Você está na página 1de 105

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

MATHEUS KRITLI CAPPELLETTO

ANÁLISE DINÂMICA: ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA


CONSIDERAÇÃO DO CARREGAMENTO SÍSMICO PARA O PROJETO DE
ESTRUTURAS SEGUNDO A NBR 15.421/2006

Porto Alegre
Julho/2018
MATHEUS KRITLI CAPPELLETTO

ANÁLISE DINÂMICA: ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA


CONSIDERAÇÃO DO CARREGAMENTO SÍSMICO PARA O PROJETO DE
ESTRUTURAS A NBR 15.421/2006

Projeto de Pesquisa do Trabalho de Diplomação a ser


apresentado ao Departamento de Engenharia Civil do Centro
Universitário Ritter dos Reis, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientador: Prof. Dr. Gladimir de Campos Grigoletti

Porto Alegre
Julho/2018
Dedico este trabalho a meus pais Seu Diomedes e Dona
Nélci, os grandes responsáveis pela realização deste
sonho. Amo vocês imensuravelmente.

A meus pais de coração, Seu Orni e Dona Maria, pois nada


seria possível sem vocês.

A meus irmãos Fellippe e Duda, dois dos bens mais


preciosos que possuo.

A minha princesa, Gabriela, que torna a vida mais fácil.


Meu grande e eterno amor.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS por sempre zelar por


mim, por quem amo e a atender todas minhas orações.
Toda glória dessa conquista é do SENHOR.

Agradeço ao Prof. Gladimir de Campos Grigoletti pela


orientação durante o TCC2, também quanto as ótimas
aulas e ensinamentos ao longo do curso. És um espelho
para mim na área de engenharia de estruturas e
certamente trouxe luz a este trabalho.

Agradeço ao Prof. Antonio Augusto Pasquali pela


orientação durante o TCC1, sempre prestativo além de ser
um ótimo professor. Também és um grande espelho para
mim.

A todos os demais professores da UniRitter que me


presentearem durante esta caminhada com experiências
realizadoras e com a obtenção de conhecimento a alto
nível.

A todos os professores que tive durante a vida, desde a


pré-escola na Escola Cônego Paulo de Nadal até o ensino
médio na Escola Inácio Montanha. Isso é resultado da
contribuição de todos vocês.

Agradeço imensamente a meus queridos amigos da


Tradesign Divisórias, Arq. Angela Mazzaferro e Arq. Alex
Gomes de Faria, que me proporcionaram a primeira
oportunidade neste universo da engenharia/arquitetura.
Serei sempre grato pelo carinho e convívio.

Agradeço ao pessoal da Natural Soluções Ambientais,


Eng. Ricardo Pergher, Yudi Cristina e Bruno. Minha estadia
foi breve mas valiosa, aprendi muito com vocês.

Os meus grandes amigos da CAIXA, em todos os setores


da GILOG/PO, onde vivi muitos momentos felizes os quais
levarei sempre comigo. Principalmente à antiga formação
da Contratações, especialmente na pessoa do grande
mentor Eng. Fábio Maia Braga.

Agradeço ao meu grande parceiro durante esta caminhada,


Eng. Raul Lemos da Silva e a grande parceira futura Eng.
Amanda Oliveira. Fizeram da caminhada mais prazerosa.

Agradeço a todos os demais amigos e parentes, que


certamente contribuíram para esta conquista.
RESUMO

Conceber um projeto estrutural que resista a sismos é um campo a ser


desbravado na engenharia brasileira. O presente trabalho tem como objetivo a
apresentação dos conceitos básicos com o fim de inserir o leitor ao universo das
análises dinâmicas. Inicialmente apresenta-se um histórico da formação do
planeta para demonstrar as relações dos terremotos com a estrutura da Terra.
Também no início são demonstradas as formas da determinação da intensidade
e magnitude de terremotos, bem como os tipos de ondas sísmicas existentes.
Após a introdução dos conceitos básicos (magnitude, intensidade, onda sísmica
e etc.), é demonstrada a combinação de cálculo utilizada em situações em que
a estrutura é submetida a carregamento excepcional. Definida a combinação
para verificação do estado limite último da estrutura, são destrinchados os
pormenores da NBR 15421/2006 referente ao projeto de estruturas resistentes
a sismos. Onde são pontuadas as parcelas de maior influência e explicados os
procedimentos de categorização do terreno e da estrutura, assim como às
análises sísmicas previstas. Depois demonstram-se conceitos referente a
análise dinâmica em vários aspectos como a conceituação de dinâmica,
apresentam-se os modelos dinâmicos para sistemas de um grau de liberdade,
os modelos dinâmicos para sistema com vários graus de liberdade, sistemas
com vibração livre, sistemas com a vibração amortecida e etc. Após o estudo
dos conceitos iniciais da análise dinâmica de um corpo, são realizadas
simulações em um edifício de concreto armado com cinco pavimentos. A
estrutura é analisada em diferentes regiões do país: Zona sísmica 1 com
aceleração de 0,05g, Zona sísmica 2 com aceleração de 0,10g e por fim na zona
sísmica 4 considerando aceleração de 0,15g. Efetuada a análise da estrutura,
são apresentados os resultados que são discutidos e apresentados na parte final
e conclusão deste trabalho.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 10

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 10

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA 13

1.2.1 Objetivo geral 13

1.2.2 Objetivos específicos 13

1.3 JUSTIFICATIVA 13

2 REVISÃO DE LITERATURA 16

2.1 RESUMO DA ORIGEM E FORMAÇÃO DA TERRA 16

2.1.1 TEORIA DA GRANDE EXPLOSÃO E HIPÓTESE DA 16


NEBULOSA

2.1.2 ESTRUTURA DA INTERNA DA TERRA 17

FORMAÇÃO (HIPÓTESE DO GRANDE IMPACTO) 17

A ESTRUTURA TERRESTRE 19

OS SISTEMAS TERRESTRES 20

SISTEMA DE PLACAS TECTÔNICAS 21

RESUMO HISTÓRICO 21

CARACTERÍSTICAS DAS PLACAS TECTÔNICAS 23

2.2 TERREMOTOS 25

2.2.1 TEORIA DO REBOTE ELÁSTICO 25

2.2.2 PARÂMETROS DE LOCALIZAÇÃO 25

2.2.3 ONDAS SÍSMICAS 26

2.2.4 FORMA DE PERCEPÇÃO DE UM TERREMOTO 27

SISMÓGRAFO 27

2.2.5 ESCALAS DE MEDIDA 28

ESCALA RICHTER 29

ESCALA DE MERCALLI 31
MOMENTO SÍSMICO 32

2.2.6 TERREMOTOS INTRAPLACA 33

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 36

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 36

3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 36

3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS 37

3.3.1 DEFINIÇÃO OPERACIONAL DAS VARIÁVEIS 37

3.3.2 OBTENÇÃO DOS DADOS 37

4 NBR 8681/2003: AÇÕES E SEGURANÇA NAS 38


ESTRUTURAS

4.1 APRESENTAÇÃO 38

4.2 COMBINAÇÃO ÚLTIMAS EXCEPCIONAIS 39

4.2.1 COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO PARA AÇÕES 39


PERMANENTES

4.2.2 COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO PARA AÇÕES 40


VARIÁVEIS

4.2.3 FATOR DE COMBINAÇÃO 41

5 NBR 15.421/2006: Projeto de estruturas sismo resistentes 41

5.1 REQUISITOS GERAIS DE SEGURANÇA 42

5.2 VALOR CARACTERÍSTICO DAS AÇÕES SÍSMICAS 42

5.2.1 ZONEAMENTO SÍSMICO BRASILEIRO 42

5.2.2 CLASSE DO TERRENO 43

5.2.3 ESPECTRO DE RESPOSTA DE PROJETO 44

5.3 CATEGORIZAÇÃO DA ESTRUTURA 46

5.3.1 CATEGORIA SÍSMICA 47

5.3.2 REQUISITOS DE ANÁLISE PARA CATEGORIA SÍSMICA A 48

5.3.3 REQUISITOS DE ANÁLISE PARA CATEGORIAS SÍSMICAS 49


BEC
5.4 REQUISITOS SÍSMICOS 49

5.4.1 SISTEMAS BÁSICOS SISMO-RESISTENTES 51

5.5 CONFIGURAÇÃO ESTRUTUTAL 53

5.5.1 DEFORMABILIDADE DOS DIAFRAGMAS 53

5.5.2 IRREGULARIDADES NO PLANO 54

5.5.3 IRREGULARIDADES NA VERTICAL 55

5.5.4 EFEITOS DO SISMO VERTICAL E DO SISMO 56


HORIZONTAL COM SOBRE-RESISTÊNCIA

5.5.5 DIREÇÃO DAS FORÇAS SÍSMICAS 56

5.5.6 LIMITAÇÕES DOS DESLOCAMENTOS 57

5.6 ANÁLISE SÍSMICA PELO MÉTODO DAS FORÇAS 57


HORIZONTAIS EQUIVALENTES

5.6.1 DETERMINAÇÃO DO PERÍODO DA ESTRUTURA 58

5.6.2 DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DAS FORÇAS SÍSMICAS 59

5.6.3 EFEITOS TORSORES 60

5.6.4 DESLOCAMENTOS RELATIVOS E ABSOLUTOS 61

5.6.5 EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM 62

5.7 ANÁLISE SÍSMICA PELO MÉTODO ESPECTRAL 63

5.7.1 VERIFICAÇÃO DAS FORÇAS OBTIDAS 64

5.7.2 DISTRIBUIÇÃO DAS FORÇAS SÍSMICAS HORIZONTAIS 64

6 ANÁLISE DINÂMICA: Visão geral 65

6.1 MODELO DE UM GRAU DE LIBERDADE 65

6.1.1 VIBRAÇÕES LIVRES NÃO AMORTECIDAS 68

6.1.2 VIBRAÇÕES LIVRES AMORTECIDAS 70

6.2 CARREGAMENTO HARMÔNICO 71

6.3 MODELO COM VÁRIOS GRAUS DE LIBERDADE 72

6.4 ANÁLISE MODAL 74


6.4.1 MÉTODO DA SUPERPOSIÇÃO MODAL 75

6.4.2 DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS NOS ELEMENTOS 76

6.5 ANÁLISE SÍSMICA PELO MÉTODO DO ESPECTRO DE 77


RESPOSTA

6.5.1 ANÁLISE ESPECTRAL EM SISTEMAS COM VÁRIOS 78


GRAUS DE LIBERDADE

7 ESTRUTURAS EXEMPLARES 79

7.1 CRITÉRIOS UTILIZADOS 79

7.2 DEFINIÇÃO DO CARREGAMENTO E DEMAIS 80


PARÂMETROS

7.3 EDIFICAÇÃO ANALISADA 81

8 ANÁLISES SÍSMICAS 83

8.1 ESTRUTURA A: Análise pelo Método das forças horizontais 83


equivalentes

8.1.1 CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS RESULTADOS 87

8.2 ESTRUTURA B: Análise pelo Método Espectral – Zona 87


Sísmica B

8.3 ESTRUTURA C: Análise pelo Método Espectral – Zona 94


Sísmica 04

9 CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS 100


FUTUROS

9.1 CONCLUSÃO 100

9.2 SUGESTÓES PARA TRABALHOS FUTUROS 101

REFERÊNCIAS 103
10

1 INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMAS DE PESQUISA

O Brasil está localizado em uma região intraplaca, que é uma zona “estável” do
ponto de vista tectônico comparada a outras regiões mais suscetíveis a
movimentações tectônicas consideráveis, como por exemplo a região andina,
conforme aponta Berrocal (2016, p. 30).

A atividade sísmica no Brasil, segundo Assumpção et al. (2016, p. 29), é


reconhecidamente baixa, registrando a ocorrência de um sismo de magnitude 5 a
cada cinco anos, em média. Enquanto na região andina, sismos de magnitude 5
ocorrem em média duas vezes por semana.

O regime de vibrações da região intraplaca caracteriza-se por abalos de baixa


a moderada magnitude (cerca de 1 a 5, na escala Richter). Sismos de magnitude 1,
normalmente, não são perceptíveis à população, à medida que um abalo de
magnitude 5 pode gerar sérios danos com possíveis perdas vitais e materiais.

O maior terremoto registrado no Brasil foi o de Porto dos Gaúchos/MT, em


1955, que atingiu 6.2 na escala Richter. Porém, um evento de magnitude 4.7 em 2007
na cidade de Itacarambi/MG foi responsável pela única morte registrada no país
decorrente de danos causados por terremotos, ainda segundo Assumpção et al.
(2016, p. 25).
Figura 1 – Casa destruída pelo terremoto em Itacarambi/MG

Fonte: G1, 2007


11

No país as pesquisas geofísicas são muito recentes e os levantamentos


geológicos incompletos o que gera incerteza sismológica. O que reflete na indecisão
conceitual, por parte dos sismólogos, da definição das causas e das estruturas
geológicas de cada região.

A ocorrência de terremotos de grande magnitude (6 a 7) em intraplacas são


raras, mas possíveis de acontecer. Umas das grandes dificuldades de lidar com
eventos deste tamanho é que o pouco conhecimento existente sobre o histórico não
serve de parâmetro absoluto sobre o comportamento do fenômeno, o que exige a
busca do conhecimento quanto ao assunto, de acordo com o autor. Portanto, a
possibilidade da ocorrência de um fenômeno de tal proporção faz necessária a adoção
de conhecimento e técnicas para desenvolvimento de planos e projetos de combate a
seus danos potenciais.

Em artigo, Lopes e Nunes (2011, p. 97) definiram os fatores intervenientes


quando da ocorrência de um terremoto, tratando-se de um tema complexo, de uma
forma bastante didática. Segundo os autores, o índice que determina a propensão ou
não a desastres dessa natureza é o risco sísmico. Que é dado pela seguinte
expressão: Risco sísmico = perigo sísmico x vulnerabilidade sísmica. Onde perigo
sísmico é definido conforme as particularidades do local e a vulnerabilidade sísmica
trata do que se refere a resistência das edificações, obras em geral, etc.

Foi esta expressão, acrescentando fatores extras, que Veloso (2016, p. 10)
utilizou para explicar os motivos pelos quais 12 mil pessoas morreram em decorrência
de um sismo de magnitude 5.7 na cidade de Agadir (Marrocos) em 1960. Segundo
ele, a razão de tanta destruição foi sua profundidade rasa, epicentro praticamente no
meio da cidade dotada de construções vulneráveis a terremotos.
12

Figura 2 – Destruição na cidade de Agadir, 1960.

Fonte: Avengers in Time, 2017

No Brasil, a construção civil enfrenta as possibilidades de consequências de


abalos sísmicos, com relativa despreocupação, como pode-se notar pelas afirmações
de Nóbrega e Nóbrega (2016):

As relativas baixas quantidade e magnitude destes fenômenos são


responsáveis por uma “aparente sensação de segurança”, o que leva os
projetistas de edificações, notadamente arquitetos e engenheiros, a
tradicionalmente negligenciarem as ações sísmicas na concepção, na análise
e no dimensionamento das edificações civis usuais. (NÓBREGA, P.G.B.;
NÓBREGA, S.H.S., 2016, p. 163).

Para minimizar o risco sísmico toda obra de engenharia deve ser dimensionada
de tal modo com que a vulnerabilidade sísmica se encaminhe a zero (o que é
praticamente impossível), portanto admitem-se mecanismos de retardo e/ou absorção
dos impactos produzidos por terremotos.

Em 2006, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a NBR


15.421, elaborada pelo Comitê Brasileiro de Construção Civil (ABNT/CB-02), intitulada
“Projeto de estruturas resistentes a sismos – Procedimento”. Demonstrando assim a
preocupação referente à problemática de combate aos efeitos dos terremotos em
estruturas de engenharia. Desde então se intensificaram os estudos sobre a intraplaca
e quanto à concepção de edificações sismo resistentes. A norma apresentou o
zoneamento sísmico brasileiro, os sistemas básicos sismo resistentes, os métodos de
13

análise sísmica etc. Sobre a normatização do projeto de estruturas resistentes a


sismos levanta-se a seguinte questão:

• Quais os métodos de análise sísmica previstos no texto normativo, como


determinar sua adequação e o procedimento inerente a definição das
cargas de projeto?

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.2.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo o estudo das metodologias de análise


sísmica previstas na NBR 15421 (2006) para obtenção de parâmetros que auxiliem
no entendimento quanto ao procedimento e na escolha do método mais adequado
para se utilizar.

1.2.2 Objetivos específicos

Como objetivos específicos tem-se:

 Analisar os parâmetros apresentados pela NBR 15421/2006 quanto a


localização e tipologia estrutural, em relação as suas interferências nas
variáveis de cálculo;

 Estudar o comportamento estrutural de edificações através de Análises


Dinâmicas, obedecendo aos preceitos da NBR 15421/2006;

 Determinar exemplares de carregamentos de projetos e avaliá-los.

1.3 JUSTIFICATIVA

A engenharia estrutural deve atentar-se para os estudos sobre a sismicidade


do país e levar em conta as considerações feitas por especialistas na área sobre a
possibilidade da ocorrência de eventos de certo modo significativos.

Historicamente registra-se atividades sísmicas consideradas de baixa


magnitude que causaram grandes danos e prejuízos. Como apresentado
anteriormente, o risco sísmico é um conjunto de fatores do local onde ocorre o abalo
e da qualidade das construções.
14

No dia 21 de agosto de 2017, um terremoto de 4.0 na escala Richter atingiu a


Ilha de Ísquia, na Itália, causando duas mortes além de dezenas de feridos,
desabamento de diversas edificações e danos severos em outras construções. A
profundidade do epicentro foi de 10 km, o que é muito próximo a superfície, e o foco
ocorreu entre a Ilha de Ísquia e a cidade de Nápoles. O fato do epicentro ter acontecido
a baixa profundidade e a baixa qualidade das construções locais foram
preponderantes para o aumento da proporção do desastre.

Figura 3 – Casa destruída durante o terremoto na Ilha de Ísquia, Itália.

Fonte: Vigili del Fuoco, 2017

O Brasil já registrou, mesmo com a sua base de dados sendo pequena, eventos
de magnitudes superiores ao que atingiu a Ilha de Ísquia, porém o foco normalmente
foi detectado em regiões de floresta ou pouco povoadas. O Observatório Nacional
através do Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo) e do
Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília) tem ampliado seu
número de estações sismológicas e produzindo informações em tempo real sobre a
atividade sísmica brasileira, o que contribui para a segurança na obtenção de dados
e, também, para a caracterização da ocorrência de terremotos no país.

Cabe aos engenheiros estruturais à observância dos dados apresentados por


estas instituições para a realização de um panorama adequado a cada região, no que
diz respeito a tempo de recorrência de um evento, padrão de atividade e etc.,
juntamente com os preceitos estabelecidos na NBR 15421/2006 para garantir a plena
15

concepção do esqueleto da edificação ou sistema que deseja projetar, reduzindo o


máximo possível o perigo sísmico através da interferência na qualidade da obra.

Devido a esta nova fase de obtenção de informações concretas do perfil


sismológico do nosso território, à notável preocupação da sociedade com a
consumação de uma norma técnica por parte da ABNT estipulando regras sobre o
tema e a premissa de que a engenharia como um todo deve almejar meios científicos
para obter maior precisão em seus resultados, propõe-se o presente trabalho com o
intuito de investigar o projeto estrutural de edifícios resistentes a sismos para contribuir
com a disseminação do conhecimento sobre o comportamento de um sistema frente
a terremotos, com foco em uma das etapas mais importantes: a definição do
carregamento na estrutura.
16

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 RESUMO DA ORIGEM E FORMAÇÃO DA TERRA

2.1.1 TEORIA DA GRANDE EXPLOSÃO E HIPÓTESE DA NEBULOSA

Os geólogos durante alguns anos vêm levantando hipóteses e, através delas,


elaborando estudos quanto a forma com que ocorreu a origem do Universo e,
consequentemente, da Terra. A explicação científica que detém maior credibilidade e
é amplamente aceita é a chamada Teoria da Grande Explosão ou Teoria de Big Bang,
conforme apresentado por Press et al. (2006, p. 28).

A teoria define que havia uma nuvem constituída de gases e poeira fina que
rotacionava de forma lenta. Devido a ação gravitacional estes elementos foram
aproximando-se e a nuvem atingindo maior velocidade rotacional, esse processo foi
denominado de Nebulosa. A concentração de matéria aumentava em direção ao
centro e tornou achatada a forma do conglomerado. Esta concentração mais tarde
daria origem ao Sol. Já o restante da matéria sofreu inúmeras colisões e por conta
disso aglomerou-se em pequenos blocos denominados planetesimais.

A matéria deslocada para o centro devido a gravitação e a compressão por


conta da sua própria massa, foi adquirindo temperatura e densidade. A temperatura
foi elevada a milhões de graus e ocorreram diversas fusões nucleares. Os átomos de
hidrogênio presentes na concentração sofreram as fusões sob intensa pressão interna
e formaram o hélio. Durante este processo, parte da transformação vira energia que
é liberada através de luz e explosões, restando um disco de poeira fina e gases que
foi se tornando mais quente durante o processo de achatamento e, também, foi
armazenando calor interior à medida que aumentava o acumulo de matéria.

Os planetesimais foram estruturando-se durante um longo período (milhões de


anos) após o acúmulo de matéria devido a diversas colisões sofridas neste intervalo
de tempo e isto fez com que fossem gerados os planetas interiores ou terrestres. Os
planetas terrestres têm similaridades com o planeta Terra (na presença de matérias
similares como rochas, ferro, hidrogênio, etc.) e foram nominados assim por este fato.
Também são os que estão em maior proximidade ao Sol. São eles Mercúrio, Vênus,
Terra e Marte. Depois de formados os planetas interiores enfrentaram um processo
de resfriamento e muitos dos gases presentes em suas atmosferas condensaram.
17

Já os demais planetas foram se desenvolvendo através do acúmulo da matéria


restante quando da origem dos planetas internos. São denominados de planetas
exteriores ou gigantes. Em suma, receberam majoritariamente os gases originados
dos processos originários e que foram suspensos para fora da atmosfera de cada
planeta terrestre e fragmentos de poeira fina. Constituem-se basicamente de rochas
e gases (responsáveis pelo grande volume dos plantes exteriores). Tratam-se de
Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.

Figura 4 – Processo de formação do Sistema Solar

Fonte: Culturamix, 2017

2.1.2 ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

FORMAÇÃO (HIPÓTESE DO GRANDE IMPACTO)

Após a formação dos planetas terrestres, há cerca de 4,5 bilhões de anos, um


grande corpo celeste (tamanho aproximado ao de Marte) colidiu-se contra a Terra.
Houveram, por conta do impacto, a inclinação do eixo terrestre em 23º e a aceleração
da velocidade de rotação do planeta. Também houve o lançamento de detritos
gerados durante o choque ao espaço. Estes detritos foram acumulando-se até
consolidarem a Lua, conforme apontam Press et al. (2006, p. 30-31).
18

Figura 5 – Processo de formação do Sistema Solar

Fonte: NASA, 2009

A Terra regenerou-se por conta da fusão da própria matéria devido ao calor


proporcionado através do impacto. Outra forma de calor que colaborou com a fusão
da matéria terrestre: a radiação. A partir de então, devido ao impacto sofrido e do
acumulo de matéria radioativa a Terra armazenou calor e iniciou o processo de
diferenciação.

Ainda segundo Press et al. (2006), o processo de diferenciação é “a


transformação de blocos aleatórios de matéria primordial num corpo cujo interior é
dividido em camadas concêntricas, que diferem umas das outras tanto física quanto
quimicamente” (PRESS et al., 2006, p. 30).

De acordo com Teixeira et al. (2003, p. 19), a diferenciação já havia iniciado


quando o corpo celeste colidiu com a Terra. Decorrente do calor gerado pela colisão
o núcleo terrestre aqueceu, adquiriu um “estado leve” e flutuou até a superfície
formando a crosta, o que consta também em Press et al. (2006, p. 31). Por conta do
choque, a matéria interna consolidada do corpo (mais densa) incorporou-se ao núcleo
terrestre, como relataram Teixeira et al. (2003, p. 19).

Posteriormente, a Terra resfriou-se e, em grande parte, solidificou-se. O


processo de diferenciação, além de separar algumas matérias (sólidas, líquidas e
19

gasosas), gerou as camadas do planeta. Dentre elas as três camadas principais são:
Núcleo central, Manto e Crosta externa.

Figura 6 – Camadas da Terra após a diferenciação

Fonte: Escola Educação, 2017

A ESTRUTURA TERRESTRE

De forma didática, pode-se assumir que a estrutura interna do planeta se


organiza (até os dias atuais) conforme segue. A matéria densa (aquela com maior
concentração de ferro e níquel, por exemplo) alocou-se devido a diferença de pressão
em relação aos elementos com densidade menor (ferro superaquecido, outros fluídos
densos e etc.) na camada mais profunda (Núcleo) da Terra; A matéria com alguma
heterogeneidade na composição, constituída basicamente de demais fluídos e
materiais com menor densidade, está nas camadas intermediárias (Manto); Já o
restante da matéria que tem densidade menor em relação a camada intermediária, e
ainda menor em relação a profunda, “consolidou-se” na superfície (Crosta), conforme
deduz-se de Press et al. (2006, p. 31).

O Núcleo é formado majoritariamente por ferro e outros elementos pesados,


localizando-se a uma profundidade de aproximadamente 2900 km e se estende até
6400 km. É composto por uma camada externa que é líquida até a profundidade de
5200 km e a partir de então, compõe-se de um núcleo rígido até o final de sua
extensão.
20

Formado de matérias intermediárias quando do processo de diferenciação, o


Manto é composto basicamente (em cerca de 99% dos casos) de rochas com
densidade intermediária (compostos de magnésio, ferro e silício). Abrange
profundidades de 40 até 2900 km, apontam Press et al. (2006, p. 32).

A Crosta é a camada mais fina da estrutura terrestre, tem espessura de


aproximadamente 40 km. Os demais materiais resultantes da diferenciação, aqueles
líquidos e de menor densidade, emergiram até a camada superficial, onde trocaram
calor com a atmosfera e resfriaram-se para então se solidificarem.

O processo de formação dos continentes é idêntico ao de formação da crosta


(na realidade estão diretamente interligados). A matéria presente no núcleo tem
temperatura elevada, o que conduz o material presente no meio à condição de Magma
(material quando atingido o ponto de fusão). O magma parte do núcleo e atinge a
crosta, onde se solidifica. Este processo é lento e foi repetido milhares de vezes em
forma de ciclo (acontece até os dias de hoje) até que os continentes obtivessem o
formato em que os conhecemos, consoante com Press et al. (2006, p. 33).

OS SISTEMAS TERRESTRES

A Terra é composta por diversos sistemas que são interativos e são


responsáveis por propiciar os meios para sua subsistência. Estes sistemas são
controlados através de mecanismos térmicos internos e externos que regulam desde
a temperatura interior (do núcleo) até a superficial (da crosta) que são extremamente
importantes para a definição da forma em que eles funcionam, segundo Press et al.
(2006, p. 36-38).

Durante o processo de formação do planeta ficaram atreladas a estrutura


terrestre formas de energia térmica e radiação. Estes componentes são responsáveis
pelo mecanismo térmico interno, controlam a movimentação do manto e do núcleo,
gerando energia para fundir as rochas, movimentar continentes e soerguer
montanhas.

Os mecanismos térmicos externos são controlados devido à radiação solar, que


proporciona energia a atmosfera e aos oceanos, sendo responsável pela
determinação do clima e tempo, de acordo com Press et al. (2006, p. 36-38).
21

Figura 7 – Esquema dos sistemas da Terra

Fonte: PRESS et al., 2006 (Adaptado pelo autor)

SISTEMA DE PLACAS TECTÔNICAS

RESUMO HISTÓRICO

A origem da Teoria das Placas Tectônicas ocorreu no séc. XX, onde Alfred
Weneger observou através de mapas que as costas da América do Sul e da África
formavam um encaixe perfeito. A partir de então, levantou a hipótese de que em algum
dia, ambos os continentes estiveram unidos e consequentemente os demais através
dos outros encaixes percebidos, conforme Tassinari (2003, p. 98).

A esse conjunto resultante do aglomerado entre todos os continentes deu o


nome de Pangeia. A fragmentação do supercontinente nas porções então conhecidas
na época teria iniciado ainda na época em que os dinossauros habitavam o planeta
(cerca de 220 milhões de anos).
22

Figura 8 – Pangeia

Fonte: Apollo11, 2006

Na tentativa de comprovar a veracidade da sua hipótese, Weneger reuniu em


uma publicação as evidências que acreditava serem determinantes para comprovar o
fato. Demonstrou alguns tipos de rochas e formações geológicas idênticas
encontrados nos continentes da América do Sul, África e Ásia. Além de também ter
descoberto o fato de que no passado existiu geleiras características em ambos os
lados e de que fósseis de dinossauros da mesma espécie haviam sido descobertos,
de acordo com Tassinari (2003, p. 99).

Porém, ele não conseguiu explicar questões vitais à comunidade científica


como quais eram as forças atuantes na crosta terrestre que impulsionavam os
continentes em direções contrárias afastando-os e, também, por conta da falta de
conhecimento sobre a astenosfera não dispunha de teorias explicativas referentes a
interação entre a crosta e o manto. O que descreditou o seu trabalho por completo.

Na Segunda Guerra Mundial, década de 1940, foram inventados diversos


equipamentos e veículos marinhos que permitiam o rastreamento do relevo do fundo
oceânico. Pesquisadores americanos das Universidades de Columbia e Princeton
observaram através destes levantamentos a presença de falhas na superfície
oceânica e, também, que existiam cadeias de montanhas ativas no mesmo local.
23

Nas expedições realizadas elaboraram um mapeamento de uma destas


cadeias de montanhas, a qual denominaram de Dorsal ou Cadeia Meso-Oceânica.
Com o monitoramento da Dorsal obtiveram dados importantes como a diferença de
temperatura do oceano ao redor da cadeia (mais quente) e também da intensa
atividade vulcânica e sísmica do local.

Anos mais tarde, na década de 1960, estudos sobre as idades das rochas
presentes na cadeia informaram que a superfície do local era composta por rochas
mais novas em relação as camadas constituintes inferiores. Estes resultados fizeram
com que os cientistas voltassem atrás e começassem a considerar verídica a hipótese
de Weneger sobre a Deriva dos Continentes, conforme aponta Tassinari (2003, p.
100).

CARACTERÍSTICAS DAS PLACAS TECTÔNICAS

Conforme explicado por Press et al. (2006, p. 38-39), a movimentação das


placas é controlada pelo calor interno da Terra que escapa através das falhas
existentes no manto sólido, sendo esse processo denominado de convecção.

A litosfera é uma camada frágil que se estende da crosta até a camada superior
do manto e tem uma profundidade de 100 km, envolve a astenosfera que é quente,
dúctil e também está em movimento. Trata-se de uma camada em forma de casca
fragmentada em doze partes que se movem independentemente e chegam a
apresentar variação de deslocamento de alguns centímetros ao ano.

Esta movimentação ocorre por conta da transferência de energia e massa


através do material aquecido que ascende (força de empuxo) em direção a superfície
e do material que adquire densidade na superfície onde se resfria e, em virtude disso,
afunda por ação da força gravitacional, relatam Press et al. (2006, p. 39).
24

Figura 9 – Movimentação das Placas Tectônicas

Fonte: Curso Objetivo, 2017

As placas tectônicas, segundo Press et al. (2006, p. 49), são criadas em limites
divergentes e recicladas em limites convergentes. A origem dos continentes e o
alargamento do fundo oceânico são processos lentos e constantes. O modo do limite
entre as placas e a forma em que acontece a interação entre ambas são fatores
preponderantes na determinação do papel da falha em questão: se de origem de
massa continental ou de renovação da porção existente.

São três os tipos de limites teóricos: limites convergentes, divergentes e


transformantes, de acordo com Press et al. (2006, p. 51):

 Convergentes: Quando duas ou mais placas movimentam-se uma ao em


encontro da outra. Processo onde a placa com maior densidade exerce
pressão na placa mais leve e como resultado desse impacto direciona-
se ao manto por baixo da placa de menor densidade, gerando um lento
e constante processo de renovação da área da placa.

 Divergentes: As placas direcionam-se em sentidos opostos e através da


fenda gerada por esse afastamento o magma ascende a superfície e
aumenta a área da placa.

 Transformantes: É o movimento horizontal de uma placa em relação a


outra, muito similar ao processo de esforço cortante, onde as áreas das
placas permanecem inalteradas.
25

Estes modelos são modelos teóricos, ou seja, idealizados. Existindo um


número maior de limites que são denominados de “oblíquos”, os quais mesclam as
características de limites convergentes ou divergentes as dos limites transformantes,
conforme Press et al. (2006, p. 51).

2.2 TERREMOTOS

2.2.1 TEORIA DO REBOTE ELÁSTICO

Os terremotos, de acordo com Press et al. (2006, p. 470-471), ocorrem por


conta da tensão acumulada ao longo do tempo na interface entre placas tectônicas. A
movimentação das placas faz com que as rochas constituintes destas se deformem.
Quando a tensão atinge um valor maior que a resistência das rochas em questão,
essa energia é liberada através do deslizamento de uma placa em relação a outra,
gerando vibrações no solo (ondas sísmicas) que, segundo Assumpção e Neto (2003,
p. 45), causam as chamadas falhas geológicas (planos de rupturas decorrente do
escorregamento entre placas). Este processo é denominado de Teoria do Rebote
Elástico.

Figura 10 – Teoria do Rebote Elástico

Fonte: PRESS et al., 2006 (Adaptado pelo autor)

2.2.2 PARÂMETROS DE LOCALIZAÇÃO

A profundidade em que o rompimento acontece, gerando as ondas sísmicas,


denomina-se de hipocentro ou foco. O foco é um parâmetro muito importante porque
a medida em que acontece a uma profundidade próxima à superfície, seus efeitos
destrutivos podem se potencializar.
26

O epicentro é a projeção na superfície do ponto onde ocorre a liberação da


energia contida entre as placas. É um fator de suma importância devido ao fato de
que há a possibilidade de que sua ocorrência aconteça em um ponto geográfico
caracterizado por ser uma zona densamente povoada, como por exemplo centros de
metrópoles, e tal fenômeno poderia acarretar em consequências inimagináveis, como
apresentam Assumpção e Neto (2003, p. 45).

Figura 11 – Gráfico sobre Teoria do Rebote Elástico

Fonte: Instituto Piaget, 2013

2.2.3 ONDAS SÍSMICAS

Após a liberação da energia são geradas ondas que, de acordo com Press et
al. (2006, p. 474) e Assumpção e Neto (2003, p. 46-47), são classificadas, de acordo
com o ordenamento de ocorrência e forma de deformação do meio em que acontece,
em Ondas Primárias (P), Ondas Secundárias (S) e Ondas de Superfície.

 Ondas Primárias: É o primeiro tipo de onda emitida. Propagam-se nas


matérias sólidas, líquidas e gasosas e sua velocidade é de
aproximadamente 6 km/s. Tem perfil de ruptura compressional, devido
ao fato de intercalar entre ondas que comprimem e outras que tracionam
as camadas.

 Ondas Secundárias: Propagam-se através de rochas sólidas e são


conhecidas como Ondas de Cisalhamento, por deslocar o material de
forma perpendicular a direção em que se propaga.
27

 Ondas de Superfície: Diferentemente das ondas P e S que se propagam


ao longo da estrutura interna da Terra, este tipo se desenvolve na crosta
(superfície terrestre). São caracterizadas por dois tipos: Love e Rayleigh.

I. Love: “...correspondem a superposições de ondas S


com vibrações horizontais concentradas nas camadas
mais externas da Terra”, segundo Assumpção e Neto
(2003, p. 47).
II. Rayleigh: “...é uma combinação de vibrações P e S
contidas no plano vertical”, ainda segundo os autores.

Figura 12 – Propagação dos diferentes tipos de onda

Fonte: Assumpção e Neto, 2003 (Adaptado pelo autor)

2.2.4 FORMA DE PERCEPÇÃO DE UM TERREMOTO

SISMÓGRAFO

O sismógrafo é o instrumento utilizado para registrar os abalos sísmicos.


Consiste, basicamente, em uma esfera (peso) com uma caneta acoplada fixada a um
perfil metálico, a qual registra em papel ou em dados computadorizados qualquer
movimentação no sentido vertical ou horizontal (dependendo da orientação do
equipamento adotado) até a ordem de 10 −8 cm, de acordo com Press et al. (2003, p.
473).
28

Figura 13 – Sismógrafo

Fonte: Geocities, 2017

O equipamento registra as movimentações do solo através da propriedade de


manter-se inerte em relação ao sentido contrário da onda registrada. Então, por
exemplo, se o movimento de ruptura da onda gerada pelo terremoto for no sentido
vertical, o aparelho mantém-se imóvel na direção horizontal, variando apenas na
direção em que o solo vibrar, no caso vertical.

Figura 14 – Exemplo de Ondas P, S e Superficial registradas no Sismógrafo

Fonte: Press et al., 2006

2.2.5 ESCALAS DE MEDIDA

Existem três formas para aferir ordem de grandeza e/ou de qualificação a um


evento sismológico. Cada uma delas tem uma característica preponderante na forma
em que será obtida o(s) resultado(s). São elas: Escala Richter (Ms), Escala de Mercalli
29

Modificada (MM) e Momento Sísmico (Mo) que origina a escala Mw, de acordo com
Press et al. (2006, p. 477) e Assumpção e Neto (2003, p. 50-54).

ESCALA RICHTER

A Escala Richter determina através de cálculos a magnitude do evento sísmico.


Este método foi concebido pelo americano Charles Richter no século XX, através de
medições realizadas conforme a ocorrência de terremotos a época, e consiste na
classificação do terremoto de acordo com uma escala que varia de forma proporcional
em 1 unidade na Escala Richter para um fator de 10 unidades. Em matéria de energia
liberada, para cada unidade na escala variam, aproximadamente, 33 unidades de
medida de energia liberada.

Figura 15 – Demonstrativo entre diferenças entre magnitudes

Fonte: Lopes e Nunes, 2011

A equação 1 é utilizada para calcular a magnitude de terremotos que


acontecem a grandes distâncias e aplicada somente a sismos de profundidade menor
ou igual a 50 km. Onde A é a amplitude da onda Rayleigh (µm) registrada entre 20° a
100º de distância; T é o período da onda superficial e Δ é distância até o epicentro
(ângulo no centro da Terra entre o epicentro e a estação, onde 1º = 111 km), conforme
Assumpção e Neto (2003, p. 52).

M s = log( A / T ) + 1, 66 log( ∆ ) + 3,3 (1)


30

Existem diversas formulações que descrevem a magnitude de eventos


sísmicos de acordo com particularidades do fenômeno como profundidade epicentral,
tipo de onda, geomorfologia, aspectos particulares do local, etc.

No Brasil, admite-se outra equação, para eventos pequenos a moderados, que


difere da apresentada anteriormente por conta da, praticamente, inocorrência de
sismos a profundidades maiores de 20º ou 2220 km e, também, devido aos períodos
das ondas superficiais não ultrapassarem 20 s. Esta equação denomina a Escala
Regional (mR), apropriada a distâncias que variam entre 200 a 1500 km e ajustada a
litosfera brasileira, de acordo com Assumpção e Neto (2003, p. 52).

mR = log V + 2,3log R − 2, 48 (2)

Sendo:
2π A
V = velocidade de partícula da onda P (µm) dada por: V=
T
R = distância epicentral (km)

A Escala Richter não apresenta limites quanto a valores para a representação


da magnitude de sismos. Assim, pode-se obter valores negativos ou positivos. O
intervalo comumente utilizado varia entre 1 e 10, mas não é regra. A tabela abaixo
exemplifica a relação entre magnitude e quantidade de energia liberada.

Tabela 1 – Relação ente magnitude e energia liberada durante um sismo

ENERGIA LIBERADA OCORRÊNCIAS


MAGNITUDE
[kg de Explosivos] [ANO/MUNDO]
10 56.000.000.000.000 -
9 1.800.000.000.000 < 0,1
8 56.000.000.000 0,3
7 18.000.000.000 10
6 56.000.000 100
5 1.800.000 1.000
4 56.000 10.000
3 1.800 100.000
2 56 1.000.000

Fonte: Press et al., 2006 (Adaptado pelo autor)


31

ESCALA DE MERCALLI

Outra forma de mensurar a atividade sísmica é através da Escala de Mercalli


Modificada. Esta classificação foi elaborada por Giuseppe Mercalli no início do século
XX, e posteriormente adaptada.

Ela classifica os sismos de forma qualitativa e leva em consideração dois


aspectos: a) a percepção de um terremoto quanto a evidências como a sensação, a
movimentação de objetos (móveis, utensílios, etc.), possíveis danos a residências e
estruturas, queda de árvores, mudanças na topografia local e etc. e; b) o contexto do
local de ocorrência ou a sensação obtida em um determinado local de acordo com
características próprias (densidade populacional, áreas urbanizadas, etc.).

Quadro 1 – Escala de Intensidade de Mercalli Modificada

Grau Descrição dos Efeitos Aceleração (g)

Não sentido. Leves efeitos de período longo de terremotos grandes e


I -
distantes.
Sentido por poucas pessoas paradas, em andares superiores ou locais
II <0,003
favoráveis.
Sentido dentro de casa. Alguns objetos pendurados oscilam. Vibração
III parecida à da passagem de um caminhão leve. Duração estimada. 0,004 – 0,008
Pode não ser reconhecido como um abalo sísmico.
Objetos suspensos oscilam. Vibração parecida à passagem de um
IV caminhão pesado. Janelas, louças e portas fazem barulho. Paredes e 0,008 – 0,015
estruturas de madeira rangem.
Sentido fora de casa; direção estimada. Pessoas acordam. Líquido em
V recipiente é perturbado. Objetos pequenos e instáveis são deslocados. 0,015 – 0,04
Portas oscilam, fecham, abrem.
Sentido por todos. Muitos se assustam e saem às ruas. Pessoas
VI andam sem firmeza. Janelas, louças quebradas. Objetos e livros caem 0,04 – 0,08
de prateleiras. Reboco fraco e construção de má qualidade racham.
Difícil manter-se em pé. Objetos suspensos vibram. Móveis quebram.
Danos em construção de má qualidade, algumas trincas em construção
VII normal. Queda de reboco, ladrilhas ou tijolos mal assentados, telhas. 0,08 – 0,15
Ondas em piscinas. Pequenos escorregamentos de barrancos
arenosos.
Danos em construções normais com colapso parcial. Algum dano em
VIII 0,15 – 0,30
construções reforçadas. Queda de estuque e alguns muros de
32

alvenaria. Queda de chaminés, monumentos, torres e caixas d’água.


Galhos quebram-se de árvores. Trincas no chão.
Pânico geral. Construções comuns bastante danificadas, às vezes
IX colapso total. Danos em construções reforçadas. Tubulação 0,30 – 0,60
subterrânea quebrada. Rachaduras visíveis no solo.
Maioria das construções destruídas até nas fundações. Danos sérios a
X barragens e diques. Grandes escorregamentos de terra. Água jogada 0,60 – 1,00
nas margens de rios e canais. Trilhos levemente entortados.
Trilhos bastante entortados. Tubulações subterrâneas completamente
XI ~1–2
destruídas.
Destruição quase total. Grandes blocos de rochas deslocados. Linhas
XII ~2
de visada e níveis alterados. Objetos atirados ao ar.

Fonte: Assumpção e Neto, 2003

MOMENTO SÍSMICO

Os sismólogos atualmente preferem utilizar o método do momento sísmico (Mo)


por conta da sua maior exatidão na definição da magnitude de um terremoto, devido
a observância dos processos físicos decorrentes da ruptura. Os resultados obtidos
levam em conta as propriedades físicas do falhamento e, através de sismogramas e
medições in loco, proporciona maior precisão, conforme apontam Press et al. (2006,
p. 477) e Assumpção e Neto (2003, p. 54).

Mo = µ .D.S (3)

Onde:

µ = módulo de rigidez da rocha que se rompeu;

D = deslocamento médio da falha;

S = área total da superfície de ruptura

2
Mw = log Mo − 6, 0 (4)
3
33

2.2.6 TERREMOTOS INTRAPLACA

A maior parte da atividade sísmica mundial está concentrada nas zonas de


limites entre placas tectônicas. Porém, isso não quer dizer que não há ocorrência de
terremotos em zonas consideradas mais estáveis, como nas regiões intraplaca, de
acordo com Press et al. (2006, p. 482).

Os eventos sísmicos ocorrentes nestas regiões normalmente têm baixa


profundidade de foco e a maioria acontece nas porções continentais. Percebe-se a
constância do acontecimento destes fenômenos em locais com falhas as quais
antigamente faziam parte de limites entre placas distintas. Mesmo o perfil de falha não
pertencendo mais a limites entre placas, ele ainda detém a propriedade de ser uma
zona fraca, segundo os autores.

A profundidades, de acordo com Assumpção e Neto (2003, p. 54), são rasas e


variam entre 30 – 40 km. Já a magnitude dos eventos sismológicos intraplaca costuma
ser baixa até moderada. Mas ainda assim há registros de sismos altamente
destrutivos nestas regiões, como exemplificado na tabela 2 abaixo:

Tabela 2 – Principais terremotos em regiões continentais estáveis

ANO MAGNITUDE (Ms) LOCALIDADE

1811 8,5 Nova Madri, EUA


1812 8,8 Nova Madri, EUA
1819 8,0 Kutch, Índia
1886 7,7 Charleston, EUA
1909 6,6 Costa de Portugal
1918 7,3 Nanaí, China
1929 7,1 Costa leste do Canadá
1932 6,8 África do Sul
1933 7,3 Baía de Baffin, Canadá
1935 7,0 Golfo de Sidra, Líbia
1968 6,8 Meckering, Austrália
1988 6,8 Tenant Creek, Austrália

Fonte: Assumpção e Neto, 2003 (Adaptado pelo autor)


34

O Brasil até pouco tempo era considerado como assísmico. Porém, estudos
realizados a partir de 1970 mostraram que mesmo baixa, a atividade sísmica no país
não pode ser negligenciada, conforme Assumpção e Neto (2003, p. 56)

Os estudos desenvolveram-se de forma substancial após os eventos em Porto


dos Gaúchos/MT e João Câmara/RN que atingiram, respectivamente, magnitudes de
6,2 e 5,1. As hipóteses aceitas presumem que existem falhas localizadas na região
continental da placa Sul-americana e, de forma similar ao que acontece nas regiões
de encontro entre placas distintas, tensões acumulam-se nestas falhas e geram
sismos quando liberam energia. A tabela 3 relaciona alguns dos principais eventos
sísmicos do Brasil.
Tabela 3 – Principais terremotos no Brasil
Nº ANO MAGNITUDE INTENSIDADE LOCALIDADE
(Mb) (mm)
1 1955 6,2 - Porto dos Gaúchos/MT
2 1955 6,1 - Mar, a 300 km de Vitória/ES
3 1939 5,5 >VI Tubarão/SC
4 1983 5,5 VII Cadajás/AM
5 1964 5,4 - Noroeste de MS
6 1990 5,2 - Mar, a 200 km de Porto Alegre/RS
7 1980 5,2 VII Pacajus/CE
8 1922 5,1 VI Mogi-Guaçu/SP
9 1963 5,1 - Manaus/AM
10 1986 5,1 VII João Câmara/RN
11 1998 5,0 VI Porto dos Gaúchos/MT
Fonte: Assumpção e Neto, 2003 (Adaptado pelo autor)

Os sismos podem ocorrer em qualquer local, porém a regiões com maior


suscetibilidade como os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Acre.
Atualmente, não é possível obter um padrão de sismicidade em regiões intraplaca por
conta da indisponibilidade de estudos e nem uma aferição através de cálculos
estatísticos por conta da baixa quantidade de dados obtidos, ainda segundo os
autores.
35

Figura 16 – Mapeamento sísmico brasileiro

Fonte: Sociedade Brasileira de Geofísica, 2016


36

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O presente trabalho tem como objetivo estudar uma das etapas de projeto que
fornece subsídios necessários para a concepção e análise de sistemas estruturais de
edificações que podem sofrer solicitações sísmicas. A análise estrutural em questão
refere-se a projetos no âmbito do Brasil e, portanto, abrangidos pela NBR 15421/2006.

A abordagem será efetuada a partir da apresentação da metodologia de análise


dinâmica para estruturas de engenharia civil. A fim de estudar os métodos
apresentados pela NBR 15421/2006, serão analisados estruturas exemplares com
auxílio do software CYPECAD e, posteriormente, obtidos os respectivos
carregamentos de projeto.

Após a realização da análise em questão, efetuar-se-á a investigação dos


parâmetros relevantes, ou seja, aqueles que interferem significativamente nos
resultados obtidos. Posteriormente, serão postos à prova os resultados e as suas
interpretações apontarão a importância da consideração de carregamentos sísmicos
nos projetos estruturais de edificações e eventuais discrepâncias entre outros que não
os considerem ou particularidades inerentes ao assunto.

3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa é restrita a etapa de definição do carregamento de projeto referente


a verificação do estado limite último de uma estrutura qualquer. A engenharia sísmica
é uma área pouco disseminada no Brasil, então o entendimento quanto ao assunto
tem de abranger desde as questões iniciais como análise dinâmica, definição de
carregamento e etc., até as minúcias do projeto antissísmico como dimensionamento,
detalhamentos das armaduras e entre outros.

Para abordar questões projetuais inicias, não menos importantes, e


especializar nosso trabalho, desenvolver-se-á a pesquisa com o objetivo de analisar
a estrutura e definir as cargas utilizadas posteriormente no dimensionamento. Estas
estruturas limitam-se as de concreto armado. As demais delimitações são
determinadas no capítulo 8.
37

3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS

3.3.1 DEFINIÇÃO OPERACIONAL DAS VARIÁVEIS

O procedimento terá como característica fundamental a observação, através


de teste, do comportamento do sistema estrutural de um edifício de cinco pavimentos
quando este for solicitado por carregamento sísmico. Em decorrência da solicitação,
as variáveis particulares dos métodos de cálculos adotados sofrerão interações,
alterações e processos que irão determinar o seu comportamento.

As variáveis do projeto estrutural ou que interferem no seu resultado e que


devem afetar os resultados obtidos neste trabalho referem-se aos valores
característicos e a caracterização da estrutura, são indicadas abaixo de acordo com
a NBR 15421 (2006):

I. Zoneamento sísmico brasileiro;


II. Classe do terreno;
III. Espectro de resposta de projeto;
IV. Categoria de utilização e Fator de importância;
V. Categoria sísmica;
VI. Sistema básico sismo-resistente;
VII. Configuração estrutural;
VIII. Método de análise sísmica.

Quanto aos métodos de análise dinâmica existem n variáveis que modificarão


o resultado de acordo com as particularidades de cada problema. São basicamente
quanto as características do material empregado no sistema estrutural (massa, rigidez
e amortecimento) e do solo (aceleração, velocidade e deslocamento).

3.3.2 OBTENÇÃO DOS DADOS

Após a apresentação e desenvolvimento do trabalho, aplicar-se-á o


conhecimento obtido através de exemplos em um edifício que será analisado segundo
os métodos das forças horizontais equivalentes e espectral.

Através dos resultados extraídos do software analisar-se-á, através do


conhecimento adquirido durante este trabalho, os parâmetros com maior incidência
38

nos resultados e seu pleno atendimento a NBR 15421/2006, pontuando as parcelas


de maior relevância.

4 NBR 8681/2003: AÇÕES E SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS

4.1 APRESENTAÇÃO

A NBR 8681/2003 apresenta o procedimento referente a definição das cargas


a serem utilizadas quando da análise estrutural e os requisitos de segurança referente
as situações especificadas a cada tipo edifício e sua respectiva adequação ao
contexto inserido.

Estabeleceu-se, no item 4.3.3.2 da referida norma, que para combinações


últimas as cargas permanentes devem ser consideradas na sua totalidade e, de
acordo com o parágrafo d, as ações variáveis têm de considerar uma grande
probabilidade de ocorrência de forma simultânea com a ação excepcional
(correspondente ao valor excepcional representativo). A ação excepcional é
classificada como valor convencional excepcional, pois seu módulo é estabelecido de
duas formas: através da “arbitragem” de um valor excepcional a ser utilizado no projeto
ou conforme acordo estabelecido entre o responsável técnico de forma solidária com
autoridades interessadas.

Para atender aos requisitos específicos de segurança relativo ao estado limite


último as estruturas devem obedecer a seguinte condição:

( , )≥0 (5)

Analisando-se cada esforço solicitante separadamente, simplifica-se a


condição exposta acima de maneira que:

≥ (6)

Onde:

= Esforço resistente de projeto;

= Esforço atuante de projeto.


39

4.2 COMBINAÇÃO ÚLTIMAS EXCEPCIONAIS

No item 5.1.3.3 da NBR 8681/2004, o texto trata sobre as combinações


últimas excepcionais utilizadas para casos que envolvam carregamentos
excepcionais (carregamento devido a sismos, por exemplo). Segundo ela, a força de
projeto ( ) é definida de acordo com a expressão:

%
= . , + , + ⋅ !" ,#$ ⋅ '(, ) (7)
&

Onde:

= Coeficiente para ponderação de ação permanente;

, = Valor característico das ações permanentes;

, = Valor da ação transitória excepcional;

= Coeficiente para ponderação de ação variável;

!" ,#$ = Fator de combinação efetivo correspondente a cada uma das demais

ações variáveis consideradas secundárias que podem agir simultaneamente


com a ação variável principal;

'(, ) = Valor característico das ações variáveis secundárias.

4.2.1 COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO PARA AÇÕES PERMANENTES

O coeficiente de ponderação das ações permanentes ( ) serve como


parâmetro de controle da segurança da estrutura, visto que ele majora as ações que
atuam de forma desfavorável ao sistema e minora as que por ventura atuem no
sentido favorável. Ele advém originalmente do produto entre * e *+ que levam em
conta, respectivamente, a variabilidade das ações e os possíveis erros de avaliação
dos efeitos das ações (seja por problema construtivo e/ou deficiência do método de
cálculo empregado). Seu valor é determinado conforme características como tipologia
do processo construtivo seja referente à estrutura ou elementos não estruturais e
equipamentos permanentes que serão alocados na estrutura e que condicionam a
40

variação das ações correspondentes. A tabela 1 da NBR 8681/2004 fornece valores


para de duas formas, escolhidas de forma conveniente ao projetista: considerando
cada ação permanente de forma separada ou o somatório de todas ações
permanentes. A tabela a seguir apresenta os valores de importantes ao contexto
do presente trabalho:
Tabela 4 – Coeficientes de ponderação das ações permanentes

Fonte: NBR 8681, 2003 (Adaptado pelo autor)

4.2.2 COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO PARA AÇÕES VARIÁVEIS

Já o coeficiente de ponderação das ações variáveis ( ) também tem a função


de fornecer proteção a análise majorando os danos potencias e minorando os
possíveis benefícios de determinado carregamento. Porém, ele é definido como sendo
igual a 1 nas tabelas 4 e 5 da NBR 8681/2003, pois considera a probabilidade da
ocorrência de forma simultânea entre a totalidade da carga permanente majorada, a
carga sísmica e a combinação reduzida as cargas variáveis.

Tabela 5 – Coeficientes de ponderação das ações variáveis

Fonte: NBR 8681, 2003 (Adaptado pelo autor)


41

4.2.3 FATOR DE COMBINAÇÃO

Considerando a chance pequena da simultaneidade entre os carregamentos, o


fator de combinação ( !" ,#$ ) determina a parcela percentual da carga variável que

deve ser considerada quando da análise do estado limite último. Conforme apontado
na tabela abaixo (Tabela 6 da NBR 8681/2003):

Tabela 6 – Valores dos fatores de combinação (ψ0)

Fonte: NBR 8681, 2003 (Adaptado pelo autor)

Após conhecida a equação da combinação de cálculo, suas parcelas e as


tabelas que apresentam os fatores utilizados através da sua classificação, pode-se
aprofundar o conhecimento acerca da norma de projeto de estruturas sismo
resistentes.

5 NBR 15.421/2006: Projeto de estruturas sismo resistentes

A NBR 15.421/2006 foi concebida para complementar os requisitos gerais de


segurança da NBR 8681/2003 e definiu o procedimento necessário para a concepção
de projetos e análise de estruturas resistentes a abalos sísmicos, conforme aponta
Thölken (2013, p.16). De acordo com Parisenti (2011, p.74), ela também assumiu
papel de complemento as demais normas técnicas referentes ao projeto estrutural.
42

Portanto, faz-se requisito legal a sua consideração quando da concepção de


projeto estrutural em âmbito nacional, sendo a sua não observância passível de
penalização jurídica. Em contrapartida, como veremos adiante, a análise dinâmica não
é obrigatória em todo o território em função do zoneamento sísmico.

5.1 REQUISITOS GERAIS DE SEGURANÇA

Entre os requisitos de segurança há os que variam de acordo com a


peculiaridade do tipo de material em que estrutura será constituída, de modo que as
estruturas de concreto armado devem atender às especificações da NBR 6118, as
estruturas de aço da NBR 8800 e as fundações da NBR 6122, e os apresentados na
NBR 15421 definem que:

• Deve ser verificada a condição quanto a deslocamentos excessivos em


função do estado limite de serviço (não é objeto deste trabalho);
• Considera-se para efeitos de análise e definição de carga o regime
inelástico da estrutura quanto a sua capacidade de dissipação de
energia.

Os valores característicos para efeito desta norma são aqueles que têm 10%
de probabilidade de serem ultrapassados durante o período de 50 anos, ou seja,
aqueles que correspondem a um período de retorno de 475 anos.

5.2 VALOR CARACTERÍSTICO DAS AÇÕES SÍSMICAS

5.2.1 ZONEAMENTO SÍSMICO BRASILEIRO

A NBR 15421/2006 divide o território brasileiro em cinco zonas denominadas


“zonas sísmicas”, numeradas de 0 a 4, em que o parâmetro para classificação foi a
aceleração característica de projeto em relação a terrenos rochosos (Classe B).
43

Figura 17 – Zoneamento sísmico

Fonte: NBR 15421, 2006 (Adaptado pelo autor)

5.2.2 CLASSE DO TERRENO

A classe do terreno é o parâmetro pelo qual classifica-se o solo existente de


acordo com a sua velocidade de propagação das ondas sísmicas. Basicamente
avalia-se a velocidade média de propagação da onda de cisalhamento ou, quando
- ./0 .
desconhecida, a quantidade de golpes N

Esta avaliação permite a determinação do quão rígido é a massa de solo


presente no solo. Isso é possível pois a velocidade de propagação e a quantidades
de golpes do Ensaio SPT estão diretamente relacionadas à rigidez da porção de solo.
A medida em que é maior a rigidez do solo, maior a velocidade de propagação, ou
seja, menor o período da onda sísmica.

No caso da NBR 15421/2006 para efeito de classificação é analisada a camada


correspondente aos últimos 30 m de espessura do local onde será implantada à
edificação. Quando as camadas apresentam considerada heterogeneidade, são
44

analisadas através dos seus valores médios, obtidos de acordo com a soma das “n”
camadas presentes.

∑4
-2 =
1 567
(8)
∑4
567 8 95

∑4
-=
: 567
(9)
∑4
567 ; 95

Onde:

-2 =
1 velocidade média de propagação de ondes de cisalhamento;

-=
: número médio de golpes no ensaio SPT;

<= espessura de cada uma das camadas do subsolo;

Abaixo segue a categorização adotada pela norma:

Tabela 7 – Classes do terreno

DESIGNAÇÃO DA CLASSE PROPRIEDADES MÉDIAS PARA OS 30 m SUPERIORES DO TERRENO


CLASSE DO TERRENO
DO TERRENO ?@ A -
B
A Rocha Sã C̅E ≥ 1500 m/s Não aplicável
B Rocha 1500 m/s ≥ C̅ ≥ 760 m/s Não aplicável

C
Rocha alterada ou Solo 760 m/s ≥ C̅ ≥ 370 m/s - ≥ 50
N
muito rígido
D Solo rígido 370 m/s ≥ C̅ ≥ 180 m/s - ≥ 15
50 ≥ N
Solo mole C̅E M 180 m/s - M 15
N
E
- Qualquer perfil, incluindo camada com mais de 3 m de argila mole
1) Solo exigindo avaliação específica como:
Solos vulneráveis à ação sísmica, como solos liquefazíveis, argilas muito
F - sensíveis e solos colapsíveis fracamente cimentados;
Turfa ou argilas muito orgânicas;
Argilas muito plásticas;
Estratos muito espessos (≥ 35 m) de argila mole ou média.

Fonte: NBR 15421, 2006 (Adaptado pelo autor)

5.2.3 ESPECTRO DE RESPOSTA DE PROJETO

O espectro de resposta de projeto ( =(>)), em relação as acelerações


horizontais, mensura a resposta elástica de uma estrutura com um grau de liberdade
45

com amortecimento de 5%. Têm como variáveis que o definem a aceleração sísmica
horizontal característica (= ), definida em intervalos predefinidos de 0,0 e 1,0 s, e a
classe do terreno. Adiante, seguem as formulações utilizadas para sua definição:

PQ
=(>) = = 2! (18,75. >. P + 1,0) (10)
R

=(>) = 2,5= 2! (11)

=(>) = = 2 /> (12)

A formula 10 é utilizada para intervalos entre 0 ≤ T ≤ Cv×Ca×0,08, já a fórmula


11 é adequada para o intervalo Cv/Ca×0,08 ≤ T ≤ Cv/Ca×0,4 e a apresentada sob o
número 12 é a indicada para períodos onde T ≥ Cv/Ca×0,4.

Os parâmetros = 2! e = 2 são, respectivamente, as acelerações espectrais


obtidas para os períodos 0,0 s e 1,0 s e consideram o efeito amplificador sísmico no
solo. São dados de acordo com as seguintes expressões:

= 2! = TU . = (13)

= 2 = T8 . = (14)

Já as parcelas TU e T8 são os fatores de amplificação sísmica do solo, definidos


nos períodos 0,0 s e 0,1 s em função da aceleração característica de projeto = e da
classe do terreno. Esta relação é registrada conforme a Tabela 3 – Fatores de
amplificação sísmica no solo da NBR 15421/2006, expressa abaixo:

Tabela 7 – Classes do terreno

CLASSE DO U 8
TERRENO = M 0,10V = = 0,15V = M 0,10V = = 0,15V
A 0,80 0,80 0,80 0,80
B 1,00 1,00 1,00 1,00
C 1,20 1,20 1,70 1,70
D 1,60 1,50 2,40 2,20
E 2,50 2,10 3,50 3,40

Fonte: NBR 15421, 2006 (Adaptado pelo autor)


46

5.3 CATEGORIZAÇÃO DA ESTRUTURA

Percebe-se, através dos estudos de Parisenti (2011, p. 75-76) e Dantas (2013,


p. 85-86), que a NBR 15421/2006 preconiza sobretudo a segurança e o conforto dos
usuários, assim como toda normatização referente a sistemas estruturais de
engenharia civil. É de suma importância o pleno conhecimento do objeto que será
analisado, neste caso o sistema estrutural, a ponto de destrinchá-lo e classificá-lo de
forma que a determinação das suas características e de seus fatores relevantes sejam
fidedignos.

A norma apresenta no item 7 os fatores intervenientes para definição da


categoria sísmica, que, por sua vez, são condicionantes para definição das
classificações quanto aos sistemas estruturais permitidos, limitações impostas pela
presença de irregularidades na forma da estrutura, necessidade de projeção frente a
atividades sísmicas e os tipos de análises adequadas a cada situação.

Cada estrutura deve ser classificada com uma categoria de utilização. A


tipologia determinada induz a um fator de importância de utilização (I) que está
atrelado a categoria determinada e quantifica a relevância da análise sísmica da
estrutura em questão, podendo adicionar uma parcela em favor da segurança na
ordem entre 25 a 50%, dependendo da categoria selecionada. Se na estrutura houver
área classificada em mais de uma categoria, deve-se considerar a mais alta.

Tabela 8 – Categorização da estrutura e fator de importância

CATEGORIA DE FATOR
NATUREZA DE OCUPAÇÃO
UTILIZAÇÃO I
I Todas estruturas não classificadas como de categoria II e III 1,00
Estruturas de importância substancial para a preservação da vida humana no caso de
ruptura, incluindo, mas não estando limitadas às seguintes:
Estruturas em que haja reunião de mais de 300 pessoas em uma única área
Estruturas para educação pré-escolar com capacidade superior a 150 ocupantes
Estruturas para escolas primárias ou secundárias com mais de 250 ocupantes
Estruturas para escolas superiores ou para educação de adultos com mais de 500
ocupantes
II Instituições de saúde para mais de 50 pacientes, mas sem instalações de tratamento de 1,25
emergência ou para cirurgias
Instituições penitenciárias
Quaisquer outras estruturas com mais de 5000 ocupantes
Instalações de geração de energia, de tratamento de água potável, de tratamento de
esgotos e outras instalações de utilidade pública não classificados como de categoria III
Instalações contendo substâncias químicas ou tóxicas cujo extravasamento possa ser
perigoso para a população, não classificados como de categoria III
47
perigoso para a população, não classificados como de categoria III
Estruturas definidas como essencias, incluindo, mas não estando limitadas às seguintes:

Instituições de saúde com instalações de tratamentos de emergência ou para cirurgias


Prédios de bombeiros, de instituições de salvamentos e policiais e garagens para veículos
de emergência
Centros de coordenação, comunicação e operação de emergência e outras instalações
necessárias para resposta em emergência
Instalações de geração de energia e outras instalações necessárias para a manutenção em
III 1,50
funcionamento das estruturas classificadas como de categoria III
Torres de controles de aeroportos, centros de controle de tráfego aéreo e hangares de
aviões de emergência
Estações de tratamentos de águas necessárias para a manutenção de fornecimento de
água para combate ao fogo
Estruturas com funções críticas para a Defesa Nacional
Instalações contendo substâncias químicas ou tóxicas consideradas altamente perigosas,
conforme classificação de autoridade governamental designada para tal

Fonte: NBR 15421, 2006 (Adaptado pelo autor)

5.3.1 CATEGORIA SÍSMICA

A categoria sísmica é uma classificação realizada em função do zoneamento


sísmico brasileiro definido na NBR 15421/2006. Para cada estrutura deve ser definida
uma categoria. Segundo Dantas (2013, p. 92), esta classificação é preponderante na
definição dos seguintes parâmetros:

 Considera a geometria da estrutura e pode restringir as irregularidades


que porventura existirem na sua configuração;
 Condiciona o sistema sismo-resistente aplicável à estrutura objeto do
estudo;
 Define os tipos de análises sísmicas adequados.

Tabela 9 – Categoria sísmica

ZONA SÍSMICA CATEGORIA SÍSMICA


Zonas 0 e 1 A
Zona 2 B
Zonas 3 e 4 C

Fonte: NBR 15421, 2006 (Adaptado pelo autor)

Em seu trabalho Parisenti (2011, p. 78-80) relatou a influência do tipo de solo


quanto a propagação da onda sísmica e, consequentemente, seus efeitos. O autor
evidenciou a importância dos parâmetros apontados na definição de risco sísmico por
48

Lopes e Nunes (2011, p. 97) e apresentou os comportamentos dos diferentes tipos de


solo frente a ação de ondas sísmicas.

Segundo o autor, a interface entre o solo e a estrutura é responsável pela


transmissão da ação sísmica ao sistema. Esse fenômeno é conhecido como
“interação solo-estrutura”. Os agentes que influenciam nessa relação são
basicamente a tipologia estrutural e as propriedades do solo de fundação. Deduz-se
de suas definições os seguintes comportamentos dos diferentes tipos de solos:

 Estruturas assentadas sobre solo:


a. Sedimentar: Amplificam as vibrações geradas por ondas
sísmicas, devido à baixa velocidade de propagação das ondas de
cisalhamento, e propiciam danos potencias as estruturas.
b. Rochoso: Este material detém maior densidade em relação ao
anterior e esta propriedade lhe confere um meio capaz de
propagar as ondas sísmicas com velocidade bem superior.

5.3.2 REQUISITOS DE ANÁLISE PARA CATEGORIA SÍSMICA A

Quanto as estruturas localizadas na zona sísmica 0 não há exigência de


requisito de resistência. Para as estruturas localizadas na zona 1 devem ser
projetados sistemas estruturais resistentes as forças sísmicas horizontais em duas
direções ortogonais distintas além de um mecanismo resistente a torção. A estrutura
deve resistir as cargas horizontais aplicadas de forma simultânea a todos os
pavimentos e de forma independente nas direções ortogonais. A força sísmica de
projeto em relação a um determinado pavimento ( W ) é dada pela seguinte equação:

W = 0,01. XW (15)

Onde:

W = Força sísmica de projeto correspondente ao piso x;

XW = Peso total da estrutura correspondente ao piso x, incluindo o peso


operacional de todos os equipamentos fixados na estrutura e dos
reservatórios de água. Nas áreas de armazenamento e estacionamento,
este peso deve incluir 25% da carga acidental.
49

Segundo Parisenti (2011, p. 76), estruturas nesta zona necessitam abranger


outras condições, conforme trecho transcrito:

Estruturas projetadas na zona sísmica 1 devem também atender aos


requisitos prescritos nos itens 8.1, 8.1.1 e 8.9 da NBR 15421. Tais itens
prescrevem sobre as distribuições das rigidezes da estrutura que devem
preferencialmente evitar descontinuidades bruscas e assimetrias bem como
o uso de diafragmas horizontais de elevada capacidade de dissipação de
energia. Além disso, citam-se sobre o dimensionamento os cuidados a serem
tomados, mantendo a ligação de todas as partes da estrutura (inclui-se, nesse
caso, as paredes) com o sistema sismo-resistente, conforme NBR
15421:2006. (PARISENTI, 2011, p. 76).

5.3.3 REQUISITOS DE ANÁLISE PARA CATEGORIAS SÍSMICAS B E C

O texto normativo indica que estruturas categorizadas como B e C devem ser


analisadas com um dos seguintes métodos:

 Método das forças horizontais equivalentes;


 Método espectral;
 Análise sísmica com históricos de acelerações no tempo.

Ainda de acordo com Parisenti (2011, p. 76), estruturas nas categorias B e C


também necessitam atender aos seguintes requisitos:

Além dos requisitos sísmicos exigidos para a zona sísmica 1, também se


prescrevem, para as categorias “B” e “C”, os demais itens da seção 8 da NBR
15421 que devem ser atendidos, como quanto aos tipos de sistemas sismo-
resistentes possíveis, considerados na norma (sistemas compostos por
pilares paredes, pórticos ou tipo pêndulo invertido, podendo variar também
de acordo com o tipo de detalhamento dos elementos – usual, intermediário
ou especial, ou uma combinação de diferentes sistemas resistentes conforme
descrito na Tabela 6 da NBR 15421), limites de irregularidades verticais e dos
diafragmas horizontais bem como critérios para modelagem da estrutura,
conforme NBR 15421:2006. (PARISENTI, 2011, p. 76).

5.4 REQUISITOS SÍSMICOS

Todo sistema estrutural deve ser projetado objetivando ter rigidez capaz de
garantir estabilidade, adequada resistência para ser funcional em detrimento dos
carregamentos solicitantes e capacidade de dissipação de energia a fim de se obter
capacidade de transferência das cargas até as fundações e, posteriormente, ao solo.
Estas propriedades devem considerar o sentido vertical, duas direções ortogonais
horizontais e, também, mecanismo de resistência a esforços de torção, em relação a
ações sísmicas.
50

A NBR 15421/2006 estabelece, no conjunto do item 8, uma série de requisitos


que um sistema de estrutural tem de atingir para garantir a proteção frente a eventos
sísmicos. Inicialmente cabe destacar que sistemas localizados na categoria A devem
atender somente às prescrições expressar nos itens 8.1, 8.1.1 e 8.9 e as demais a
todos os demais itens pertinentes, conforme transcrito anteriormente de Parisenti
(2011, p. 76-77).

Todo projeto deve dotar um sistema contínuo de transferência de cargas. Este


componente deve ser capaz de induzir a carga desde o local de aplicação até o solo.
Deve-se evitar descontinuidades bruscas, proporcionando uniformidade para a
geometria da estrutura a fim de se obter simetria de massa e rigidez. Assim, o conjunto
obterá maior resistência e contribuirá para alcançar a redundância geométrica, onde
todos os elementos devem estar conectados ao sistema básico sismo-resistente
através dos diafragmas horizontais.

Figura 18 – Distribuição do carregamento sísmico na estrutura

Fonte: Dantas, 2013


51

5.4.1 SISTEMAS BÁSICOS SISMO-RESISTENTES

A norma define como Sistema básico sismo-resistente o conjunto que deve ser
projetado para resistir às forças sísmicas. Conforme relata Thölken (2013, p. 46),
“Sistemas estruturais formados por linhas de elementos sismo-resistentes verticais e
conectados por elementos horizontais com capacidade de dissipação de energia são
recomendados”. Este sistema deve ser capaz de absorver e transmitir o carregamento
até às fundações.

A tabela 6 da NBR 15421/2006 apresenta os tipos de sistemas básico sismo-


resistentes existentes. Cada sistema propicia uma reposta de acordo com a sua
tipologia e propriedades (que podem ser do material empregado e/ou da combinação
de diferentes materiais). A partir desta tabela obtém-se as seguintes informações:

 Coeficiente de modificação de resposta (R);


 Coeficiente de sobre-resistência (Ωo);
 Coeficiente de amplificação de deslocamentos (Cd).

Tabela 10 – Sistemas básicos sismo-resistentes e respectivos coeficientes de projeto


COEFICIENTE COEFICIENTE DE
COEFICIENTE
DE AMPLIFICAÇÃO
SISTEMA BÁSICO SISMO- DE SOBRE-
MODIFICAÇÃO DE
RESISTENTE RESISTÊNCIA
DE RESPOSTA DESLOCAMENTOS
Ωo
R Cd
Pilares-parede de concreto com
5,00 2,50 5,00
detalhamento especial
Pilares-parede de concreto com
4,00 2,50 4,00
detalhamento usual
Pórticos de concreto com
8,00 3,00 5,50
detalhamento especial
Pórticos de concreto com
5,00 3,00 4,50
detalhamento intermediário
Pórticos de concreto com
3,00 3,00 2,50
detalhamento usual
Pórticos de aço momento-resistentes
8,00 3,00 5,50
com detalhamento especial
Pórticos de aço momento-resistentes
4,50 3,00 4,00
com detalhamento intermediário
Pórticos de aço momento-resistentes
3,50 3,00 3,00
com detalhamento usual
Pórticos de aço contraventados com
6,00 2,00 5,00
treliça, com detalhamento especial
52

COEFICIENTE COEFICIENTE DE
COEFICIENTE
DE AMPLIFICAÇÃO
SISTEMA BÁSICO SISMO- DE SOBRE-
MODIFICAÇÃO DE
RESISTENTE RESISTÊNCIA
DE RESPOSTA DESLOCAMENTOS
Ωo
R Cd
Pórticos de aço contraventados com
3,25 2,00 3,25
treliça, com detalhamento usual
Sistema dual, composto de pórticos
com detalhamento especial e pilares-
7,00 2,50 5,50
parede de concreto com
detalhamento especial
Sistema dual, composto de pórticos
com detalhamento especial e pilares-
6,00 2,50 5,00
parede de concreto com
detalhamento usual
Sistema dual, composto de pórticos
com detalhamento especial e pórticos
7,00 2,50 5,50
de aço contraventados em treliça
com detalhamento especial
Sistema dual, composto de pórticos
com detalhamento intermediário e
6,50 2,50 5,00
pilares-parede de concreto com
detalhamento especial
Sistema dual, composto de pórticos
com detalhamento intermediário e
5,50 2,50 4,50
pilares-parede de concreto com
detalhamento usual
Sistema dual, composto de pórticos
com detalhamento usual e pilares-
4,50 2,50 4,00
parede de concreto com
detalhamento usual

Estruturas do tipo pêndulo invertido e


2,50 2,00 2,50
sistemas de colunas em balanço

Fonte: NBR 15421, 2006 (Adaptado pelo autor)

Utilizam-se estes coeficientes para obter-se as forças sísmicas de projeto e os


deslocamentos. Segundo Dantas (2013, p. 94), o coeficiente de modificação de
resposta (R) indica a capacidade de ductilidade global dos elementos da estrutura, em
linhas gerais “(...) o coeficiente de modificação reflete as características de absorção
e dissipação de energia da estrutura resistente em função do tipo da estrutura e dos
materiais utilizados.”.

De acordo com Parisenti (2011, p. 84), o coeficiente de sobre resistência (Ωo)


“corrige os resultados às forças reduzidas obtidos a partir do coeficiente R nos
elementos que devem continuar tendo comportamento elástico linear durante o sismo
53

– caso, por exemplo, de elementos predominantemente comprimidos.”. Já o


coeficiente de amplificação de deslocamento (Cd) “corrige os deslocamentos obtidos
com as forças reduzidas devido ao coeficiente R. Assim, todas as respostas obtidas
em termos de deslocamentos devem ser corrigidas, sendo multiplicadas pelo fator
Cd/R.”.

Não há impedimento quanto a utilização de dois sistemas básicos sismo-


resistentes, desde que sejam combinados um pórtico sismo-resistente a outro tipo de
estrutura. Sendo que no mínimo 25% da totalidade das cargas sísmicas devem ser
resistidas pelo pórtico. Denomina-se esta combinação como Sistema Dual.

Além da utilização de sistema dual, é permitida a combinação das resistências


de sistemas diferentes para análise em duas direções ortogonais, utilizam-se os
coeficientes (R, Ωo e Cd) correspondentes ao sistema sismo-resistente empregado
em cada direção no sentido mais desfavorável. Existindo irregularidade no sentido
vertical em um mesmo sistema resistente, não se aplica a utilização da situação mais
desfavorável.

5.5 CONFIGURAÇÃO ESTRUTUTAL

Toda estrutura de categoria sísmica B e C deve ser categorizada, em função


da geometria no plano e verticalmente, como regular ou irregular. A partir do item 8.3,
a NBR 15421/2006 expressa as condições para a classificação dos sistemas.

5.5.1 DEFORMABILIDADE DOS DIAFRAGMAS

A NBR 15421/2006 define como diafragma flexível aquele em que a máxima


deflexão horizontal transversal a um eixo da estrutura paralelo ao eixo do diafragma,
medida com relação à média dos deslocamentos relativos de pavimento dos pontos
extremos deste eixo, for mais do que o dobro da média dos deslocamentos relativos
dos pontos extremos. E diafragma rígido, quando de concreto, aquele em que a
relação entre o vão e a profundidade é menor que 3,0, desde que não apresente
irregularidade estrutural no plano, conforme a tabela 11 apresentada adiante.
54

Figura 21 – Diafragma rígido e diafragma flexível

Fonte: Dantas, 2013

5.5.2 IRREGULARIDADES NO PLANO

Para ser considerada como contendo irregularidade horizontal (no plano), basta
que a estrutura contenha um ou mais de irregularidades apontadas na tabela 11 a
seguir. Cada tipo irregular está associado a uma particularidade de projeto. Sendo que
as estruturas classificadas com irregularidade do tipo 1 não precisam considerar seus
efeitos quando em prédio de até dois pavimentos.

Figura 20 – Irregularidades no plano

Fonte: Dantas, 2013

Tabela 11 – Tipos de irregularidades estruturais na horizontal

TIPO DE
DESCRIÇÃO DA IRREGULARIDADE
IRREGULARIDADE
Irregularidade torsional, definida quando em uma elevação, o deslocamento
relativo de pavimento em uma extremidade da estrutura, avaliado incluindo
a torção acidental, medido transversalmente a um eixo, é maior do que 1,2
1 vez a média dos deslocamentos relativos dos pavimentos nas duas
extremidades da estrutura, ao longo do eixo considerado. OS requisitos
associados à irregularidade torsional não se aplicam se o diafragma for
classificado como flexível, de acordo com o item 8.3.1
Descontinuidades na trajetória de resistência sísmica no plano, como
2
elementos resistentes verticais consecutivos com eixo fora do mesmo plano
55

Os elementos verticais do sistema sismo-resistente não são paralelos ou


3
simétricos em relação aos eixos ortogonais principais deste sistema

Fonte: NBR 15421, 2006 (Adaptado pelo autor)

5.5.3 IRREGULARIDADES NA VERTICAL

As estruturas que apresentarem uma ou mais das irregularidades apresentadas


a seguir na tabela 12, devem considerar seus efeitos quando da análise sísmica.
Segundo Dantas (2013, p. 102), “(...) deverão ser projetadas considerando os efeitos
sísmicos na direção vertical (YZ ) ...”. De acordo com a norma, aquelas em que houver
irregularidade do tipo 5 têm de serem limitadas a até dois pavimentos bem como a 9
m de altura.

Figura 21 – Irregularidades na vertical

Fonte: Dantas, 2013

Tabela 12 – Tipos de irregularidades estruturais na vertical

TIPO DE
DESCRIÇÃO DA IRREGULARIDADE
IRREGULARIDADE

Descontinuidades na trajetória de resistência sísmica na vertical, como


elementos resistentes verticais consecutivos no mesmo plano, mas com eixos
4
afastados de uma distância maior do que seu comprimento ou quando a
resistência entre elementos consecutivos é maior no elemento superior

Caracterização de um "pavimento extremamente fraco", como aquele em que a


sua resistência lateral é inferior a 65% da resistência do pavimento
5
imediatamente superior. A resistência lateral é computada como a resistência
total de todos os elementos sismo-resistentes presentes da direção considerada.

Fonte: NBR 15421, 2006 (Adaptado pelo autor)


56

5.5.4 EFEITOS DO SISMO VERTICAL E DO SISMO HORIZONTAL COM


SOBRE-RESISTÊNCIA

Os elementos estruturais (pilares, vigas, lajes e treliças) que suportarem


pórticos e paredes sismo-resistentes, segunda a norma, e apresentarem
irregularidades dos tipos 2 e 4, têm de serem projetados considerando os efeitos
sísmicos na direção vertical (YZ ), também aqueles em virtude do sismo horizontal com
efeito de sobre-resistência (Y [ ). Deve-se considerar o sentido mais desfavorável,
sendo os efeitos determinados através das seguintes expressões:

U]9^
YZ = 0,5 \ _.` (16)

Sendo:

YZ = Efeito sísmico na direção vertical;

= 2! = Aceleração espectral obtida no período de 0,0 s;

V= Aceleração da gravidade;

`= Efeitos das cargas gravitacionais.

Y [ = ab. Y[ (17)

Onde:

Y [ = Efeitos do sismo horizontal, inclusive sobre-resistência;

ab = Coeficiente de sobre-resistência, conforme a tabela 10;

Y[ = Efeito do sismo horizontal.

5.5.5 DIREÇÃO DAS FORÇAS SÍSMICAS

Para a análise sísmica, a direção de aplicação das forças sísmicas a ser


considerada deve ser aquela que produz o efeito mais crítico à estrutura. Aplicam-se
as forças separadamente em cada direção horizontal ortogonal e verificam-se seus
57

efeitos desconsiderando a sobreposição, ou seja, cada força de forma isolada,


conforme expressa a NBR 15421/2006.

Adiciona-se uma parcela de 30% das cargas aplicadas na direção


perpendicular a direção horizontal analisada quando uma estrutura de categoria C
apresentar irregularidade do tipo 3, além de 100% das cargas horizontais aplicada a
mesma direção

5.5.6 LIMITAÇÕES DOS DESLOCAMENTOS

O texto normativo reforça o que foi dito anteriormente, o sistema estrutural


sismo-resistente deve ser contínuo. Se o projeto estrutural prever juntas entre
estruturas, deve-se dotar as partes de uma distância adequada que permita a
movimentação, provindas dos deslocamentos, dos edifícios. Há necessidade de se
verificar os deslocamentos absoluto (cW ) e relativo a cada elevação (∆W ). A tabela
abaixo, extraída da norma, determina os limites de deslocamento relativo:

Tabela 13 – Limitação para deslocamentos relativos de pavimento (∆W )

CATEGORIA DE UTILIZAÇÃO

I II III
0,020 ⋅ ℎ 2W 0,015 ⋅ ℎ 2W 0,010 ⋅ ℎ 2W

Fonte: NBR 15421, 2006 (Adaptado pelo autor)

5.6 ANÁLISE SÍSMICA PELO MÉTODO DAS FORÇAS HORIZONTAIS


EQUIVALENTES

Consoante com o estudo de Parisenti (2011, p. 81) e o texto da NBR


15421/2006, este método determina a força horizontal total na base da estrutura. O
resultado obtido é distribuído a todos os pavimentos, denominados de elevações pela
norma. Como resultados são obtidas as forças sísmicas horizontais e de torção. Ao
considerar, além das forças sísmicas, a rigidez da estrutura obtêm-se os
deslocamentos (relativos e absolutos), assim como os efeitos de segunda ordem. A
força horizontal na base da estrutura é determinada conforme a equação a seguir:
58

f = T2 . X (18)

Onde:

T2 = Coeficiente de resposta sísmica;

X= Peso total da estrutura.

Sendo:

g,h.(U 2!/ )
T2 = (19)
(i/j)

O coeficiente de resposta sísmica está limitado a no mínimo T2 = 0,01 e no


máximo:

g,h.(U 2 / )
T2 = (20)
k(i/j)

Onde:

>= Período natural da estrutura.

5.6.1 DETERMINAÇÃO DO PERÍODO DA ESTRUTURA

Determina-se o período natural da estrutura (>) através de um processo de


análise modal, conforme consta no texto normativo e relata Parisenti (2011, p. 82), e
considera as características referentes a massa e mecânica da estrutura. Esta
avaliação limita o período ao produto do coeficiente de limitação do período (Tlm ) pelo
período natural aproximado da estrutura (>U ), este período é definido conforme a
expressão abaixo:

>U = Tk . ℎ% W (21)

Sendo:

Tk = Coeficiente de período natural da estrutura;

ℎ% = Altura da estrutura acima da base [m].


59

A seguir são apresentadas as condições para obtenção do coeficiente de


período da estrutura (Tk ) e do , conforme determina a NBR 15421/2006:

Tabela 14 – Relação tipo de estrutura - k e

COEFICIENTE DE
PERÍODO DA u TIPO DE ESTRUTURA
ESTRUTURA (no )
Para estruturas em que as forças sísmicas horizontais são 100%
resistidas por pórticos de aço momento-resistentes, não sendo
0,0724 0,80
estes ligados a sistemas mais rígidos que impeçam sua livre
deformação quando submetidos à ação sísmica

Para estruturas em que as forças sísmicas horizontais são 100%


resistidas por pórticos de concreto, não sendo estes ligados a
0,0466 0,90
sistemas mais rígidos que impeçam sua livre deformação quando
submetidos à ação sísmica

Para estruturas em que as forças sísmicas horizontais são


0,0731 0,75 resistidas em parte por pórticos de aço contraventados com
treliças

0,0488 0,75 Para todas as outras estruturas

Fonte: NBR 15421, 2006 (Adaptado pelo autor)

Como alternativa, também é permitida a determinação do período da estrutura


através do método analítico, de acordo com os preceitos da norma e a como apresenta
Dantas (2013, p. 108) em seu estudo.

5.6.2 DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DAS FORÇAS SÍSMICAS

Determinada a força horizontal total na base da estrutura, pode-se definir a


força vertical aplicada em cada pavimento, conforme relata Parisenti (2011, p. 85). A
força aplicada ( W ) é dada pela equação:

W = T8W . f (22)

Sendo o Coeficiente de distribuição vertical (T8W ) determinada pela expressão:

r
pq . [q
T8W =
∑4 r (23)
5t7 s5 .["
60

Onde:

XW e X = parcelas do peso efetivo total que correspondem às elevações i ou


x, respectivamente;

ℎ e ℎW = alturas entre a base e as elevações i ou x, respectivamente;

)= expoente de distribuição, relacionado ao período natural da


estrutura T, com os seguintes valores:

 Estruturas com período < 0,5 s, ) = 1,0;


 Estruturas com período 0,5 s ≤ T ≤ 2,5 s, ) = (> + 1,5)/2;
 Estruturas com período > 2,5 s, ) = 2,0.

Figura 22 – Distribuição vertical das forças sísmicas

Fonte: Dantas, 2013

5.6.3 EFEITOS TORSORES

Deve-se incluir na análise, de acordo com a NBR 15421/2006, um momento de


torção inerente (vw ) em cada pavimento. Este momento é causado em razão da
excentricidade de massa em relação aos centros de rigidez e sofre acréscimo de um
momento torsional acidental (vwU ), determina-se considerando um deslocamento do
centro de massa em cada direção igual a 5% da dimensão da estrutura paralela ao
eixo perpendicular à direção de aplicação das forças horizontais. Se houver aplicação
simultânea de forças horizontais, considera-se a condição mais crítica à estrutura.
61

Ao se analisar estruturas da categoria sísmica C e que apresentem


irregularidade estrutural no plano do tipo 1, multiplicam-se os momentos torsionais
adicionais (vwU ) em cada pavimento pelo fator de amplificação torsional (xW ). Este
fator condiciona a análise frente ao efeito que a irregularidade causa em relação ao
aumento do dano potencial da estrutura e é obtido a partir da seguinte expressão:

g
z{Qq
xW = y | (24)
,g zQR]

Onde:

c UW = deslocamento horizontal máximo em uma direção, na elevação x em


questão;

cU8 = média dos deslocamentos na mesma direção, nos pontos extremos


da estrutura em um eixo transversal a esta direção.

O fator de amplificação torsional (xW ) deve ser descartado quando for superior
a 3,0.

5.6.4 DESLOCAMENTOS RELATIVOS E ABSOLUTOS

A determinação dos deslocamentos relativo e absoluto é realizada através da


análise do modelo numérico (matemático) do sistema estrutural em questão, conforme
orienta a NBR 15421/2006. Considera-se a estrutura no estádio II, ou seja, o efeito da
redução da rigidez da estrutura por conta da fissuração, como demonstra Parisenti
(2011, p. 86). Havendo efeitos de torção relevantes, deve-se considerar quando ser
realizada a avaliação dos deslocamentos relativos (xW ) de pavimento.

Segundo a norma, os deslocamentos absolutos (c) avaliados a partir do centro


de massa em uma elevação x, devem ser determinados através da equação abaixo:

P . zq}
cW = (25)
j
62

Onde:

T = coeficiente de amplificação dos deslocamentos, conforme a tabela


10;

cW# = deslocamento determinado em uma análise estática, utilizando as


forças conforme o item 5.6.2;

~= fator de importância de utilização, obtido na tabela 8.

5.6.5 EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM

A análise dos efeitos de segunda ordem quanto à estabilidade global da


estrutura é dispensada, segundo a NBR 15421/2006, se o coeficiente de estabilidade
(θ) for inferior a 0,10. Sendo ele definido através da expressão:

•q . ∆q
= (26)
€q .[9q .P•

Sendo:

‚W = força vertical em serviço atuando no pavimento x, obtidos com


fatores de ponderação de cargas tomados iguais a 1,00;

∆W = deslocamentos relativos de pavimento, determinados de acordo com


o item 5.6.4;

fW = força cortante sísmica atuante no pavimento x;

ℎ2W = distância entre as duas elevações correspondentes ao pavimento


em questão;

T = coeficiente de amplificação dos deslocamentos, conforme a tabela


10.

O valor do coeficiente de estabilidade máximo ( UW ) é definido de acordo com


a equação:

!,h
UW = M 0,25 (27)
P•
63

Se o valor do coeficiente de estabilidade (θ) estiver entre o intervalo 0,1 ≤ θ ≤


UW , os esforços nestes elementos bem como os deslocamentos devem ser
multiplicados por 1,00/(1 − ), como determina o texto normativo.

5.7 ANÁLISE SÍSMICA PELO MÉTODO ESPECTRAL

Neste tipo de análise definem-se os modos em que a estrutura pode vibrar após
ser estimulada por uma onda sísmica. Há a padronização dos deslocamentos destes
modos (modos de vibração) e através da amplitude destes obtemos as configurações
deformadas da estrutura, de acordo com Parisenti (2011, p.51).

Ainda de acordo com o autor, além dos deslocamentos, é possível obter-se as


seguintes informações através deste tipo de análise:

 Força cortante na base;


 Momento fletor na base.

Segundo a NBR 15421, a análise sísmica pelo método espectral deve ser
realizada de tal maneira em que o número de modos utilizados seja suficiente para
abranger pelo menos 90% da massa total da estrutura em cada direção ortogonal
analisada. Conforme aponta Dantas (2013, p. 115), “para esse método devem ser
considerados todos os modos de vibração que contribuam significativamente para a
resposta global da estrutura”.

Determinado o espectro de resposta, conforme o item 5.2.3 deste trabalho,


deve-se multiplicar todas as respostas modais obtidas em termos de forças,
momentos e reações vinculares pelo fator indicado na equação 28, bem como as
obtidas em relação aos deslocamentos relativos e absolutos pela equação 29.

j
(28)
i

P•
(29)
i

Os valores finais máximas obtidas através da análise, para fins de combinação


das respostas modais, podem ser combinadas pela regra da soma dos quadrados,
como determina a NBR 15421/2006 e relata Parisenti (2011, p. 88). Havendo
64

proximidade das frequências de vibração deve-se aplicar outro método capaz de


analisar a regra de combinação com maior precisão, como por exemplo a combinação
quadrática completa apresentada pelo autor.

5.7.1 VERIFICAÇÃO DAS FORÇAS OBTIDAS

A definição da força horizontal total na base a partir da análise espectral é


realizada através do método das forças horizontais equivalentes, apresentada ao
longo do item 5.6 deste trabalho, para cada uma das duas direções ortogonais. O
resultado obtido deve ser ≥ 0,85f. Se for inferior, todas as forças obtidas devem
ser multiplicadas pelo fator expresso na eq. 30 abaixo, sendo esta correção
dispensada em relação aos deslocamentos (relativos e absolutos), de acordo com a
NBR 15421/2006.


0,85 (30)
€„

Onde:

f= força horizontal total sísmica na base da estrutura;

fw = força horizontal total sísmica na base da estrutura, determinada pelo


método espectral;

5.7.2 DISTRIBUIÇÃO DAS FORÇAS SÍSMICAS HORIZONTAIS

A configuração da distribuição das forças sísmicas horizontais no método


espectral é a mesma utilizada quando da análise pelo método das forças horizontais
equivalentes. Este processe determina que as forças horizontais sísmicas ( W )
correspondentes a cada pavimento aplicam-se a um modelo de distribuição que
considere a rigidez em relação aos diversos sistemas verticais sismo-resistentes
simultaneamente a rigidez dos diafragmas horizontais. Ou seja, este método
relacionada a capacidade da estrutura, em função do material (ou sistema) utilizado,
em absorver as deformações com a forma em que as forças se distribuem no meio.
65

6 ANÁLISE DINÂMICA: Visão geral

A complexidade da análise, bem como da concepção, de estruturas de


engenharia civil solicitadas por carregamentos dinâmicos parte do princípio em que
devem-se transformar os fenômenos naturais ou circunstanciais em modelos
matemáticos plausíveis de resolução, como explicam Silva e Brasil (2015, p. 17).

Neste sentido, Peña (2012, p. 46) relata que a definição do sistema dinâmico a
ser analisado auxilia na obtenção aproximada do comportamento real da estrutura.
Onde as características físicas que influenciam e proporcionam veracidade ao modelo
são a massa, a existência de sistema de amortecimento e a rigidez da estrutura.

A análise de um problema dinâmico apresenta como diferenciais, em relação a


análise estática, duas características: o fato de que o carregamento, na forma de
magnitude, direção ou posição, varia ao longo do tempo; também que devido à
movimentação da estrutura causada por esta solicitação dinâmica, as forças de inércia
relativas a massa da própria estrutura que são despertadas, consoante à Parisenti
(2011, p. 39).

Ainda de acordo com o autor, bem como ao exposto por Thölken (2013, p. 29),
as forças inercias são responsáveis por uma grande parcela resistente em problemas
dinâmicos. Obedecendo esta condição, a inércia estrutural tem de ser considerada
quando da análise dinâmico. Porém, se o movimento for tão lento a ponto de não
despertar as forças inerciais ou se despertadas forem insignificativas, desconsideram-
se seus efeitos e realiza-se uma análise estática.

6.1 MODELO DE UM GRAU DE LIBERDADE

Inicialmente deve-se compreender o comportamento de modelos físicos


simplificados, dada a dificuldade na análise de sistemas dinâmicos. Neste caminho,
estudam-se os denominados modelos de um grau de liberdade. Como bem determina
Peña (2012, p. 18), grau de liberdade “está ligado a um movimento (deslocamento ou
rotação) de qualquer ponto da construção”, ou seja, definem-se os movimentos
restringidos de cada nó da estrutura e a partir de então, conhecidos os movimentos
permitidos, a análise estrutural é realizada considerando as movimentações possíveis
decorrentes da configuração do arranjo estrutural.
66

O modelo dinâmico básico para um sistema com um grau de liberdade é


apresentado na figura 23 abaixo. Consiste em um corpo de massa … vinculado a um
apoio de rigidez ) fixado a uma parede (engastado), conectado a um amortecedor
viscoso de constante c. O corpo é solicitado por uma força externa horizontal que varia
em função do tempo †(‡), sua solicitação provoca deslocamento na estrutura na forma
ˆ = ˆ(‡), ou seja, o deslocamento também varia em função do tempo, de acordo com
Parisenti (2011, p. 39) e Silva e Brasil (2015, p. 21-22).

Figura 23 – Sistema dinâmico básico

Fonte: Clough e Penzien, 1995

Do sistema apresentado na figura acima é desprezada a massa do apoio e o


único movimento permitido é o deslocamento horizontal (por esta razão o problema é
denominado como de um movimento possível). A interpretação física do problema
possibilita a obtenção da equação do movimento de um sistema de um grau de
liberdade, conforme a expressão abaixo:

… .ü + . ủ + ) . ˆ = † (‡) (31)

Onde:

…= massa do corpo;

= matriz de amortecimento;

)= rigidez da estrutura de apoio;

ü= vetor aceleração da massa;

ủ= vetor velocidade da massa;

u= vetor deslocamento.
67

Segundo Parisenti (2011, p. 40) a equação 31 é obtida através do processo de


definição do sistema de equilíbrio de forças, onde:

Œ~ + Œ• + Œ = †(‡) (32)

Onde:

Œ~ = força de inércia, obtida através do produto … . ü;

Œ•= força de amortecimento, resultado do produto . ủ;

Œ = força restauradora elástica, obtida através do produto ) . ˆ;

Figura 24 – Sistema de equilíbrio de forças para um sistema de 1GL

Fonte: Chopra, 2014

Em consonância ao estudado por Peña (2012, p.19), a equação do movimento


em um sistema com um grau de liberdade (eq. 31) sofre uma pequena alteração
decorrente na natureza da solicitação externa, conforme expresso na equação 33,
quando tratando de evento sísmico. A expressão apresentada anteriormente
considerava o carregamento externo †(‡) de forma genérica, sem considerar a sua
natureza e/ou circunstância. Por sua vez, a solicitação decorrente de uma onda
sísmica tem uma característica marcante que é a aceleração do solo de fundação
onde a estrutura está assentada e por este motivo considera na análise não uma força,
mas sim a aceleração da base.

… .ü + . ủ + ) . ˆ = −…. =(‡) (33)


68

Onde:

…= massa do corpo;

=(‡) = aceleração do terreno decorrente de um sismo;

6.1.1 VIBRAÇÕES LIVRES NÃO AMORTECIDAS

Segundo Chopra (2014, p. 40-46), diz-se que uma estrutura está submetida a
uma vibração livre não amortecida quando este movimento é estimulado sem
mecanismo externo de partida, ou seja, o equilíbrio que havia no sistema de forças do
corpo é modificado em decorrência movimentação da estrutura sem uma força
externa.

A importância deste tipo de conceito nasce da necessidade em se conhecer o


comportamento natural da estrutura quando em movimento. A ciência do modo que o
sistema reage a uma excitação é importante para se avaliar a necessidade e o quanto
há de se mitigar os efeitos deletérios de um carregamento dinâmico.

Ainda de acordo com o autor, considera-se o carregamento com sendo nulo,


força externa †(‡) = 0, e também a inexistência de amortecimento = 0. Sendo
assim, a equação diferencial ordinário do movimento vibratório para esta situação fica:

… .ü + ) .ˆ = 0 (34)

O autor demonstra, Chopra (2014, p. 40-46), que o movimento inicia no instante


que o sistema perde seu equilíbrio estático. Esta perda é iniciada no instante do
deslocamento inicial definido como ˆ(0) e velocidade ủ (0), ou seja, no deslocamento
e velocidade no instante zero. A resolução das equações diferencias (problemas
matemáticos) não são objetos deste trabalho, portanto a resolução da equação
diferencial foi retirada da dedução do próprio autor, sendo:

ủ(!)
ˆ(‡) = ˆ(0) bŽ•% ‡ + Ž ‘•% ‡ (35)
•4

Onde:

ˆ(‡) = deslocamento horizontal total em função do tempo;


69

•% ‡= frequência circular natural de vibração;

Dada pela seguinte expressão:

•% ‡ = ’ = ’ (36)
z9„

Sendo:

)= rigidez;

…= massa;

V= aceleração da gravidade;

c2w = deflexão estática da massa …, onde c2w = .

Figura 25 – Vibração livre de um sistema não amortecido

Fonte: Chopra, 2014

Interpreta-se do gráfico acima, o comportamento do pórtico em diversos


instantes em relação à variação da amplitude da onda. Importante frisar, conforme
dito por Parisenti (2011, p. 46), que um sistema não amortecido vibração com instante
de tempo tendente ao infinito, ou seja, inexistindo a dissipação desta energia o sistema
mantém-se oscilando durante um período indeterminado.
70

O instante que o sistema requere para completar um ciclo é denominado de


período natural de vibração (>% ), definido através da expressão demonstrada na
equação 37.

g“ z9„
>% = = 2”’ (37)
•4 w

Já a frequência em que o a amplitude máxima é repetida é denominada


frequência cíclica natural de vibração, definida como:

•4
Œ% = = = .’ (38)
k4 g“ g“ z9„

O sistema não amortecido varia a amplitude, basicamente, em torno de dois


extremos, conforme fig. 25. Num primeiro momento, como no instante b o
deslocamento é máximo e, após, ele varia até alcançar o valor mínimo no instante d.
Essa variação ocorre em decorrência da amplitude do movimento, como descrito em
termos de modos de vibração, sendo a amplitude obtida através da equação abaixo:

ủ(!) g
ˆ! = ’•ˆ(0)–g + — ˜ (39)
•4

6.1.2 VIBRAÇÕES LIVRES AMORTECIDAS

Segundo Silva e Brasil (2015, p. 25), a consideração do amortecimento em


sistema estrutural é uma aproximação do modelo matemático à estrutura real. Para
efeito da análise em estruturas amortecidas, pode-se reescrever a equação 31
(Equação diferencial ordinário do movimento dinâmico) dividindo-a pela massa …,
considerando o sistema em equilíbrio, conforme expresso abaixo:

ü + 2™•ủ + •g ˆ = 0 (40)

Sendo:

P
™= taxa de amortecimento, dada por ™ = ;
gš•
71

A NBR 15421/2006 determina que se deve considerar uma fração de


amortecimento crítico igual a 5%. O produto 2v• define esta fração de
amortecimento. Como ensina Chopra (2014, p. 48-49), os intervalos abaixo, para
cada valor da taxa de amortecimento ™, representam o comportamento/influência do
sistema de amortecimento em relação aos deslocamentos iniciais ˆ(0):

 T › Tœ• ou ™ › 1: Há oscilação do sistema ao redor da sua posição de


equilíbrio, onde a amplitude diminui progressivamente;
 T = Tœ• ou ™ = 1: Não oscilação, retornando o sistema a sua posição de
equilíbrio;
 T ž Tœ• ou ™ ž 1: Também não há oscilação e o sistema retorna
naturalmente à sua posição de equilíbrio, porém de forma mais lenta.

Figura 26 – Vibração livre amortecida

Fonte: Chopra, 2014

Sendo o amortecimento crítico Tœ• definido através da equação 41:

g
Tœ• = 2…•% = 2√)… = (41)
•4

6.2 CARREGAMENTO HARMÔNICO

Conforme Parisenti (2011, p. 44-45), para um carregamento harmônico, a


equação diferencial em relação ao equilíbrio do sistema dinâmico é:

… .ü + . ủ + ) . ˆ = †(‡). Ž ‘(•w ) (42)


72

O autor explica que se o sistema for considerado sem amortecimento, deve-se


desconsiderar a parcela referente a ele ( . ủ = 0). Também demonstra a utilidade dos
conceitos apresentados anteriormente, em relação as definições de sistemas livres
com ou sem amortecimento. Através daquelas analises é realizada a sobreposição
dos efeitos, este processo auxilia na obtenção da solução da equação 42. A solução
desta equação diferencial foi retirada do trabalho do autor (a dedução dos problemas
matemáticas foge do escopo deste trabalho):


ˆ(‡ ) = ˆ[ (‡) + ˆm (‡ ) = xŽ ‘(•‡ ) + bŽ(•‡ ) + . Ž ‘(¥‡) (43)
¢£¤

Sendo:

¦= relação entre frequência de excitação e a de vibração livre sem


§
amortecimento, dada por ¦ = ;

¢£ ¤
= fator de amplificação do efeito da carga harmônica aplicada ao

sistema;

6.3 MODELO COM VÁRIOS GRAUS DE LIBERDADE

Obviamente, um sistema dinâmico apresentada um grau de dificuldade elevado


em relação a um sistema estático. Uma estrutura real, como por exemplo um edifício,
apresenta ‘ graus de liberdade e este condicionante deve ser preponderante para
uma análise correta.

Em conformidade com Parisenti (2011, p. 48-51), um modelo clássico de dois


graus de liberdade é bem adequado para introdução aos conceitos da análise de
sistemas dinâmicos complexos. Sejam dois corpos com massas … e …g ,
respectivamente. Onde o corpo … está conectado a uma mola (suporte rígido de
massa desprezível) engastada a uma parede, bem como amortecida por um elemento
viscoso. Já o corpo …g também está conectado em uma mola e a um amortecedor,
porém estes transferem as suas solicitações ao corpo de massa … , que por sua vez
transfere aos seus vínculos. A este sistema são aplicadas forças externas, que geram
deslocamentos horizontais.
73

Figura 27 – Modelo dinâmico de um sistema com 2GL

Fonte: Chopra, 2014

Ao apresentar os conceitos dinâmicos referentes aos sistemas de vários graus


de liberdade Chopra (2014, p. 347-352) demonstra o procedimento necessário para a
obtenção da equação de movimento para estes sistemas. Essa definição parte,
basicamente, da análise do equilíbrio de forças conforme o modelo apresentado a
figura 26.

Figura 28 – Sistema de equilíbrio de forças de um sistema com 2GL

Fonte: Chopra, 2014

Efetuando-se a análise desse sistema de equilíbrio de forças, de acordo com


os autores citados acima, obtém-se as seguintes expressões:

…& . ü& + Œ¨& + Œ2& = †& (‡) (44)

Onde:

…& = matriz de massa do corpo corresponde a elevação (;

Œ¨& = força de amortecimento corresponde a elevação (;

Œ2& = força restauradora elástica corresponde a elevação (;


74

†& (‡)= força externa horizontal corresponde a elevação (.

A equação 44 pode ser rescrita na forma matricial como:

… 0 ü + − ủ ) + )g −)g ˆ †
© ª.© ª + — − g g
˜.© ª+ © ª . —ˆ ˜ = — † ˜
0 …g üg g g ủg −)g )g g g

Figura 29 – Sistema de equilíbrio de forças para um sistema de 2GL

Fonte: Chopra, 2014

Existem diversos métodos de resolução de problemas dinâmicos, mas quanto


a métodos de domínio no tempo são utilizados basicamente dois, conforme Parisenti
(2011, p. 50-51): o método de superposição modal e o de integração direta. O método
de superposição modal, sumariamente é realizado através da superposição dos
modos de vibração obtidos a partir de uma análise modal. Em relação ao processo de
integração direta, são calculados os deslocamentos em ‘ intervalos curtos de tempo
e somados através de integração dos inúmeros intervalos Δ‡ (este processo não faz
parte deste trabalho).

6.4 ANÁLISE MODAL

Segundo Parisenti (2011, p. 51-55), neste tipo de análise “os modos de


vibração constituem padrões de deslocamento cujas amplitudes servem para
descrever a deformação da estrutura.”. O estudo da vibração livre não amortecida
para sistemas com : graus de liberdade permite a determinação das frequências e
períodos naturais da estrutura, bem como dos modos de vibração.

A definição das frequências naturais e dos modos de vibração, em relação aos


sistemas de : graus de liberdade, é realizada a partir da equação apresentada a
seguir:
75

•¬ − •²v–®ủ} = 0 (45)

Ainda conforme o autor, este sistema (equação 45) fornece a frequência natural
cúbica •% , correspondente a cada um dos : modos de vibração. Sabe-se que o
primeiro valor de frequência encontrado corresponde a frequência natural da
estrutura, em razão disso também se define o período natural. Os valores obtidos
posteriormente correspondem a valores de frequência mais elevados.

6.4.1 MÉTODO DA SUPERPOSIÇÃO MODAL

Demonstra-se abaixo o procedimento, segundo Silva e Brasil (2015, p. 59-61),


para definição do deslocamento e da velocidade em função do tempo através do
método da superposição modal:

A. Equação do movimento: conforme equação 31;


B. Frequências e modos de vibração livre: conforme equação 45;
C. Massas e carregamentos modais: são determinadas para cada modo,
conforme as expressões abaixo, a massa e a carga modal.

v• = °%k v°% (46)

‚• = °%k † (47)

Onde:

v% = massa correspondente ao modo ±;

°%k = modo de vibração;

‚% = carga modal;

†= carga atuante.

D. Desacoplar as equações de movimento: para cada modo de vibração ‘,


têm-se:
•4
ü% + 2™% •% ủ% + •%g ˆ% = (48)
š4
E. Determinam-se as respostas para cada modo de vibração através do
que se conhece sobre os sistemas de um grau de liberdade. Se houver
76

o sistema estiver em desequilíbrio, ou seja, o somatório for diferente de


zero, devem-se impor condições iniciais que demonstre esse
comportamento. Como nestas situações são impostos deslocamentos
iniciais ˆ! e/ou velocidades iniciais ủ! que devem ser convertidos em
parâmetros modais conforme as expressões:
³ šl
²4
ˆ% (0) = ^
(49)
š4
³ šủ
²4
ủ% (0) = ^
(50)
š4
F. Finalmente é determinada a resposta as respostas quanto aos
deslocamentos e velocidades nas coordenadas físicas:

ˆ(‡) = ∑%% °% ˆ% (‡) = °l (‡) (51)

ủ(‡) = ∑%% °% ủ% (‡) = °ủ (‡) (52)

6.4.2 DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS NOS ELEMENTOS

De acordo com Parisenti (2011, p.55-56) há duas formas para determinação


das forças aplicadas a estrutura analisada: definição das forças elásticas a partir dos
deslocamentos relativos em função do tempo (eq. 53) ou das forças elásticas para
cada modo de vibração (eq. 54). Apresentam-se abaixo as formulações,
respectivamente:

® 2 (‡)} = •¬ –. ®ˆ(‡)} (53)

® 2 (‡)} = (•% )g . •v–. ®°% } ®ˆ% (‡)} (54)

Obtém-se os valores da força cortante e o momento fletor na base,


respectivamente, somando os valores de força obtidos a cada elevação e
multiplicando as forças elásticas calculadas pela altura do pavimento até a base da
estrutura, ainda segundo o autor.

Com a inserção dos efeitos aceleradores do solo provocados por sismos e


deduzido o sistema de equações pelo método da integral de Duhamel, tem-se a força
total na base como:
77

µ4 ¤
´ (‡) = ∑% •% . 1% (‡)
%
(56)
š4

Onde:

¶% = fator de participação modal, dado por ¶% = ®°% }k . •v–. ®1};

1% (‡) = força cortante na base correspondente ao modo de vibração ‘.

6.5 ANÁLISE SÍSMICA PELO MÉTODO DO ESPECTRO DE RESPOSTA

Espectro de resposta é um gráfico que apresenta a resposta de uma


determinada estrutura há um carregamento sísmica qualquer. No eixo vertical é
representada a resposta máxima de um sistema de um grau de liberdade, já no eixo
horizontal obtém-se a frequência ou o período natural da estrutura, em conformidade
com Parisenti (2011, p. 67). Para análise de estruturas dotadas de sistema de
amortecimento, traçam-se curvas correspondentes a cada valor amortecido.

Figura 30 – Variação do espectro de resposta de projeto em função do período

Fonte: NBR 15421, 2006


78

Conforme apontam Silva e Brasil (2015, p. 197) é de interesse do engenheiro


estrutural o conhecimento do deslocamento máximo a que a estrutura está submetida,
com o resultado dele pode-se determinar a força elástica máxima através do espectro
de resposta. De acordo com as deduções de Parisenti (2011, p. 69), obtém-se o valor
do deslocamento máximo a partir da seguinte expressão:

ER
ˆ áW = = (57)

Onde:

8 = pseudo-velocidade (valor máximo da velocidade em função do tempo);

= deslocamento espectral.

Ainda segundo Parisenti (2011, p. 70), com os valores da pseudo-velocidade


e/ou pseudo-aceleração é que calcula o deslocamento máxima. A seguir demonstra-
se a equação para definição da pseudo-aceleração U:

U =• 8 = •g (58)

A partir de então, as definições das forças elásticas máximas são obtidas em


relação aos deslocamentos ou acelerações espectrais são realizadas com a utilização
da equação abaixo, conforme demonstra o autor:

ŒŽ áW =¬ = •g … =… U (59)

6.5.1 ANÁLISE ESPECTRAL EM SISTEMAS COM VÁRIOS GRAUS DE


LIBERDADE

Neste tipo de estrutura consideram-se todas as respostas individuais quanto ao


modo de vibração da estrutura, através da determinação dos valores máximos
correspondentes. A determinação dos valores máximos pode ser realizada através
dos métodos da soma dos valores máximos, através da raiz quadrada da soma dos
valores máximos elevados ao quadrado e da combinação quadrática completa, todos
para cada modo de vibração conforme demonstra Parisenti (2011, p. 72).
79

7 ESTRUTURAS EXEMPLARES

7.1 CRITÉRIOS UTILIZADOS

Em busca da aplicação dos conceitos abordados anteriormente neste trabalho,


analisar-se-ão exemplos de estruturas em concreto armado considerando os preceitos
definidos pela NBR 15421/2006. Constituindo-se em um edifício generalizado
composto por cinco pavimentos que será avaliado em diferentes cenários.
Objetivando um efeito comparativo será analisada a mesma estrutura sem
consideração dos efeitos sísmicos. Abaixo, segue esquema demonstrando as classes
e respectivas zonas sísmicas que serão consideradas nas análises:

Figura 31 – Zona sísmica, categoria sísmica e tipo de análise correspondente

• ZONA 1
CLASSE • Força
A horizontal
equivalente

• ZONA 2
CLASSE
• Método
B espectral

• ZONA 4
CLASSE
• Método
C espectral

Fonte: Autor

A estrutura generalizada que será estudada não segue nenhum arranjo


arquitetônico tecnicamente definido, tratando-se apenas de um sistema hipotético
elaborado pelo autor para fins elucidativos e investigativos. As definições
apresentadas na fig. 31 foram definidas seguindo os seguintes critérios:
intencionando-se a abrangência de situações que representassem as peculiaridades
das diferentes regiões, bem como das classes de terreno, o ponto de referência para
a definição das zonas a serem analisadas foram as classes sísmicas.
80

Para cada uma das três classes apresentadas pela NBR 15421/2006 existem
zonas sísmicas atreladas, conforme estudado no capítulo 5. A seleção das quais
serão utilizadas obedeceu a seguinte lógica:

 Zona sísmica 1: Pois é a zona com menor aceleração sísmica horizontal


característica e requer uma simples análise através do Método de forças
horizontais equivalente;
 Zona sísmica 2: Única zona correspondente à Classe sísmica B;
 Zona sísmica 4: Região que apresenta a condição mais severa quanto à
aceleração sísmica horizontal.

O edifício ainda será classificado quanto ao solo em que está assentado como
sendo terreno de Classe D (solo rígido), quanto à sua utilização como de Categoria I
em vista sua função hipotética como residencial e para fins de análise será dotado de
um sistema básico sismo-resistente na forma de um pilar-parede com detalhamento
usual disposto em toda sua extensão vertical (importante salientar que este dispositivo
não segue nenhum procedimento técnico específico quanto a sua concepção, por ser
utilizado apenas para fins didáticos assim como todos os demais parâmetros aqui
definidos). Complementarmente serão consideradas as seguintes condições:

 Não será considerado o efeito do vento sobre a estrutura:


 Considera-se a estrutura perfeitamente engastada (rígida);
 Desconsidera-se o efeito da interação solo-estrutura;
 Não será considerada a contribuição dos elementos de vedação quanto
a rigidez da estrutura;
 Salienta-se que os valores extraídos da análise do CYPECAD
consideram as majorações de cargas conforme as normas NBR
6118/2014, NBR 6120/1980, NBR 8681/2003 e NBR 15421/2006.

7.2 DEFINIÇÃO DO CARREGAMENTO E DEMAIS PARÂMETROS

Quanto ao carregamento à ser utilizado para o lançamento e análise do edifício


preconizam-se as determinações da NBR 6120/1980. As cargas utilizadas na análise
em questão seguem a relação a seguir:
81

Tabela 15 – Carregamento aplicado

TIPO DE NATUREZA VALOR UNIDADE OBSERVAÇÕES


AÇÃO

Permanente Peso próprio Área da seção kN/m œ¸%œ = 25 ):/…³


x peso
específico do
concreto

Permanente Reboco + 1,00 kN/m² Todos pavimentos


Revestimento

Permanente Alvenaria Espessura da kN/m U¹8 = 13 ):/…³


(Apenas sobre parede x altura
as vigas da parede x Espessura da

periféricas) peso alvenaria = 0,25 m

específico da
alvenaria

Acidental Utilização 1,50 kN/m² Todos pavimentos


(Equipamentos
e etc.)

Fonte: Autor

7.3 EDIFICAÇÃO ANALISADA

Como dito anteriormente, a edificação analisada consiste em uma estrutura


com cinco pavimentos, tem forma quadrada com lado de 15 metros. As lajes
constituem-se de placas maciças de concreto com altura de 12 centímetros. As vigas
têm dimensões de 30x65 centímetros. Já os pilares são elementos com seção de
30x80 centímetros. Importante salientar que não há critério técnico em relação ao
pré-dimensionamento das peças em virtude do caráter didático da análise
experimental.

A resistência do concreto à compressão Œœ adotada é de 25 MPa. A disposição


do arranjo estrutural foi concebida em busca de um sistema sem irregularidades seja
82

na vertical ou horizontal, provendo um equilíbrio quanto a rigidez do edifício. Segue a


planta baixa da estrutura:

Figura 32 – Arranjo estrutural

Figura 33 – Perspectiva espacial da estrutura

Fonte: Autor
83

8 ANÁLISES SÍSMICAS

Uma análise sísmica difere de uma análise dinâmica apenas quanto a natureza
da solicitação externa. Enquanto na dinâmica a estrutura é submetida a um
carregamento externo qualquer (movimento em virtude da circulação de automóveis
ou pessoas, decorrente da vibração proporcionada por máquinas pesadas, efeitos da
ressonância e etc.), a sísmica diz respeito a aceleração que o solo é submetido de
acordo com amplitude e período da duração da onda sísmica. Então, obtém-se o
caráter sísmico à análise impondo-lhe aceleração à base da estrutura que multiplicada
pela sua massa simula as condições de equilíbrio nestas situações. A seguir serão
analisadas as estruturas exemplares conforme o capítulo 7.

8.1 ESTRUTURA A: Análise pelo Método das forças horizontais


equivalentes

O software CYPECAD propícia ao engenheiro estrutural à concepção de


estruturas considerando os efeitos resultantes da análise sísmica conforme a NBR
15421/2006. Conforme definido na fig. 31, a estrutura será analisada através do
Método das forças horizontais equivalentes simulando que a sua instalação seja em
algum dos locais classificadas como fazendo parte da zona sísmica 1, bem como
portando um terreno de Classe sísmica A. Demonstra-se, na figura 34, o painel de
inserção/seleção de dados quando do início da concepção estrutural utilizando o
software CYPECAD, já na figura 35 está representado o lançamento estrutural
realizado para o primeiro pavimento.
84

Figura 34 – Perspectiva espacial da estrutura

Fonte: CYPECAD, 2016

Figura 35 – Lançamento da estrutura do primeiro pavimento

Fonte: Autor
85

Após o lançamento do arranjo estrutural e definição do carregamento conforme


a tabela 15, efetuou-se o processamento global da estrutura. Devido a simetria
geométrica do edifício, os espectros de resposta em relação ao eixo x e ao eixo y
resultaram iguais, conforme imagem abaixo:

Figura 36 – Espectro de dimensionamento

Fonte: Autor

O período natural da estrutura, também devido a simetria geométrica, foi o


mesmo em ambas as direções, sendo calculado como >U = 0,37Ž. O valor da força
horizontal total na base da estrutura foi obtida, conforme apontado na equação 18, foi
[ = 143,552 ‡ em ambas as direções. Para efeitos de análise sísmica a massa
sísmica total da estrutura foi calculada como sendo X = 2871,0437 ‡. Já a distribuição
vertical das forças foi definida conforme a equação 22 e é apresentada abaixo:

Tabela 16 – Distribuição de forças

Planta Ci,X Ci,Y Qi,X Vi,X Qi,Y Vi,Y

(t) (t) (t) (t)

Piso 5 0,310 0,310 44,526 44,526 44,526 44,526

Piso 4 0,276 0,276 39,610 84,137 39,610 84,137


86

Piso 3 0,207 0,207 29,708 113,844 29,708 113,844

Piso 2 0,138 0,138 19,805 133,650 19,805 133,650

Piso 1 0,069 0,069 9,903 143,552 9,903 143,552

Fonte: Autor

Figura 37 – Centro de massa e centro de rigidez

Fonte: Autor

Figura 38 – Deslocamentos em relação a cada hipótese sísmica


87

Fonte: Autor

8.1.1 CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS RESULTADOS

O método utilizado é bastante simplificado e, em decorrência disso, as


respostas obtidas através dele não possibilitam interpretar todos os fatores
intervenientes para a definição das cargas sísmicas atuantes no sistema, mas
possibilita a definição e distribuição das forças com êxito.

A carga horizontal total obtida na base da estrutura tem um valor alto e não
deve ser desprezada. Também, os valores horizontais correspondentes a cada
pavimento podem gerar prejuízos à estabilidade da estrutura em função das torções
provocadas.

8.2 ESTRUTURA B: Análise pelo Método Espectral – Zona Sísmica B

A análise pelo Método Espectral é realizada através da combinação dos modos


de vibração da estrutura em ambas as direções ortogonais, gerando um espectro
característico quanto ao desempenho do sistema estrutural frente a aplicação de uma
força sísmica externa.
88

Foi utilizado nesta análise a aceleração característica = = 0,10, pois escolheu-


se o maior valor dentro o intervalo constante da faixa para a Zona sísmica 2. Quanto
aos demais parâmetros, foram utilizados os mesmos conforme determinado ao longo
do item 7 deste trabalho.

O espectro de resposta de projeto foi definido com base na aceleração


característica adotada, também considerando o desempenho do sistema de pilar-
parede utilizado como sistema de resistência às solicitações sísmicas (sistema básico
sismo-resistente), assim como todos os demais parâmetros referentes a geometria do
sistema estrutural, quanto ao período de resposta da estrutura, a amplificação sísmica
decorrente da característica do terreno e etc., de acordo com as colocações realizadas
no item 5.7 do presente estudo.

O número de modos utilizados para a análise foi determinado pelo CYPECAD


com a condição de obedecer ao preceito da NBR 15421/2006 que determina que o
número de modos deve ser tal qual represente pelo menos 90% da massa total da
estrutura. Na tabela 17 são apresentados resultados obtidos para cada um dos sete
modos de vibração calculados.

Tabela 17 – Modos de vibração e seus coeficientes de participação


Hipótese Hipótese
Modo T Lx Ly Lgz Mx My
X(1) Y(1)
Modo 0,510 0,129 0,029 0,991 31,52 0% R=4 R=4
1 1 3 6 % A = 0,981 m/s² A = 0,981 m/s²
D = 6,46466 D = 6,46466
mm mm
Modo 0,250 0,000 1 0,000 0% 72,33 R=4 R=4
2 5 6 % A = 0,981 m/s² A = 0,981 m/s²
D = 1,55509 D = 1,55509
mm mm
Modo 0,212 0,166 0,000 0,986 41,89 0% R=4 R=4
3 2 1 1 % A = 0,981 m/s² A = 0,981 m/s²
D = 1,11806 D = 1,11806
mm mm
Modo 0,147 0,190 0,000 0,981 10,09 0% R=4 R=4
4 3 1 7 % A = 0,974 m/s² A = 0,974 m/s²
D = 0,53611 D = 0,53611
mm mm
Modo 0,075 0,050 0,000 0,998 0,51 % 0% R=4 R=4
5 1 1 7 A = 0,761 m/s² A = 0,761 m/s²
D = 0,10906 D = 0,10906
mm mm
Modo 0,066 0,257 0,001 0,966 12,09 0% R=4 R=4
6 5 6 3 % A = 0,714 m/s² A = 0,714 m/s²
D = 0,07802 D = 0,07802
mm mm
89

Modo 0,064 0,003 0,999 0,016 0% 20,86 R=4 R=4


7 6 9 1 % A = 0,707 m/s² A = 0,707 m/s²
D = 0,07377 D = 0,07377
mm mm
Total 96,1 % 93,19
%

R= Relação entre a aceleração de cálculo usando a ductilidade atribuída à estrutura e à


aceleração de cálculo obtida sem ductilidade

A= Aceleração de cálculo, incluindo a ductilidade.

D= Coeficiente do modo. Equivale ao deslocamento máximo do grau de liberdade dinâmico.

Fonte: Autor

Percebe-se que a quantidade de modos vibratórios utilizados abrangeu 96,1%


da massa estrutura em relação ao eixo x e 93,19% em relação ao y. A aceleração de
cálculo varia na faixa entre 0,707 a 0,981 m/s² quanto ao eixo x e ao eixo y igualmente.
A obtenção de valores idênticos ocorre em virtude da simetria geométrica da estrutura.
O deslocamento máximo obtido, para efeito de definição do espectro de resposta, foi
de 6,46466 mm, correspondente ao modo de vibração nº 1 e o mínimo de 0,07377
mm referente ao sétimo modo de vibração. Os períodos de resposta também variam
bastante, alterando em intervalo entre 0,064 s (modo 7) a 0,510 s (modo 1).

Figura 39 – Espectro de resposta de projeto

Fonte: Autor
90

Conforme relatado em 5.7.1, a determinação das forças horizontais na base da


estrutura neste método é realizada da mesma forma como para o método das forças
horizontais equivalentes. Neste sentido, as forças obtidas através da análise sísmica
foram:

Tabela 18 – Força horizontal aplicada a base da estrutura na direção x


Hipótese de ação sísmica (X) Ação modal VX Vd,X
(t) (t)
Sismo X1 Modo 1 90,4631 157,8511
Modo 2 0,0001
Modo 3 120,2082
Modo 4 28,7506
Modo 5 1,1422
Modo 6 25,2759
Modo 7 0,0006

Fonte: Autor

Tabela 19 – Força horizontal aplicada a base da estrutura na direção y


Hipótese de ação sísmica (Y) Ação modal VY Vd,Y
(t) (t)
Sismo Y1 Modo 1 0,0085 212,5130
Modo 2 207,9078
Modo 3 0,0000
Modo 4 0,0000
Modo 5 0,0000
Modo 6 0,0010
Modo 7 43,2336

Fonte: Autor

Os esforços totais na base da estrutura obtidos através deste método devem


ser verificados em relação aos obtidos através do método simplificado. Este
procedimento, conforme descrito no item 5.7.1, apontou que os valores obtidos não
satisfazem as condições de segurança e por este motivo deve haver a aplicação do
coeficiente de majoração das cargas, denominado de fator de modificação (dado por
0,85·Vs/Vd) conforme tabela abaixo:

Tabela 20 – Verificação da condição quanto ao esforço na base

Hipótese de ação Condição de esforço transverso na Fator de


sísmica base mínimo modificação
157,8511 t ≥
Sismo X1 Vd,X1 ≥ 0,85·Vs,X 1,55
244,0387 t
91

212.5130 t ≥
Sismo Y1 Vd,Y1 ≥ 0,85·Vs,Y 1,15
244,0387 t

Fonte: Autor

Seguindo, demonstram-se os valores obtidos em relação a cada pavimento.


Salienta-se que os valores a cada elevação não estão corrigidos pelo fator de
modificação. Sendo esta condição aplicada apenas ao valor total acumulado na base
da estrutura. Estes resultados são determinados com a realização da distribuição de
força disposta na NBR 15421/2006 quanto a realização da análise pelo método das
forças horizontais equivalentes:

Tabela 21 – Hipótese de ação sísmica: Sismo X1


Fx Hy Fy
Planta Hx (tf)
(t) (t) (t)
Piso 5 56,8683 56,8683 0,1745 0,1745
Piso 4 100,0180 44,8789 0,1734 0,0505
Piso 3 128,7016 35,4063 0,1296 0,1611
Piso 2 148,2631 29,4296 0,2508 0,1885
Piso 1 157,8511 17,4922 0,3487 0,1102

Fonte: Autor

Tabela 22 – Hipótese de ação sísmica: Sismo Y1


Planta Hx Fx Hy Fy
(t) (t) (t) (t)
Piso 5 6,8399 6,8399 79,2146 79,2146
Piso 4 12,8667 6,0275 138,2276 61,0531
Piso 3 17,1434 4,2798 177,9553 46,6071
Piso 2 19,6440 2,5089 202,5904 34,3842
Piso 1 20,5579 0,9257 212,5130 16,8881

Fonte: Autor

Importante destacar a considerável ordem de grandeza das solicitações. Os


valores das forças aplicadas são altos e demonstram que não é adequada a dispensa
de sua consideração para o dimensionamento da estrutura.

A evolução do carregamento ao longo da estrutura condiz exatamente com o


método utilizado para análise, os valores das forças horizontais equivalentes
aumentam progressivamente a medida que se chega próximo da base da estrutura,
característica advinda da influência da massa da estrutura na análise. Por outro lado,
a força sísmica aplicada aumenta conforme a altura da edificação, sendo este
92

fenômeno deletério em relação a estabilidade da estrutura em função da sua influência


quanto a torção no sistema.

As tabelas a seguir apresentam um panorama sobre a incidência do sistema


básico sismo-resistente adotado (sistema de pilar parede com detalhamento usual)
para a contribuição à resistência da estrutura frente a ondas sísmicas. É notável que
o sistema escolhido propiciou êxito ao arranjo estrutural analisado, virtuosamente
explícito pela disparidade entre a contribuição do sistema frente aos demais
elementos estruturais. Este cenário demonstra a importância da concepção de uma
estrutura rígida que centralize a massa do corpo do edifício e proporcione segurança
ao local. Não houvesse sistema de proteção, certamente o sistema estrutural entraria
em colapso, sendo o aumento de rigidez dos elementos restantes técnica ou
arquitetonicamente inviável frente ao alto dispêndio requerido e/ou perdas
significativas de espaço/dificuldade de resolução.

Tabela 22 – Hipótese de ação sísmica: Sismo X1


Planta %HX %HY
Pilares Muros Pilares Muros
Piso 5 20,75 79,25 14,79 85,21
Piso 4 19,14 80,86 14,16 85,84
Piso 3 15,13 84,87 16,33 83,67
Piso 2 11,89 88,11 7,40 92,60
Piso 1 7,90 92,10 7,26 92,74

Fonte: Autor

Tabela 23 – Hipótese de ação sísmica: Sismo Y1


Planta %HX %HY
Pilares Muros Pilares Muros
Piso 5 37,79 62,21 32,13 67,87
Piso 4 33,22 66,78 18,44 81,56
Piso 3 25,76 74,24 14,92 85,08
Piso 2 20,37 79,63 10,33 89,67
Piso 1 13,21 86,79 8,01 91,99

Fonte: Autor

Quanto a contribuição referente a resistência as forças sísmicas, o índice de


participação do sistema de pilar-parede é ainda maior:

Tabela 24 – Índice de resistência as forças sísmicas


Hipótese de ação sísmica %FX %FY
93

Pilares Muros Pilares Muros


Sismo X1 7,90 92,10 7,26 92,74
Sismo Y1 13,21 86,79 8,01 91,99

Fonte: Autor

A seguir apresentam-se os perfis deformados em relação aos modos de


vibração analisados. Percebe-se que em alguns modos os deslocamentos são mais
acentuados do que os demais, este tipo de fenômeno é suavizado durante o processo
de compatibilização dos modos vibratórios.

Figura 40 – Deformadas para os modos vibratórios em relação ao eixo x

Fonte: Autor

Figura 41 – Deformadas para os modos vibratórios em relação ao eixo y


94

Fonte: Autor

As deformadas em relação ao eixo x permitem avaliar a relação da disposição


do sistema de pilar-parede com o aumento da rigidez da estrutura. Quando verificada
nesta direção a estrutura apresenta maiores deslocamentos em virtude da sua
disposição, como o sistema torna-se mais dúctil, permite que ocorram maiores
deformações e por outro lado diminuem as suas reações ocasionando em menores
valores de forças sísmicas.

Em contraponto, as deformações em relação ao eixo y são até certo ponto mais


suaves. Isso ocorre porque a rigidez neste sentido é maior, logo o sistema básico
sismo-resistente adquire maior capacidade de absorção da energia sísmica. Outra
forma de verificar esta característica é a observância dos valores dos esforços. A
rigidez propõe que estrutura reaja as solicitações a ela impostas, estas reações
elevam os valores de forças sísmicas obtidas em relação a este eixo. Tanto que o
maior valor de força horizontal total na base da estrutura é obtida em relação a y como
sendo 212,5130 t (valor sem aplicação do fator de majoração).

8.3 ESTRUTURA C: Análise pelo Método Espectral – Zona Sísmica 04

Novamente a única mudança em relação as análises anteriores é quanto a


localização da implementação da estrutura, considerada como sendo na Zona sísmica
04, sendo a aceleração de 0,15 g adotada. Segue abaixo o espectro de resposta:
95

Figura 42 – Espectro de dimensionamento

Fonte: Autor

Credita-se esta informação a igualdade geométrica, mas o percentual de


abrangência em relação a massa total da estrutura foi exatamente a mesma da análise
anterior.

Tabela 25 – Modos de vibração e seus coeficientes de participação


Mod T Lx Ly Lgz Mx My Hipótese Hipótese
o X(1) Y(1)
Modo 0,51 0,12 0,02 0,99 31,52 0% R=4 R=4
1 0 91 93 16 % A = 1,38 A = 1,38
m/s² m/s²
D = 9,09093 D = 9,09093
mm mm
Modo 0,25 0,00 1 0,00 0% 72,33 R=4 R=4
2 0 05 06 % A = 1,38 A = 1,38
m/s² m/s²
D = 2,18684 D = 2,18684
mm mm
Modo 0,21 0,16 0,00 0,98 41,89 0% R=4 R=4
3 2 62 01 61 % A = 1,38 A = 1,38
m/s² m/s²
D = 1,57227 D = 1,57227
mm mm
96

Modo 0,14 0,19 0,00 0,98 10,09 0% R=4 R=4


4 7 03 01 17 % A = 1,371 A = 1,371
m/s² m/s²
D = 0,75453 D = 0,75453
mm mm
Modo 0,07 0,05 0,00 0,99 0,51 0% R=4 R=4
5 5 01 01 87 % A = 1,082 A = 1,082
m/s² m/s²
D = 0,15506 D = 0,15506
mm mm
Modo 0,06 0,25 0,00 0,96 12.09 0% R=4 R=4
6 6 75 16 63 % A = 1,015 A = 1,015
m/s² m/s²
D = 0,11084 D = 0,11084
mm mm
Modo 0,06 0,00 0,99 0,01 0% 20.86 R=4 R=4
7 4 36 99 61 % A = 1,005 A = 1,005
m/s² m/s²
D = 0,10479 D = 0,10479
mm mm
Total 96,1 93,19
% %

Fonte: Autor

As forças horizontais totais obtidas na base da estrutura são:

Tabela 26 – Força horizontal aplicada a base da estrutura na direção x


Hipótese de ação sísmica (X) Ação modal VX Vd,X
(t) (t)
Sismo X1 Modo 1 127,2138 222,0495
Modo 2 0,0001
Modo 3 169,0426
Modo 4 40,4643
Modo 5 1,6239
Modo 6 35,9084
Modo 7 0,0008

Fonte: Autor

Tabela 27 – Força horizontal aplicada a base da estrutura na direção y


Hipótese de ação sísmica (Y) Ação modal VY Vd,Y
(t) (t)
Sismo Y1 Modo 1 0,0120 298,9737
Modo 2 292,3696
Modo 3 0,0001
Modo 4 0,0000
Modo 5 0,0000
Modo 6 0,0015
97

Modo 7 61,4121

Fonte: Autor

Destaca-se o alto valor obtido como carga horizontal de aproximadamente


298,97 t. Para efeito de comparação, conforme define a NBR 15421/2006, calcula-se
o valor da carga horizontal através do método das forças horizontais equivalentes
(como realizado na análise anterior) para verificar se o valor máximo obtido atende a
valor mínimo determinado em norma. Resultando-se em um valor de [ = 403,7405 ‡
e a massa sísmica total da estrutura como X = 2871,0437 ‡.

Tabela 28 – Verificação da condição quanto ao esforço na base


Hipótese de ação Condição de esforço transverso na Factor de
sísmica base mínimo modificação
Sismo X1 Vd,X1 ≥ 222,0495 t ≥ 343,1794 t 1,55
0,85·Vs,X
Sismo Y1 Vd,Y1 ≥ 298,9737 t ≥ 343,1794 t 1,15
0,85·Vs,Y

Fonte: Autor

Tabela 29 – Hipótese de ação sísmica: Sismo X1


Planta HX FX HY FY
(t) (t) (t) (t)
Piso 5 80,0201 80,0201 0,2476 0,2476
Piso 4 140,6826 63,1147 0,2456 0,0711
Piso 3 180,9910 49,8448 0,1823 0,2288
Piso 2 208,5168 41,5466 0,3550 0,2678
Piso 1 222,0495 24,7589 0,4945 0,1566

Fonte: Autor
Tabela 30 – Hipótese de ação sísmica: Sismo Y1

Planta HX FX HY FY
(t) (t) (t) (t)
Piso 5 9,6220 9,6220 111,4891 111,4891
Piso 4 18,1003 8,4791 194,4223 85,8582
Piso 3 24,1165 6,0206 250,2496 65,6866
Piso 2 27,6341 3,5296 284,9491 48,6302
Piso 1 28,9199 1,3026 298,9737 23,9431

Fonte: Autor
98

Os valores apresentados nas tabelas 29 e 30 correspondem, respectivamente,


aos esforços em cada elevação para as hipóteses no eixo x e y. Convém salientar que
estes valores não estão corrigidos pelo fator de modificação.

Tabela 31 – Hipótese de ação sísmica: Sismo X1


Planta %HX %HY
Pilares Muros Pilares Muros
Piso 5 20,74 79,26 14,72 85,28
Piso 4 19,14 80,86 14,11 85,89
Piso 3 15,13 84,87 16,33 83,67
Piso 2 11,89 88,11 7,37 92,63
Piso 1 7,90 92,10 7,25 92,75

Fonte: Autor
Tabela 32 – Hipótese de ação sísmica: Sismo Y1
Planta %HX %HY
Pilares Muros Pilares Muros
Piso 5 37,79 62,21 32,10 67,90
Piso 4 33,22 66,78 18,44 81,56
Piso 3 25,76 74,24 14,92 85,08
Piso 2 20,37 79,63 10,33 89,67
Piso 1 13,21 86,79 8,01 91,99

Fonte: Autor

As tabelas acima apresentam a importância do sistema sismo-resistente em


relação as forças horizontais sísmicas aplicadas a base da edificação. Quando está
avaliação é realizada em razão das forças sísmicas em relação a cada elevação, a
diferença em prol do pilar-parede é ligeiramente superior:

Tabela 33 – Índice de resistência as forças sísmicas


Hipótese de ação sísmica %HX %HY
Pilares Muros Pilares Muros
Sismo X1 7,90 92,10 7,25 92,75
Sismo Y1 13,21 86,79 8,01 91,99

Fonte: Autor
99

Figura 43 – Deformadas para os modos vibratórios em relação ao eixo x

Fonte: Autor

Figura 44 – Deformadas para os modos vibratórios em relação ao eixo y

Fonte: Autor
100

Assim como na análise anterior, verificam-se as relações entre a rigidez do


elemento e a sua contribuição quanto a atenuação das forças. Nos modos de vibração
em relação ao eixo x as forças obtidas foram menos do que as encontradas para o
eixo y. Porém, os deslocamentos foram superiores. O que demonstra a relação da
rigidez (devido à disposição do pilar-parede) com a propensão à deslocamentos ou
absorção das forças sísmicas.

9 CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

9.1 CONCLUSÃO

A NBR 15421/2006 apresenta três métodos de análise sísmica: Forças


horizontais equivalentes, Método espectral e o Método com históricos de acelerações
no tempo. Neste trabalho pode-se aplicar dois destes métodos com certo êxito. O
Método das forças horizontais equivalentes é um método simplificado que consiste
em determinar a força horizontal sísmica na base da estrutura nas duas direções
ortogonais analisadas (eixo x e y). Já o Método espectral define os modos de vibração
da estrutura, também em ambas as direções, e possibilita assim a elaboração do
espectro de resposta (gráfico que demonstra o comportamento da estrutura). Porém
a definição das forças e também as suas conferências é realizada com auxílio do
método simplificado, conforme os procedimentos relatados nos capítulos 5.6 e 5.7.

Estabelece também que a adequação de um método, quer dizer, a escolha do


método a ser utilizado para análise está basicamente atrelada a Zona sísmica em que
o terreno está alocado. Sendo que para as estruturas que serão executadas na Zona
sísmica 0 que corresponde a Categoria sísmica A nenhum requisito sísmico é exigido,
o que corresponde a grande parte do território brasileiro (abrangendo locais como
exemplo Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais). Em relação aqueles
destinados a Zona sísmica 1, deve-se realizar a análise pelo Método das forças
horizontais equivalentes. Já as estruturas projetadas para as Zonas sísmicas 2, 3 e 4
podem ser analisadas utilizando o Método espectral ou o Método do histórico de
acelerações no tempo. Cabe dizer que independente da zona sísmica qualquer
estrutura pode ser analisada pelos dois últimos métodos citados, sendo a escolha do
método a cargo do projetista.
101

Quanto as análises realizadas, evidenciou-se a importância da consideração


do carregamento sísmico no projeto estrutural conforme a divisão regional realizada
pela NBR 15421/2006. As zonas sísmicas analisadas no exemplo, correspondem às
regiões do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte (Zona sísmica 1), parte do
Amazonas (Zona Sísmica 2) e Acre (Zona sísmica 4). Sendo este o mais próximo à
Região Andina (de intensa atividade sísmica). Os valores obtidos para as forças totais
horizontais na base são muito importantes para o dimensionamento de fundações. Já
em relação a superestrutura, o carregamento sísmico influencia consideravelmente
na força lateral aplicada a estrutura, conforme demonstrado em análise, no caso

Resultaram das análises valores de força horizontal aplicada em torno de


140,00 t para uma aceleração de 0,05 g. Quando este valor foi aumentando, ou seja,
houve a troca do local de implementação para uma zona com aceleração de 0,10 g a
força máxima obtida foi de aproximadamente 212,00 t. Ainda, quando se analisou na
Zona sísmica 4 que possui uma aceleração característica de 0,15 g o resultado foi de
aproximadamente 343,00 t. Tendo em vista estas informações, não é razoável a sua
desconsideração quando do dimensionamento de estruturas.

Além do mais, o engenheiro civil como pessoa legalmente habilitada para o


projeto e execução de obras civis deve atender a todos os requisitos técnicos e legais
para a sua atuação. Existindo a NBR 15421/2006 que determina o procedimento para
projeto de estruturas sismo-resistentes, deve atendê-la ao conceber um projeto
estrutural conforme as regiões e análises pré-determinadas.

9.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Sugerem-se para trabalhos futuros referentes a engenharia sísmica os


seguintes pontos:

 O estudo da análise sísmica utilizando o Método com históricos de


acelerações no tempo e suas discrepâncias em relação aos demais
métodos;
 A aplicação dos modelos apresentados neste trabalho ou outros de
preferência a simultaneidade da ocorrência da ação do vento e do sismo
(se for um fenômeno possível de ocorrer);
102

 A comparação dos resultados obtidos dos modelos apresentados com


os resultados advindos de uma análise dinâmica do vento,
separadamente;
 O estudo dos diversos sistemas básicos sismo-resistentes
apresentados pela NBR 15421/2006, demonstrando os procedimentos
de análise, dimensionamento e detalhamento do elemento.
103

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cargas para cálculo de


estruturas de edificações. NBR 6120. Rio de Janeiro, 1980.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de


concreto – Procedimento. NBR 6118. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Ações e segurança nas


estruturas - Procedimento. NBR 8681. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas


resistentes a sismos – Procedimento. NBR 15421. Rio de Janeiro, 2006.

ASSUMPÇÃO, Marcelo et al. Intraplate seismicity in Brazil. Intraplate


Earthquakes. p. 50-71, 2014

ASSUMPÇÃO, Marcelo et al. Terremotos no Brasil: Preparando-se para Eventos


Raros. Boletim SBGF, Rio de Janeiro, n. 96, 2016. p.25-29.

ASSUMPÇÃO, Marcelo. The Regional Intraplate Stress Field in South America.


Journal of Geophysical Research, Washington, VOL. 97, nº. B8, p. 11889-11903,
Julho, 1992.

BARBAT, Alex H. Calculo Sismico de las Estructuras. Barcelona: Editores


Tecnicos Associados, S.A., 1986.

BAZÁN, Enrique; MELI, Roberto. Diseño Sísmico de Edificios. Cidade do México:


Ed. Limusa, 2009.

BELES, Aurel A et al. Elementos de Ingeníeria Sísmica. 1.ed. Barcelona: Ed.


Omega, 1975.

BERROCAL, Jesus. Atividade Sísmica e sua ocorrência. Boletim SBGF, Rio de


Janeiro, n. 96, 2016. p.30-31.

BEZERRA, Francisco Hilario et al. Neotectônica e sismicidade no Brasil. Boletim


SBGF, Rio de Janeiro, n. 96, 2016. p.22-24.

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Defesa Civil.


Manual de Desastres: VOL.1. Desastres Naturais. Brasília: 2003.

CHARLESON, Andrew. Seismic Design for Architects: Outwitting the Quake. 1st
ed. Oxford: Ed. Architectural Press, 2008.

CHOPRA, Anil K. Dinámica de Estructuras. 4.ed. Cidade do México: Ed. Person,


2014.

CLOUGH, Ray W.; PENZIEN, Joseph. Dynamics of Structures. 3rd ed. Berkeley:
Ed. Computers & Structures, Inc., 1995.
104

DANTAS, Raul Omar de Oliveira. Subsídios para o projeto de estruturas sismo


resistentes. 2013. 200 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal.

DUGGAL, S.K. Earthquake Resistant Design of Structures. Oxford. Ed. Oxford


University Press, 2007.

ERDEY, Charles K. Earthquake Engineering: Application to Design. 1st ed.


Hoboken: Ed. John Wiley & Sons, Inc, 2007.

LOPES, Afonso Emidio de Vasconcelos; NUNES, Luciana Cabral. Intensidades


sísmicas de terremotos: formulação de cenários no Brasil. REVISTA USP, São
Paulo, n.91, p. 90-102, setembro/novembro 2011.

MARQUES, Mário António Lage Alves. Avaliação Probabilística da Segurança


Sísmica de Edifícios. 2011. 492 f. Tese (Doutorado) – Universidade do Porto,
Departamento de Engenharia Civil, Porto.

NOBREGA, Petrus Gorgonio Bulhoes; NOBREGA, Selma Hissae Shimura. Perigo


Sísmico no Brasil e a Responsabilidade da Engenharia de Estruturas. HOLOS,
[S.l.], v. 4, p. 162-175, set. 2016.

PARISENTI, Ronaldo. Estudo de Análise Dinâmica e Métodos da NBR 15421


para Projeto de Edifícios Submetidos a Sismos. 2011. 219 f. Dissertação
(Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Civil - PPGEC, Florianópolis.

PEÑA, Luis Alejandro Pérez. Análise dos Efeitos Provocados por Abalos
Sísmicos em Estruturas Irregulares. 2012. 166 f. Dissertação (Mestrado) –
Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Brasília.

PRESS, Frank et al. Para Entender a Terra. 4.ed. Porto Alegre: Ed. Bookman,
2006.

REYES, Luis Enrique García. Dinámica Estructural Aplicada al Diseño Sismico.


Bogotá: Ed. Universidad de Los Andes, 1998.

ROMÃO, Xavier das Neves. Novos Modelos de Dimensionamento Sísmico de


Estruturas. 2002. 360 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Porto,
Departamento de Engenharia Civil, Porto

SAADI, Allaoua. Neotectônica da Plataforma Brasileira: esboço e interpretação


preliminares. Revista Geonomos, [S.l.], dez. 1993.

SADOWSKI, Georg R.; CAMPANHA, Ginaldo A. da Cruz. Grandes Falhas no


Brasil Continental. In: MANTESSO-NETO, Virginio et al. Geologia do Continente
Sul-Americano: Evolução da Obra de Flávio Marques de Almeida. São Paulo. Beca,
2004. Cap. 24, p. 407-421.

SILVA, Júlio Flávio Ferreira da. Análise Sísmica de Edifícios em Betão Armado
com o recurso a Metodologias Simplificadas. 2008. 100 f. Dissertação (Mestrado)
– Universidade do Porto, Departamento de Engenharia Civil, Porto.
105

TEIXEIRA, Wilson et al. Decifrando a Terra. 2.ed. São Paulo: USP, 2003.

THÖLKEN, Denise. Efeito da Rigidez de Pilar Parede no Comportamento


Sísmico de Edifício de Concreto Armado. 2013. 135 f. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Tecnológica Federal Do Paraná, Departamento Acadêmico De
Construção Civil - DACOC, Curitiba.

VELOSO, Alberto. Os surpreendentes terremotos intraplaca. Boletim SBGF, Rio de


Janeiro, n. 96, 2016. p.10.

VELOSO, Alberto; SAND, George; FERREIRA, Joaquim Mendes. Sismicidade do


Brasil. Boletim SBGF, Rio de Janeiro, n. 96, 2016. p.8-9. Especial produzido por
Bruna Vaz Mattos.

Você também pode gostar