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RESUMO
ABSTRACT
O segundo factor (Quadro 2), dos pais para com a criança e compor-
Rejeição é composto por 8 itens, que tamentos de rejeição.
manifestam hostilidade física e verbal
2 Sentes-te triste quando os teus pais não te dão o que queres? 0,28 0,38
10 Tratam-te como o “mau da história” e deitam-te as culpas de tudo o que acontece em tua casa? 0,53 0,52
11 Os teus pais gostavam que te parecesses com outra criança? 0,34 0,39
17 Achas que os teus pais são “forretas” e “duros” contigo? 0,51 0,60
25 Os teus pais dizem que não gostam da maneira como te comportas em casa? 0,49 0,46
26 Os teus pais zangam-se ou chamam-te de preguiçoso à frente de outras pessoas? 0,58 0,54
28 Os teus pais batem-te sem motivo? 0,56 0,60
31 Os teus pais ficam tristes ou aborrecidos contigo sem te dizerem a razão? 0,52 0,50
Os teus pais proíbem-te de fazer coisas que os teus amigos podem fazer, por medo que te
5 0,55 0,50
aconteça algo de mal?
Os teus pais preocupam-se em saber o que fazes quando sais da escola, quando sais com
6 0,28 0,37
algum amigo, etc.?
8 Quando fazes algo mal, os teus pais ficam tão tristes que te fazem sentir culpado? 0,43 0,43
15 Os teus pais querem que lhes contes os teus segredos? 0,40 0,39
18 Os teus pais dizem-te coisas como esta: “Se fazes isto, vou ficar muito triste”? 0,36 0,34
19 Ao chegar a casa tens que contar aos teus pais o que fizeste? 0,42 0,41
22 Os teus pais dizem-te que não te compram algo para que não sejas um menino 0,38 0,36
23 Sentes-te culpado quando não te comportas como os teus pais querem? 0,53 0,61
30 Os teus pais têm demasiado medo que te aconteça algo de mal? 0,50 0,46
Pai Mãe
Correl. Média Correl. Média
α de Cronbach α de Cronbach
Interitens Interitens
Suporte Emocional 0,85 0,29 0,83 0,27
Pai Mãe
****p<0,001
Correlações entre escalas associações positivas e significati-
vas entre as sub-escalas Rejeição e
Os padrões de associações entre Tentativa de Controlo. Observa-se
cada uma das sub-escalas são idên- igualmente uma associação positi-
ticos para as respostas relativamen- va e significativa entre as sub-esca-
te a ambos os progenitores (Quadro las Suporte Emocional e Tentativa
6). Assim, no sentido do esperado, de Controlo, ainda de maior magni-
verificam-se associações negativas tude que a associação entre as sub-
e significativas entre as sub-escalas escalas Rejeição e Tentativa de
Suporte Emocional e a Rejeição e Controlo.
RIDEP · Nº 24 · Vol. 2 · 2007
203
Pai Mãe
Tentativa Tentativa
Rejeição Rejeição
Controlo Controlo
Suporte
-0,11** 0,46**** -0,14**** 0,40****
Emocional
Pai Mãe
Média DP Média DP
Suporte Emocional
43,46 7,48 44,47 6,96
(14 itens)
Rejeição
11,94 3,14 12,07 3,24
(8 itens)
Tentativa Controlo
23,48 5,18 24,6 5,03
(10 itens)
Pai Mãe
Idade Criança Idade Criança
Suporte Emocional -0,08 -0,09*
Rejeição -0,12*** -0,09*
Tentativa Controlo -0,13*** -0,11**
como intrusivos podem ser interpreta- Por fim, os resultados das análises
dos, na infância, como reveladores de comparativas entre os estilos paren-
envolvimento e atenção por parte dos tais educativos das mães e dos pais
pais. Também relacionado com a vão no sentido dos encontrados por
dimensão Tentativa de Controlo, outros estudos (Castro et al., 1997;
Castro et al. (1993) chamam a atenção Paulson & Sputa, 1996). As crianças
para a maior heterogeneidade de con- percepcionam, por parte das mães,
teúdo desta dimensão, que inclui níveis mais elevados de Suporte
dimensões qualitativamente diferentes Emocional, de Rejeição e de
de comportamentos de controlo. Tentativa de Controlo. Uma hipótese
Alguns comportamentos de controlo, que poderá dar conta deste resultado
mais coercivos, têm uma conotação é o maior envolvimento das mães na
mais negativa, enquanto outros com- parentalidade e nos cuidados presta-
portamentos de controlo, que recorrem dos aos filhos.
a estratégias de indução, poderão ter Em síntese, este trabalho revela
um significado mais positivo. Esta que a versão portuguesa do EMBU-
maior heterogeneidade da dimensão C apresenta qualidades psicométri-
Tentativa de Controlo é apoiada pelos cas adequadas, favoráveis à sua uti-
resultados deste e de outros estudos lização junto de crianças portugue-
(Castro et al., 1993; Markus et al., sas em idade escolar. No futuro
20003; Muris et al., 1998). deverão ser realizados mais estudos
Foram ainda exploradas as associa- que aprofundem o conhecimento
ções entre as pontuações das diferen- sobre as qualidades psicométricas
tes sub-escalas e o sexo e a idade da deste instrumento e que permitam a
criança. Quanto às diferenças de sexo, aplicação destes instrumento a crian-
os resultados apoiam o estudo de ças de outras faixas etárias. Um
Markus et al. (2003) verificando-se aspecto interessante a aprofundar é o
uma percepção de menor rejeição e da validade convergente do questio-
tentativa de controlo e de maior supor- nário, estudo que poderá ser realiza-
te emocional por parte das crianças do do recorrendo à versão portuguesa
sexo feminino. Os resultados das asso- do EMBU-P, questionário desenvol-
ciações entre a idade da criança e as vido recentemente pelos autores
pontuações das diferentes sub-escalas deste trabalho com o objectivo de
replicaram os de Castro et al. (1993), avaliar os estilos parentais educati-
observando-se uma associação negati- vos segundo a percepção de pais de
va entre a idade e as três sub-escalas. crianças em idade escolar.
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