Descola Ebook Multi-Geracoes

CONTEÚDO EXTRA
Todo o conteúdo deste Ebook foi desenvolvido pela

Descola em parceria com o professor do curso.
OLÁ ALUNO,
Você já viu ou provavelmente está Neste ebook, falamos mais dos
vendo o curso “Multi Gerações: Com- conceitos apresentados, relacionamos
preender e se relacionar com cada vídeos, filmes e livros para que você siga
uma.” Esperamos que você tenha gos- aprofundando nos conceitos abordados
tado do conteúdo e aprendido sobre nas videoaulas e continue aprendendo.
a diversidade de gerações em seus
comportamentos, valores e visões de
mundo.
Você já aprendeu sobre como as

gerações são formadas e as caracte-
rísticas comportamentais de cada uma
delas, além de entender como pode agir
de forma personalizada com diferentes
públicos geracionais.
Abraços, Equipe Descola

Transformando suas curiosidades em habilidades.
ÍNDICE
01_ Quem ministra o curso 6
02_ A importância da diversidade 8
03_ O que são gerações? 11
04_ Como as gerações são formadas? 14
05_ Os eventos históricos que impactam as gerações 16
06_ Os Baby Boomers 26
07_ A Geração X 30
08_ A Geração Y 33
09_ A Geração Z 36
10_ As 11 forças que impactam o mundo do trabalho 40
11_ Os 6 níveis de sensibilidade à diferença 53

12_ Os setênios 58
13_ Como cada geração aprende 65
14_ Modelos de gestão para gerações 69
15_ Canais de Comunicação 73
16_ Os 4 filtros antimarketing 79
17_ Livros 84
18_ Filmes e séries 89
19_ Playlist de vídeos 94

EBOOK MULTI GERAÇÕES
6
QUEM
MINISTRA
O CURSO
01
COMPREENDER E SE RELACIONAR COM CADA UMA | DESCOLA
Eduardo Estellita
Eduardo é um cidadão do mundo, palestrante em grandes instituições in-
com cabeça de engenheiro e alma de ternacionais e nacionais (como a Fiesp,
escritor. Durante 12 anos, ele morou PUC-Rio e Casa do Saber).
em 9 cidades diferentes, em 5 países. Em 2014, trouxe para o Brasil um
Tem mais de 15 anos de expe- programa inglês de desenvolvimen-
riência acompanhando pessoas e to de liderança de jovens, chamado
empresas em transição. Engenhei- LeadNow!
ro e matemático pela PUC-Rio e pela Hoje em dia, mora em São Paulo
École Centrale Paris, começou sua e atua como consultor organizacional
carreira no mundo corporativo, li- e coach certificado pela Federação
derando projetos internacionais em Internacional de Coaching (ICF). É
gestão da mudança na L’Oréal, InBev também coautor de dois livros sobre
e Nespresso. coaching.
Em 2012, largou a vida CLT e fun- Eduardo é apaixonado por pes-
dou a genYus @work, para pesquisar soas! Acredita que somente lhes
como empresas poderiam aumentar revelando seus talentos e valorizando
seu potencial colaborativo em meio à as diferenças interpessoais é possível
diversidade. Logo após, organizou um liberar o potencial coletivo para os de-
evento TEDx na Bélgica, falou em ou- safios do século 21. E é por isso que facebook.com/genYusatwork
tro evento TEDx e atuou como coach hoje vamos aprender com ele tudo so-
de palestrantes para seis eventos TEDx bre as multigerações. linkedin.com/in/eduardoestellita
diferentes. Desde então, foi professor
de relações interculturais na França e
7
8
A IMPORTÂNCIA
DA DIVERSIDADE
02
Se você trabalha em uma empresa, seja ela de peque- V: volatility (volatilidade):

no ou grande porte, sabe que o maior desafio no ambiente O mundo é volátil. As certezas, os paradigmas e tudo
de trabalho não é tecnologia nem conhecimento técnico, que nos constitui como sociedade mudam, e isso aconte-
mas o convívio e a comunicação entre pessoas. Enquanto ce de forma bastante rápida.
muitas empresas falam da importância da inovação para
serem competitivas no mercado globalizado, poucas real-
mente perceberam que o modelo antigo de inovação (aquele U: uncertainty (incerteza):
em que se trancava um gênio como Thomas Edison em uma Tudo que parece ser estático, não é. Num mundo volá-
sala escura, até que ele saísse de dentro com uma lâmpa- til, a única certeza que se pode ter é que há incertezas por
da) não funciona mais! toda parte, e que elas precisam ser consideradas.
Todos os dias surgem coisas novas no mundo, e isso
faz com que novas culturas e novos costumes nasçam. A C: complexity (complexidade):
aceleração dos últimos 20 anos deu origem a um mundo
Cada vez mais vamos nos deparar com situações com-
VUCA. Alguns estudiosos definiram como VUCA as qua-
plexas, cuja solução provavelmente está nas entrelinhas ou
tro características que estão intrinsecamente ligadas ao
na relação entre todas as partes que compõem o problema.
mundo contemporâneo. Cada letra corresponde a uma
característica:
A: ambiguity (ambiguidade):
Para cada luz, há uma sombra. Tudo tem dois lados e
eles se tornam mais evidentes em determinadas situações.
Uma mesma coisa pode ser enxergada por muitas pessoas
de formas diferentes.
9
A resposta para os problemas mais urgentes da huma-

nidade está na colaboração entre pessoas com perspectivas,
talentos e conhecimentos diferentes (muitas vezes atuando
em áreas que até pouco tempo atrás continuavam sepa-
radas).
De um lado, diversidade traz um gigantesco potencial
de inovação. Por outro, ela pode também dar origem a mui-
tos conflitos, especialmente se não formos abertos ao outro.
Conviver com o outro implica aceitar que

ele pode ter valores, expectativas e com-
portamentos diferentes dos nossos. Implica
interessar-se em como ele enxerga o mun-
do e como essa visão influencia sua forma
de agir.
10
O QUE SÃO
GERAÇÕES?
03 11
Provavelmente, você já deve ter ouvido a expressão Tradicionalistas ou Geração Silenciosa: nascidos en-
“de geração em geração” - comportamentos que mudam, tre 1928 e 1945;
hábitos que permanecem, características que evoluem “de Baby Boomers: nascidos entre 1946 e 1964;
geração em geração”. Não importa o contexto, mas você
Geração X: nascidos entre 1965 e 1977;
sabe do que essa expressão se trata: significa que algo
acontece de tempos em tempos, com pessoas diferentes. Geração Y ou Millennials: nascidos entre 1978 e 1995;
Geração Z: nascidos após 1996.
É isso que forma uma geração: um gru-

po de pessoas nascidas em um determinado A precisão dos anos de cada geração não se dá neces-
sariamente dessa forma na prática. Às vezes, uma pessoa
período e que, por isso, compartilham alguns
que nasceu em 1995 tem muito mais características da Ge-
valores, traços comportamentais e visões
ração Z do que da Y, e isso é normal. Não é porque uma
de mundo similares. Geralmente, o tempo
pessoa nasceu no dia 1º de janeiro de 1996, na virada do
correspondente a uma geração é de aproxi- ano, que ela automaticamente deixa de fazer parte dos Mil-
madamente 20 anos. lennials. Além de datas, questões como o contexto e as
vivências de cada pessoa são decisivas para definir a que
O consenso entre muitos pesquisadores de gerações geração cada um de nós pertencemos.
define os intervalos geracionais da seguinte forma: Por terem vivido em tempos distintos, cada geração
possui comportamentos característicos, que as diferem
umas das outras. Entretanto, as mais diversas gerações en-
12
contram-se no hoje, dividindo um mesmo momento histórico

e praticamente os mesmos acontecimentos na sociedade.
Muitas vezes, trabalham nas mesmas empresas pessoas
de 16 e 70 anos, convivendo diariamente e enfrentando as
mesmas situações.
Cada um, de acordo com sua geração, encontra solu-
ções e se comporta de formas diferentes. Por mais positivo
que isso seja para o crescimento do time como um todo,
muitas vezes ocorrem situações de conflito entre pessoas
de diferentes gerações. Para lidar com essa dificuldade e
torná-la uma solução, é preciso conhecer mais sobre cada
geração, os momentos que viveram durante o seu cresci-
mento, a sua forma de pensar, de agir e como tudo isso foi
moldado. Estamos aqui hoje para ajudar você na hora de
fazer essa ponte de entendimento entre as mais diversas
gerações e suas diferenças.
13
14
COMO AS
GERAÇÕES SÃO
FORMADAS?
04
O princípio de base ao se falar em gerações é as pessoas de uma mesma geração se comportam da mes-
ma forma. Nossos pensamentos, ações e motivações são
o fruto da combinação de diversos filtros. Podemos adotar
“A sociogênese precede a psicogênese”
um curso de ação movidos pelo filtro da cultura nacional,
do gênero, da posição socioeconômica, da família, da pro-
Traduzindo… fissão, da cor de pele, da orientação sexual… e da geração.
Ao conhecer um pouco mais sobre como cada geração
“Os grandes eventos políticos, econômi- se formou, você se tornará mais hábil para interpretar com-
cos, tecnológicos e culturais da sociedade (e portamentos que possam parecer estranhos para alguém da
sua geração e será capaz de adaptar o seu comportamento
do mundo), atuando em combinação com o
quando for falar com grupos de pessoas de outra geração.
ciclo de vida específico no qual o indivíduo
se encontra, influenciam e dão origem a com- Dentre as possíveis variáveis que moldam as gerações
e seus comportamentos, os eventos históricos que marca-
portamentos típicos da geração.”
ram a infância e a juventude das pessoas servem como base
para entendermos a forma com que cada um se porta dian-
Da mesma forma que é possível identificar alguns tra- te de determinadas situações. Guerras, crises, atentados
ços comuns nos comportamentos de pessoas de uma mesma - muitos episódios que foram decisivos na hora de formar
cultura ou país, o mesmo pode ser feito para pessoas de uma uma nova geração, cada um deles deixando suas marcas e
mesma faixa etária. No primeiro caso, a diversidade surge contribuindo para o panorama geral que temos sobre cada
da separação geográfica. No outro, da separação tempo- geração hoje em dia. No próximo capítulo, vamos conhecer
ral. São lentes diferentes que nos ajudam a compreender alguns dos principais acontecimentos que foram divisores
o ser humano. de águas na hora de formar um novo grupo, seja o dos Baby
Isso não quer dizer que TODOS os comportamentos Boomers ou de qualquer outra geração.
são explicados pelas lentes das gerações, nem que TODAS
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16
OS EVENTOS
HISTÓRICOS
QUE IMPACTAM
AS GERAÇÕES
05
Os eventos históricos ajudam a moldar as diferentes cer. Era um cenário que havia emprego, comida e crédito.
gerações. Uma coisa interessante de se notar é que um Tudo o que a população poderia pedir depois de um pe-
mesmo evento afeta gerações de formas diferentes. Isso ríodo de Guerra.
é claro: o impacto da queda do Muro de Berlim é diferen- Mas, em outubro de 1929, ocorreu a já conhecida que-
te se você tem 60 anos e viveu toda a história ao longo da bra da Bolsa de Valores de Nova York. O pior e mais longo
sua vida, se você tem 30 e viveu somente o pós-guerra ou período de recessão econômica do século XX. Os efeitos
se tem 5 anos e não sabe exatamente o que está aconte- foram devastadores em diversos países: aumento do de-
cendo a sua volta. Ainda assim, certamente, esse fato irá semprego, queda do PIB, diminuição da produção industrial,
mudar a sua criação e o mundo que você terá pela frente. queda do preço das ações e assim por diante.
Trouxemos alguns dos principais eventos históricos
e a forma como eles podem ter influenciado no compor-
tamento das pessoas e nas gerações que o sucederam. É
claro que a formação das gerações é muito mais profunda
do que apenas passar pelos eventos históricos. A ideia aqui
é mostrar como eventos, ao longo do tempo, foram funda-
mentais para entendermos como o mundo é hoje.
CRISE DE 1929
A crise de 1929 foi a primeira grande crise econômi-
ca que o mundo vivenciou. Havia se passado 10 anos da
Primeira Guerra, e a economia mundial começava a se
restabelecer. Os Estados Unidos firmaram-se como uma
das potências mundiais, enquanto a Europa voltava a cres-
17
O que isso impactou nas gerações:

Imagine uma geração que havia saído de um período
de Guerra e começou a ter uma vida normal, com emprego
e comida e, de repente, voltou a um cenário de desemprego
e falta de dinheiro. O impacto é muito forte na importân-
cia do trabalho e em como colocar comida na mesa. Um
dia de cada vez.
FINAL DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A Segunda Guerra Mundial acabou em 1945. Depois
do cenário da maior crise econômica de todos os tempos,
aliado a duas Guerras, a mentalidade das pessoas mudou.
Se até então o importante era viver um dia de cada vez,
porque não se sabia como seria o amanhã (e nem se teria
amanhã), os Tradicionalistas passaram a enxergar que era
possível seguir sua vida.
A felicidade e expectativa de vida eram tão grandes
que os casais dispararam o número de filhos. Antes, com
tanta incerteza, ninguém queria ter filhos. Agora que a paz
voltou, era finalmente a hora de constituir família. Foi aí
que surgiram os Baby Boomers - um momento de grande
explosão no número de nascimentos.
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WOODSTOCK O que isso impactou nas gerações:

Os hippies surgiram nos anos 1960 como um movimen- Os hippies teriam seus filhos e os criariam de forma
to de contracultura. Eram contra as Guerras e pregavam um completamente diferente do que foram criados. Os pais
modelo de vida mais nômade, com menos consumo e maior dos hippies sabiam somente sobreviver. Já essa geração
espiritualidade. Foi o nascimento do lema “Paz e Amor”. ensinaria aos filhos sobre a importância da liberdade, da
O ápice desse movimento foi o festival de Woodstock: cultura, das relações sociais. Nascia então a Geração X.
400 mil pessoas assistindo às principais bandas da época em
um grande movimento de paz, liberdade e boa convivência.
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EPIDEMIA DA AIDS
A Geração X, que havia crescido aprendendo sobre as
diversas liberdades, entre elas a sexual, sofreu um choque
no começo dos anos 1980. Era a epidemia da AIDS.
A doença matou milhões de pessoas, destruiu eco-
nomias e mudou radicalmente os costumes da época. As
pessoas, por não saberem como era transmitida, passaram
a evitar pessoas doentes. Por se propagar também pelo
sexo, a liberdade sexual dos anos 1960 e 1970 deu lugar à
era do sexo seguro, com o uso de preservativos e diminui-
ção de parceiros.
Foi uma mudança comportamental bastante importan-
te para a época. Junto com o crescimento das corporações
e dos planos de carreira, a vida dos filhos dos hippies foi
completamente modificada.
20
QUEDA DO MURO DE BERLIM

No final dos anos 1980, mais precisamente em 1989,
chegou ao fim o período da Guerra Fria com a queda do
Muro de Berlim. Naquela época, temia-se que o mundo en-
trasse em uma terceira grande Guerra Mundial, dessa vez
polarizada entre EUA e URSS. O poderio bélico de ambos
os lados era tão grande e desenvolvido que as nações po-
deriam acabar com o mundo.
A queda do muro, que dividia a Alemanha em Ociden-
tal e Oriental, foi o fim simbólico dessa época de tensão, o
que permitia um novo futuro pela frente.
A geração que nasceu nessa época - a Geração Y - já
vem ao mundo com outras preocupações. Não temem pela
paz, mas pensam na carreira e na felicidade.
21
GOOGLE
Oras, então um buscador é algo
tão importante assim para a história
mundial? Calma! Mais que um busca-
dor, o Google, que surgiu em 1998, é
símbolo de toda uma capacidade tec-
nológica e de conexão, que começou
nos anos 1990 com a Internet.
E esse sim é um fator que muda
tudo. A forma como trabalhamos, como
nos comunicamos, como nos diver-
timos, como aprendemos. Tudo está
relacionado ao avanço tecnológico.
O que isso impactou nas ge-
rações:
Esse é um exemplo muito bacana,
pois conseguimos explorar como ele im-
pacta nas diferentes gerações. A Geração
X teve que se adaptar a essas tecnologias,
gostando ou não. Eles precisam delas
para trabalhar ou para se comunicar. Já
a Geração Y ou a Z enxerga esses avan-
ços como naturais. São os nativos digitais.
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CASAMENTO GAY O que isso impactou nas gerações:

O primeiro casamento gay oficial na história aconteceu Todas as pessoas possuem direito de escolher. E essa
em 2005 na Espanha, e esse é um dos marcos da liberdade escolha é pessoal. As gerações mais antigas ainda se in-
sexual e de gênero. As pessoas são legalmente livres para comodam com a liberdade sexual, mas as gerações mais
escolherem o que querem de suas relações, o que preten- jovens verão isso com extrema naturalidade.
dem e o que querem ser. E isso só diz respeito a cada um,
e não é mais um controle do Estado ou da igreja.
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IPHONE
Para fechar, mais um avanço tec-
nológico que impacta muito nossas
vidas. O smartphone trouxe toda a
capacidade que a tecnologia e os com-
putadores nos deram para a palma de
nossas mãos.
O que isso impactou nas
gerações:
Você conseguiria viver sem um
celular? Gerações superconectadas,
que podem estar em qualquer lugar,
fazendo qualquer coisa. Nômades di-
gitais, consumidores e produtores
de conteúdo. O mundo na palma das
mãos.
E não para por aí. Ainda temos diversos processos tecnológicos, como o
advento da Inteligência Artificial, a Corrida Espacial, a biotecnologia e muitos
outros eventos que podem (e devem) impactar muito na forma como as gera-
ções enxergam e se comportam nesse mundo
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1922 1946 1965 1978 1996 ?
Tradicionalistas Baby-Boomers Geração X Geração Y Geração Z
29: Crash de 45: Fim 64: Golpe 73: Crise 81: Epidemia 98: Google 04:
Wall Street da 2ª GM militar no petrolífera de AIDS Facebook
Brasil
99: Tiros em
38: Começo 68: Woodstock 82: Corporate Columbine 05: Casamento
da 2ª GM e Maio de 68 raiders
Gay na Epanha
99: Zona
Euro
07:
68: Movimento 89: Queda do IPhone
Feminista muro de Berlim
01: Wikipedia
08: Crise
01: 11/09 Mundial
10: China se
torna 2ª economia
mundial
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OS BABY
BOOMERS
06
Os Baby Boomers são as pessoas Um marco importante acontecimento, e isso fez com que os
nascidas no período correspondido que acabou por influenciar Baby Boomers se moldassem da for-
entre 1946 e 1964. Antes deles, encon- fortemente o comportamen- ma que ainda são até hoje.
tramos a Geração Tradicionalista, ou
to dos Baby Boomers foi a Uma de suas contribuições mais
Silenciosa, no período de 1928 a 1945. marcantes foi o fortalecimento dos
popularização da televisão.
A Geração Tradicionalista não será movimentos culturais e sociais, que
abordada com profundidade nesse
Isso fez com que o baby
buscavam evoluir o feminismo, os
ebook, já que sua maioria esmagado-
boom se tornasse não só uma
ideais de liberdade e os movimen-
ra não se encontra mais no mercado explosão demográfica, mas
tos civis a favor dos negros. Também
de trabalho. também cultural. é nessa fase que surge o movimen-
O nome baby boomer refere-se A TV transmitia mensagens e re- to hippie, pregando o “peace & love”
aos “filhos do ‘baby boom’”, a explosão tratava a juventude como um grande (“paz e amor”) e o “make love, not war”
demográfica ocorrida no contexto do
pós-Segunda Guerra Mundial, princi-
palmente nos Estados Unidos, Canadá
e Austrália. Baby boom, em tradução
literal, significa “explosão de bebês”.
Por essa razão, sua infância e adoles-
cência foram uma época marcada pela
competição, característica marcante
da geração.
(“faça amor, não guerra”) contra a Guerra Fria e a Guerra do Nos dias de hoje, com idades que variam
Vietnã. No lugar da força armada, os hippies apostavam na entre 53 e 72 anos, os Baby Boomers ocupam
música, nas artes e em todas as outras formas de cultura. cargos fixos e estáveis. Eles preferem ser re-
De modo geral, buscavam libertar-se das estruturas conhecidos pelo seu tempo de experiência
políticas rígidas estabelecidas no período de reconstrução do que por sua capacidade de inovação, e
pós-guerra (paradigma da ordem), e isso fez com que essa tudo isso está intrinsecamente ligado ao mo-
geração fosse marcada pelo engajamento.
mento da economia que viveram.
No Brasil, os Baby Boomers, quando jovens as-
sistiram ao colapso do governo de Vargas e o início da
Ditadura Militar (os chamados anos de chumbo) e das pro-
messas do milagre econômico. Muitos dos Baby Boomers
que se engajaram na luta contra o regime militar desapare-
ceram, foram exilados ou morreram. Alguns destes, artistas,
tornaram-se referência no Brasil por muitas décadas, dan-
do origem a movimentos culturais como o Tropicalismo.
Devido a diversas mudanças políticas e crises econô-
micas que testemunharam, apresentam-se conversadores
quando o assunto é economia.
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Na época da escolha pela carreira, havia menos op- Assim como apresentam preferências à estabilidade
ções de profissão para seguir, e a pressão das instituições profissional, os Baby Boomers geralmente também apli-
familiares e sociais levaram muitos Baby Boomers a se- cam essa característica ao comportamento de consumo.
guirem caminhos profissionais escolhidos pelo grupo. As Preferem marcas estabelecidas no mercado, de qualidade
instituições prometiam crescimento àqueles que ofereces- comprovada, mesmo quando um pouco mais caras.
sem comportamento consistente, leal e estável, valores
que guiam até hoje seus comportamentos. A máxima “Pay
your dues” (que significa “Fazer pelo grupo antes de espe-
rar algo em troca”) guiou suas escolhas profissionais por
muito tempo e gerou comportamento workaholic, levando
alguns a arrependerem-se mais tarde da priorização dada
ao trabalho sobre a família.
Atualmente, em vias de aposentadoria, muitos Baby
Boomers buscam colher os frutos de seu sacrifício, investin-
do em relações mais leves com familiares, viagens culturais
e atividades lúdicas. Outros, encontram no renascimento
profissional como mentores e consultores uma possibilida-
de de contribuir com sua experiência para as gerações mais
jovens, sem sofrer com as pressões dos cargos executivos.
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A GERAÇÃO X
07
Filhos de Tradicionalistas e Baby Boomers nascidos en- tes do que seus genitores. No Reino Unido, por exemplo, a
tre 1965 e 1977, a geração seguinte ficou conhecida como juventude britânica não se importava com os tabus do sexo
Geração X. antes do casamento, do ateísmo, de não vangloriar a Ra-
O período de baby boom agora foi substituído pelo inha. Foi nessa época, inclusive, que surgiu o punk como
que alguns chamam de baby bust. No dicionário livre de movimento anarquista e revolucionário. Em Londres, os Sex
inglês americano, a expressão refere-se a um período de Pistols cantavam “Anarchy In The U.K.” e a icônica (e irôni-
queda brusca na taxa de natalidade mundial. A média de ca) “God Save The Queen”.
filhos caíra significativamente, e isso refletia nas percep- A Geração X presenciou diversos episódios políticos e
ções de família dos jovens da Geração X. econômicos conturbados. No Brasil, por exemplo, ocorre-
Com o ingresso da mulher no mercado de trabalho, ram as Diretas Já e o fim da ditadura. Mais tarde, foi essa
essa foi a primeira geração a aprender a cuidar de si pró- mesma geração que, com as “caras pintadas” pressionou
pria (pelo menos nos horários comerciais) e a contar com para o impeachment do presidente Collor. Essas movi-
o apoio dos colegas e familiares distantes para a sua cria- mentações formaram uma geração descrente no governo.
ção. Com a legalização do divórcio e sua popularização na
década de 1980, muitos jovens deixavam de acreditar na
instituição do casamento e na família tradicional, deixan-
do de tê-los como prioridade.
Com a crise do petróleo e a Guerra Fria, ademais, as
famílias deixaram de ser tão tradicionais a partir desta
geração. Agora buscavam por liberdade sexual e valori-
zação do sexo oposto, por mais que isso fosse contra os
ideais de seus pais.
Tais jovens possuíam hábitos e preocupações diferen-
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Com todas as novidades e avanços tecnológicos, a Por muitos terem visto seus pais serem demitidos de
Geração X consequentemente interage mais com essas fer- grandes empresas, os membros da Geração X buscam
ramentas do que os Baby Boomers (e isso é um padrão que sempre ter um plano B, caso as coisas não saiam como o
se desenha constantemente, observado de geração em ge- planejado. Esse comportamento foi bastante reforçado por
ração). Desde que entraram para o mercado de trabalho, episódios como o Impeachment de Collor e as privatizações
depararam-se com uma enorme quantidade de mudanças, de Fernando Henrique Cardoso.
como o surgimento do computador pessoal, do celular, do Segundo estudo do Grupo Abril, de 2017, essa gera-
email etc. Essa geração trabalhou tanto com os cursos de ção representa ¼ da população e é responsável por mais
datilografia e as cópias de mimeógrafo, quanto com apli- da metade da renda gerada no país. A mesma pesquisa ain-
cativos de smartphone e a Internet das Coisas. da aponta que os X são os que mais consomem e têm mais
propensão a se fidelizar a marcas.
Ainda no quesito profissional, a Geração
X está muito menos preocupada em cultivar
uma carreira sólida numa única empresa e
estabilizar-se nela. Eles estão mais focados
em seus próprios planos de carreira, nem que
para isso precisem ir de empresa em empre-
sa, aumentando seus cargos gradualmente.
Não são workaholics como seus pais - na
verdade, buscam o equilíbrio entre a vida
pessoal e a profissional.
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08
A GERAÇÃO Y
33
trouxe uma enxurrada de novos conhecimentos e de no-

A Geração Y corresponde aos nascidos entre 1978 e
vas oportunidades, e isso fez com que as pessoas dessa
1995. São chamados também de Millennials (Geração do
geração fossem mais preocupadas consigo mesmos - não
Milênio), por serem os primeiros a chegarem à idade adulta
necessariamente egoístas.
depois da virada do milênio, ou ainda de Geração da Inter-
net. Vivem um momento de democracia e liberdade política. Dentre as gerações anteriores, estes foram os primei-
ros que não precisaram aprender e se adaptar às máquinas.
Os jovens da Geração Y cresceram envoltos de avan-
Desde pequenos, já contavam com diversos aparelhos em
ços tecnológicos e do crescimento de diversos países, além
casa, como televisão ou um computador de mesa. A disse-
de um momento favorável da economia mundial. Toda essa
minação da Internet fez com que os jovens Y se tornassem
facilidade - de comunicação, de entretenimento etc. - fez
mais independentes, já que podiam buscar as respostas
com que os Millennials ficassem conhecidos como pessoas
para seus problemas sozinhos, numa pesquisa rápida.
distraídas e até impacientes. A sociedade da informação
34
A Internet também proporcio- aparelhos multitarefas, que se com- de horários mais flexíveis, desde que
nou uma diferença no comportamento portem da mesma forma que eles no o resultado combinado seja entregue.
afetivo da Geração Y. Seus relaciona- dia-a-dia: fazendo mil e uma ativida- Aquela história antiga de que
mentos são muito mais pautados em des ao mesmo tempo. trabalho e diversão não se misturam
interesses e atividades em comum do também acabou por aqui. Os Millen-
que necessariamente na proximidade nials preferem empregos nos quais
No âmbito profissional,
geográfica entre eles. Os grupos de podem se divertir e não só cumprir
interesse espalhados pela Internet é
a Geração Y, em sua grande
tarefas num ambiente tenso. Dão pre-
que proporcionaram essa mudança. maioria, busca por desafios e
ferência a empresas com margem de
Também se diferenciam de seus pais oportunidades de crescimen-
abertura para questionamentos dos
por sua preocupação muito maior com to. Não é incomum analisar colaboradores, para que eles façam
questões sociais e ambientais. um currículo de um Millen- parte de verdade do time e não só re-
As gerações anteriores enfrenta- nial e ver que ele já trocou pliquem tarefas, como a maioria de
ram períodos duros de guerra e crise, de emprego diversas vezes, seus pais fazia. Isso, por consequên-
enquanto os Y puderam usufruir da fa- justificando a troca por não cia, resume outra característica da
cilidade da sociedade da informação. ser desafiado o suficiente e Geração Y: eles estão muito preocu-
Isso fez com que estes jovens fossem acabar caindo na rotina. pados com o bem-estar no ambiente
mais ambiciosos quanto a seus empre- de trabalho. E não só com seu próprio
gos, procurando bons salários. bem-estar, mas também de todos que
Baseiam-se muito menos na
Hoje, essas pessoas formam um trabalham com eles, sejam seus líde-
hierarquia tradicional que seus pais
grupo de aficionados pela inovação. res ou não.
estavam acostumados e valorizam a
Buscam um celular mais moderno, uma liderança conquistada. Para isso, são
TV com mais funções, um notebook adeptos aos feedbacks frequentes e
que é uma supermáquina. Querem
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36
A GERAÇÃO Z
09
A mais nova geração é formada

pelos nascidos depois de 1995 até os
dias de hoje. É a chamada Geração Z,
dos nativos digitais. Já nasceram co-
nectados, acompanharam de perto o
avanço rápido dos smartphones e, por
mais jovens que sejam, já estão nas
redes sociais. Por essas e outras, a Ge-
ração Z possui níveis de atenção ainda
mais reduzidos que os da Geração Y.
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Comparada às gerações anteriores, a Geração Z pas-

sou por mudanças significativas do paradigma dominante.
O que antes era marcado pelo individualismo e pela bus-
ca do melhor desempenho, seja no trabalho ou na vida
pessoal, foi substituído pela colaboração e pela luta por
questões sociais.
Em relação a seu comportamento, a Geração Z é co-
nhecida também como Geração C. Essa definição não se
trata de alguma época específica, mas sim de suas caracte-
rísticas e comportamentos, resumidas em quatro palavras:
CRIAÇÃO
CURADORIA
COMUNIDADE
CONEXÃO
Criação, como o nome sugere, refere-se ao alto poder

de criar conteúdo dessa geração. Estão sempre atualizando
suas redes sociais, seja com fotos, textos, memes ou vídeos.
Seus talentos são testados e desenvolvidos desde cedo.
38
A curadoria é como eles se relacionam com tudo o que A Geração Z possui muitos traços marcantes. Questões
vem da criação. Com toda a capacidade (e facilidade) de como a fluidez de gênero, de tribos e da própria geração
criar e replicar conteúdos, as pessoas acabam mergulhando fazem parte do dia-a-dia desses jovens.
num imenso mar de informações, muitas vezes descone-
xas, fora de contexto. Para decidir as suas preferências, é
Quando falamos em educação e aprendi-
necessário um processo de curadoria e customização dos
conteúdos.
zado, esse grupo é o mais adepto aos novos
modelos, como o de educação à distância.
A questão da comunidade reflete o fato de que essa
Estudam por si próprios, buscando videoau-
geração se tornou muito mais colaborativa que as anterio-
res. A Geração C acredita que a colaboração é um fim, não
las e exercícios na Internet. Por conta disso,
um meio para o sucesso. apresentam um perfil mais generalista, sa-
Por fim, a característica mais óbvia. A conexão refle-
bendo um pouco sobre vários assuntos.
te como a Geração C é muito comunicativa, chegando a
trocar 10 trilhões de mensagens por ano! Se você faz parte No mundo profissional, os Z apresentam certo desinte-
da Geração C, sabe como é passar um dia inteiro desco- resse por cargos fixos. Estão muito mais preocupados com
nectado, sem poder mandar e receber mensagens, sem ler a diferenciação profissional do que construir uma carrei-
nenhuma notícia ou o feed da sua rede social. ra sólida, mostrando-se responsáveis desde cedo quando
o assunto é trabalho.
Observação: por não se tratar de uma época e sim de

comportamentos, a Geração C pode referir-se a outras ge-
rações que não a Z. O mais comum é associá-la aos mais
jovens, mas isso não é uma regra.
39
40
AS 11 FORÇAS
QUE IMPACTAM
O MUNDO DO
TRABALHO
10
Sempre falamos - ou ouvimos fa- geracionais, mas pessoas de outros tem uma expectativa de mais 30 anos
lar - que estamos em um mundo cada estados ou nações, de diferentes gê- de vida, podendo passar dos 80 anos
vez mais veloz, cada vez mais conec- neros, idades e estilos de vida. Aqui de idade.
tado e, principalmente, cada vez mais existem dois movimentos principais Em média, as pessoas vivem mais,
tecnológico. Tudo isso é verdade, e que podemos abordar sobre esse as- por volta de 11 anos a mais do que elas
esse mundo impacta diretamente no sunto: viviam na década de 1940. Fora a qua-
modo como nos relacionamos com as lidade de vida, que também aumentou,
outras pessoas, com as outras gera- mas isso é outro assunto.
Aumento da expectativa de vida
ções e como lidamos com o trabalho.
e da idade de aposentadoria Aliadas a uma maior expectativa
Neste capítulo, vamos abordar de vida, mudaram também as regras
De 1940 a 2015, a expectativa
quais forças, movimentos e tendências trabalhistas, e hoje uma pessoa se
de vida no Brasil para ambos os sexos
são essas, além de evidenciar que tipo aposenta mais tarde. Se antigamen-
passou de 45,5 anos para 75,5 anos,
de efeitos elas causam nos ambientes te víamos nos quadros das empresas
um aumento de 30 anos. Também é
de trabalho. Vamos lá: pessoas trabalhando até os 50 anos,
interessante notar que, no mesmo pe-
ríodo, a taxa de mortalidade infantil hoje as gerações convivem de forma
1. POPULAÇÃO DIVERSA caiu de 146,6 óbitos por mil nascidos mais intensa no ambiente de trabalho.
NO AMBIENTE DE TRABALHO vivos para 13,8 óbitos por mil, uma re-
dução de 90,6%.
Você já deve ter notado - e esse
é um dos motivos pelos quais monta- Em 1940, uma pessoa que já havia
mos esse curso - que, no ambiente de completado 50 anos tinha uma expec-
trabalho ao seu redor, existe uma di- tativa de viver “apenas” mais 19 anos.
versidade muito grande de pessoas. Os dados mais recentes mostram que,
Não são somente os diferentes perfis hoje, uma mesma pessoa com 50 anos
41
Mobilidade Migratória e que se prepare para usufruir dessa

Outra movimentação importan- convivência no seu trabalho.
te quando falamos da diversidade no 2. ECONOMIA DO CO-
ambiente de trabalho é que hoje con- NHECIMENTO
vivemos de forma muito mais evidente
Vivemos na era do conhecimento.
com pessoas de outros estados e ou-
Em seu livro Abundance, Peter Dia-
tras nacionalidades. Esse é um fato
mandis traça um paralelo que mostra
bastante comum, consequente de um
que, atualmente, uma semana do New
mundo globalizado (que falaremos
York Times produz mais conteúdo do
mais a frente).
que uma pessoa do século XVII tinha
O ponto aqui é notar que pessoas acesso durante toda sua vida! Essa
de diferentes localidades possuem realidade de poder acessar muita infor-
diferentes repertórios, linguagem e mação é ótima por um lado, por termos
visão de mundo. Qual o impacto des- à disposição tanta coisa, mas também
sa força? pode nos trazer um cenário de con-
A população no mercado de tra- fusão na hora de lidar e dar o devido
balho está cada vez mais diversa, e isso peso para o que é realmente impor-
é ótimo. Quando uma pessoa se rela- tante dentre todas essas informações.
ciona com diferentes gerações, com
diferentes backgrounds e diferentes
visões de mundo, todos aprendem. O
que queremos aqui é que você enten-
da que isso é cada vez mais comum
42
Aumento da complexidade das atividades e do volu- O fato é que ficou gradativamente mais difícil fazer
me de informação a gerenciar essa seleção, por isso é cada vez mais comum o surgimento
Com esse volume imenso e quase infinito de informa- de serviços de curadoria, por exemplo. Quanto mais infor-
ções surge uma grande dificuldade: como separamos as mação temos, com mais camadas de complexidade vamos
informações relevantes das que são superficiais? Ou como lidar. Vamos olhar para tudo com diversas óticas, sob as-
podemos selecionar e priorizar certas informações em de- pectos diversos, com várias fontes de pesquisa.
trimento de outras? Isso é ótimo para dar profundidade, mas não neces-
sariamente simplifica as coisas. Vamos precisar aprender
a estudar e analisar as coisas com grande grau de comple-
xidade.
Trabalho intelectual paga mais que trabalho manual/

mecânico
Talvez você já tenha ouvido aquela frase que diz: “Não
é sobre o fato de apertar o parafuso, é sobre saber qual pa-
rafuso certo a se apertar”. Na era do conhecimento, é dado
valor a quem possui a informação e sabe como aplicá-la.
Os trabalhos manuais e mecânicos podem ser repetidos por
qualquer um - humano ou robô -, e o que vai nos diferen-
ciar cada vez mais é nossa capacidade analítica intelectual.
Com isso, as pessoas que trabalham com planejamen-
to, resolução de problemas, decisão estratégica, análise de
43
dados ou que possuem facilidade de relacionamento são Competitividade no mercado global (custo da Mão
as que estão em maior evidência no mercado de trabalho. de Obra)
Num mercado em que as empresas não competem
Redução de empregos → Inflação de diplomas mais localmente, mas mundialmente, há uma busca inces-
sante para que os custos dos produtos sejam cada vez mais
Houve um tempo em que ter um diploma universitá-
baratos. O cenário é justamente de procurar quais são as
rio era sinônimo de ter um emprego. A educação superior,
opções mais baratas para produção - seja manuseio, con-
principalmente no Brasil, era para um pequeno número
fecção ou qualquer outro tipo de trabalho que envolva
de pessoas. Mas, nos últimos anos, isso tem mudado com
custo de mão de obra.
programas de incentivo à educação, a partir de financia-
mentos governamentais e também com o crescente número E isso diz muito sobre o tipo de trabalho nos diferen-
de universidades. tes países. Em locais que não há tanto desenvolvimento
intelectual, a mão de obra é mais barata. Em outros luga-
Some a isso um mercado de trabalho que sofre com
res, nos quais os custos de mão de obra são altos, somente
crises e temos então um número restrito de empregos para
tem vaga no mercado quem consegue se diferenciar por
uma geração que já sai com diplomas na mão. Há um claro
capacidade intelectual.
choque e um cenário de pessoas formadas, porém desem-
pregadas.
Incerteza da perenidade das empresas “centenárias”
3. GLOBALIZAÇÃO Já não existe mais a ideia de que as empresas gran-

des de hoje serão as gigantes de amanhã. Novas empresas
A globalização é um assunto extenso e que daria um
surgem, crescem, são vendidas ou acabam em uma velo-
curso só sobre isso. Neste tópico, vamos falar principal-
cidade muito alta.
mente de algumas consequências e características de um
mundo globalizado e como eles impactam no trabalho. Um estudo da Wharton University mostra que em 1937
uma empresa que figurava no Top 500 da Forbes - um ran-
44
king com as 500 maiores empresas do mundo - ficava nesse do trabalhar de outras cidades ou até países. E isso muda
ranking por 75 anos! Em 2011 as empresas que aparecem no a forma como nos relacionamos de presencial para virtual.
ranking ficam por lá, em média, durante 15 anos, e a tendên-
cia é que esse número diminua para até 5 anos em 2020.
O que isso quer dizer? Que o cenário muda mais rápido.
Que as empresas admiradas de hoje podem nem existir ama-
nhã, e que as gigantes de amanhã ainda nem foram criadas.
Isso impacta no mercado de forma que as pessoas não
precisam mais buscar a grande empresa para se estabele-
cer na carreira. Elas podem se dar bem profissionalmente
em uma startup que acabou de abrir as portas.
Gestão por proximidade + hierarquia → Gestão a dis-

tância + influência
Uma outra força que impacta diretamente no mercado
de trabalho é a forma de trabalhar. Se antes existia apenas
um modelo, em que as pessoas precisavam estar presen-
cialmente em seus locais de trabalho e responder a uma
estrutura hierárquica e engessada, hoje vemos um movi-
mento cada vez mais diferente. O Home Office é incentivado
desde startups até grandes empresas. É normal que pessoas
do seu time fiquem um ou dois dias trabalhando de casa,
ou até mesmo que elas sejam totalmente remotas, poden-
45
Ainda dentro desse movimen- O número é tão absurdo que é como Democratização da produção
to, um tipo de gestão mais horizontal se, em dois dias, toda a população do (especialmente artística e científica)
emerge. A holocracia coloca pessoas mundo assistisse a algo no site. Aliada à forma rápida e dinâmica
em estruturas baseadas nos papéis O acesso à produção e consumo como consumimos informação, está a
e responsabilidades, e não mais em de conteúdo é fácil e está por todos produção dos conteúdos. Hoje qual-
quem responde para quem. os lados. Redes sociais, sites, mensa- quer pessoa pode fazer seu vídeo e
gens instantâneas. Se antes havia um postar no YouTube ou Vimeo. Qual-
4. GESTÃO DA INFORMA- determinado tempo - dias, semanas - quer pessoa pode escrever seu texto e
para que uma grande notícia ou fato compartilhar no Medium, no LinkedIn,
ÇÃO
chegasse a todas as pessoas, hoje o no Facebook ou em um blog pessoal.
A disseminação de informação na
tempo de viralização é de minutos. Acabou a era da informação concen-
produção, no consumo e no trabalho
trada em grandes grupos/empresas.
nunca foi tão rápida. Ainda estamos
Hoje ela é difundida principalmente
aprendendo como consumir e se re-
pelas pessoas, independente da pla-
lacionar com isso.
taforma e de onde elas estejam.
Informação produzida, transfor-

Novo modelo de lançamento de
mada e compartilhada em velocidade
projetos = agile
inacreditável
A velocidade é tão alta que a
A velocidade em que a informa-
tecnologia das plataformas de TI nas
ção é produzida e, principalmente,
empresas se torna obsoleta antes mes-
compartilhada é enorme. A cada mi-
mo de serem implementadas. Por isso,
nuto, ocorrem 2,8 milhões de novas
não dá mais tempo de planejar por um
visualizações de vídeos no YouTube.
46
ano inteiro e depois executar. É preciso ser ágil e colocar

em prática ainda durante o processo. A melhor metáfora
para esse momento é “Construir um avião durante o voo.”
Pela primeira vez na história geramos mais informação
do que somos capazes de consumir.
5. HIPERCONECTIVIDADE
O tema surgiu em outros tópicos, como globalização
e gestão da informação. Aqui vamos abordar o fato de que
nunca desligamos. Vivemos conectados por 24 horas.
Acesso a informação do mundo inteiro, a todo instante Medos e Fobias da desconexão

Dois cliques e você pode ler uma notícia/ver um vídeo É tanta informação que temos medo de não acompa-
do New York Times, do El País ou da Al Jazeera. Não impor- nhar tudo o que acontece ao nosso redor. Há até um termo
ta a fonte ou o país do qual ela venha, hoje temos acesso para isso: FOMO - Fear of missing (em português, “medo
a informação atualizada e constante a dois cliques de nós. de perder algo”). E é assim que nos sentimos. Basta uma
Isso é importante pois nós mesmos somos os deciso- viagem para um lugar em que você propositalmente se
res do tipo de informação que vamos consumir. Se antes “desconecta” e vem a expressão: “Nossa, não sei o que está
tínhamos que acompanhar a pauta de determinado jornal, acontecendo no mundo!”.
agora podemos escolher o que seguir para se aprofundar. Um outro comportamento proveniente dessa mudan-
ça é a compulsão por checar o celular. As pessoas não mais
conseguem ficar sem olhar notícias, redes sociais e ler novas
47
mensagens. E para isso também há um dos computadores da NASA nos anos Hoje, temos mais de 5 bilhões de te-
nome: nomofobia (que vem do inglês 1960, que foram usados para a expe- lefones portáteis no mundo.
“no mobile phone phobia”). Algo como dição Apollo. No Brasil, a média é de mais de
“medo de ficar sem telefone móvel. E é com toda essa tecnologia que um telefone por pessoa. Isso mesmo.
O que isso gera? Se nos conec- estamos não somente cada vez mais De acordo com a Anatel, em 2017, o
tamos demais com o digital, então conectados, como capacitados para Brasil teve 241 milhões de telefones
perdemos conexão com o presente, resolver qualquer coisa de qualquer celulares. Uma média de 115 celulares
com o que acontece à nossa volta. lugar. para 100 habitantes!
Nesse cenário, desenvolvemos com- Isso impacta muito nossa vida e
portamentos relacionados a ansiedade nosso trabalho. Não temos mais hora
Tecnologia acessível e escalável
e também a depressão. para responder emails ou mensagens
A primeira rede móvel, datada de
relacionadas ao trabalho. Não diferen-
1987, levou 12 anos para ter o primeiro
6. TECNOLOGIA POR- ciamos os dias dos finais de semana
bilhão de usuários. Em apenas 3 anos
e confundimos horário de lazer e de
TÁTIL posteriores, chegou aos 3,5 bilhões.
trabalho.
Falamos no tópico anterior so-
Muda também a forma como
bre a hiperconectividade, e uma das
aprendemos e nos relacionamos. Usa-
coisas que alavanca e potencializa a
mos aplicativos para quase tudo, desde
maior conexão é justamente a tecno-
gerenciar as nossas tarefas até escapar
logia portátil, cada vez melhor e com
do trânsito. Viramos grandes usuários,
maior alcance.
e tudo indica que esse é o caminho a
Um smartphone em 2017 possui
ser trilhado.
uma capacidade de processamento de
dados milhares de vezes maior que a
48
7. APRENDIZADO SOCIAL mificar os modelos com simulações, é saber fazer, e não ter um papel que
A educação é um dos temas que sistemas de ranking e badges. comprove que estudou.
mais possui desdobramentos com o Esse cenário muda tanto para as
impacto crescente da tecnologia. Va- pessoas quanto para o mercado de
mos ver como a forma de aprender trabalho. Que tipos de profissionais e
mudou radicalmente nos últimos anos. com que características e conhecimen-
tos serão os mais buscados no futuro?
Mudanças do aprendizado
Tudo começou com o Aprendi- 8. SOCIEDADE PARTICI-
zado 1.0: era presencial, os alunos PATIVA
tinham seus deveres e tarefas e es- Talvez nunca antes na história a
tavam presencialmente nas escolas e nossa sociedade tenha participado tão
universidades. ativamente dos diferentes debates. A
Depois passamos ao Aprendiza- conectividade e as redes sociais foram
do 2.0: nos anos 1990, lidávamos com fundamentais para que mais pessoas
telecursos e CDs, que traziam as pri- tivessem acesso aos diferentes temas
A tendência é que as pessoas bus- e pudessem opinar sobre eles.
meiras iniciativas de cursos a distância.
quem progressivamente por modelos
O que chamamos de Aprendiza- Colaboradores, cidadãos e con-
menos formais de aprendizado, aque-
do 3.0 já envolve o que lemos e somos sumidores exigem participar das
les que são mais engajadores, sociais,
recomendados a ler a partir das redes decisões
empáticos e “mão na massa”. Talvez,
sociais e Wikipedia. São movimen- Criar um produto e colocá-lo para
num futuro, os diplomas percam espa-
tos que permitem maior interação e vender sem antes ter testado ou mes-
ço para modelos em que o importante
feedbacks em tempo real, além de ga- mo ouvido seu consumidor parece
49
impensável atualmente, mas essa foi Governos e Organizações que- buscam saber as ações que as em-
a regra durante muitos anos para di- rem abrir fóruns de escuta e conversa presas fazem para entender se estão
versas empresas. Se por um lado temos as pessoas alinhados com o tipo de produto que
Isso serve também quando fala- querendo participar cada vez mais ati- consomem.
mos do cenário político. As pessoas vamente, então é verdade também
agora querem saber os planos, querem que empresas e governos (talvez nem Consumidores da Geração Y:
ser consultadas, acompanham os re- todos, mas há tendências de abertu- contestam programas limitados
sultados e, se em alguma dessas fases ra) queiram ouvir mais as pessoas ou
Agora que há o movimento de en-
elas não se sentirem devidamente en- clientes para construir não só produ-
tender como a empresa se comporta
volvidas, contestam nas redes sociais. tos ou projetos, mas um futuro juntos.
em relação a sua responsabilidade so-
Do desenvolvimento de produtos Quando você abre espaço para as cial, é importante notar quais são os
às políticas na cidade, as pessoas es- pessoas, você tem uma chance muito programas que elas realmente apoiam.
tão cada vez mais conectadas. maior de acertar, pois está fazendo Existiam três programas que eram os
junto com elas. Ao envolvê-las, você mais usados pelas empresas:
ajuda com o engajamento, diminui
-- Alavancar políticas locais com
a taxa de rejeição e cria coisas com
lobbying;
maior sentido.
-- Investir nas melhores univer-
sidades como fonte de jovens
9. RESPONSABILIDADE talentos;
SOCIAL DA EMPRESA -- Campanhas de marketing am-
A responsabilidade social para as biental.
empresas não é mais um tema somen-
te interno. Agora, os consumidores
50
Esses programas limitados já não 10. INTELIGÊNCIA ARTI- Além da substituição, há um tó-
são mais suficientes. É preciso pen- FICIAL pico interessante: como os homens
sar de forma mais profunda em como irão se relacionar com as máquinas.
Outra força de grande impacto na
impactar a vida das pessoas. A filan- Cenários de integração entre homem
forma como trabalhamos. Quais são os
tropia corporativa é mais efetiva e VS máquina podem servir para poten-
limites éticos do uso da tecnologia?
sustentável se apoiada em relações cializar o conhecimento humano com
Será que devemos fazer algo só porque
de “ganha-ganha” entre a comunida- a capacidade de execução de uma AI.
podemos ou o correto é pensar não só
de e a empresa. É isso que as pessoas
na tecnologia, mas em todos os seus
querem ver nas empresas.
potenciais impactos para a sociedade?
Ameaça para o futuro do em-

prego
Quando falamos de Inteligência
Artificial, o assunto que mais vem a
nossas mentes é: será que nosso traba-
lho vai ser substituído pelas máquinas?
O cenário é muito abrangente.
Cada vez mais, as posições manuais
serão substituídas, mas especialis-
tas dizem que a capacidade analítica
do ser humano ainda é um grande di-
ferencial.
51
11. ENTRADA DA GERA- rações. Elas forçam as organizações a

ÇÃO Y E Z NO MERCADO DE mudarem sua comunicação ou seu pa-
TRABALHO pel quanto a responsabilidade social.
Mais do que impactar de fora, os Y e
Para fechar as 11 forças, vamos fa-
Z mudam a partir de dentro das pró-
lar de duas gerações que entram forte
prias empresas.
no mercado de trabalho, e com isso
trazem algumas mudanças bastante
importantes.
O peso demográfico
Geração Y e Z representam mais
de 50% da População Economicamen-
te Ativa (PEA). Então a sua entrada vai
mudar muito a forma como os cola-
boradores se relacionam dentro das
empresas.
Um outro ponto é que essas ge-
rações também são um espelho da
sociedade atual, estabelecendo co-
nexões profundas com todas as outras
tendências. E isso faz com que cada vez
mais os questionamentos das próprias
empresas venham dessas mesmas ge-
52
OS 6 NÍVEIS DE
SENSIBILIDADE
À DIFERENÇA
11 53
Ao tratar das diferentes gerações, Dentre os seis passos, os três

estamos falando essencialmente so- primeiros são mais internos e pes-
bre como podemos entender e nos soais. É o momento no qual usamos
relacionar melhor com as diferenças a nossa própria cultura como centro
entre as pessoas. de todo o entendimento. Os últimos
Um estudo promovido pelo Dr. três passos já possuem outra visão.
1. Negação das Diferenças
Milton Bennett mostra que nossa rela- Aqui conseguimos trabalhar bem nos-
so entendimento sobre as coisas, mas Essa é a primeira fase, e ela ocor-
ção com a diferença não é automática.
olhamos com mais interesse para o ou- re no momento em que lidamos com
Ela passa por seis níveis, desde sairmos
tro, para o que é novo. a tal diferença. O que acontece nessa
da ignorância - o desconhecimento
etapa é que os indivíduos acreditam
sobre o outro - até chegarmos à ple- Parece confuso, mas, na verdade,
que a sua própria cultura é a única que
na integração. os passos são bastante simples. Pense
pode ser real. As diferenças ou outras
nos casos em que você teve que lidar
culturas que são apresentadas não são
com algo totalmente diferente. Você
entendidas ou mesmo notadas de ma-
passa por uma série de situações, sen-
neira natural. Mas, no momento em
timentos e pensamentos complexos
que a diferença precisa ser confron-
antes que você tenha plena consciên-
tada, damos espaço para a negação.
cia de tal diferença. São essas fases
É nessa fase que vamos tentar evitar
que abordaremos aqui.
ou eliminar o que é diferente de nós.
Os seis níveis de sensibilidade à
É quando pensamos assim: “Nos-
diferença são:
sa, isso é muito diferente. Depois
Milton Bennett
54
vemos. Deixa pra lá!”. Essa negação lhor para se viver. Além disso, é aqui
e a vontade de deixar de lado ou eli- que começamos a falar de estereóti-
minar é resultado de certo isolamento pos e coisas negativas sobre o outro.
social. É mais evidente em quem nun- Todos os indicadores de diferença, seja
ca é desafiado ou quem não enxerga lá quais sejam, serão fortemente dimi-
o que está acontecendo a sua volta. nuídos e menosprezados.
3. Minimização das Dife-
O termo que melhor evidencia Uma frase que pode ilustrar esse
renças
a fase da Negação das Diferenças é momento é: “Esse cara é muito jovem/
Na última etapa em que o nos-
Ignorância. velho, ele não sabe o que está falando.
O meu caminho é o correto.” so foco ainda é voltado para quem
somos e o que conhecemos, começa-
Nessa fase, diferente da negação,
mos a minimizar as diferenças. Aqui é
as pessoas possuem um sentimen-
o momento no qual as semelhanças
to de ameaça, portanto já é possível
de certas coisas sobressaem às dife-
notar certo tipo de animosidade em
renças. Tentamos olhar não só para o
ações e falas.
que nos difere, mas para o que nos tor-
O termo que melhor evidencia na igual. “Somos culturalmente muito
a fase de Defesa das Diferenças é diferentes, mas todos sofremos e so-
2. Defesa das Diferenças Medo. mos humanos” pode ilustrar bem esse
momento.
Nesta segunda fase, já passamos
pela negação. Agora é importante en- É justamente uma fase de tran-
tender que esse é o estágio em que sição, em que você ainda não sabe
vemos a nossa própria cultura como direito sobre o outro, mas passa a en-
sendo a forma mais “evoluída”, a me- xergá-lo sem medo. É o momento em
55
que a própria pessoa assume que já mas não necessariamente estão de começar a se adaptar ao que é diferen-
não está olhando para o próprio um- acordo ou gostam desse novo forma- te. Esta é uma fase muito interessante,
bigo, mas ainda tem certo cuidado ao to. É a fase do “Discordo, mas respeito pois os indivíduos, até então olhando
tocar no que é diferente. completamente”. sempre para si, agora são capazes de
A expressão que melhor evidencia Ainda há um mix de sentimentos se abrir para uma nova visão de mundo,
a fase de Minimização das Diferenças nessa fase. Existe já a curiosidade em expandir seus conhecimentos, deixar
é Politicamente Correto. aprender e conhecer mais, embora ain- para trás certas “verdades” e estar
da haja um receio de que a sua cultura realmente abertos ao novo.
não seja necessariamente a “correta”. Quando isso ocorre, o entendi-
O termo que melhor evidencia mento das outras culturas finalmente
a fase de Aceitação das Diferenças é tem sentido. A pessoa pode usar da
Curiosidade. empatia e realmente se colocar no
lugar do outro, entendendo a diver-
sidade e até começando a incorporar
esses novos aprendizados a sua pró-
4. Aceitação das Diferenças
pria cultura.
Abrindo a fase em que saímos de
A frase é: “Eu entendi sua dor e
um olhar centrado em nós mesmos
acho que você tem total razão em se
para uma visão mais aberta sobre o
sentir assim”. É a capacidade de agir
que está ocorrendo ao nosso redor, co-
5. Adaptação às Diferenças corretamente fora da própria cultura.
meçamos a aceitar as diferenças. Este
é o momento em que as pessoas acei- Depois de aceitar que as diferen- O termo que melhor evidencia
tam a existência de outras culturas e ças existem e ter certa curiosidade a fase de Adaptação às Diferenças é
de formas diferentes de organização, pelo que está por trás, agora é hora de Flexibilidade.
56
Podemos dizer que esse é o Compreender os níveis de sensi-

momento de evolução. Saímos da ig- bilidade à diferença é essencial para
norância, passamos pelo medo, e ainda a manutenção das boas relações en-
sem acreditar muito, chegamos ao tre gerações distintas. Ao confrontar
comportamento “politicamente corre- as opiniões e motivações de uma pes-
to”. Foi então que nossa compreensão soa que não seja da sua geração, tente
começou a aumentar, tivemos curiosi- compreendê-las profundamente. Não
6. Integração da Diferença
dade pelo outro, flexibilizamos o que é errado sentir medo ou ser ignoran-
A sexta e última fase da sensibi-
já conhecíamos e agora, efetivamente, te a respeito de determinado assunto.
lidade à diferença. Este é o momento
estamos reconstruindo nosso reper- Você só não pode usar isso como bar-
no qual você não só entende e valoriza
tório. reira para deixar de entender o outro
a diferença, mas começa a colocar o
A frase aqui é: “Eu antes não e, assim, flexibilizar seus pensamentos
seu próprio conhecimento em segundo
entendia o que acontecia, mas hoje e integrar novas culturas.
plano. O que era uma verdade absolu-
consigo ver claramente as diferenças!”.
ta antes, agora não é mais.
Não só ver, bem como repensar o que
Depois de ser confrontado com
conhecia e começar a formar uma nova
tantas diferenças e tantos cenários,
opinião sobre o assunto.
você começa a moldar uma nova opi-
O termo que melhor evidencia a
nião a partir dessa nova percepção,
fase de Integração das Diferenças é
com os novos conhecimentos que você
adquiriu. Identidade Dissolvida.
57
58
OS SETÊNIOS
12
No início do século 20, o austríaco Rudolf Steiner de-

senvolveu uma corrente filosófica chamada Antroposofia.
Dentre muitos outros conceitos desenvolvidos por esta
corrente, encontram-se os Ciclos Biográficos, também co-
nhecidos como Setênios.
Setênios buscam compreender os movimentos cícli-
cos do desenvolvimento humano e os principais desafios
vivenciados por indivíduos que se encontram em cada uma
das 9 faixas de 7 anos. Quando os setênios foram forma-
lizados, na década de 70, o último ciclo terminava aos 63
anos, dada a expectativa de vida média da população na
época, por isso 9 faixas. Não por acaso, 7 anos é o tempo
necessário para que todas as células do nosso corpo se-
jam substituídas.
O desejo de documentar as semelhanças no desen-
volvimento das pessoas não é novo. Três séculos antes de
Steiner, Shakespeare já escrevia sobre as 7 idades do ho-
mem na peça “As You Like It”:
59
“O mundo inteiro é um palco, Com uma grande barriga arredondada pelo consumo
E todos os homens e mulheres são meros atores: de frangos gordos,
Eles têm suas saídas e suas entradas; Com olhos severos e barba bem cortada,
E um homem cumpre em seu tempo muitos papéis. Cheio de aforismos sábios e argumentos modernos.
Seus atos se distribuem por sete idades. No início a E assim ele cumpre seu papel. A sexta idade o introduz
criança Na pobre situação de velho bobo de chinelos,
Choraminga e regurgita nos braços da mãe. Com óculos no nariz e a bolsa do lado,
E mais tarde o garoto se queixa com sua mochila, Suas calças estreitas guardadas, o mundo demasia-
E seu rosto iluminado pela manhã, arrastando-se como do largo para elas,
uma lesma Suas canelas encolhidas, e sua grande voz masculina
Sem vontade de ir à escola. E então o apaixonado, Quebrando-se e voltando-se outra vez para os sons
Suspirando como um forno, com uma balada aflita, agudos,
Feita para os olhos da sua amada. Depois o soldado, Os sopros e assobios da infância. A última cena de
todas,
Cheio de juramentos estranhos, com a barba de um
leopardo, Que termina sua estranha e acidentada história,
Zeloso de sua honra, rápido e súbito na briga, É a segunda infância e o mero esquecimento,
Buscando a bolha ilusória da reputação Sem dentes, sem mais visão, sem gosto, sem coisa al-
guma.”
Até mesmo na boca de um canhão. E então vem a
justiça, William Shakespeare
60
Setênios e gerações transformam-se em suas crenças, o

Entender as gerações por meio que eles dão importância acabam por
dos setênios traz uma compreensão ser os seus valores. A mesa de jantar
dinâmica das gerações. Ao cruzar torna-se o local principal para apren-
eventos sociais e o eventual impacto der. Neste período, a criança descobre
que eles causam em indivíduos de uma o corpo, a fala e a mobilidade.
certa faixa etária, podemos compreen-
der porque o mesmo evento social é
interpretado de forma diferente por
pessoas de outras gerações.
Acima de tudo, conhecer os
referenciais dos chamados anos forma-
dores de uma geração (os primeiros 21
anos) nos ajuda a compreender como
a família, a escola e os amigos con-
tribuem para a formação da visão de
mundo de uma geração.
Nos primeiros 7 anos de vida,
nosso principal referencial é o núcleo
familiar. As crianças aprendem copian-
do o comportamento dos seus pais. O
que preocupa seus pais tornam-se suas
preocupações, o que eles acreditam
61
Nos próximos 7 anos, o eixo de aprendizado sobre o Na adolescência, a principal fonte de referência é
mundo desloca-se gradualmente para a escola. A mesa de o grupo de amigos. O jovem compara o que aprendeu na
jantar continua sendo importante, mas, neste período, co- família e na escola com o que vivencia na sociedade e co-
meça o condicionamento social, ou seja, a criança aprende meça a forjar sua identidade. Neste período, o jovem busca
a se portar na sociedade, dentro e fora do núcleo familiar. incoerências entre os valores ditos e os vividos na família
Surge uma nova referência: a tia da escola. Nesse período, e na escola.
a criança descobre suas emoções, e na pré-adolescência
experimenta, pela primeira vez, emoções complexas. O
filme “Divertida Mente” aborda de forma bastante interes-
sante esta descoberta.
62
Exercício: Conversa no jantar

Para entender como as gerações mudam com o tempo, preparamos um exercício rápido. Preencha a tabela com os as-
suntos/frases que você ouvia dos adultos na mesa de jantar quando estava crescendo e os assuntos/frases que você diz hoje.
O QUE SE FALA Quando você

Hoje
NA MESA DE JANTAR crescia
Sobre Trabalho
Sobre Sucesso
Sobre Felicidade
Sobre o que nos

preocupa
Sobre o que fazer para se

divertir no fim de semana
Sobre a posição da minha

mulher na família
63
Alguns temas mudaram? Como

os temas debatidos na sua infância
forjaram sua visão de mundo? Como
o que você debate hoje forja a visão
de mundo das crianças e adolescentes
que estão na mesa? Todas as ques-
tões levantadas dentro de casa com
as crianças são fatores decisivos para
moldar a personalidade e o caráter dos
adultos que estão por vir.
64
COMO CADA
GERAÇÃO
APRENDE
13 65
As coisas eram muito diferentes antes da Internet. Essa ferramenta revo-

lucionou de forma radical o modelo de aprendizagem que até então as pessoas
estavam acostumadas. Observe:
PRÉ-INTERNET PÓS-INTERNET
Conhecimento dentro de si Conhecimento fora de si
Transmissão vertical Transmissão horizontal

(professor) (mão na massa)
Foco no conteúdo Foco no aprendiz
Enciclopédia: conhecimento Wikipedia: conhecimento dinâmico

estável e verificado e verificado em tempo real por experts
Áreas do conhecimento separadas Áreas interconectadas
Objetivo: seleção de conteúdo

Objetivo: acesso à informação
e conexão entre eles
66
Cada geração aprende de uma forma, tudo muito pau- A Geração X está habituada às metodologias de ensi-
tado na relação pré e pós-Internet. no que partem das particularidades (estudos de caso) para
Os Baby Boomers estão habituados às metodologias a descoberta de teorias comprovadas pela prática (mode-
de ensino que partem de teorias bem estabelecidas para, lo das escolas de MBA). As dinâmicas participativas são o
em seguida, mergulhar nas particularidades (exemplos ou formato preferido. A geração desafia a autoridade do faci-
estudos de caso). O formato preferido é a conferência dos litador no primeiro momento, mas também o aprecia, uma
experts em modo palestra. Eles valorizam a experiência vez que sua expertise técnica, coerência entre fala e ação e
do facilitador (evidenciada pelos cabelos brancos, nível experiência prática são comprovadas. Ela valoriza o prag-
executivo, reconhecimento da sua empresa ou cartela de matismo do conteúdo, com provas de sua relevância no
clientes de renome) e buscam retirar dos treinamentos em “mundo real” e busca retirar dos treinamentos conhecimen-
empresa mais status (diploma reconhecido) e reconhe- to técnico (hard ou soft skills) que aumentarão suas chances
cimento direto dos superiores hierárquicos e de outros de crescimento/sobrevivência na empresa.
participantes.
67
A Geração Y está habituada às metodologias de ensino Apesar de ter recentemente ingressado no merca-
que se apoiam na experiência e interação dos participantes do de trabalho, é possível já perceber algumas tendências
para a construção do conhecimento. O formato preferido nas preferências de aprendizado da Geração Z. Ela está
são as vivências e o aprendizado social. Os Millennials acei- habituada ao aprendizado autodirigido “mão na massa”
tam sem resistência a autoridade do facilitador, mas podem (hackatons), customizado às necessidades indi-
o rejeitar se perceber uma falta de flexibilidade perante o viduais (percursos variados e não-lineares). Os formatos
grupo ou se suas próprias contribuições não forem escu- preferidos são as dinâmicas em grupo, as trocas em fóruns
tadas. Valorizam a contribuição do conteúdo para o seu reais ou virtuais e o blended learning (mistura de experiência
desenvolvimento humano e profissional, que os presencial para competências soft com online para com-
ajudem a alcançar seu melhor em uma vida mais alinhada petências hard). Devido a sua atenção reduzida, os jovens
com suas paixões. Buscam retirar dos treinamentos com- da Geração Z valorizam formatos de aprendizado que ofe-
petências “soft” úteis dentro e fora da empresa. recem diversidade de meios (alternando teoria com
vídeos, imagens, dinâmicas e exercícios reflexivos), ajudan-
do a mantê-los engajados por mais tempo.
68
MODELOS DE
GESTÃO PARA
GERAÇÕES
14 69
Já sabemos que as gerações diferem muito umas das

outras. Para gerir cada uma delas, por consequência, é difí-
cil apostar num modelo único, que agrade todas as partes.
Cada geração é valorizada e motivada de formas diferentes.
BABY BOOMERS
Os valores que marcam os Baby Boomers são a dis-
ciplina e a lealdade. Seus maiores motivadores, seja no
trabalho ou na vida pessoal, são o controle da situação e
a punição, no caso de as coisas não saírem como o espe-
rado. Respeitam estruturas hierárquicas rígidas dentro do
ambiente profissional, como num modelo comparado ao
exército, em que as pessoas possuem funções claras e su-
perioridade bem desenhada.
Fazendo um paralelo ao momento que cresceram, do
pós-Guerra, e ao fato de terem sido criados por pais que
estiveram em campo, o vocabulário dos Baby Boomers tam-
bém apresenta muitas características do exército, como
“conquistar território”, “vencer o concorrente”, “city at-
tack”, “marketing de guerrilha” etc.
Exemplos de modelo de gestão: Comissão Europeia,
General Electric.
70
GERAÇÃO X tivados por um propósito e pelo poder

A Geração X, por sua vez, res- de autonomia. Por consequência, usam
peita valores de segurança, como a expressões que refletem muito dessa
estratégia e a contingência. São mo- flexibilidade (“open door”, “flex work”,
tivados por incentivos e, embora ainda “BYOD”, “work hard, play hard” etc.).
acreditem num modelo hierárquico, Seus grandes influenciadores são pes-
estão muito mais propensos à merito- soas como o primeiro diretor executivo
cracia. Creem no desempenho como do Google e atual CEO da Alphabet
fator de destaque, e isso fica refletido Inc., Larry Page, e o autor que fala
em seu vocabulário, com expressões sobre a ciência da motivação, Daniel
como “top performer”, “bônus”, “lide- Pink.
rança” etc. Exemplos de modelo de gestão:
Dentre as figuras de influência startups e empresas do Vale do Silício,
para a Geração X estão o executivo como o Google.
Jack Welch e o psicólogo Daniel Go-
leman (foto).
Exemplos de modelo de gestão:
consultorias, bancos de investimento.
GERAÇÃO Y
Por ser mais conectada, a Ge-
ração Y valoriza a personalização, o
engajamento e a igualdade. São mo-
71
GERAÇÃO Z
A geração mais jovem no mercado de trabalho valoriza
comportamentos de colaboração e empoderamento. São
motivados pelo impacto gerado por suas ações e a transpa-
rência. Estão no outro lado da estrutura dos Baby Boomers:
ao invés de se organizarem e preferirem estruturas hierárqui-
cas, a Geração Z trabalha em cima da liderança emergente
e distribuída, apostando em modelos holocráticos.
Por serem empoderados e “auto organizáveis”, usam
palavras como “consentimento”, “papéis” e “corresponsa-
bilidade” e expressões que remetem a inteligência coletiva.
Inspiram-se em figuras como o empresário Gerard En-
denburg, que desenvolveu o modelo sociocrático circular;
Brian Robertson, um dos primeiros pensadores da Holocra-
cia; e Tony Hsieh, CEO da loja online Zappos.
Exemplos de modelo de gestão: Zappos, Art of Hosting
Tendo essas informações, reflita sobre o assunto. Qual

modelo de gestão a sua empresa se encontra? Houve al-
guma mudança recente neste modelo? Como as pessoas
de diferentes gerações encaram o modelo e as mudanças?
72
CANAIS DE
15
COMUNICAÇÃO
73
As gerações, com todas suas di-

ferenças, também se comunicam de
formas distintas. Um dos primeiros
desafios da comunicação entre gera-
ções é a escolha do canal. Se você já
tentou recuperar uma mensagem de
um cliente ou colega e ficou procuran-
do por horas no email, telefone, share
drive, grupo de Whatsapp, Facebook
etc., você sabe muito bem do que es-
tamos falando.
74
A tecnologia de comunicação Baby Boomers preferem

evoluiu de forma tão acelerada nos conversas ao vivo.
últimos 50 anos que o ambiente de
Para eles, é importante avaliar o
trabalho multigeracional se formou
comprometimento das pessoas por
composto por pessoas com hábitos
meio do olho no olho e do aperto de
de comunicação bastante diferentes.
mão. Na comunicação escrita profis-
Cada geração tende a privilegiar o ca-
sional, apreciam a comunicação oficial,
nal de comunicação mais utilizado na
sob forma de convites e memorandos.
época em que ingressaram no merca-
do de trabalho.
Algumas vezes, esses hábitos ge-
ram surpresa no indivíduo de outra
geração. Mas também podem gerar
confusão, frustração, mal-entendidos e
conflitos sérios. Quando duas pessoas
parecem presas em um conflito, é in-
teressante se perguntar se o canal que
elas utilizam é o mais adequado para
lidar com a situação. Muitas vezes, a
troca de canal já é suficiente para a
sua resolução.
Conheça os canais preferenciais
de cada geração (isso não quer dizer
que eles sejam os únicos):
75
Geração X prefere o telefone/áudio de Geração Y prefere o email e whatsapp/

Whatsapp e email. SMS.
O telefone é muito utilizado pelos X para manter ativa O email pode ser utilizado de forma inadequada pelos
sua rede de relacionamentos. Não é raro ver um X utilizando Y na resolução de conflitos. Em vez de buscar um contato
o telefone para desejar feliz aniversário aos seus contatos ou por telefone ou ao vivo, muitas vezes a Geração Y recorre
um áudio de Whatsapp para transmitir sua entonação (prá- aos famosos “textões” para abordar temas carregados de
ticas que muitos Y não aderem mais). A geração X consegue emoção, o que frequentemente acarreta em mal-entendi-
utilizar seu pragmatismo para equilibrar sua comunicação dos. Em contrapartida, WhatsApp/Slack foram adotados
entre o telefone e o email, de acordo com a necessidade. pela geração como ferramentas práticas e informais para
Eles usam o email para confirmar e registrar um compro- obter rapidez na resposta e alinhamento de um grande nú-
misso ou engajamento de um colaborador (os Boomers mero de pessoas. Hoje esses programas são utilizados como
utilizariam o aperto de mão). ferramenta principal de comunicação em muitas startups.
76
Geração Z preferem o ví-

deo e as mídias efêmeras.
A geração Z cresceu sob in-
fluência do YouTube e, recentemente,
alavancou as ferramentas de lives-
tream nas redes sociais para denunciar
injustiças sociais e brutalidade policial.
Com a globalização e a internacionali-
zação das operações, muitas empresas
vêm substituindo as reuniões pre-
senciais por videoconferências, uma
alegria para a Geração Z, que tem
dificuldade para se concentrar em
conferências por telefone e reuniões
presenciais sem fim. Muitos gestores erram ao achar tores dediquem tempo das reuniões
que é necessário eleger um único ca- de equipe para alinhar o canal de co-
nal para todas as comunicações da municação para gerir as atividades
equipe. Outros reduzem a produtivi- recorrentes no dia-a-dia da equipe.
dade da equipe permitindo que cada
membro decida qual canal utilizar (ge-
rando perdas de tempo, desequilíbrio
no nível de informação dos membros
da equipe e múltiplas fontes para um
mesmo dado). É importante que ges-
77
Exercício: Alinhando o canal de comunicação da equipe

Para cada situação, qual seria o canal mais adequado para a sua equipe?
Por quê?
1
Combinar a saída para o
almoço
2
Compartilhar informa-
ções confidenciais
3 Editar documentos por

muitas pessoas
Fazer uma reunião de
4 update com pessoas em
várias localidades
5
Anunciar a saída de um
diretor
6
Apresentar-se a um novo
colaborador
Votar sobre o local para a
7 festa de fim de ano Perceba que cada situação é mais
adequada a diferentes canais de co-
Acompanhar um atraso
8 no pedido do cliente
municação. O segredo para conseguir
manter uma boa relação dentro da em-
Medir e arquivar um indi-
9 cador importante
presa, como líder, é combinar canais
oficiais para determinados casos.
78
16
OS 4 FILTROS
ANTIMARKETING
79
A Geração Y cresceu cercada pelo marketing de mas- Presidente: http://dsco.la/palio-presidente

sa. Exposta a uma média de 5 mil anúncios por dia, ela Camisinha: http://dsco.la/palio-camisinha
aprendeu a ignorar sumariamente 92% deles, utilizando
Todos: http://dsco.la/palio-todos
quatro filtros para selecionar informações que merecem
atenção. Fora do papel de consumidor, a Geração Y utiliza
estes mesmos filtros ao analisar mensagens institucionais:
da empresa, da família, do governo ou da igreja.
Os chamados filtros antimarketing são:
1. O oposto faz sentido?

“Há uma real escolha entre opções razoáveis ou
simplesmente estou ouvindo um discurso pré-embalado
projetando uma imagem sem falhas?”
Exemplos de discursos que não passam o filtro é o
marketing televisivo de produtos miraculosos ou o discur-
so de fim de ano do presidente da empresa.
A campanha da Palio (no final da década de 1990) -
“Está na hora de você rever seus conceitos” - passava com
sucesso pelo filtro. Ela apresentava um carro moderno para
pessoa modernas, em contraposição a outras marcas que
projetam uma imagem conservadora (como a Mercedes).
Assista:
80
2. Você está me dizendo os prós e contras? A hilária campanha do Dollar Shave Club é um exce-
Com o surgimento dos sistemas de avaliação de usuá- lente exemplo de uma comunicação que passa pelo filtro:
rios (user review) em empresas como Amazon, Booking. http://dsco.la/dollar-shave-club
com, AirBnB, muitos consumidores passaram a utilizá-los
para guiar a compra. A Geração Y está mais interessada 3. Você está me contando uma história?
em conhecer os contras (para saber se poderá suportá-lo)
Aliado aos prós e contras do produto, serviço ou ex-
do que os prós de um “produto perfeito”.
periência, o terceiro filtro permite constatar que a Geração
Exemplos de discursos que não passam o filtro é o re- Y tornou-se particularmente sensível às histórias que hu-
crutador que apresenta somente os aspectos positivos da manizam a marca, transmitindo através do Storytelling os
empresa. valores da empresa e seu posicionamento perante ques-
tões sociais. Na busca constante por reconhecimento de
sua identidade, a Geração Y procura marcas que retratem
como pessoas similares as utilizam.
81
4. O que acontece quando as regras se

aplicam a você?
A Geração Y respeita liderança que é coerente. Ao
contrário da Geração X, que muitas vezes demonstra uma
relação antagonista com a hierarquia, a Geração Y não tem
necessariamente resistência à liderança merecedora. Esse
“merecer” traduz-se pela coerência na aplicação de regras.
Há igualdade, reciprocidade e colaboração mútua ou as re-
gras que a liderança dita não se aplica a ela?
Este filtro tem sido a origem de alguns conflitos nas
organizações, quando, por exemplo, a empresa obriga os
colaboradores a cortar gastos, mas a diretoria continua
As campanhas da P&G do Dia das Mães, para as voando de helicóptero. No marketing, esse filtro é bastante
Olímpiadas de 2012 e 2016, e do Boticário, para o Dia dos visível toda vez que vemos um anúncio que garante “satis-
Namorados, são exemplos de uma comunicação que pas- fação ou seu dinheiro de volta”.
sa pelo filtro.
P&G, Dia das mães:
http://dsco.la/pg-2012
http://dsco.la/pg-2016
O Boticário, Dia dos Namorados:

http://dsco.la/boticario-namorados
82
Esses filtros não são infalíveis, e a MENSAGEM:

indústria publicitária tem utilizado esse
conhecimento para atravessá-los com
mensagens habituais do marketing de
massa. O vídeo a seguir apresenta uma Filtros Como você comunica?
paródia da visão estereotipada que o
mercado publicitário tem da Geração
Y. Vale a pena conferir e rir um pouco.
This is a generic Millennial ad (em
1. O oposto faz sentido
inglês): http://dsco.la/generic-millenial
Exercício: Uma mensagem 2. Prós e Contras

difícil
Pense em uma mensagem difícil
que você deve passar aos jovens da
sua equipe ou aos seus filhos. O que
3. Story
você precisa dizer para passar pelos 4
filtros antimarketing?
4. Reciprocidade
83
84
LIVROS
17
O assunto de gerações é extremamente extenso. Neste capítulo, vamos

dar uma série de dicas de livros para que você possa se aprofundar mais sobre
as gerações e o mercado de trabalho.
O Ambiente de Trabalho de 2020 (Jeane C. Meister e Ka-

rie Willyerd)
O advento da Internet e também das novas gerações no mercado de traba-

lho criou uma geração de trabalhadores hiperconectados, que estão colocando
cada vez mais pressão nos patrões, a fim de que revisem suas abordagens sobre
gerenciamento de talentos. Em “O Ambiente de Trabalho de 2020”, as espe-
cialistas em recursos humanos, Jeanne C. Meister e Karie Willyerd oferecem
um plano de jogo prático que as empresas podem usar para atrair e manter es-
ses funcionários.
http://dsco.la/trabalho-2020
85
E Agora, Geração X? (Tamara Erickson)
Um livro que fala com a Geração X e seus desafios no mercado de traba-

lho. Como lidar com os Baby Boomers e Geração Y no mesmo ambiente? O livro
fornece ferramentas e conselhos práticos para essa geração se adaptar às mu-
danças no ambiente corporativo, redefinir as prioridades no trabalho e na vida,
além de dicas para diversificar suas atividades por meio de ambientes alterna-
tivos de trabalho e portfólio de carreiras.
http://dsco.la/e-agora-x
A Geração Y no Trabalho (Nicole Lipkin e April Perrymore)
Este livro discute como o individualismo e o desejo de equilíbrio entre

vida profissional e pessoal — marcas notórias da Geração Y — estão moldan-
do a cultura corporativa e o ambiente de trabalho. Ao emergir com a origem do
comportamento e principais motivações dessa turma, o livro oferece soluções
práticas e inovadoras para lidar com essa nova realidade, extraindo o melhor
de jovens incrivelmente talentosos e demasiadamente dispersos.
http://dsco.la/geraçao-y-trabalho
86
Reinvente Sua Empresa: Mude Sua Maneira de Trabalhar

(David Heinemeier Hansson e Jason Fried)
Retrata muito o tipo de gestão de um Millennial, que basicamente igno-

ra as estruturas formais de criação e crescimento de uma empresa - reuniões,
orçamentos, planilhas, planos, e propaganda, para criar algo que, sim, pode
prosperar. Como diz o livro, ensina a fazer menos e melhor.
http://dsco.la/reinvente-mude
Lovemarks: O Futuro Além das Marcas (Kevin Roberts)
Em “Lovemarks”, Roberts afirma que as marcas simplesmente perderam

a atratividade, mas aponta a solução: criar produtos e experiências com poder
de estabelecerem conexões emocionais duradouras com os consumidores. Ob-
serve como você pode usar o conhecimento sobre as diferentes gerações para
criar conexão individual com seus clientes e, assim, instigá-los a usar sua marca.
https://dsco.la/lovemarks
87
Se você lê em Inglês então recomendamos duas leituras muito legais:
Plugged In (Tammy Erickson)
Tamara Erickson mostra como a Geração Y pode e deve usar suas forças
únicas para entender e influenciar seus relacionamentos profissionais, desco-
brir a definição de sucesso e ainda ajudá-los a encontrar seu caminho no local
de trabalho.
Preenchido com uma extensa pesquisa sobre tendências demográficas e
ideias pensativas, o “Plugged In” fornece à Geração Y a informação que eles dese-
jam para se conectar com o mundo do trabalho e criar as vidas que eles querem.
http://dsco.la/plugged-in
How Cool Brands Stay Hot (Joeri Van den Bergh e Mat-
tias Behrer)
“How Cool Brans Stay Hot” analisa as Gerações Y e Z - as gerações mais

experientes em marketing e críticas publicitárias até agora. Ele revela como
os Millennials pensam, se sentem e se comportam, oferecendo estratégias
comprovadas e aplicáveis ao mercado, para que as marcas sigam atraentes e
relevantes para esse público.
http://dsco.la/cool-brands-stay-hot
88
18
FILMES E SÉRIES
89
Aqui vão algumas sugestões de filmes e séries que se Billy Elliot

conectam com conteúdos os abordados no curso. Esse ótimo filme inglês dos anos 2000 retrata mui-
to bem um conflito de gerações. A história se passa entre
Forrest Gump os anos de 1984/1985 e apresenta Billy, filho de minerado-
res de uma cidade do interior da Inglaterra. O pai de Billy
Note como o filme passa por diversos momentos his-
o obriga a lutar boxe, mas o menino se apaixona por dan-
tóricos importantes, que moldaram diferentes gerações. O
çar ballet. Não vamos aqui estragar a surpresa caso você
próprio Forrest (Tom Hanks) passa por muitas mudanças
não tenha visto, mas note nesse filme como os valores, o
ao longo de sua vida.
entendimento do mundo e a visão são completamente di-
O filme mostra a Guerra, o movimento Hippie, os es-
ferentes de Billy e seu pai.
cândalos de corrupção - (caso Watergate), entre outros.
Vale a pena assistir ao filme com um olhar para a formação
das diferentes gerações.
90
Um senhor estagiário A firma

Um bem-sucedido site que vende roupas, com apenas Neste ótimo filme de Sidney Pollack, fica evidente
18 meses e mais de 200 funcionários, decide que vai con- o perfil de um geração X. O jovem advogado Mitch (Tom
tratar idosos como estagiários. Note como Ben Whittaker Cruise) recebe uma proposta milionária para atuar em um
(Robert de Niro) começa a trabalhar em uma empresa com grande escritório de advocacia em outra cidade. É o traba-
pessoas e valores totalmente diferentes dele. É um claro lho e sucesso a qualquer custo. Vale a pena assistir para ver
choque de gerações. quais eram os motivadores dessa geração.
91
Comer, Rezar, Amar Whiplash

Elizabeth (Julia Roberts) pensava que tinha a vida Neste belíssimo filme, vemos um bom conflito de ge-
perfeita. Mas, ao deparar-se com uma série de situações, rações. Enquanto Andrew tem certa expectativa para entrar
percebe que sua vida não é assim tão bem resolvida. Neste na banda, Fletcher exige um nível de esforço e dedicação
filme, vemos de forma mais clara o perfil de uma Geração que talvez ele não esteja preparado. Pense nesse filme re-
Y. Não é só trabalho, é um conjunto de fatores. Felicida- lacionando-o ao capítulo dos seis níveis de sensibilidade à
de, amor, espiritualidade. Tudo junto e ao mesmo tempo. mudança e note como o comportamento de Andrew mu-
dou ao longo de sua trajetória.
92
Que horas ela volta? Mr. Robot

É um dos filmes referência deste curso, inclusive mos- Essa série ilustra mais a Geração Z, com muitos elemen-
tramos um trecho durante a videoaula. É evidente como, tos. A busca por fazer algo com propósito, a naturalidade
em alguns casos, uma mesma coisa não faz sentido para com que lidam com a tecnologia, os medos e ansiedades.
uma geração, enquanto faz total sentido para outra. E aí Vale bastante assistir a essa bela série para analisar o com-
entram os conflitos entre Regina Casé e sua neta sobre o portamento dos Z.
que é certo e o que é errado.
93
94
PLAYLIST
DE VÍDEOS
19
Você chegou até aqui e já viu muitos vídeos. Mas vamos O misterioso funcionamento do cérebro
te deixar com mais alguns, para que você possa consultar adolescente
quando quiser.
Por que os adolescentes parecem tão mais impulsivos,
tão menos autoconscientes do que os adultos? A neurocien-
Por que os 30 são diferentes dos 20? tista cognitiva Sarah-Jayne Blakemore compara o córtex
Meg Jay tem uma mensagem ousada para quem tem pré-frontal de adolescentes e adultos, para nos mostrar
vinte e poucos anos: contrariamente à crença popular, seus como o comportamento adolescente “típico” é causado
20 anos não são descartáveis. Nesta conversa provocati- pelo crescimento e desenvolvimento do cérebro.
va, Jay diz que embora o casamento, o trabalho e os filhos
aconteçam em outra fase da vida, não quer dizer que você
não pode planejar agora.
http://dsco.la/30-diferente-20 http://dsco.la/cerebro-adolescente
95
Mundo em rápida evolução Manifesto Projeto Draft

O mundo está mudando muito mais rápido do que Mostramos este vídeo no curso, mas ele é tão bom e
a maioria das pessoas percebe, diz o professor de negó- rico que o repetimos aqui. Veja todos os conceitos e com-
cios Eddie Obeng, e a produção criativa não consegue portamentos que ele aborda para construção desse novo
acompanhar. Nesta palestra espirituosa, ele destaca três mundo.
importantes mudanças que precisamos entender para me-
lhorar a produtividade, e defende uma cultura mais forte
da “falha inteligente”.
http://dsco.la/projeto-draft
http://dsco.la/mundo-evoluçao
96
Editora Abril sobre a geração X

Um vídeo muito interessante para falar sobre a forma de consumo da Ge-
ração X e como ela se difere dos Millennials e dos Baby Boomers.
http://dsco.la/x-da-questao
97
98

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CONTEÚDO EXTRA

Todo o conteúdo deste Ebook foi desenvolvido pela

Você já aprendeu sobre como as

Abraços, Equipe Descola

02_ A importância da diversidade 8

03_ O que são gerações? 11

04_ Como as gerações são formadas? 14

05_ Os eventos históricos que impactam as gerações 16

06_ Os Baby Boomers 26

10_ As 11 forças que impactam o mundo do trabalho 40

11_ Os 6 níveis de sensibilidade à diferença 53

13_ Como cada geração aprende 65

14_ Modelos de gestão para gerações 69

15_ Canais de Comunicação 73

16_ Os 4 filtros antimarketing 79

18_ Filmes e séries 89

19_ Playlist de vídeos 94

Se você trabalha em uma empresa, seja ela de peque- V: volatility (volatilidade):

A resposta para os problemas mais urgentes da huma-

Conviver com o outro implica aceitar que

É isso que forma uma geração: um gru-

contram-se no hoje, dividindo um mesmo momento histórico

O que isso impactou nas gerações:

FINAL DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

WOODSTOCK O que isso impactou nas gerações:

QUEDA DO MURO DE BERLIM

CASAMENTO GAY O que isso impactou nas gerações:

1922 1946 1965 1978 1996 ?

Tradicionalistas Baby-Boomers Geração X Geração Y Geração Z

trouxe uma enxurrada de novos conhecimentos e de no-

A mais nova geração é formada

Comparada às gerações anteriores, a Geração Z pas-

Criação, como o nome sugere, refere-se ao alto poder

Observação: por não se tratar de uma época e sim de

Mobilidade Migratória e que se prepare para usufruir dessa

Trabalho intelectual paga mais que trabalho manual/

3. GLOBALIZAÇÃO Já não existe mais a ideia de que as empresas gran-

Gestão por proximidade + hierarquia → Gestão a dis-

Informação produzida, transfor-

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