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INTRODUÇÃO
A palavra política vem do grego politiké, cuja semântica está associada
à arte ou ciência de dirigir, de governar. Os gregos, há mais de dois mil anos,
organizaram-se em cidades-estados, dotadas de governos próprios, chamadas
de polis. Mas, para a formação do governo, necessário se fez que fosse instituído
um conjunto de normas e organizados mecanismos para a imposição de seu
cumprimento. Ou seja, foi imprescindível a constituição de um poder político,
mais tarde, separado em executivo, legislativo e judiciário.
3. ESTADO UNITÁRIO:
Aqui temos apenas um único pólo de poder atuando sobre todo o
território nacional. Ou seja, há somente um centro produtor de normas aplicáveis
sobre a população. Foi um modelo muito presente na formação dos primeiros
estados europeus e que ainda se faz muito expressivo neste continente, em
países como a França, Espanha e Portugal. No entanto, hoje, é muito difícil
existir um estado unitário rígido, sem qualquer grau de descentralização. Isto
porque a democracia, os direitos políticos, as diferenças sócio-econômicas e até
mesmo culturais forçaram uma flexibilização, com a existência de um certo grau
de distribuição de poderes.
4. A FEDERAÇÃO:
A palavra federação vem do latim foedus, significando pacto, aliança.
Isto porque foi concebido, inicialmente, como um acordo entre estados que
cediam a sua soberania, para integrarem um novo estado. Nasceu na América,
mais precisamente nos Estados Unidos, em que as antigas colônias britânicas
resolveram se unir, para se protegerem das ameaças externas e afastar
possíveis tentativas de recolonização. A declaração de independência, de 4 de
julho de 1776, traz expressa essa ideia, nominando os seus signatários de
Estados Unidos da América, nome que ostenta o país até os dias atuais.
Art. 2º. Cada Estado conserva a sua soberania, sua liberdade, sua
independência e todos os poderes, jurisdição ou direitos que não se acham
expressamente delegados pela presente Confederação aos Estados Unidos
representados em congresso.
“Nós, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita,
estabelecer a justiça, assegurar a tranquilidade interna, prover a defesa comum,
promover o bem-estar geral e garantir para nós e para os nossos descendentes
os benefícios da liberdade, promulgamos e estabelecemos esta Constituição”
Com a Carta americana, evolui-se do modelo original confederativo, para
o modelo federativo. Não havia previsão que atribuísse soberania aos estados
membros. No entanto, primou-se pela igualdade de representação e de
prerrogativas entre os entes federados, criando-se inclusive uma casa legislativa
(denominada de Senado) para este fim.
5. A CONFEDERAÇÃO:
A confederação é concebida como um tratado entre estados
independentes, que decidem se unir, mas mantendo sua soberania e o direito à
secessão, ou seja, de dissolverem o vínculo existente, no momento que
desejarem. Há, portanto, uma pluralidade de entes soberanos que podem, a
qualquer momento, quebrarem todos os vínculos existentes e voltarem à
condição de plena independência.
5. CONCLUSÃO
A divisão clássica de formas de estado, presente em muitas obras e
doutrinadores, hoje, está a demandar uma revisão e atualização. Os conceitos
de federação, confederação e estado unitário mostram-se mais teóricos do que
práticos. O Brasil é, nos exatos termos do artigo 1º, Constituição Federal, uma
República Federativa. Nossa Carta Magna fixa, em seu § 4º, art. 60, que a forma
federal de Estado é uma cláusula pétrea, que sequer pode ser submetida a
propostas tendentes a aboli-la. Certamente há muito o que se debater nessa
área. Por exemplo, o porquê do Distrito Federal na condição de ente autônomo,
com receitas próprias elevadas, fruto de arrecadar tanto impostos estaduais,
quanto municipais, ainda hoje ser destinatário de elevados recursos e
subvenções federais. É uma distinção federativa enorme, injustificável e
desprovida de razoabilidade, até mesmo pelo fato de que estamos a favorecer
um ente com mais condições, em detrimento de entes com mais necessidades
e menos orçamento próprio.