Você está na página 1de 32

TEORIA MUSICAL - BÁSICA

CAPÍTULO 1
SOM, MÚSICA E SEUS ELEMENTOS

1. SOM

Som é toda vibração percebida pelo ouvido humano. O nosso ouvido percebe duas espécies
de sons: musicais e não musicais.

O som musical é resultado de vibrações sonoras regulares, é uniforme e pode ser grafado.
O som não musical, ou som indeterminado, é o ruído, resulta de vibrações sonoras irregulares,
não podemos grafálo.

Na prática musical o som assume quatro propriedades:

Altura - é a propriedade que possibilita ao som ser mais grave ou mais agudo.
Duração - é o tempo em que se prolonga o som.
Intensidade - é o volume do som; é o que lhe permite ser mais forte ou mais fraco.
Timbre - é a qualidade do som ou atributo especial de cada som, pelo qual distinguimos a
sua origem, que pode ser a voz humana ou sons de instrumentos.

2. MÚSICA

Música é a arte de manifestar os diversos afetos da nossa alma mediante o som.

Seus elementos mais importantes são:

Melodia - é a combinação de sons sucessivos, ou seja, um após o outro.


Harmonia - é a combinação de sons simultâneos (tocados de uma só vez).
Ritmo - é a combinação dos valores no discurso musical, regulados pela maior ou menor
duração.
Notação musical é a escrita da música.

3. PENTAGRAMA OU PAUTA

Pentagrama ou pauta é o conjunto de 5 (cinco) linhas paralelas, horizontais e equidistantes,


formando entre si 4 (quatro) espaços. As linhas e espaços da pauta são contados de baixo para
cima:
Pentagrama, do grego: penta =cinco; grama =linha.

Linhas Espaços
5 4
4
3
3 2
2 1
1

2
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

São nessas linhas e espaços onde a música, como regra geral, é escrita.

4. LINHAS E ESPAÇOS SUPLEMENTARES

Muitas vezes estas 5 linhas e 4 espaços não são suficientes para se escreverem todos
os sons musicais, por isso usam-se, quando necessário, as linhas e espaços suplementares
superiores e inferiores:
5
4
3 linhas suplementares superiores
2
1

1
2
3
linhas suplementares inferiores
4
5

Obs.: as linhas suplementares são contadas a partir da pauta.

5. NOTAS MUSICAIS

As notas para a escrita musical são 7 (sete): dó - ré - mi - fá - sol - lá - si.

Essas notas ouvidas sucessivamente formam uma série de sons a qual se dá o nome de
ESCALA MUSICAL.

3
TEORIA MUSICAL - BÁSICA
6. CLAVES

Clave é um símbolo colocado no início de uma pauta e serve para determinar o nome
das notas e sua altura na escala. Há três sinais de clave: de sol, de fá e de dó. São elas que
determinam os nomes e as alturas das notas; cada clave dá o seu próprio nome à nota escrita
em sua linha.

A clave de Sol é escrita na 2ª linha.


A clave de Dó é escrita na 1ª, 2ª, 3ª e 4ª linhas.
A clave de Fá é escrita na 3ª e 4ª linhas.

Exemplos de alguns instrumentos e claves utilizadas:


Clave de sol: violino, flauta, clarinete, oboé, sax soprano, sax alto, trompete, flugelhorn,
trompa;
Clave de fá (4a linha): violoncelo, fagote, sax tenor, trombone, tuba;
Clave de dó (3 a linha): viola.

Temos, portanto, algumas notas a serem lidas na Clave de Sol:

4
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

E na Clave de Fá, temos as seguintes notas:

DICA!

Para aprender mais fácil o nome das notas de cada


clave, decore primeiro as linhas e depois os espaços
e exercite bastante. E lembre-se: para localizar uma
nota basta saber em qual linha está a clave. Por
exemplo: a Clave de Sol é na segunda linha, portanto,
a segunda linha é Sol. Já a Clave de Fá é na quarta
linha, portanto, a quarta linha é Fá. Pronto! Agora é
só determinar as notas ascendentes e descendentes.

5
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

Existe ainda uma outra clave utilizada por percussionistas: a Clave de Percussão.

Essa clave foi criada para os instrumentos de percussão (caixa, bumbo, pratos...), e também
é usada nas partituras de bateria. Ela mostra que as notas não tem uma altura definida.
A clave de percussão também pode ser representada por apenas uma linha, neste caso, o
instrumento sempre virá indicado na partitura, como no exemplo abaixo:

HORA DE EXERCITAR
O QUE APRENDEMOS ATÉ AQUI

1. Relacione os elementos com os respectivos conceitos:

a) Combinação de sons simultâneos.


b) Símbolo colocado no início de uma pauta e que serve para determinar o nome das notas
e sua altura na escala.
c) Notas musicais.
d) Conjunto de 5 (cinco) linhas paralelas, horizontais e equidistantes, formando entre si 4
(quatro) espaços.
e) Arte de manifestar os diversos afetos da nossa alma mediante o som.
f) É a escrita da música.
g) Toda vibração percebida pelo ouvido humano.
h) Notas das linhas da Clave de Sol.
6
TEORIA MUSICAL - BÁSICA
i) Notas dos espaços da Clave de Fá.
j) Clave que não tem uma altura definida.

( ) Dó - ré - mi - fá - sol - lá - si
( ) Lá - dó - mi - sol
( ) Som
( ) Pauta ou pentagrama
( ) Clave
( ) Harmonia
( ) Música
( ) Notação musical
( ) Mi - sol - si - ré - fá
( ) Clave de Percussão

2. Identifique as notas abaixo:

7
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

CAPÍTULO 2
FIGURAS, DURAÇÃO, PAUSAS E COMPASSOS

1. FIGURAS MUSICAIS E DURAÇÃO DE TEMPO

Figuras musicais (ou figuras rítmicas) são símbolos utilizados para representar os tempos
de uma música. As figuras são compostas por: haste, cabeça e bandeirola ou colchete.

Agora que já aprendemos a representação das notas na partitura, chegou a hora de


estudarmos como os tempos são escritos. A duração de cada nota ou acorde numa partitura
vai ser determinada pelas figuras rítmicas abaixo:

8
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

Legal, mas quanto tempo cada uma dessas


figuras dura?

Veremos isso agora. Primeiramente, saiba que nós acabamos de mostrar as figuras, em
ordem, utilizando a seguinte lógica: cada figura musical apresentada dura metade do tempo
da figura anterior. Ou seja, a Mínima dura metade do tempo da Semibreve. A Semínima,
por sua vez, dura metade do tempo da Mínima e assim por diante. Vamos exemplificar: se
atribuíssemos valores quaisquer a essas figuras, dizendo, por exemplo, que a Semínima vale 1,
teríamos o seguinte:

9
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

Não entendi. Explica de novo?!

Vamos fazer isso ficar mais prático agora levando para


a vida real. Digamos que o valor de uma Semínima
seja de R$ 1,00. Isso significaria que:

– a Semibreve vale R$ 4,00


– a Mínima vale: R$ 2,00
– a Colcheia vale: R$ 0,50
– a Semicolcheia vale: R$ 0,25
– etc.

Esse exemplo foi importante para introduzir a ideia de que em uma Semínima cabem 2
Colcheias ou 4 Semicolcheias ou 8 Fusas, etc. Observe abaixo:

Repare que a semibreve é a figura de maior duração e as demais são frações dela, por isso
a semibreve é a figura utilizada como unidade de divisão proporcional dos valores.
Observe no quadro acima que as figuras mais rápidas que a semínima aparecem ligadas,
formando blocos que correspondem a uma semínima. Por exemplo, duas colcheias, uma ao
lado da outra, são ligadas da seguinte forma:

10
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

O mesmo se aplica as semicolcheias, fusas e semifusas. Veja:

REGRAS DE GRAFIA DAS FIGURAS MUSICAIS

1) até o segundo espaço, as hastes devem ser pra cima;


2) na terceira linha, no caso o Si (na Clave de Sol) e o Ré (na Clave de Fá), a
haste pode pra baixo ou cima;
3) do terceiro espaço pra cima, as hastes devem ser pra baixo;
4) mistas (por exemplo, uma abaixo da terceira linha e outra acima) pode-se
colocar a linha (unindo os colchetes) pra baixo ou cima.

Para cima, a haste tem que ser do lado direito. E pra baixo, a haste deve estar
no lado esquerdo:

11
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

2. PAUSA DAS FIGURAS MUSICAIS

Cada figura de som tem sua respectiva pausa que lhe corresponde ao tempo de duração.
As pausas são figuras que indicam duração de silêncio. As figuras mais usadas atualmente
são:

Observe que cada pausa ou figura de silêncio possui a mesma duração da sua figura de
som correspondente. Por exemplo, a mínima possui duração de 2 tempos e sua pausa terá a
mesma duração de 2 tempos em silêncio.

Atente-se para as pausas da Semibreve e da Mínima. Elas parecem iguais,


mas NÃO SÃO.

A pausa de Semibreve é escrita ABAIXO da 4ª linha:

Já a pausa da Mínima é escrita SOBRE a 3ª linha.

12
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

3. COMPASSO MUSICAL

Compasso musical é uma divisão da música em intervalos de tempo iguais, com o objetivo
de organizar a estrutura e facilitar a orientação para o leitor, além de ajudar a definir o ritmo
e o pulso de uma composição musical. Esse intervalo de tempo é representado por barras
verticais, como no exemplo abaixo:

O compasso é representado por uma fração (exemplo: 2/4 – lê se compasso dois por quatro)
o numero do denominador irá indicar em quantas partes uma semibreve deverá ser dividida
para se obter uma unidade de duração. E o número de cima se refere as unidades de tempo.
Cada compasso pode combinar as notas e pausas de forma particular, mas a soma dessas não
pode ultrapassar e nem ser menor que a unidade de tempo indicada. A formula do compasso
será escrita no inicio da composição ou nas seções se há mudanças durante a música.

Observe essa fração abaixo, que aparece no início da partitura que acabamos de analisar:

Essa fração 4/4 (Lê-se: compasso quatro por quatro) foi quem determinou que um
compasso teria 4 semínimas. Vamos descobrir o porquê disso:

O denominador da fração: informa qual a figura que servirá de referência para a


análise. O número 4 se refere à semínima, portanto esta é a figura de referência.

Já o numerador: informa quantas figuras cabem em cada compasso.


Observe que o numerador desta fração está dizendo que cabem 4 figuras em um compasso,
e o denominador está dizendo que a figura é a semínima, portanto, a fração 4/4 informa que
cabem 4 semínimas em um compasso.
Existem diversos tipos de compasso, que são definidos a partir do número de tempos
(batidas ou pulsações) que eles possuem.
Sendo assim, temos o compasso Binário, Ternário e Quaternário.
Para identificarmos o tipo do compasso, devemos encontrar seu tempo forte e os tempos
fracos que se sucedem:
13
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

a) Quando temos 1 tempo forte seguido de outro tempo fraco (totalizando dois tempos)
dizemos que o compasso é Binário;
b) Quando temos 1 tempo forte seguido de 2 tempos fracos (totalizando três tempos)
dizemos que o compasso é Ternário;
c) Quando temos 1 tempo forte seguido de 3 tempos fracos (totalizando quatro tempos)
dizemos que o compasso é Quaternário.

OBSERVAÇÃO!
O primeiro tempo de qualquer compasso sempre será forte.

Agora, vamos falar um pouco mais sobre cada tipo de compasso.

Compasso Binário
Possui 2 tempos, sendo o primeiro o tempo forte e o segundo, o tempo fraco. Ele pode
ser representado pelas frações:

14
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

O compasso binário 2/2 também pode ser representado pelo seguinte símbolo:

O compasso binário é relativamente comum na música popular sendo marcante em


diversos estilos como o samba, por exemplo.

Compasso Ternário
Possui 3 tempos, sendo o primeiro o tempo forte e o segundo e terceiro tempos fracos.
Ele pode ser representado pelas frações:

Para compreender o compasso ternário podemos tomar a valsa como um bom exemplo,
pois nela este tipo de compasso é bem característico.

Compasso Quaternário
Possui 4 tempos, sendo o primeiro o tempo forte, o segundo tempo fraco, o terceiro
tempo meio forte e o quarto tempo fraco. Ele pode ser representado pelas frações:

O compasso quaternário 4/4 também pode ser representado pelo seguinte símbolo:

4. BARRAS DE COMPASSO

Os compassos são separados no pentagrama por uma linha vertical, chamada barra de
compasso ou barra simples ou travessão.

15
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

Para concluir a música usa-se a barra final.

E, para indicar repetição de um trecho, usam-se barras de repetição, chama-se Retorno


(ou Ritornello) que indica volta ao trecho também com o mesmo sinal (porém com os
pontos à direita) e sua repetição.

Estude bastante o conteúdo deste Capítulo, ele é


de extrema importância para a interpretação das
partituras que você receberá ao fazer parte da banda.

16
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

HORA DE EXERCITAR
O QUE APRENDEMOS ATÉ AQUI

1. O que é pauta ou pentagrama?

2. O que é clave? Em que linha é escrita a Clave de Sol? O que isso significa?

3. Desenhe a clave de Sol seguindo o modelo dado:

4. Desenhe a clave de Fá seguindo o modelo dado:

5. Como são contadas as linhas suplementares?

6. Como são compostas as figuras musicais?

17
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

7. O que é compasso musical? Qual é o seu objetivo?

8. O que é formula de compasso?

9. Quais são os três tipos de compassos?

10. Qual a função do ritornello?

11. Qual a função da barra final?

12. Faça a relação entre o nome, a figura e sua pausa:

18
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

13. Marque “V” para verdadeiro e “F” para falso:

a) ( ) O resultado da soma de duas semínimas é igual a uma semibreve.


b) ( ) A semicolcheia possui 3 colchetes.
c) ( ) Somente quatro das sete figuras possuem colchete.
d) ( ) A semibreve possui cabeça e haste.
e) ( ) A semínima possui cabeça, haste e colchete.
f) ( ) O resultado da soma de duas pausas de mínima é igual a uma pausa de semibreve.
g) ( ) A semínima possui cabeça branca.
h) ( ) Apenas cinco das sete figuras possuem cabeça preta.
i) ( ) 1/4 da semibreve equivale a semínima.

14. Divida os compassos abaixo:

19
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

15. Complete os compassos usando figuras de semibreve, mínima e semínima, e


escreva o valor de cada figura:

16. Com base no exercício anterior, responda:

a) Quantas pautas tem a música da letra b)? ___________.


b) Quantos compassos tem a música da letra a) e letra b)? _____________
c) Foi utilizado alguma pausa? ___________.
d) Quais figuras foram utilizadas na música? Quantos tempos possui cada uma?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

e) Escreva o nome das notas nas duas partituras.

17. Complete os compassos usando as pausas correspondentes:

20
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

18. Escreva o nome das notas:

Agora na clave de Fá

21
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

CAPÍTULO 3
ACIDENTES, TOM E SEMITOM, LIGADURAS, ARTICULAÇÕES,
ORNAMENTOS, DINÂMICAS, REPETIÇÕES E ANDAMENTO

1. ACIDENTES MUSICAIS

Acidente ou alteração é um sinal que se coloca antes de uma nota e serve para modificar-
lhe a altura (a nota poderá ser elevada ou abaixada). Os sinais de alteração ou acidentes e suas
funções são:

Sustenido: # que eleva a altura da nota em um semitom (½ tom). (mais abaixo veremos o
que é um semitom).

Bemol: que abaixa a altura da nota em um semitom (½ tom).

Dobrado-sustenido: que eleva a altura da nota em dois semitons (um tom); (mais
abaixo veremos o que é um tom).

Dobrado-bemol: que abaixa a altura da nota em dois semitons (um tom).

Bequadro: anula o efeito de todas as alterações fazendo a nota voltar à altura natural
(pode elevar ou abaixar a altura das notas).

Os acidentes podem ser fixos, ocorrentes ou de precaução.

Os acidentes fixos são aqueles que aparecem junto à clave, no início do pentagrama. Ele
altera em todas as oitavas e em todos os compassos. No primeiro exemplo abaixo, toda nota
FA, DÓ, SOL e RÉ, será sustenido.

Todas as oitavas são afetadas.


22
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

O QUE SÃO OITAVAS?

Oitavas são intervalos de 8 notas.


Intervalos, por sua vez, é a diferença de altura entre dois sons, ou seja, a
distância entre duas notas. Conforme o número de sons que abrange, o intervalo
pode ser de 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, etc. O intervalo pode ser:

Simples - quando está contido dentro de uma 8ª (conjunto de 8 notas).

Composto - quando ultrapassa a 8ª.

O intervalo também pode ser:

Melódico - quando as notas são ouvidas sucessivamente. Pode ser: ascendente,


quando a primeira nota for mais grave que a segunda, e descendente, quando a
primeira nota for mais aguda que a segunda.

Harmônico - quando as notas são ouvidas simultaneamente.

Ao conjunto de acidentes fixos junto á clave, dá-se o nome de armadura de clave.

Os acidentes ocorrentes são aqueles que aparecem no decorrer da música. Só altera na


mesma oitava e mesmo compasso.

23
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

Os acidentes ocorrentes só vão alterar o próximo compasso se houver uma ligadura


(aprenderemos adiante o que é ligadura) unindo notas de mesma altura de um compasso a
outro ou mesmo terá que repeti-lo no próximo compasso. Exemplos:

Os acidentes de precaução são aqueles que aparecem para evitar um erro provável de
leitura. Isto é comum quando um acidente ocorrente aparece num compasso e tende a se
repetir na mesma nota do compasso seguinte. Por essa razão, usa-se o acidente de precaução.

Também se usa colocar entre parênteses o acidente de precaução para chamar a atenção
do executante.

No exemplo acima, nota-se que mesmo sem o bequadro a nota seria natural, mas o
acidente foi colocado com o intuito de prever o erro.

2. TOM E SEMITOM

Semitom é o menor intervalo entre dois sons que se utiliza na música ocidental. Os semitons
podem ser cromáticos ou diatônicos (1 semitom = ½ tom).

Semitom cromático - é formado por notas de nomes iguais e sons diferentes.

Semitom diatônico - é formado por notas de nomes e sons diferentes (porém sucessivos).

Tom é o intervalo de som formado por dois semitons.

24
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

3. LIGADURAS

Na notação musical, uma ligadura é uma linha curva que conecta duas notas da mesma
altura. A duração das duas notas ligadas fundem-se. Veja os exemplos:
– Na figura ao lado temos uma mínima e uma colcheia com
ligadura, estas duas notas serão tocadas só como uma, com a
duração de ambas somadas. Supondo que a mínima dura duas
batidas, a colcheia dura meia batida, então teremos o equiva-
lente a duas batidas e meia.

– Já na figura ao lado temos duas semínimas ligadas. Se cada


uma vale uma batida então estas notas serão tocadas como
sendo uma nota com a duração de duas batidas.

Existem 3 tipos de ligaduras:

De Valor ou Prolongamento - Indica a união de valores da mesma altura (notas iguais).

De Portamento - Liga figuras (notas) de diferentes alturas, acentuando a primeira nota e


destacando a segunda. Indica a execução mais unida de um desenho rítmico.

De Fraseado - Apresenta-se sobre diversos compassos num trecho musical. Sua função é
separar as frases musicais.

A forma de executar a ligadura varia conforme o grupo do instrumento. Nos instrumentos


de sopro (bem como no canto) executam-se as ligaduras em único sopro, sem interromper
para a respiração. Nos de arco todas as notas sob (ou sobre) a ligadura são executadas no
mesmo sentido da arcada, sem levantar ou parar o arco. Nos teclados não se pode levantar a
mão antes de terminar a execução de todas as notas contidas na ligadura.

25
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

ATENÇÃO!

Não existe ligadura de pausas. As ligaduras prolongam o acidente na nota mesmo


que ultrapasse o compasso, quando encerra a ligadura não há mais acidente.

4. ARTICULAÇÕES
É a maneira como se pronuncia as notas musicais. Articular é pronunciar com distinção e
clareza (grupos rítmicos ou melódicos) para tornar o discurso musical inteligível.
Cada família de instrumentos ou voz usa recursos distintos para criar as articulações, porém
sem interromper a melodia ou a fala, portanto, não deve haver respiração entre as notas.
Para determinar as diversas articulações utiliza-se pontos de diminuição, sinais ou palavras.
São eles:

- Ponto de aumento: O ponto de aumento é colocado à direita da cabeça da figura,


aumentando metade do seu valor. As pausas também podem ser pontuadas. Podemos usar
até 3 pontos de aumento: desta forma, o 2° ponto aumenta metade do valor do 1 ° ponto e o
3° ponto aumenta metade do valor do 2° ponto.

- Ponto de diminuição: subtrai metade do valor da figura (metade do valor é de som e


metade do valor é pausa).

- Fermata: Fermata é um sinal que se coloca acima ou abaixo de figuras ou pausas para
aumentar sua duração por tempo indeterminado (não tem valor fixo). Também pode ser
chamado de coroa ou infinito.

26
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

- Acento: é uma marca que indica que uma nota deverá ser reproduzida com maior
intensidade que outras (ou seja, que audivelmente deverá ser destacada das notas não
acentuadas).

5. ORNAMENTOS

Em música, são chamados ornamentos os embelezamentos e decorações de uma melodia,


expressos através de pequenas notas ou sinais especiais. Veremos agora alguns deles:

- Trinado: A função do trinado é acrescentar mais uma nota à nota principal, sendo que o
valor do trinado é sempre igual ao valor da nota principal. Em suma, é uma repetição de duas
notas por um dado período de tempo, sem interrupção e sem repetir duas vezes consecutivas
a mesma nota.

- Mordente: Em música, um mordente ou mordento é um ornamento que indica que uma


nota deve ser tocada em uma rápida alternância com a nota superior ou inferior. O mordente
usa, no total, apenas três notas.

-> Símbolo mordente

-> Execução

- Apogiatura: Apogiatura é uma nota acrescentada a uma nota principal, e o valor desta
nota é executada igual ou metade da nota principal.

27
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

- Glissando: É um ornamento representado por uma linha ondulada ligando uma nota
à outra. Geralmente as notas têm um intervalo relativamente grande entre elas e a linha
do glissando fica na diagonal. O glissando é, por vezes, abreviado por “Gliss.”. Além da linha
ondulada, ele pode ser representado pela abreviação entre duas notas. A execução do
glissando é tocar rapidamente todas as notas entre as duas escritas, da primeira a segunda. Se
a segunda nota está abaixo da primeira, o glissando será inferior. Se a segunda estiver acima,
o glissando será superior.

- Tremolo: É uma repetição rápida de uma nota ou uma alternância rápida entre duas ou
mais notas com aproximadamente 7 ou 8 vibrações por segundo. É indicado através de traços
que cortam a haste das notas. Se o trêmulo ocorre entre duas ou mais notas, os traços são
desenhados entre elas.
Escrita Execução

6. DINÂMICAS
A dinâmica trata do colorido musical, isto é, da variação de intensidade dos sons. Estas são
as palavras mais usadas, com as respectivas abreviaturas:

28
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

7. SINAIS DE REPETIÇÃO

São sinais que determinam a repetição de um trecho musical, compasso ou a repetição


completa desde o princípio. São eles:

- Ritornello: Já estudamos no capítulo anterior.

- Segno, sinal ou signo: Indica ou marca o início de uma repetição.

- Coda: Sinal de salto, indica que o trecho colocado entre dois


destes sinais não é executado na repetição.

- Fine: Fim.

- D.C. ou Da Capo: Palavras italianas, indica que se deve voltar ao princípio.

- D.C. al Fine ou Da Capo al Fine: Indica que se deve voltar ao princípio e parar no final
determi-nado.
- D.C. al Coda ou Da Capo al Coda: Indica que se deve voltar ao princípio e seguir o Coda.
- D.S. / D. Segno ou Al Segno: Deve-se voltar ao trecho onde está o Segno.
- D.S. al Fine: Voltar ao trecho onde está o Segno e parar final determinado.
- D.S. al Coda: indica que se deve voltar ao trecho onde está o Segno e seguir o Coda.

29
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

8. ANDAMENTOS
Andamento é o movimento rápido ou lento dos sons, guardando sempre a proporção dos
tempos no compasso. Conforme a movimentação, mais ou menos rápida, considera-se três
tipos de andamentos: Lentos, Moderados e Rápidos.
Os andamentos são indicados por meio de palavras (geralmente italianas) colocadas acima
do pentagrama, no começo do trecho musical.

Também é comum encontrarmos no início da partitura a indicação do andamento através


de uma semínima seguida do número de pulsações por minuto. Por exemplo:

Estude bastante o conteúdo deste Capítulo, ele é


de extrema importância para a interpretação das
partituras que você receberá ao fazer parte da banda.

30
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

HORA DE EXERCITAR
O QUE APRENDEMOS ATÉ AQUI

1. Escreva o nome das notas:

Agora na clave de Fá

31
TEORIA MUSICAL - BÁSICA

2. Responda:
a) O que são acidentes musicais e para que servem?

b) O que são oitavas?

c) Qual a função da ligadura de fraseado? E de prolongamento?

d) Diferencie ponto de aumento e ponto de diminuição.

e) Qual a função de uma fermata?

f) Qual a função de um acento:

3. Vamos recapitular o que aprendemos nos capítulos anteriores:


a) O que é clave e para que serve?

b) O que são figuras e como elas são compostas?

c) Qual a figura de maior duração utilizada atualmente?

d) O que são pausas?

32

Você também pode gostar