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Conceitue a Saúde de acordo com

*OMS

Organização Mundial da Saúde “Saúde é o estado do mais completo


bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de
enfermidade” (OMS, 1948).
OMS, 1948: “Saúde é o completo bem estar físico, mental e social e
não somente ausência de doenças”.
A visão da saúde passa de uma visão mecânica para uma visão mais
abrangente e não estática do processo saúde doença.
* LEI ORGANICA

A lei 8.080/90
Disciplina a descentralização político administrativa do SUS,
dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços.
2- QUAIS OS PRINCIPIOS DA SAUDE COLETIVA?
A saúde coletiva preocupa-se com a saúde pública enquanto saúde do público
– indivíduos, grupos étnicos, gerações, classes sociais, populações. Nada que
se refira à saúde do público, por conseguinte, será estranho à saúde coletiva
(PAIM, 1992)
Podemos citar como princípios da Saúde Coletiva: “saúde como direito de
todos e dever do estado”, “integralidade da atenção”, “participação comunitária”.
Na década de 80, a Saúde Coletiva priorizou três tipos de práticas sociais:
a) a teórica, com a finalidade de construir um saber; b) a ideológica, em que
procurou criar uma consciência sanitária como parte da consciência social; e c)
a prática política, que teve como propósito a transformação das relações
sociais.
A Saúde Coletiva hoje é amplamente discutida, fazendo parte de temas em
Conferências, Congressos, Seminários, etc.

3- FAÇA UMA RELAÇÃO ENTRE SAÚDE PÚBLICA E SAÚDE COLETIVA?


Saúde Pública: ação centrada a partir da ótica do Estado com os interesses que
ele representa nas distintas formas de organização social e política das
populações.
“Saúde Pública é a ciência e a arte de promover, proteger e recuperar a
saúde por meio de medidas de alcance coletivo e de motivação da
população” (OMS-1997)
Saúde Coletiva: o estado de saúde da população ou condições de saúde
gerais; os serviços de saúde; o saber sobre a saúde, desde o saber
“científico” às práticas populares.

Saúde pública ou saúde coletiva - Qual a diferença


entre os termos? Saúde pública
A saúde pública consiste em um conjunto de ações
e serviços de caráter sanitário que tenham como
objetivo prevenir ou combater patologias ou
quaisquer outros cenários que coloquem em risco
a saúde da população. Como é dever do estado
assegurar serviços e políticas voltadas para a promoção da saúde e bem estar
da população, o termo saúde pública é consideravelmente mais conhecido e
utilizado que o termo saúde coletiva.

Saúde coletiva
A saúde coletiva consiste em um movimento sanitário de caráter social que
surgiu no SUS, esse movimento é composto da integração das ciências sociais
com as políticas de saúde pública. A saúde coletiva identifica variáveis de cunho
social, econômico e ambiental que possam acarretar no desenvolvimento de
cenários de epidemia em determinada região, por meio de projeções feitas
através da associação dos dados socioeconômicos com os dados
epidemiológicos é possível elaborar uma eficiente política de prevenção de
acordo com as características da região. Vale ressaltar que a saúde coletiva
também possui aplicações dentro da iniciativa privada.
Saúde Coletiva
O objetivo da investigação e das práticas da Saúde Coletiva são as seguintes
dimensões:

1. o estado de saúde da população ou condições de saúde de grupos


populacionais específicos e tendências gerais do ponto de vista
epidemiológico, demográfico, sócio-econômico e cultural;
2. os serviços de saúde, enquanto instituições de diferentes níveis de
complexidade (do posto de saúde ao hospital especializado), abrangendo
o estudo do processo de trabalho em saúde, a formulação e
implementação de políticas de saúde, bem como a avaliação de planos,
programas e tecnologias utilizada na atenção à saúde;
3. o saber sobre a saúde, incluindo investigações históricas, sociológicas,
antropológicas e epistemológicas sobre a produção de conhecimentos
nesse campo e sobre as relações entre o saber "científico" e as
concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas tradições,
crenças e cultura de modo geral.
4. Saúde Pública na concepção mais tradicional, é a aplicação de
conhecimentos (médicos ou não), com o objetivo de organizar sistemas e
serviços de saúde, atuar em fatores condicionantes e determinantes
do processo saúde-doença controlando a incidência de doenças nas
populações através de ações de vigilância e intervenções
governamentais. Por outro lado como destaca Rosen a aplicação efetiva
de tais princípios depende de elementos não-médicos principalmente de
fatores econômicos e sociais.1

5.
6. Desenho do século XVI do Real Hospital de Todos os Santos em Rossio,
Praça de D. Pedro IV, Lisboa.
7. Pode-se dizer que a saúde política e económica centra sua ação a partir
da ótica do Estado com os interesses que ele representa nas distintas
formas de organização social e política das populações. Contudo alguns
autores propõem que a "saúde pública" não deve ser confundida com o
conceito mais amplo de saúde coletiva.
4- Diga com suas palavras os princípios doutrinários do SUS.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o conjunto de todas as ações e serviços
de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo
Poder Público.

Há um tempo atrás, a saúde era encarada apenas


como a ausência de doenças, o que nos legou um quadro repleto não
só das próprias doenças, como desigualdade, insatisfação dos usuário,
exclusão, baixa qualidade e falta de comprometimento profissional. No
entanto, este conceito foi ampliado, ao serem definidos os elementos
condicionantes da saúde, que são:
 Meio físico (condições geográficas, água, alimentação, habitação,
etc);
 Meio sócio-econômico e cultural (emprego, renda, educação,
hábitos, etc);
 Garantia de acesso aos serviços de saúde responsáveis pela
promoção, proteção e recuperação da saúde.

Ou seja, de acordo com a nova concepção de saúde, compreende-se


que “os níveis de saúde da população expressam a organização social
e econômica do país".

As reinvidicações do movimento que recebeu o nome de “Movimento


Sanitarista” foram apresentadas na 8° Conferência Nacional de
Saúde, em 1986. Sendo que mais tarde, na Constituição de
1988 foram definidas as ações relativas ao SUS, sendo considerado de
“relevância pública”, ou seja, é atribuído ao Poder Público a
regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços
de saúde, independente da execução direta do mesmo.

Juntamente com o conceito ampliado de saúde, o SUS traz consigo dois


outros conceitos importantes: o de sistema e a idéia de unicidade. A
idéia de sistema significa um conjunto de várias instituições, dos três
níveis de governo e do setor privado contratado e conveniado, que
interagem para um fim comum. Já na lógica de sistema público, os
serviços contratados e conveniados seguem os mesmos princípios e as
mesmas normas do serviço público. Todos os elementos que integram
o sistema referem-se ao mesmo tempo às atividades de promoção,
proteção e recuperação da saúde.

Em todo o país, o SUS deve ter a mesma doutrina e a mesma forma


de organização, sendo que é definido como único na Constituição um
conjunto de elementos doutrinários e de organização do sistema de
saúde, os princípios da universalização, da eqüidade, da integralidade,
da descentralização e da participação popular.
Podemos entender o SUS da seguinte maneira: um núcleo comum, que
concentra os princípios doutrinários, e uma forma e operacionalização,
os princípios organizativos.

5- Quais as contribuições da VIII conferência nacional da saúde?


VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 1986.
“A saúde é resultante, entre outras, das
Condições de habitação, alimentação,
Educação, renda, meio ambiente, trabalho,
Transporte, emprego, lazer, Liberdade, acesso
e posse da terra, acesso a serviços de saúde”.
Lei 8.080/90

As Conferências Nacionais de Saúde (CNS) foram constituídas em diversos


contextos políticos e sociais, tendo o Estado e os movimentos sociais como
instrumentos centrais para a construção das políticas de saúde do País. O
primeiro passo veio com a promulgação da Constituição de 1891, que instituiu
como dever do Estado a responsabilidade pelas ações de saúde, saneamento e
educação, estabelecidas como políticas sociais.

Em 1930, com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, as políticas públicas


passaram a ocupar um papel de destaque e uma das principais medidas foi a
criação do Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP). Neste período,
Gustavo Capanema, Ministro da Educação e Saúde, apresentou ao presidente
Vargas motivos para as primeiras conferências de Saúde e Educação, ou seja,
seriam “órgãos destinados a promover o permanente entendimento deste
Ministério com os governos estaduais, no terreno da administração dos negócios
de sua competência”.

As três primeiras conferências, que ocorreram no período de 1941 a 1963,


privilegiaram os debates sobre organização sanitária, municipalização e
descentralização. O rumo democrático no governo de João Goulart teve reflexos
na 3.ª CNS, mas em 1964, com a instauração da ditadura militar, as conferências
tornaram a ter um caráter técnico. Durante quase duas décadas, várias medidas
do governo afloraram a insatisfação popular, que acelerou o movimento
reivindicatório contra o sistema de saúde pública vigente. É nesse contexto que,
no início dos anos 80, foi criado o Conselho Consultivo de Administração da
Saúde Previdenciária (Conasp), com a função de analisar, racionalizar os gastos
e buscar soluções para melhoria da assistência médica.

Com o término do regime militar em 1985, a abertura política conduziu à


redemocratização do País e o movimento sanitarista assumiu posições
estratégicas nas instituições responsáveis pelas políticas públicas. Nesse
momento, foram criados o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de
Saúde (Conass) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde
(Conasems).

Nesse cenário democrático foi realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde,


que conferiu um novo caráter às conferências de saúde, como um espaço de
participação da sociedade civil nas deliberações sobre as políticas de saúde.

A partir dessa conferência, legitimou-se a ideia da Reforma Sanitária, que


ampliou o conceito de saúde – promoção, proteção e recuperação – e foi
aprovada a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), instituído na Constituição
de 1988.

Dois anos mais tarde, as Leis Orgânicas de Saúde (n.º 8.080/90 e n.º 8.142/90)
estabeleceram a universalidade do direito à saúde e a participação da
comunidade na gestão do SUS e instituíram as Conferências e os Conselhos de
Saúde como instâncias colegiadas do SUS.

As cinco conferências subsequentes à 8ª CNS caminharam no sentido de


fomentar ações para a consolidação e o aprimoramento do Sistema Único de
Saúde.

As Conferências Nacionais de Saúde foram criadas com a função de atuar como


mecanismo de controle das instâncias estaduais e, no transcorrer do tempo,
foram se transformando em espaços democráticos de mobilização social. Ao
longo dos anos, elas desempenharam papel relevante nas conquistas no campo
da saúde pública brasileira.

Em 1988 foi aprovada a nova Constituição Brasileira, incorporando grande parte


dos conceitos e propostas definidas durante a VIII CNS, adotando então, a
proposta da Reforma Sanitária e do SUS. Deve-se ressaltar que houve
resistência em aceitar tal fato, uma vez que o modelo médico assistencial
privatista privilegiava determinados grupos sociais. Porém, para a implantação
do SUS, era necessária a formulação de leis, mas somente em 1990 foi aprovada
a Lei Orgânica da Saúde.
Durante a IX Conferência Nacional de Saúde, houve a reafirmação da proposta
do SUS. As Normas Operacionais Básicas (NOB) definem as estratégias e
movimentos táticos, que orientam a operacionalidade do SUS, viabilizando a
implantação do mesmo. Uma delas, segundo RODRIGUEZ NETO (1994,14)
"estabeleceu normas e procedimentos para efetivar o processo de
descentralização das ações de serviços de saúde, acatando recomendações do
Conselho Nacional de Saúde, no sentido de realizar a descentralização para
estados e municípios de forma gradual, a partir do preenchimento de critérios de
viabilidade em cada situação, até que cada município pudesse ficar autônomo
na condução e gestão do SUS no seu âmbito."
Apesar da existência desta NOB, muitas vezes não há repasse de verba para os
níveis estadual e municipal, fazendo com que os setores públicos apresentem
dificuldades para atingir as propostas do SUS. É importante ressaltar que o
governo ainda faz uso de serviços privados contratados e conveniados, os quais
também deverão ser pagos, preferencialmente pelo nível municipal.
Para compreender as propostas do SUS, serão abordados seus princípios, ou
seja, suas características principais:

 Universalidade - deve atender, gratuitamente, a todos de acordo com


suas necessidades.

 Integralidade - deve atuar de maneira integral, de forma holística, a fim


de prestar assistência, objetivando a promoção da saúde, prevenção e
cura da doença.

 Descentralizado - deve permitir aos níveis estadual e municipal


coordenar as ações de modo que a implantação do SUS esteja de acordo
com seus princípios. As ações devem estar concentradas no nível
municipal, já que ocorreu a municipalização da saúde, privilegiando e
respeitando as características particulares de cada município, fazendo
com que o nível federal apenas transfira o pagamento para os demais
níveis administrarem as ações.

 Racional - deve-se disponibilizar ações nos diferentes níveis de atenção,


atentando para as características da clientela em cada setor, a fim de
suprir e solucionar suas necessidades. Também é necessário atentar
para a contratação ou não de serviços privados, realizando o contrato em
nível municipal, podendo atuar no controle e qualidade dos serviços
prestados pelos mesmos.

 Eficaz e Eficiente - deve ser capaz de solucionar o problema de quem o


procura, ou seja, garantir qualidade e resolutividade do serviço. Para que
isso ocorra, também há a necessidade de adequar-se à realidade da
comunidade e à disponibilidade de recursos, administrando os recursos
públicos de modo eficiente.

 Democrático - deve permitir a participação de todos os segmentos


envolvidos com o sistema, ajudando a delimitar a política no seu nível de
atuação, auxiliando no melhor modo de administração que garanta
qualidade de vida e do serviço à comunidade.Há os Conselhos de Saúde
nos três níveis, exercendo controle social do SUS, a fim de garantir a sua
implantação.

Estes princípios do SUS foram estabelecidos legalmente, porém há a


necessidade de que o SUS seja implantado de forma a respeitá-los e,
principalmente, garantir à população o acesso a um serviço de saúde com
qualidade, contribuindo para manter uma melhor qualidade de vida e de saúde
da população.
6- Enumere 4 fatores determinantes e condicionantes do processo saúde-
doença.
Art. 3º. – “A saúde tem como fatores determinantes
e condicionantes, entre outros, a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente,
o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais;
Os níveis de saúde da população expressam a
Organização social e econômica do País”. CONDICIONANTES E
DETERMINANTES DE SAÚDE:

Desde as sociedades primitivas, a noção de saúde e doença está


presente nos grupos populacionais e era explicada através da magia e
religiosidade, e cada grupo a interpretava de acordo com seu modo de vida e
contexto social.
Sob essa evolução de como o ser doente ou saudável é analisado, nas
populações nômades até a civilização contemporânea, destacam-se quatro
etapas (conceitos) do processo saúde doença:
 ETAPA MÍSTICO-RELIGIOSA
A primeira fase foi conhecida como a fase da magia ou dos aspectos
sociais, onde os fatores determinantes da doença provinham de forças
sobrenaturais, atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal. Se fosse
cristão, era considerado como uma forma de expiação dos pecados e se fosse
de outra orientação religiosa, era considerado como possessão demoníaca.
 ETAPA DOS MIASMAS
Na segunda fase, imperava os fatores físico-químicos, os “miasmas’’, que
se caracterizavam por emanações do solo ou do ar, supostamente nocivos,
como o chorume do lixo e sujeiras que porventura vinham produzir a doença no
corpo sadio.
 ETAPA MICROBIOLÓGICA
A terceira fase, denominada biológica ou microbiológica. No início do
século XX, a medicina considerava como único fator de surgimento das doenças
um agente etiológico (Agente causador de uma doença), que poderiam ser vírus,
bactérias ou protozoários. Essa etapa se estabeleceu com a descoberta do
microscópio e do mundo das bactérias, se enfatiza a ação dos germes e a
consequente degradação sobre a saúde.
Essas três primeiras fases têm um ponto em comum, a abordagem unicausal,
que relaciona o agravo à saúde a um único agente etiológico. Assim, as
intervenções se direcionavam para um único fator determinante da doença. Uma
visão simplificada, que deixa de tratar o homem como ser complexo, dotado de
necessidades, desejos e vontades, de ordem intermitente, cíclica, sazonal,
regional e variável.

 ETAPA DA MULTICAUSALIDADE
Nesta fase, a doença é vista sob uma causalidade múltipla, incorporando
os aspectos sociais ou psicossociais no processo de adoecer. Busca explicar o
aparecimento e a manutenção da doença na coletividade como um resultado da
interação do homem com os fatores biológicos, químicos e físicos. Na
abordagem multicausal, uma única doença é proveniente de diversos fatores
determinantes, inter-relacionados e dinâmicos. A intervenção é baseada em
múltipla direção de modo a abranger os fatores multicausais.
Consideram-se determinantes do processo saúde doença todos aqueles
fatores, sejam eles de natureza biológica, social, cultural, econômica ou
psicológica, que apresentam impacto direto na saúde das pessoas, como a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços.
A primeira fase ou política de saúde foi conhecida como a fase da magia
ou dos aspectos sociais, onde os fatores determinantes da doença provinham
de forças sobrenaturais, atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal. Se
fosse cristão, era considerado como uma forma de expiação dos pecados e se
fosse de outra orientação religiosa, era considerado como possessão
demoníaca.
Na segunda fase, imperava os fatores físico-químicos, os ‘’ miasmas’’, que
se caracterizavam por emanações do solo ou do ar, supostamente nocivos,
como o chorume do lixo e sujeiras que porventura vinham produzir a doença no
corpo sadio.
A terceira fase, denominada biológica ou microbiológica, que se
estabelece com a descoberta do microscópio e do mundo das bactérias, se
enfatiza a ação dos germes e a consequente degradação sobre a saúde (SOUZA
et al, 1997).
A quarta fase muda a abordagem da doença, relacionando-a a uma
causalidade múltipla e incorporando os aspetos sociais ou psicossociais no
processo de adoecer, buscando explicar o aparecimento e a manutenção da
doença na coletividade como resultante da interação do homem com os fatores
biológicos, químicos e físicos. Na abordagem multicausal, uma única doença é
proveniente de diversos fatores determinantes, inter-relacionados e dinâmicos.
A intervenção é baseada em múltipla direção de modo a abranger os fatores
multicausais.
Nessa perspectiva, a saúde e a doença estão interligadas num processo
dinâmico, interdependente que, quando desequilibrado, leva o indivíduo a um
estado não favorável de satisfação orgânica, que então chamaremos de doença
(FORATTINI, 1996).
Atualmente, o processo saúde doença é considerado como resultante de
fatores bio psicossociais e essa concepção permeia todas as políticas públicas para a
saúde instituídas após a Constituição brasileira de 1988, que define a saúde como
resultante de inúmeros fatores, pois reafirma que é um direito de todos os cidadãos e
um dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem a
redução dos riscos de adoecer e o acesso universal e igualitário às ações e serviços
(BRASIL, 1988).
Por sua vez, a Lei Orgânica da Saúde no. 8.080/90 define que a saúde tem como
fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais (BRASIL, 1990).
Dessa forma, o planejamento dos programas de saúde voltados à promoção da
saúde e à prevenção, controle e tratamento das doenças, a identificação dos fatores
etiológicos determinantes do processo saúde doença, ganharam relevância a partir da
edição das Leis Orgânicas da Saúde (ROUQUAYROL, 1999; BRASIL, 1990).
Desde a sua concepção, o homem, visto como espécie sofre ações provindas do
meio em que está inserido, estando suscetível a uma grande variedade de agentes do
meio, que podem ser de natureza orgânica ou inorgânica, que com ele interagindo
provocam disfunções. A suscetibilidade está ligada intrinsecamente à natureza do
homem. (ROUQUAYROL & ALMEIDA FILHO 2002).
7- Descreva o processo histórico da evolução previdenciário no Brasil
enfatizando o destino dessa arrecadação?
Lei Orgânica
O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde
(SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à
realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua
direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da
Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei
de Diretrizes Orçamentárias.
O Estado brasileiro inaugura sua atuação em políticas públicas de saúde, a
partir do início do século XX, passando a atuar de forma cada vez mais marcante
no setor saúde, seja como produtor de cuidados médicos, seja na distribuição e
organização desta prática, nos meados do século XX. Desde as origens da
Previdência Social Brasileira, com a Lei Eloy Chaves de 1923, que cria as Caixas
de Aposentadorias e Pensões (CAP), o sistema de saúde se configura em
serviços próprios e contratados. A partir de 1933 nasce uma nova estrutura de
Previdência Social, os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP) que
transporta a estrutura previdenciária da sociedade civil para o interior do
aparelho do estado.
A assistência médica se dava no âmbito das instituições relacionadas à
Previdência Social, enquanto o Ministério da Saúde desenvolvia quase que
exclusivamente ações de promoção e proteção da saúde por meio de atividades
educativas e preventivas e, algumas ações para recuperação da saúde, o
Ministério da Saúde realizava algumas atividades de assistência médica em
poucos hospitais especializados, nas áreas de psiquiatria e tuberculose, dirigidas
à população indigente, não inserida no mercado de trabalho que, contava
também com as Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Universitários.
Após o surgimento do sistema previdenciário, as Santas Casas, começaram
a ter outra fonte de renda que era cuidar dos trabalhadores registrados em
carteira e que tinham direito a atendimento previdenciário em relação à saúde.
Não podemos omitir que os sistemas previdenciários por categorias de
trabalhadores (IAP dos marítimos, bancários, comerciários, ferroviários etc),
antes de terceirizar seus serviços para os hospitais já existentes, em sua quase
totalidade, casas de caridade ligadas às misericórdias, partiram para a
construção de suas estruturas próprias. Construíram-se grandes hospitais
financiados pelas contribuições sociais de empregados e empregadores.
Hospitais de excelência construídos na capital federal, então Rio de Janeiro, e
algumas outras grandes capitais como São Paulo. Eram os tempos da fartura na
Previdência, em que mais se arrecadava que se gastava com aposentadorias e
benefícios e “sobrava” muito dinheiro.
Na década de 60, o sistema previdenciário mostrava-se incapaz de
responder à crescente pressão da massa assalariada urbana pela ampliação e
melhoria dos serviços. Entretanto, em todos os países elevavam-se
extraordinariamente os custos de assistência à saúde, em consequência das
próprias transformações científicas e tecnológicas da prática médica, com maior
utilização de medicamentos, serviços para o diagnóstico e de equipamentos
médicos, tendo o hospital como centro da prestação de serviços de saúde. A
crise financeira do Sistema Previdenciário justificou a unificação dos IAP no INPS
em 1966. O crescente papel do Estado como regulador da sociedade, o privilégio
do setor privado, e a extensão da cobertura previdenciária, marcaram esse
período.
Ainda nos anos sessenta, a partir da necessidade de garantir direitos a
determinadas classes de trabalhadores que não tinham boa ou satisfatória
assistência à saúde, as empresas, começaram, por acordo, a atender seus
empregados por conta própria ou terceirizando para as denominadas empresas
de medicina de grupo. Como este esquema era facultativo, o financiamento era
em parte do próprio empregado, em parte, nem sempre, do empregador. O
Governo se comprometia apenas a devolver ao empregador ou seu preposto,
um percentual daquilo que era recolhido como contribuição pela folha e que,
teoricamente, deveria ser gasto com saúde.
Com o advento de maior número de pessoas usufruindo dos benefícios
pecuniários e dos serviços de saúde previdenciários, começou já cedo, a
exaustão dos recursos para atender a previdência social e a saúde. Isto
determinou baixo valor de tabela de remuneração dos serviços comprados, e, o
que é pior, atrasos sistemáticos de pagamento, sem correção, em época de altas
taxas inflacionárias. Além desta dificuldade, havia um problema crônico gerado
pela incompetência ou conivência de não se fiscalizar o que é público: a
incontrolável corrupção dos sistemas geridos e controlados centralizadamente.
Corrupção na Previdência, tanto em benefícios como na assistência médica. A
necessidade de dar maior cobertura à população não apenas previdenciária fez
com que o governo central criasse, com recursos da Previdência, alguns
programas mais abrangentes de atendimento e financiamento das ações de
saúde. Destacam-se o PPA (Programa de Pronta Ação) dos anos 70.
Em 1975, a Lei 6229 criou o Sistema nacional de Saúde, que propunha a
formulação de um plano geral coordenado pelo setor estatal, objetivando criar
mecanismos de integração e coordenação entre os serviços de saúde
componentes do sistema. No entanto, mantém a separação entre medicina
preventiva e curativa, atribuindo ao MPAS o predomínio da atenção médica
individual e, ao Ministério da Saúde, as medidas de alcance coletivo.
Em 1977, a persistência da crise promove um movimento burocrático
administrativo que tenta reordenar o sistema, dividindo as atribuições da
Previdência em órgãos especializados. Cria-se o Sistema Nacional de
Previdência (SINPAS) congregando o Instituto de Administração da Previdência
e Assistência Social (IAPAS), o Instituto Nacional de Previdência Nacional
(INPS) e Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS).
Em 1983, foram implantadas as AIS – Ações Integradas de Saúde que
previam o financiamento dos serviços públicos de saúde e a integração
institucional, onde o INAMPS passou a comprar serviços da rede estadual e
municipal, mediante faturamento. As AIS criaram os instrumentos de gestão
colegiadas, as comissões interinstitucionais, com papel de coordenação do
sistema. A incorporação da assistência médica levou à nova concepção de
assistência pública de saúde, preconizando o que deveria acontecer a partir de
1987 com a criação do SUDS – Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde.
Todos esses programas tentavam diminuir a exclusão dos cidadãos à saúde,
sem, contudo haver algum tipo de aumento do financiamento, apenas
deslocamento de uma vertente para outra.
Em 1988, o setor saúde vivenciou um momento singular na sua história.
A Assembleia Nacional Constituinte criou o SUS, dentro dos preceitos indicativos
do movimento da Reforma Sanitária e da 8ª. Conferência Nacional de Saúde,
sendo reproduzido nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas
Municipais. A Lei Orgânica da Saúde, promulgada em 1990, definiu as
atribuições e competências de cada nível de governo, estabelecendo a
competência de âmbito municipal para a gestão do Sistema Local. A Constituição
da República Federativa do Brasil de 1988 e a legislação infraconstitucional (Lei
8.080/1990) estabeleceram uma concepção ampliada de direito à saúde,
afirmando-o como direito humano fundamental.
Com a Constituição de 1988, os direitos sociais foram ampliados e
passaram a ter maior garantia teórica. O partido tomado foi o da cidadania
ampliada, com a garantia de um financiamento de Saúde para uma nova
população universal de cidadãos. A ampliação dos que teriam direito à saúde
passa de 30 milhões de segurados para uma população de 150 milhões de
cidadãos com estes direitos. As fontes de recursos, para se garantir saúde,
estavam previstas na Constituição, só que, na prática, foram sonegadas nestes
anos todos que se seguiram a ela.
Novas fontes de recursos foram alocadas para financiar a saúde, só que
entre o fixar constitucional destas fontes e sua garantia cravou-se um abismo de
desobediência legal.

8- Fale sobre o processo saúde doença?


Processo Saúde Doença
Condições de saúde e doença não acontecem
ao acaso nem por acaso.
É determinado por um processo permanente e
dinâmico com interação de diversos fatores
relacionados com a qualidade de vida.
Tem distribuição diferenciada dos eventos
relacionados com saúde e doença em grupos
populacionais.
Conjunto de reações e variáveis que condiciona o estado de saúde e doença de
uma população, que se modifica nos diversos momentos históricos e do
desenvolvimento científico da humanidade.
9) Quais foram os fatores sociais e políticos para a criação do sus?
O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de
políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e
de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação.
Objetivos do SUS
• A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes
da saúde;
• A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
Objetivos do SUS
• A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes
da saúde;
• A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
• A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção
e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas.
10) Fale das características das 3 esferas da saúde?

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