Local de Trabalho:
Uma realidade no
mundo dos
Enfermeiros - 2019
Para a criação de uma amostra representativa de uma população de 73912 Enfermeiros
(número de Enfermeiros inscritos na Ordem em Dezembro de 2018 -
https://www.ordemenfermeiros.pt/media/11135/c%C3%B3pia-de-2018_acumulado_dadoses
tatisticos_nacional.pdf ), com uma distribuição homogénea, com um nível de confiança de
95%, um erro amostral previsível de 5%, torna-se necessário obter uma amostra de pelo
menos 246 respostas.
Obteve-se uma amostra de 410 respostas, com uma margem de erro previsível de 4,83%.
A violência no trabalho tem sido alvo de preocupação dos órgãos internacionais diante do
número crescente de episódios de violência relacionados com os trabalhadores da área da
saúde, especialmente contra os enfermeiros. Estes apresentam índices maiores de
agressões quando comparados com outros profissionais. Assim sendo, os riscos
ocupacionais a que estes trabalhadores diariamente estão expostos (como a violência)
levaram a que este problema tenha sido considerado como um grave problema de saúde
pública (OMS, 2002). A violência provocada por doentes em serviços de saúde, geralmente,
ocorre com maior frequência do que em outros ambientes de trabalho. Existe uma
diversidade de estudos que aborda o tema da violência contra os Enfermeiros com efeitos
diretos na sua saúde. Esta pode ocorrer de diversas formas, mas principalmente ser de
natureza física ou psicológica, verificando-se maioritariamente durante a prestação dos
cuidados.
O Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN) (2006) condena vivamente todas as formas
de abuso e violência contra os enfermeiros e defende que as repercussões da violência
podem interferir na qualidade dos cuidados, revelando o impacto negativo na vida
profissional e pessoal do trabalhador, o que remete para a necessidade de discutir
estratégias de redução da violência nos serviços de saúde.
Assim, e tendo em conta a premissa anteriormente referida, o primeiro passo deste estudo
é compreender efetivamente se os Enfermeiros são agredidos no seu local de trabalho.
Optou-se desta forma por dividir estas mesmas agressões em físicas e verbais, colocando
as seguintes 2 questões:
Constatou-se que 95,6% dos Enfermeiros já foram agredidos verbalmente no seu local de
trabalho.
Com este estudo, depressa se depreende que mais de 50% das agressões são provocadas
pelo próprio utente e pelos familiares dos utentes (53,4%).
Com estas respostas, consegue-se compreender que ao longo dos últimos 5 anos tem-se
vindo a evidenciar um crescimento exponencial das agressões na nossa classe profissional.
Os Enfermeiros são cada vez mais agredidos no seu local de trabalho.
● 53,4% das agressões são provocadas pelo próprio utente e pelos familiares dos
utentes;
● A grande maioria dos Enfermeiros (59,8%) não notifica as agressões a que são
sujeitos
https://www.tsf.pt/sociedade/saude/interior/mais-de-950-registos-de-violencia-contra-profissi
onais-de-saude-so-no-ano-passado-10589572.html