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Brasil Colônia
No Brasil colônia, as ações de saúde pública praticamente não existiam.
O governo se limitou a tentar controlar a comercialização de alimentos e saneamento dos
portos por onde saíam os produtos para Portugal.
A assistência de saúde individual era rara, somente os que tinham condições financeiras de
pagar eram atendidos por médicos; quem não tinha recorria aos curandeiros e benzedeiras.
A Revolta da Vacina foi uma reação violenta da população contra a vacinação imposta pelo
Estado. Isso ocorreu em novembro de 1904, no Rio de Janeiro. O povo acusava o governo
autoritário de devassar a propriedade alheia com interdições, desinfecções, da derrubada
maciça dos bairros pobres, de arrombamentos de casas para nelas entrarem.
A década de 1910 pode ser considerada como o momento do início efetivo de políticas de
saúde no Brasil. Viagens importantes aconteceram no intuito de sanear o sertão, foi criada a
liga Pró-saneamento e a elite brasileira começou a se conscientizar sobre a importância da
questão sanitária.
Em 1923, com a Lei Elói Chaves são criadas as Caixas de Aposentadorias e Pensões
(CAPs), que previam assistência médica aos trabalhadores formais. O modelo de assistência
médica e aposentadoria criado excluía cidadãos que não trabalhassem de carteira assinada.
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Era Vargas (1930 à 1945)
No primeiro governo de Getúlio Vargas nos anos 1930, ele transformou as CAPs em
Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAPs.
Em 1943, com a Consolidação das Leis Trabalho (CLT), o trabalhador obteve novos ganhos
como: salário mínimo, jornada de trabalho de oito horas/dia, férias remuneradas, horas extras,
direito à licença-maternidade remunerada, etc. A assistência previdenciária e a assistência
médica foram expandidas aos familiares dos operários. Neste período observou-se um avanço
das doenças infectocontagiosas, entre elas doença de Chagas, tuberculose, lepra, tracoma,
esquistossomose, etc
1946 à 1984
Apenas em 1953 criou-se o Ministério da Saúde. As ações na área da saúde pública se
ampliaram a ponto de exigir uma estrutura administrativa própria, mas a maioria dos recursos
ainda ficava com o Ministério da Educação.
A criação do Instituto Nacional de Previdência Social – INPS – aconteceu em 1966; assim,
todos os IAPs foram unificados.
As ações de saúde continuavam divididas e excludentes: ao Ministério da Saúde, a
prevenção; a assistência médica vinha do INPS, mas apenas para os trabalhadores formais.
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1.2 SUS COMO UMA CONQUISTA DE DIREITOS
Como pudemos aprender na aula anterior, as políticas sociais de saúde foram estabelecidas
no Brasil no século XX. Elas foram implementadas seguindo uma lógica em que fica clara a
preferência pelo crescimento econômico em prejuízo do desenvolvimento da saúde da
população e das questões sociais. Mas a verdade é que, desde o início das ações voltadas
para a saúde, a assistência médica e o acesso a serviços de saúde eram privilégio de alguns
grupos de pessoas, apenas aqueles que estivessem formalmente empregados.
A parte da população que não tivesse carteira assinada não tinha seus direitos à assistência e
saúde reconhecidos. Para essas pessoas, restavam as casas de misericórdia, que eram
mantidas graças às doações e, muitas vezes, a esmolas. A maioria da população cuidava de
seus problemas de saúde com tratamentos tradicionais como benzeções, chás de ervas,
garrafadas etc.
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privado, que ao assinar um contrato ou convênio para realização de serviços deve
funcionar como se fosse público.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo
dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
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1.4 FINANCIAMENTO
O desafio do financiamento do sistema de saúde é sempre fonte de discussão entre os que
debatem e analisam o sistema de saúde brasileiro. Dizem que a saúde pública no Brasil
vai mal e que os investimentos na saúde deve- riam ser maiores e com mais qualidade.
Os recursos aplicados no SUS vêm de diferentes fontes, como impostos e contribuições.
Por exemplo: quando pagamos o IPTU, quando compramos uma mercadoria e pagamos
ICMS e de contribuições como o desconto do INSS.
Financiamento Tripartite
A Constituição Federal de 1988 determina que as três esferas de governo – federal, estadual
e municipal – financiem o Sistema Único de Saúde (SUS), gerando receita necessária para
custear as despesas com ações e serviços públicos de saúde. Planejar este financiamento,
promovendo arrecadação e repasse necessários de forma a garantir a universalidade e
integralidade do sistema, tem se mostrado, no entanto, uma questão bem delicada. As
restrições orçamentárias para o setor – sobretudo a falta de recursos nos municípios – e a
necessidade premente de superá-las fazem com que as discussões sobre o financiamento
ocupem constantemente a agenda dos movimentos sociais e políticos que atuam em defesa do
SUS.
Os percentuais de investimento financeiro dos municípios, estados e União no SUS são
definidos atualmente pela Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, resultante da
sanção presidencial da Emenda Constitucional 29. Por esta lei, municípios e Distrito Federal
devem aplicar anualmente, no mínimo, 15% da arrecadação dos impostos em ações e
serviços públicos de saúde cabendo aos estados 12%. No caso da União, o montante
aplicado deve corresponder ao valor empenhado no exercício financeiro anterior,
acrescido do percentual relativo à variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano
antecedente ao da lei orçamentária anual.
Diversas instituições organizadas reivindicam, no entanto, que a União destine pelo menos
10% das receitas correntes brutas para a saúde pública brasileira, o que não se consolidou com
a sanção da Lei Complementar nº 141. Diante disso, organizou-se o Movimento Nacional em
Defesa da Saúde Pública, Saúde + 10, com o objetivo de coletar assinaturas para um projeto
de lei de iniciativa popular que assegure o repasse deste percentual, alterando a legislação
vigente.
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Rede de atenção primária: fazem parte as Unidades Básicas de Saúde que prestam
atendimentos, como: vacinação, controle de pressão, curativos, pré-natal, inalações,
injeções, atendimento odontológico e clínica médica básica (clínica geral, pediatria e
ginecologia).
Rede de atenção secundária: divide-se em serviços ambulatoriais e hospitalares. Os
serviços ambulatoriais prestam atendimento em especialidades como: dermatologia,
cardiologia, oftalmologia, etc. Os serviços hospitalares realizam ações de baixa
complexidade como urgências/ emergências, partos normais e cirurgias de pequeno e
médio porte.
Rede de atenção terciária: são os serviços ambulatoriais e hospitalares que realizam
atendimento de grande complexidade e que, muitas vezes, necessitam de equipamentos
sofisticados como cirurgia de coração, hemodiálise, tomografia, quimioterapia, etc.
Para que você entenda melhor os níveis de complexidade, podemos dizer que, a cada vez
que o nível aumenta, é porque depende de uma tecnologia maior para ministrar a
assistência ao paciente!
Alta
complexidade
Média
complexidade
Atenção
básica