Histórico
Hipócrates e a ventosaterapia
Tipos de Ventosas
Manutenção
Princípios terapêuticos
Pressão arterial
Acido base
Função do sangue
Trocas gasosas
Microcirculação
Tratamentos
Tratamento sistêmico
Tratamento Sintomático
Tratamento de meridianos
Protocolos
HISTÓRICO
No século passado, a operação de inspirar copos de ventosas no corpo consistia em colocar sobre a
pele uma campânula de vidro ou outras formas de inspiradores semelhantes aos copos de ventosas,
após fabricar vácuo pela queima do ar no seu interior, devendo aplica-las de pronto sobre a pele para
gerar sucção no local. Este método chamado de “ventosa seca” era aplicado na pele nua, causando
trauma subcutâneo e agindo como contra irritante.
Outro método também comumente aplicado era chamado de “ventosa molhada”. Neste método, a
pele era irritada por meio de um instrumento cortante, este método era chamado de “escarificação” e
provocava uma leve sangria imediatamente antes de a ventosa ser aplicada. Este método era também
reconhecido pelos antigos médicos como uma medida contra irritante.
Não temos a ideia de quem fez uso da ventosa primeiro. Têm-se informações de seu uso desde o
antigo Egito.
ventosa.
Os antigos curandeiros, com poderosos músculos faciais e agilidade, conseguiam extrair com a
boca, por sucção e logo cuspindo, o veneno injetado na circulação sanguínea por picada de cobra,
aliviando a dor e câimbras do abdômen.
HIPÓCRATES E A VENTOSATERAPIA
Hipócrates também usava ambos os métodos de ventosa “seca” e “molhada” como principal
tratamento nas desordens menstruais.
Ele prescrevia grandes ventosas de vidro a serem aplicadas nos seios de mulheres que sofriam de
menorragia. Assim como nas “descargas amareladas vaginais”, pelo uso de ventosas durante um longo
período de tempo em diferentes partes das coxas, na virilha e abaixo dos seios.
O uso de ventosas no Ocidente antigo era um elemento terapêutico corriqueiro e de grande valor
panacéico. Pois na falta de outros elementos da ciência, a ventosaterapia era utilizada praticamente na
cura de todas as doenças. Como um instrumento curativo mágico em sua essência, pelo contato íntimo
com o interior do corpo através do sangue. Ela era respeitada também pela sua atuação no elemento
energético gerado pela respiração. Teoria que se assemelhava aos conceitos da medicina Oriental.
Celsus também descreve aplicações de ventosas no primeiro século d.C., citando que o edema
subcutâneo produzido pela ventosa seca consiste parcialmente de “flatus” (gases) derivado da
respiração.
Celsus adverte que a aplicação de ventosas é benéfica tanto para doenças crônicas como para
agudas, incluindo ataques de febre, e particularmente nos estressados. Quando há perigo de fazer
sangria, o recurso mais seguro é aplicar nesses pacientes ventosas secas.
Ele adverte sobre a ocorrência de edema nas ventosas, sejam secas ou molhadas. Descreve
ventosa seca em vários lugares para tratar paralisia, ventosas nas têmporas e na região occipital em
caso de dores de cabeça prolongadas.
Na Europa, assim como na Ásia existiam vários métodos modificados de sangria e escarificação. Na
Europa a “veneseção” ou sangria das veias era uma prática popular, enquanto na Ásia o sangramento
das dilatações capilares (telangiectasias) na periferia da pele junto com ventosas era o método mais
utilizado.
O emprego das sanguessugas teve sua origem na Grécia antiga. A sanguessuga (Hirudus
medicinalis) é um verme aquático que foi usado durante séculos na medicina. A ideia corrente era que
este verme extraía o sangue com “humores mórbidos” e, consequentemente, levava o paciente à cura.
O nome deste verme é Hirudo (em latim) e há várias espécies na zoologia.
O uso das sanguessugas como terapêutica foi comum na idade média no ocidente. Em Portugal na
antiguidade, os “barbeiro-sangradores” eram geralmente, os técnicos encarregados de aplicar
sanguessugas, por concessão de uma licença para praticar cedida pelo cirurgião-mor.
Naquela época, em Lisboa, foram publicados vários livros sobre o assunto, e os salões de barbear
eram os locais de venda das sanguessugas.
Poucos conseguiam entender, e por isso o seu uso se tornou abusivo. Em 1833, a França, além de
consumir a sua produção de sanguessugas, teve que importar 40 milhões do império Russo, Turquia e
Pérsia. O seu uso indiscriminado e irresponsável, ocasionando complicações graves, até a supressão da
classe de barbeiros-cirurgiões, e com o desenvolvimento da química farmacêutica, teve o seu
esquecimento total.
Atualmente, estamos resgatando o uso das ventosas, e já podemos ouvir notícias de que na Europa
já estão sendo usadas, novamente, as sanguessugas nos processos de reimplante de membros
mutilados, como braços, pés, dedos, orelhas e até mesmo, o pênis.
O uso de ventosa no Oriente foi desenvolvido com base na acupuntura. Ela se fundamenta na
crença de que a resistência contra a doença pode ser alcançada, induzindo o corpo a se curar pela
aplicação de ventosas em pontos dos 14 meridianos ou em nódulos de reação positiva. Esta função
reguladora é descrita no antigo Cânon de Medicina Oriental, o Nei Jing: “A acupuntura tem a função de
remover a obstrução dos meridianos, regulando o Ki e o sangue, tendo como resposta deste fato à
harmonização da hipoatividade e da hiperatividae das funções do corpo”.
A ventosa tem a propriedade de limpar o sangue das toxinas acumuladas causadas pela sujeira da
água e dos alimentos. Pois a estagnação do sangue coagulado, escuro e sujo, nos músculos das costas
ou nas articulações é considerado pelas terapias Orientais como um dos elementos causadores de
doenças, sendo necessário retirá-lo para que o paciente possa se restabelecer.
A ventosa é usada para o alívio de dores musculares, melhorar o sistema circulatório e até mesmo,
para redução de celulite e gordura localizada, como descrito em DINÂMICA ESTÉTICA do terapeuta
holístico e Acadêmico de Fisioterapia Rodolfo Correa Lima. “Conseguimos redução de 3 a 10 centímetros
na medida da cintura, coxas e braços. Ativamos a circulação sanguínea e linfática, reduzindo a retenção
de líquidos no organismo feminino. A ventosa associada com a massoterapia tem conseguido resultados
impressionantes para redução da gordura localizada e, principalmente, das celulites”.
Suidamá – Japão;
Jiao Fa – China
De Silicone.
Foi na Coréia do Sul, a fábrica DAE-KUN que desenvolveu o moderno sistema dos copos plásticos
com válvula pneumática de segurança e bomba de sucção para ventosaterapia.
O grande sucesso fez com que outras fábricas imitassem o produto, modificando um pouco o
modelo original.
Atualmente encontramos Kits de ventosas com um numero variado de copos de variados tamanhos,
numa maleta e mais a bomba de sucção.
MANUTENÇÃO DO EQUIPAMENTO
As ventosas devem ser limpas com detergente e água após cada aplicação.
A válvula deve ser limpa puxando de 2 a 3 vezes a bomba com álcool para forçar a sua passagem
pelas válvulas.
A má circulação sanguínea era considerada como elemento causador de doenças, assim como o
diagnóstico da cor escura do sangue e flatus abdominais.
Assim Galeno desenvolveu o conceito do uso das ventosas prescrevendo-a como elemento
desintoxicante aliado a receitas de diuréticos e laxantes para favorecer a limpeza do sangue,
melhorando a sua qualidade.
Usada em conjunto com a ventosa aplicamos esse princípio sobre as funções do sangue em nossa
saúde.
A Pressão Arterial
Sendo um dos sinais de saúde ela deve ser mantida dentro da normalidade para que permita um
fluxo sanguíneo equilibrado ao longo da rede de capilares.
A medição da pressão é muito importante em Ventosaterapia. Ela deve ser avaliada antes e depois
das aplicações para verificar se houve efeito positivo no tratamento.
O Sistema Nervoso Autônomo é que controla o batimento cardíaco e a ventosaterapia vai avaliar o
grau de queda demonstrando o grau de controle do SNA.
A saúde está ligada a qualidade do sangue, e o seu pH deve ser mantido entre 7,35 e 7,45 no
plasma e nos líquidos corporais.
Esse equilíbrio ácido base do corpo existe para que o corpo seja capaz de curar as doenças por si
mesmo.
Quando há desequilíbrio ácido básico denomina-se alcalemia para pH superior a 7,45 e acidemia
para pH inferior a 7,35, causando alterações respiratórias e metabólicas : Acidose ou alcalose
respiratória, acidose ou alcalose metabólica.
Tem função excretora também quando leva aos Rins os produtos finais do metabolismo.
Um metabolismo elevado libera CO2 que com a água do sangue forma íons de hidrogênio
diminuindo o pH causando desequilíbrio ácido-básico e dificultando a ligação com o Oxigênio.
O sangue transporta um importante mineral, o Ferro para o processo respiratório de nossas células
e a sua deficiência nos leva a anemia.
Neste caso não se deve aplicar um número muito grande de ventosas, e reter por um curto
período, caso contrário o paciente pode sofrer uma lipotímia.
Um pH: acima de 7,45 causa hiperexcitabilidade do SNC abaixo de 7,35 causa depressão do SNC
abaixo de 7,0 causa coordenação neuromuscular errática.
As Trocas Gasosas
A pele do corpo está submetida a uma pressão uniforme. Quando aplicamos o vácuo mudamos o
valor dessa pressão. Essa diferença de pressão é que é responsável pelo estímulo das funções excretoras
e reguladoras. Essa excreção das toxinas e trocas gasosas junto com a respiração da pele é que irá
compensar os desequilíbrios de pH.
As glândulas sudoríparas conseguem eliminar através do suor, valores de pH acima de 4,5 a 6,5.
A respiração pulmonar é que mantém o nível ideal de oxigênio no sangue para que se mantenha os
valores de pH equilibrados.
As ventosas, pelo mesmo princípio mantém o equilíbrio acido-básico através das trocas gasosas
que ocorrem no seu interior com a vantagem de dirigir para o local desejado.
Quando colocamos água no copo da ventosa e logo em seguida provocamos o vácuo na pele
observamos a formação de bolhas comprovando a qualidade de trocas gasosas na terapia.
Efeitos na Microcirculação
A pressão negativa imposta pelo vácuo provoca a dilatação das arteríolas e veias facilitando a
difusão do oxigênio ao longo das paredes dos capilares dos tecidos. O forte estímulo tem um papel
importante nas doenças que possuem estase sanguínea no sistema micro circulatório.
Essa sucção que produz estímulos dilatando os capilares e vasculares produz também um
extravasamento de fluidos do tecido profundo para a superfície da pele se concentrando onde o vácuo é
produzido formando uma mancha avermelhada ou arroxeada ou manchas de diferentes tons.
Esta reação diz que o corpo está eliminando os resíduos metabólicos, toxinas, substâncias ácidas
ou alcalinas e elemento figurados em desuso.
Cor muito escura significa doença crônica, necessitando de tratamento mais demorado.
INDICAÇÕES
Reumatismo, torções, dor abdominal, dor de estômago, dispepsia, resfriado, tosse, asma,
dismenorreia, dor e edema dos olhos, edemas nos membros, paralisia infantil, picadas de insetos,
cobras, etc.
CONTRA -INDICAÇÕES
PRECAUÇÕES
O TRATAMENTO SISTÊMICO;
Equilíbrio Geral
Devemos aplicar ventosas na área para vertebral para estimular a cadeia para ganglionar simpática
dessa região, fazer trocas gasosas com o Pulmão e ativar a circulação sanguínea assim como os seus
reflexos dirigidos aos órgãos internos e suas funções. Usar de 5 a 6 copos na primeira vez, com baixa
pressão de sucção para ver o grau de reação do paciente ao tratamento.
Áreas de Tratamento.
Intestinos- 1ª, 2ª, 3ª, vértebra lombar Indicação - Eliminação dos resíduos e toxinas do organismo.
Bexiga- 5ª vértebra lombar e o sacro, Indicação - saúde do sistema gênito - urinário. Trata Rins.
Esquemas de tratamento.
Essa técnica utiliza a aplicação das ventosas sobre as apófises espinhosas da coluna durante 5 a 10
minutos e depois na área para vertebral mais 5 a 10 minutos para provocar as ações reflexas nos órgãos.
Tratamento 2- nevralgia intercostal, doenças auditivas, gripe, laringite, úlcera, gastrite, bursite,
distúrbios hepáticos.
Tratamento de Reforço- Dirige o estímulo aos órgãos que estariam necessitando de equilíbrio.
Tratamento Sintomático.
Cervical - A tensão muscular causa distúrbios circulatórios que se propagam para o resto do corpo,
afetando a circulação cerebral e extremidades de membros superiores. Causa má circulação cardíaca e
pulmonar levando a hipertensão compensativa.
Lombar- Causa desequilíbrio funcional do aparelho gênito urinário E cintura pélvica. É comum
combinar tratamento sistêmico e sintomático.
Neste caso escolher, não é necessário usar as duas rotinas vertebrais.
REAÇÕES.
Fadiga, sonolência. Se for muito severa pare e recomece após 10 minutos com pouca pressão.
Sinais de piora por até 2 dias - é uma resposta reativa do corpo , reação imunológica do SNA.
Após contínuas aplicações aparecem resposta pigmentar, manchas na pele que desaparecem após
3 a 4 dias, é o efeito curativo, o corpo está se limpando.
Preste atenção à sensibilidade do paciente quanto à pressão necessária. Se houver dor diminua o
tempo de aplicação e aplique um unguento para deslizar a ventosa ao longo do canal doloroso até a
pele ficar avermelhada.
Reação de retirada de umidade - o copo pode ficar turvo e aparecer algumas gotículas.
Em doenças muito graves podem aparecer bolhas no lugar da resposta pigmentar - é a retirada de
elementos tóxicos alcalinos do sangue.
Tratamento de Meridianos.
Os Meridianos são canais por onde passa o fluxo de energia vital Ki – (QI).
Esse tratamento junto com as aplicações em área sistêmicas tem eficiente ação terapêutica
acelerando o resultado.
Aplica-se óleo no local para que a ventosa possa deslizar com facilidade.
Casos crônicos tratar sempre os Meridianos em conjunto com o tratamento das partes sistêmicas.
FORMA DE APLICAÇÃO
Há 3 tipos de vácuo:
Equimoses
Equimose é uma infiltração de sangue na malha dos tecidos (pele). A equimose surge resultante da
migração do sangue extravasado ou por aumento da pressão venosa de drenagem pela ventosa.
1. Equimose; aparece uma reação colorida na superfície da pele. Equimose preta ou vermelho
carmesim significa toxina sanguínea profunda;
2. Reação sólida; reação escura densa de congelamento sanguíneo tóxico local;
3. Reação Roxa – Samgria para desintoxicar o local;
4. Bolhas – com água ou sangue significam estados graves de saúde;
5. Reação úmida – aparece água na superfície da pele, significa paciente com doença grave;
6. Reação azul – Acúmulo de toxina no sangue.