer pessoa, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
XI - ato lesivo à honra ou à boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador
doméstico ou sua família, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
Parágrafo único. O contrato de trabalho poderá ser rescindido por culpa do empregador
quando:
II - o empregado doméstico for tratado pelo empregador ou por sua família com rigor
excessivo ou de forma degradante;
VII - o empregador praticar qualquer das formas de violência doméstica ou familiar contra
mulheres de que trata o art. 5º da Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006.”
É muito importante conhecer essas hipóteses, tanto em relação ao empregado quanto em relação
ao empregador doméstico, pois demonstram a peculiaridade da relação de emprego doméstico em
mais um aspecto.
No tema rescisão do contrato de trabalho, é importante lembrar que a doutrina costuma diferenciar:
a) resilição, que seria uma manifestação da livre vontade de não manter o vínculo empregatício, seja
por parte do empregador (dispensa sem justa causa), seja por parte do empregado (demissão); b)
resolução, que envolveria a prática de uma falta, seja pelo empregado (dispensa por justa causa),
seja pelo empregador (rescisão indireta), seja por culpa recíproca, como abordamos na questão
anterior e c) rescisão, nos casos de contrato de trabalho nulo. Entretanto, adverte-se, e serve para
vocês, que “o termo rescisão, por vezes, é utilizado de forma ampla, para tratar de ruptura contratual
(por exemplo: rescisão indireta, rescisão por justa causa, etc.). Assim sendo, se a questão não
trouxer especificamente a diferença entre resolução, resilição e rescisão, lembre-se de que o direito
do trabalho preza a simplicidade, e verifique qual situação fática o examinador está abordando.”
(CORREIA, Henrique. Direito do Trabalho para Concursos Públicos. Salvador: JusPodivm, 2017, p.
1133, nota de rodapé 24). Essa observação é pertinente e, na prática, já podemos ver que a própria
Súmula nº 14, do TST, que estudamos na questão anterior, utiliza o termo “rescisão do contrato
de trabalho” para uma hipótese que, mais tecnicamente, seria resolução. Por isso, apesar de ser
importante conhecer a diferença das expressões, também é salutar saber que, muitas vezes, na
própria jurisprudência, elas são intercambiáveis. Por isso, atenção ao que requerer a questão.
Tomei esse tempo e espaço para fazer essa diferenciação pois, nas próximas rodadas, me
dispensarei de fazer essa nota introdutória, quando tratarmos de algumas hipóteses de justa causa
de maneira específica.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
OJ 225, SDI-I
OJ 261, SDI-I
Portanto, além da regra geral, é preciso conhecer o entendimento do TST sobre determinados
aspectos específicos da sucessão trabalhista.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Salário profissional é o patamar mínimo, fixado em lei, devido como remuneração a determinadas
categorias. Esses salários devem ser observados, independentemente de acordo ou convenção
coletiva. Exemplos de salários profissionais são o dos médicos (Lei nº 3999/61) e o dos engenheiros
(Lei nº 4.950-A/66). Nesse sentido, é interessante conhecer o enunciado nº 370 da Súmula do TST,
que me parece ser o entendimento consolidado mais significativo sobre salário profissional:
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 80. O trabalhador avulso, embora não seja empregado, tem todos os direitos
previstos para os trabalhadores com vínculo empregatício permanente. O trabalho avulso
pode ser intermediado pelo sindicato da categoria ou pelo Órgão Gestor de Mão de Obra.
COMENTÁRIO
A correção da primeira parte da assertiva se infere da leitura do artigo 7º, XXXIV, da Constituição,
pelo qual “são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social: (...) a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso.” O trabalhador avulso portuário é regido pela Lei nº
12.815/2013. Sua relação com o operador portuário é intermediada pelo Órgão Gestor de Mão de
Obra (OGMO), e o funcionamento dessa dinâmica funciona da seguinte maneira: “esse trabalhador
se dirige até os portos para concorrer à escala de trabalho. Nem todos os dias conseguirá prestar
serviços, pois há um rodízio entre eles. Cabe frisar que ele deverá receber vale transporte mesmo
nos dias em que não for escalado para o trabalho (cf. Informativo nº 61 do TST.” (CORREIA,
Henrique. Direito do Trabalho para Concursos Públicos. Salvador: JusPodivm, 2017, p. 394). É
possível, também, que haja outros trabalhadores - ou seja, não portuários - que se enquadrem
como avulsos, os quais são regidos pela Lei nº 12.023/2009. Como ensina Henrique Correia: “é
considerado trabalhador avulso não portuário aquele cuja atividade não é intermediada pelo órgão
gestor de mão de obra, mas pelo sindicato da categoria profissional respectiva. Esse trabalhador
pode ou não ser sindicalizado. A intermediação feita pelo sindicato não o obriga à filiação automática,
que é uma prática vedada no país (art. 8º, V, da CF/88).” (Op. Cit., p. 397).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 81. Compete à Justiça do Trabalho julgar ações relacionadas aos servidores
temporários contratados para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público.
COMENTÁRIO
Servidor estatutário
Empregado público (celetista)
Servidor temporário
Fonte: MIESSA, Élisson. Processo do Trabalho para Concursos. Salvador: JusPodivm, 2017, p.
166.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A assertiva contraria o disposto na OJ nº 140 da SDI-I, de acordo com o qual “em caso de
recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recursal, somente haverá
deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º do art. 1.007 do
CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido.” De fato, o artigo
1.007, § 2º, do NCPC dispõe que “a insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa
e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.” Portanto, seguindo-se o entendimento do TST e aplicando-se o
referido dispositivo, vê-se que não é faculdade, mas dever do juiz, abrir o prazo de cinco dias para
a complementação das custas processuais ou do depósito recursal.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Élisson Miessa (Op. Cit., p. 999) explica que o entendimento do TST se baseia “no fato de que, no
processo do trabalho, há aplicação do princípio do impulso oficial, cabendo ao juiz do trabalho dar
andamento ao processo e iniciar, de ofício, a fase de execução (art. 878 da CLT). Aliás, o art. 50 da
Lei nº 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais) prevê que o juiz suspenderá a execução enquanto
não localizados bens do devedor e que durante esse prazo não correrá a prescrição. Diante disso,
entende que é inaplicável, na Justiça do Trabalho, a prescrição intercorrente.” (OBS: o referido autor
ressalva sua opinião no sentido de que ele, particularmente, entende que a prescrição intercorrente
é aplicável ao processo do trabalho quando o ato depender exclusivamente do exequente). Para
a prova, o mais seguro é conhecer os entendimentos sumulados do STF e do TST em sentidos
opostos, sabendo que, para o TST, que reafirmou essa posição na IN 39/2016, não se aplica a
prescrição intercorrente no processo do trabalho.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Pessoal, na Rodada 02, nós vimos um dos princípios peculiares do processo do trabalho que
é aquele segundo o qual, em regra, as decisões interlocutórias, no processo trabalhista, são
irrecorríveis de forma imediata (irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias). Naquela
oportunidade, estudamos as exceções ao referido princípio (na rodada 02, também, vimos o caso
de Maria e Joana, no enunciado da peça).
Bastaria lembrar desse preceito para concluir que, no caso narrado, diante da inexistência de
recurso que se enluve na hipótese de atacar decisão interlocutória que (in)defere tutela provisória,
é possível e tecnicamente adequada a impetração de Mandado de Segurança. Nesse sentido,
aliás, é o item II do enunciado nº 414 da Súmula do TST: “no caso de a tutela provisória haver
sido concedida ou indeferida antes da sentença, cabe mandado de segurança, em face da
inexistência de recurso próprio.”
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A questão reflete, de forma precisa, o disposto no item III do enunciado nº 414 da Súmula do TST,
segundo o qual “a superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do
mandado de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.”
Na verdade, o manejo do Mandado de Segurança como solução para a obtenção ou reversão de
tutela provisória na seara processual trabalhista é assunto de importante relevância teórica e prática
(daí o enorme número de enunciados que tratam do assunto). Em meu entendimento, conhecer e
compreender a lógica da Súmula nº 414 é bastante simples e esclarecedor. Por isso, transcrevo-a
na íntegra abaixo, inclusive o item I, que não foi objeto de indagação. Advirto-lhes que esta foi uma
das súmulas atualizadas de acordo com o NCPC e que, portanto, merece nossa especial atenção.
III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado
de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
I - como empregado:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não
eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor
empregado;
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros
ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e
contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União,
Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais.
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado
a regime próprio de previdência social;
A primeira hipótese, portanto, reflete o disposto na alínea “a” acima transcrita. Explicam Baltazar
Júnior/Rocha (op. cit.) que: “Consideram-se traços característicos da relação de emprego: a
pessoalidade, a subordinação, a não eventualidade e a remuneração. (...) Se o trabalho é prestado
no Brasil, como regra geral, não importa o lugar da celebração do contrato e nem a nacionalidade
do trabalhador (...). Mesmo no caso do apátrida (...) o exercício de atividade vinculada ao regime
geral, consoante prevê o art. 24 da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, promulgado pelo
D. 4.246/02, assegura a aquisição de direitos previdenciários. (...) É considerado empregado o
administrador profissional, que não é acionista ou quotista da empresa. O regulamento considera
‘diretor empregado aquele que, participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja
promovido para cargo de direção, mantendo as características inerentes à relação de emprego’
(art. 9º, § 2º, do RPS).”. A segunda hipótese, por sua vez, reflete o disposto na alínea “b” acima
transcrita. É o denominado “trabalhador temporário”, cuja relação jurídica é regida pela Lei 6.019/74,
caracterizada pelo fato de que o obreiro mantém relação empregatícia com a empresa de trabalho
temporário, apesar de prestar serviços à tomadora.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 87. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam
regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo
efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
próprio regime de previdência, o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS.
Tal regime de previdência complementar deve ser instituído por lei complementar.
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O regramento relativo ao segurado especial é extenso na Lei 8.213/91 (nos §§ do art. 11), delineando,
em detalhes, quem é e quem não é segurado especial. É algo que o candidato precisa também
conhecer bem. O § 9º do art. 11 da Lei 8.213/91 diz que: “Não é segurado especial o membro de
grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: I – benefício de
pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício
de prestação continuada da Previdência Social; (...)”. A pensão por morte e o auxílio-reclusão são
benefícios devidos ao dependente do instituidor (morto ou recluso), ou seja, é uma renda que a
pessoa recebe que não é fruto de seu próprio trabalho. Como é plenamente possível, a qualquer
segurado, a acumulação com aposentadoria, não seria justo que o segurado especial ficasse
impedido, por via transversa, de atingir tal situação. Já o auxílio-acidente é um benefício de caráter
indenizatório, de valor correspondente a 50% do salário-de-benefício, que visa complementar a
renda daquele que sofre uma redução da capacidade laboral, então também não faz sentido que
sirva como óbice à eventual percepção de aposentadoria (que é o que a qualidade, prolongada no
tempo, de segurado especial visa/objetiva conferir).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Há sim previsão expressa de exclusão do irmão menor de 21 anos do rol de dependentes em caso
de emancipação. O art. 16, III, da Lei 8.213/91 diz que: “Art. 16. São beneficiários do Regime Geral
de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: (...) III - o irmão não emancipado,
de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (...)”. O
regramento, portanto, não destoa daquele conferido ao filho.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 90. Caso o servidor público, vinculado a regime próprio, venha a exercer atividade
abrangida pelo RGPS, tornar-se-á segurado obrigatório em relação a tal atividade.
Já no caso de tal servidor, amparado por regime próprio, ser requisitado para outro órgão
ou entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação, nessa condição, permanecerá
vinculado ao regime de origem.
COMENTÁRIO
A questão trata da relação do servidor público vinculado a Regime Próprio que ingressa também na
iniciativa privada ou que é requisitado para outro órgão. O tema está regulado pela Lei 8.213/91,
embora guarde relação [também] com o regime próprio. O servidor filiado a regime próprio, caso
exerça atividade abrangida pelo RGPS, torna-se segurado obrigatório deste regime, devendo, em
regra, recolher contribuições. Neste sentido, dispõe o §1º do art. 12 da Lei 8.213/91: “Caso o
servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas
pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas
atividades”. Já o § 2º do art. 12 da Lei 8.213/91 diz que: “Caso o servidor ou o militar, amparados por
regime próprio de previdência social, sejam requisitados para outro órgão ou entidade cujo regime
previdenciário não permita a filiação, nessa condição, permanecerão vinculados ao regime de
origem, obedecidas as regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição”. Esclarecem
Baltazar Júnior/Rocha (op. cit.) que: “De todo modo, quem ficar responsável pela remuneração
do servidor deverá promover o desconto e o recolhimento das contribuições previdenciárias. O
período de afastamento correspondente à cessão ou à requisição deve ser considerado para todos
os efeitos legais. Para fins previdenciários, o agente público permanecerá vinculado ao regime de
origem, seja a cessão onerosa ou não”.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O caput do art. 40 da CRFB diz que “Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado
regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo”. Há, portanto, exigência de contribuição por
parte inclusive dos pensionistas, o que o STF já entendeu ser constitucional.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
(...)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício
no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,
observadas as seguintes condições:
(...)
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
A primeira parte da afirmativa está correta, conforme o caput do art. 28 da Lei 8.213/91: “O valor
do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decorrente de
acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-maternidade, será calculado com base no
salário-de-benefício”. Não obstante, quanto à segunda parte da afirmativa, tem-se que a sistemática
diferenciada para o cálculo das prestações decorrentes de acidente de trabalho restou revogada
pela Lei 9.032/95. Com efeito, o § 1º do art. 28 da lei dizia que: “Quando o benefício for decorrente
de acidente do trabalho, considerar-se-á, ao invés do salário-de-benefício calculado de acordo com
o disposto nesta subseção, o salário-de-contribuição vigente no dia do acidente se mais vantajoso,
aplicando-se-lhe o disposto no § 2º do art. 29”. Tal disposição foi, porém, revogada, como já dito.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O § 3º do art. 55 da Lei 8.213/91 diz que: “A comprovação do tempo de serviço para os efeitos
desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art.
108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito,
conforme disposto no Regulamento”. Assim, a regra é a de que não se admite prova exclusivamente
testemunhal para comprovar tempo de serviço, ainda que em justificação judicial. A exceção fica
por conta da hipótese de ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 95. Segundo a jurisprudência predominante do STJ, o menor sob guarda deve
ser incluído no rol de dependentes do RGPS, mesmo sob a égide da legislação atual.
COMENTÁRIO
Trata-se de decisão recente prolatada pela Corte Especial do STJ, publicada em seu Informativo n.
595, de 15/02/2017, a qual transcrevo, por ser bastante elucidativa:
PROCESSO: EREsp 1.141.788-RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, por unanimidade,
julgado em 7/12/2016, DJe 16/12/2016.
DESTAQUE
Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da pensão por morte
mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela Lei n.
9.528/97 na Lei n. 8.213/90.
GABARITO: CERTO
No que diz respeito à organização da Defensoria Pública para atuar junto aos tribunais de
segunda instância e tribunais superiores, julgue os itens a seguir:
COMENTÁRIO
Tema importante! Segue trecho do meu livro Prática Penal para Defensoria Pública:
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O enunciado está errado. Segue trecho do meu livro Prática Penal para Defensoria Pública (aqui
adaptado, sem as notas de rodapé):
O art. 22, § único, do texto original da LC 80, previa que “Os Defensores Públicos da
União de Categoria Especial atuarão em todos os processos da Defensoria Pública
nos Tribunais Superiores”. Ocorre que o dispositivo citado recebeu veto presidencial,
afastando qualquer pretensão de atribuir à DPU a exclusividade da atuação perante os
Tribunais Superiores.
Analisando ainda a LC 80, encontramos no art. 14, § 3º, a previsão de que “A prestação
de assistência judiciária pelos órgãos próprios da Defensoria Pública da União dar-se-á,
preferencialmente, perante o Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores”. O
que devemos entender por esta atuação preferencial da DPU? O raciocínio do legislador,
aqui, foi mais de natureza prática do que de jurídica. Considerando que a sede principal
da DPU fica em Brasília, aonde também estão sediados os Tribunais Superiores,
e ainda, tendo em conta que os defensores públicos federais de Categoria Especial
necessariamente são lotados na capital federal, com atuação perante os Tribunais
Superiores (art. 22, caput), o legislador incumbiu à DPU a atuação preferencial no STF
e no STJ, o que deve ser entendido da seguinte forma: a DPU atua preferencialmente
desde que a respectiva Defensoria estadual/distrital não esteja em condições de atuar.
Até aqui, portanto, já podemos afirmar e reiterar que não há qualquer exclusividade
da DPU para atuar perante o STF e o STJ, havendo apenas uma atuação preferencial
(ou subsidiária), condicionada, portanto, à impossibilidade de as demais
Defensorias atuarem. Não altera esta conclusão o fato de a LC 80 prever que “O
Defensor Público-Geral [Federal] atuará junto ao Supremo Tribunal Federal” (art. 23), eis
que esta disposição diz respeito apenas à organização da carreira da DPU, em que, de
fato, o DPGF atua junto ao STF. Assim, seja originariamente (numa Reclamação, p. ex.),
seja em decorrência de interposição de recurso extraordinário, as Defensorias estaduais
e distrital podem atuar junto ao Supremo (e ao STJ), inclusive com sustentação oral.
No que diz respeito à condição exigida tanto pelo STF quanto pelo STJ, sobre a previsão
desta atuação na Lei Orgânica da respectiva Defensoria, entendo que se trata de uma
interpretação equivocada do art. 111 da LC 80, que dispõe: “O Defensor Público do
Estado atuará, na forma do que dispuser a legislação estadual, junto a todos os Juízos
de 1º grau de jurisdição, núcleos, órgãos judiciários de 2º grau de jurisdição, instâncias
administrativas e Tribunais Superiores”. Me parece, portanto, que quando o legislador
estabelece “na forma do que dispuser a legislação estadual”, ele está se referindo
apenas à organização da carreira, isto é, à qual categoria/nível/classe de defensores
públicos competirá atuar em cada instância. Por isso, interpreto o art. 111 da LONDP
como autossuficiente para permitir que as DPEs e a DPDF atuem junto aos Tribunais
Superiores, sem qualquer necessidade de complemento normativo na respectiva
legislação estadual/distrital.
Por outro lado, a condição exigida exclusivamente pelo STJ, de que as Defensorias
necessariamente tenham representação física em Brasília para atuar junto aos Tribunais
Superiores, não se coaduna com a realidade do processo eletrônico, que já é utilizado
na quase totalidade dos processos em trâmite no STF e no STJ. Assim, a exigência de
escritório físico das Defensorias estaduais somente se justificaria quando a atuação se
dirigisse a processos que ainda não migraram para o sistema eletrônico” (p. 281-283).
GABARITO: ERRADO
MATERIAL ESPECIAL
Inseri no meu livro Prática Penal para Defensoria Pública o seguinte quadro-resumo, compilando
todas as informações sobre a organização da Defensoria Pública para atuar junto aos tribunais de
segundo grau e tribunais superiores:
Organização da Defensoria Pública para atuar junto aos Tribunais de segunda instância
e Tribunais Superiores
Condições para
O STF exige apenas a previsão da atuação na Lei Orgânica da respectiva
que as DPEs e a
Defensoria. O STJ exige, além desta condição, a representação física
DPDF atuem junto
da instituição em Brasília, principalmente para receber intimações.
ao STF e ao STJ
COMENTÁRIO
Esse tema já caiu várias vezes nos concursos das Defensorias Públicas e ainda há quem erre; se
esse for o seu caso, vamos já combinar: você nunca mais vai errar isso. Vejamos o que dispõe o art.
4º, § 8º, da LC 80/1994: “Se o Defensor Público entender inexistir hipótese de atuação institucional,
dará imediata ciência ao Defensor Público-Geral, que decidirá a controvérsia, indicando, se for o
caso, outro Defensor Público para atuar”. Portanto, não se esqueçam: a autoridade responsável
para revisar a decisão do defensor público de denegar atendimento é o Defensor Público-
Geral, e não o Corregedor-Geral.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 99. Entre os direitos dos assistidos da Defensoria Pública assegurados pela LC
80/1994, não se encontra o de ser atendido sempre pessoalmente pelo defensor público, e
não por estagiário ou colaborador do órgão.
COMENTÁRIO
Os direitos dos assistidos da Defensoria Pública estão previstos no art. 4º-A da LC 80:
III – o direito de ter sua pretensão revista no caso de recusa de atuação pelo Defensor
Público; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
IV – o patrocínio de seus direitos e interesses pelo defensor natural; (Incluído pela Lei
Complementar nº 132, de 2009).
Entre esses direitos não se encontra o de ser atendido sempre pessoalmente pelo defensor público,
mas apenas que o atendimento tenha qualidade e eficiência. Assim, nada impede que o primeiro
atendimento seja realizado por estagiário ou colaboradores da Defensoria, remetendo ao defensor
público responsável pelo caso os pleitos de atendimento pessoal de casos mais complexos ou
quando o assistido assim requerer.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
O Supremo Tribunal Federal decidiu que o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou
modalidade, é vedado aos policiais (militares ou civis) e a todos os servidores públicos que atuem
diretamente na área de segurança pública (ARE-654432. Pleno. 2017).
A conclusão da Corte deriva da interpretação teleológica dos artigos 9º, 37, VII, e 144 da Constituição
Federal, sendo vedada a possibilidade do exercício de greve a todas as carreiras policiais previstas
no artigo 144, considerando que a Constituição tratou das carreiras policiais de forma diferenciada
ao deixá-las de fora do capítulo específico dos servidores públicos, não havendo possibilidade de
nenhum outro órgão da iniciativa privada suprir essa atividade quando de eventual paralisação. Por
isso, a segurança pública, privativa do Estado, deve ser tratada de maneira diferenciada tanto para
o bônus quanto para o ônus:
Assim, a CF garante o direito de greve aos servidores públicos, com limites e nos termos que a lei
estabelecer. Em relação às carreiras policiais, todavia, não possibilita esse exercício, sob pena de
desrespeito ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Essa categoria, assim,
no interesse público, sofre a restrição de um direito fundamental.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O Supremo Tribunal Federal não dispõe de competência originária para processar e julgar ação
popular.
A competência do STF é fixada pelo artigo 102 da Constituição Federal. Lá não se verifica previsão
para julgamento originário de ação popular.
Nesse sentido:
Informação complementar:
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 102. A concepção sociológica de constituição tem como expoente Carl Schmitt,
para quem devem ser consideradas, dentro de um Estado, duas constituições: uma real
(ou efetiva); outra escrita. A primeira (real) equivale a soma dos fatores reais de poder que
regem uma determinada nação.
COMENTÁRIO
A concepção sociológica de constituição tem como expoente Ferdinand Lassale, para quem
devem ser consideradas, dentro de um Estado, duas constituições: uma a real (ou efetiva); outra
escrita.
Assim, além da Constituição escrita, existiria a Constituição real ou efetiva. Essa última (real)
equivale a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação.
No caso brasileiro, por exemplo, teríamos uma constituição real (soma dos fatores reais de poder)
e o texto escrito, que é a própria CF/1988.
Dessa forma, a Constituição real não se resume ao texto normativo, mas aos fatores reais de
poder, motivo pelo qual quem faz a Constituição são os detentores do poder (econômico, político
etc., tais como banqueiros e a aristocracia).
Temos assim: Constituição real (efetiva) – que equivale a soma dos fatores reais de poder;
Constituição escrita (ou jurídica) – consubstanciada no texto normativo.
Lassale escreveu duas importantes obras que merecem ser lembradas em uma prova subjetiva
ou oral (sendo possível que seus títulos apareçam, também, em teste objetivo): a) A Essência da
Constituição; b) Que é uma constituição?
Em “Que é uma constituição”, em certa passagem, esclarece-nos que os fatores reais de poder,
quando escritos em uma folha de papel, adquirem o status de instituição jurídica (de lei, em sentido
amplo).
O que ocorre se a constituição escrita não equivaler à constituição real? Nesse caso, para Lassale
a Constituição escrita não passa de uma “folha de papel”. A Constituição escrita só tem alguma
efetividade a partir do momento que corresponde à realidade (aos fatores reais de poder).
Não esquecer: essa concepção se chama sociológica porque o fundamento da Constituição está
na sociologia, nos fatores reais de poder, nos fatos sociais.
Mas, que relação existe com o que vulgarmente chamamos Constituição; com a
Constituição jurídica? Não é difícil compreender a relação que ambos conceitos guardam
entre si.
Juntam-se esses fatores reais do poder, escrevemo-los em uma folha de papel, dá-se-
lhes expressão escrita e a partir desse momento, incorporados a um papel, não são
simples fatores reais do poder, mas sim verdadeiro direito, nas instituições jurídicas e
quem atentar contra eles atenta contra a lei, e por conseguinte é punido (...)
De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se não se justifica pelos fatos
reais e efetivos do poder” (LASSALE, Ferdinand. Que é uma constituição. São Paulo:
Edições e Publicações Brasil, 1993. Versão digital/eBooksBrasil.org).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A concepção política de constituição é associada a Carl Schmitt. Schmitt faz uma distinção entre a
Constituição propriamente dita e os bens constitucionais.
A constituição propriamente dita é somente aquilo que decorre de uma decisão política fundamental
(conceito “decisionista” de Constituição).
As demais matérias da Constituição, que não decorrem dessa decisão política fundamental, são
apenas leis constitucionais (e não compõe a “Constituição propriamente dita”). São, portanto,
matérias que poderiam ser tratadas pelo legislador ordinário, sem necessariamente estarem no
texto da Constituição. O exemplo mais citado em doutrina é do artigo 242, § 2º, da CF/88, que
dispõe sobre o Colégio Pedro II no Rio de Janeiro. Trata-se, à evidência, de matéria que poderia
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 104. Para o sentido formal, uma norma será ou não constitucional a depender de
seu conteúdo. Ou seja, se versar sobre os temas considerados propriamente constitucionais
serão formalmente constitucionais. Nesse sentido, não é necessário que a Constituição
esteja em um único documento, pois o que interessa é o conteúdo.
COMENTÁRIO
O conceito político de constituição, proposto por Carl Schmitt e visto na questão anterior, se
aproxima da ideia de constituição em sentido material. Para o sentido material uma norma será ou
não constitucional a depender de seu conteúdo. Ou seja, se versar sobre os temas consideradas
propriamente constitucionais (estrutura do Estado, regulação dos poderes e reconhecimento
de direitos fundamentais) serão materialmente constitucionais. Relaciona-se, assim, com o que
Schmitt denominou de “Constituição Propriamente Dita”. Nesse sentido, não é necessário que a
Constituição esteja em um único documento, pois o que interessa é o conteúdo (a matéria).
Que tipo de matéria decorre de uma decisão política fundamental, ligando-se ao conceito de normas
materialmente constitucionais e a ideia de Constituição propriamente dita? Direitos Fundamentais,
Estrutura do Estado e Organização dos Poderes. São matérias típicas de uma constituição.
Assim, o que Carl Schmitt denomina de Constituição são, na verdade, tais matérias constitucionais,
chamadas de normas materialmente constitucionais, a exemplo do artigo 1º da CF/88 (A República
Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos), que trata da organização
do Estado brasileiro.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 105. Para a concepção formal de constituição o que importa é a forma como a
norma é introduzida no ordenamento constitucional, independentemente de seu conteúdo.
COMENTÁRIO
Notem que tudo o que está no texto da Constituição de 1988 é formalmente constitucional, mas
nem tudo é materialmente constitucional (exemplo: Colégio Pedro II. Art. 242, § 2º - é formalmente,
mas não materialmente constitucional).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Diz-se fundamental por servir de fundamento para a constituição escrita, no seu sentido jurídico-
positivo. Hipotética em razão de não ser uma norma posta, mas apenas pressuposta (uma hipótese).
Assim, acima da Constituição não existe nenhuma norma jurídica em sentido positivo, mas haveria
uma norma fundamental hipotética, uma norma pressuposta sem a qual a constituição não tem
fundamento.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 107. A concepção normativa de constituição, que defende a força normativa das
normas constitucionais, representa uma antítese à teoria sociológica de Ferdinand Lassale.
COMENTÁRIO
A concepção normativa, cujo o expoente é Konrad Hesse, se contrapõe a tese de Ferdinand Lassale
(concepção sociológica), de forma que as duas teorias devem ser contrapostas. Trata-se de uma
antítese à teoria de Lassale.
Hesse rebate a ideia de que a Constituição escrita não passaria de uma “folha de papel”. Para ele
a constituição possui força normativa, o que já fica claro no título de sua obra “A Força Normativa
da Constituição”, o que era negado por Lassale.
Nas primeiras palavras desse trabalho o autor escreve: “Em 16 de abril de 1862, Ferdinand Lassalle
proferiu, numa associação liberal-progressista de Berlim, sua conferência sobre a essência da
Constituição (...) Esse documento chamado constituição - a constituição jurídica - não passa, nas
palavras de Lassalle, de um pedaço de papel (Stück Papier). Sua capacidade de regular e de
motivar está limitada à sua compatibilidade com a constituição real. Do contrário, torna-se inevitável
o conflito, cujo desfecho há de se verificar contra a Constituição escrita, esse pedaço de papel que
terá de sucumbir diante dos fatores reais de poder dominantes no país”. (HESSE, Konrad. Tradução
por Gilmar Ferreira Mendes. A força normativa da constituição. 1. ed. Porto Alegre: SAFE, 1991).
A tradução de “A Força Normativa da Constituição” para o Brasil foi realizada pelo ministro Gilmar
Ferreira Mendes, bem por isso não é raro encontrarmos referências nas decisões do STF, onde
muitos jugados se fundamentam no Princípio da Força Normativa da Constituição.
Hesse não nega que existam determinados casos nos quais a realidade acaba se sobrepondo à
constituição (onde aquilo que está escrito não é capaz de modificar a realidade). O direito diz aquilo
que deve ser. É nesse sentido que a constituição adquire força normativa.
“Em trabalho que teve por base sua aula inaugural na Universidade de Freiburg/RFA (1959),
HESSE busca demonstrar que, ao contrário da tese defendida por LASSALLE, nem sempre os
fatores reais do poder prevalecem sobre a constituição normativa (...)
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 109. Para o conceito de constituição dúctil a constituição deve ser o fundamento
de toda a vida social.
COMENTÁRIO
A expressão dúctil significa suave, flexível e maleável. Ou seja, aquilo que consegue se adaptar
com facilidade. Neste sentido, a constituição é concebida como não “como o centro do qual tudo
deriva por irradiação da soberania estatal, mas para o qual tudo deve convergir” (NOVELINO,
Marcelo. Curso de direito constitucional. 11. ed. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 93).
“Nas sociedades pluralistas atuais, dotadas de certo grau de relativismo e caracterizadas pela
Ainda sobre a denominada constituição total, disserta Manoel Gonçalves Ferreira Filho: “Aplicado
ao Estado, o termo “Constituição” em sua acepção geral pode designar a sua organização
fundamental total, quer social, quer política, quer jurídica, quer econômica. E na verdade tem ele
sido empregado — às vezes — para nomear a integração de todos esses aspectos — a Constituição
total ou integral” (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 38. ed.
São Paulo: Saraiva, 2012. versão digital).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
“Peter Häberle compreende a Constituição como uma ‘ordem-quadro’, ou melhor, uma lei necessária,
mas que se revela, ao mesmo tempo, fragmentária, indeterminada e dependente de interpretação.
Por isso, sustenta ser a Constituição o resultado de um amplo processo de interpretação aberto ao
público em geral, sempre temporário e condicionado historicamente.
A interpretação constitucional republicana, cuja obra final seria a própria Constituição, ocorreria
perante uma sociedade plural e aberta de intérpretes, num processo genuinamente democrático,
com participação e embate dos mais diversos segmentos sociais, em momentos de diálogo e
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Assim, o enunciado encontra-se errado, exatamente por inverter a ideia de concepção culturalista.
GABARITO: ERRADO
Acerca do julgamento dos governadores por crime comum, julgue as duas próximas
assertivas:
QUESTÃO 112. As unidades federativas, desde que façam constar no texto da constituição
estadual respectiva, podem instituir normas que condicionem a instauração de ação penal
contra governador, por crime comum, à previa autorização da casa legislativa.
COMENTÁRIO
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
A questão foi definida e pacificada pelo Supremo Tribunal Federal em recente julgamento conjunto
das Ações Diretas de Inconstitucionalidade 4798, 4764 e 4797, em maio de 2017.
O artigo 22, inciso I, da Constituição Federal, atribui à União a competência privativa para legislar
sobre direito processual. Assim, as constituições estaduais não podem condicionar a abertura de
ação penal contra governador à autorização prévia da Assembleia Legislativa do respectivo estado.
Trata-se de alteração na jurisprudência do Supremo sobre o tema, motivo pelo qual é grande a
chance de incidência em provas.
Por fim, vale lembrar que compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente
nos crimes comuns, os Governadores (Art. 105, I, “a” da CF).
No julgamento acima mencionado foi aprovada a tese segundo a qual “é vedado às unidades
federativas instituírem normas que condicionem a instauração de ação penal contra governador,
por crime comum, à prévia autorização da casa legislativa, cabendo ao Superior Tribunal de
Justiça dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive
afastamento do cargo”. É provável que a tese seja transformada em súmula vinculante.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Todavia, tal desconto será incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta
ilícita do Poder Público.
Assim, somente não haverá desconto se a greve tiver sido provocada por circunstâncias excepcionais
que justifiquem o afastamento da premissa da suspensão da relação funcional ou de trabalho,
como a suspensão do pagamento dos servidores públicos.
OBS: lembrar que inexiste legislação específica acerca do direito de greve no setor público, razão
pela qual, o Supremo Tribunal Federal tem decidido pela aplicação da regra atinente ao setor
privado.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Ainda sobre o tema “carta rogatória e ordem pública interna”, os tribunais superiores entendem
pela impossibilidade da realização de interrogatório por juiz estrangeiro dentro de uma embaixada
estrangeira situada no Brasil. Segundo a jurisprudência pátria, tal situação também violaria a ordem
pública interna.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Ao analisar a casuística em questão, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a cobrança antecipada
de despesa relativa à expedição de carta rogatória para a oitiva de testemunha defensiva
não configura cerceamento de defesa. Trata-se de entendimento polêmico, uma vez que a
doutrina especializada no tema (professora Denise Neves Abade) entende que a necessidade
de antecipar qualquer receita nas cartas rogatórias violaria o direito de acesso à justiça. No
entanto, este não foi o entendimento do Pretório Excelso. Vejamos o precedente da Corte
Constitucional brasileira sobre o assunto:
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
O Superior Tribunal de Justiça já analisou um caso envolvendo este tema, no qual foi decidido
que não é possível a homologação de sentença estrangeira na parte em que ordene, sob pena de
responsabilização civil e criminal, a desistência de ação judicial proposta no Brasil, sob pena de
violar a ordem pública brasileira. Senão vejamos o precedente exarado pelo Tribunal da Cidadania:
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Conforme decisão do Superior Tribunal de Justiça, não é possível impor as regras previstas na
legislação brasileira para a citação praticada fora do país, uma vez que neste caso, vigora a regra da
lex fori, sendo o ato processual da citação regido pelo ordenamento jurídico no qual será realizado.
Vejamos um precedente do Tribunal da Cidadania no qual a situação em apreço foi enfrentada:
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 119. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, não afronta a soberania nacional
ou a ordem pública a concessão de exequatur para citar alguém no Brasil a fim que se
defenda em ação de cobrança de dívida de jogo contraído em Estado estrangeiro no qual tal
pretensão é licita.
COMENTÁRIO
Em que pese não seja possível a cobrança de dívida de jogo realizado dentro do território brasileiro,
o Superior Tribunal de Justiça admite a concessão de exequatur para citar alguém no Brasil a fim
que se defenda em ação de cobrança de dívida de jogo contraído em Estado estrangeiro, desde
que tal pretensão seja lícita no local no qual a dívida foi contraída. Segundo o STJ, tal situação não
viola a ordem pública interna. Vejamos o caso analisado pelo STJ:
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Ao apreciar a casuística em tela, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o exame de eventual
descumprimento contratual por parte do extraditando com o seu advogado, bem como a confissão
de dívida firmada em favor de seu defensor, se destituídos de elementos probatórios suficientes da
licitude dos valores bloqueados, não podem ser apreciados em sede de extradição. Nessa linha,
o STF entendeu que a pretensão do advogado em satisfazer seus honorários submeter-se-ia à
esfera cível competente, juízo em que se obteria decisão executória, com fundamento em título
extrajudicial. Vejamos o precedente do Pretório Excelso:
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 121. Segundo a doutrina, a ordem pública pode ser compreendida e dividida em
três níveis.
COMENTÁRIO
Os três níveis da ordem pública foram idealizados pelo professor Jacob Dollinger e encampados
como ponto expresso do edital do último concurso da Defensoria Pública da União. Assim, decidi
colacionar um quadro sinótico com uma breve síntese de cada nível da ordem pública segundo a
classificação de Dollinger.
Ordem pública interna Visa impedir que a autonomia da vontade viole valores e normas
(primeiro nível) essenciais do ordenamento jurídico doméstico.
Ordem pública
internacional Possui o papel de reconhecer direitos adquiridos no exterior.
(terceiro nível)
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
lavagem de dinheiro. Ainda segundo o Tribunal da Cidadania, não há ofensa ao artigo 23, inciso
I, do NCPC, pois a sentença estrangeira não tratou especificamente sobre a situação dos bens
imóveis ou sobre a sua titularidade, mas sim sobre os efeitos civis de uma condenação penal.
Vejamos o precedente do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema:
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 123. Ao assinar a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, o Estado
brasileiro não formulou qualquer reserva.
COMENTÁRIO
O enunciado encontra-se incorreto, uma vez que o Estado brasileiro formulou duas reservas no
momento da assinatura da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados. A primeira reserva
formulada pelo Brasil versa sobre a aplicação provisória de tratados internacionais em território
brasileiro, prevista no artigo 25 da CVDT. Ainda sobre as reservas formuladas pelo Estado brasileiro
no momento em que o mesmo aderiu o texto da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados,
o Brasil também formulou uma reserva em relação a possibilidade de utilizar de forma automática
a Corte Internacional de Justiça como locus para dirimir controvérsias envolvendo o texto da
Convenção. Tal possibilidade está prevista no artigo 66 da CVDT e não possui aplicabilidade ao
Estado brasileiro diante da reserva formulada pelo mesmo.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO
Nesta linha de raciocínio, alerto ao aluno que a celebração de concordata é plenamente aceita
pela atual normativa internacional. Por fim, lembro ao aluno que a Santa Sé possui personalidade
jurídica de direito internacional.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 125. A simplicidade das sentenças estrangeiras, a exemplo das proferidas nos
Estados Unidos da América, não inibe a homologação cabível, quando preenchidos os seus
requisitos.
COMENTÁRIO
Superior Tribunal de Justiça na SEC 868/US. Ainda sobre o tema “homologação de sentença
estrangeira”, lembro ao aluno que o nosso Código Penal prevê expressamente a possibilidade
de homologação de sentença estrangeira em duas situações, quais sejam: a) para obrigar o
condenado a reparar o dano e impor outros efeitos civis da sentença (art. 9º, I, do CP) e; b)
sujeitar o condenado a medida de segurança (art. 9º, II, do CP).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 126. Entende-se por “jus cogens” as normas imperativas de direito internacional,
dotadas de um status normativo superior em relação as demais.
COMENTÁRIO
As normas de jus cogens são normas imperativas de direito internacional, dotadas de um status
normativo superior em relação as demais. São inderrogáveis pela vontade das partes e só podem
sofrer modificação por normas do mesmo quilate. Também são chamadas de normas peremptórias
ou cogentes. Além disso, se caracterizam por uma qualidade de implementação. Ainda nesse
sentindo, lembro ao aluno que as normas de jus cogens não devem ser confundidas com as obrigações
erga omnes, uma vez que estas últimas retratam valores essenciais para toda a comunidade
internacional e, portanto, geram obrigações para todos os Estados. Sendo assim, todos os países
possuem legitimidade para exigir o respeito e o cumprimento destas obrigações. Deste modo, é
possível afirmar que as obrigações erga omnes estão ligadas a uma faceta processual, uma vez
que todo e qualquer Estado possui legitimidade para defender o cumprimento deste quilate.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 127. O princípio do aut dedere, aut judicare não subsiste no Direito Internacional
Público.
COMENTÁRIO
O princípio do aut dedere, aut judicare consiste na obrigação de extraditar ou julgar os indivíduos
que cometeram determinados crimes internacionais. Trata-se de uma obrigação que subsiste no
Direito Internacional Público desde o ideal de Hugo Grotius que formulou a obrigação de aut dedere
aut punire (extradite ou puna) em matéria de pirataria internacional. O princípio do aut dedere aut
judicare pode ser encontrada no art. 36.2 “a” da Convenção única sobre Entorpecentes de 1961,
no art. 22.2 “a” da Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas (1971), no artigo 16 da Convenção
das Nações Unidas sobre Crime Organizado Transnacional (2000), no artigo 11 do Tratado de
Extradição do Mercosul (1998), entre outros documentos. Ainda sobre o assunto e para elucidar
eventuais dúvidas, uma pequena lição de Luiz Fernando Voss Chagas Lessa sobre o princípio do
aut dedere, aut judicare: “A cláusula aut dedere aut judicare (extradite ou julgue) aparece como
um princípio de Direito Internacional vinculante, aplicável não somente aos casos de extradição,
mas sim à própria persecução dos autores de ilícitos internacionais penais. Esse princípio tem
aplicabilidade naqueles casos em que um Estado recusa conceder a extradição requerida por
outro Estado, como, por exemplo, costuma ocorrer no caso de nacionais do país requerido. Nessas
hipóteses, embora o Estado requerido não esteja obrigado a entregar o acusado do fato criminoso
ao requerente, aquele tem a obrigação de processar e julgar o criminoso. Indo além, é possível
sustentar que, na ausência de um pedido de extradição, existe, para o Estado onde se encontra
localizado o autor do fato delituoso, o dever de processá-lo. Esse dever pode resultar tanto da
aplicação da cláusula do aut dedere aut judicare quanto do costume internacional, das normas
imperativas de DI ou mesmo de princípios gerais do direito” (LESSA, Luiz Fernando Voss Chagas.
Persecução penal e cooperação internacional direta pelo Ministério Público. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2013, p. 62-63).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 128. O Tribunal Penal Internacional pode ser considerado um “tribunal de direitos
humanos”
COMENTÁRIO
Em que pese o Tribunal Penal Internacional seja um tribunal essencialmente penal, a doutrina
especializada entende que o TPI também está inserido no rol de “tribunais de direitos humanos”, uma
vez que este reprime graves violações de direitos humanos, além de tutelar os direitos humanos das
vítimas. Nesse sentido, é a lição de André de Carvalho Ramos: “As regras constantes do Estatuto
de Roma demonstram a preocupação da comunidade internacional em evitar que a impunidade
dos agentes responsáveis pelas condutas tipificadas possa servir de estímulo a novas violações.
Ademais, tais regras demonstram também a preocupação da comunidade internacional do due
process of law, que possibilita uma adequada investigação, processamento e condenação dos
responsáveis pelos atos odiosos descritos como crimes no próprio Estatuto. Assim, não podemos
reduzir o Estatuto a um conjunto de regras instituidoras de uma Corte internacional permanente.
Pelo contrário, desde o seu Preâmbulo, o Estatuto faz menção a uma missão de proteção às
vítimas de graves atrocidades, que têm o direito a exigir justiça. Como estabelece o Preâmbulo, os
Estados reconhecem que neste século milhões de crianças, mulheres e homens têm sido vítimas
de atrocidades inimagináveis que chocam profundamente a consciência da humanidade. E mais,
reconhecem os Estados que o combate à impunidade contribui à prevenção dessas atrocidades, no
clássico efeito preventivo da repressão penal. Os crimes elencados no Estatuto de Roma protegem
bem jurídicos considerados, por seu turno, direitos humanos mencionados em diversos textos
internacionais. É o caso do genocídio (direito à vida), dos crimes contra a humanidades (direitos
humanos diversos, tais como o direito à vida, à integridade física e outros), crimes de guerra (o
mesmo do anterior) e mesmo o chamado crime de agressão, que viola o direito à autodeterminação
dos povos. Logo, o intérprete não pode deixar de reconhecer que esse Estatuto insere-se no
conjunto de tratados internacionais protetivos de direitos humanos” (RAMOS, André de Carvalho.
Processo Internacional de Direitos Humanos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 310).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 129. Não há impedimento em razão da nacionalidade para que o Estado brasileiro
entregue um brasileiro nato ao Tribunal Internacional Penal.
COMENTÁRIO
Em que pese a constituição proíba a extradição de brasileiro nato para o exterior, tal situação não
deve ser confundida com a entrega de nacionais ao Tribunal Penal Internacional. O instituto da
entrega, também chamado de remise ou surrender, consiste na situação em que um Estado entrega
ao Tribunal Penal Internacional ou a outro Tribunal internacional (cuidado para não confundir com
tribunal estrangeiro!) um determinado indivíduo. Dessa forma, não há qualquer incompatibilidade
entre o instituto da entrega e a Constituição Federal de 1988, uma vez que esta última veda a
extradição de brasileiro nato.
Mas qual a diferença básica entre entrega e extradição? A extradição é uma modalidade
de cooperação jurídica internacional horizontal, uma vez que a mesma ocorre entre Estados.
Já a entrega é uma modalidade de cooperação jurídica vertical, uma vez que a mesma ocorre
entre Estado e organismo internacional. Em razão disso, o instituto da entrega de nacionais é
perfeitamente compatível com a Constituição Federal de 1988. Esta é a posição amplamente
majoritária na doutrina (LFG, André de Carvalho Ramos etc).
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3.1 A Declaração Universal dos Direitos do Homem. 3.2 O Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 3.3 O Pacto Internacional
dos Direitos Civis e Políticos.
O enunciado está correto. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) realmente é
considerada bipartite ou brifronte, pois a sua estrutura é divida em dois grandes eixos, prevendo no
primeiro os direitos de liberdade (de primeira geração – artigos 1º a 21) e no segundo os direitos
de igualdade (de segunda geração – artigos 22 a 30). Assim, a DUDH não cuidou dos direitos
de solidariedade (de terceira geração), dos quais são exemplos o direito ao meio ambiente e ao
desenvolvimento. Atenção: o caráter bipartite ou bifronte da DUDH a diferencia dos Pactos de 1966
que a sucederam – sem lhe revogar, advirta-se –, já que estes possuem caráter unidirecional, cada
um protegendo um eixo de direitos, de modo que a DUDH atendeu ao princípio da indivisibilidade
dos direitos humanos.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 131. A Declaração Universal dos Direitos Humanos é criticada pela comunidade
jurídica internacional por não ter estabelecido o regime democrático com eleições periódicas
e legítimas como regime de governo, omissão esta que veio a contribuir para os regimes
ditatoriais da segunda metade do século XX.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3.1 A Declaração Universal dos Direitos do Homem. 3.2 O Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 3.3 O Pacto Internacional
dos Direitos Civis e Políticos.
O enunciado está errado, pois a preocupação com o regime democrático consta do texto da DUDH.
Vejamos o que dispõe o seu art. 21:
“Artigo 21
§ 1º. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou
por intermédio de representantes livremente escolhidos.
§ 2º. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
§ 3º. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será
expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou
processo equivalente que assegure a liberdade de voto”.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 132. Conforme estabelece o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, a
pena de morte não poderá ser imposta em casos de crimes cometidos por pessoas menores
de 18 anos ou maiores de 70, nem aplicada a mulheres em estado de gravidez.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3.1 A Declaração Universal dos Direitos do Homem. 3.2 O Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 3.3 O Pacto Internacional
dos Direitos Civis e Políticos.
O enunciado está errado. Vejamos o que estabelece o art. 6.5 do PIDCP: “A pena de morte não
deverá ser imposta em casos de crimes cometidos por pessoas menores de 18 anos, nem aplicada
a mulheres em estado de gravidez”. Atenção: o PIDCP não proíbe a pena de morte ao maior de
setenta anos, proibição esta que consta, porém, na Convenção Americana de Direitos Humanos
(art. 4.5). Temos aqui, portanto, uma diferença entre os sistemas global e regional de proteção dos
direitos humanos.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 133. Estabelece o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos que toda
pessoa acusada de um delito terá direito a que se presuma sua inocência enquanto a
sentença penal condenatória não transitar em julgado.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3.1 A Declaração Universal dos Direitos do Homem. 3.2 O Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 3.3 O Pacto Internacional
dos Direitos Civis e Políticos.
Tema interessante! A CF prevê que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória” (art. 5º, LVII). O PIDCP (art. 14.2), tal como a CADH (art. 8.2),
não trabalha com o conceito de trânsito em julgado para cuidar da presunção de inocência, e sim
com o conceito de comprovação legal da culpa, o que ocorre, segundo a doutrina especializada,
com o esgotamento do duplo grau e com a possibilidade de se obter uma revisão ampla da
sentença de primeiro grau, com discussão de fatos, de provas e de teses jurídicas. Há quem
entenda que comprovação legal da culpa, “traduzido” para nossa realidade brasileira, seria um
equivalente de trânsito em julgado. É essa a opinião de Aury Lopes Jr. e Gustavo Badaró. Divirjo
desse entendimento porque quando o PIDCP e a CADH quiseram, tais documentos utilizaram
expressamente a expressão trânsito em julgado, o que é visto no tratamento destinado à garantia
da proibição do bis in idem (PIDCP, art. 14.7; CADH, art. 8.4).
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 134. O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais admite
que países em desenvolvimento, levando devidamente em consideração os direitos
humanos e a situação econômica nacional, poderão garantir menos direitos econômicos
aos estrangeiros do que aos seus nacionais.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3.1 A Declaração Universal dos Direitos do Homem. 3.2 O Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 3.3 O Pacto Internacional
dos Direitos Civis e Políticos.
O enunciado está correto. Estabelece o PIDESC que “Os países em desenvolvimento, levando
em consideração os direitos humanos e a situação econômica nacional, poderão determinar em
que garantirão os direitos econômicos reconhecidos no presente Pacto àqueles que não sejam
seus nacionais” (art. 2.3). Não há um dispositivo equivalente a este no sistema interamericano
de proteção dos direitos humanos; ao contrário, já no preâmbulo do Protocolo de San Salvador
consta que “(...) os direitos essenciais do homem não derivam do fato de ser ele nacional de
determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana
(...)”. Lembrando que, de acordo com a lista do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil é um
país em desenvolvimento.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 135. O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, tal
como o Protocolo de San Salvador, assegura o direito de gozar dos benefícios do progresso
científico.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 3.1 A Declaração Universal dos Direitos do Homem. 3.2 O Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 3.3 O Pacto Internacional
dos Direitos Civis e Políticos.
O enunciado está correto. Prevê o PIDESC que os Estados devem garantir a cada indivíduo o
direito de “desfrutar o processo científico e suas aplicações” (art. 15.1.b), enquanto que o Protocolo
de San Salvador reconhece o direito de toda pessoa a “Gozar dos benefícios do progresso científico
e tecnológico” (art. 14.1.b). A Corte Interamericana de Direitos Humanos já assegurou esse direito
de gozar dos benefícios do progresso científico quando do julgamento do Caso Artavia Murillo
e outros (“fecundação in vitro”) vs. Costa Rica. Segue trecho do nosso livro – meu com o Thim
–, Jurisprudência Internacional de Direitos Humanos, em que comentamos esse importante
tópico do Caso Artavia:
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 136. A partir da década de 1960 o positivismo de matriz passa a sofrer diversas
críticas importantes. Uma das vertentes críticas pode ser atribuída a Robert Alexy e consiste
em uma abordagem que, entre outras características, dá maior centralidade à moral no
âmbito do direito.
COMENTÁRIO
Vimos em rodadas passadas alguns aspectos importantes do positivismo, tema que ainda será
retomado. Mas é importante termos em mente que esta teoria do ordenamento sofreu diversas
críticas, em especial a partir da década de 1960. Dentre elas temos a crítica de matriz constitucionalista
formulada por Robert Alexy, fundada, entre outros aspectos, na distinção entre regras e princípios.
Um ponto importante da teoria de Alexy é apresentado do seguinte modo por Carla Faralli (A teoria
contemporânea do direito. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 12):
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 137. De acordo com Immanuel Kant, regras jurídicas e regras morais possuem
estruturas distintas. No entanto, ambas são externas, pois exigem a conformação das
condutas a determinadas regras.
COMENTÁRIO
Direito, segundo Kant, é um sistema de obrigações ligado às relações das pessoas entre si.
Contudo, o direito não considera o aspecto interno dessas ações, como a intenção de alguém,
mas apenas o aspecto externo. Desse modo, o direito liga-se à conformidade de uma conduta
conforme a lei, sendo essa legislação jurídica externa e decorrente de uma obrigação formal. Já a
legislação moral é interna, e exige o cumprimento por um senso de dever. São conceitos diversos,
mas complementares.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 138. De acordo com a obra de H.L.A. Hart, não cabe à legislação a internalização
de exigências morais presentes na sociedade.
COMENTÁRIO
Desse modo, a assertiva está de acordo com a própria obra de Hart. Trata-se, ademais, de uma
decorrência do próprio positivismo jurídico, que pauta-se pela chamada tese da separação,
segunda qual direito e moral são questões distintas. A moral importa apenas para uma crítica do
direito, mas uma norma jurídica, ainda que viole a moral (seja “injusta”, como dizemos de forma
mais vulgar), deve ser aplicada.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 139. É possível afirmar que a distinção entre direito e moral não era tão clara
no pensamento grego antigo. Isto porque, para os pensadores desta época, havia uma
identificação entre justiça e virtude.
COMENTÁRIO
De fato, autores apontam que para os gregos antigos, esta distinção não era clara, tanto que a
justiça era considerada o exercício supremo da virtude, o que demonstra seu caráter extremamente
subjetivo. Neste sentido, citamos André Gualtieri de Oliveira (Filosofia do Direito. São Paulo:
Saraiva):
“As civilizações antigas, portanto, organizavam sua ordem social confundindo direito
e moral, considerando que numa única atividade produziam-se prescrições relativas à
religião, às boas intenções morais, à educação e à estrita definição das relações sociais”.
‘Pago bastante regularmente meu imposto de renda; em outras palavras, não tomo
menos do que a parte que me cabe quanto às contribuições às finanças públicas; realizo,
pois, a este respeito o estado de coisa justa (to dikaion). Mas talvez eu declare minha
renda tão exatamente porque o secretário geral da faculdade a comunica ao fiscal do
imposto de renda: não há como trapacear. E supondo que eu me abstenha de pagar na
data prescrita, e não estando bem relacionado na secretaria das finanças, não poderei
escapar do oficial de justiça. Se tivesse como, eu fraudaria... Assim sendo, você não
concluirá que eu seja um dikaios, que tenha a virtude da justiça (dikaiosunê). O dikaios
seria a justiça em mim, subjetiva; o dikaion é a justiça fora de mim, no real, objetiva:
assim entendeu-se durante muito tempo o termo direito. (VILLEY, 2008, p. 70-71)’
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
De fato, para Aristóteles, a equidade equivalia à justiça no caso concreto, sendo necessária uma
adaptação diante da impossibilidade de uma afirmação universal que seja sempre correta. Daí a
metáfora da Régua de Lesbos usada pelo autor na obra Ética Nicomaqueia:
“De fato, a lei não prevê todas as situações porque é impossível estabelecer uma lei
a propósito de algumas delas... Com efeito, quando uma situação é indefinida a regra
também tem de ser indefinida, como acontece com a régua de chumbo usada pelos
construtores em Lesbos; a régua se adapta à forma da pedra e não é rígida, e o
decreto se adapta aos fatos de maneira idêntica”.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 141. Um dos traços essenciais do Estado de Direito é a limitação das atividades
estatais pela lei.
COMENTÁRIO
Segundo Nina Ranieri, a expressão Estado de Direito “em sentido amplo designa um tipo de Estado
que adota uma forma de organização estatal, de natureza política e jurídica, na qual o poder do
Estado se encontra limitado pelo direito, com a finalidade de garantir os direitos fundamentais.”
(Teoria do Estado. São Paulo: Manole, 2013, p. 196).
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 142. Um Estado pode adotar formas distintas conforme o grau de descentralização
territorial do poder com relação aos entes componentes. No entanto, qualquer Estado deve
ser considerado unitário, na medida em que todos possuem um núcleo único e exclusivo
de poder.
COMENTÁRIO
De fato, um Estado pode adotar formas distintas conforme o grau de descentralização territorial do
poder com relação aos entes componentes. Um Estado unitário é aquele com uma forma simples,
com um único centro de poder político e jurídico em todo o território. Já as formas complexas
apresentam mais um centro de poder político, em regra com um modelo de coordenação entre
os entes. O principal exemplo de forma complexa é o Estado Federal, composto por vários entes
políticos territoriais, com poder legiferante próprio. Assim, há uma distribuição do poder entre os
diversos entes.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 143. Em que pese haja diferenças formais, uma confederação de Estados possui
as características essenciais do federalismo.
COMENTÁRIO
Uma confederação de Estados é composta por dois ou mais Estados soberanos, havendo o
reconhecimento mútuo da soberania de cada um dos entes. É diverso, portanto, do federalismo,
no qual há um único Estado soberano composto por entidades federadas.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 144. Uma das interpretações dadas ao modelo de tripartição de poderes elaborado
por Montesquieu é a limitação recíproca, ou “sistema de freios de contrapesos”.
COMENTÁRIO
Esta é a interpretação americana da teoria de Montesquieu. Segundo este modelo, a divisão dos
poderes permitira um sistema de checks and balances a partir da repartição e divisão dos poderes
entre órgãos, de modo que nenhum poderia ultrapassar os limites constitucionais sem ser contido
pelos outros.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 145. Segundo Rousseau, o Poder Legislativo deveria ter prevalência sobre os
demais, já que é a expressão da vontade geral.
COMENTÁRIO
De fato, o modelo político de Rousseau, fundado na ideia de contrato social, é pautado pela
prevalência da vontade geral, a qual se expressa através do Legislativo. Ademais, neste modelo
o Executivo seria mero executor das leis, atuando por simples emanação do Legislativo. Vê-se,
portanto, que Rousseau possui um modelo muito diverso daquele elaborado por Montesquieu e
GABARITO: CERTO
“Ora, como diria o insuspeito Max Weber, os ricos e felizes, em todas as épocas e em todos
os lugares, não querem apenas ser ricos e felizes. Querem saber que têm “direito” à riqueza
e felicidade. Isso significa que o privilégio – mesmo o flagrantemente injusto, como o que se
transmite por herança – necessita ser “legitimado”, ou seja, aceito mesmo por aqueles que
foram excluídos de todos os privilégios. Nas sociedades do passado o privilégio era aberto e
religiosamente motivado: alguns tinham “sangue azul” por decisão supostamente divina, o
que os legitimava terem acesso a todos os bens e recursos escassos. A sociedade moderna,
no entanto, diz de si mesma que superou todos os privilégios injustos. Isso significa que
os privilégios injustos de hoje não podem “aparecer” como privilégio, mas sim como, por
exemplo, “mérito pessoal” de indivíduos mais capazes, sendo, portanto, supostamente
justificável e merecido. É isso que faz com que o mundo social seja sistematicamente
distorcido e falseado. Todos os privilégios e interesses que estão ganhando dependem do
sucesso da distorção e do falseamento do mundo social para continuarem a se reproduzir
indefinidamente. A reprodução de todos os privilégios injustos no tempo depende do
“convencimento”, e não da “violência”.” (SOUZA, Jessé. A tolice da inteligência brasileira:
ou como o país se deixa manipular pela elite. São Paulo: Leya, 2015).
COMENTÁRIO
De acordo com Karl Marx, a ideologia corresponde a certas ideias predominantes em dada
sociedade. No caso do capitalismo, a ideologia refere-se a certas representações decorrentes das
relações de classe, ou seja, da dominação do proletariado pela burguesia. Destas relações surgem
relações de dominação que são “naturalizadas” através do aparato ideológico.
Daí surgem ideias, tidas pelo marxismo como ilusórias, que legitimam estas relações de dominação.
Um exemplo é, justamente, o da existência de privilégios que seriam justos, na medida em que
conquistados a partir do esforço. Uma vaga em concurso público, por exemplo: o discurso padrão
vai no sentido de que com esforço e dedicação, qualquer um pode passar. Mas, na realidade,
a esmagadora maioria dos aprovados provem de grupos sociais que possuem meios para, por
exemplo, bancar cursos que em regra custam mais caro que o salário mínimo brasileiro.
GABARITO: CERTO
QUESTÃO 147. Em que pese esses privilégios estejam presentes nas sociedades
contemporâneas, o surgimento deles decorre sempre de uma contrariedade ao direito.
COMENTÁRIO
A partir de uma interpretação marxista, temos o direito como uma mera reprodução da superestrutura
econômica. Neste sentido, é um instrumento de dominação. Mas mesmo uma interpretação não
marxista, ou seja, que admita que o direito pode ser utilizado para alterar estruturas sociais injustas
(e daí até mesmo a função da Defensoria Pública), temos que o direito com frequência é usado
para legitimar desigualdades. O erro decorre, portanto, da palavra “sempre”.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 148. Em que pese Jessé de Souza fale da inexistência de violência para a criação e
perpetuação destes privilégios, podemos dizer que a reprodução destas estruturas depende
da “violência simbólica” tal qual desenvolvida por Pierre Bourdieau.
COMENTÁRIO
Como explica o próprio Jessé de Souza, a violência simbólica “é uma noção do sociólogo francês
Pierre Bourdieu para se diferenciar da noção de “ideologia” em Marx e enfatizar o trabalho
da dominação social como tendo seu núcleo na tentativa de fazer o dominado aceitar por
“convencimento” as razões da própria dominação.”
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO
De fato, para a sociologia tradicional, emprego e renda são os principais critérios para a estruturação
de grupos sociais. No entanto, autores mais recentes têm buscado outros critérios, como questões
culturais, estilo de vida, padrões de consumo etc. Esta abordagem “embaralha” um pouco os
conceitos tradicionais de classe: podemos pensar, por exemplo, em ricos que não se interessam
por alta cultura, classes mais desfavorecidas que consomem o mesmo material cultural que as
elites (novelas, seriados, musica sertaneja etc.) ou uma classe média que conseguiu uma certa
ascensão econômica mas desacompanhada das referencias culturais e educacionais da classe
média tradicional. Esta seria uma característica das “sociedades de massa” que, se não superaram
as concepções tradicionais de classe, ao menos tornaram sua definição muito mais complicada.
GABARITO: ERRADO
QUESTÃO 150. Um outro modo possível de se pensar esses “privilégios” seria a partir
da definição, por parte das elites, de determinados comportamentos sociais classificados
como criminosos. Assim, essas elites excluiriam, através do próprio direito, determinados
grupos sociais a partir da atribuição da prática de ilícitos.
COMENTÁRIO
Esta é uma possível interpretação sociológica do uso do direito como ferramenta de exclusão e
legitimação desta exclusão. Através do aparato legal, como por exemplo o próprio direito penal, são
definidas determinadas condutas associadas a grupos marginalizados e modo a possibilitar o uso
da coação estatal, legitimando a exclusão destas coletividades. Isto pode ser visto em tipos penais
já revogados ou em desuso, como a vadiagem. Mas também pode ser detectado, por exemplo, na
diferença de tratamento entre um delito como o furto e a sonegação fiscal, já que neste último há
muitas garantias e possibilidades de se conseguir a extinção da punibilidade.
GABARITO: CERTO
QUESTÕES DISSERTATIVAS
ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 30/05/2017:
profcei.rafaelporto@gmail.com - LIMITE 10 LINHAS
DIREITOS HUMANOS
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 30/05/2017:
profcei.thimotieheemann@gmail.com - LIMITE 10 LINHAS
PEÇA JUDICIAL
ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO INTERNACIONAL
Assim, os dois procuraram a DPU para tentar solucionar o problema da potencial expulsão. No
atendimento, trouxeram documentos que demonstram o vínculo afetivo entre Ukechukwu e seu
filho, como fotos familiares e postagens em redes sociais. No entanto, como não conseguiu um
emprego formal, em que pese tenha CTPS e esteja regular no país, não conseguiu comprovar
que ajuda de forma substancial para o sustento da criança. Afirma, no entanto, que possui
testemunhas que podem comprovar que, sempre que pode, ajuda seu filho do ponto de vista
material e que possui vínculos afetivos com a criança. Ademais, os pais da criança não são
casados ou vivem em união estável.
Diante deste cenário, dentro de suas atribuições de Defensor Público Federal de 2º Categoria,
e considerando a inviabilidade de solução extrajudicial deste conflito, elabore a peça cabível.
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 30/05/2017:
profcei.danielchiaretti@gmail.com - LIMITE 90 LINHAS
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