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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CESSÃO DE DIREITOS
__________________________________________
Sérgio Henrique Trofino
Rua Tupinambás, 348 - Casa 08 - Jd. Luiza
12305-240 - Jacareí - SP
sergio.trofino@yahoo.com.br
iii
ITA
iv
A minha esposa
e a meus pais.
v
Agradecimentos
por ter me incentivado quando eu desanimava e pela dedicação para que esse trabalho fosse
possível.
Gostaria de agradecer a meus pais, Sérgio e Samanta, que sempre foram meu alicerce
e horizonte.
Keller Abadie e Thomaz Daibert Machado Tavares, pela amizade, contribuição e apoio para a
Resumo
inglês: Synthetic Aperture Radar), tem sido cada vez mais comum. Eles podem ser
encontrados em sistemas de alto custo, como plataformas orbitais, ou até em veículos aéreos
propósito geral para realizar a tarefa de processar e exibir a imagem SAR, focalizada em
tempo suficiente de modo que não haja acúmulo de dados sem processamento. Os testes
Abstract
The use of imaging radars, like the Synthetic Aperture Radar (SAR), is becoming
more frequent. They can be found in high cost systems, like orbital platforms to Unmanned
Aerial Vehicles (UAV). The increasing demand to acquire information for decision in a short
period of time, and real time image evaluation, take to the challenge of processing SAR
Many hardware platforms can be employed to processing SAR images in real time,
from digital signal processors, graphics processors to programmable hardware. In this work,
we propose the use of a general-purpose computer to perform the task of processing and
displaying a focused SAR image, in such a way that there is no accumulation of unprocessed
data. The tests show results indicate the viability in using this low-cost platform in aircraft's
operations.
ix
Lista de Ilustrações
Figura 2.9 - Função que descreve a distância de um alvo estático ao SAR. ............................ 43
Figura 2.12 Componente real da imagem complexa do dado bruto de um alvo pontual na cena.
...................................................................................................................................... 48
Figura 2.13 - Imagem módulo após compressão em range de uma cena contendo um alvo
pontual. ......................................................................................................................... 48
Figura 2.14 - Imagem módulo após correção da RCM de uma cena contendo um alvo pontual.
...................................................................................................................................... 48
Figura 2.15 - Imagem módulo após compressão em azimute de uma cena contendo um alvo
pontual. ......................................................................................................................... 49
Figura 2.16 - Imagem módulo após compressão em azimute de uma cena contendo um alvo
imagem. ........................................................................................................................ 50
x
imagem. ........................................................................................................................ 50
Figura 3.3 - Exemplo do formato do arquivo de parâmetros utilizado no sistema de teste. .... 57
Figura 3.6 - Cena obtida utilizando-se o ERS-1. a) Imagem focalizada; b) Imagem composta
Figura 3.9 - Estrutura para troca de dados utilizada pelo primeiro subprocesso. ..................... 75
Figura 3.11 - Descontinuidade na junção de frames devido ao descarte de dados sem a devida
Figura 3.12 - Estrutura para troca de dados utilizada pelo segundo subprocesso. ................... 80
Figura 3.13 - Uso do buffer 2.1, buffer 2.2 e buffer 2.3 entre SP2 e SP3. ................................ 81
Figura 3.14 - Estrutura para troca de dados utilizada pelo terceiro subprocesso. .................... 83
Figura 3.16 - Lógica implementada para dar noção de imageamento contínuo ao processador
SAR. ............................................................................................................................. 86
Figura 4.3 - Configuração do sistema para o SimSAR e ProcSAR operando no mesmo PC. . 93
xi
Figura 4.4 - Configuração do sistema para o SimSAR e ProcSAR operando em dois PCs
diferentes. ..................................................................................................................... 93
processada. ................................................................................................................... 94
Figura 4.7 - Módulo da imagem dos três alvos pontuais presentes nos dados brutos simulados
Figura 4.8 - Módulo da imagem dos três alvos pontuais presentes nos dados brutos simulados
Figura 4.9 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em range após processamento com
Figura 4.10 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em azimute após processamento
Figura 4.11 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em range após processamento com
Figura 4.12 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em azimute após processamento
Figura 4.13 - Módulo da imagem dos três alvos pontuais presentes nos dados brutos
Figura 4.14 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em range após processamento com
Figura 4.15 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em azimute após processamento
Figura 4.16 - Cenário simulado exibido instantes após a inicialização do sistema. ............... 102
Figura 4.17 - Cenário simulado exibido instantes após a Figura 4.16. .................................. 102
Figura 4.18 - Cenário simulado exibido instantes após a Figura 4.17. .................................. 102
Figura 4.19 - Módulo da imagem ERS-1 focalizada: a) Precisão numérica de 64 bits para
imagem ERS-1 focalizada. Precisão numérica de 32 bits para ponto flutuante. Funções
Precisão numérica de 32 bits para ponto flutuante. Funções para aritmética de ponto
Figura 4.20 - Três sequências de imagens do sistema processando o Cenário ERS-1. .......... 105
xiii
Lista de Tabelas
Tabela 2.2 - Parâmetros do radar e de um cenário com alvo pontual para exemplificar as
Tabela 3.1 - Parâmetros do radar e do cenário de teste com dados simulados. ........................ 61
Tabela 3.2 - Parâmetros do Radar e do cenário de teste com dados do ERS-1 ........................ 62
Tabela 3.3 - Funções utilizadas na comunicação dos processos - envio de dados. .................. 65
Tabela 3.4 - Funções utilizadas na comunicação dos processos - recepção de dados. ............. 65
grupo restrito de algoritmos definido pela biblioteca), "i" (preservar vetor com os
grupo que abrange mais algoritmos do que o grupo utilizado com "-opatient"), "i"
FFT com desempenho razoável), "i" (preservar vetor com os dados de entrada) e "b"
FFT com desempenho razoável), "o" (corromper vetor com os dados de entrada) e "b"
FFT com desempenho razoável), "i" (preservar vetor com os dados de entrada) e "f"
FFT com desempenho razoável), "o" (corromper vetor com os dados de entrada) e "f"
CV - Com Visualizador
PC - Personal Computer
SP1 - Subprocesso 1
SP2 - Subprocesso 2
SP3 - Subprocesso 3
SP4 - Subprocesso 4
ST - Sem Transmissão
SV - Sem Visualizador
Lista de Símbolos
cena
vp
- Velocidade da plataforma transportando o sensor SAR
Tp - Duração do pulso
f0
- Frequência de repetição de pulso (PRF)
t
rect - Função retangular de amplitude unitária, centrada em
Tp
zero e de duração Tp
e xp - Função exponencial
potência de dois
frame
* - Complexo-conjugado
RCM
- Squint angle
µ - Milionésimo
xxi
Sumário
1 Introdução .......................................................................................................................... 22
1.1 Radares ..................................................................................................................... 22
1.2 Motivação ................................................................................................................. 23
1.3 Contribuição ............................................................................................................. 25
1.4 Sequência de tópicos ................................................................................................ 27
2 Radar e Processador ........................................................................................................... 28
2.1 SAR .......................................................................................................................... 29
2.1.1 Geometria de aquisição de dados ..................................................................... 33
2.1.2 Resposta impulsiva ........................................................................................... 35
2.2 Processador Range-Doppler ..................................................................................... 42
2.3 Limites de tempo do processamento ........................................................................ 51
3 Sistema para processamento em tempo real ...................................................................... 54
3.1 Sistema ..................................................................................................................... 54
3.2 Parâmetros do Sistema ............................................................................................. 56
3.3 Gerador de Cenário ................................................................................................... 57
3.4 Cenário ..................................................................................................................... 58
3.4.1 Cenário simulado .............................................................................................. 60
3.4.2 Cenário ERS-1 .................................................................................................. 61
3.5 SimSAR .................................................................................................................... 63
3.6 ProcSAR ................................................................................................................... 65
3.6.1 Biblioteca de FFT ............................................................................................. 66
3.6.2 Estrutura do ProcSAR ...................................................................................... 72
3.7 Visualizador .............................................................................................................. 84
3.8 Consistência do sistema idealizado com os cenários de teste propostos .................. 87
3.8.1 Consistência do cenário simulado .................................................................... 87
3.8.2 Consistência do cenário ERS-1 ........................................................................ 89
4 Experimento em tempo real ............................................................................................... 91
4.1 Configuração do experimento .................................................................................. 91
4.1.1 Experimento com o cenário simulado. ............................................................. 95
4.1.2 Experimento com cenário ERS-1 ................................................................... 103
4.2 Discussão dos Resultados ....................................................................................... 105
5 Conclusões ....................................................................................................................... 108
5.1 Trabalhos futuros .................................................................................................... 109
Referências ............................................................................................................................. 110
22
1 Introdução
Apresenta-se, neste capítulo, uma breve introdução teórica, a motivação deste trabalho
1.1 Radares
recebendo os sinais refletidos (ecos) pelos objetos (alvos) dentro da região de cobertura,
radar pode ser operado com o transmissor desligado, funcionando como um localizador
O sensor radar pode operar em uma estação solo, como é o caso dos radares utilizados
no controle de tráfego aéreo, ou numa plataforma móvel, como um satélite ou uma aeronave,
O SAR é um tipo de radar imageador que sintetiza uma antena de grande dimensão
de voo da plataforma) e, então, processa devidamente o sinal recebido [3]. Ele se enquadra na
categoria SLAR (Side Looking Airborne Radar – radar aerotransportado de visada lateral) [4],
23
pois opera instalado numa plataforma aérea (aeronave ou satélite), de modo a produzir a
1.2 Motivação
para este tipo de sensor e uma necessidade surgiu: o desenvolvimento de processadores SAR
digitais [5]. Desde então, diversas arquiteturas para implementação dos processadores têm
DSPs (Digital Signal Processor) [7], FPGAs (Field-Programmable gate array) [8], dentre
outras.
um SAR embarcado em aeronaves [9]. A solução contratada continha limitações que foram
compensadas pelo PROSAR-BR (Processador SAR Brasileiro). Este processador fazia uso de
computadores pessoais para processar os sinais ecos e gerar as imagens das cenas imageadas
quatro anos (número do convênio: 01.06.0953.02), projeto este com o objetivo de desenvolver
emulador SAR aeroembarcado em tempo real para aplicações militares. No contexto deste
Muitos trabalhos apresentam estudo sobre processamento SAR em tempo real [6],
[10], [11], [12] e [13]. Geralmente os trabalhos dão foco ao algoritmo de processamento,
etapa de visualização etc.) não é detalhado, sendo até negligenciado na avaliação para uso em
aplicações de tempo real. Pelo termo "tempo real" entende-se, neste trabalho, que o tempo
Percebe-se que, apesar dos mais de 60 anos desde o surgimento do conceito do SAR
[5], este ainda é um tema de relevância para a comunidade científica e para o Brasil. Tanto no
setor ambiental [14], [15], quanto no setor da defesa [16], se faz importante o tempo levado
para se obter informações para tomada de decisão. Daí, por exemplo, a necessidade de obter
uma imagem SAR em tempo real, principalmente com a recente tendência de se utilizar SAR
gerar imagens em um computador pessoal portátil (PC - Personal Computer), a fim de obtê-
las em tempo real, analisando desde a entrada dos dados no processador até a sua saída. Este
dispositivo (PC) foi escolhido para o estudo porque possui interfaces de aquisição de dados
25
etc.) e sua aquisição é simples, quando comparada a um hardware específico para aplicação,
1.3 Contribuição
Atualmente, trabalhos utilizando PCs para processar imagens SAR em tempo real
(GPU - Graphics Processing Unit) para auxiliar no processamento da imagem [6], [10].
Contudo, esta abordagem requer o conhecimento de uma tecnologia específica, por exemplo,
de computação paralela, introduzida pela NVIDIA Corporation, que permite utilizar GPUs
para computação de propósito geral, com a maioria das operações iguais às disponíveis em
Malanowski justifica [10] o uso de um notebook por ser pequeno e leve, o que o permite ser
flexibilidade do sistema, uma vez que os algoritmos são utilizados como componentes de
O processamento SAR em tempo real é discutido em vários trabalhos [6], [8], [10],
[19] e [20]. Contudo, são poucos os trabalhos que apresentam um sistema completo,
processamento e a descrição do cenário de teste. Por exemplo, [6], [13] e [19] estudaram o
processamento SAR em busca de desempenho para operação em tempo real, mas não
analisaram o sistema integralmente, uma vez que não consideraram as interfaces para entrada
influência no processamento que estas tarefas irão causar, bem como, a integração delas ao
dados de um SAR embarcado em um satélite e foi escolhido o algoritmo Chirp Scaling para
processar os dados, uma vez que este algoritmo foi considerado mais apropriado para operar
em uma GPU.
conta o fluxo de entrada e saída de dados. Para tal, foi desenvolvido um sistema de teste que
apresenta imagens processadas a partir de dados brutos. Estes dados podem ter como origem
outro PC, simulando um radar em operação, ou podem ser gerados no mesmo computador.
processador, foram usados dados de entrada representando alvos pontuais e dados reais
obtidos do satélite ERS-1 (European Remote Sensing Satellite 1). A ausência de compensação
de movimento tornará a imagem desfocada se o processador for usado com dados sem um
tratamento prévio obtidos de aeronaves, como apresentado em [4], mas, como um trabalho
prévio, decidiu-se ignorar este problema, dando foco a uma versão básica do processador,
como realizado em [6] e [19], ficando uma versão mais completa para um trabalho futuro.
27
aquisição dos dados brutos até a visualização da imagem. Como vantagem, pode-se citar a
solução, um código em linguagem C, pode, com pequenos ajustes, ser compilada para um
código.
2 Radar e Processador
receptor, ou dos transmissores e receptores. Radar monoestático é o radar que possui uma
antena transmitindo o sinal e a mesma antena recebe o sinal eco do alvo. Radar biestático é o
radar que possui uma antena transmitindo sinal e outra recebendo o sinal eco. Radar
remoto trás algumas limitações contornadas pelos sensores ativos. Estas limitações são:
condições climáticas favoráveis para operação (cobertura de nuvens) [3]. Devido a este fato, o
Embora a maioria das aplicações em sensoriamento remoto esteja voltada aos radares
Além disto, conforme a aplicação, um radar pode operar nas bandas de frequência do
espectro eletromagnético apresentadas na Tabela 2.1, conforme padrão IEEE STD 521
Nomenclatura de Radar
Letra de designação Faixa de
de Radar frequência
HF 3-30 MHz
VHF 30-300 MHz
UHF 300-1000 MHz
L 1-2 GHz
S 2-4 GHz
C 4-8 GHz
X 8-12 GHz
Ku 12-18 GHz
K 18-27 GHz
Ka 27-40 GHz
V 40-75 GHz
W 75-110 GHz
mm 110-300 GHz
refere à banda de 420 a 450 MHz, a qual é parte oficial da banda UHF (Ultra High
Frequency), mas também foi usada para se referir à frequência em torno de 230 MHz. Essa
denominação não é incluída no IEEE STD 521 e não deve ser usada [23].
2.1 SAR
boa resolução. Essa imagem de boa resolução só é possível ser formada graças à técnica de
sintetização de uma antena de maior comprimento efetivo (menor abertura angular) por meio
imagear uma mesma cena em dois instantes de tempo diferentes, técnica conhecida como
O SAR possui três modos de operação: stripmap (faixa), scan (varredura) e spotlight
(pontual), representados na Figura 2.2, na Figura 2.3, na Figura 2.4 e na Figura 2.5. No modo
stripmap a antena do radar aponta para uma direção fixa, tendo como referência a trajetória da
plataforma. Neste modo, há duas geometrias possíveis: boresight, onde o feixe da antena
aponta para o plano perpendicular à direção de voo, e a geometria squinted, com a antena
31
fazendo um ângulo de apontamento, referenciado como ângulo squint, tendo como referência
a direção boresight. Este ângulo pode ser intencional ou pode ser devido a movimentos
O modo scan permite um drástico aumento da faixa imageada na direção range. Isto é
[3].
32
O modo spotlight difere da filosofia adotada no modo stripmap e scan. Neste modo, a
antena é rotacionada durante todo o período de aquisição para iluminar a mesma área [3].
da cena imageada. Vários algoritmos são usados para o processamento do sinal eco a fim de
33
gerar esta imagem. Dentre eles, pode-se citar o Narrow-Focus [3], Range-Doppler [3], Chirp
PC, tendo como entrada um sinal eco simulado ou adquirido de um SAR real. A escolha pelo
alvo pontual. Esta imagem é a resposta impulsiva do Radar. Uma imagem de uma cena
qualquer é formada pixel a pixel, através do casamento dos dados brutos, na saída do radar,
O dado bruto de um sistema SAR consiste em uma imagem complexa contendo uma
parte real (amplitude) e uma parte imaginária (fase), as quais são provenientes da
Direção Azimutal
h 0
e a
r0 r0
h
0
r0
r0 a
r0e / sen ( 0 )
c) Vista composta
a uma altura h do solo considerada também constante, com uma antena de visada lateral com
35
O sinal transmitido pelo SAR utiliza uma portadora de frequência muito maior que sua
t
s(t ) Arect exp j Rt 2 (2.1)
Tp
t
Tp é a duração do pulso transmitido e rect é a função retangular de amplitude unitária,
Tp
A resposta impulsiva do sistema Radar para um alvo pontual nas coordenadas (a, r )
em um sistema de referência formado pelo eixo azimutal a ' e pelo eixo radial r ' , é dado por
[3]:
r ' r 2 a ' a 2
a ' a
g (a ' a, r ' r; r ) A rect rect
s
L c0Tp / 2
4 r 2 (a ' a) 2 r
e xp j (2.3)
4
2
e xp j 2 R r ' r 2 (a ' a ) 2
c0
Ls r0 a r0 (2.4)
La
Já a imagem bruta da cena imageada, considerando uma função (a ', r ') como
4
h (a ', r ') (a, r ) exp j r g (a ' a, r ' r; r )dadr (2.5)
4
H ( , ) (a, r ) exp j r G ( , ; r ) (2.6)
exp j 2 a exp j 2 r dadr
onde H ( ,; r ) e G( ,; r ) são as transformadas duplas de Fourier aproximadas de h(a ', r ')
G ( , ; r ) rect rect exp j 2 ( , ; r ) (2.7)
2 2
e ainda:
2c0Tp 2 2
2
( , ; r ) n r r n 2 (2.8)
8
onde 2 é, em termos de número de onda (1/m), a largura de faixa azimutal da imagem
bruta e 2 a largura de faixa radial da imagem bruta, também em número de onda (1/m).
1 a
(2.9)
La
e
38
RT p
(2.10)
c0
1 c
R 0 (2.11)
2 2 RTp
1
A (2.12)
2 2 a
DF
LF
2 (rmax rmin)
M0 (2.13)
c0Ts
sendo rmax é a maior distância radial da cena à trajetória do SAR, dado por:
rmax h2 ( DF LF )2 (2.14)
representa a função teto, ou seja, o menor número inteiro maior ou igual a e o fator 2 é
devido ao caminho de ida e volta da onda eletromagnética. Para um melhor desempenho nas
operações de FFT (Fast Fourier Transform), usa-se o número de amostras como potência de
2 (rmax rmin)
M 2 log 2
c0Ts (2.16)
causado pela convolução dos dados com as funções de referência azimutal e radial que são
c0Tp
Md (2.18)
2d R
d A v pT0 (2.19)
c0TS
dR (2.20)
2
2
rmax a rmax /(2 A ) h DF LF
2
Nd (2.21)
dA v pT0 2 Av pT0
c T c0
Md 0 p (2.22)
2d R 2TS R r
amostras em range, devido ao descarte, esses valores devem ser tais que [12]:
N 2 Nd (2.23)
M 2M d (2.24)
DR M d R (2.25)
e
42
DA N d A (2.26)
DR DA (m2 )
Md / 2
M Nd / 2
Nd / 2
Md / 2
Azimute
N
convolução do sinal eco em cada direção (range e azimute) com o filtro casado
Uma vez que ambas as compressões de pulso são realizadas no domínio da frequência,
é necessário fazer a transformada de Fourier do sinal recebido previamente, para que uma
um alvo fixo, tem-se a distância do alvo ao SAR variando na forma de uma hipérbole, que
pode ser aproximada por uma parábola [22], como demonstra a Figura 2.9 e a Figura 2.10.
Range
Hipérbole
r'
r ' r 2 a ' a
2
Aproximação
parabólica
a ' a
2
r' r
2r
r
Azimute
a a'
Figura 2.9 - Função que descreve a distância de um alvo estático ao SAR.
44
a
v
a
Alvo Pontual
recebe o nome de migração da célula de resolução ou RCM (Range Cell Migration) [12].
alvo à trajetória do radar e da sua posição em azimute, quando há outros alvos pontuais na
cena, o sinal amostrado pelo radar é uma combinação linear do sinal eco refletido por cada um
deles, o que torna impossível remover corretamente a migração de células para todos os alvos
ao mesmo tempo.
Doppler, fato que nomeou o algoritmo, através de deslocamentos das amostras em alcance,
para cada uma das frequências azimutais. Para se ter mais precisão nos deslocamentos, a
frequências espaciais amostradas. Apesar da não dependência da posição azimutal dos alvos,
a curvatura do centro de fase do alvo mantém uma dependência, em geral pequena, da posição
todos os alvos que possuem o mesmo r0 , permitindo realizar a mesma correção para todas as
curvaturas.
Como não se tem mais a dependência da posição azimutal do alvo, mas apenas do
parâmetro r0 , todos os alvos equidistantes da trajetória de coleta de dados têm seus espectros
superpostos, permitindo que a correção da RCM possa ser realizada de uma só vez para todos
Equações (2.7) e (2.8). Essa aproximação pode ser calculada por [12]:
( , ; r ) 2 ( , ; r )
( , ; r ) ( , 0; r ) 2
0
2 2
0
c0Tp
0 ( ; r ) 1 ( ; r ) [ 2 ( ; r ) ] 2 (2.30)
8 '
Compressão Correçãoda Correção
azimutal Migração da Secundária Compressão
Célula de da Migração em range
Resolução da Célula de
(RCM) Resolução
Para suprimir lóbulos secundários, por exemplo, pode-se usar um filtro no domínio
espectral para o sinal em azimute e em range. Um destes filtros é o Filtro de Hamming [22].
2 i
W (i) (1 ) cos , i 0,1,..., K 1 (2.31)
K 1
coeficiente, que segue a restrição 0.54 1 . Como prejuízo no uso deste filtro, tem-se o
Como parâmetro para avaliar os efeitos da filtragem, pode-se usar a razão pico-lóbulo
secundário (PSLR - Peak Sidelobe Ratio) e o fator de alargamento do lóbulo principal [22].
DADOS BRUTOS
a ', r '
Compressão do
FFT radial
chirp radial
a ',
rect / 2 exp j 2 2c0TP / 8
FFT-1 radial
a ', r '
Correção Compressão do
da RCM chirp azimutal
FFT azimutal
, r '
Correção da RCM
rect / 2 exp j 2 2 / r r
2 / 2
2
FFT-1 azimutal
a ', r '
IMAGEM SAR
processador Range-Doppler uma cena apenas um alvo pontual, o resultado de cada etapa do
processamento é apresentado na Figura 2.12, Figura 2.13, Figura 2.14, Figura 2.15 e
Figura 2.16.
Tabela 2.2 - Parâmetros do radar e de um cenário com alvo pontual para exemplificar as etapas do
algoritmo Range-Doppler.
Radar
0,03 m Comprimento de onda
T0 625 s Período de repetição de pulso
Tp 667,13 ns Duração do pulso
fs 300 MHz Frequência de amostragem
0,0 ° Squint angle
R 449,3 THz/s Chirp rate
La 0,25 m Comprimento efetivo da antena
M 512 pixels Dimensão da imagem em range
N 8192 pixels Dimensão da imagem em azimute
R 4m Resolução em range
A 4m Resolução em azimute
Plataforma
h 4 km Altitude
vp 200 m/s Velocidade em azimute
a 6,88° Abertura azimutal
Cenário
Azimute [500; 1524] m Faixa imageada em azimute
Range [6000; 6256] m Faixa imageada em range
Alvos
Alvo [1012; 6128] m Posição (azimute; range) do alvo
48
Figura 2.12 Componente real da imagem complexa do dado bruto de um alvo pontual na cena.
Figura 2.13 - Imagem módulo após compressão em range de uma cena contendo um alvo pontual.
Figura 2.14 - Imagem módulo após correção da RCM de uma cena contendo um alvo pontual.
49
Figura 2.15 - Imagem módulo após compressão em azimute de uma cena contendo um alvo pontual.
Figura 2.16 - Imagem módulo após compressão em azimute de uma cena contendo um alvo pontual com
Os dados brutos que entram no processador Range-Doppler são apresentados pela sua
parte real, mostrado na Figura 2.12. Esta imagem corresponde a uma cena contendo somente
um alvo pontual. A Figura 2.13 apresenta a imagem módulo dos dados no processador Range-
Doppler após a compressão em range. Já a Figura 2.14 apresenta a imagem módulo dos dados
pontual, espera-se ver uma imagem escura com um ponto branco ao centro. Por fim, a
50
Figura 2.16 apresenta a mesma informação que a Figura 2.15, porém com as cores da imagem
0.7
≈5m
Figura 2.17 - Espalhamento da energia do alvo na direção range após processamento da imagem.
0.7
≈5m
Figura 2.18 - Espalhamento da energia do alvo na direção azimutal após processamento da imagem.
51
estas figuras, através das linhas tracejadas no centro dos gráficos, é possível extrair que, para
aproximadamente 5 m para as duas direções. Isto representa uma focalização satisfatória, uma
vez que é a resolução da imagem configurada nos parâmetros de entrada do sistema, conforme
recepção dos dados referentes a um intervalo de repetição de pulsos para que se realize este
processamento nestes dados. Com isto, o tempo de processamento em range deve ser menor
que o período de repetição de pulsos ( T0 ) para que não haja acúmulos de dados não
RCM, um conjunto de dados deve ser formado para que se realize o processamento. O tempo
para que este processamento seja realizado deve ser menor ou igual ao tempo que se levou
Para calcular os limites de tempo para processamento dos dados em tempo real, pode-
N Nd 2( N Nd ) 3( N Nd )
Amostra A Amostra B Amostra C
T0 M
Nd Azimute
N Nd N Nd
TCrítico Tproc
TVisual TCrítico
TCrítico
TRange T0 (2.32)
dado por:
53
onde TCrítico é o tempo gasto para se acumular os dados a serem processados em azimute, dado
por:
TCrítico ( N N d )T0
(2.34)
TRCM é o tempo gasto para realizar a correção da RCM e TAzimutal é o tempo gasto para realizar
a compressão em azimute.
suas operações internas discutidas. Dois cenários de imagem são considerados para avaliação
dos limites de operação sistema, um com alvos pontuais simulados e outro com dados
3.1 Sistema
SAR [6], ele foi codificado em linguagem C para uso em computador de uso geral, com a
linguagem C foi usado o gcc (GNU Compiler Collection). O notebook usado possui sistema
trabalho, foi concebida uma arquitetura onde o Gerador de Cenário e o SimSAR estariam em
Visualizador seriam realizados via ethernet, utilizando-se a placa de rede dos computadores.
55
Parâmetros do sistema
Leitura de Leitura de
Arquivo Arquivo
SimSAR ProcSAR
Leitura de
Leitura de
Arquivo
Arquivo
Ethernet
Recepção
Range-Doppler
Proc. Range
Arquivo ou
Proc. Azimute
memória
Range
Gerador
Ethernet
Azimute
de
Memória ou
cenário Arquivo Visualizador
Cenário
Após alguns testes, percebeu-se que seria possível implementar o bloco Visualizador
Parâmetros do sistema
Leitura de Leitura de
Arquivo Arquivo
SimSAR ProcSAR
Leitura de
Arquivo
Ethernet
Recepção
Range-Doppler
Proc. Range
Arquivo ou
Proc. Azimute
memória
Range
Gerador
Azimute
de Visualizador
Memória ou
cenário Arquivo
Cenário
Figura 3.2 - Representação do sistema de teste implementado.
etapas do sistema, que contém os parâmetros do sistema SAR, como tamanho da antena ( La ),
contém, ainda, parâmetros para configuração do sistema de teste, como tamanho da janela a se
exibir a imagem SAR focalizada, configuração informando se o cenário de teste deve ser
para leitura deste arquivo, biblioteca esta chamada "libxml2" [27]. O arquivo de parâmetros
<?xml version="1.0"?>
<SAR:Parametros xmlns:SAR="CarregarParametros">
<SAR:Parametro>
<SAR:ParametrosPlataforma>
<SAR:alt valor="780000"/> <!-- m altitude -->
<SAR:vel valor="7120.7327"/> <!-- m/s velocidade da plataforma -->
</SAR:ParametrosPlataforma>
</SAR:Parametro>
</SAR:Parametros>
O bloco Gerador de Cenário foi implementado para gerar um cenário simulado a partir
Os cenários criados pelo Gerador de Cenário são cenas contendo alvos pontuais,
fato, escolheu-se simular um cenário com alvos pontuais para testar a qualidade da
O bloco Gerador de Cenário é utilizado pelo SimSAR para gerar um cenário simulado,
caso esta configuração seja habilitada nos parâmetros, ou ele pode ser executado antes da
inicialização do sistema de teste para criar um cenário e exportá-lo para arquivo. Esta
exportação permite que o SimSAR, ao carregar um cenário para memória do PC, tenha seu
tempo de inicialização reduzido, caso o tempo de leitura do arquivo com o cenário seja menor
3.4 Cenário
Quando contido em arquivo, utilizam-se dois arquivos para representação do cenário: um dos
arquivos possui a parte real da imagem bruta e o outro arquivo possui a parte imaginária da
imagem bruta. Cada valor, em cada um dos arquivos, representa uma amostra do sinal eco e
deve estar em uma linha no arquivo. Como o cenário representa uma cena em duas
dimensões, considerou-se que a primeira dimensão do cenário corresponde aos dados de uma
Range
Azimute
Cada valor do arquivo é lido como um número de ponto flutuante pelo SimSAR.
biblioteca "libm", é possível realizar a função seno, por exemplo, utilizando-se a função
59
"double sin (double x)" ou a função "float sinf (float x)". A principal diferença entre as
funções é o tipo de representação que é utilizado para números de ponto flutuante: na função
"sinf" é utilizado o tipo "float", que possui representação de 32 bits para número de ponto
flutuante; na função "sin" o tipo utilizado é "double", que possui 64 bits para representar o
número de ponto flutuante. Ao testar as funções para o tipo "float", obteve-se uma focalização
de baixa qualidade, ao passo que ao se utilizar as funções para o tipo "double" a imagem teve
uma focalização visual boa. Ainda, com estes testes, percebeu-se que, empregando-se
números com representação de 32 bits e funções para números com 64 bits, a qualidade da
focalização se manteve boa. Como, durante os testes, o tempo demandado pelas operações
não alterava (32 ou 64 bits), decidiu-se adotar, como formato numérico para leitura dos dados
brutos, número de ponto flutuante com 64 bits. Isto significa que cada amostra do sinal eco,
lida do arquivo de cenário ou criada na geração de um cenário simulado, terá sua amplitude e
sua fase carregada na memória do PC como um número de ponto flutuante com 64 bits.
Como teste, foi usado um cenário simulado similar aos utilizados nas literaturas [6],
[12], [19], [20] e [22], conforme apresentado na Seção 3.4.1. Os dados são relativos a um dos
Foi, também, empregado um cenário real com dados obtidos do SAR ERS-1,
de este trabalho visar o uso do sistema implementado em aplicações com requisitos de tempo
real para SAR embarcado em aeronaves, o emprego do cenário ERS-1 justifica-se devido à
público.
60
A Figura 3.5 apresenta a imagem dos dados brutos simulados e utilizados para ensaio
do sistema. Este cenário foi gerado pelo Gerador de Cenário e corresponde a três alvos
Radar
0,03 m Comprimento de onda
T0 625 s Período de repetição de pulso
Tp 667,13 ns Duração do pulso
fs 300 MHz Frequência de amostragem
1,0 ° Squint angle
R 449,3 THz/s Chirp rate
La 0,25 m Comprimento efetivo da antena
M 2048 pixels Número de amostras em range
N 8192 pixels Números de amostras em azimute
R 3m Resolução em range
A 3m Resolução em azimute
Plataforma
h 4 km Altitude
vp 200 m/s Velocidade em azimute
a 6,88 ° Abertura azimutal
Cenário
Azimute [500; 2,500] m Faixa imageada em azimute
Range [6000; 7,200] m Faixa imageada em range
Alvos
Alvo1 [1000; 6300] m Posição (azimute; range) do alvo 1
Alvo2 [1050; 6500] m Posição (azimute; range) do alvo 2
Alvo3 [1100; 6700] m Posição (azimute; range) do alvo 3
O outro teste proposto é um cenário com dados do SAR ERS-1. Este cenário
corresponde a uma cena obtida com o ERS-1 de uma região na Áustria mostrando em preto
Esta cena é apresentada na Figura 3.6 a), e a visualização dos dados brutos
correspondentes a ela é apresentada na Figura 3.6 b). Os dados deste cenário encontram-se na
Tabela 3.2. A cena possui 16,2 km de extensão em range (eixo vertical da imagem) e 8,68 km
em azimute.
62
Figura 3.6 - Cena obtida utilizando-se o ERS-1. a) Imagem focalizada; b) Imagem composta pela parte
Radar
0,056666 m Comprimento de onda
T0 595 s Período de repetição de pulso
Tp 37,12 s Duração do pulso
fs 18,962468 MHz Frequência de amostragem
0,112 ° Squint angle
R 23,2464 THz/s Chirp rate
La 12 m Comprimento efetivo da antena
M 2048 pixels Número de amostras em range
N 2048 pixels Número de amostras em azimute
R 10 m Resolução em range
A 10 m Resolução em azimute
Plataforma
h 780 km Altitude
vp 7120,7327 m/s Velocidade em azimute
a 0,271 ° Abertura azimutal
Cenário
Azimute 8,68 km Faixa imageada em azimute
Range [850,9; 867,1] km Faixa imageada em range
63
3.5 SimSAR
pode realizar duas operações: gerar um cenário simulado utilizando-se do bloco Gerador de
Cenário e mantê-lo na memória do PC, ou ler um cenário dos arquivos indicados pelos
Após a carga do cenário na memória, o bloco SimSAR envia para o bloco ProcSAR
dados do cenário, simulando um sistema SAR. A cadência com que estes dados são enviados
sistema SAR real. Na segunda opção, a transmissão ignora T0 , enviando dados sempre que o
ProcSAR esteja disponível para recebimento. Esta configuração é útil, pois permite perceber
margem para o processamento de uma imagem mais demandante. Esta percepção é possível,
pois o sistema fornece imagens para visualização num intervalo de tempo inferior a
( N N d )T0 , o que significa que, para aquele cenário de teste com aquela configuração do
Para medir o tempo de execução das tarefas foi utilizada a função omp_get_wtime(),
com processamento paralelo chamada OpenMP [28]. A abordagem para realizar esta medida
Tempo_inicio_trecho = omp_get_wtime( );
tempo de execução
O SimSAR trata os dados brutos como dois vetores de dados: um contendo dados com
a parte real desta imagem e outro contendo dados com a parte imaginária desta imagem.
Considerando uma linha inteira da imagem bruta ( M amostras na direção range), os dados
primeira amostra e, na sequência, a parte real e a parte imaginária de próxima amostra. Após
SimSAR envia outra linha até atingir o limite informado nos parâmetros recebidos do bloco
Parâmetros do Sistema.
Para testar o sistema desenvolvido como numa aplicação real, necessita-se que o
SimSAR envie dados constantemente para o ProcSAR. Uma vez que os dados utilizados
como cenário são finitos, o SimSAR envia os dados do cenário circularmente, ou seja, quando
todo o cenário é enviado, o SimSAR envia novamente o mesmo cenário como se fosse a
(socket). Este socket permite que o SimSAR seja executado em um PC diferente do utilizado
Tabela 3.4. Preferiu-se usar protocolo com garantia de entrega do pacote (TCP) para diminuir
ENVIO
socket(...)
bind(...)
listen(...)
accept(...)
send(...)
close(...)
RECEPÇÃO
socket(...)
connect(...)
recv(...)
close(...)
3.6 ProcSAR
SAR processada. Ele tem como entradas os parâmetros fornecidos pelo bloco Parâmetros do
Sistema e os dados enviados pelo SimSAR. Ele realiza o processamento da imagem SAR e
utilizada a biblioteca FFTW versão 3.3 [29]. Esta biblioteca exige que uma inicialização seja
realizada antes de sua utilização. Nesta inicialização, a biblioteca realiza testes na plataforma
de hardware em que está executando para determinar qual algoritmo de FFT empregar. Estes
testes são configurados pelo usuário, através de alguns sinalizadores disponibilizados pela
que se espera do algoritmo de FFT. Conforme o nível escolhido, a escolha do algoritmo pode
ser rápida ou mais demorada, retornando um algoritmo com execução mais lenta ou mais
rápida, respectivamente.
configuração da biblioteca. Entre estes parâmetros, estão os parâmetros para escolha do nível
algoritmo de FFT preservará ou corromperá o vetor com os dados de entrada ("i" preserva,
"o" corrompe), e parâmetros para escolher se a operação de FFT será inversa (parâmetro "b")
ou direta (parâmetro "f"). Estes parâmetros são passados quando se lança o aplicativo para
biblioteca FFTW e os tempos de execução dos algoritmos de FFT. A Tabela 3.5, a Tabela 3.6,
a Tabela 3.7, a Tabela 3.8, a Tabela 3.9 e a Tabela 3.10 trazem os resultados destes testes.
Tabela 3.5 - Tempos de execução da FFT utilizando-se como parâmetros do aplicativo "bench"
"-opatient" (escolhe o algoritmo de FFT com melhor desempenho em um grupo restrito de algoritmos
definido pela biblioteca), "i" (preservar vetor com os dados de entrada) e "b" (FFT inversa).
Tabela 3.6 - Tempos de execução da FFT utilizando-se como parâmetros do aplicativo "bench"
"-oexhaustive" (escolhe o algoritmo de FFT com melhor desempenho em um grupo que abrange mais
algoritmos do que o grupo utilizado com "-opatient"), "i" (preservar vetor com os dados de entrada) e
Tabela 3.7 - Tempos de execução da FFT utilizando-se como parâmetros do aplicativo "bench"
"-oestimate" (utiliza uma heurística simples para escolher um algoritmo de FFT com desempenho
razoável), "i" (preservar vetor com os dados de entrada) e "b" (FFT inversa).
Tabela 3.8 - Tempos de execução da FFT utilizando-se como parâmetros do aplicativo "bench"
"-oestimate" (utiliza uma heurística simples para escolher um algoritmo de FFT com desempenho
razoável), "o" (corromper vetor com os dados de entrada) e "b" (FFT inversa).
Tabela 3.9 - Tempos de execução da FFT utilizando-se como parâmetros do aplicativo "bench"
"-oestimate" (utiliza uma heurística simples para escolher um algoritmo de FFT com desempenho
razoável), "i" (preservar vetor com os dados de entrada) e "f" (FFT direta).
Tabela 3.10 - Tempos de execução da FFT utilizando-se como parâmetros do aplicativo "bench"
"-oestimate" (utiliza uma heurística simples para escolher um algoritmo de FFT com desempenho
razoável), "o" (corromper vetor com os dados de entrada) e "f" (FFT direta).
Nas tabelas, a primeira coluna indica o tamanho do vetor que será entrada do
algoritmo de FFT. A segunda coluna indica o tempo que o aplicativo levou para escolher o
algoritmo de FFT a ser utilizado. A terceira coluna indica o tempo de execução da FFT para
um vetor com a dimensão dada pela primeira coluna. Por fim, a quarta coluna indica o tempo
de execução da FFT (terceira coluna) dividido pelo tamanho do vetor de entrada (primeira
coluna). Como se observa pelos valores da quarta coluna, vetores grandes despendem mais
70
tempo para execução. Contudo, blocos pequenos implicam em mais dados reprocessados
com o tamanho do bloco de dados para dimensão da imagem é realizado por [6] e [12].
Pelas tabelas é possível perceber, através dos tempos apresentados na quarta coluna,
FFT é melhor. Entre a Tabela 3.5, a Tabela 3.6 e a Tabela 3.7, variou-se o nível de
desempenho desejado para o algoritmo de FFT, manteve-se o parâmetro para FFT inversa e
preservação dos dados de entrada. Pode-se observar que o ganho de tempo de execução nas
similar. Por exemplo, para a dimensão de vetor 8192 tem-se que o tempo de execução do
algoritmo com "-opatient" foi de 55230 ns, enquanto que com o parâmetro "-oexhaustive" o
tempo de execução foi de 51340 ns. Contudo, o tempo de escolha do algoritmo aumenta
reduzido. Por exemplo: o tempo de escolha do algoritmo para vetor de entrada de dimensão
8192 diminui de 5,14 s (Tabela 3.5), para 95,96 us (Tabela 3.7). Porém, o desempenho do
para alguns tamanhos de vetor de entrada. Para um vetor de dimensão 8192, o tempo passa de
Na Tabela 3.7 e na Tabela 3.8 foram analisadas as operações com FFT inversas ("b) e
na Tabela 3.9 e na Tabela 3.10 as operações com FFT diretas ("f"). Entre a Tabela 3.7 e a
Tabela 3.8, e, entre a Tabela 3.9 e a Tabela 3.10, trocou-se o parâmetro "i" (dados de entrada
preservados) para o parâmetro "o" (dados de entrada corrompidos). O parâmetro que define o
nível de desempenho do algoritmo a ser escolhido ("-oestimate") foi mantido para todos os
algoritmo passou de 79806 ns (Tabela 3.7) para 66180 ns (Tabela 3.8), e passou de 78620 ns
range em blocos menores, conforme apresentado em [6], desde que se respeite a Equação
(2.24). Além disto, a compressão em azimute também pode ter seu conjunto de dados
divididos em blocos menores, desde que se respeite a Equação (2.23). Devido a este fato,
tamanhos destes vetores devem ser potência de dois para um melhor desempenho do
algoritmo de FFT.
inicialização mais rápida, e o parâmetro "o", pelo ganho no desempenho. Além disto, o
tamanho do vetor em range adotado foi igual ao tamanho da dimensão em range da imagem
(2048 para os dois cenários) e o tamanho do vetor em azimute foi igual ao tamanho da
dimensão azimutal da imagem (8192 para o cenário simulado e 2048 para o cenário ERS-1).
Estes valores são informados pelo usuário e dependem do sistema SAR. Com estes
parâmetros definidos, as linhas em negrito da Tabela 3.8 e da Tabela 3.10 correspondem aos
tempos das FFTs com as dimensões utilizadas para se processar os cenários de teste. Uma
exibição da imagem também pode ser realizada em conjunto com as demais tarefas do
processador, uma vez que é necessário acumular dados para executar a compressão em
que trata da recepção dos dados brutos vindos do aplicativo SimSAR; outro subprocesso que
Ethernet
SimSAR
Dados brutos
Dados brutos
Buffer 1.1
Memória
Buffer 1.2
Dados brutos
Buffer 2.1
Buffer 2.3
Imagem processada
Buffer 3.1
Memória
Buffer 3.2
Imagem processada
Buffer 4.1
SP4 Visualizador Tela PC
Buffer 4.2
entre os subprocessos foi implementada. Esta estrutura está representada pelos blocos
Este buffer possui tamanho equivalente a uma imagem e não a duas, pois, para dividir
em dois: enquanto o primeiro subprocesso utiliza uma metade do buffer para armazenar os
dados vindos do SimSAR, a outra metade é utilizada pelo segundo subprocesso (SP2) para
realizar a compressão em range. Como se assume que o processamento em range deve ser
menor que o período de repetição de pulsos, quando se acumula metade dos dados de um
subbloco, a parte do buffer utilizado pelo segundo subprocesso já deve estar disponível para
ser usada pelo primeiro subprocesso e a parte do buffer que recebeu novos dados passa a ser
N Nd 2 N Nd 3 N Nd 4 N Nd
Amostra A Amostra B Amostra C Amostra D
T0 M
Azimute
Nd 5Nd Nd N 2 Nd Nd N 2 Nd Nd 3N d Nd
2 N N 2
2 2
SimSAR
M
Tempo
M M M M
N 2 N 2 N 2 N 2
Buffer1.2 Buffer1.2 Buffer1.2 Buffer1.2
M M M M
N 2 Nd N 2 Nd N 2 Nd N 2 Nd Tempo
Figura 3.9 - Estrutura para troca de dados utilizada pelo primeiro subprocesso.
76
imagem, os subblocos da imagem SAR final (aquela formada considerando-se todo o período
imageamento em tempo de aquisição, formando, assim, frames. Estes subblocos podem ser
derivados tanto da divisão dos dados na dimensão que representa a direção range, quanto na
dimensão que representa a direção azimutal. Devido ao efeito de borda causado pela
convolução dos dados, ao se processar um frame, parte dos dados deste frame deve ser
descartada para que seja possível "emendar" este frame com o próximo frame processado,
Escolheu-se não dividir o bloco de dados na dimensão da direção range com o intuito
emenda de frames nesta dimensão. Já para a direção azimutal, o descarte de dados ocorre, o
que implica no descarte de M N d dados em cada frame processado. Uma vez que estes
dados trazem informação útil para formar a imagem da cena, eles devem fazer parte do bloco
de dados seguinte, significando que eles são processados duas vezes. Reutilizando-se M N d
dados do frame anterior para se processar o frame atual, com mais M ( N Nd ) dados novos
Demodulação e amostragem
Azimute Dados brutos
Range
0 N Nd 2 N Nd 3 N Nd
Amostra A Amostra B Amostra C
T0 M
Azimute
5Nd N N N 2 Nd N 2 Nd
Nd N d d Nd Nd Nd Nd
2 2 2 2 2 2 2 2
Frame 1
Nd Descarte
Parte útil do frame
Descarte
Frame 2
Vazio
Descarte Descarte
Parte útil do frame
Frame 3
Descarte Descarte
Parte útil do frame
Imagem processada
M
Nd Nd
2 2
Vazio Azimute
A Figura 3.10 ilustra a formação do bloco de dados da imagem bruta. Cada coluna
nova dentro do retângulo, que representa a imagem bruta após o fim do imageamento,
N d /2 de dados deve ser descartada na direção azimutal no início do frame e mais N d /2 dados
descartados no início do próximo frame a ser processado, a junção destes frames apresentará
uma descontinuidade de N d na imagem caso este descarte não seja devidamente tratado. Esta
devem ser reutilizados no frame seguinte. Com isto, como apresentado na Figura 3.10,
frame a ser processado, a junção destes frames ocorre sem perda de dados.
de realizar a cópia dos dados a serem descartados na entrada do ProcSAR, ou seja, atuando
nos dados no primeiro subprocesso (SP1 na Figura 3.8), realizou-se a cópia dos dados já
O segundo subprocesso (SP2 na Figura 3.8), que realiza a compressão em range, faz
uso do mesmo buffer utilizado pelo primeiro subprocesso e possui mais três buffers de
Neste ponto, se faz uma duplicação dos dados que são descartados em um frame para permitir
Demodulação e amostragem
Range
N 2 N Nd
Amostra A Amostra B
T0
M
Azimute
Nd N Nd N N 2 Nd Nd
d
2 2 2
Frame 1
Descarte Descarte
Parte útil
do frame
Frame 2
Imagem processada
Descontinuidade Azimute
Figura 3.11 - Descontinuidade na junção de frames devido ao descarte de dados sem a devida
N Nd 2 N Nd 3 N Nd 4 N Nd
Amostra A Amostra B Amostra C Amostra D
T0 M
Azimute
Nd 5Nd Nd N 2 Nd Nd N 2 Nd Nd 3N d Nd
2 N 2 N
2 2
M M M M
N 2 N 2 N 2 N 2
Buffer1.2 Buffer1.2 Buffer1.2 Buffer1.2
M M M M
N 2 Nd N 2 Nd N 2 Nd N 2 Nd Tempo
M M
Nd N Nd Nd N Nd
Buffer2.2
Nd N Nd Buffer2.3
Nd N Nd Tempo
Figura 3.12 - Estrutura para troca de dados utilizada pelo segundo subprocesso.
81
dados processados serão descartados e faz a cópia desses dados para o próximo buffer a ser
Enquanto dois buffers estão sendo utilizados no segundo subprocesso para armazenar
os dados da compressão em range, o terceiro buffer é utilizado pelo terceiro subprocesso para
novo de dados é completado (dados da compressão em range), este buffer passa a ser usado
pelo terceiro subprocesso e os outros dois buffers passam a ser utilizados pelo segundo
M M M M
Nd N 2 Nd Nd Nd N 2 Nd Nd Nd N 2 Nd Nd Nd N 2 Nd Nd
SP2
Buffer2.2 Buffer2.3 Buffer2.1 Buffer2.2
M M M M
Nd N 2 Nd Nd Nd N 2 Nd Nd Nd N 2 Nd Nd Nd N 2 Nd Nd
SP3 M M M M
Nd N 2 Nd Nd Nd N 2 Nd Nd Nd N 2 Nd Nd Nd N 2 Nd Nd
Tempo
Figura 3.13 - Uso do buffer 2.1, buffer 2.2 e buffer 2.3 entre SP2 e SP3.
82
RCM e a compressão em azimute. Para isto, compartilha dos três buffers do segundo
armazenar o resultado do processamento azimutal. Estes dois buffers são compartilhados com
descartando os dados das bordas, uma vez que, ao invés de se usar N , foi empregado
frame para usuário, realiza a função do bloco Visualizador (Figura 3.2) descrita na Seção 3.7.
83
N Nd 2 N Nd 3 N Nd 4 N Nd
Amostra A Amostra B Amostra C Amostra D
T0 M
Azimute
Nd 5Nd Nd N 2 Nd Nd N 2 Nd Nd 3N d Nd
2 N 2 N
2 2
M M
Nd N Nd Nd N Nd
Buffer2.2
Nd N Nd Buffer2.3
Nd N Nd Tempo
M M
Nd 3N d N Nd
2 N
2 Buffer3.2 Buffer3.2
M M
N Nd N Nd Tempo
Figura 3.14 - Estrutura para troca de dados utilizada pelo terceiro subprocesso.
84
3.7 Visualizador
OpenGL [30].
Através dos parâmetros fornecidos pelo bloco Parâmetros do Sistema, vide Figura 3.2,
é possível escolher se será exibida a imagem amplitude, a imagem fase ou a imagem módulo.
sistema. Ele compartilha com o terceiro subprocesso os dois buffers que contém o frame
processado. Além disto, faz uso de mais dois buffers: um representando o frame processado já
pontos, demora Taq para ser adquirida. Utilizando-se os parâmetros do cenário simulado,
obtém-se uma imagem de 8192 2048 pontos equivalente a uma faixa imageada com extensão
Caso este frame seja apresentado ao usuário inteiramente em apenas uma atualização
na tela, o usuário verá um frame novo a cada 5,12 s. O resultado seria equivalente a uma
Para evitar este efeito, decidiu-se dividir o frame proporcionalmente ao decorrer do tempo de
aquisição de um próximo frame, atualizando a imagem exibida ao usuário com uma fração do
frame processado. O buffer 4.2, na Figura 3.15, é utilizado para este fim, e assim uma noção
N Nd 2 N Nd 3 N Nd 4 N Nd
Amostra A Amostra B Amostra C Amostra D
T0 M
Azimute
Nd 5Nd Nd N 2 Nd Nd N 2 Nd Nd 3N Nd
2 N 2 N d
2 2
M M
Nd 3N d N Nd
2 N
2 Buffer3.2 Buffer3.2
M M
N Nd N Nd
Tempo
SP4 – Visualizador
Buffer 4.1
Tam.
Novo vertical
Frame
(range)
Tempo para o
próximo frame
TCrítico
Parcela do novo
frame na imagem TCrítico TCrítico Tam. horizontal 0
visualizada
Instante 1 TCrítico
Tam.
Imagem visualizada vertical
( range)
Tempo para o
próximo frame
T1
Parcela do novo
frame na imagem TCrítico T1
Instante 2 visualizada Tam. horizontal
TCrítico
Imagem visualizada
Tempo para o
próximo frame
T2
Parcela do novo
frame na imagem TCrítico T2
Instante 3 visualizada Tam. horizontal
TCrítico
Imagem visualizada
Tempo para o
próximo frame
Parcela do novo
frame na imagem TCrítico
visualizada Tam. horizontal Tam. horizontal
Instante 4 Crítico
T
Imagem visualizada
Figura 3.16 - Lógica implementada para dar noção de imageamento contínuo ao processador SAR.
87
processado é disponibilizado para visualização. Neste instante, a imagem para o usuário não
possui nenhum dado deste novo frame. No instante 2, passado o tempo TCrítico T1 , uma fração
equivalente a TCrítico T1 TCrítico do novo frame está sendo visualizado pelo usuário. No
instante 3, passado o tempo TCrítico T2 , uma fração equivalente a TCrítico T2 TCrítico do novo
frame está sendo visualizado pelo usuário. Por fim, no instante 4, passado o tempo TCrítico ,
todo o novo frame que foi disponibilizado no instante 1 está sendo visualizado pelo usuário.
hardware adotada.
3.11.
Nd 323 amostras
Md 33 amostras
88
com 2048 amostras em range ( M ) por 8192 amostras em azimute ( N ), é consistente para o
processador SAR.
Trabalhando com uma placa de rede com transmissão de 1 Gbps, considerando que os
dados transmitidos entre o SimSAR e o ProcSAR têm 128 bits (64 bits para a parte real e 64
bits para a parte imaginária) e que a cada 625µs ( T0 ) 2048 amostras do sinal eco na direção
range ( M ) devem ser enviadas, têm-se 2048 128 = 262144 bits transmitidos a cada T0
período. A transmissão destes dados de um aplicativo para outro levará: 262144 bits/ 1 Gbps
= 262,1 µs, desconsiderando o tempo gasto com os cabeçalhos e outros fatores. Como este
Vale observar que, com uma placa de rede de 100 Mbps não é possível transferir os
dados em tempo hábil para simular um sistema SAR com T0 = 625 us, pois 262144 bits / 100
Ainda, estes M dados serão comprimidos em range. Para realizar esta compressão,
será utilizada uma FFT direta com vetor de entrada de dimensão 2048 ( M ) e uma FFT
inversa com vetor de entrada de dimensão 2048. Pela Tabela 3.8 (tempo da FFT inversa) e
pela Tabela 3.10 (tempo da FFT direta), é necessário 10,90 µs para realizar a FFT inversa de
um vetor de dimensão 2048 e mais 10,45 µs para se realizar a FFT direta de um vetor de
dimensão 2048. Considerando-se que o tempo de processamento em range deve ser menor
quando comparado a T0 , indicando que pelo menos o processamento em range pode ser
serão descartadas (Tabela 3.11). Uma vez que estas 323 amostras serão aproveitadas no
próximo frame, é necessário adquirir ( N Nd ) novos dados para formar um bloco com N
amostras para processamento. Assim, conforme a Equação (2.34), para este cenário, tem-se:
TCrítico ( N Nd ) T0 = 4,92 s.
Recorrendo novamente à Tabela 3.8 (tempo da FFT inversa) e à Tabela 3.10 (tempo da
FFT direta), desta vez com um vetor de entrada de dimensão 8192 ( N ), tem-se 66,20 µs para
execução da FFT inversa e 65,44 µs para execução da FFT direta. Serão executadas M FFTs
inversas e M FFTs diretas, portanto, (66,20 µs + 65,44 µs) 2048 0,270 s. Este tempo
está bem abaixo do tempo limite para processamento em azimute, que é o TCrítico (4,92 s). Esta
análise indica, também, ser possível realizar o processamento em azimute em tempo real no
PC utilizado.
Tabela 3.2 (10 m para resolução em range e 10 m para resolução em azimute), o número de
Nd 780 amostras
Md 681 amostras
sendo este o tempo máximo para compressão em range de uma linha com 2048 pixels. A
90
transmissão de cada linha, como no cenário simulado, leva 262,1 s, indicando ser possível o
processamento.
A mesma análise feita para o cenário simulado vale para este cenário em se tratando da
compressão em range. Como o valor de M para este cenário é o mesmo que o valor de M
no cenário simulado, 10,90 µs são gastos para realizar a FFT inversa de um vetor de dimensão
2048 e mais 10,45 µs são gastos para se realizar a FFT direta de um vetor de dimensão 2048.
Assim, pode-se assumir que os tempos gastos com as FFTs para se realizar a compressão em
range da imagem são desprezíveis quando comparados com o T0 (595 s), indicando ser
tempo gasto com as FFTs no processamento em azimute, uma vez que a dimensão do vetor de
range, sendo 10,90 µs para a FFT inversa e 10,45 µs para a FFT direta. Serão executadas M
(10,90 µs + 10,45 µs) 2048 0,044 s. Este tempo está abaixo do tempo limite para
processamento em azimute, que é o TCrítico (0,754 s). Novamente, os cálculos indicam ser
bem como uma discussão destes resultados. Os experimentos foram executados com os dados
brutos das duas imagens discutidas no capítulo 3: o cenário simulado gerado a partir do
um processador Intel Core i7 – 2630M e 6GB de RAM (Random Access Memory), HDD
(Hard Disk Drive), Windows 7 64 bits e cygwin 64 bits versão 2.831 com gcc 64 bits versão
4.8.2 e placa de rede de 1 Gbps, o qual será referenciado no texto como plataforma 1, e outro
notebook, com processador Intel Core i3 - 350M com 3 GB de RAM, HDD, Ubuntu 10.10 32
bits e gcc 3.4.6 32 bits e placa de rede de 100 Mbps, o qual será referenciado como plataforma
2.
LDFLAGS = -lm -lopengl32 -lglu32 -lgdi32 -lxml2 -fopenmp -lpthread -O3 -g3 -Wall -Werror -
ffast-math -march=core2 -mcx16 -msahf -mpopcnt -msse4.2 --param l1-cache-size=32 --param
l1-cache-line-size=64 --param l2-cache-size=256 -mtune=core2 -fomit-frame-pointer -malign-
double -fstrict-aliasing -mfpmath=sse -mconsole
visualização da imagem.
Vale ressaltar que, como a plataforma 2 apresenta uma placa de rede de 100 Mbps,
repetição de pulsos de cada cenário. Ou seja, era ciente que a execução dos aplicativos
apresentaria um atraso proveniente da transmissão dos dados. Contudo, este teste verifica que
processada, assim como no uso de funções para números de ponto flutuante com 32 e 64 bits
de precisão.
93
Representações do sistema para cada teste são apresentadas na Figura 4.3, na Figura
Plataforma 1
Parâmetros do sistema
Leitura de Leitura de
Arquivo Arquivo
SimSAR ProcSAR
Leitura de
Arquivo
Socket
Recepção
Range-Doppler
Proc. Range
Arquivo ou
Proc. Azimute
memória
Range
Gerador
Azimute
de Visualizador
Memória ou
cenário Arquivo
Cenário
Figura 4.3 - Configuração do sistema para o SimSAR e ProcSAR operando no mesmo PC.
Plataforma 2 Plataforma 1
Parâmetros do sistema Parâmetros do sistema
Leitura de Leitura de
Arquivo Arquivo
SimSAR ProcSAR
Leitura de
Arquivo
de Visualizador
Memória ou
cenário Arquivo
Cenário
Figura 4.4 - Configuração do sistema para o SimSAR e ProcSAR operando em dois PCs diferentes.
94
Plataforma 1
Parâmetros do sistema
Leitura de
Leitura de Arquivo
Arquivo
Range Arquivo ou ProcSAR
Azimute
Gerador memória
Recepção
de
Memória ou Range-Doppler
cenário
Arquivo Cenário Proc. Range
Proc. Azimute
Visualizador
Plataforma 1
Parâmetros do sistema
Leitura de
Leitura de Arquivo
Arquivo
Range Arquivo ou ProcSAR
Azimute
Gerador memória
Recepção
de
Memória ou Range-Doppler
cenário
Arquivo Cenário Proc. Range
Proc. Azimute
Figura 4.6 - Configuração do sistema sem o SimSAR e sem a visualização da imagem processada.
95
Tempo de processamento
Tempo
TMC+ TOC+ ST+CV+ ST+SV+ ST+CV+ ST+SV+
Limite
CV+32 CV+32 32 32 64 64
Processamento
47,7 s 42,2 s 47,8 s 45,2 s 47,4 s 44,9 s 625 s
em range
Processamento
2,54 s 2,58 s 2,57 s 2,46 s 2,55 s 2,47 s 4,92 s
em azimute
Tempo total
27,2 s 108,1 s 27,1 s 25,1 s 27,0 s 24,8 s 49,2 s
para 10 frames
4.3), a sigla TOC significa Transmissão em Outro Computador (Figura 4.4), a sigla ST
significa Sem Transmissão, a sigla CV significa Com Visualizador (Figura 4.5) e SV significa
Sem Visualizador (Figura 4.6). Por fim, 32 significa que a representação do número de ponto
Todos os testes de tempo foram realizados com funções que fazem uso de representação de
plataforma 2 (como esperado, devido à placa de rede de 100 Mbps), todos os testes resultaram
representação de ponto flutuante com 64 bits é apresentado na Figura 4.7 e o resultado para o
96
Figura 4.7 - Módulo da imagem dos três alvos pontuais presentes nos dados brutos simulados com 64 bits
de representação de ponto flutuante e funções para aritméticas de ponto flutuante com 64 bits.
Figura 4.8 - Módulo da imagem dos três alvos pontuais presentes nos dados brutos simulados com 32 bits
de representação de ponto flutuante e funções para aritméticas de ponto flutuante com 64 bits.
97
Uma vez que o cenário consiste em uma cena escura com três alvos pontuais
energia do alvo após a focalização com 64 bits de representação para ponto flutuante, pode-se
Pela Figura 4.9 e pela Figura 4.10, percebe-se que, no limiar de 70,7% da amplitude
do sinal eco dos alvos pontuais, tanto para azimute quanto para range, a energia do sinal está
espalhada em 4 m, que é a resolução obtida. Pode-se considerar, então, que houve uma boa
focalização pelo processador, uma vez que era esperado 3 m x 1,3 = 3,9m de resolução em
representação de ponto flutuante, resultou nos gráficos da Figura 4.11 e da Figura 4.12.
0.7
≈4m ≈4m
≈4m
Figura 4.9 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em range após processamento com 64 bits de
representação de ponto flutuante e funções para aritméticas de ponto flutuante com 64 bits.
98
0.7
≈4m ≈4m
≈4m
Figura 4.10 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em azimute após processamento com 64 bits de
representação de ponto flutuante e funções para aritméticas de ponto flutuante com 64 bits.
0.7
≈4m ≈4m
≈4m
Figura 4.11 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em range após processamento com 32 bits de
representação de ponto flutuante e funções para aritméticas de ponto flutuante com 64 bits.
99
0.7
Figura 4.12 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em azimute após processamento com 32 bits de
representação de ponto flutuante e funções para aritméticas de ponto flutuante com 64 bits.
Pela Figura 4.11 e pela Figura 4.12, percebe-se que, no limiar de 70,7% da amplitude
do sinal eco dos alvos pontuais, tanto para azimute quanto para range, a energia do sinal está
representação numérica de ponto flutuante com 64 bits, houve uma boa focalização pelo
Figura 4.13 - Módulo da imagem dos três alvos pontuais presentes nos dados brutos simulados com 32 bits
de representação de ponto flutuante e funções para aritmética de ponto flutuante com 32 bits.
0.7
≈4m ≈4m
≈4m
Figura 4.14 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em range após processamento com 32 bits de
representação de ponto flutuante e funções para aritmética de ponto flutuante com 32 bits.
101
0.7
≈4m ≈4m
≈4m
Figura 4.15 - Espalhamento da energia dos alvos pontuais em azimute após processamento com 32 bits de
representação de ponto flutuante e funções para aritmética de ponto flutuante com 32 bits.
Comparando-se a Figura 4.7 com a Figura 4.13, não se observa alteração visual.
imagem, uma vez que a resolução alcançada foi de 4 m, como para os casos anteriores.
imagem da direita para esquerda na tela do PC. A Figura 4.16 e a Figura 4.17 correspondem
ainda incompleto. Na Figura 4.18, a imagem visualizada contém mais de um frame devido a
presença de 6 alvos pontuais. Esta imagem corresponde ao resultado final observado, com o
teste anterior, o SimSAR executado na plataforma 2 viola o tempo limite devido à placa de
rede de 100 Mbps. Conforme analisado na seção 3.8.2, os limites de tempo são: T0 = 595 s,
Tempo de processamento
Tempo
TMC+ TOC+ ST+CV+ ST+SV+ ST+CV+ ST+SV+
Limite
CV+32 CV+32 32 32 64 64
Processamento
44,9 s 41,8 s 49,1 s 48,6 s 48,8 s 48,2 s 595 s
em range
Processamento
0,562 s 0,600 s 0,560 s 0,547 s 0,725 s 0,683 s 0,754 s
em azimute
Tempo total
6,06 s 29,9 s 5,97 s 5,62 s 7,53 s 6,99 s 7,54 s
para 10 frames
flutuante.
Figura 4.19 - Módulo da imagem ERS-1 focalizada: a) Precisão numérica de 64 bits para ponto flutuante.
Funções para aritmética de ponto flutuante de 64 bits; b) Módulo da imagem ERS-1 focalizada. Precisão
numérica de 32 bits para ponto flutuante. Funções para aritmética de ponto flutuante de 64 bits; c)
Módulo da imagem ERS-1 desfocada. Precisão numérica de 32 bits para ponto flutuante. Funções para
Comparando-se a Figura 4.19 a) e a Figura 4.19 b) com a Figura 3.6 a), percebe-se que
Uma comparação entre a Figura 4.19 c) e a Figura 3.6 a) permite observar que a
imagem resultante está desfocada. O resultado deste ensaio indica que uma representação
imagem, porém, o emprego de funções para aritmética de ponto flutuante de 32 bits tem um
ERS-1 é apresentado por três figuras com imagens em instantes diferentes do processo. A
Figura 4.20 c) tem-se imagem final observada, devendo-se imaginar um movimento contínuo
Pelos dados apresentados na Tabela 4.1 e na Tabela 4.2, observa-se que, com exceção
tempo real para todos os testes. Como era esperado, utilizando-se um computador com placa
de rede de 100 Mbps, não seria possível transferir dados entre o SimSAR e o ProcSAR numa
ProcSAR.
Pelos dados das tabelas, também se pode considerar que não houve influência da
Pelos resultados da Tabela 4.1, observa-se que existe ainda uma margem de tempo
para processamento. Dada esta margem de tempo, outras funcionalidades poderiam ser
aeronaves.
Pela Figura 4.7, Figura 4.8 e Figura 4.13 não se observam diferenças significativas no
ponto flutuante de 32 e 64 bits, bem como funções para aritmética de ponto flutuante de 32 e
64 bits. O mesmo resultado poderia ser verificado, de uma forma menos subjetiva, pelo
Comparando-se a Figura 4.19 a) e a Figura 4.19 b) com a Figura 3.6 a), percebe-se que
o processador SAR foi implementado corretamente, pois, partindo de dados obtidos de uma
visualmente as imagens, percebe-se que a focalização foi boa, pois se manteve os detalhes da
Já na comparação da Figura 4.19 c) com a Figura 3.6 a), percebe-se que a imagem não
foi focalizada corretamente. Esta degradação no processamento ocorreu devido à precisão nos
cálculos realizados. Por se utilizar funções numéricas com 32 bits, percebeu-se que havia um
erro de aproximadamente 108 entre o cálculo realizado, por exemplo, entre a função que
realiza a raiz quadrada de um número utilizando-se 32 bits e 64 bits. Este erro é multiplicado,
para o cenário ERS-1, por um número com ordem de grandeza de 1010 , o que torna o erro do
cálculo relevante. Já para o cenário simulado, a precisão das funções não foi relevante, pois a
ordem de grandeza dos valores é menor. Por exemplo, o número que era da ordem de
grandeza 1010 no cenário ERS-1 passa para uma ordem de grandeza 106 no cenário simulado,
dando a impressão de visualização contínua em tempo real, e não como fotografias. Uma vez
que a velocidade do sensor no cenário ERS-1 é alta (7120 m/s - Tabela 3.2), a cena se desloca
Com o cenário simulado, o fluxo de imagem é mais lento, permitindo observar com
mais clareza a imagem. Isto é o que se espera em um cenário real com SAR embarcado em
aeronave, uma vez que a velocidade da plataforma é menor que a da plataforma orbital
ERS-1.
108
5 Conclusões
Mesmo com dados capturados de plataforma orbital (cenário ERS-1), foi possível
obter tempos de processamento abaixo dos limites. O uso destes dados demonstrou que o
corretamente.
envolvendo aeronave, equipe de ensaio, etc. Contudo, a falta de dados obtidos de uma
aplicação real torna o desenvolvimento não conclusivo, podendo mascarar algum problema na
Utilizou-se a biblioteca FFTW em sua configuração mais básica. Isto implica que
existe margem para melhora no tempo de processamento Além disto, mais paralelismo pode
embarcado em aeronave, uma vez que se encontra na literatura [10] exemplo de aplicações
similares.
desenvolvimento. Um exemplo está nas bibliotecas utilizadas neste trabalho (FFTW, libxml2,
etc.).
Foi notada a importância com relação à precisão do cálculo das funções matemáticas
da resolução da imagem.
Ainda, foram deixadas margens para otimização do sistema, tanto em relação a tempo
Por fim, um estudo dos limites do sistema implementado com cenários mais
Referências
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of the IEEE, v. 93, n. 2, p. 216-231, Feb. 2005.
O uso de radares de imageamento, como o radar de abertura sintética - SAR - (do inglês: Synthetic
Aperture Radar), tem sido cada vez mais comum. Eles podem ser encontrados em sistemas de alto custo,
como plataformas orbitais, ou até em veículos aéreos não tripulados. A demanda crescente na obtenção
de informações para tomada de decisões em curto espaço de tempo, e avaliação da imagem em tempo
real, remete ao desafio do processamento de imagens SAR em tempo real. Diversas plataformas de
hardware podem ser empregadas para o processamento de imagens SAR em tempo real: processadores de
sinais digitais, unidade de processamento gráfico ou hardwares programáveis. Neste trabalho, propõe-se o
uso de um computador de propósito geral para realizar a tarefa de processar e exibir a imagem SAR,
focalizada em tempo suficiente de modo que não haja acúmulo de dados sem processamento. Os testes
realizados apresentam resultados que indicam a viabilidade do emprego desta plataforma de baixo custo
12.
GRAU DE SIGILO: