Queixa principal
Paciente relata que o Agente Comunitário de Saúde (ACS) da microárea dois agendou
uma consulta para a enfermagem porque o paciente apresentava tosse há mais de três
semanas, sendo identificado como sintomático respiratório. Na consulta de enfermagem
foi solicitado baciloscopia de escarro. No retorno foi avaliado que o resultado foi
negativo nas duas amostras. Então o enfermeiro agendou uma consulta médica para o
paciente ser avaliado. Na consulta médica o paciente queixa-se de tosse há quatro
semanas. Apresenta também dificuldade de concentração na faculdade, notando piora na
última semana. Além disso, apresenta espirros, coriza e obstrução nasal. Refere que
sempre apresenta esses sintomas na época da primavera. Nega febre ou mialgia. Nega
“chiado no peito”.
Revisão de sistemas
Nega emagrecimento.
Histórico
História social
Relata que nunca rodou de ano na escola, terminando o terceiro ano do ensino médio
aos 17 anos. Mora com os pais, sendo o pai trabalhador da construção civil e a mãe
costureira.
Antecedentes familiares
Não tem irmãos. Pai é tabagista, não usa nenhuma medicação. Mãe tem história de
asma.
Antecedentes pessoais
Medicações em uso
Exame Físico
Sintomas gerais:
T.Ax.: 36,8 °C
PA: 120/80 mmHg
Frequência cardíaca: 68 bpm
Frequência respiratória: 17 irpm
Peso: 63 Kg;
Altura: 1,69 m;
IMC: 22,1 kg/m²;
Geral:
Não é necessário pedir nenhum exame na Atenção Primária para classificar a rinite alérgica
sem sinais de complicação. A rinite alérgica é classificada normalmente com base na
intensidade dos sintomas e seu impacto sobre a qualidade de vida do paciente. Neste caso, o
paciente apresenta rinite alérgica persistente moderada/grave.
O tratamento deve ser realizado com lavagem nasal com solução salina e corticoide nasal. As
soluções salinas isotônicas (0,9%) de uso tópico são seguras e auxiliam na desobstrução e
limpeza nasal. As soluções salinas hipertônicas (até 3%) aumentam a frequência do batimento
ciliar e reduzem o edema da mucosa nasal, favorecendo o transporte mucociliar e diminuindo
a obstrução nasal. A lavagem nasal com solução salina hipertônica traz maior benefício como
terapia coadjuvante nas rinossinusopatias alérgicas. Os corticoides tópicos devem ser
recomendados para pacientes com rinite alérgica. Caso não haja melhora do quadro em uma
semana pode ser avaliada a necessidade de adicionar um anti-histamínico ao tratamento. Os
descongestionantes tópicos podem ser usados ocasionalmente em adultos, porém o uso por
mais de três dias deve ser evitado pelo risco de rinite química.
Anamnese
Queixa principal
Iniciou com sintomas de resfriado comum há 7 dias e dificuldade para respirar por
obstrução nasal há aproximadamente 3 dias e há dois dias refere forte dor facial do lado
esquerdo. Em alguns momentos sente pressão retro-orbitária esquerda e cefaléia frontal.
Secreção nasal espessa e esverdeada. Está em uso de descongestionante nasal
(automedicação) para aliviar sintomas.
Histórico
História social
J.L.M.,marceneiro há 20 anos (empresa em casa), não faz uso de EPI, fumante. Casado
(esposa tem 40 anos, ajuda na marcenaria), 2 filhos (12 e 10 anos), casa de alvenaria,
renda mensal familiar de 4 salários mínimos.
Antecedentes pessoais
Fuma há 25 anos, em média de 15 cigarros ao dia. É comum ter resfriado nos anos
anteriores. Relata apresentar crises de rinite alérgica, mas nunca realizou tratamento.
Medicações em uso
Antecedentes familiares
Pai faleceu aos 68 anos de câncer de pulmão. Mãe tem 72 anos é diabética e hipertensa.
Exame Físico
Saiba mais
Conceito de rinossinusite
Sinais e sintomas
A rinossinusite está entre as três infecções das vias aéreas superiores mais comuns em adultos
e crianças (faringite e otite média), sendo que adultos tem em média de dois a cinco episódios
anuais destas infecções, frequentemente são episódios brandos e autolimitados,
eventualmente evolui com complicações (BRASIL, 2012).
Quadros agudos de afecções das vias aéreas superiores são muito frequentes no acolhimento
à demanda espontânea na Unidade Básica de Saúde, sendo o tratamento e encaminhamento
adequados o diferencial para evitar complicações. Frequentemente, o diagnóstico da
rinossinusite é clínico, não sendo necessária a solicitação de exames de imagens (BRASIL,
2012).
No geral os sintomas mais frequentes são rinorreia e obstrução nasal. A tosse não é padrão,
sendo resultante da irritação da orofaringe devido à drenagem posterior dos seios da face ou
da infecção direta das grandes vias aéreas. A febre não é um sintoma predominante, se
ocorrer costuma ser baixa. O nariz, a orofaringe e as membranas timpânicas podem ficar
hiperemiados. Depois dos primeiros dias, é comum a secreção nasal ficar mais espessa e
esverdeada, em decorrência da destruição de células epiteliais e de neutrófilos. Também
podem ocorrer espirros e irritação na garganta (BRASIL, 2012).
A cefaleia ocorre nas sinusopatias com características diversas, dependendo do seio sinusoidal
acometido. A mais comum é a sinusopatia frontal, caracterizada por dor intensa frontal e
retro-orbitária, com sensação de pressão ou latejante que piora com a movimentação da
cabeça (BRASIL, 2012).
Anamnese
Queixa principal
Histórico
História social
K.L.F. reside com o esposo (30 anos, autônomo), com a única filha de 10 anos e com a
mãe (55 anos, aposentada por invalidez). Vivem em uma casa de alvenaria, com energia
elétrica e água encanada, sem coleta de esgoto. É vendedora em loja de vestuário. A
renda familiar de três salários mínimos e meio.
Antecedentes pessoais
Antecedentes familiares
Mãe tabagista há 35 anos, tem problema crônico nas articulações do joelho, dificultando
seu deslocamento (motivo da aposentadoria aos 54 anos), é hipertensa. Pai morreu
atropelado aos 45 anos.
Medicações em uso
Exame Físico
Saiba mais
Questão 1
28 / 100 acerto
Na rinossinusite aguda o diagnóstico diferencial entre as etiologias viral e bacteriana
baseia-se principalmente na duração e piora da sintomatologia. Na infecção viral os
sintomas tendem a diminuir a partir do quinto dia e desaparecem por volta do décimo
dia. K.L.F. apresenta este quadro clínico há dez dias. Na infecção bacteriana os
sintomas são persistentes mesmo depois dos dez dias do seu aparecimento (10 a 14 dias)
e ocorre a piora do quadro após o quinto dia (BRASIL, 2013).
Saiba mais
Os aspectos clínicos mais encontrados são: obstrução nasal, congestão facial, rinorreia
mucopurulenta ou purulenta, descarga pós-nasal, pressão e dor facial (em peso, não
pulsátil e pior com a inclinação da cabeça para frente), dor de dente na região maxilar
(dor referida), distúrbios do olfato (hiposmia, anosmia ou cacosmia), tosse seca ou
produtiva, entre outros possíveis sintomas (plenitude auricular, irritação faríngea,
rouquidão) (BRASIL, 2013).
Questão 2
Leve
Muito grave
Grave
Moderada
Incorreto
A gravidade da infecção é importante para identificar o comprometimento e orientar o
tratamento. De acordo com os sinais e sintomas de K.L.F. (rinorreia purulenta,
congestão nasal, dor facial, edema periorbitário e febre) podemos classificar como
grave.
Saiba mais
Questão 3
Saiba mais
São sinais de alerta para complicações das rinossinusites: piora dos sintomas após 72
horas do início do tratamento antibiótico, surgimento de edema periorbitário com ou
sem hiperemia, cefaleia intensa com irritabilidade, alterações visuais, sinais de toxemia
ou irritação meníngea (BRASIL, 2013, p. 169).
Questão 4
Antitérmico e analgésico
Corticoides
Amoxicilina + Clavulanato
Ampicilina e Gentamicina
Antiinflamatórios não esteroidais.
80 / 100 acerto
Antitérmicos e analgésicos - para o alívio da febre e dor medicamentos como dipirona
e paracetamol tem um bom desempenho. Por conta dos possíveis efeitos colaterais, é
contra-indicada a prescrição de anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) ou de
corticoides (BRASIL, 2013).
Quadro 2: Antibióticos
Questão 5
50 / 100 acerto
Os descongestionantes tópicos (sprays com cloridrato de fenilefrina ou cloridrato de
oximetazolina) produzem alívio sintomático imediato na congestão nasal, mas seu uso
ininterrupto por mais de 3 a 4 dias pode causar rinite medicamentosa.
Descongestionante oral a base de cloridrato de fenilpropanolamina, cloridrato de
pseudoefedrina, por possuir efeito sistêmico não tem sua eficácia diminuída com o
decorrer do tratamento, embora tenham sua efetividade questionada pelo fato de
causarem ressecamento das mucosas e espessamento das secreções (DUNCAN et al.,
2013).
Saiba mais
Objetivos do Caso
Anamnese
Queixa principal
Revisão de sistemas
Histórico
História social
Possui ensino médio incompleto e trabalha como diarista. Vive no bairro há cinco anos
com o companheiro e dois filhos (07 e 10 anos). A família reside em casa de alvenaria
com água tratada, energia elétrica, sem sistema de coleta e tratamento de esgoto. O
companheiro trabalha com serviços gerais e a renda familiar é de aproximadamente dois
salários mínimos.
Medicações em uso
Antecedentes pessoais
Não refere outras queixas, nem tem diagnóstico de doenças associadas. É sedentária e
tabagista há 30 anos.
Exame Físico
Sinais Vitais:
Face: hiperemia conjuntival, lacrimejamento.
Rinoscopia: verifica-se conchas nasais edemaciadas, mucosa nasal pálida e com
secreção mucoide.
Ausculta pulmonar: presença de murmúrios vesiculares e boa expansividade pulmonar.
Questão 1
Acertou
A combinação de obstrução nasal, rinorreia, espirros e prurido nasal são os sinais que
mais comumente compõem o quadro clínico de rinite alérgica. O edema de conchas
nasais isoladamente, assim como a hiperemia conjuntival e o lacrimejamento, sem a
associação com as queixas principais já descritas, não são suficientes para definir o
diagnóstico desta patologia. A diminuição do paladar e do olfato pode ocorrer em casos
crônicos.
Saiba mais
Questão 2
Obstrução nasal, a rinorreia em grande quantidade, prurido nasal, dor facial ou cefaleia
e febre alta. Sintomas persistentes e sem piora do quadro durante uma semana.
Obstrução nasal, congestão facial, rinorreia mucopurulenta ou purulenta, descarga pós-
nasal, pressão e dor facial. Sintomas persistentes por mais de duas semanas.
Obstrução nasal, rinorreia purulenta, cefaleia, dor facial e edema periorbitário. Sinais
que persistiram durante uma semana, sem agravamento.
Obstrução nasal, a rinorreia, espirros, prurido nasal e tosse. Sinais que persistiram
durante cinco dias.
Acertou
A infecção bacteriana (rinossinusite bacteriana) deve ser suspeitada quando os sintomas
persistem após 10-14 dias ou quando os sintomas pioram após o quinto dia de evolução.
Tratando-se de casos virais, a regressão dos sintomas ocorre em menor tempo.
Saiba mais
Uma dificuldade comum na prática clínica é a diferenciação entre resfriado
(rinossinusite viral), rinite alérgica aguda e rinossinusite bacteriana. Para ajudar a
compreender a etiologia alérgica se faz necessária a investigação dos dados clínicos
sugestivos de atopia, quadros anteriores semelhantes, história familiar e fatores
desencadeantes. Já, para a diferenciação entre quadros virais e bacterianos, são dados
importantes o tempo de evolução e a gravidade do quadro (BRASIL, 2013). Nas
rinossinusites bacterianas, os dados clínicos mais encontrados são obstrução nasal,
congestão facial, rinorreia mucopurulenta ou purulenta, descarga pós-nasal, pressão e
dor facial (em peso, não pulsátil, que piora com a inclinação da cabeça para frente), dor
nos dentes maxilares, distúrbios do olfato, tosse seca ou produtiva. Entre outros
possíveis sintomas destaca-se plenitude auricular, irritação faríngea e rouquidão. Os
agentes etiológicos mais comuns são o Streptococcus pneumoniae e Haemophilus
influenzae. Com menor incidência estão envolvidos como agentes causais: Moraxella
catarrhalis, Staphylococcus aureus e Streptococcus beta hemolítico do grupo A
(BRASIL, 2013).
Questão 3
Incorreto
A rinite alérgica persistente possui maior frequência e duração dos sintomas (Quadro 1),
nesse caso, é considerada moderada ou grave, pois, na avaliação de sua intensidade,
compromete as atividades diárias e interfere no sono.
Saiba mais
Questão 4
Entre os fatores de risco para rinite alérgica que a paciente apresentava,
você facilmente associa ao início dos sintomas as atividades desenvolvidas
durante o trabalho da paciente e o tabagismo. Quais outros fatores de
risco para rinite alérgica você investigaria com a finalidade de concluir a
avaliação do caso e direcionar as orientações para prevenção de
recidivas?
Saiba mais
Questão 5
Obstrução nasal, rinorreia em qualquer quantidade, cefaleia, dor facial, tosse, febre
baixa.
Falha na resposta terapêutica com presença de desvio de septo e/ou hipertrofia de
adenoide.
Se além de diminuição do paladar a paciente apresentasse diminuição do olfato.
Quadro identificado compatível com rinite persistente moderada/grave.
Acertou
As rinites persistentes moderadas e graves podem ser acompanhadas e tratadas na
atenção básica, mas, nos casos em que o paciente não apresenta a resposta terapêutica
esperada, recomenda-se encaminhamento para especialista. A diminuição do olfato
pode ser encontrada em casos crônicos, mas isoladamente não indica encaminhamento
para especialista.
Saiba mais
Recomenda-se encaminhamento para pediatra, pneumologista, alergista ou
otorrinolaringologista todos os casos em que o quadro clínico deixe margem de dúvida
e/ou apresente condições clínicas que mimetizam rinite alérgica, dificultando o
diagnóstico e acompanhamento na unidade de saúde. Casos que aderem ao tratamento
correto, mas apresentem resposta terapêutica inadequada, também devem ser
encaminhados para avaliação especializada. Da mesma forma, atenção especial aos
casos em que a rinite interfira significativamente na qualidade de vida social, escolar e
produtiva. Essa é uma condição que também pode estar associada a outras condições
como asma, sinusite, otite média, respiração bucal e suas consequências (BRASIL,
2010).
Objetivos do Caso