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INTRODUÇÃO
FUNDAMENTOS PARA
GUIA DE REBOQUE
EDIÇÃO 2018
RBNA – DPDR
RBNA
Rua México, 11/8o andar – 801
20031-903 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
Edição 2018
REGISTRO BRASILEIRO Guia para Operações de Reboque CAPÍTULOS - A a F
de navios e aeronaves
O evento demonstra:
Atenciosamente
Gerente do DPDR
A2 DEFINIÇÕES
101. Rebocador – é o navio que reboca.
a. Carga de ruptura (BL) – carga de ruptura 117. Área benigna (benign area) é definida
documentada como uma área livre da ocorrência de ciclones
extratropicais ou tempestades. As condições
109. Fusível – cabo de resistência de ambientais limites das áreas benignas são:
ruptura menor que a do cabo de reboque, que - vento:
deve romper caso seja aplicado esforço maior 15 m/s
que o valor nominal especificado como base - altura significativa de onda:
de cálculo conforme o plano de reboque. 2 metros
- Certificado de Segurança de
Construção 205. Certificados de componentes do
dispositivo de reboque
- Certificado de Segurança de
Equipamento - Certificado do fabricante do guincho
incluindo, entre outros,
- Certificado de Segurança Rádio especificações do guincho, carga
nominal de trabalho, capacidade,
- Licença da Estação Rádio capacidade de frenagem, testes
realizados;
- Certificado de Tração Estática
- Certificado de teste do cabo de
reboque, cabresteiras e quaisquer
outros cabos utilizados no
dispositivo de reboque;
304. Quando o plano de reboque não for - [1] Caldwell´s Screw Tug Design,
elaborado por esta Sociedade, deverá ser Jeffrey N. Wood, and A. Caldwell,
apresentado antes do reboque para análise. South Brunswick
305. Além das informações requeridas pelo - [2] Instruções para Reboque da
item B1.200 acima, um plano de reboque deve Marinha Brasileira
conter no mínimo as informações abaixo:
- [3] Arte Naval, Comte. Maurílio
- Arranjo geral do reboque, identificando todos Fonseca, Serviço de
os elementos constitutivos do dispositivo de Documentação Geral da Marinha
reboque;
- [4] Tug Use in Port – A Practical
- - Dimensionamento de todo o material: Guide, Nautical Institute
cabos, manilhas, amarras, etc., com as
respectivas cargas de trabalho e/ou de - [5] Ancre et Lignes d´Ancrage –
ruptura; Editions Technip
- [12] IMO MSC/Circ.884 203. Cabos de aço com alma de aço podem
ser utilizados quando houver guincho de
- [13] RNBA Guia para Reboque – reboque com tambor apropriado (ranhurado).
Edição 2004/2008
204. Os cabos de reboque de aço devem ser
acompanhados de Certificado do fabricante com
os resultados do teste de ruptura do cabo. Caso
não haja o Certificado, deve ser tirada amostra
CAPÍTULO C do cabo de reboque e realizado teste de ruptura
MATERIAIS em Instituição qualificada.
D2 ARRANJO DO REBOQUE
C2. ACESSÓRIOS
103. Para pequenas embarcações em 301. O estropo do gato deve ser protegido
navegação interior, pode ser analisado o por uma capa de mangote de borracha para
emprego de cabresteiras de cabos sintéticos. evitar desgaste por fricção no espalha cabos.
104. Deve existir pelo menos uma linha de
reserva completa com uma perna de cabresteira 302. O espalha cabos ou a estrutura da popa
e um de cabo de fibra flutuante com boia de do rebocador que vai atritar com o cabo deve
sinalização. A boia deve ser pintada de laranja estar bem lubrificado com graxa ou possuir
brilhante ou outra cor altamente visível. proteção com tiras de borracha (de pneus
usados), para diminuir a fricção com o estropo
105. No caso de reboque uma só ou cabo de reboque.
embarcação, a linha de reserva pode ser a do
rebocador. 303. Quando for usado guincho de reboque,
coloca-se dois guias de cabo (guide ropes) na
106. Em cabos de reboque, não são aceitas popa do rebocador, entre o espalha cabos e o
alças formadas com grampos. guincho, para guiar o cabo.
Nota: Algumas referências recomendam um
304. Coloca-se normalmente um cabo de
cabo fusível com capacidade 10% menor que a
leva ou recolhimento entre a placa triangular da
do cabo de reboque, ou manilhas com
capacidade reduzida. cabresteira e o rebocado, para permitir seu
recolhimento. Esse cabo de leva ou
recolhimento deve permanecer solecado durante
200. Composição da linha de reboque
todo o reboque.
com cabos de fibra
102. No caso de reboque de duas ou mais 204. Para reboques de várias chatas, na
embarcações, haverá um dispositivo entre o conexão da placa triangular na cabresteira das
rebocador e a primeira embarcação tal como balsas pode ser utilizada uma “manilha plana”.
descrito acima no capítulo D1.
300. Reboque a contrabordo
102. Entre a primeira e segunda
embarcações: 301. Nos portos, rios, canais ou lagos, o
reboque pode ser feito a contrabordo. Nesse
- Colocar cabresteira na popa da caso o rebocado vai atracado a contrabordo do
primeira embarcação; rebocador por meio de cabos de amarração,
fixados normalmente em cabeços.
- Colocar cabresteira na proa da segunda
embarcação; 400. Preparação
- Colocar uma linha de reboque com 401. Para reboques certificados, o reboque
cabo de reboque, estropo (fusível), placa não deve prosseguir para o mar até que uma
triangular AV e AR entre as duas cabresteiras, inspeção satisfatória do reboque tenha sido
não sendo necessário shockline. realizada por um vistoriador do RBNA
105. No caso do reboque múltiplo em linha, 402. A operação de reboque não deve
a distância mínima a ser mantida entre as começar a menos que as condições ambientais e
embarcações rebocadas deve ser de as previsões permitam que o reboque consiga
aproximadamente 1/3 da distancia entre o área segura no mar onde o reboque não é posto
rebocador e a primeira embarcação rebocada. em perigo por ventos soprando no sentido da
costa ou outros perigos de navegação.
200. Reboque em “tandem”
403. Onde limitações operacionais foram
201. O reboque em “tandem” é utilizado identificadas para o reboque, medidas devem ser
para mais que uma embarcação rebocada. tomadas para evitar que o reboque encontre
condições que ultrapassem as limitações. Tais
202. A linha de reboque entre a primeira medidas podem incluir rotas determinadas pelas
embarcação rebocada e o rebocador é tal como condições de mar e vento, locais de abrigo
descrito em D1. Da placa triangular, no entanto, seguro ou ambos.
saem duas linhas:
310. A inspeção do cabo de reboque deve 405. Rodetes e buzinas devem ser
ser realizada após a conclusão de cada operação projetadas para acomodar a corrente de atrito e
de reboque. Os resultados da inspeção devem devem ser moldadas de modo a evitar tensão
sempre ser registrados como base para decisão excessiva nos elos de amarra.
sobre futuros programas de inspeção. A
inspeção também deve ser registrada no Livro 406. Um sistema de recuperação da
de Registro de Reboque (Apêndice B da IMO cabresteira deve ser dotado no objeto rebocado,
MSC/Circ. 884). suficientemente resistente para ser utilizado
depois da ruptura do cabo de reboque, caso a
311. Nenhuma parte de qualquer arranjo cabresteira deva ser reutilizada novamente no
de reboque deve ser usada para a operação de reboque.
reboque se:
407. O equipamento de reboque de
- a redução da área da seção transversal devido emergência deve ser dotao par o caso de falha
ao desgaste, abrasão, corrosão e fios quebrados da cabresteira ou impossibilidade de recupera-
exceder 10% ou há dobras significativas, la. Este equipamento deve ser montado
esmagamento ou outros danos que resultam em preferencialmente na proa do objeto rebocado e
distorção da estrutura do cabo; deve consistir de uma cabresteira sobressalente
ou de um pendente de reboque equipado com
- as sapatilhas ou outras terminações do cabo de um cabo flutuante e uma boia que permita a seu
reboque, como os olhais, etc., estão danificadas, recolhimento.
deformadas ou significativamente corroídas.
500. Coeficiente de segurança do reboque
312. Caso seja relevante, devem ser [IMO MSC/Circ. 884]
providenciados cabos auxiliares ou arranjos
alternativos para prevenir trações transversais e 501. O coeficiente de segurança para
facilitar a recuperação do cabo de reboque. O utilização de cabos de reboque deverá ser
arranjo deve ser operado remotamente de uma atribuído conforme a Tabela abaixo, que poder
posição segura. Um cabo auxiliar sobressalente sofrer acréscimos a critério do RBNA de acordo
deve ser dotado a bordo. com as condições de mar e vento médias na área
do reboque:
400. Cabresteiras e outros acessórios do
sistema de reboque a. Para cabos de aço:
502. Os cabos em geral submetidos a trabalhos 701. O guincho de reboque, gato de reboque e
marinheiros têm sua resistência diminuída de guinchos auxiliares, além os requisitos deste
acordo com o tipo de costura nas alças: Guia, deve estar em conformidade com a Parte
II, Titulo 42, Seção 3, Capítulo D, Subcapítulo
- costura de mão diminuída para 90% D1., Parágrafos D1.300. a D1.500.
102 Caso a embarcação esteja em classe, a 111. Para embarcações fluviais rebocadas
embarcação será considerada como possuindo por uma viagem em mar aberto, devem ser
integridade estrutural, a menos que hajam instaladas proteções de chapa para evitar que o
avarias. No caso de avarias, a resistência choque das ondas venha a quebrar os vidros das
estrutural deverá ser avaliada quanto à janelas, vigias e olhos de boi nos conveses
necessidade de reforços temporários ou reparos sujeitos ao impacto direto da onda.
definitivos.
112. Todas as portas estanques, escotilhões
103 Caso a embarcação não esteja em de acesso, portas de visita, devem ser fechadas
classe, devem ser enviados os planos estruturais com tampas estanques.
(Perfil Estrutural, Seção Mestra, Expansão do
Chapeamento, no mínimo) para análise pelo 113. Todos os cogumelos e aberturas de
RBNA. ventilação devem ser fechados. Todos os
alboios devem ser fechados e travados.
303. Conexões temporárias devem ser feitas 604. ma unidade rebocada com energia,
onde necessário para facilitar o bombeamento tripulada, sem hélice e com sistema de governo
de emergência. operacional, o leme deve ser ativado para
auxiliar na manutenção do curso.
304. Caso o navio não disponha de
maquinaria auxiliar, deve ser provida a bordo 605. A unidade rebocada deve ser preparada
uma moto-bomba com mangueiras de sucção e para o reboque sem banda. O navio deve ser
descarga adequadas, com quantidade suficiente lastrado para manter um trim pela popa de pelo
de combustível e óleo lubrificante armazenada menos 1% (um por cento).
Página 22 Edição 2018
REGISTRO BRASILEIRO Guia para Reboque CAPÍTULOS A,C,D,E,F e Anexos
de navios e aeronaves
606. Quando o navio rebocado estiver 803. Devem ser providos meios de
parcialmente alagado e tiver trim pela proa, comunicação VHF com canal 16, que permita
pode ser preferível rebocar o navio pela popa. comunicação rebocado-rebocador.
607. As marcas de calado de vante, meia 804. Devem ser providos meios de acesso
nau e ré devem estar claramente visíveis. em ambos os bordos da unidade rebocada
através de escadas fixas ou escadas de prático.
700. Luzes e marcas, Alarmes e Refletores
radar 900. Requisitos para carga e equipamento
de carga
701. As luzes e marcas devem estar de
acordo com as regras do RIPEAM. 901. A carga deve estar distribuída de forma
a permitir distribuição adequada de pesos para
702. O navio rebocado deve estar dotado de evitar tensões indevidas na estrutura do
no mínimo: rebocado.
202. Devem ser apresentados os documentos 403. A velocidade de reboque deverá ser
conforme o Tópico B1.200. do presente guia. controlada de acordo com as condições de mar e
do tempo para prevenir avarias nas
203. O rebocador deve ser inspecionado de embarcações, reduzindo a velocidade e/ou
forma geral, especialmente para verificar se alterando o curso caso necessário.
todos os equipamentos estão em boas condições
de manutenção, e se o equipamento de 407. Deverá ser mantido quarto de reboque
salvatagem e combate a incêndio existente a durante a viagem, com especial atenção ao
bordo está em validade, em boas condições de equipamento de reboque, luzes de navegação,
manutenção e em conformidade com o Plano de sinais diurnos, calado das embarcações e
Segurança. condição das proteções contra atrito no cabo de
reboque.
204. Não deve haver acúmulo de água
oleosa no fundo da Praça de Máquinas. 408. Deverá ser mantido a bordo um Livro de
Registro de Reboque, com comentários relativos
205. Os dispositivos de reboque devem ser a manutenção do quarto de reboque e anotações
inspecionados quanto a manutenção e da velocidade de reboque, condições
operacionalidade, com teste dos dispositivos de atmosféricas e de mar, previsões meteorológicas
desengate rápido. e outras particularidades relevantes. O Livro de
Registro de Reboque deve estar disponível para
300. Rebocadores não classificados inspeção no final da viagem.
301. Devem ser apresentados os documentos 409. A rota e a posição de reboque deverão
conforme o Tópico B1.200. do presente guia. ser continuamente plotadas nas cartas de
navegação levadas a bordo, as quais devem
302. O rebocador deve ser inspecionado de estar disponíveis para inspeção no término da
forma minuciosa, especialmente para verificar viagem.
se todos os equipamentos estão em boas
condições de manutenção, e se o equipamento 410. Caso necessário, deverá ser
de salvatagem e combate a incêndio existente a providenciado auxílio de rebocador adicional
bordo está em validade, em boas condições de para navegação em canais restritos.
manutenção e em conformidade com o Plano de
Segurança. 411. Caso necessário, deverá ser chamado
prático para águas locais, canais restritos,
303. Não deve haver acúmulo de água entrada em portos.
oleosa no fundo da Praça de Máquinas.
412. Todos os acessos, escotilhas, escotilhões,
304. Os dispositivos de reboque devem ser alboios, portas de visita e outras aberturas
inspecionados quanto a manutenção e estanques devem ser mantidos fechados durante
operacionalidade, com teste dos dispositivos de a viagem. As portas estanques, vigias e janelas
desengate rápido. devem ser mantidos fechados, exceto para
ingresso e saída dos membros da tripulação.
402. O rebocador deve ter a bordo quantidade 415. O rebocador deve dispor de meios
suficiente de sobressalentes de máquina e seguros e adequados para a transferência de um
eletricidade, bem como ferramentas e material ou mais tripulantes do rebocador para as
para reparos de emergência durante a viagem de embarcações rebocadas.
reboque.
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de navios e aeronaves
ANEXO I – CÁLCULO DA CARGA DE Nota: o sinal (-) indica vento de vante para ré do
REBOQUE navio.
Referência [5]
Se consideramos = e considerando o valor
100. Resistência aerodinâmica de para ar seco, a fórmula fica:
L = comprimento em metros
V = velocidade do reboque em nós (*)
onde:
Vs / 3,3*L c
0,20 0,79
0,25 0,76
0,30 0,70
0,35 0,66
0,40 0,66
0,45 0,68
0,50 0,72
0,55 0,75
0,60 0,77
0,65 0,81
0,70 0,87
onde:
No. de barcaças X
2 0,3
4 0,7
6 0,8