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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE

SÃO PAULO – PUC-SP

FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

ENGENHARIA CIVIL

CONFIABILIDADE E SEGURANÇA ESTRUTURAL:


CISALHAMENTO EM LAJES MACIÇAS DE CONCRETO ARMADO

Orientador: Prof. Ms. Matheus Lorena Marquesi

RELATÓRIO FINAL DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Aluno: IGOR PESSOA MARUCHI

SÃO PAULO
2019
2

RESUMO

O presente trabalho visa apresentar uma análise de confiabilidade da


equação da norma brasileira que diz respeito a força cortante em lajes maciças sem
armadura transversal a partir de 81 ensaios obtidos na literatura. A variável erro de
modelo das resistências foi determinada comparando os resultados experimentais
com as resistências calculadas sem segurança. Confiabilidade estrutural é utilizada
para avaliar o nível de segurança dos modelos. Esta análise inclui as variáveis erro
de modelo e outras variáveis como resistências do aço, do concreto, geometria das
seções e cargas permanentes e acidentais. O modelo de cálculo será avaliado
segundo critérios de suficiência e uniformidade.

Palavra-Chave: Elementos em concreto armado sem armaduras transversais;


Cisalhamento por esforço cortante; Análise de confiabilidade estrutural
3

ABSTRACT

The present work aims to present a reliability analysis of the Brazilian standard
equation concerning the shear force in massive slabs without transverse
reinforcement from 81 tests obtained in the literature. The error of resistence models
is determined by comparing experimental results for ultimate loads with predicted
resistences. Reliability analysis is used to evaluate the safety level of this models
provisions. This analysis includes model error and other random problem parameters
like steel and concrete strength, geometry and dead and live loads. Brazilian design
code will be evaluated in terms of sufficient and uniform reliability criteria.

Keywords: RC elements without shear reinforcement; shear; reliability analysis


4

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - ALTURA ÚTIL __________________________________________________________________ 12


FIGURA 2 - FORÇA CORTANTE RESPONSÁVEL PELA RUPTURA __________________________________________ 12
FIGURA 3 - TAXA DE ARMADURA LONGITUDINAL __________________________________________________ 13
FIGURA 4 - RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO REAL DAS LAJES ENSAIADAS _____________________________________ 13
FIGURA 5 - INSERÇÃO DE EQUAÇÃO NO VAP _____________________________________________________ 14
FIGURA 6 - EDIÇÃO DAS VARIÁVEIS ___________________________________________________________ 14
FIGURA 7 - RESULTADOS OBTIDOS ____________________________________________________________ 15
FIGURA 8 - TENSÕES NUMA VIGA NÃO FISSURADA _________________________________________________ 21
FIGURA 9 - FLUXO IDEALIZADO DAS TENSÕES EM ELEMENTOS SEM ARMADURA TRANSVERSAL_____________________ 22
FIGURA 10 - FISSURA CRÍTICA DE FLEXO CORTANTE ________________________________________________ 22
FIGURA 11- BASE DE UMA LAJE ______________________________________________________________ 23
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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - VALORES DE ÍNDICE DE CONFIABILIDADE EM FUNÇÃO DA PROBABILIDADE DE FALHA ___________________ 20


TABELA 2 -VARIAVEIS ____________________________________________________________________ 26
TABELA 3 - RESULTADOS DA COMPARAÇÃO ENTRE O EXPERIMENTAL E O TEÓRICO PARA A NBR ___________________ 26
TABELA 4 – RESULTADOS OBTIDOS NO EXCEL_____________________________________________________ 27
TABELA 5 – ÍNDICE DE CONFIABILIDADE ALVO PARA O ESTADO LIMITE ÚLTIMO E PARA O ESTADO LIMITE DE SERVIÇO _____ 29
TABELA 6 – RESULTADOS OBITIDOS ___________________________________________________________ 35
TABELA 7 – CORTANTE DE CÁCULO ____________________________________________________________ 38
6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 10
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 11
3.1 Objetivos gerais ............................................................................................... 11
3.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 11
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 12
5 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 17
5.1 Variáveis Aleatórias ......................................................................................... 17
5.2 Média ............................................................................................................... 17
5.3 Variância e Desvio Padrão ............................................................................... 18
5.4 Confiabilidade Estrutural .................................................................................. 18
5.5 O Método de Monte Carlo ................................................................................ 20
5.5.1 Função de Estado Limite .............................................................................. 22
5.6 Cisalhamento Em Seções Retangulares .......................................................... 22
6 NBR 6118:2014 ..................................................................................................... 24
7 RESULTADOS ....................................................................................................... 27
7.1 Índice de Confiabilidade Alvo ........................................................................... 29
8 Conclusões ........................................................................................................... 32
9 Sugestões para trabalhos futuros ...................................................................... 32
10 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 33
APÊNCIDE A ............................................................................................................ 36
7

1 INTRODUÇÃO
Diferentemente das vigas, que devem ter pelo menos uma armadura de
cisalhamento mínima de acordo com os padrões das normas em estudo, as lajes
são tipicamente dimensionadas de forma que nenhuma armadura de cisalhamento
seja necessária, pois a colocação de estribos em lajes é difícil e dispendiosa. Na
concepção de edifícios, as lajes são responsáveis por um consumo concreto
significativo. Portanto, um projeto econômico associado a uma segurança suficiente
se faz necessário. Em experimentos que são realizados para avaliar as incertezas
do modelo de resistências, convencionalmente, as razões de valores observados
nos experimentos e previstos por modelos de cálculo (presentes em normas, por
exemplo), faixas de laje como se fossem vigas chatas são as mais utilizadas.
Estabelecendo uma relação entre o que é feito em laboratório e o que
potencialmente acontece na realidade, o volume de concreto envolvido em uma
placa como um todo é maior, isto é, as faixas não colapsam independentemente
como nos experimentos usuais sem antes haver redistribuição de esforços. Além
disso, a maior parte dos casos práticos consiste em lajes sujeitas a cargas
uniformes, onde a força máxima de cisalhamento não coincide com o momento
máximo, e as taxas de aço são pequenas o suficiente para condicionar a falha por
flexão. Segundo Kani (1966) uma comparação de testes de carga pontual mostra,
que uma carga uniformemente distribuída produz resultados mais favoráveis. Assim,
é conservador se os requisitos de projeto para vigas sob cargas pontuais forem
estendidos para vigas sob cargas distribuídas uniformes (MARQUESI et al, 2014).

No mundo atual cada vez mais aumentam as demandas sobre


sustentabilidade, na construção civil o material mais utilizado, o concreto armado,
acaba sendo o grande vilão deste conceito. Desde a fabricação do cimento até a
utilização do concreto em si nas obras há uma grande emissão de gases de efeito
estufa e isso se dá pelas altas temperaturas a produção de cimento e pela reação
exotérmica do concreto ao ser lançado sobre as formas. No campo da engenharia
estrutural, significa fazer o que tem que ser feito com economia e segurança, a fim
de garantir o consumo de concreto sem necessidade e sem renunciar à segurança
que deve ser praticada para que se evite catástrofes cada vez mais presentes no
cotidiano da engenharia civil. Para cada situação, um sistema construtivo adequado
deve ser escolhido levando em consideração suas vantagens técnicas, cultura local
8

e materiais disponíveis. Além disso, modelos analíticos encontrados em normas


técnicas precisam concordar com o conceito de sustentabilidade. Para isso, um
ponto ótimo entre economia e segurança deve ser buscado considerando a
experiência prática e experimentos representativos.
Outro aspecto importante relacionado aos modelos normativos é sua
complexidade. Para um engenheiro é muito importante distinguir entre modelo de
projeto e modelo de pesquisa. Os modelos de projeto devem ser estabelecidos de
maneira simples, nem simplista nem sofisticada. A primeira causa soluções
antieconômicas e a segunda distrai a mente, potencializando o erro humano
(SCHLAICH, 1991).

Schlaich (1991) afirmou: “A arte de encontrar o modelo certo e aplicar o


método correto de análise consiste em definir e pedir 'apenas o suficiente' e não 'o
máximo possível'. Qualquer refinamento redundante é destrutivo, assim como
qualquer omissão substancial”.

Um modelo de projeto tenta parametrizar a realidade através das variáveis


mais importantes. Por outro lado, um modelo de pesquisa tenta representar a
realidade. Muitas variáveis, muitas equações, leis constitutivas e análise de
elementos finitos não-lineares são usadas.

Este trabalho apresenta uma análise de confiabilidade estrutural do modelo


de cálculo da ABNT NBR 6118: 2014 para resistência à força cortante em elementos
sem armadura transversal. Para tanto reuniram-se na literatura resultados de 81
experimentos de faixas de lajes ensaiadas ao cisalhamento por cortante. Os
experimentos realizados serão utilizados como balizadores na geração de milhões
de simulações ou, experimentos virtuais pelo método de Monte Carlo.

Confiabilidade estrutural de equações presentes na norma refere-se a


probabilidade daquela equação falhar, por exemplo se em determinada equação
encontra-se uma cortante de cálculo X, o resultado esperado num ensaio real é que
esta peça rompa-se com um valor igual ou maior a X. Porém, não se pode usar um
caso isolado para determinar se uma dada equação é confiável ou não, pois outras
variáveis que fogem ao controle dos projetistas, como por exemplo, problemas na
execução das peças, resistência do concreto menor que o esperado. A razão entre o
valor obtido no ensaio pelo valor calculado sem os coeficientes de segurança é o
9

erro de modelo. O valor desejável do erro de modelo é que seja 1, porém esse é um
valor utópico pois o valor calculado e o obtido no ensaio devem sempre ser o
mesmo e é sabido que as equações não são perfeitas. Porém, o erro de modelo não
pode ser demasiadamente grande pois tornara-se anti-econômico. Portanto foi
necessário reunir um banco de dados relativamente grande para começar este
trabalho.
10

2 JUSTIFICATIVA
A ruptura por força cortante é frágil, ou seja, ocorre repentinamente sem aviso
prévio como deformações excessivas nas estruturas. O cálculo da resistência a força
cortante em elementos sem armadura transversal é complexo e não existe consenso
internacional sobre este mecanismo de ruptura (COLLINS, 2008). Diferente do
modelo de cálculo de flexão em concreto estrutural, os modelos de cálculo para
resistência a força cortante diferem entre normas internacionais. Desta maneira,
avaliar a segurança destes modelos de cálculo frente a experimentos se faz
importante para se atingir um nível de segurança adequado.
Com o desenvolvimento de ferramentas computacionais mais eficientes,
torna-se cada vez mais necessária a melhoria dos métodos de avaliação dos
coeficientes utilizados em normas. Para tanto, a utilização de ferramentas
estatísticas visando a avaliação da probabilidade de ocorrência de certas situações
que levariam à ruptura as peças avaliadas, sob determinada ótica estrutural (flexão
simples, composta, oblíqua, cisalhamento etc.) tornam-se essencial para o
aprimoramento dos mecanismos de avaliação.
A utilização da ferramenta estatística se restringe, basicamente, a Monte
Carlo. Como será visto adiante, este é um método de cálculo que consiste em gerar
uma quantidade grande de solicitações e resistências. Contudo, torna-se inviável o
cálculo sem a utilização de softwares específicos.
Todo esse processo envolvendo avaliação dos parâmetros por meio de
softwares estatísticos e computacionais, visa calibrar a confiabilidade de
determinadas peças estruturais em relação ao esforço estudado, a fim de obter-se
um gráfico que demonstre tal estudo. A informação do quão confiável é determina
peça em relação a este esforço torna-se um fator indispensável para a calibração
dos coeficientes normativos, e para a verificação do quão eficiente são as equações
definidas pela norma.
11

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivos gerais


O presente trabalho tem por objetivo avaliar a segurança dos modelos de
cálculos de resistência a força cortante sem armaduras transversais da norma
brasileira utilizando confiabilidade estrutural.

3.2 Objetivos específicos


Os objetivos específicos deste trabalho visam reunir um banco de dados de
experimentos de resistência a força cortante sem armadura transversal para ser
utilizado nesta pesquisa e em futuras e com isso buscar melhorias futuras à norma.
12

4 METODOLOGIA
Inicialmente, produziu-se um banco de dados com ensaios de lajes rompidas
por força cortante. Este banco de dados baseou-se em ensaios realizados por outros
estudiosos, no total foram obtidos ensaios de 81 lajes, como foi encontrado. E a
partir destes ensaios é que serão obtidos parâmetros para a realização das
simulações em software computacional, como será explicado abaixo.

Nas tabelas a seguir, tem-se um resumo dos parâmetros encontrados nas


simulações. Contudo, foram excluídos os resultados de ensaios que obtiveram
fc<20, pois a NBR 6118/2014 não permite o uso estrutural de concreto com
resistência menor que 20 MPa. Para a resistência de cálculo, não foi utilizada
nenhum coeficiente de segurança, pois a avaliação de confiabilidade visa justamente
calibrar os coeficientes presentes na norma a fim de se ter um nível de segurança
adequado em relação ao que realmente acontece.
13

Figura 1 - Altura útil

Fonte: Autoral

Figura 2 – Força cortante responsável pela ruptura

Fonte: Autoral
14

Figura 3 – Taxa de armadura longitudinal

Fonte: Autoral

Figura 4 – Resistência a compressão real das lajes ensaiadas

Fonte: Autoral

Os gráficos, representam o intervalo em que se encontra os resultados


obtidos, Os resultados completos, encontram-se no Anexo A.

Será utilizado o método de Monte Carlo, porém por conta da inviabilidade de


se obter resultados expressivos com cálculos manuais e diante da dificuldade em se
resolver muitas equações diferenciais e com a possibilidade de erros passarem
despercebidos e serem acumulados, optou-se pela utilização do programa VaP.
15

O VaP trata-se de um software conceituado no ramo da confiabilidade de


sistemas, e foi utilizado anteriormente numa iniciação cientifica de mesmo tema e
mostrou-se eficiente quando comparado com resultados obtidos no excel. Não foi
escolhido o excel dessa vez pois é um software restritivo (cerca de 1 milhão de
linhas que seriam utilizadas para o cálculo de probabilidade) e como não é
específico para o fim desejado acaba não sendo efetivo.

Nas imagens abaixo, tem- se um exemplo da utilização do software VaP:

Figura 5 - Inserção de Equação no VaP.

Fonte: Autoral
16

Figura 6 -Edição das Variáveis.

Fonte:Autoral

Nesta janela, inserem-se a média, desvio padrão e o tipo de distribuição


conforme encontrado nas bibliografias pesquisadas. Os resultados, serão
apresentados na figura abaixo.

Figura 7 - Resultados obtidos.

Fonte: Autoral
17

O resultado que interessa é mostrado na imagem acima como ‘pf”, que é a


probabilidade de falha. Então basicamente, será efetuado simulações com cerca de
5 milhões de dados obtidos de forma aleatória ou com alguns dados determinísticos
obtidos a partir de um caso base. Com os resultados das simulações em mãos,
serão determinados os índices de confiabilidade, de acordo com a probabilidade de
falha a partir de interpolações com base na tabela 1, mostrada anteriormente.

5 REFERENCIAL TEÓRICO

5.1 Variáveis Aleatórias


Quando um experimento é realizado diversas vezes, é provável que os
valores medidos em cada experimento não sejam iguais entre si, mesmo quando
realizados sob as mesmas condições. Se esta variabilidade nos resultados
realmente ocorre, a grandeza estudada é uma variável aleatória. Por outro lado, se
os valores medidos forem idênticos, tem-se uma grandeza determinística. As
variáveis aleatórias podem, em geral, ser representadas por distribuições aleatórias.
Para isso, é necessário que se determine alguns parâmetros destas variáveis. Os
mais comuns são a média e o desvio padrão.

5.2 Média
A média é o principal número utilizado para representar uma série de valores.
Para o caso de variáveis discretas, a média pode ser calculada como a soma dos
valores observados dividida pelo número total de observações, como na equação:
18

onde n é o número de observações e é o valor da variável na observação . Já para


o caso de variáveis contínuas, a média pode ser calculada pela expressão:

Em resumo, a média é o valor esperado para um determinado conjunto de dados.

5.3 Variância e Desvio Padrão


A variância e o desvio padrão são medidas de dispersão dos dados em
relação a média deles. A variância indica o quão longe estão os dados em relação à
média (ou valor esperado). O cálculo da variância é realizado pela seguinte fórmula:

Já o desvio padrão, nada mais é do que a raiz quadrada positiva da variância. Ou


seja

Outra forma de representar a dispersão de valores é pelo coeficiente de


variação que nada mais que é a razão entre o desvio padrão a média da amostra,
matematicamente expresso da seguinte forma:

A variância e o desvio padrão possuem a mesma unidade do conjunto de


dados em estudo, já o coeficiente de variação é adimensional.

5.4 Confiabilidade Estrutural


Em um projeto de engenharia um dos aspectos mais importantes, além da
funcionalidade da estrutura é a sua segurança. Um projeto seguro requer o
conhecimento de todas as variáveis envolvidas no problema. Porém, o
conhecimento de uma variável não é total e sempre tem um grau de incerteza
19

associado. De acordo com o mencionado acima, é conveniente considerar que as


variáveis a serem utilizadas no projeto de uma estrutura sejam de caráter aleatório,
isto é, que possam ser definidas por estatísticas que representem bem sua
aleatoriedade.
De acordo com o mencionado, é conveniente considerar que as variáveis a
serem utilizadas no projeto de uma estrutura sejam de caráter aleatório, isto é, que
possam ser definidas por estatísticas que representem bem sua aleatoriedade),
pode-se observar que quanto menor a probabilidade de falha maior a confiabilidade
presente na estrutura. Isso é demonstrado na tabela 3.
(CARVAJALINO, 2010, p.27).
Uma pequena observação que se pode citar aqui são os níveis de
dimensionamento definidos por Galambos (1992).
• Nível 0 – Método das Tensões Admissíveis: esse método consiste em
calcular, no regime elástico-linear, o valor da tensão para o carregamento máximo
esperado e comparar esse valor com o da tensão admissível do material. Nesse
método todas as cargas são tratadas similarmente e as tensões elásticas são
reduzidas por um fator de segurança. Deve ser atendida a seguinte condição:
σadm ≤σ → σadm = σ lim/C.S.
Onde:
- σ é a tensão obtida pela teoria linear para as cargas máximas que podem ser
esperadas durante a vida útil da estrutura,
- σadm é a tensão admissível,
- σlim é a tensão limite e o
- C.S. é o coeficiente de segurança.
• Nível 1 – Método dos Estados Limites: nesse método são utilizados os
coeficientes parciais de segurança para majorar as solicitações e minorar as
resistências. Estes fatores são aplicados aos valores característicos das variáveis e
têm como objetivo considerar as incertezas inerentes de cada variável de projeto. O
método dos estados limites também é conhecido como método semi-probabilístico e
é adotado como critério de segurança pelas normas brasileiras de projeto de
estruturas. Esse método pode ser representado pela seguinte equação:
Rn   iQin
Onde:
- φ e o fator de minoração da resistência;
20

- Rn e a resistência nominal;
- i e o coeficiente de majoração da i-ésima carga (ou seu efeito); e
- Qin é o valor nominal da i-ésima carga (ou seu efeito).
• Nível 2 – Método do Índice de Confiabilidade: O método emprega dois
valores para variável incerta (usualmente média e variância) e uma medida de
correlação entre parâmetros (usualmente covariância). Uma vez que não se tem
conhecimento das distribuições das variáveis aleatórias assume-se que as variáveis
têm distribuição Normal. As informações disponíveis podem ser suficientes apenas
para avaliar o primeiro e segundo momento (média e variância) das respectivas
variáveis aleatórias, portanto, para encontrar o coeficiente de confiabilidade é
seguida a formulação conhecida na literatura como método de análise confiabilidade
de primeira ordem e segundo momento (FOSM - First Order Second Moment), que
busca satisfazer a seguinte condição:
  adm
Onde:
- β é o índice de confiabilidade calculado com FOSM e
- β,adm é o índice de confiabilidade admissível.
• Nível 3 – Método da Probabilidade de Falha: nesse método as distribuições
de probabilidade são especificadas e a probabilidade de falha é calculada devendo
satisfazer a seguinte condição:
Pf  Pf adm
Onde:
- Pf é a probabilidade de falha associada ao problema;
- Pf,adm é a probabilidade de falha admissível.
• Nível 4 – Método da Minimização dos Custos Envolvidos ao Longo da Vida
Útil: este método combina a confiabilidade de estruturas com a otimização de
estruturas e tem como objetivo projetar estruturas econômicas tendo como restrição
o nível de confiabilidade desejado.

5.5 O Método de Monte Carlo


O método de Monte Carlo é um método estatístico que visa simular
probabilidades de um determinado evento ocorrer, no caso deste trabalho visa
21

simular a probabilidades de falha da estrutura. A função falha é definida da seguinte


maneira:

(1) , sendo:

o esforço resistente

o esforço solicitante
G função estado limite

Após N simulações verificam-se em quais casos houve ruína , ou seja, em


quantos casos o esforço resistente foi menor que o esforço cortante, e a
probabilidade de falha de uma estrutura é dada pela seguinte fórmula:

O método de Monte Carlo usa a geração de números pseudoaleatórios a


partir da função de distribuição uniforme com parâmetros zero e um (U∼(0,1)).
Praticamente todas as linguagens de programação ou planilhas de cálculo possuem
essa ferramenta.
Cada modelo de cálculo que gera uma resistência possui erro associado,
chamado de erro de modelo para a previsão da capacidade resistente de elementos.
Este erro é analisado como uma variável aleatória com seus respectivos parâmetros
estatísticos média e desvio padrão obtidos a partir de ensaios reais ao qual se
compara o valor de rompimento real e o valor de cálculo (teórico).
Para cada probabilidade de falha pode ser calculado o seu equivalente Índice
de Segurança (ou índice de confiabilidade) segundo Código Modelo de
Probabilidade (PROBABILISTIC MODEL CODE, 2000):

Mediante isto, o Probabilistic Model Code (2000) estabelece uma relação


entre a magnitude das probabilidades de falha e seus respectivos Índices de
Confiabilidade:

Tabela -1 -Valores de Índice de Confiabilidade em função da Probabilidade de Falha.


Pf 1E-01 1E-02 1E-03 1E-04 1E-05 1E-06 1E-07 1E-08 1E-09
 1.28 2.33 3.09 3.71 4.26 4.75 5.19 5.62 5.99
22

Fonte:Probabilist Model Code,2000

5.5.1 Função de Estado Limite


A função de estado limite é usada para descrever eventos que são relevantes
para tomada de decisão, Faber (2000). Para cada estado limite são identificadas as
variáveis aleatórias, que são agrupadas em um vetor:
X = X1, X2, X3 ,...
A função de estado limite G é escrita em função das variáveis aleatórias
associadas ao problema X, para cada estado limite da estrutura:
G(X) = G(X1, X2,...Xn ) = 0
A condição G(X)<0, indica a falha da estrutura, o limite G(X)=0 é conhecido
como superfície de falha.
O valor numérico da função estado limite distingue o domínio de falha do
domínio de segurança:
A condição G(X) > 0:domínio seguro
G(X) = 0: domínio limite (superfície de falha)
G(X) ≤ 0: domínio de falha

5.6 Cisalhamento Em Seções Retangulares

Considerando uma seção retangular, como ocorre na maioria das lajes


presentes no cotidiano da engenharia civil, tem-se que a tensão de cisalhamento no
regime elástico é regida pela seguinte fórmula:

(1)
Onde,
V – Força cortante atuante na seção
S – Momento estático da seção
B – Base da seção. Em lajes, usualmente adota-se b=100cm
I- Inércia da seção
Na figura 8a, está a representação do estado tensão em dois pontos. No
ponto 1, as tensões oriundas da flexão, indicadas como f, são de compressão
23

enquanto no ponto 2, são de tração. Para as tensões de cisalhamento, pares de


componentes v provocam tensões horizontais e verticais uma vez que ocorre
cisalhamento nos dois sentidos devido a ação de forças nos mesmos. Já na figura
8b está a representação do diagrama de tensões de cisalhamento na seção
considerada a partir da formulação acima.

Figura 8 - Tensões numa viga não fissurada.

Fonte: adaptado de McGregor,2012

Segundo Marquesi (2014), para uma viga ou laje de concreto armado sem
armadura transversal, as fissuras inclinadas que ocorrem a partir de fissuras de
flexão configuram um padrão de fissuração semelhante ao das trajetórias das
tensões principais, como pode ser visto na Figura 9.

Figura 9 - Fluxo idealizado das tensões em elementos sem armadura transversal.

Fonte: Fusco, 2008.

Para uma viga ou laje de concreto armado sem armadura transversal, as


fissuras inclinadas que ocorrem a partir de fissuras de flexão configuram um padrão
de fissuração semelhante ao das trajetórias das tensões principais. A Figura 3 ilustra
a ruptura de uma laje espessa sem armadura transversal. Neste caso, dois tipos de
fissuras podem ser visualizados. As fissuras verticais, ocasionadas pela flexão,
24

ocorrem primeiramente. A partir delas, as fissuras inclinam devido à interação com o


esforço cortante. A esse mecanismo dá-se o nome de flexo-cortante.
Nos elementos de concreto armado, é muito comum que as fissuras de
flexão apareçam antes que a tensão máxima de tração seja atingida na sua alma ou
nervura. Desta forma, após a fissuração por flexão, novos equilíbrios são
estabelecidos e mecanismos complementares importantes, como o efeito pino da
armadura longitudinal e o engrenamento dos agregados se fazem presentes,
contribuindo com a capacidade resistente (MARQUESI 2014).

Figura 10 - Fissura crítica de flexo-cortante.

Fonte: Sherwood et al, 2006

6 NBR 6118:2014

Segundo a NBR 6118: 2014, no item 19.4.1 é indicado a circunstância que


pode–se desprezar as armaduras transversais em lajes de concreto armado.

Segundo a NBR, para lajes com ≥5d, vale a seguinte relação:

≤ (2),
No qual,

: base da laje
d: altura útil

: força cortante de cálculo


25

: força cortante resistente de cálculo, relativa a elementos sem armadura


para força cortante

Em geral, lajes são dimensionadas em faixas de 1m, ou seja, : =100cm.


Nota-se que, em caso de lajes armadas em duas direções, haverá duas alturas uteis
a serem calculadas e consideradas.

Figura 11 - Base de uma laje.

Fonte: Autoral

A equação (2) deve ser verificada a fim de ser determinado o , uma vez

que o já é determinado automaticamente quando se obtém as reações das vigas

nas lajes (seja isso feito por métodos computacionais ou métodos clássicos). O
diz respeito ao quanto o elemento pode ser carregado sem danos estruturais
relevantes (Estado Limite Último) ou danos ao uso (Estado Limite de Serviço). A

equação de é apresentada a seguir:

=[ *k*(1,2+40* )]* *d (3)

No qual,

- Tensão de cisalhamento resistente de cálculo-limite, para que uma laje

possa prescindir de armadura transversal para resistir à força cortante. =

0,25*

– Resistência a tração de cálculo do concreto. = /c

– Resistência a tração na fibra inferior de cálculo do concreto =

0,7*

= Resistencia característica média do concreto. Para concretos de classe


até C50:
26

=0,3* ^(2/3). Para concretos de classes superiores a

C50: =2,12*ln(1+0,11 )

– Resistência característica do concreto aos 28 dias.

= /( *d) – taxa de armadura de tração.


k- é um coeficiente que tem os seguintes valores:
- Para elementos onde 50 % da armadura inferior não chega até o apoio: k =
|1|;
- Para os demais casos: k = | 1,6 − d |, não menor que | 1 |, com d em metros;

= / Ac

= Normal longitudinal de cálculo. Proveniente, geralmente, da protensão.


Ac – Área de concreto.

Como o caso a ser estudado é o concreto armado sem forças longitudinais

atuando na laje, a parcela =0, portanto:

=[ *k*(1,2+40* )]* *d (4)


27

7 RESULTADOS

A princípio foram classificadas todas as variáveis da equação (4) em


determinísticas e probabilísticas. As variáveis determinísticas são aquelas que são
determinadas, ou seja, não possuem variações. Por exemplo, caso a altura útil fosse
determinística, ela não teria variação, seria sempre um valor fixo. Já as
probabilísticas elas possuem variações, ou seja, não possuem valores fixos. Num
cenário. Num cenário ideal, todas as variáveis do problema deveriam ser
probabilísticas, mas para apresentar oque ocorre na prática algumas foram
determinadas.
Tabela 2 -Variáveis
Variável Tipo Valor/Média COV
d Probabilística 0,11m 0,0088
fct Probabilística 2,447MPa 0,49
 Determinística 0,58% -
bw Determinística 100cm -
E Probabilística 1,08 0,16
Vg Probabilística (variou de acordo com quantidade 3,83
Vq Probabilística de carga simulada) 4,54

A variável “E” representa o erro de modelo, isto é, o quanto de erro o modelo


atual retorna. O ideal seria que esta variável tivesse valor 1, pois assim para toda
laje ensaiada, o valor da carga de ruptura seria exatamente igual ao valor
encontrado na equação 4, porém isto é utópico. Então, o ideal é encontrar um
modelo de cálculo que aproxime E de 1 e tenha um grau de confiabilidade
interessante para este tipo de estrutura.
Com ensaios realizados anteriormente, comparou-se os valores das cargas
de ruptura com as cargas encontradas nas normas em estudos realizados por outros
pesquisadores e especialistas no assunto, esta comparação nada mais é que a
variável erro de modelo, e foram obtidos os seguintes resultados:
28

Tabela 3 -Resultados da comparação entre o experimental e o teórico para a NBR 6118.


Vens/VR1
NBR6118  1,08
 0,16
COV 14,3%
Fonte: Autoral

 - média entre os valores experimentais pelos valores de cálculo


 - Desvio padrão
COV – coeficiente de variação

As variáveis necessitam da escolha a de suas distribuições. Em todos os


casos, exceto a cortante acidental, foram escolhidas a distribuição normal por ser a
distribuição que mais se aproxima do que acontece na realidade.
A variável cortante acidental foi escolhida a distribuição de Gumbel, pois trata-
se de um a distribuição de extremos, isto é, é utilizada quando se deseja saber a
probabilidade de ocorrência de valores extremos de determinados fenômenos
físicos. Como se trata de um carregamento que pode oscilar de valor ao longo da
vida útil da estrutura sendo muitas vezes quase inviável mensurá-lo, esta
distribuição é a que melhor representar o comportamento da cortante acidental.
A princípio, antes da utilização da ferramenta VaP, foi utilizado o excel para a
obtenção de um índice de confiabilidade preliminar. Porém, o excel gera números
pseudoaleatórios não trazendo com fidelidade os resultados esperados. Apesar
disso, os resultados entre os softwares não podem divergir em valores significativos.
Com a ferramenta VaP, a eficiência é muito maior pois exige muito menos do
computador e podendo com isso repetir os ensaios variando o quantil de carga
acidental e permanente. Os resultados obtidos nessa variação tinham por objetivo
traçar um gráfico da confiabilidade obtida em relação ao percentual de carga
acidental, pois como dito é a carga que é mais difícil mensurar sua variação ao longo
da vida útil da estrutura.
Tabela 4 -Resultado obtido no excel
29

Fonte: Autoral

Gráfico da relação  x Carga Acidental

Nos resultados acima, mostra-se uma aproximação entre eles, o resultado do


excel foi obtido a partir do quantil de 60% de carga acidental. Comparando os
resultados, no VaP, para os mesmos 60% de carga acidental, obteve-se um
coeficiente de confiabilidade de 2,91, um valor muito próximo ao obtido na simulação
preliminar feita em excel.

7.1 Índice de Confiabilidade Alvo


Todo processo de calibração envolve, entre outras coisas, a escolha de um
índice de confiabilidade alvo para refletir a segurança das estruturas projetadas
segundo a norma objeto de calibração. Uma maneira de determinar o índice de
confiabilidade alvo é através da análise do nível de segurança das estruturas
projetadas pela norma avaliada antes da sua calibração. Estruturas projetadas pela
30

norma americana ANSI A58, por exemplo, apresentavam índice de confiabilidade


entre 2,5 e 3,5 antes da calibração (GALAMBOS et al., 1982).

Melchers & Beck (2018) recomendam um valor de índice de confiabilidade


para edificações residenciais e comerciais entre 3,0 e 3,5 para um período de
referência igual a 50 anos.

O Eurocode EN 1990 recomenda para edifícios residenciais e comerciais um


valor de índice de confiabilidade igual a 3,8 para um período de 50 anos.

O JCSS (2001) propõe diferentes valores para o índice de confiabilidade alvo


para o estado limite último e para o estado limite de serviço irreversível, conforme
apresenta a Tabela 2.1.

Tabela 5 - Índice de confiabilidade alvo para o estado limite último e para o estado limite de serviço

Fonte: (Adaptado de JCSS, 2001)

A consequência mínima de falha é aquela em que o risco de morte é pequeno


a ponto de negligenciado, a exemplo de silos, estruturas agrícolas e postes de redes
elétricas (JCSS, 2001).

A consequência moderada de falha é aquela em que o risco de morte é


mediano e já não pode ser negligenciado, a exemplo de edifícios residenciais e
comerciais (JCSS, 2001).

A consequência elevada de falha é aquela em que o risco de morte é


verdadeiramente alto, a exemplo de edifícios hospitalares, pontes e teatros (JCSS,
2001).

É possível ainda avaliar a consequência de falha em função do modo de ruína


dos componentes estruturais. Elementos que possuem modo de ruptura frágil
apresentam maior consequência de falha que aqueles que possuem modo de
ruptura dúctil.
31

O custo alto da medida de segurança é aquele cuja incorporação da medida


no projeto pode impactar na viabilidade econômica em decorrência do aumento no
custo final da construção.

O custo normal da medida de segurança é aquele cuja adoção da medida no


projeto não impacta de maneira significativa no orçamento final da edificação.

O custo pequeno da medida de segurança é aquele cuja incorporação da


medida no projeto não costuma repercutir em aumentos no custo final da
construção.
32

8 CONCLUSÕES
É notável a falta de consenso entre os mais diversos estudiosos a respeito da
confiabilidade de lajes submetidas ao cisalhamento sem armaduras transversais,
este fato ocorre devido a complexidade do fenômeno e seu difícil equacionamento.

A NBR 6118, ainda não trás consigo nenhuma informação a respeito da


confiabilidade, ao contrário do EuroCode que impõe uma determinada
confiabilidade. Alguns estudiosos tentaram trazer alguma luz a respeito desse tema,
mas ainda que sem consenso, eles chegaram em valores aproximados, que por
hora basta para uma análise da equação da norma brasileira.

O resultado obtido pelo VaP, algo em torno de 2,90, é um resultado


satisfatório se for levado em conta alguns aspectos. O índice ideal seria algo em
torno de 3,0/3,2 porém, olhando sob a ótica da norma americana, que estabelece
um índice de confiabilidade acima de 2,5, a NBR apresenta um índice acima.

Para esta análise, pode-se dizer que a NBR não apresenta risco à segurança.
Claro, que quando se fala em risco leia-se que a probabilidade de falha é baixa, ela
tem um risco consideravelmente pequeno de falhar, não existe uma equação que
seja perfeita ainda mais quando ela diz respeito a um fenômeno complexo e de
pouco consenso entre os estudiosos. Diferente de outras equações como a de
flexão em vigas, na qual há este consenso e a probabilidade de falha possivelmente
deem valores parecidos quando for comparada as diversas normas.

9 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Apesar de estar com um bom coeficiente de confiabilidade presente na atual


equação da norma, o ideal é que este chegue aos patamares estabelecidos por
estudiosos e por códigos com mais rodagem. Então uma sugestão de trabalho futuro
é a de comparar as equações da NBR e do EuroCode, e trazer à luz da ABNT uma
sugestão de melhoria, visando uma minimizar os desperdícios ou seja, diminuir o
erro de modelo, que como dito deve ser o mais próximo possível de 1, e uma
maximização da confiabilidade da mesma para que se enquadre nos padrões
estabelecidos pelo JCSS e pelo EuroCode.
33

10 REFERÊNCIAS
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36

APÊNCIDE A

Resultados obtidos a partir da reunião de ensaios de diversos pesquisadores.

Tabela 6: Resultados obtidos


37

Continuação da Tabela 6: Resultados obtidos


38

Continuação da Tabela 6: Resultados obtidos


39

Tabela 7 - Cortante de Cálculo


40

Continuação Tabela 7: Cortante de Cálculo


41

Continuação Tabela 7: Cortante de Cálculo

b- base da laje; h – altura da laje; d – altura útil; As – área de aço;  - taxa geométrica de armadura; ag – diâmetro máximo do
agregado; fy – resistencia do aço ( sem fator de segurança); fc – resistencia do concreto ( sem segurança); fc’ – resistencia com
segurança do concreto; S – cisalhamento; - resistência característica a tração do concreto na fibra inferior; k – fator de escala

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