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*OMS
A lei 8.080/90
Disciplina a descentralização político administrativa do SUS,
dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços.
2- QUAIS OS PRINCIPIOS DA SAUDE COLETIVA?
A saúde coletiva preocupa-se com a saúde pública enquanto saúde do público
– indivíduos, grupos étnicos, gerações, classes sociais, populações. Nada que
se refira à saúde do público, por conseguinte, será estranho à saúde coletiva
(PAIM, 1992)
Podemos citar como princípios da Saúde Coletiva: “saúde como direito de
todos e dever do estado”, “integralidade da atenção”, “participação comunitária”.
Na década de 80, a Saúde Coletiva priorizou três tipos de práticas sociais:
a) a teórica, com a finalidade de construir um saber; b) a ideológica, em que
procurou criar uma consciência sanitária como parte da consciência social; e c)
a prática política, que teve como propósito a transformação das relações
sociais.
A Saúde Coletiva hoje é amplamente discutida, fazendo parte de temas em
Conferências, Congressos, Seminários, etc.
Saúde coletiva
A saúde coletiva consiste em um movimento sanitário de caráter social que
surgiu no SUS, esse movimento é composto da integração das ciências sociais
com as políticas de saúde pública. A saúde coletiva identifica variáveis de cunho
social, econômico e ambiental que possam acarretar no desenvolvimento de
cenários de epidemia em determinada região, por meio de projeções feitas
através da associação dos dados socioeconômicos com os dados
epidemiológicos é possível elaborar uma eficiente política de prevenção de
acordo com as características da região. Vale ressaltar que a saúde coletiva
também possui aplicações dentro da iniciativa privada.
Saúde Coletiva
O objetivo da investigação e das práticas da Saúde Coletiva são as seguintes
dimensões:
5.
6. Desenho do século XVI do Real Hospital de Todos os Santos em Rossio,
Praça de D. Pedro IV, Lisboa.
7. Pode-se dizer que a saúde política e económica centra sua ação a partir
da ótica do Estado com os interesses que ele representa nas distintas
formas de organização social e política das populações. Contudo alguns
autores propõem que a "saúde pública" não deve ser confundida com o
conceito mais amplo de saúde coletiva.
4- Diga com suas palavras os princípios doutrinários do SUS.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o conjunto de todas as ações e serviços
de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo
Poder Público.
Dois anos mais tarde, as Leis Orgânicas de Saúde (n.º 8.080/90 e n.º 8.142/90)
estabeleceram a universalidade do direito à saúde e a participação da
comunidade na gestão do SUS e instituíram as Conferências e os Conselhos de
Saúde como instâncias colegiadas do SUS.
ETAPA DA MULTICAUSALIDADE
Nesta fase, a doença é vista sob uma causalidade múltipla, incorporando
os aspectos sociais ou psicossociais no processo de adoecer. Busca explicar o
aparecimento e a manutenção da doença na coletividade como um resultado da
interação do homem com os fatores biológicos, químicos e físicos. Na
abordagem multicausal, uma única doença é proveniente de diversos fatores
determinantes, inter-relacionados e dinâmicos. A intervenção é baseada em
múltipla direção de modo a abranger os fatores multicausais.
Consideram-se determinantes do processo saúde doença todos aqueles
fatores, sejam eles de natureza biológica, social, cultural, econômica ou
psicológica, que apresentam impacto direto na saúde das pessoas, como a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços.
A primeira fase ou política de saúde foi conhecida como a fase da magia
ou dos aspectos sociais, onde os fatores determinantes da doença provinham
de forças sobrenaturais, atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal. Se
fosse cristão, era considerado como uma forma de expiação dos pecados e se
fosse de outra orientação religiosa, era considerado como possessão
demoníaca.
Na segunda fase, imperava os fatores físico-químicos, os ‘’ miasmas’’, que
se caracterizavam por emanações do solo ou do ar, supostamente nocivos,
como o chorume do lixo e sujeiras que porventura vinham produzir a doença no
corpo sadio.
A terceira fase, denominada biológica ou microbiológica, que se
estabelece com a descoberta do microscópio e do mundo das bactérias, se
enfatiza a ação dos germes e a consequente degradação sobre a saúde (SOUZA
et al, 1997).
A quarta fase muda a abordagem da doença, relacionando-a a uma
causalidade múltipla e incorporando os aspetos sociais ou psicossociais no
processo de adoecer, buscando explicar o aparecimento e a manutenção da
doença na coletividade como resultante da interação do homem com os fatores
biológicos, químicos e físicos. Na abordagem multicausal, uma única doença é
proveniente de diversos fatores determinantes, inter-relacionados e dinâmicos.
A intervenção é baseada em múltipla direção de modo a abranger os fatores
multicausais.
Nessa perspectiva, a saúde e a doença estão interligadas num processo
dinâmico, interdependente que, quando desequilibrado, leva o indivíduo a um
estado não favorável de satisfação orgânica, que então chamaremos de doença
(FORATTINI, 1996).
Atualmente, o processo saúde doença é considerado como resultante de
fatores bio psicossociais e essa concepção permeia todas as políticas públicas para a
saúde instituídas após a Constituição brasileira de 1988, que define a saúde como
resultante de inúmeros fatores, pois reafirma que é um direito de todos os cidadãos e
um dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem a
redução dos riscos de adoecer e o acesso universal e igualitário às ações e serviços
(BRASIL, 1988).
Por sua vez, a Lei Orgânica da Saúde no. 8.080/90 define que a saúde tem como
fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais (BRASIL, 1990).
Dessa forma, o planejamento dos programas de saúde voltados à promoção da
saúde e à prevenção, controle e tratamento das doenças, a identificação dos fatores
etiológicos determinantes do processo saúde doença, ganharam relevância a partir da
edição das Leis Orgânicas da Saúde (ROUQUAYROL, 1999; BRASIL, 1990).
Desde a sua concepção, o homem, visto como espécie sofre ações provindas do
meio em que está inserido, estando suscetível a uma grande variedade de agentes do
meio, que podem ser de natureza orgânica ou inorgânica, que com ele interagindo
provocam disfunções. A suscetibilidade está ligada intrinsecamente à natureza do
homem. (ROUQUAYROL & ALMEIDA FILHO 2002).
7- Descreva o processo histórico da evolução previdenciário no Brasil
enfatizando o destino dessa arrecadação?
Lei Orgânica
O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde
(SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à
realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua
direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da
Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei
de Diretrizes Orçamentárias.
O Estado brasileiro inaugura sua atuação em políticas públicas de saúde, a
partir do início do século XX, passando a atuar de forma cada vez mais marcante
no setor saúde, seja como produtor de cuidados médicos, seja na distribuição e
organização desta prática, nos meados do século XX. Desde as origens da
Previdência Social Brasileira, com a Lei Eloy Chaves de 1923, que cria as Caixas
de Aposentadorias e Pensões (CAP), o sistema de saúde se configura em
serviços próprios e contratados. A partir de 1933 nasce uma nova estrutura de
Previdência Social, os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP) que
transporta a estrutura previdenciária da sociedade civil para o interior do
aparelho do estado.
A assistência médica se dava no âmbito das instituições relacionadas à
Previdência Social, enquanto o Ministério da Saúde desenvolvia quase que
exclusivamente ações de promoção e proteção da saúde por meio de atividades
educativas e preventivas e, algumas ações para recuperação da saúde, o
Ministério da Saúde realizava algumas atividades de assistência médica em
poucos hospitais especializados, nas áreas de psiquiatria e tuberculose, dirigidas
à população indigente, não inserida no mercado de trabalho que, contava
também com as Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Universitários.
Após o surgimento do sistema previdenciário, as Santas Casas, começaram
a ter outra fonte de renda que era cuidar dos trabalhadores registrados em
carteira e que tinham direito a atendimento previdenciário em relação à saúde.
Não podemos omitir que os sistemas previdenciários por categorias de
trabalhadores (IAP dos marítimos, bancários, comerciários, ferroviários etc),
antes de terceirizar seus serviços para os hospitais já existentes, em sua quase
totalidade, casas de caridade ligadas às misericórdias, partiram para a
construção de suas estruturas próprias. Construíram-se grandes hospitais
financiados pelas contribuições sociais de empregados e empregadores.
Hospitais de excelência construídos na capital federal, então Rio de Janeiro, e
algumas outras grandes capitais como São Paulo. Eram os tempos da fartura na
Previdência, em que mais se arrecadava que se gastava com aposentadorias e
benefícios e “sobrava” muito dinheiro.
Na década de 60, o sistema previdenciário mostrava-se incapaz de
responder à crescente pressão da massa assalariada urbana pela ampliação e
melhoria dos serviços. Entretanto, em todos os países elevavam-se
extraordinariamente os custos de assistência à saúde, em consequência das
próprias transformações científicas e tecnológicas da prática médica, com maior
utilização de medicamentos, serviços para o diagnóstico e de equipamentos
médicos, tendo o hospital como centro da prestação de serviços de saúde. A
crise financeira do Sistema Previdenciário justificou a unificação dos IAP no INPS
em 1966. O crescente papel do Estado como regulador da sociedade, o privilégio
do setor privado, e a extensão da cobertura previdenciária, marcaram esse
período.
Ainda nos anos sessenta, a partir da necessidade de garantir direitos a
determinadas classes de trabalhadores que não tinham boa ou satisfatória
assistência à saúde, as empresas, começaram, por acordo, a atender seus
empregados por conta própria ou terceirizando para as denominadas empresas
de medicina de grupo. Como este esquema era facultativo, o financiamento era
em parte do próprio empregado, em parte, nem sempre, do empregador. O
Governo se comprometia apenas a devolver ao empregador ou seu preposto,
um percentual daquilo que era recolhido como contribuição pela folha e que,
teoricamente, deveria ser gasto com saúde.
Com o advento de maior número de pessoas usufruindo dos benefícios
pecuniários e dos serviços de saúde previdenciários, começou já cedo, a
exaustão dos recursos para atender a previdência social e a saúde. Isto
determinou baixo valor de tabela de remuneração dos serviços comprados, e, o
que é pior, atrasos sistemáticos de pagamento, sem correção, em época de altas
taxas inflacionárias. Além desta dificuldade, havia um problema crônico gerado
pela incompetência ou conivência de não se fiscalizar o que é público: a
incontrolável corrupção dos sistemas geridos e controlados centralizadamente.
Corrupção na Previdência, tanto em benefícios como na assistência médica. A
necessidade de dar maior cobertura à população não apenas previdenciária fez
com que o governo central criasse, com recursos da Previdência, alguns
programas mais abrangentes de atendimento e financiamento das ações de
saúde. Destacam-se o PPA (Programa de Pronta Ação) dos anos 70.
Em 1975, a Lei 6229 criou o Sistema nacional de Saúde, que propunha a
formulação de um plano geral coordenado pelo setor estatal, objetivando criar
mecanismos de integração e coordenação entre os serviços de saúde
componentes do sistema. No entanto, mantém a separação entre medicina
preventiva e curativa, atribuindo ao MPAS o predomínio da atenção médica
individual e, ao Ministério da Saúde, as medidas de alcance coletivo.
Em 1977, a persistência da crise promove um movimento burocrático
administrativo que tenta reordenar o sistema, dividindo as atribuições da
Previdência em órgãos especializados. Cria-se o Sistema Nacional de
Previdência (SINPAS) congregando o Instituto de Administração da Previdência
e Assistência Social (IAPAS), o Instituto Nacional de Previdência Nacional
(INPS) e Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS).
Em 1983, foram implantadas as AIS – Ações Integradas de Saúde que
previam o financiamento dos serviços públicos de saúde e a integração
institucional, onde o INAMPS passou a comprar serviços da rede estadual e
municipal, mediante faturamento. As AIS criaram os instrumentos de gestão
colegiadas, as comissões interinstitucionais, com papel de coordenação do
sistema. A incorporação da assistência médica levou à nova concepção de
assistência pública de saúde, preconizando o que deveria acontecer a partir de
1987 com a criação do SUDS – Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde.
Todos esses programas tentavam diminuir a exclusão dos cidadãos à saúde,
sem, contudo haver algum tipo de aumento do financiamento, apenas
deslocamento de uma vertente para outra.
Em 1988, o setor saúde vivenciou um momento singular na sua história.
A Assembleia Nacional Constituinte criou o SUS, dentro dos preceitos indicativos
do movimento da Reforma Sanitária e da 8ª. Conferência Nacional de Saúde,
sendo reproduzido nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas
Municipais. A Lei Orgânica da Saúde, promulgada em 1990, definiu as
atribuições e competências de cada nível de governo, estabelecendo a
competência de âmbito municipal para a gestão do Sistema Local. A Constituição
da República Federativa do Brasil de 1988 e a legislação infraconstitucional (Lei
8.080/1990) estabeleceram uma concepção ampliada de direito à saúde,
afirmando-o como direito humano fundamental.
Com a Constituição de 1988, os direitos sociais foram ampliados e
passaram a ter maior garantia teórica. O partido tomado foi o da cidadania
ampliada, com a garantia de um financiamento de Saúde para uma nova
população universal de cidadãos. A ampliação dos que teriam direito à saúde
passa de 30 milhões de segurados para uma população de 150 milhões de
cidadãos com estes direitos. As fontes de recursos, para se garantir saúde,
estavam previstas na Constituição, só que, na prática, foram sonegadas nestes
anos todos que se seguiram a ela.
Novas fontes de recursos foram alocadas para financiar a saúde, só que
entre o fixar constitucional destas fontes e sua garantia cravou-se um abismo de
desobediência legal.