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BACHARELADO EM TEOLOGIA
ÉTICA CRISTÃ
Neste livro, N.T Wrigth demonstra que a formação do caráter cristão é por
experiências gerais. Seu proposito ao que parece é mostrar que o comportamento cristão
deve ser moldado para o amanhã, uma busca por transformação contínua que findará em
perfeição na volta de Cristo. Tendo uma visão limitada dos comportamentos
individuais, Wrigth apela para seu conhecimento oriental de comportamento cristão
para o geral pedindo que sua ideia seja transposta para todos os contexto é um pedido
ousado, mas não deixa de ser verdadeiro por aquele que quer sempre parecer um pouco
mais com Cristo neste mundo seu ponto chave é que sem amor não há virtudes, é em
cima disto que Wrigth trabalha neste livro com muita paixão e virtude.
Conforme Wrigth existem perguntas que todo cristão deve fazer no decorrer de
sua vida, mas tais perguntas nem sempre são claras e fáceis de responder. Em seu
exemplo com James uma pessoa que acabou de aceitar a fé, mas que não sabe ainda
qual é o verdadeiro significado desta decisão e como este ato vai implicar em toda sua
vida. Wrigth diz que há uma ponte sobre a qual construímos nossa vida esta ponte será
chamada de caráter, pois é ela quem irá nos fazer virtuosos ou não dependendo de como
estamos construindo ela.
Nesta ponte existem decisões a serem tomadas no que diz respeito a moral, isto
está certo ou errado, por quê? Como viver moralmente correto? Existem regras com
letras maiúsculas? Como o cristão deve enfrentar o dilema do certo e errado? As restas a
essas perguntas são o que constroem a ponte do caráter cristão de acordo com Wrigth. E
mais, o que está em jogo depois que cremos, não é de acordo com Wrigth as regras nem
o autoconhecimento, mas sim o caráter.
Caráter é o que está em jogo aqui, Wrigth é muito otimista nesta questão não
levando em consideração a natureza caída de todos os seres humanos. O caráter
transforma a pessoa, muda a pessoa, faz dela mais “virtuosa”, porém o caráter não
desfaz o mal que há na natureza humana. Por mais virtuosa que uma pessoa possa ser
ela sempre cometerá erros tomará decisões equivocadas e fará mesmo que sem intensão
um mal a outra pessoa. O otimismo é bom não devemos negar isto, mas achar que é
possível ao ser humano caído obedecer às Leis é ir longe demais. O único capaz de
fazer isto viveu há 2000 mil anos atrás deixando sim um exemplo a ser seguido, mas
incapaz de ser cumprido porque se assim o fosse o seu sacrifício não teria utilidade em
sua vida. O caráter transforma a pessoa, mas não muda seu estado diante de Deus. O
caráter ajuda a melhorar a sociedade o governo o país e o mundo, mas não biblicamente
falando, pois este tipo de mudança não está em poder de ser humano algum aqui nesta
terrar e sim na promessa futura de Deus.
O que fazer então agora que creio? Como devo viver neste mundo? O caráter é a
base para isto de acordo com Wrigth. Este caráter tem varias facetas, e eu concordo com
Wrigth de que o caráter, e principalmente o caráter cristão muda ou como Wrigth diz
transforma o viver de cada pessoa neste mundo. Existem muitas decisões a serem
tomadas em nossas vidas e o caráter ira moldar estas decisões de acordo com aquilo que
acreditamos ser certo ou errado, bom ou mal é o caráter que nos fará escolher e tomar
certas decisões.
Agora que se converteu, os membros da igreja esperam que ele se comporte segundo
um padrão. Contudo, não em termos de caráter, mas de obrigação pura e simples. Em
outras palavras, presume-se que os cristãos vivam de acordo com certas regras. Quando
erram, o que é inevitável, devem se arrepender e tentar se sair melhor da próxima vez. A
pessoa tem ou não a vida cristã. Qualquer sugestão de transformação moral, de mudança
longa e lenta de hábitos profundos e arraigados no coração, gera desconfiança. Isto
parece com “justificação por obras”, ou seja, tentar conquistar a salvação. Seguir regras,
não ajuda na justificação nem na salvação. Não vai além do que temos que fazer.
Qualquer transformação de caráter já aconteceu na conversão, por obra do Espírito
Santo. Quando o Espírito Santo entra no coração e na vida de alguém, a pessoal
automaticamente passa a querer viver segundo a vontade de Deus (mesmo que não
consiga viver em plenitude esta vontade). Não ao esforço nem luta moral.
Neste ponto Wrigth parece concordar com a visão protestante conservadora, pois
o homem, em nada que faça seja bom ou mal pode contribuir para sua salvação visto
que, Jesus já realizou tudo o que era e é necessário para salvação de todos os que creem
em seu Nome. No entanto, isto não quer dizer que nossa vida não seja moldada ou como
Wrigth prefere transformada pelo caráter cristão. Agora, fazemos as boas obras não para
melhorar ou acrescentar algo à nossa salvação, mas fazemos as boas obras porque
fomos criados para isto (Ef 2.10). As boas obras, não são a causa da nossa salvação,
mas o resultado da nossa salvação. E neste ponto Wrigth é claro.
Depois de deixar claro que o caráter cristão deve ser transformado para boas
obras, Wrigth começa a falar de sacerdotes e reis de uma maneira um pouco confusa,
mas ainda assim demostra uma grande paixão por uma transformação real na
humanidade, porém ele é otimista de mais nesta relação crendo que a partir de bons
hábitos o homem pode de uma vez por todas ser melhor, o que na verdade às Escrituras
afirmam o contrário que cada vez mais os homens se tornarão piores se Deus não
intervir (Rm 3.10 – 18). Wrigth é muito futurista nesta questão de sacerdotes e reis, pis
ao aplicar o futuro no presente ele tem a intenção de que ao ver o futuro nos sentiremos
inspirados para sermos pouco a pouco transformados no presente. Não que isto seja
ruim, mas se não tivermos cautela aqui ficaremos frustrados por não conseguirmos e na
verdade, não conseguiremos alcançar esta imagem futurista aqui na terra, o que também
não é desculpa para que a cada dia mais sejamos transformados em caráter e virtude.
Como sacerdotes e reis Wrigth tem em mente a imagem de Deus no homem que
o faz representante total no mundo criado. Esta imagem conforme Wrigth revela quem
de fato é o verdadeiro governante. Nos tempos antigos os reis faziam suas imagens na
terra para mostrar quem era o soberano e quem é que governava aquele território. Com
Deus não é diferente só que em proporções universais, pois ao colocar a sua imagem no
homem, e o homem está em toda a terra, ele mostra quem é o verdadeiro governante. De
acordo com Wrigth somos os representantes reais de Deus na terra e que no futuro
seremos reis e sacerdotes com ele na nova terra e seu. Wrigth é muito sentimental aqui e
parece que tem um desejo ardente para que os homens sejam estes representantes aqui
na terra. Isto é possível sim, mas em parte porque como já disse o homem está caído e
tem sua natureza manchada pelo pecado. Mas para Wrigth parece que este alvo é
possível através de virtudes chegarem à perfeição no presente se espelhando no futuro.