Você está na página 1de 31

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Cálculo Diferencial e Integral


(Código ENG 05604)

Professora Dra. Camila Aparecida da Silva Martins


Aluna: Chansislayne Gabriela da Silva

ALEGRE-ES
2018

1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

SUMÁRIO

1. NÚMEROS REAIS................................................................................................... 3

1.1 Desigualdades ...................................................................................................... 4

1.2 Valor Absoluto ...................................................................................................... 7

1.3 Retas e Coordenadas ........................................................................................... 9

1.4 Exercícios Complementares ............................................................................... 11

2. FUNÇÕES ............................................................................................................. 12

2. 1 Tipos de Funções .............................................................................................. 19

2.1.1 Função Par e Ímpar .......................................................................................... 19

2.1.2 Função Polinomial ........................................................................................... 20

2.1.3 Função Racional .............................................................................................. 22

2.1.4 Função Modular ............................................................................................... 23

2.1.5 Função Composta ............................................................................................ 23

2.1.6 Função Exponencial ........................................................................................ 24

2.1.7 Função Logarítmica ......................................................................................... 25

2.1.8 Função Inversa ................................................................................................ 26

2.1.9 Funções Trigonométricas ................................................................................. 27

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 31

2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Unidade I – Números reais, funções e gráficos


Introdução
Na disciplina Cálculo Diferencial e Integral o objeto de estudo são as funções
reais de variável real, ou seja, estuda-se o comportamento das funções que são
definidas e assumem valores no conjunto dos números reais. Por isso, ao iniciar as
aulas de Cálculo é necessário realizar uma breve revisão sobre: números reais,
funções e gráficos.
Dessa forma, ao realizar o estudo de limite, continuidade, derivadas e
integrais de funções, utiliza-se os fatos elementares a respeito dos números reais.

1. NÚMEROS REAIS
O conjunto de números reais (R) é formado por todos os números racionais

(Q) e irracionais (I), conforme ilustrado na Figura 1.

R Q Z N

Figura 1. Representação dos conjuntos numéricos por meio de diagrama.

No R as operações de adição e multiplicação satisfazem os seguintes axiomas:

 Fechamento: Se a e b R existe um e somente um número real denotado


por a + b, chamado soma, e existe um e somente um número real,
denotado por a . b, chamado produto.
 Comutatividade: Se a e b R, então: a + b = b + a e a . b = b . a
 Associatividade: Se a, b e c R, então:
a + (b + c) = (a + b) + c
e
3
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

a . (b . c) = (a . b) . c
 Distributividade: Se a, b e c R, então:
a . (b + c) = a.b + a.c
 Existência de Elementos Neutros: Existem 0 e 1 R, tais que a + 0 = a e
a . 1 = a, para qualquer a R.
 Existência de Simétricos: Todo a R tem um simétrico, denotado por -a, tal
que: a + (-a) = 0.
 Existência de Inversos: Todo a R e a ≠ 0 tem um inverso, denotado por

1/a, tal que a . = 1. Ao utilizar a existência de simétricos e de inversos

pode-se definir a subtração e a divisão de números reais.


 Subtração: Se a e b R, a diferença entre a e b, denotada por a - b, é
definida por a - b = a + (-b).

 Divisão: Se a e b R e b ≠ 0, o quociente de a e b é definido por =a. .

1.1 Desigualdades
Para dizer que um número real é maior ou menor que outro, deve-se
introduzir o conceito de número real positivo e uma relação de ordem.
Axioma de Ordem: No conjunto de números reais existe um subconjunto
denominado números positivos, tal que:
(i) Se a R, exatamente uma das três afirmações ocorre: a = 0; a é
positivo; -a é positivo;
(ii) A soma de dois números positivos é positiva;
(iii) O produto de dois números positivos é positivo.

Definições:
 O número real a é negativo se e somente se -a é positivo.
 Os símbolos < (menor que) e > (maior que) são definidos:
(i) a < b b - a é positivo;
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

(ii) a > b a - b é positivo;


 Os símbolos ≤ (menor ou igu l que) e ≥ (m ior ou igu l que) são
definidos:
(i) a ≤ b a < b ou a = b;
(ii) a ≥ b a > b ou a = b.

Propriedades:
Sejam a, b, c, d R.
(i) Se a > b e b > c, então a > c;
(ii) Se a > b e c > 0, então a.c > b.c;
(iii) Se a > b e c < 0, então a.c < b.c;
(iv) Se a > b, então a + c > b + c para todo real c;
(v) Se a > b e c > d, então a + c > b + d;
(vi) Se a > b > 0 e c > d > 0, então a.c > b.d.

Intervalos
Tipos de intervalos: Sejam e números reais com .
 Intervalo Aberto: { | denota-se ou .
( )

 Intervalo Fechado: { | denota-se .


[ ]

 Intervalo Aberto à Esquerda e Fechado à Direita: { |


denota-se ou .
( ]

 Intervalo Fechado à Esquerda e Aberto à Direita: { |


denota-se ou .
[ )

5
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

 Intervalos infinitos:
(i) { | denota-se ou .
(

(ii) { | denota-se ou .
[

(iii) { | denota-se ou .
)

(iv) { | denota-se ou .

Exemplos:
1) Determine todos os intervalos de números que satisfazem a desigualdade abaixo
e faça a representação gráfica:

2) Determine todos os intervalos de números que satisfazem a desigualdade abaixo


e faça a representação gráfica:

3) Determine todos os intervalos de números que satisfazem a desigualdade abaixo


e faça a representação gráfica:

Exercícios
1) Resolva as inequações e apresente o conjunto solução na escala numérica:
2x+ 1
a) x-4
<0

3x - 1
b) x+2
≥5

6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Gabarito:
a) - +
+
( )
-1 4
2
-1
Logo, S = { x  R/ 2
< x < 4}.

b) + - +
[ )
-11 -2
2

-11
Logo, S = { x  R/ 2
≤ x < -2}.

1.2 Valor absoluto


Definição: Se é um número  R, então o valor absoluto de , representado
por | |, é definido como:
, se
| |
, se
=
Interpretação geométrica: Geometricamente o valor absoluto de , representa
a distância que o número está da origem.
+1
-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Obs.: -3 > -4, mas em módulo não, porque |-3|<|-4|.


Por exemplo: |7| = 7, porque 7 ≥ 0, |0| = 0 porque 0 ≥ 0 e |-3| = -(-3) = 3 porque
-3 < 0.
|-3| = 3 unidades a esquerda de zero (menor que zero).
Observe que o valor absoluto de um número real é sempre positivo.
Relembrando a definição de raiz quadrada, temos que |x| = √ .
De modo geral se e são pontos sobre um eixo coordenado, então a
distância entre eles é | |.

| | | |

7
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Propriedades do Valor Absoluto:


(i) | | , onde ;
(ii) | | , onde ;

(iii) Se e R, então | . | = | |.| |;


| |
(iv) Se e Re , então | | = | |
;

(v) Desigualdade triangular:


Se e R, então | + | ≤ | | + | |;
(vi) Se e R, então | - | ≤ | | + | |;
(vii) Se e R, então | | - | | ≤ | |;
Desigualdades com valor absoluto:
 | | , ou seja, .
Logo:

| | |

 | | , ou seja, ou
Logo:

| | |

Exemplos:
1) Resolva a equação: | | | |

2) Encontre os números reais que satisfaçam a seguinte desigualdade:


| |

3) Encontre os números reais que satisfaçam a seguinte desigualdade:

| |

8
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Exercícios
1) Resolva as inequações abaixo:
a) |3x - 2| < 4 f) x - 3 > 3x + 1
b) |3x + 2| ≥ 5 g) 2x – 1 ≥ 5x + 3
c) |x + 3| > 7 h) x + 3 ≤ 6x – 2
d) |4x + 1| ≥ 3 i) 1 – 3x > 0
e) 3x + 3 < x + 6 j) 2x + 1 ≥ 3x

Gabarito:
a) -2/3 < x < 2 e) x < 3/2 i) x < 1/3
b) x ≥ 1 e x ≤ -7/3 f) x < -2 j) x ≤ 1
c) x > 4 e x < -10 g) x ≤ -4/3
d) x ≥ ½ e x ≤ -1 h) x ≥ 1

1.3 Retas e coordenadas


Na Disciplina de Cálculo Diferencial e Integral, as retas são utilizadas para
determinar o coeficiente angular (a) e o coeficiente linear de uma função (b).
Tendo em vista que o coeficiente angular é o ângulo formado entre a reta
inclinada e uma reta paralela ao eixo da abscissa (coordenada x), ou seja, é a
inclinação da reta tangente que será objeto de estudo na unidade III e está
representado na Figura 2.

y
a>0
A

Figura 2. Representação gráfica de um coeficiente angular.

9
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Então: a e pode ser classificado como:

a>0 a<0 a=0


A A A
E o coeficiente linear (b) é o ponto em que o gráfico da função intercepta o
eixo da ordenada (y).

y>0
A
y=0
A
y<0
A
A raiz ou zero de uma função: y = 0.
Exemplo: y = 2x + 5
-
0 = 2x + 5 x=
As coordenadas são representadas graficamente por meio de pontos no plano
cartesiano ou eixo de coordenadas cartesianas. E cada ponto é composto por pares
ordenados (x, y). Observação: Qualquer ponto que não se encontrar sobre os
eixos, estará localizado nos quadrantes, como pode ser visto na Figura 3:
y

(-,+) (+,+)

x
O
(-,-) (+,-)

Figura 3. Representação do sistema de coordenadas cartesianas.

Exemplo: 1) Represente no Plano Cartesiano os seguintes pontos:


A(4 ; 3), B(1 ; 2), C( –2 ; 4), D(–3 ; –4), E(3 ; –3).

10
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Exercícios Complementares
1) Faça a representação gráfica e algébrica da variação das temperaturas médias
diárias de seu município ou de sua região durante os três últimos anos.

2) Considerando uma população de 1500 plantas de café, eucalipto ou soja,


percebe-se que 450 delas estão com algum tipo de praga. Utilize a
representação percentual para este subconjunto.

3) Descreva as seguintes variações nos fenômenos como subconjuntos dos


números reais, bem como sua representação gráfica (atenção com as unidades):
a) Altura de uma planta de milho a partir de sua emergência.
b) Temperatura do dia em determinada região.
c) Quantidade de luz absorvida por um dossel.

2. FUNÇÕES
As funções surgem quando uma quantidade depende de outra. Considere as
seguintes situações:
A. A área A de um círculo depende do seu raio r. A regra que conecta r e A é
dada pela equação . A cada número r positivo está associado um único valor
de A e dizemos que A é uma função de r.
B. O crescimento de uma espécie vegetal (MST, g planta) em resposta a
diferentes níveis de adubação (kg de nutriente), como exemplo, tem-se os
seguintes trabalhos:

- CARNEIRO, Jefferson Santana da Silva et al. Resposta do capim mombaça sob efeito de
fontes e doses de fósforo na adubação de formação. J. Bioen. Food Sci., v.4, n.1, p.12-25,
2017.
- SCHUMACHER, Mauro Valdir et al. Crescimento da acácia-negra em resposta a aplicação
de nitrogênio, fósforo e potássio. CERNE[online]. 2013, vol.19, n.1, pp.51-58.
- VILELA, Diego Júnior et al. crescimento inicial de cultivares de cafeeiro com diferentes
doses de nitrogênio, fósforo e potássio. Coffee Science, Lavras, v. 12, n. 4, p. 552 - 561,
out./dez. 2017.

11
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

C. A população humana do mundo P depende do tempo t. O quadro 1 mostra


as estimativas da população mundial P(t) no momento t em certos anos. Por
exemplo,

Quadro 1. Estimativas da população mundial no período de 1900 a 2010.


Fonte: STEWART (2015).

Mas, para cada valor do tempo t, existe um valor correspondente de P, e


dizemos que P é uma função de t.
D. O custo Ct de enviar uma carta preferencial pelo correio depende de seu
peso (p). Embora não haja uma fórmula simples relacionando p e Ct, o correio tem
uma fórmula que permite calcular C quando é dado.
Cada um desses exemplos descreve uma regra pela qual, dado um número
(r, kg, t ou p), outro número (A, MST, P ou Ct) é associado. Em cada caso dizemos
que o segundo número é uma função do primeiro.
Portanto, uma função expressa a relação entre variáveis, onde geralmente os
valores de uma são dependentes de outra, tendo variáveis dependentes e
independentes.

Definição: é uma lei que associa, a cada elemento x em um conjunto D, exatamente


um elemento, chamado f(x), em um conjunto E.

Em geral, consideramos as funções para as quais D e E são conjuntos de


números reais. O conjunto D é chamado domínio da função. O número f(x) é o
valor de f em x e é lido “f de x”. A imagem de f é o conjunto de todos os valores
12
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

possíveis de f(x) obtidos quando x varia por todo o domínio. O símbolo que
representa um número arbitrário no domínio de uma função f é denominado uma
variável independente. Um símbolo que representa um número na imagem de f é
denominado uma variável dependente. No Exemplo A, a variável r é independente,
enquanto A é dependente.
É útil considerar uma função como uma máquina (veja a Figura 4).

Figura 4. Diagrama de máquina para uma função ƒ.


Fonte: STEWART (2015).

Se x estiver no domínio da função f, quando x entrar na máquina, ele será


aceito como entrada, e a máquina produzirá uma saída f(x) de acordo com a lei que
define a função. Desse modo, pode-se considerar o domínio como o conjunto de
todas as entradas, enquanto a imagem é o conjunto de todas as saídas possíveis.
Outra forma de ver a função é como um diagrama de flechas, como na Figura
5. Cada flecha conecta um elemento de D com um elemento de E. A flecha indica
que f(x) está associado a x, f(a) está associado a e assim por diante.

Figura 5. Diagrama de flechas para ƒ.


Fonte: STEWART (2015).

O método mais comum de visualizar uma função consiste em fazer seu


gráfico. Se f for uma função com domínio D, então seu gráfico será o conjunto de
pares ordenados: {( )| .
13
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

(Note que esses são os pares entrada-saída). Em outras palavras, o gráfico


de f consiste de todos os pontos (x, y) no plano coordenado tais que y = f(x) e x está
no domínio de f.
O gráfico de uma função f nos fornece uma imagem útil do comportamento ou
“histórico” da função. Uma vez que a coordenada y de qualquer ponto (x, y) sobre o
gráfico é y = f(x), podemos ler o valor f(x) como a altura do ponto no gráfico acima de
x (veja a Figura 6). O gráfico de f também nos permite visualizar o domínio de f
sobre o eixo x e a imagem sobre o eixo y, como pode ser visto na Figura 7.

Figura 6. Gráfico de uma função.


Fonte: STEWART (2015).

Figura 7. Domínio e Imagem de uma função representados graficamente.


Fonte: STEWART (2015).

Exemplos:
1) O gráfico de uma função f está apresentado na Figura 8.
a) Encontre os valores de f(1) e f(5).
14
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

b) Quais são o domínio e a imagem de f ?

Figura 8. Gráfico da função f.


Fonte: STEWART (2015).

2) Esboce o gráfico e encontre o domínio e a imagem de cada função.


a) b)

3) Se e , avalie

Observação:

A expressão: no Exemplo 3 é chamada de quociente de


diferenças e ocorre com frequência no cálculo. Como veremos na Unidade II,
ela representa a taxa média de variação de entre e

15
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

 Representações de Funções

Exemplos:
1)

Figura 11. População humana mundial no momento t, onde t =0 corresponde


ao ano de 1900.
Fonte: STEWART (2015).

2)

Figura 12. Modelo matemático do crescimento populacional.


Fonte: STEWART (2015).

Exercícios
1) Encontre o domínio de cada função:

a) √ b)

16
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Observação: Se uma função é representada por uma fórmula e o domínio não é


declarado explicitamente, a convenção é que o domínio é o conjunto de todos
os números para os quais a fórmula faz sentido e define um número real.

O gráfico de uma função é uma curva no plano . Mas surge a questão:


quais curvas no plano são gráficos de funções? Essa pergunta será respondida
por meio do teste a seguir.

Teste da Reta Vertical: Uma curva no plano é o gráfico de uma função de


se, e somente se, nenhuma reta vertical interceptar a curva mais de uma vez.

A razão da veracidade do Teste da Reta Vertical pode ser vista na Figura 13.
Se cada reta vertical cruzar a curva somente uma vez, em , então
exatamente um valor funcional é definido por . Mas se a reta interceptar a
curva em dois pontos, em e , nesse caso, a curva não pode representar
uma função, pois uma função não pode associar dois valores diferentes a .

Figura 13. Representação do Teste da Reta Vertical.


Fonte: STEWART (2015).

17
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Exercícios de Revisão (Noções de conjuntos, intervalos e funções)

1) Em cada item substitua a ? pelos números adequados e dê o nome das


propriedade que justifique a igualdade:
a) _________________________________
b) ________________________________
c) _________________________________
d) ___________________________

2) Em cada desigualdade, encontre o conjunto solução, expresse-o com a notação


de intervalos e represente-o na reta numérica:
a)
b)
c)

3) Determine o domínio e a imagem da função definida pela equação abaixo e


esboce o seu gráfico:
a)
b) | |

c) {

4) Dada a função , tal que y = x² + 2x – 5. Determine f(3).

5) Com base no gráfico da função, f: , obtenha as seguintes informações:

a) Se f(x) = 2, então x = _______

b) f(-4) _____ f(2).

c) Im(f) = __________________

d) f é uma função par ou ímpar?


___________

e) f é positiva em qual intervalo?


________________

f) f é negativa em: ___________

18
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

2.1 Tipos de Funções:

2.1.1 Função Par e Ímpar


i) Uma função é par se, para todo no domínio de , pertence também ao
domínio de e . Exemplo:
ii) Uma função é ímpar se, para todo no domínio de , pertence também
ao domínio de e . Exemplo:
As funções pares são, precisamente, as funções cujos gráficos são simétricos
em relação ao eixo vertical , enquanto que as funções ímpares são aquelas cujos
gráficos são simétricos em relação à origem.
Exemplos: 1) As funções abaixo são par ou ímpar:
a) b)

Observação: Vértice da parábola

Exercícios
1) Mostre que as funções abaixo são pares ou ímpares:
a)
b) | |
c)
d) | |

19
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

2.1.2 Função polinomial


É a função : R → R definida por uma equação da forma:
, onde é um número inteiro
positivo e os coeficientes são números reais constantes.
Observação: Se diz-se que esta função polinomial é de grau .
Exemplo: (Função polinomial de 3º grau).
Observações:
 Função constante
Uma função polinomial da forma é denominada função constante, ou
seja, toda função que associa a qualquer número real um mesmo número real
.

(i) O domínio da função é = R.

(ii) O conjunto imagem é o conjunto unitário { .


Observação:

Fonte: FLEMMING; GONÇALVES (2007).

 Função identidade
f(x) = x
É a função : R → R definida por

(i) O domínio da função é = R.

(ii) O conjunto imagem é R.

20
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

 Função do 1º grau
Uma função polinomial da forma , onde , é denominada
função afim ou de 1º grau, ou seja, . Os números reais e são
chamados de coeficiente angular e linear, respectivamente.
(i) O domínio da função é = R.

(ii) O conjunto imagem é R.


Observação:

Fonte: FLEMMING; GONÇALVES (2007).

 Função quadrática
É a função : R → R definida por , com .

(i) O domínio da função é = R.

Fonte: FLEMMING; GONÇALVES (2007).

21
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

De modo análogo, funções cúbicas são polinômios de grau 3, como por


exemplo: .
Observação: A soma, diferença ou produto de duas funções polinomiais é ainda
uma função polinomial, mas o quociente de duas funções polinomiais não é.

Exercícios
1) Considere as funções e para responder os itens abaixo:
a) e :
b) e :
c) Esquematize o gráfico de e :
d) Em qual intervalo a função é crescente e decrescente:

2.1.3 Função Racional


É a função definida como o quociente ou razão de duas funções polinomiais,

ou seja, , onde e são polinômios e .

O domínio da função é = R excluindo os valores de x tais que .

Exemplo:

Fonte: Adaptado de FLEMMING; GONÇALVES (2007).

Observação: A soma, a diferença, o produto e o quociente de duas funções


racionais são ainda funções racionais.
22
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Ao extrair raiz de uma função racional, pode-se encontrar uma função não
racional.

√ | |

2.1.4 Função Modular


A função definida por: | |

(i) O domínio é o conjunto R.


(ii) O conjunto imagem é [0, +∞).

Fonte: FLEMMING; GONÇALVES (2007).

2.1.5 Função Composta


Dadas duas funções e , a função composta de com , denotada por ,é
definida por: ( )
O domínio da função é o conjunto de todos os pontos no domínio de
tais que está no domínio de .

Fonte: FLEMMING; GONÇALVES (2007).

Exemplo:
1) Considere as funções de domínio real e ,
para determinar os valores de que tornam .

23
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Exercícios
1) Sejam as funções reais e definidas respectivamente por e
:
a) Calcule: e
b) Os valores de para que se tenha
2.1.6 Função Exponencial
A função definida por (com e ) é
denominada função exponencial de base .
Domínio →
Imagem → (0, +∞)

Fonte: FLEMMING; GONÇALVES (2007).

 Função exponencial natural:

Exercícios
1) Defina quando a função é crescente ou decrescente? E verifique se é
exponencial:
a)
b)
c)
d)

e)

f)
24
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

2.1.7 Função Logarítmica


Seja um número real ), chamamos função logarítmica de base , a
função , tal que .
Domínio →
Imagem →
Exemplos:

O tipo de gráfico dessa função vai depender do valor da base se ou


.
1º Caso:
Exemplo:
1) Traçar o gráfico da função logarítmica de base 2, definida por:
.

2º Caso: 0 <
Exemplo:
2) Traçar o gráfico da função logarítmica de base 1/2, definida por:

⁄ .

25
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

 Logaritmos Naturais: Uma escolha conveniente para a base do logaritmo é a


base . O logaritmo na base é chamado logaritmo natural e tem a seguinte
notação: .
Definido por:

2.1.8 Função Inversa


Definição: Uma função é chamada função injetora se ela nunca assume o
mesmo valor duas vezes, ou seja, .

Teste da Reta Horizontal: Uma função é injetora se nenhuma reta horizontal


interceptar seu gráfico em mais de um ponto.

Definição: Seja uma função injetora com domínio A e imagem B. Então


sua função inversa tem domínio B e imagem A, sendo definida por:
para todo em B.
O processo de obter a a partir de pode ser resumido em dois passos:
1º Passo: Trocar pelo e pelo ;
2º Passo: Isolar .
Exemplos:
1) Dados os conjuntos { e { e , tal que .
Determine a , ou seja, .

26
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

2) A função , definida por: , tem como inversa a



função , definida por .

Fonte: FLEMMING; GONÇALVES (2007).

2.1.9 Funções Trigonométricas

 Função Seno: é a função que a cada faz corresponder o


número real , ou seja,

Domínio →
Imagem →

 Função Cosseno: é a função que a cada faz corresponder


o número real , ou seja,

27
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

 Função Tangente e Cotangente


 Tangente:  Cotangente:

 Função Secante e Cossecante


 Secante:  Cossecante:

28
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

 Funções Trigonométricas Inversas

29
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

 Funções Hiperbólicas

Exercícios de Revisão
1) Determine o domínio e a imagem das funções a seguir:
a)

b)
c)
d)

2) Classifique as funções a seguir em um dos tipos representados:


a)
b)

c)

d)
e) | |
f)
g)
h)

30
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. v.1, 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. 569 p.

ÁVILA, G. Introdução ao cálculo. Rio de Janeiro: LTC, 2008, 300p.

FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções, limite, derivação e integração.


6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 6. ed. 2007, 448p.

FERREIRA, R. S. Matemática aplicada às ciências agrárias: análise de dados e modelos.


Viçosa-MG: UFV, 1999. 333p.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. v. 1. 5 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. 635p.

MUNEM, M. A., FOULIS, A. Cálculo. v.1. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 663p.

STEWART, J. Cálculo. v. 1, 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. 664p.

RIBEMBOIM, P. Funções, limites e continuidade. 1. Ed. Rio de Janeiro: SBM, 2012, 215p.

SIMMONS, F. G. Cálculo com geometria analítica. v.1. São Paulo: Pearson Makron
Books, 2010. 620p.

31

Você também pode gostar