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Resolucao de problemas
Universidade Maputo
Maputo
2019
A Resolução de Problemas em meio à Educação Matemática
Dante (1989) faz distinção entre exercício e problema. Exercício serve para exercitar,
para praticar um determinado algoritmo ou processo e, problema é a descrição de uma situação
em que se procura algo desconhecido e não se tem com antecipação nenhum algoritmo que
garanta a solução. Para esse autor, a resolução de um problema exige certa dose de iniciativa e
criatividade, aliada ao conhecimento de algumas estratégias. No entanto, devemos perceber que
tanto os exercícios quantos os problemas têm seu valor competindo ao professor manter um
equilíbrio dos mesmos durante o ano letivo.
De acordo com Dante (1989) os objetivos da resolução de problemas são
Fazer o aluno pensar produtivamente.
Desenvolver o raciocínio do aluno.
Ensinar o aluno a enfrentar situações novas.
Dar ao aluno a oportunidade de se envolver com as aplicações da Matemática.
Tornar as aulas de Matemática mais interessantes e desafiadoras.
Equipar o aluno com estratégias para resolver problemas.
Dar uma boa base matemática às pessoas.
Essas são algumas indagações que se pode fazer para procurar compreender o problema.
A compreensão do problema está diretamente ligada à leitura e à interpretação, por isso é
necessário que o aluno realmente deseje resolver o problema, ou seja, tenha interesse, esteja
motivado para achar a solução.
2. Estabelecimento de um plano
- Qual é o seu plano para resolver o problema?
- Que estratégia você tentará desenvolver?
- Você se lembra de um problema semelhante que pode ajudá-lo a resolver este?
- Tente organizar os dados em tabelas e gráficos.
- Tente resolver o problema por partes.
3. Execução do plano
- Execute o plano elaborado, verificando o passo a passo.
- Efetue todos os cálculos indicado no plano.
- Execute todas as estratégias pensadas, obtendo várias maneiras de resolver o mesmo problema.
Esta etapa é, teoricamente, mais fácil que elaborar o plano. É nesta fase que se executará,
passo a passo, o plano elaborado verificando se tudo está de acordo com o programado. Para que
se atinja o objetivo é importante que o próprio aluno tenha elaborado o plano.
4. Retrospecto ou verificação
- Examine se a solução obtida está correta.
- Existe outra maneira de resolver o problema?
-É possível usar o método empregado para resolver problemas semelhantes?
Esta fase é importante porque é aí que será verificado se o plano foi bem executado, se há
necessidade de ajustes, se a resposta está coerente, se há possibilidade de ir por outro caminho
mais prático e seguro. Pode-se, muitas vezes, fazer a verificação da resposta, em que o
retrospecto pode determinar se a conclusão é correta ou não. Pode-se, também, verificar se é
possível utilizar a resposta ou a resolução em outro problema.
Para Dante (1989), ensinar a resolver problema é uma tarefa mais difícil do que ensinar
conceitos, habilidades e algoritmos matemáticos. Não é um mecanismo direto de ensino, mas
uma variedade de processos de pensamento que precisam ser cuidadosamente desenvolvidos
pelo aluno com o apoio e incentivo do professor.
O professor deve fazer perguntas para que os alunos possam compreender o problema. Os
alunos devem ser encorajados a fazer perguntas ao professor e entre eles mesmos, pois assim,
vão esclarecendo os pontos fundamentais, vão destacando as informações importantes do
problema, vão compreendendo melhor o que o problema pede e que dados e condições possuem
para resolvê-lo.
Segundo Onuchic (1999), o problema não deve ser tratado como um caso isolado, mas
como um passo para alcançar a natureza interna da Matemática, assim como seus usos e
aplicações. Ele define como problema tudo aquilo que não se sabe fazer, mas que se está
interessado em resolver.
Dante (1989) classifica os problemas em vários tipos.
Exercícios de reconhecimento : o objetivo é fazer com que o aluno reconheça,
identifique ou lembre um conceito, um fato específico, uma definição, uma propriedade,
etc.
Exercícios de algoritmos: podem ser resolvidos passo a passo. Servem para treinar a
habilidade em executar um algoritmo e reforçar conhecimentos anteriores.
Para se desenvolver uma boa atividade, o que menos importa é saber como são
classificados os problemas. O principal é analisar o potencial do problema no desenvolvimento
de capacidades cognitivas, procedimentos e atitudes e na construção de conceitos e aquisição de
fatos da Matemática. O melhor critério para organizar um repertório é selecionar, ou mesmo
formular problemas que possibilitem aos alunos pensar sobre o próprio pensamento, que os
coloquem diante de variadas situações.
Uma situação didática é constituída pelas diversas relações pedagógicas estabelecidas
entre o professor, os alunos e o saber, com o propósito de desenvolver atividades direcionadas
para o ensino e para a aprendizagem de um conteúdo específico. Esses três componentes de uma
situação didática (professor, aluno, saber) compõem a parte indispensável para caracterizar o
espaço vivo de uma sala de aula. Esses três elementos não são suficientes para abranger toda a
complexidade do fenômeno cognitivo, por causa disso deve-se fazer a vinculação entre eles e
outros elementos do sistema didático como: objetivos, métodos, posições teóricas, recursos
didáticos, etc.
Deve-se considerar que um dos desafios da didática é que cada um desses elementos
recebe influências diretas da especificidade do conteúdo. No contexto da Educação Matemática,
um dos aspectos dessa particularidade é uma possível influência da natureza do saber
matemático nas relações pedagógicas estabelecidas entre o professor e o aluno.
Outro aspecto relevante a ser considerado nas situações didáticas é o problema da
apresentação do conteúdo em um contexto que seja significativo para o aluno, do contrário,
perde-se a dimensão de seus valores educativos.