Revista trimestral de acesso livre que publica trabalhos revisados por pares SETEMBRO 2018, VOLUME 3, SUPLEMENTO 1 SEPTEMBER 2018, VOLUM 3, SUPPLEMENT 1
18 A 21
DE SET 2018
BAHIA OTHON
PALACE HOTEL
Revista trimestral de acesso livre que publica trabalhos revisados por pares SETEMBRO
JULHO 2017,2018, VOLUME
VOLUME 3, SUPLEMENTO
2, SUPLEMENTO 1 | JULY1 2017,
| SEPTEMBER
VOLUME 2,2018, VOLUM13, SUPPLEMENT 1
SUPLEMENT
Editor institucional
INAFF – Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia
Endereço postal: Rua Prof. Carlos Sá, 97/1004 – Pituba – 41810.580 Salvador, Bahia
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CORPO EDITORIAL
Editor chefe Editor científico
Lindemberg Assunção Costa Luiz Carlos P. Romero
Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) / Chefe Associação do Curso de Pós-graduação em Medicina e Saúde (ACPgMS).
do Setor Terapêutico do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Brasília, DF.
Santos. Salvador, BA.
CONSELHO EDITORIAL
Alexander Itria José Miguel do Nascimento Jr.
Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás (UFG). Goiânia, GO. Diretor Presidente da empresa JM Consultoria Farmacêutica. Florianópolis, SC.
Ángel Sanz Granda Juceni Pereira de Lima David
Consultor de Farmacoeconomia. Madri, Espanha. Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA.
Cassyano Januário Correr Lisiane da Silveira Ev
Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Curitiba, PR. Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Ouro Preto, MG.
Charleston Ribeiro Pinto Lúcia Costa Beisl Noblat
Associação dos Cursos de Pós-Graduação em Medicina e Saúde (ACPgMS) / Curso de Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA.
Farmácia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Jequié, BA. Luciane Cruz Lopes
Denizar Vianna Araújo Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal da Bahia. Salvador, BA.
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Marcelo Eidi Nita
Rio de Janeiro, RJ. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). São Paulo, SP.
Djanilson Barbosa dos Santos Márcio Galvão Guimarães de Oliveira
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Instituto Multidisciplinar em Saúde da Universidade Federal da Bahia (IMS/UFBA).
Santo Antônio de Jesus, BA. Vitória da Conquista, BA.
Gerson Antônio Pianetti Mareni Rocha Farias
Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Departamento de Ciências Farmacêuticas Universidade Federal de Santa Catarina
Horizonte, MG. (UFSC). Florianópolis, SC.
Giácomo Balbinotto Neto Mário Borges Rosa
Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos (ISM P-Brasil) da Fundação
Sul (UFRGS). Porto Alegre, RS. Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG). Belo Horizonte, MG.
Gisélia Santana Souza Mauro Castro
Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA. Hospital de Clínicas de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Ivonete Batista de Araújo (UFRGS). Porto Alegre, RS.
Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Noberto Rech
(UFRN). Natal, RN. Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis,
João Pereira SC.
Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa (ENSP/UNL). Lisboa, Paulo Sérgio Dourado Arrais
Portugal. Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Fortaleza, CE.
John M. Kessler Regina de Jesus Santos
Faculdade de Farmácia da Universidade da Carolina do Norte / Second Story Health, Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA.
LLC. Carrboro, NC, Estados Unidos da América do Norte.
Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia
Revista de Atención Farmacéutica y Farmacoeconomía
Journal of Pharmaceutical Care and Pharmacoeconomics
Revista trimestral de acesso livre que publica trabalhos revisados por pares
Una revista trimestral de libre acceso que publica trabajos revisados por pares
A quarterly peer-reviewed open-access journal
Vol. 3, Supl. 1 (set. 2018)
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VOLUME 3, SUPLEMENTO
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EDITORIAL | EDITORIAL
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O acesso equitativo a medicamentos essenciais, de alta qualidade e acessíveis e outras tecnologias médicas
depende de preços justos e de modelos de financiamento efetivos. Promover o acesso a medicamentos na
área de saúde a preços acessíveis e justos através de intervenções custo-efetivas é fundamental para a ob-
tenção de cobertura de saúde universal. Um preço “acessível e justo” é aquele que pode razoavelmente ser
financiado através de orçamentos dos sistemas de saúde e dos pacientes e, simultaneamente, sustenta a
pesquisa e o desenvolvimento, produção e distribuição de medicamentos dentro de um país.
Neste contexto alguns países desenvolvidos, especialmente na Europa, vêm buscando modelos alternativos
para dar acesso aos pacientes às novas tecnologias efetivas de forma sustentável. No Brasil de hoje, com as
medidas econômicas implementadas pelo governo, como o estabelecimento do teto dos gastos públicos e as
prováveis mudanças nas regras da previdência, há um grande problema de difícil equação: como dar acesso
a medicamentos de alto custo cada vez mais efetivos e seguros? É neste contexto que o VI Fórum de Assis-
tência Farmacêutica e Farmacoeconomia, que será realizado de 18 a 21 de setembro de 2018, na cidade de
Salvador, Bahia, Brasil traz como tema central: MODELOS INOVADORES DE ACESSO A MEDICAMENTOS
NO BRASIL E NO MUNDO. Nesta edição pretendemos debater estes desafios e quais possíveis modelos se-
guir que podem garantir a sustentabilidade de um Sistema Universal à Saúde e atender as necessidades de
saúde da população.
Portanto, convidamos todos debater conosco as soluções para o melhor endereçamento desta problemática.
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P-01 A Assistência Farmacêutica (AF) na planificação da atenção
à saúde no Estado do Rio Grande do Sul (RS) – Relato de
experiência
Laura Minuzzi Kreutz, Giliane Dorneles Guerin
SES-RS
Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) constitui um grave problema de saúde pú-
blica de alta prevalência e de causas multifatoriais. Em 95% dos casos, não possui uma causa
identificável. Os indivíduos que apresentam a doença são frequentemente assintomáticos, o que
a define como uma patologia de característica silenciosa e perigosa. Desta forma, é caracteriza-
da como fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Atualmente, a HAS
é responsável por 9,4 milhões de óbitos no mundo, chegando a 30% em adultos brasileiros.
Os idosos são os mais diagnosticados com HAS, correspondendo a 50% dos casos no Brasil.
Objetivo: O interesse da pesquisa é analisar o serviço de atenção farmacêutica oferecida, atra-
vés do consultório farmacêutico aos idosos hipertensos atendidos em uma drogaria na cidade
do Recife. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, na qual
se propôs a avaliar o serviço de atenção farmacêutica. O estudo utilizou dados secundários
dos clientes idosos hipertensos com 60 anos ou mais atendidos no consultório farmacêutico,
no período de fevereiro a abril de 2018. Resultados: O trabalho teve sua importância, pois,
quando não tratada, a hipertensão arterial sistêmica pode levar a complicações como infarto
agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, insuficiência renal, maiores taxas de hospi-
talização e mortalidade. Esta pesquisa mostrou que: dos 200 idosos avaliados, 136 (68%) são
do sexo feminino; em relação aos anti-hipertensivos mais utilizados, a losartana potássica teve
o maior percentual com 64%; demonstrou ainda que 80,5% não praticam atividades físicas
regularmente; e o consumo de bebidas alcóolicas está presente em 13% dos idosos. Um dos
maiores desafios está relacionado ao seguimento da terapia prescrita, pois, apesar de possuírem
conhecimento sobre a patologia, 119 (59%) não fazem acompanhamento contínuo no serviço
de atenção farmacêutica. Conclusão: Os achados indicam a necessidade de controle da HAS
através da mudança no estilo de vida com práticas regulares de atividades físicas e aderência
ao tratamento prescrito. Portanto, o serviço de atenção farmacêutica ofertado em drogarias se
faz de suma importância, uma vez que o profissional farmacêutico poderá fornecer subsídios,
por meio de ações educativas e orientações sobre o regime terapêutico, através do acompanha-
mento e incentivo, quanto aos hábitos saudáveis e ao uso correto dos medicamentos prescritos
pelo profissional médico.
Introdução: A infecção crônica pelo vírus da Hepatite C (HCV) atinge aproximadamente 170
milhões de indivíduos no mundo (3% da população) e representa uma das maiores causas de
transplantes hepáticos no mundo. No Brasil, estima-se que existam entre 1,4 a 1,7 milhão de
portadores deste vírus. O tratamento visa a erradicação do vírus a fim de melhorar a expectativa
e a qualidade de vida do paciente, diminuir a transmissão do vírus e evitar a evolução mais grave
da doença. Em 2016, foi incorporado ao SUS, a partir da aprovação dos Protocolos Clínicos
e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), os novos medicamentos capazes de atuarem diretamente no
vírus, com vantagens significativas em relação ao tratamento com o alfapeguinterferona. Desta
forma, este trabalho tem por objetivo avaliar a eficácia do tratamento e caracterizar o perfil
dos pacientes portadores de hepatite C crônica após tratamento com os antivirais Sofosbuvir,
Daclastavir, Simeprevir e Ribavirina, atendidos no ano de 2017 em uma unidade de dispensa-
ção de medicamentos do componente especializado da assistência farmacêutica na cidade de
Salvador- BA. Materiais e metodos:Foi feito um estudo retrospectivo e quantitativo a partir da
análise de prontuário e dos resultados de exames laboratoriais entregues pelos pacientes pós
fim de tratamento, atendidos por uma unidade de dispensação de medicamentos do compo-
nente especializado da atenção farmacêutica da cidade de Salvador- BA. Os dados coletados
foram compilados em planilhas do Excel e organizados na forma de gráficos e tabelas a partir
da determinação de frequência relativa e absoluta. Resultados: Do total de 198 pacientes que
entregaram os exames pós fim de tratamento, 185 (93,5%) apresentaram-se com carga viral
indetectável para o HCV, sendo estes em sua maioria, pacientes do sexo masculino, na faixa
etária entre 60-69 anos, que já haviam feito tratamento prévio com outros antivirais, porém
sem resposta. Tendo a maior parte destes, sido tratados segundo o esquema terapêutico So-
fosbuvir + Daclastavir + Ribavirina, tendo alguns referido o aparecimento de sintomas como
cefaleia, prurido, náusea e alteração do apetite durante o tratamento. Conclusão:O alto índice
de pacientes que obtiveram a resposta positiva ao tratamento proposto, nos permite sugerir que
a incorporação destes novos medicamentos ao programa de Hepatite C, constitui-se como uma
medida do Ministério da Saúde satisfatória e eficaz.
Introdução: No Brasil, cerca de três milhões de pessoas tem sorologia positiva para Hepatite C.
Recentemente, novas terapias têm proporcionado maior efetividade, segurança e conveniência
no tratamento de pacientes com hepatite C. Contudo, poucos estudos comparam as diferenças
entre as farmacoterapias a partir dos benefícios dos cuidados farmacêuticos. OBJETIVO: Ava-
liar os cuidados farmacêuticos em um grupo de pacientes com hepatite C. MÉTODOS: Foram
analisados 219 prontuários médicos e farmacêuticos de pacientes atendidos em um centro de
referência do Estado de Sergipe, de 2000-2015. A identificação dos problemas relacionados
aos medicamentos foi realizada por meio do método Pharmacist´s Workup of Drug Therapy,
sendo classificados em sete tipos e agrupados em quatro categorias (necessidade, efetividade,
segurança e adesão). Os esquemas terapêuticos utilizados por pacientes em tratamento da
hepatite C no Estado de Sergipe empregaram Interferon Pegilado + Ribavirina e Interferon Pe-
gilado + Ribavirina + Inibidores de Protease (Boceprevir e/ou Telaprevir). Resultados: Ao longo
do estudo foi observado o uso de 93 fármacos diferentes, sendo 1,47 a média por paciente.
Os pacientes que utilizaram a terapia mais recente apresentaram maior chance de cura (70%)
que os usuários da terapia habitual. Os fármacos mais utilizados foram paracetamol (17,7%)
e loratadina (6,3%) quando houve necessidade de tratamento adicional. A terapia adicional
foi requerida em 62,4% dos tratamentos realizados. Quanto à segurança, a média de efeitos
colaterais foi de 6,7/paciente (intervalo foi de 0 a 29 sintomas clínicos), resultando em altera-
ções de doses e interrupção da farmacoterapia (n=82). Após as intervenções farmacêuticas,
21 (9,6%) dos pacientes que apresentaram efeitos colaterais tiveram o tratamento suspenso
permanentemente. A análise dos prontuários permitiu ao farmacêutico identificar que dos pa-
cientes que tiveram o tratamento suspenso definitivamente, apenas 12 tiveram recomendação
clínica. A terapia assistida em pólo aplicador pode ter sido o motivo do alto grau de adesão ao
tratamento observada neste estudo. Embora mais efetivo, o tratamento atual é considerado
complexo, apresentando variabilidade nos resultados dos pacientes tratados com farmacotera-
pias de outras gerações. Assim, o farmacêutico precisou dar maior atenção aos casos em que
houve mudança de formas farmacêuticas e vias de administração, aumentando a segurança
dos pacientes. Conclusão: Os dados obtidos sugerem que os cuidados farmacêuticos podem
contribuir para a identificação de problemas relacionados aos medicamentos e a realização de
intervenções que melhoram a segurança de pacientes com hepatite C, principalmente quando
usam terapias adicionais.
Introdução: A gravidez é um estado natural, na qual conceber uma vida é a tentativa de não
apagar sua própria existência. No entanto, há algumas mulheres que possuem a probabilidade
de desencadear alterações fisiológicas neste período como a Hipertensão Arterial (HA). Exis-
tem quatro tipos de HA que causam complicações no período gestacional: a pré-eclâmpsia; a
eclampsia; a hipertensão arterial gestacional; e a pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crôni-
ca. Algumas dessas complicações podem levar ao deslocamento placentário, o óbito, e riscos
para o feto como alterações do crescimento e nascimento de natimortos. Caso não se tenha uma
resposta satisfatória ao controle da HA através de tratamento não farmacológico, existem alguns
fármacos anti-hipertensivos utilizados para o tratamento em gestantes como a alfa-metildopa,
hidralazina, labetalol e o nifedipino. Objetivo: Demonstrar através de revisão de literatura, as
complicações da hipertensão arterial e a importância de sua farmacoterapia. Metodologia: Tra-
tou-se de uma revisão bibliográfica através de buscas eletrônicas nos bancos de dados Scientific
Electronic Library Online (Scielo), Ministério da Saúde, Google Scholar, utilizando as palavras-
-chave referentes ao assunto: “hipertensão arterial”, “gravidez”, “farmacoterapia”, “eclampsia”,
“atenção farmacêutica” publicados entre 2013 a 2018. Resultados: Por ser uma doença crôni-
ca, não transmissível, de difícil adesão ao tratamento e com um alto grau de morbimortalidade,
a hipertensão arterial é considerada um grave problema de saúde pública. Os fatores de riscos
que podem estar relacionados na elevação da pressão arterial no período gestacional estão li-
gados a diversos fatores como, por exemplo, a situação socioeconômica, o histórico familiar e a
idade avançada. Há uma predominância da HA no sexo feminino, possivelmente interligado a
uma variedade de fatores como maior procura das mulheres nos serviços de saúde. No estado
do Alagoas foram registrados 39 óbitos maternos decorrentes a hipertensão no período gesta-
cional, registrados entre os anos de 2010 a 2015. É ainda, uma das complicações gestacionais
que tem um alto índice de morte materna. Conclusão: A falta de uma conduta adequada para o
tratamento da hipertensão arterial na gravidez pode aumentar o grau de complicações materno-
-fetal, desta forma é imprescindível que mulheres com gestação de alto risco, deem prioridade
ao seu tratamento, seguindo rigorosamente o horário que se devem tomar cada medicamento,
sob orientação médica, para que haja menos risco de mortalidade materno-fetal. Além do mais,
é de suma importância o acompanhamento multiprofissional do profissional farmacêutico, haja
vista, o farmacêutico possui a capacidade técnica de orientar sobre os riscos e benefícios dos
fármacos utilizados para o tratamento.
Introdução: A saúde é um direito fundamental do ser humano e tem sido pauta de debates
entre diversas esferas devido a constante transformação de avanços e retrocessos na área que
penalizam os direitos humanos. O desemprego, a baixa renda ou a falta de políticas públicas
faz com que a população busque amparo judicial para suprir as necessidades do que lhe é
de direito fundamental, na busca de garantir um tratamento digno, e que não haja falta de
medicamentos. Para a garantia dos medicamentos mais utilizados pela população, estabeleceu-
se uma relação nacional de medicamentos essenciais (RENAME), eleitos com base nas
necessidades da população para tratar as principais patologias que a acometem, sendo os
mais eficazes e seguros, para serem distribuídos gratuitamente, com o objetivo de direcionar
os prescritores e servir de agente nacionalizador das ações em saúde. Contudo, nem todos os
medicamentos conseguem suprir as necessidades de toda a população e suas patologias, tendo
a necessidade de escolha de outra terapia medicamentosa, o que aumenta a judicialização, esta
que é uma pratica utilizada quando o direito não é cumprido pelo Estado, tendo a necessidade
de acionar a via judicial para garantir aos cidadãos os seus direitos constitucionais sobre a
assistência. Objetivo: Apresentar o conhecimento dos moradores do município do interior da
Bahia a respeito do tema Judicialização da saúde e o acesso aos medicamentos distribuídos
gratuitamente do SUS. Método: Estudo realizado por meio de um questionário estruturado
online, disponível nas redes sociais dos entrevistados, do período entre os dias 9 de maio a
30 de maio de 2018. A entrevista foi aprovada pelo comitê de Ética e pesquisa da instituição
e os entrevistados assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Foram
obtidas 108 respostas, realizadas por meio de um formulário online de ambos os sexos. A partir
da pesquisa constata-se que 86 pessoas não possuem o cartão do SUS, 92 delas mostraram
não ter conhecimentos da REMUME e 63 não costumam fazer uso dos medicamentos gratuitos.
Mais de 50% das respostas evidenciaram que as pessoas não possuem conhecimento do que
é a judicialização da saúde e apenas 24 delas conhecem alguém que já ajuizaram uma ação
contra seu município. Dos 108 entrevistados nenhum nunca entrou com uma ação para garantir
o direito de algum medicamento. Dentre os entrevistados 53% relataram que já precisaram dos
medicamentos, porém os mesmos estavam em falta nos postos de saúde. Conclusão: Diante de
tais fatores, observa-se que o conhecimento populacional sobre judicialização medicamentosa
é deficiente e o entendimento sobre direitos básicos da saúde são escassos. Além disso, os
entrevistados já deixaram de ter acesso aos medicamentos de que precisam devido a falta
de medicamentos no município. Assim, o presente estudo demonstrou que a população local
desconhece seus direitos e não tem conhecimento sobre os medicamentos disponibilizados no
seu município.
Introdução: Durante anos o uso de antifúngicos tem contribuído significativamente para o au-
mento de despesas no ambiente hospitalar. Uma parcela importante desses gastos se deve
ao crescimento do número de pacientes imunossuprimidos que adquirem Infecções fúngicas
Invasivas (IFI’s) em Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s), com altas taxas de mortalidade.
Pacientes submetidos a grandes cirurgias, internados por um longo período em UTI ou com
severo comprometimento do sistema imunológico estão mais susceptíveis às infecções fúngicas,
causadas em sua maioria por espécies de Candida. Nesses casos, o início tardio da terapia an-
tifúngica, assim como a escolha inadequada do medicamento e da sua dose têm sido descritos
como preditores do aumento na mortalidade, do tempo de hospitalização e, consequentemente,
dos custos com o tratamento. Objetivo: O estudo tem como objetivo estimar as diferenças nos
custos dos tratamentos de acordo com o tempo de início da terapia antifúngica em pacientes
de uma UTI acometidos por IFI’s. Metodologia: Foi desenvolvido um modelo econômico para
avaliar o custo e a efetividade no momento de implementação dos antifúngicos em pacientes
internados na UTI, com dados do Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) com uma
população de 572 pessoas. Para a produção da árvore de decisão foram definidos como os
comparadores do modelo econômico, os pacientes com dois, três e quatro fatores de risco para
o tratamento antifúngico. Foi calculada a razão custo-efetividade para cada estratégia, a análise
de Monte-Carlo para quantificar o nível de confiança dos resultados e o Benefício Monetário Lí-
quido (BML). Resultados: Foi identificado que a maior taxa de sucesso terapêutico e econômico
foi encontrada em pacientes que fizeram uso da terapia antifúngica com dois fatores de risco e
que receberam a Micafungina como tratamento de primeira escolha. Conclusão: A introdução
precoce da terapia antifúngica, baseada no menor número de fatores de risco para infeções
fúngicas e o uso da Micafungina como antifúngico de primeira escolha, apresentou-se como a
estratégia mais custo-efetiva. A dominância observada com a introdução do antifúngico quando
os pacientes apresentavam até dois fatores de risco, reduziu a mortalidade, o tempo de hospi-
talização e, consequentemente, o custo global do tratamento.
Introdução: A Doença Renal Crónica (DRC) é uma importante causa de mortalidade, com
mais de um milhão de pessoas morrendo no mundo todo ano. Em seu estágio terminal, a
DRC impõe ao indivíduo um complexo regime farmacoterapêutico, sendo a adesão essencial
para o controle da doença. As pesquisas para avaliação da adesão à farmacoterapia se tornam
mais relevantes para a gestão e cuidado em saúde. Isto é reforçado quando evidências clínicas
resultantes em alterações do estado de saúde do paciente são também avaliadas. O objetivo
deste estudo foi avaliar a adesão ao tratamento farmacológico dos medicamentos elencados
pelo componente especializado da assistência farmacêutica, utilizando evidências clínicas,
em pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico. Metodologia: Foi
realizado um estudo transversal com 288 pacientes em uma clínica privada de hemodiálise
no sudoeste da Bahia, que responderam questionários validados para avaliação da adesão. A
tabulação dos dados foi feita nos softwares Epidata 3.1 e IBM Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS), versão 21.0. Resultados: Cerca de 41,7% dos pacientes foram aderentes ao
tratamento, sendo o predomínio de adesão entre pacientes residentes em outros municípios
(72,7%), e aqueles que consideraram possuir bom estado de saúde. Pacientes não aderentes
ao tratamento farmacológico apresentaram níveis fosfóricos significativamente maiores (5,1mg/
dL) e houve correlação estatisticamente significativa entre maior complexidade da terapia do
cloridrato de sevelamer com menor adesão. Conclusão: A adesão à farmacoterapia deve existir
para o controle adequado da DRC, sendo assim, estimar o nível de adesão é um acessório ao
cuidado em saúde. As evidências clínicas geradas no trabalho servem de suporte a gestores e
profissionais na promoção da saúde.
Introdução: A Assistência farmacêutica (AF) tem por objetivo a garantia do acesso a medica-
mentos e uso racional,devendo atuar de forma articulada e integrada com os programas e servi-
ços, como uma política transversal. No Rio Grande do Sul, o financiamento dos medicamentos
básicos é tripartite e descentralizado,ficando sob responsabilidade dos municípios a aquisição
destes. As insulinas humanas NPH e Regular, no entanto, são financiadas e adquiridas de forma
centralizada pelo MS. O monitoramento e a avaliação dos processos são fundamentais para
aprimorar a gestão e intervir nos problemas. Objetivos: Relatar os avanços e as dificuldades
no controle de estoque e distribuição de insulinas, no âmbito da gestão estadual, envolvendo
o ciclo logístico da AF, os sistemas de informação disponíveis, e a complexidade do processo,
envolvendo diferentes atores. Método: Trata-se de um relato da experiência de gestão do ciclo
logístico das insulinas, no âmbito da gestão estadual, envolvendo o setor do Componente Básico
da AF (CBAF), as Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e os municípios do RS.Foi feito um
resgate do histórico de pedidos dos municípios e CRS, as principais dificuldades encontradas
e as mudanças possíveis sem utilização de recursos financeiros adicionais. Resultados: O RS
distribui anualmente cerca de 900 mil Insulinas NPH e 90 mil Insulinas Regular. O MS faz a
aquisição e distribui aos estados, que por sua vez, distribuem aos municípios. Pensando em
otimizar este fluxo, o CBAF/RS, desenvolveu um pedido eletrônico, através do Formsus. Nesta
ferramenta, os dados são extraídos e compilados na forma de planilha, trazendo informações
relevantes para a avaliação dos pedidos. Na planilha, é possível verificar se há inconsistências
ou falhas de pedidos, além de minimizar erros característicos da transcrição manual de dados,
como acontecia. O Almoxarifado Central que mantém os estoques físicos, faz as guias de remes-
sa e entrega, conforme roteiro programado. Verifica-se que há um intervalo de tempo, de até 50
dias, entre o pedido do município e a sua entrega, podendo interferir na programação e abas-
tecimento municipal. Além disso, um grande desafio é verificar as reais necessidades, por falta
de dados de dispensação, já que o estado não possui um sistema integrado aos municípios para
o gerenciamento dos medicamentos do CBAF. Conclusão:Na gestão da AF, a programação de
medicamentos e o gerenciamento de estoques são atividades-chave. Apesar dos esforços, ainda
ocorrem falhas no abastecimento e perda por vencidos, em grande parte devido à falta de um
sistema de gerenciamento eficaz. A criação do FormSus tornou o processo de envio acessível,
rápido e claro, reduzindo os erros de transcrição das solicitações. A utilização do Hórus-Sistema
Nacional de Gestão da AF pode garantir um melhor controle de todo o processo, mesmo que
atualmente ainda careça de maior integração/adesão por parte dos municípios e das CRS.
O Ministério da Saúde (MS) no ano de 2015, incorporou os primeiros antivirais de ação direta
(DAA) para o tratamento da Hepatite C no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estes
medicamentos são melhores tolerados e mais seguros, possibilitando um tratamento altamente
eficaz e de curta duração, cerca de 65 mil tratamentos foram realizados, atingindo 95% de
cura entre os pacientes. O Planserv – Plano de Assistência à Saúde do Servidor Público do
Estado da Bahia, oferece cobertura à terapia com os DAA para a patologia de Hepatite C, e no
segundo semestre de 2015 ocorreram às primeiras solicitações deste tratamento. Em vistas
da necessidade de diminuição dos gastos com estas terapias medicamentosas de alto custo, e
buscando melhorias na assistência ao paciente, foi dado início ao processo de compra direta
do medicamento SOVALDI (Sofosbuvir) através do Registro Preço da Secretaria de Saúde do
Estado da Bahia (Sesab), juntamente com a dispensação ao paciente e seu acompanhamento
farmacoterapêutico, e também realizadas as negociações com prestadores, a fim de obter valor
diferenciado do medicamento VIEKIRA PAK (3D), para validação de diminuição de preço em
tabela própria do Planserv. A obtenção dos dados para este estudo se deu através de consulta ao
Sistema Eletrônico do Planserv. Os critérios de inclusão aplicados foram: autorizações de trata-
mento que ocorreram baseadas no Protocolo Clínico do Tratamento da Hepatite C e nas autoriza-
ções advindas de processos judiciais, contendo os medicamentos Sofosbuvir e 3D no período de
agosto de 2016 à julho de 2018. O quantitativo de caixas adquiridas por registro de preço e as
autorizadas por negociação de valor somaram 214 unidades no período avaliado, sendo destas,
dispensadas nas instalações do Planserv, 154 unidades, um total de 43 atendimentos. Com a
introdução destas ações houve uma economia significativa, gerando uma redução de 64,38%
sobre o gasto com Sofosbuvir e de 42 % com 3D. Com isso conclui-se, que as estratégias im-
plantadas pelo Programa da Assistência Farmacêutica do Planserv, foram indispensáveis no
controle de gastos com as referidas terapias, esta ação possibilita a ampliação da cobertura de
novas tecnologias em saúde; A implementação do serviço de atenção farmacêutica ao paciente
de HCV, com acompanhamento farmacoterapêutico, visa a melhoria da qualidade de vida e a
prevenção dos potenciais problemas relacionados ao uso do medicamento, contribuindo assim
para o sucesso da terapia.
Introdução: A Constituição Federal, em seu art. 196 define a saúde como “direito de todos
e dever do Estado”. No entanto, este compromisso deve estar “garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços.” Assim, o Sistema Único de Saúde – SUS tem como
obrigação legal, promover o acesso e uso racional de tecnologias seguras e eficientes, mediante
critérios racionais e parâmetros de eficácia, eficiência e efetividade, levando em consideração a
avaliação econômica e o impacto da incorporação da tecnologia no SUS, conforme estabelecido
na Lei n° 12.401/2011. Neste cenário, existem lacunas na oferta de tratamento de determina-
das patologias. Destacam-se as terapias antiangiogênicas - ranibizumabe e bevacizumabe - para
uso em oftalmologia, que já foram avaliadas pela Comissão Nacional de Avaliação de Tecnolo-
gias em Saúde no SUS – Conitec. Não houve incorporação pelo Ministério da Saúde dos referi-
dos antiangiogênicos, apesar da eficácia e segurança comprovadas. O Ranibizumabe tem perfil
de custo - efetividade inferior ao bevacizumabe e por isso não foi recomendado. Bevacizumabe,
apesar de já ter seu uso autorizado excepcionalmente pela Agência Nacional de Vigilância Sa-
nitária – Anvisa, para Degeneração Macular Relacionada à Idade, segue aguardando aprovação
de diretrizes de uso e pactuação quanto ao financiamento, para incorporação. Diante desse
impasse, a Secretaria Estadual da Saúde da Bahia - Sesab recebe inúmeras demandas judiciais
de Ranibizumabe. Objetivos: Descrever o impacto financeiro do medicamento Ranibizumabe
na Sesab, para atendimento das demandas judiciais vigentes. Métodos: Foram analisados os
instrumentos de gestão da Diretoria de Assistência Farmacêutica - Dasf, a exemplo do Sistema
Integrado de Gerenciamento da Assistência Farmacêutica – Sigaf, para contabilizar número de
pacientes ativos e custo mensal por paciente, em uso do Ranibizumabe, através de demandas
judiciais. Resultados: Após análise dos dados, estimou-se que 351 pacientes estavam ativos em
uso do Ranibizumabe, apresentando consumo médio mensal de 461 ampolas. Considerando-se
que o custo médio por ampola é de R$ 3.027,47, verificou-se um gasto mensal de cerca de R$
1.400.000,00. Conclusão: As lacunas assistenciais no SUS, bem como a não observância dos
princípios, diretrizes e políticas públicas legalmente instituídos, para a efetivação do direito à
saúde, por parte dos operadores do Direito, resultam na condenação do Estado ao atendimento
de demandas individualizadas, causando um gasto desordenado, gerando prejuízos à coletivida-
de. Diante disso, o diálogo entre os poderes, concentrando esforços na resolução de entraves ao
acesso a serviços de saúde mostra-se primordial, visando a redução da judicialização da saúde
e a manutenção do equilíbrio financeiro, essencial para o funcionamento do SUS.
Introdução: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças raras são aquelas
que afetam até 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos. Em 2015 foi estabelecida a Priorização de
Protocolos e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras. Obje-
tivos: Este estudo analisou o perfil das recomendações de incorporação da Comissão Nacional
de Incorporação de Tecnologias em Saúde (CONITEC) para doenças raras entre janeiro/2012
e julho/2018. Metodologia: Foi realizada uma análise dos relatórios disponíveis no site oficial
da CONITEC. Resultados: Foram encaminhadas 44 submissões para a CONITEC relativas
às doenças raras no período analisado, destas, 24 receberam recomendações favoráveis.
A espondilite anquilosante e esclerose múltipla foram as doenças com maior número de
medicamentos incorporados (17% [ 4]), seguida de doença de Parkinson (8% [2]) e hipertensão
arterial pulmonar (8% [2]). A maioria das incorporações (58% [14]) foi realizada antes do
estabelecimento da política de doenças raras e foram demandas externas ao governo (46%
[11). Além disso, na maioria das incorporações (54% [13]) não havia uma análise econômica;
dentre as que apresentavam este tipo de análise, 64% [7] foram análises de custo-minimização,
(27% [3]) análises de custo-utilidade e (9% [1]) análises de custo-efetividade. Análises de
impacto orçamentário foram apresentadas por 71% [17] das incorporações. Em 17% [4] dos
medicamentos incorporados houve uma recomendação negativa do plenário da CONITEC,
que foi mudada após a realização de consulta pública. As justificativas da plenária para a
recomendação positiva foram benefícios clínicos em termos de eficácia e segurança (42% [10]),
economia de custos (33% [8]), comodidade posológica (25% [6]) e ausência de alternativa de
tratamento (17% [4]). Conclusões: Os resultados sugerem que as evidências prioritárias para
a recomendação positiva de incorporação de medicamentos para doenças raras são dados de
eficácia e segurança e economia de custos. A presença de análises econômicas não é frequente
nesse tipo de incorporação. Além disso, o estabelecimento das Diretrizes provavelmente induziu
o crescimento das demandas para esse grupo de doenças.
Introdução: A automedicação, prática rotineira vivenciada por grande parte da população, con-
siste no consumo de um determinado medicamento sem prescrição médica, para aliviar os sin-
tomas e tratar doenças. Quando praticada corretamente, a automedicação pode também con-
tribuir para aliviar financeiramente os sistemas de saúde pública. Porém, o uso indiscriminado
dos medicamentos, pode acarretar resultados indesejáveis. A informação adquirida sobre o uso
de medicamentos proporciona maior confiança para a prática entre os estudantes universitários,
em especial, os da área da saúde. No Brasil, mais pesquisas e ações precisam ser realizadas,
pois há deficiência de dados úteis para combater a automedicação irresponsável, estimulando
o uso racional de medicamentos conforme recomendado pela OMS. Objetivo: Avaliar o perfil de
consumo de medicamentos por graduandos do curso de farmácia, além de esclarecer e cons-
cientizar os futuros profissionais farmacêuticos sobre automedicação, pois serão os principais
responsáveis por orientar a população sobre os riscos dessa prática. Método: Foi realizado um
estudo transversal de caráter descritivo com abordagem quantitativa, com acadêmicos matricu-
lados no 1º semestre de 2018 em todos os períodos do curso de farmácia de uma instituição
de ensino superior, no município de Maceió-AL. Os dados foram coletados, após a aprovação
do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) divulgada através do Parecer Consubstanciado (número:
2.436.431), através da aplicação de um questionário semi-estruturado e assinatura do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos alunos concordaram em participar da pes-
quisa. Resultados: O estudo contou com amostra de 225 graduandos, sendo 74,2% do sexo
feminino, prevalecendo a faixa etária de 21 a 30 anos e o estado civil solteiro. Apesar de 88,4%
relatar ter conhecimento sobre a automedicação, os resultados indicaram a prática por parte dos
discentes, pois 68,4% informou se automedicar, 58,2% adquirem medicamentos sem receita,
86,2% estocam medicamentos em casa, as principais classes consumidas são os analgésicos,
na forma farmacêutica de comprimidos e o principal motivo foi para dores em geral, tanto para
automedicação como de uso contínuo. Quanto à influência no uso de medicamentos, 56,0%
consultam o farmacêutico, 32,9% receberam indicações por parte de familiares, amigos ou
vizinhos e 53,3% as propagandas de medicamentos chamam atenção para compra, principal-
mente por TV/Rádio. Quando analisada a mudança de no perfil de consumo dos graduandos,
notou-se que 72,30% mudou seu comportamento, e destes, 84,4% reduziram o consumo de
medicamentos. Conclusão: Felizmente, foi verificado que existe uma mudança positiva no com-
portamento de consumo com redução em todos os períodos, provavelmente relacionada ao co-
nhecimento adquirido durante a graduação, tendo consciência dos danos que a automedicação
inconsciente pode causar à saúde.
Introdução: As sondas, dispositivos utilizados para nutrição enteral, podem consistir em uma via alterna-
tiva para a administração de medicamentos orais para pacientes em estado grave, como os internados na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No entanto o uso da sonda nasoenteral (SNE) e nasogástrica (SNG)
para a administração de medicamentos não está isenta de riscos como às obstruções da sonda, incompati-
bilidades entre fármacos e nutrientes, aumento de efeitos adversos e diminuição da eficácia dos fármacos.
Estudos realizados em três hospitais de ensino relatam a prescrição de medicamentos de uso oral para
administração por sondas gástricas, prescritos na forma farmacêutica sólida em 86,6%, 94%, e 60,61%
respectivamente. Considerando o uso empírico de medicamentos por essa via em hospitais, mas precisa-
mente em UTI, e a escassez de estudos com informações que direcionem um correto preparo e administra-
ção de formas farmacêuticas orais, pesquisas com esses pontos são importantes para promover ações que
tenham por fim a elaboração de protocolos clínicos em hospitais que não dispõem de farmacotécnica hos-
pitalar. Objetivo: Analisar prescrições de medicamentos administrados por sonda a pacientes internados
em uma UTI. Métodos: Estudo transversal, descritivo – analítico, realizado no mês de novembro de 2017,
por meio da análise de prescrições de medicamentos utilizados via SNG ou SNE por pacientes internados
na UTI de um hospital público no estado da Bahia. Foram considerados como critérios de inclusão, todas
as prescrições recebidas pela farmácia do hospital, advindas da UTI, no mês de novembro de 2017 com
indicação de uso de medicamentos VSNG ou VSNE. A UTI foi selecionada nesta avaliação por ser o setor
hospitalar com maior número de prescrições de medicamentos envolvendo esse tipo de via de adminis-
tração. Amostra e coleta de dados: Foram avaliadas a totalidade das prescrições do mês de novembro de
2017, totalizando uma amostra de 138 prescrições contendo medicamentos por VSNG e VSNE. Foram
avaliadas todas as prescrições, via da farmácia, de pacientes internados na unidade de terapia intensiva
durante o período de novembro de 2017, que continham medicamentos utilizados via sonda nasogástrica
ou nasoenteral. Para avaliação do uso adequado ou inadequado do medicamento por VSNG ou VSNE foi
consultada a bula do profissional referente ao medicamento disponível no bulário eletrônico da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Análise de dados: A tabulação dos dados foi feita nos softwares Epidata
versão 3.1 de 2008 e StatisticalPackage for the Social Sciences (SPSS), versão 23.0 de 2015 (IBM Corp,
Armonk Estados Unidos da América) para a realização das análises estatísticas. Foram calculadas as fre-
quências absolutas (FA), relativas (FR) das variáveis categóricas e para as variáveis continuas a média e
desvio padrão (DP). Para a análise estatística, considerou-se como variável dependente o 3º nível ATC dos
medicamentos e todas as outras variáveis como independentes. Foi feito o teste Qui-quadrado de Pearson
e para valores observados abaixo de cinco a razão verossimilhança. O nível de significância adotado foi de
5% (α = 0,05). Considerações éticas: O estudo foi realizado seguindo todos os preceitos éticos vigentes,
Resolução do Conselho Nacional de Saúde - CNS no 466/12, sendo aprovada pelo Comitê de Ética e
Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia com nº de protocolo 29780014.8.0000.0055
e número de parecer favorável 703.37. Resultados: O estudo foi elaborado com base na análise de 138
prescrições, as quais continham 410 medicamentos para serem administrados via sonda nasoenteral e
nasogástrica, tendo uma média de 2,92 (DP=1,53) medicamento por prescrição. Em relação ao tipo,
94,9% dos medicamentos foram prescritos para administração via SNE e 5,1% VSNG. De acordo a classi-
ficação Anatomical Therapeutic Chemical (ATC), as classes de medicamentos mais prescritas foram: para
o sistema cardiovascular 64%, sistema nervoso 22,9%. Formação de sangue órgãos (antitrombóticos)
4,4% e trato alimentar e metabolismo, 3,2%. Conclusão: Com base nos resultados do referido estudo, é
perceptível a alta frequência de medicamentos prescritos por sonda nasoenteral e nasogástrica, sendo em
maior porcentagem os pertencentes as classes de medicamentos para o sistema cardiovascular, e nervoso,
uma vez que, esses dados podem ser justificados pela vasta utilização dessas classes de medicamentos.
Introdução: No Brasil, a população idosa vem crescendo de forma acentuada, sendo conside-
rado um país jovem até os anos de 1980. Chegando ao século XXI, a população mais idosa
aumentou consideravelmente e de acordo ao último Censo Demográfico de 2010, o Brasil
apresenta uma população não mais tão jovem. Fatores como a mudança da família brasileira,
que tem se modificado com a modernização da sociedade, a inserção da mulher no mercado
de trabalho, o avanço na medicina e farmácia, o aperfeiçoamento dos métodos contraceptivos,
contribuem para o aumento da população idosa. Somada a essas mudanças, a escassez de
alternativas para as famílias manterem seus parentes em casa, têm impulsionado a demanda
por internações. Objetivos: Conhecer o perfil socioeconômico, epidemiológico e farmacológico
de idosos que vivem em Instituições de Longa Permanência (ILPI), identificar as doenças pre-
valentes, classes terapêuticas e alguns dos medicamentos mais utilizados, analisar o problema
da polifarmácia, além da importância da intervenção farmacêutica. Métodos: Trata-se de um
estudo transversal e exploratório de dados coletados a partir de arquivos e fichas de admissão
a instituição, no total de 44 amostras, onde registrava-se o histórico das idosas, com idade
de 65-98 anos, de um abrigo feminino do município de Salvador. Resultados: No estudo, a
média de idade foi de 80-86 anos (27,5%), nível escolar até o ensino médio (43,2%), sendo
maioria de estado civil solteira e de renda mensal de 2-3 salários. Destacaram-se as doenças
do sistema cardiovascular e endócrino, constituindo-se como os mais prevalentes: hipertensão
arterial sistêmica (63,6%), diabetes mellitus (35,1%) e distúrbios da tireoide (15,9%). Quanto
as prescrições médicas analisadas, encontrou-se medicamentos de uso por tempo determinado
e de uso continuo. Algumas prescrições continham mais de 4 medicamentos para a mesma
paciente, caracterizando a polifarmácia. Entre os fármacos mais prescritos, estão a Losarta-
na Potássica, Hidroclorotiazida, AAS (ácido acetilsalicílico), Omeprazol, Sinvastatina, Rivotril,
Amitriptilina, Diazepam, Calman, Puran T4, Glibencamida dentre outros. Conclusão: O perfil
do idoso institucionalizado, está em conformidade às literaturas analisadas, em relação a idade
de integração nas instituições, nível de escolaridade, estado civil e doenças crônicas. As ILPIs,
podem e devem intervir de modo direto em inclusões de atividades de lazer para prevenir ou
minorar as possíveis perdas funcionais, manter o idoso ativo, acolhido e para isso é necessária
a presença de equipes multidisciplinares.
Introdução: A Lei 13.021/2014, que dispõe sobre o exercício e fiscalização das atividades
farmacêuticas, em seu Art. 3 define farmácia como uma unidade de prestação de serviços des-
tinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e
coletiva. Estabelece também quais as atribuições dos farmacêuticos que atuam nesses estabe-
lecimentos para promoção do uso racional de medicamentos. Após a sua publicação a farmácia
comunitária tem deixado de ser vista como estabelecimento comercial, buscando tornar-se um
estabelecimento de saúde, no qual a população encontre informação e orientação para o uso
correto dos medicamentos. Objetivos: Caracterizar o perfil dos farmacêuticos e das atividades
por eles exercidas nas farmácias comunitárias de 17 bairros de Camaçari – Ba. Métodos: Tra-
ta-se de um estudo transversal exploratório realizado no município de Camaçari. Os estabeleci-
mentos foram identificados através de listagem das farmácias e drogarias registradas no CRF-BA
e através de sites de busca de comércios. As visitas aconteceram em abril de 2018, onde rea-
lizou-se o máximo de 3 tentativas de encontrar o farmacêutico no horário informado aos órgãos
de vigilância. Aplicou-se um questionário semiestruturado, com 33 questões, aos farmacêuticos
presentes no estabelecimento após esclarecimento dos objetivos da pesquisa e a assinatura do
termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Encontrou-se o profissional presente em
apenas 31% dos estabelecimentos, com predominância de 78% do sexo feminino, 45% tendo
entre 1 a 5 anos de formado e 44% eram proprietários da farmácia. Dos entrevistados 55%
manifestaram alta satisfação com a prática profissional e 100% declararam como principais
atividades venda de produtos e informações sobre medicamentos. As principais dificuldades
relatadas foram falta de espaço para atendimento aos clientes e conseguir priorizar a saúde, em
detrimento da questão comercial. Conclusão: Verificou-se a necessidade do entendimento dos
proprietários que o farmacêutico é um profissional de saúde e que sua presença é indispensável
em todo horário de funcionamento da farmácia. É também importante, nesses estabelecimentos,
a existência de espaços para atendimento dos pacientes com privacidade assim promovendo à
saúde e o uso racional de medicamentos.
Introdução: A infecção crônica pelo vírus da Hepatite C (HCV) atinge aproximadamente cerca
de 71 milhões de pessoas em todo o mundo. Foram notificados no Brasil 331.855 casos de
hepatite C e as maiores taxas de detecção foram observados na faixa etária de 55 a 59 anos,
em ambos os sexos, com prevalência maior em homens. Os óbitos por hepatite C são a maior
causa de morte entre as hepatites virais e cerca de 400 mil pessoas vão a óbito no mundo todo
ano, devido a complicações desta doença. O número de óbitos devido a infecçao por HCV vem
aumentando ao longo dos anos em todas as regiões do Brasil. O tratamento visa a erradicação
do vírus a fim de melhorar a expectativa e qualidade de vida, diminuir a transmissão do vírus e
evitar a evolução mais grave da doença. Em 2016 um novo esquema de tratamento foi incor-
porado ao SUS, com medicamentos de ação direta contra o vírus, com vantagens significativas
em relação aos tratamentos anteriores, o esquema 3D composto por Veruprevir, Ritonavir, Ombi-
tasvir e Dasabuvir. Este trabalho tem como objetivo identificar o perfil dos primeiros usuários do
SUS cadastrados na Bahia a utilizarem o esquema 3D para tratamento da Hepatite C. Materiais
e Métodos: Este trabalho trata de um estudo de caso, de natureza quantitativa, que utilizou
para coleta dos dados a Ficha de Acompanhamento Ambulatorial dos pacientes da Farmácia do
Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) que iniciaram tratamento com
esquema 3D. Resultados e Discussões: Entre o mês de novembro de 2017 e julho de 2018,
78 usuários do SUS iniciaram o tratamento com esquema 3D para tratamento da Hepatite C. A
maioria era do sexo feminino (45,2%), apresentando-se na faixa etária de 50-59 anos (25,8%),
sem tratamento prévio para hepatite C (59,1%), infectados pelo vírus de genótipo 1B (41,9%)
e apresentando grau de fibrose F2 (31,2%). Cerca de 37,6% dos pacientes eram portadores
de outras patologias. Em relação à apresentação de reações adversas, 15,1% dos pacientes se
queixaram principalmente de náusea, sonolência, cefaleia e alterações no apetite. Não foram
encontrados registro de queixas em 46,2% dos casos. Conclusões: Embora a população estu-
dada não represente o total de pacientes em uso destes novos medicamentos na Bahia, a sua
caracterização torna-se relevante visto a recente incorporação destes medicamentos ao elenco
do SUS.
Introdução: A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença autoimune caracterizada pela inflamação
das articulações, que pode provocar deformidades e afetar outros tecidos e órgãos. Os medica-
mentos biológicos representam um grande avanço no tratamento da AR. Estudos apontam que
os biológicos disponíveis apresentam perfis de efetividade e segurança semelhantes. A gama de
alternativas de tratamento torna possível a substituição de um biológico por outro em caso de fa-
lha terapêutica, reação adversa ou outros motivos. Nesta perspectiva, o estudo teve por objetivo
caracterizar os motivos e estratégias de substituição entre biológicos no tratamento de pacientes
com AR assistidos em um Centro de Infusão de um Hospital Universitário de Salvador-BA. Méto-
dos: Estudo observacional transversal, com coleta de dados retrospectiva, realizada entre junho
e agosto/2018. Foram avaliados os registros de acompanhamento farmacêutico dos pacientes,
utilizando formulário estruturado para coleta dos dados sócio-demográficos e histórico de trata-
mento. Foi usada estatística descritiva simples, com frequências absolutas, percentuais e mé-
dias. Aprovado pelo Comitê de ética do HUPES sob o número CAAE 89660418.8.0000.0049.
Resultados: Dos 326 pacientes com AR em uso de biológicos assistidos, 152 (46,6%) já
utilizaram mais de um biológico. Destes, 128 (84,2%) são do sexo feminino. A média de idade
foi de 51,7 anos. 76 pacientes (50%) já utilizaram dois biológicos diferentes; 48 (31,6%) três
biológicos; 23 (15,1%) quatro biológicos; quatro pacientes (2,6%) já utilizaram cinco biológi-
cos diferentes. Foram realizadas, no total, 258 substituições de tratamento. Destas, a maioria
(64,7%) ocorreu devido à falha secundária, quando, após resposta satisfatória inicial, há re-
cidiva da doença. Reações adversas ao medicamento foram a segunda causa de substituição
(18,6%), seguida por falha primária (9,3%), quando não há resposta satisfatória inicial. Em
3,9% dos casos, não houve registro do motivo da substituição. 2,7% das substituições ocorre-
ram devido a outros motivos (maior comodidade posológica, viagem, motivos pessoais). O In-
fliximabe foi o tratamento de primeira escolha em 40,1% dos casos; seguido por Adalimumabe
(22,4%), Etanercepte (27%), Golimumabe (6,6%); Tocilizumabe (2%) e Abatacepte (1,3%).
Em 58% dos casos, na segunda etapa do tratamento foi prescrito um novo Anti-TNF, sendo o
Adalimumabe o biológico mais prescrito (26,3%). Na terceira etapa de tratamento, em 70,7%
dos casos houve substituição por um biológico de mecanismo diferente (não Anti-TNF), sendo
abatacepte o biológico mais prescrito (30,7%). Na quarta etapa de tratamento, apenas 14,8%
dos pacientes utilizavam Anti-TNF. Tocilizumabe foi o medicamento mais prescrito (33,3%).
Conclusão: A substituição entre biológicos é uma prática comumente adotada, sendo que no
grupo analisado a falha secundária ao tratamento foi o principal motivo de substituição.
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