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INTEGRALIZAÇÃO DE

CRÉDITOS EM
TEOLOGIA

TEOLOGIA
CONTEMPORÂNEA

Prof. Rosangela Adell


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INTRODUÇÃO
A Teologia Contemporânea trata do estudo acerca da teologia mais particularmente do Século
XX. Esse século esteve comprometido com uma pluralidade de teologias, de caminhos e de muitas
reflexões sobre o mundo, sobre Deus e o homem. Em sentido real, nasceu em 1919. Seu iniciador foi um
jovem pastor, Karl Barth (1886-1968). Segundo Barth, pode-se ler a Bíblia sem ouvir a Palavra de Deus.
A Bíblia é simplesmente um livro, mas, pelo menos, um livro através do qual nos pode chegar a Palavra
de Deus. A relação entre Deus e a Bíblia é real, porém indireta. A Bíblia, diz Barth, “é a Palavra de Deus
enquanto Deus fala por meio dela [...] a Bíblia se transforma em palavra de Deus nesse momento”. Para
ele, até que a Bíblia se torne real para nós, até que ela nos fale da nossa situação existencial, ela não é
Palavra de Deus. Esse é o conceito barthiano de revelação.

1 TEOLOGIA LIBERAL OU LIBERALISMO TEOLÓGICO


Foi um movimento teológico cuja produção se deu entre o final do século XVIII e o início do
século XX.Sendo fruto do Iluminismo esse movimento tinha em seu âmago uma revolta contra o poder
da religião institucionalizada e contra a religião em geral. Relativizando a autoridade da Bíbla, o
liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a filosofia e as ciências da religião.
Ainda hoje, um autor que não reconhece a autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é
denominado, pelo protestantismo ortodoxo, de "teólogo liberal".
Oficialmente, a TEOLOGIA LIBERAL se iniciou, no meio evangélico, com o alemão Friedrich
Schleiermacher (1768-1834), o qual negava essa autoridade e igualmente a historicidade dos
milagres de Cristo estabelecendo uma mescla da doutrina bíblica com a filosofia e as ciências
da religião. Ele não deixou uma só doutrina bíblica sem contestação. Para ele, o que valia era o
sentimento humano: se a pessoa "sentia" a comunhão com Deus, ela estaria salva, mesmo sem crer no
Evangelho de Cristo.
Albrecht Ritschl (falecido em 1889) questionou a autoridade Bíblica. Para Ritschl, a experiência
individual vale mais que a revelação escrita. Assim, pregava que Jesus só era considerado Filho de
Deus porque muitos assim o criam, mas na verdade era apenas um grande gênio religioso. Negou assim
sistematicamente a satisfação de Cristo pelos pecados da humanidade, Pregava que a entrada no Reino de
Deus se dava pela prática da caridade e da comunhão entre as pessoas, não pela fé em Cristo.
Ernst Troeschl (falecido em 1923) foi outro destacado defensor do liberalismo teológico. Segundo
ele, o cristianismo era apenas mais uma religião entre tantas outras, e Deus se revelava em todas, sendo
apenas que o cristianismo fora o ápice da revelação. Dessa forma, tal como Schleiermacher, defendia a
salvação de não-cristãos, por essa alegada "revelação de Deus" em outras religiões.
A fé cristã histórica sempre acreditou que os milagres bíblicos realmente ocorreram como
narrados. Milagres como o nascimento virginal de Cristo, os milagres que o próprio Cristo realizou, sua
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ressurreição física dentre os mortos, os milagres do Antigo e Novo Testamentos, de maneira geral, são
todos considerados fatos.
O teólogo liberal, por sua vez, e os neo-ortodoxos fazem distinção entre historie (história, fatos
brutos) e heilsgeschichte (história santa, ou história salvífica), criando dois mundos distintos e não
conectados: o mundo da história bruta, real, factível e o mundo da fé, da história da salvação. Temas
como criação, Adão, queda, milagres, ressurreição, entre outros, pertencem à história salvífica e não à
história real e bruta. Para os liberais e os neo-ortodoxos, não interessa o que realmente aconteceu no
túmulo de Jesus no primeiro dia da semana, mas, sim, a declaração dos discípulos de Jesus que diz que
Jesus ressuscitou. Assim, o que eles querem afirmar com isso é bastante diferente daquilo que a fé cristã
histórica acredita. Na verdade, eles consideram que os relatos bíblicos dos milagres são invenções
piedosas do povo judeu e dos primeiros cristãos, mitos e lendas oriundos de uma época pré-científica,
quando ainda não havia explicação racional e lógica para o sobrenatural.

2 TEOLOGIA DO NOVO MODERNISMO


Reagindo ao liberalismo teológico, a teologia dialética (Karl Barth - 1886 – 1968; foi um
teólogo protestante, pastor da Igreja Reformada e um dos líderes da teologia dialética ou da crise e
da neo-ortodoxia protestante) foi um movimento teológico que floresceu na Alemanha da década de 1920.
A Neo-ortodoxia foi uma reação contra o Liberalismo do final do século XIX e esforçou-se por
preservar a essência da teologia da Reforma ao mesmo tempo em que se adaptava a questões
contemporâneas. É uma teologia do encontro entre Deus e o ser humano. Dentre os conceitos pode-se
destacar o de:
1 º Deus - é totalmente transcendente, exceto quando decide revelar-se ao ser humano. Deus é
inteiramente soberano sobre a sua criação e independente dela. Deus não pode ser conhecido por meio de
provas (Kierkegaard). Deus não pode ser conhecido por doutrinas objetivas, mas por meio de uma
experiência de revelação.
2º Cristo - conforme manifesto na Escritura, é o Cristo da fé, e não necessariamente o Jesus
histórico. Cristo é a revelação de Deus. O Cristo importante é aquele experimentado pelo indivíduo.
Cristo não teve um nascimento virginal (Brunner). Ele é o símbolo do novo ser no qual tudo o que separa
as pessoas de Deus é eliminado (Tillich).
3º Revelação - Há uma tríplice revelação de Deus ao homem por meio da sua Palavra. Jesus é o
verbo feito carne. A Escritura aponta para a Palavra. A Pregação proclama o Verbo feito carne.A Bíblia
contém a Palavra de Deus. A Palavra é revelada pelo Espírito à medida que a Bíblia e Cristo são
proclamados. A Bíblia é humana e falível, sendo confiável somente na medida em que Deus se revela por
meio de encontros com a Escritura. A historicidade da Escritura não é importante. O relato da criação é
um mito (Niebuhr) ou uma saga (Barth).
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4º. Salvação - O homem é totalmente pecaminoso e somente poder ser salvo pela graça de Deus.
A Palavra produz uma crise de decisão entre a rebeldia do pecado e a graça de Deus. Somente pela fé a
pessoa pode escolher a graça de deus nessa crise e receber a salvação.Toda a humanidade está eleita em
Cristo (Barth). Não existe nenhum pecado herdado de Adão (Brunner). O homem peca por opção, e não
por causa da sua natureza (Brunner).Pecado é o egocentrismo (Brunner). Pecado é a injustiça social e o
medo (Niebuhr). A salvação é o compromisso com Deus por intermédio de um “salto de fé” às cegas
quando se está em desespero (Kierkegaard). 5º. Escatologia - O inferno e o castigo eterno não são
realidades (Brunner).
Não se pode deixar de reconhecer que, sob vários aspectos, a teologia de Barth foi um retorno,
embora aparentemente, às várias doutrinas bíblicas desprezadas pelo liberalismo, como a Trindade, o
nascimento virginal de Cristo, as duas naturezas de Cristo unidas numa só pessoa, conforme aceita pelo
Concílio de Calcedônia (ano 451) e pela Reforma Protestante, a salvação somente pela graça e a
justificação unicamente pela fé. Mas a teologia de Barth possui falhas seríssimas: “A Bíblia não é a
Palavra de Deus, apenas a contém”. Barth considerava que Jesus Cristo é a Palavra de Deus em
pessoa e, portanto, idêntico a ele, afirmou: “O Deus eterno deve ser conhecido em Jesus Cristo e não em
outro lugar”.
A Bíblia é uma das manifestações secundárias da Palavra de Deus. Ele rejeitava a inerrância
bíblica, pois esta era totalmente humana.

Barth defende os seguintes pontos de vista contrário aos ensinos da Bíblia:


1.Deísmo-filosófico – Deus está no céu, e nada nos é possível saber acerca dele;
2.A Bíblia é, de capa a capa, palavras humanas falíveis. O homem, que tem errado em toda
palavra, com essa mesma palavra falível tem pronunciado a Palavra de Deus. A Bíblia não é a Palavra de
Deus, mas a contém;
3. Jesus não teve um nascimento virginal, o que equivale a dizer que não é Deus, mas um
homem como Moisés, Confúcio ou Buda;
4. Jesus morreu em desespero e mostrou, com a sua morte, que nenhum homem pode chegar-se
a Deus. A morte de Jesus não foi vicária; Ele não cumpriu a justiça divina;
5. A ressurreição de Cristo é um mito. Ele não saiu do túmulo, não apareceu aos discípulos,
nãoressuscitou. Barth concorda com D. F. Strauss quando este afirma que a ressurreição de Cristo não
passou de um embuste histórico;
6. Não haverá segunda vinda de Cristo. Para Barth, é egoísta o cristão que alimenta a esperança
de uma vida melhor após a morte. Ele, quando é verdadeiramente crente não precisa da imortalidade da
alma,nem do juízo final nem do céu.
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3 TEOLOGIA DO MITO
RUDOLF KARL BULTMANN (1884 -1976) foi um teólogo alemão. Sua teologia, além do
novo método hermenêutico e da desmitologização, caracteriza-se também pela utilização da filosofia
existencialista. Na apresentação teológica do pensamento de Rudolf Bultmann, devemos levar em
consideração três aspectos: método, filosofia e desmitologização.
Bultmann assevera com insistência que uma das funções essenciais da teologia de cada época é
compreender o kerygma (a mensagem revelada) e bem traduzi-lo, tornando-o a cada vez atual para quem
o escuta. A fim de levar a efeito esta tarefa, dedica-se, negativamente, à desmitologização das origens
documentárias bíblicas, ao passo que, positivamente, propõe uma análise existencial da proclamação do
Evangelho.
Os conceitos dele se baseiam em compreender:
1. O Totalmente Outro: Deus é a realidade que infinitamente transcende tudo e
que,paradoxalmente, está ao mesmo tempo relacionada com todas as coisas. Porque Ele é o totalmente
Outro, o Deus Criador não está imanente nas ordenanças do mundo, e nada que se encontra conosco como
fenômeno dentro do mundo é diretamente divino. A realidade de Deus é tão indemonstrável quanto a
realidade do próprio eu humano. Visto que Deus é Espírito, Bultmann supõe que Ele simplesmente não
Se revela milagrosamente no tempo e no espaço.
2. A Desmitologização: Para Bultmann, todos os escritores do Novo Testamento pensavam e
escreviam tendo em vista uma visão global do mundo antigo, no qual havia três divisões: 1. a superior ou
invisível, habitada pelos anjos, o mundo sobrenatural de Deus; 2. o mundo inferior,escuro, habitado pelos
demônios; 3. e o nosso mundo, que fica entre os outros dois.
O que é a Desmitologização? É um método de hermenêutica que procura extrair a noz da
significância compreensiva da casca de uma cosmovisão antiquada. O que faz a desmitolização? É
“eliminar uma falsa pedra de tropeço e trazer ao nítido enfoque a verdadeira pedra de tropeço, a palavra
da cruz”.
Segundo Bultmann, a transformação mítica do mundo também foi utilizada para transformar a
mensagem acerca de Jesus. A pessoa histórica de Jesus se converteu muito cedo, num mito no
Cristianismo primitivo e, por isso, “Bultmann argumenta que o conhecimento histórico acerca de
Jesus não tem importância para a fé cristã.” É este mito que é apresentado no quadro do NT acerca de
Jesus. Afirma-se que os fatos históricos a respeito de Jesus foram transformados numa história mítica de
um ser divino preexistente que se encarnou e expiou com o seu sangue os pecados dos homens,
ressuscitou dentre os mortos, ascendeu ao céu e, segundo se cria, regressaria em breve para julgar ao
mundo e iniciar a nova era. Esta história central se estabeleceu, segundo disse, também com históricas
miraculosas, acerca de vozes do céu, triunfos sobre demônios, e etc..
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São mitos que não tem validade para o homem do século XX, que crê em hospitais e não em
milagres, em penicilina e não em orações.
Bultmann argumenta que se pode crer em Jesus Cristo e aceitá-lo como Deus e Salvador sem a
necessidade de acreditar no nascimento virginal, na encarnação, no túmulo vazio, na ressurreição e na
segunda vinda. Todos estes elementos seriam derivados da mitologia judaica e do gnosticismo
helenístico.
3. Da Inautenticidade para a Autenticidade (ou da perdição para a salvação): A revelação
significa o “abrir daquilo que era oculto, que é totalmente necessário e decisivo para o homem a fim de
que ele possa galgar a ‘salvação’ ou a autenticidade”. “Salvação” é encontrar o nosso “verdadeiro
eu”. E este abrir ocorre quando a igreja proclama a ação de Deus na morte e na ressurreição de Jesus
Cristo “através da pregação da Igreja, que O proclama como sendo a graça de Deus manifestada”.
Outros ensinos de Bultmann: 1. A Escritura não explica a si mesma, conforme ensina a
hermenêutica da Reforma Protestante, mas está sujeita aos métodos modernos da ciência autônoma e às
pressuposições filosóficas; 2. O Cristianismo não é uma religião histórica positiva; 3. O Evangelho de
João está eivado de temas gnósticos, sendo alguns deles a noção do cosmos, a sua cristologia, segundo a
qual Jesus é uma revelação de Deus.

4 TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO
É um movimento supra-denominacional de teologia política, que engloba várias correntes de
pensamento que interpretam os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de uma libertação de
injustas em condições econômicas, políticas ou sociais. Ela foi descrita, pelos seus proponentes como
“uma interpretação da fé cristã através do sofrimento dos pobres, sua luta e esperança, e uma crítica da
sociedade e da fé católica e do cristianismo através dos olhos dos pobres”, mas outros a descrevem como
marxismo cristianizado.
Foi a partir do engajamento de grupos cristãos na política que surgiu a Teologia da Libertação,
como uma reflexão teórica das experiências sociais de opressão, retro alimentando este movimento de
busca da mudança para uma sociedade com viés esquerdista.
O termo foi cunhado em 1971 pelo peruano padre Gustavo Gutiérrez, que escreveu um dos
livros mais famosos do movimento, A Teologia da Libertação. Outros expoentes são Leonardo Boff do
Brasil, Jon Sobrino de El Salvador, e Juan Luis Segundo do Uruguai.
A teologia não é vista como um sistema de dogmas e sim como um meio de dar início a
mudanças sociais. Essa noção tem sido chamada “a libertação da teologia”. Essa teologia surgiu a partir
do Vaticano II e das tentativas de teólogos liberais no sentido de enfrentarem as desigualdades sociais,
políticas e econômicas em face de um cristianismo não mais guiado por urna cosmovisão bíblica. Na
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América Latina em especial, teólogos católicos romanos procuraram combinar o cristianismo e o


marxismo. Algumas ideologias da Teologia da libertação são:
Deus - é ativo, colocando-se sempre ao lado dos pobres e oprimidos e contra os opressores, de
modo que não atua de maneira igual para com todos. Os teólogos da libertação acentuam a sua imanência
em detrimento da sua transcendência. Deus é mutável.
Cristo - Jesus é visto como um messias do envolvimento político. Ele é Deus entrando na luta
pela justiça ao lado dos pobres e dos oprimidos. Todavia, ele não foi um salvador no sentido tradicional
da palavra. Em vez disso, os teólogos da libertação defendem uma ideia de “influência moral” no que diz
respeito à expiação. Nada se diz acerca de uma satisfação da ira de Deus contra o ser humano.
Espírito Santo - A pneumatologia está virtualmente ausente da teologia da libertação. Parece
difícil encontrar um papel para a obra do Espírito Santo nos sistemas políticos centrados no ser humano.
Revelação - A Bíblia não é um livro de verdades e normas eternas, mas de registros
históricos específicos (muitas vezes pouco fidedignos). No entanto, muitas passagens são utilizadas em
apoio dessa teologia, especialmente o relato do Êxodo. Os teólogos da libertação utilizam a “nova”
hermenêutica a fim de defenderem as suas posições. Comoa sua teologia se apoia em uma análise
marxista e é vista como um modo útil de criar ações “apropriadas” (ver Salvação), eles dão ênfase
primariamente a normas éticas que alcancem os fins do movimento.
Salvação - é vista como uma transformação social em que se estabelece justiça para ospobres e
oprimidos. “O católico que não é um revolucionário está vivendo em pecado mortal” (C. Torres).
Qualquer método para alcançar esse fim é aceitável, até mesmo a violência e a revolução. Essa concepção
tende para o universalismo, e o evangelismo toma-se simplesmente o esforço de gerar consciência e
preparar as pessoas para a ação política.
Igreja - é vista como um instrumento para transformar a sociedade: “A atividade pastoral da
igreja não é uma conclusão que resulta de premissas teológicas ... [ela] tenta ser parte do processo pelo
qual o mundo é transformado” (O. Gutiérrez). A neutralidade política não é uma opção para a igreja.

5 O DISPENSACIONALISMO
Este movimento surgiu em meados do século passado na Inglaterra, através do grupo que levou o
nome de Irmãos ou Irmãos de Plymouth, por ter nesta cidade seu quartel general. Seu principal expoente
foi John Nelson Darby (1800-1882), um irlandês que, insatisfeito com a Igreja Anglicana, da qual era
ministro, juntou-se ao grupo dos Irmãos em 1827. Por volta de 1830 Darby já era o principal líder dos
Irmãos, dada a sua capacidade de organização e a sua proficiência em escrever.
I. Características Principais Desse Grupo:
a) Ênfase dada às reuniões semanais de estudo bíblicos e celebração da Ceia do Senhor, associada
a um desprezo por qualquer tipo de organização denominacional ou forma de culto.
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b) a doutrina da volta de Cristo e o desenvolvimento de um novo modelo de interpretação bíblica,


ou seja, uma “interpretação literal das profecias”.
Um fator que muito contribuiu para a difusão do pensamento dispensacionalistas foi à publicação
da chamada Bíblia de Referência de Scofield, em 1909 (edição da Versão King James, com anotações
feitas por Scofield, na linha de interpretação dispensacionalistas). Isso estimulou o interesse pelo estudo
bíblico e o respeito pela autoridade da Palavra de Deus, numa época em que a Alta Crítica e a teologia
liberal atacavam o Livro Sagrado.
O Dispensacionalismo não se constitui propriamente numa denominação, mas uma forma de
pensamento em todos os ramos do Protestantismo.
Três Tipos de Dispensacionalismo, com marcantes diferenças entre si:
1. Ultra-Dispensacionalismo, desenvolvido por E. W. Bullinger (1837-1913), que faz distinção
entre a “Igreja Apostólica Pentecostal” do livro de Atos e a “Igreja-Mistério Paulina”, das Epístolas da
Prisão, que ele chama de “igreja corpo” e “igreja noiva”, respectivamente. Bullinger ainda faz distinção
entre essas duas igrejas e a de Mateus 16, que Jesus chamou de “minha igreja” e que, segundo ele, será
uma igreja judaica remanescente no futuro.
2. Dispensacionalismo Clássico: é representado por C. I. Scofield e por Lewis S. Chafer,
fundador do Seminário de Dallas, e segundo o qual o plano de Deus para com Israel é puramente terreno
e para com a Igreja, celestial; há dois modos de salvação (obras no VT e fé no NT) e, segundo Chafer,
dois Novos Pactos. Este foi o tipo de dispensacionalismo que prevaleceu de 1800 a 1950.
3. Neo-Dispensacionalismo: é agora defendido por homens como Charles C. Ryrie, John F.
Walvoord e J. Dwight Pentecost, segundo o qual Israel e a Igreja se ajuntarão após o milênio; há um só
modo de salvação em ambos os Testamentos (fé) e um só Pacto.

O termo “dispensacionalismo” é empregada pelos dispensacionalistas para designar:


“Um período de tempo durante o qual o homem é testado quanto à sua obediência a alguma
revelação específica da vontade de Deus”, segundo a própria definição de Scofield (que é a mesma do
“Dicionário Aurélio”). É dito que cada uma dessas dispensações termina com o fracasso humano e o
inevitável juízo de Deus. Diz Scofield: Esses períodos se distinguem nas Escrituras por uma mudança no
método divino de tratar a humanidade, ou parte dela, no que se refere a estas duas grandes verdades:
pecado e responsabilidade humana. Cada Dispensação pode ser considerada como uma prova para
o homem natural e termina sempre em juízo, demonstrando assim o seu completo fracasso. Cinco
dessas dispensações, ou períodos de tempo, já se consumaram. Estamos vivendo na sexta, cujo término,
segundo tudo faz crer, está para breve. A sétima, ou a última, ficará para o futuro - É o Milênio.
As Chamadas Dispensações São as Seguintes: 1ª) Da Inocência, que começou com a criação de
Adão, e terminou com a sua expulsão do Éden; 2ª) Da Consciência, que começou com a expulsão do
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Jardim (consciência do bem e do mal) e terminou com o dilúvio; 3ª) Do Governo Humano, que
começou com o dilúvio e terminou com a confusão das línguas; 4ª) Da Promessa, que começou com
Abraão e terminou com a escravidão no Egito; 5ª) Da Lei, que começou no Sinai e terminou com a
expulsão de Israel e Judá da terra de Canaã; 6ª) Da Graça, a atual, que começou com a morte de Cristo e
terminará com o arrebatamento da Igreja; 7ª) Do Reino, que começará com a Segunda Vinda de Cristo e
terminará com o juízo do Grande Trono Branco - é também chamada de Dispensação do Milênio.

CONCLUSÃO
A Teologia Contemporânea, por mais atraente que seja com sua roupagem linguística ricamente
adornada com nomes de eminentes doutores que ocupam cadeiras em seminários de renome em ambas as
Américas, está em contradição com a revelação divina. A mensagem deles não se dirige à consciência do
indivíduo, mas à coletividade. Sua teoria se funda em que a responsabilidade da Igreja é transformar a
sociedade e, por meio desta, converter o mundo, para inaugurar o reino de Deus na terra. São os pecados
do indivíduo que precisam de perdão.
Tais doutores são "lobos vestidos de pele de ovelha", sobre os quais Jesus preveniu sua Igreja.
São eles que têm conduzido grande massa de cristãos nominais à apostasia que prolifera no Cristianismo
do nosso tempo. A respeito desses, Paulo nos avisou, dizendo: "Mas o Espírito expressamente diz que,
nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de
demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência" (1
Tm 4.1,2). Os pontos principais dessas discordâncias são: 1. A infalibilidade das Escrituras Sagradas; 2.
A Trindade; 3. O nascimento virginal de nosso Senhor Jesus Cristo; 4. Os milagres operados por Jesus; 5.
A morte substitutiva do Senhor; 6. A deidade do Senhor Jesus Cristo e sua vida imaculada; 7. A
ressurreição corporal do Senhor Jesus Cristo e a sua ascensão; 8. A queda do homem e o pecado original;
9. A salvação do homem pela fé em Cristo Jesus; 10. A segunda vinda pré-milenial de Cristo; 11. A vida
eterna por meio da graça de Jesus Cristo; 12. O eterno castigo dos ímpios no lago de fogo.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA, Abraão de. Teologia Contemporânea. CPAD, 2002.

BATTISTA, Mondin. Os Grandes Teólogos do Século Vinte. Edições Paulinas, Vol. 1 e 2, 1979-1980.

BRUNNER, Emil. Teologia da Crise. Edito Novo Século LTDA, 2002.

GUNDRY, Stanley. Teologia Contemporânea. Editora Mundo Cristão, 1976.


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AVALIAÇÃO - TEOLOGIA CONTEMPORANEA – DATA 17/07/17


NOME____________________________________NUCLEO Madureira
(DESTACAR E ENTREGAR AO PROFESSOR)

Na página 3 da apostila Barth defende alguns pontos de vista contrários aos ensinos da Bíblia.
Faça uma resenha crítica defendendo cada ponto descrito.

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TRABALHO para os alunos que faltaram à aula de Teologia Contemporânea (17/07/17). Elaborar uma
pesquisa sobre as novas correntes teológicas (Teologia da esperança (Moltmann); teologia evolucionista
(Chardin) e teologia do evangelho sem religião (Bonhoeffer)). Cada corrente teológica deve conter
informações sobre cada corrente teológica, fundador, principais ensinos e um exame crítico. Entregar até
dia 02 de agosto de 2017, por email adellreis195@gmail.com

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