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Unidade didáctica: A competitividade dos diferentes modos de transporte

No final da unidade deves ser capaz de:

- Identificar o papel dos transportes no desenvolvimento económico e social das regiões;

- Relacionar a dinamização das actividades económicas com o desenvolvimento dos transportes;

- Relacionar o encurtamento das distâncias com o desenvolvimento dos transportes;

- Apresentar uma classificação dos meios de transporte;

- Identificar as vantagens associadas a cada meio de transporte;

- Identificar as desvantagens associadas a cada meio de transporte;

- Comparar as vantagens e as desvantagens dos diferentes modos de transporte.

Os transportes são imprescindíveis nas sociedades actuais e encontram-se em constante evolução.

Transporte é sinónimo de uma actividade que visa levar algo através do espaço, ou seja, de um lugar
para outro.

Os diferentes modos de transporte possuem uma rede (conjunto de estradas, vias-férreas, rios
navegáveis, canais, oleodutos e gasodutos que se interligam, formando uma malha mais ou menos
densa) própria.

A rede rodoviária é constituída pelas auto-estradas e estradas, a rede ferroviária é composta pelas linhas
férreas, etc. As redes de transporte organiza-se em "nós" (as estações ferroviárias, os portos marítimos
e os aeroportos).

A diversidade dos modos de transporte e a desigualdade espacial das redes

A grande flexibilidade e mobilidade dos transportes terrestres permitiram o maior distanciamento entre
as áreas de residência e as áreas de trabalho, levando à expansão das cidades. Os transportes são muito
importantes para o desenvolvimento das regiões. O aumento da mobilidade permitiu desenvolver o
comércio e, consequentemente, as actividades produtivas, quer a nível regional, quer a nível
internacional, diminuir as assimetrias regionais e a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da
população. Ao mesmo tempo, ajudou à expansão de novas formas de organização do espaço, referindo-
se a titulo de exemplo o crescimento dos subúrbios nas grandes cidades, à redistribuição espacial da
população, como a eclosão e intensificação de movimentos migratórios, assim como à massificação de
fenómenos sociais, culturais e económicos, como é o caso do turismo.

Papel dos Transportes no desenvolvimento económico e social das


regiões.
As infra-estruturas de transportes como estradas, pontes, túneis, vias férreas, aeroportos, portos
marítimos e fluviais têm contribuído para reduzir as distâncias, permitindo ultrapassar barreiras físicas
como rios e montanhas, condicionando a acessibilidade das regiões e, por isso, o seu desenvolvimento
económico e social.

Actualmente, os transportes:

• São responsáveis pela crescente mobilidade das pessoas para os empregos, nas
deslocações quotidianas, nas viagens de turismo, promovem o aproveitamento dos recursos
endógenos (exploração dos recursos locais). etc.;

• Facilitam o desenvolvimento do comércio e das actividades produtivas, ;

• Permitem a difusão de ideias, de culturas e de técnicas;

• Estruturam o espaço urbano (cidades que crescem, serviços, comércio, industriais e


urbanas que se expandem, etc.);

• Promovem a troca de produtos, bens, pessoas, informação (interacção espacial) entre as


diversas regiões dentro do país e entre os diferentes povos do mundo;

• Promovem as actividades económicas e sociais, permitindo a implantação da indústria,


o alargamento dos mercados (intensificam as trocas comerciais) e o aumento da produção;

• Geram uma multiplicidade de serviços e de comércio e actividades produtivas;

• Criam emprego;

• Facilitam a divisão internacional do trabalho;

• Flexibilizam a localização das actividades económicas;

• Permitem uma melhor e mais rápida distribuição de bens (produtos, equipamentos e


matérias-primas) e serviços, traduzindo-se na subida do nível médio de vida da população;

• Permitem a mobilidade da população (casa / trabalho, viagens de negócios, turismo...);

• Facilitam o intercâmbio de técnicas e constituem um factor de aproximação de povos e


culturas;

• Quebram o isolamento das regiões desfavorecidas;

• Atenuam as assimetrias socioeconómicas regionais;

• Permitindo a especialização, o aumento de rendimento, de produtividade e dispersão das


actividades económicas, permitem o desenvolvimento integral das diferentes regiões;
• Um sistema de vias de comunicação desenvolvido e eficiente (grande acessibilidade)
indica a grande mobilidade da comunidade à procura das suas necessidades, assegurando às
populações e agentes económicos iguais oportunidades de aceder a níveis de serviços elevados
e com características idênticas.

Antes da Revolução Industrial, as comunicações e os transpor

tes eram lentos e pouco seguros. Os fluxos comerciais, as viagens e o conhecimento de outros lugares
eram muito limitados. A evolução dos transportes e das comunicações tem sido tão rápida que quase
podemos afirmar que o ser humano vence distâncias, dando-nos a a sensação de que a distância física
diminuiu, "encolhendo" o Mundo

A modernização dos transportes modificou a noção de distância. Antigamente a distância física media-
se em termos absolutos (distância em quilómetros), na actualidade mede-se em termos relativos
(distância-relativa): distância-tempo e distância-custo).

A maior velocidade dos transportes permitiu diminuir a

distância-tempo (corresponde ao tempo utilizado para percorrer uma determinada distância). A


maior capacidade de carga dos transportes e a diminuição dos custos permitiram reduzir a distância-
custo ( corresponde ao custo associado a uma determinada distância).
A

acessibilidade (maior ou menor facilidade com que se atinge um local; depende do tipo de
transporte, das condições da via, da intensidade do tráfego e dos custos associados) dos lugares pode
ser medida utilizando os indicadores distância-tempo e distância-custo.
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Fig 1. - Alteração da distância física ao longo dos anos

A escolha do modo de transporte mais eficaz

A tomada de decisão quanto ao modo de transporte mais adequado está presente diariamente, desde o
cidadão comum até aos gestores das maiores empresas mundiais que lidam com transportes de pessoas e
mercadorias a longas distâncias. A escolha nem sempre é um processo simples e, normalmente, estão
envolvidas diversas variáveis.
A análise das vantagens e das desvantagens de cada modo de transporte permite tornar as decisões mais
adequadas. Estas devem ter em conta os seguintes aspectos:

Distância-custo - relacionar a disponibilidade económica com o tipo de mercadoria a transportar. Esta


opção pode condicionar os lucros de uma empresa ou o orçamento de uma família que vai de férias, por
exemplo. Para o transporte de passageiros, é preciso, então, arranjar uma solução de compromisso entre
a disponibilidade económica e a distância relativamente ao destino. Para as mercadorias, é sempre uma
questão de competitividade da mercadoria: um transporte mais caro vai fazer aumentar o preço final da
mercadoria e, consequentemente, diminuir a sua competitividade.
Distância-tempo - verificar a urgência do transporte e tentar responder às questões sobre a
perecibilidade das mercadorias ou os constrangimentos de tempo dos passageiros.

Fiabilidade ou o nível de segurança - escolher transportes especializados em função de necessidades


específicas no transporte de algumas mercadorias. Por exemplo, é preciso garantir condições de
segurança no transporte de combustíveis, lixos tóxicos, etc. Por outro lado, no transporte de alimentos, a
perecibilidade da mercadoria é um aspecto da máxima importância.

Questões ligadas ao contexto e ao propósito das deslocações, no caso do transporte de passageiros. Por
exemplo, é essencial verificar a necessidade de trabalhar ou de descansar durante a viagem. O comboio
Alfa Pendular já está equipado para se poder trabalhar durante a viagem.

Fig. 2 - Navio de
Fig. 3. - Comboio Alfa
transporte de gás Fig. 4 - Aeroporto
Pendular
natural

A competitividade dos diferentes modos de transporte

As principais redes de transporte utilizadas para o estabelecimento de ligações são: a rede rodoviária, a
rede ferroviária, a rede marítima e a rede aérea. A escolha do modo transporte a utilizar depende de
vários factores, podendo enunciar-se como os mais importantes o custo do transporte, o tipo de
mercadoria a transportar, a distância a vencer, o tempo gasto no percurso e o tipo de trajecto a percorrer.

Em Portugal, no tráfego internacional de mercadorias, o transporte é realizado, na maioria dos casos,


por via marítima, ao qual se segue o transporte rodoviário, que nos últimos anos tem registado um
crescimento assinalável.

Fig. 5- Competitividade dos diferentes meios de transporte


A competitividade dos meios de transporte depende do custo para transportar mercadorias e
pessoas. O custo varia com a distância a percorrer e com o transporte utilizado.

- Os transportes rodoviários são os mais indicados, no transporte intracontinental, para transportar


pessoas e mercadorias a curtas distâncias.

- Os transportes ferroviários são os mais indicados, no transporte intracontinental, para transportar


muitas pessoas e grandes cargas a médias e a longas distâncias.

- Os transportes marítimos são os mais adequados, no transporte intercontinental, de grandes cargas


a longas distâncias.

- Os transportes aéreos são os mais rápidos (chegam mais longe em menos tempo), mas são caros,
poluentes e têm um consumo elevado de combustível, sendo preferido nas deslocações a médias e longas
distâncias no tráfego de passageiros devido à sua velocidade, conforto e rapidez.

Transporte de mercadorias - Tipo de transportes

Logística

O futuro do transporte

Transporte rodoviário

O transporte rodoviário integra-se nos transportes terrestres. Tem-se verificado um grande


desenvolvimento e modernização dos transportes rodoviários, tanto a nível das infra-estruturas (pontes,
túneis, estradas e auto-estradas) como do parque automóvel, quer no que respeita aos veículos pesados,
quer aos ligeiros. O aumento da velocidade, a capacidade de carga e a especialização dos veículos
contribuíram para aumentar a sua importância no tráfego de passageiros e de mercadorias
diversificadas. Tudo isto reflexo da diminuição dos custos de transporte e do aumento da sua
competitividade face a outros meios, nomeadamente o ferroviário, a quem superou no tráfego interno de
passageiros e mercadorias. Na actualidade, o modo de transporte mais utilizado na deslocação de
pessoas e de bens, relativamente ao total de mercadorias saídas de Portugal para a Europa, para curtas e
médias distâncias é o transporte rodoviário, pois apresenta uma grande flexibilidade, permitindo o
transporte porta a porta e revela-se rápido e cómodo.

Os portugueses utilizam muito o automóvel particular nas deslocações diárias casa-trabalho-casa


( migrações pendulares) em detrimento dos transportes públicos.

A periferia das grandes cidades tem atraído um grande numero de pessoas que aí fixam residência,
continuando a trabalhar nas cidades. Deste modo, todos os dias é habitual verificarem-se problemas de
trânsito nos principais eixos de ligação das periferias às grandes cidades, em especial nas duas Áreas
Metropolitanas (Lisboa e Porto).

Em Portugal circulam, em algumas cidades, autocarros ecológicos. Uns funcionam a gás natural e, no
caso do Porto, há autocarros movidos a hidrogénio, ainda em regime experimental. No caso de Coimbra,
Bragança, Viana do Castelo, Viseu e Portalegre há uns pequenos autocarros movidos a energia eléctrica.

O crescimento deste meio de transporte tem-se traduzido no excessivo tráfego, especialmente nos
grandes centros urbanos, onde os congestionamentos são cada vez mais frequentes e intensos,
principalmente às horas de ponta, num elevado consumo de combustível e num aumento da poluição e
ao aumento do desgaste psicológico, à dificuldade em estacionar, entre outros. A elevada sinistralidade é
outro dos grandes problemas associados à utilização deste meio de transporte.

Causas da elevada sinistralidade:

- Atitude incorrecta do condutor;

- Más condições do veiculo;

- Condições atmosféricas desfavoráveis;

- Má sinalização;

- Mau traçado das estradas (curvas acentuadas, fortes declives);

Vantagens
Desvantagens

- Dispõe de uma rede muito • Elevada sinistralidade.


ramificada extensa/densa.

• Ocupação de grandes espaços pelas


- Prático, rápido e económico para infra-estruturas.
curtas e médias distâncias. • Impacto territorial negativo
(separação de propriedades e
- Os transportadores não
aglomerados).
necessitam de grandes
investimentos (além do custo dos
veículos). • Elevado consumo energético
(aumenta a dependência externa).
- Grande mobilidade, comodidade
e flexibilidade nos itinerários,
permitindo a circulação de pessoas • Tráfego intenso e congestionamento
e mercadorias de porta a porta.
Esta grande mobilidade permitiu o nas áreas urbanas.
crescimento das cidades para
periferia e o aumento das
• Estacionamento (custos ou
distancias entre as áreas de
dificuldades).
residência e de trabalho.

- Rapidez nas operações de carga


• Reduzida capacidade de carga (face
e descarga, sendo o transporte
aos transportes ferroviário e marítimo)
mais adequado para mercadorias
com pouco volume e peso.
• Elevados custos com a rede de
- Grande grau de especialização
infraestruturas (estradas, auto-estradas,
(frigoríficos, cisternas,
pontes, etc.)
contentores,...).
- Elevado consumo de espaço
- Veículos de grande capacidade
(estradas, parques de estacionamento)
de carga.
e de combustível.
- Adapta-se a cargas pouco
- Elevado consumo de combustíveis
volumosas.
fósseis (petróleo).
- Rapidez e baixo custo a curtas e
• Impacto ambiental negativo (poluição
medias distancias.
atmosférica, sonora e dos solos) e
perda de biodiversidade e de terrenos
agrícolas).

- Reduzida (ou limitada) capacidade de


carga.

Transporte ferroviário

A partir de meados do século XX, o desenvolvimento do transporte aéreo e a melhoria das vias
rodoviárias contribuíram para a diminuição da utilização do comboio.

O transporte ferroviário conheceu nas últimas décadas sucessivas inovações ( electrificação das redes,
modernização das vias, sistemas de sinalização) que lhe permitiu adquirir maior velocidade,
comodidade, especialização dos serviços (vagões-cisterna, vagões frigoríficos, porta-contentores) e um
diminuição dos custos, devido à forte competição com os outros modos de transporte. Todas estas
alterações contribuíram para o aumento da mobilidade de pessoas e de mercadorias.A
No século X.X. o transporte sofreu uma forte concorrência de outros modos de transporte,
nomeadamente:

- do aéreo, que, por ser mais rápido a longas distâncias, conquistou o tráfego de passageiros;

- do rodoviário, que, por ser mais flexível nos itinerários permitindo o transporte porta-a-porta,
conquistou o tráfego de passageiros e mercadorias a curtas e medias distancias.

A rede ferroviária portuguesa é pouco extensa e muitas linhas do interior do país encontram-se
desactivadas. O despovoamento e a melhoria das vias rodoviárias contribuíram para a diminuição da
utilização do comboio em algumas regiões.

Comboio no Douro

TGV

No entanto, tem-se investido na modernização das principais linhas ferroviárias de que é exemplo a
construção da futura linha de alta velocidade que vai ligar Lisboa a outras capitais europeias, via Madrid.

Hoje em dia, verifica-se que a rede ferroviária de alta velocidade compete directamente com o avião nas
ligações inter-regionais de média distância. Por outro lado, as redes ferroviárias urbanas e suburbanas
competem com o transporte rodoviário nas deslocações diárias de curta distância.

A comodidade, segurança, insonorização e rapidez permitem ao comboio de alta velocidade competir


com o avião e o transporte rodoviário a médias distâncias.

O metropolitano é o meio de transporte ferroviário mais indicado para a circulação urbana, sendo muito
utilizado nas grandes áreas urbanas , como Lisboa e Porto.

Fig. 6 ( A e B) - Metropolitano de Lisboa e Porto


Os aspectos positivos deste meio de transporte começam a ser realçados num momento em que os países
desenvolvidos aumentam as preocupações com a poluição, com o aumento do consumo dos
combustíveis fósseis, com o congestionamento do tráfego rodoviário e com a crescente sinistralidade
observada nas estradas. Neste contexto, a via ferroviária apresenta-se como um meio de transporte
economicamente vantajoso para o tráfego de mercadorias pesadas e volumosas, a médias e longas
distâncias, com maior capacidade de carga que o transporte rodoviário, menor consumo de energia e
menos poluição. Ocupa menos espaço (carris em relação às estradas. Caracteriza-se, ainda, por uma
baixa sinistralidade e o aumento da sua velocidade média (alta velocidade - TGV) Por outro lado, é
bastante confortável.

É muito rígido e envolve infra-estruturas com elevado custo de instalação. À medida que os transportes
rodoviários de foram desenvolvendo, este foi perdendo competitividade, quer no transporte de
passageiros quer no de mercadorias, apresentando actualmente uma utilização mais modesta, tanto nas
ligações nacionais, quer nas internacionais. Na origem desta situação encontram-se alguns dos aspectos
mais negativos deste meio de transporte, nomeadamente o carácter fixo dos seus itinerários, que se
traduz numa menor flexibilidade e na exigência de transbordo, o que, além de retirar comodidade,
aumento o custo do transporte, não só pela perda de tempo que implica, como pelo aumento da mão-de-
obra utilizada.

Vantagens
Desvantagens
- Económico para o transporte de - Fraca flexibilidade –
mercadorias a médias e longas distâncias. Limitações da rede -
itinerários fixos, implicando o
- Meio de transporte regular, confortável e
transbordo de passageiros e
seguro.
mercadorias.
- Menos poluente e consome menos
recursos.
- os elevados investimentos na
- Reduzido impacto ambiental.
construção e manutenção das
- Pequeno consumo de energia, por cada
linhas férreas. Este facto
unidade transportada.
também explica que sejam os
-Rápido, não tem congestionamentos.
países desenvolvidos os que
-Fraca sinistralidade. têm maior densidade de vias
férreas.
- Elevada capacidade de carga
(mercadorias e passageiros).

- permite viagens rápidas (comboio de alta


velocidade).
-Elevados investimentos na

- Económico no transporte de mercadorias manutenção e construção dos


pesadas e volumosas a medias e longas equipamentos e de
distâncias (minerais, carvão, cereais,
automóveis, etc.,). infraestruturas.

- tem um fraco consumo de energia;

Transportes aquáticos

O transporte aquático engloba o transporte marítimo e fluvial.

Os oceanos, os mares e os rios foram muito utilizados no passado como vias de comunicação, para o
transporte de pessoas e de mercadorias.

Na actualidade, os transportes aquáticos são fundamentalmente utilizados no transporte de mercadorias a


longas distâncias, em especial no transporte intercontinental. O transporte de passageiros é pouco
significativo, sendo mais utilizado para curtas travessias ( ferry-boat) e viagens turísticas (cruzeiros).

Transporte Fluvial

O transporte fluvial é utilizado na realização de cruzeiros turísticos, como os que navegam no rio Douro,
para travessias de curta distâncias, como é o caso dos serviços de ferry-boat que existem no rio Tejo ( os
populares cacilheiros).

Os ferry-boat fazem travessias fluviais, como nos rios Minho, Tejo e Sado, e marítimos, como entre as
ilhas da Madeira e do Porto Santo e entre as ilhas dos Açores.

Cacilheiro é o nome típico dado ao barco que faz a travessia do rio Tejo entre a cidade de Lisboa e a
margem sul (do Tejo) derivado da localidade de Cacilhas.

Fig. 7 - Cacilheiro -(Transporte Fluvial sobre o Tejo)


Elimina o congestionamento terrestre

Alguns pontos fortes do transporte fluvial:


- grande capacidade de carga e facilitador do turismo;

Alguns pontos fracos do transporte fluvial


- A maioria dos rios portugueses não é navegável devido ao regime irregular e ao seu baixo caudal.
- os desníveis (ultrapassados com as eclusas – ex. rio Douro);
- podem ser extremamente poluentes.

Fig. 8 - Paquete

Transporte marítimos

O transporte marítimo tem grande importância nas trocas comerciais entre os países. A maior parte do
comércio internacional de mercadorias é feita por via marítima. Em Portugal, cerca de 80% do comércio
internacional de mercadorias é feito por via marítima. A esta utilização do transporte marítimo não é
alheia a localização geográfica do nosso país. Este meio de transporte revela-se vantajoso no tráfego de
mercadorias pesadas e volumosas, a longas distâncias, com preços relativamente económicos, revelando-
se muitas vezes o único possível quando se trata de trajectos intercontinentais.

O transporte marítimo desempenha um papel importante na ligação das ilhas ao continente, e em


cruzeiros (viagens turísticas/ hotéis flutuantes) Portos: Lisboa e Funchal.

Os transportes marítimos tem sofrido grandes revelações tecnológicas, que se traduziram no aumento da
velocidade, comodidade, dimensão e capacidade dos navios e de uma maior especialização, o que
permitiu diminuir os custos de transporte a grandes distâncias. A intensificação das trocas levou a um
aumento da capacidade do navios e a sua especialização (petroleiros, carvoeiros, mineraleiros,
cerealeiros, porta-contentores, etc.) torna-o cada vez mais atractivo, pois confere-lhe a possibilidade de
transportar várias mercadorias, em boas condições de acondicionamento. Oferece maior segurança no
transporte e maior rapidez nas operações de carga e descarga.

Todas estas transformações que se registaram nos navios exigiram uma a reestruturação dos portos, que
tiveram de se modernizar e especializar – portos petroleiros, mineraleiros, porta-contentores.

Assistiu-se, ainda, a uma articulação entre os vários modos de transporte, de forma a tornar mais rápidas
e eficazes as operações de transbordo do barco para o comboio ou do barco para o camião transporte
multimodal.
Com a adesão à União Europeia, este transporte perdeu importância, uma vez que o comércio externo
nacional se passou a processar maioritariamente com os países comunitários, utilizando-se a via
terrestre.

Portugal pode oferecer serviços de transhipment – transbordo de mercadorias de um navio para o outro
(por exemplo, um navio de longo curso descarrega as mercadorias num porto português que as faz
chegar a outros portos europeus, em navios de menor dimensão, e vice-versa. Em Portugal, os portos são
muito caros, pouco seguros e pouco eficazes.

Por isso, aproveitar as potencialidades da costa nacional como fachada atlântica de entrada na Europa é
um objectivo da Política Geral de Transportes. Para isso, é necessário:

- Desenvolver os serviços de transporte marítimo de curta distância;

- Desenvolver as infra-estruturas logísticas e intermodais nos portos;

- Iniciar a exploração do terminal dos contentores do porto de Sines;

- Melhorar as infra-estruturas e ligações ferroviárias de tráfego de mercadorias;

-Estimular a complementaridade entre portos, por forma a aumentar a eficiência e a atrair carga.

Fig. 9 - A extensa costa portuguesa permitiu o desenvolvimento


do transporte marítimo e a existência de vários portos marítimos.

Em Portugal, cerca de 80% do comércio internacional de mercadorias é feito por via marítima. A esta
utilização do transporte marítimo não é alheia a localização geográfica do nosso país. Este meio de
transporte revela-se vantajoso no tráfego de mercadorias pesadas e volumosas, a longas distâncias, com
preços relativamente económicos, revelando-se muitas vezes o único possível quando se trata de
trajectos intercontinentais. A crescente especialização que este vem apresentando (petroleiros,
carvoeiros, mineraleiros, cerealeiros, porta-contentores, etc.) torna-o cada vez mais atractivo, pois
confere-lhe a possibilidade de transportar várias mercadorias, em boas condições de acondicionamento.
Oferece maior segurança no transporte e maior rapidez nas operações de carga e descarga.

O transporte marítimo apresenta baixa flexibilidade, menor velocidade média alcançada (relativamente
ao avião e ao TGV) apesar de actualmente serem mais rápidos – 1hr de avião = 1 dia de barco) e a
exigência de transbordo. Poluição muito elevada quando há um desastre (Prestige).

Vantagens
Desvantagens
- Permite descongestionar as vias terrestres.
- É lento quando comparado com
os restantes modos de transporte,
- Grande capacidade de carga (petroleiros,
metaneiros, porta-contentores) e facilitador não se adequa a mercadorias
do turismo. perecíveis.

- Adequado para médias e longas distâncias


(e curtas por cabotagem). - Elevados investimentos na

- Menos dispendioso para o transporte construção de infra-estruturas

a longa distância de mercadorias portuárias.

pesadas e de baixo valor (minérios, - podem ser extremamente


carvão. Petróleo, cereais, etc.). poluentes.

- Riscos de acidentes (derrames,


- Preços concorrenciais (para encalhes).
transporte de mercadorias). -É pouco competitivo no
transporte de mercadorias a
- Tem grande capacidade de carga de curtas e medias distâncias e
mercadorias e assegura o transporte de praticamente não é utilizado
passageiros. passageiros, a não ser em
situações de turismo.
- Conhece uma crescente
especialização e ligação a outros - Exige, com frequência,
modos de transporte, através da transbordo de mercadoria.
utilização de contentores que, depois
de desembarcados, são colocados no
comboio ou num camião transbordo.
Transporte aéreo

O desenvolvimento dos transportes aéreos tem permitido a rápida deslocação de pessoas e bens por todo
o planeta

Nas duas últimas décadas, a rápida evolução do transporte aéreo é responsável pelo crescente
congestionamento do espaço aéreo e dos aeroportos.

O avião é o meio de transporte que mais contribui para a diminuição da relação distância-tempo.

Em Portugal, o transporte aéreo é ainda pouco utilizado nas deslocações internas, dada a reduzida
dimensão do nosso país. No entanto, é o meio de eleição para as deslocações entre o continente e as
Regiões Autónomas da madeira e dos Açores.

Fig 10- A distância - tempo em função do comboio


de alta velocidade na Europa

Airbus A380

A aviação comercial conheceu um grande desenvolvimento a partir da 2º Guerra Mundial,


transformando o avião num dos principais meios de transporte passageiros e mercadorias.

O transporte aéreo, ao percorrer rapidamente distâncias entre os diferentes locais a nível mundial, foi o
que mais contribuiu para a redução da distância-tempo. Aliando rapidez à comodidade e segurança, o
avião suplantou o automóvel, o comboio e o barco no transporte passageiros a médias e longas
distâncias.

Os aeroportos exercem uma forte atracção sobre actividades ligadas à indústria e aos serviços. Assim,
junto aos aeroportos surgem novas áreas industriais.

Este encontra-se especialmente vocacionado para o tráfego de passageiros, dada a rapidez, a comodidade
e até a segurança que oferece. A sua utilização tem vindo a aumentar muito significativamente em todo o
Mundo, para viagens longas e também para médias distâncias.

Na actualidade, a competitividade entre as companhias de aviões é terrível tornando deste modo, o


bilhete da viagem mais económico em viagens low cost (Custos baixos com reservas com antecedência -
Quanto mais cedo se comprar o bilhete mais barato será o seu preço).

Relativamente ao transporte de mercadorias, a sua utilização é restrita dada a fraca capacidade de carga e
dos elevados custos de transporte, apesar de se registar um aumento significativo. É especialmente
indicado para o transporte de mercadorias leves, pouco volumosas, de grande valor unitário e perecíveis.

Gera bastante poluição (atmosférica, sonora), implica grande consumo de energia e a saturação do
espaço aéreo, que se reflecte no decréscimo de segurança.

Os transportes aéreos são os mais rápidos ( chegam mais longe em menos tempo), mas são caros,
poluentes e têm um consumo elevado de combustível.

Vantagens
Desvantagens(1)
- Permite vencer - Elevada poluição atmosférica, devido à emissão
longas distâncias. - de dióxido de carbono.
Geralmente seguro,
- Poluição sonora nas áreas próximas dos
cómodo e rápido.
aeroportos.
- Adequado para
- Exige elevados investimentos em manutenção e
transportes
infra-estruturas(técnicas e humanas).
urgentes, de valores
ou mercadorias - Forte consumidor de espaço – construção das
perecíveis. infra-estruturas : aeroportos, pistas de aterragem,
- É o mais rápido etc.).
para o transporte de
passageiros a - Custo elevado e baixa capacidade de carga.
médias e grandes
- Exige, com frequência , transbordo de
distâncias.
mercadoria.
- É o mais - Dispendioso (elevado preço das deslocações).
adequado para o
- Grande consumo de combustível.
transporte de
mercadorias de alto - Capacidade limitada para o transporte de
valor (diamantes, mercadorias.
instrumentos de
óptica, produtos - Elevada densidade de tráfego aéreo está a
farmacêuticos, etc.) provocar o congestionamento de algumas aéreas,
e de mercadorias gerando problemas de segurança.
perecíveis (fruta,
- Perdas de tempo no embarque e desembarque.
flores, etc.).
- Localização problemática dos aeroportos
(distância à cidade).
1 - No caso português, há muitas outras desvantagens que se traduzem pela falta de
eficácia e de fiabilidade

Transporte de energia

O transporte de energia, por condutas tubulares, tem sido incrementado ao longo do século X.X., para
transportar a longas distâncias o gás natural, através dos gasodutos e o petróleo , por oleodutos.

Estes tipos de transporte de energia estão associados a um menor risco de poluição e a uma maior
facilidade na distribuição e no acesso aos combustíveis: como permitem o escoamento de grandes
volumes de combustíveis, são considerados como a melhor solução para o transporte do gás natural e do
petróleo, desde os locais de origem, de extracção ou portos, até às refinarias e unidades petroquímicas.

As condutas tubulares são muito utilizadas na ligação entre os portos marítimos e os locais de destino.
Fig 11- Rede de Gasodutos

Oleodutos e gasodutos

Alguns pontos fortes do transporte terrestre por pipelines (tubulares - oleodutos e gasodutos ):

- Seguro;

- Pouco poluente;

- Económico em relação ao transporte marítimo;

- Redução dos custos de transporte;

- Forma mais segura de transportar energia por terra (menor poluição).

Alguns pontos fracos do transporte terrestre por oleodutos e gasodutos:


- Dificuldade de armazenamento;

- Não permite o armazenamento da energia;

- Dificuldade em alterar o percurso e a quantidade transportada;

- Destruição dos ecossistemas;

- Não se pode mudar o percurso (ex. a Bielo-Rússia impediu, durante algumas semanas, o abastecimento
de gás-natural da Rússia para a Alemanha).

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