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EDSON LOPES CHAVES

INQUÉRITO POLICIAL E A LEI MARIA DA PENHA-11.340/06


Linhares
2019
EDSON LOPES CHAVES

INQUÉRITO POLICIAL E A LEI MARIA DA PENHA-11.340/06

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Pitágoras, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Direito.

Orientador: Mariana Souto.

Cidade
Ano
EDSON LOPES CHAVES

INQUÉRITO POLICIAL E A LEI MARIA DA PENHA-11.340/06

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras como requisito


parcial para a obtenção do título de graduado
em Direito.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Linhares, 22 de abril de 2019


INQUÉRITO POLICIAL E A LEI MARIA DA PENHA-11.340/06
Edson Lopes Chaves

CHAVES, Edson Lopes. Inquérito Policial e a Lei Maria da Penha-11.340/06 2019. 30


folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Faculdade
Pitágoras, Linhares, 2019.

RESUMO

Tem-se, por escopo no presente projeto de pesquisa, buscar e levar uma


maior compreensão de uma realidade onde infelizmente muitas mulheres são ainda
atingidas pela violência doméstica, destarte, esta, tem contribuído para o aumento
de crimes que acabam elucidando um caráter mais intolerante quanto ao gênero
mulher. Com surgimento da Lei 11.340/06, percebe-se que o legislador quis
demostrar estar atento aos anseios sociais e fatos inaceitáveis que não devem ser
ignorados ou pormenorizados, e, por isso o mesmo criou mecanismos que tratam
de forma específica tais práticas ilícitas que atingem a mulher e ferem sua honra e
sua dignidade, que além de ser nocivo a toda sociedade, fica ainda mais evidente e
gravoso no seio da família gerando sequelas nocivas que afetam estrutura familiar e
muitas vezes deixam consequências irreversíveis; Destarte, pode-se buscar dentro da
legalidade inúmeros mecanismos para o combate a violência doméstica, no entanto,
fazemos deste projeto uma oportunidade para demostrar a grande importância do
inquérito policial devidamente prestado e mais especializado que objetive criar um
cenário cada vez mais confortável para que a vítima da violência doméstica, sinta-se
encorajada e acolhida por este procedimento administrativo de estrema importância
para o cumprimento e efetividade da Lei Maria da Penha (11.340/06) no combate a
violência doméstica, procurando trazer um maior equilíbrio para a mulher que se
encontre em situação fática de vulnerabilidade diante de seu agressor.

Palavras-chave: Inquérito; Vítima; Atendimento; Especializado;


CLAVES, Edson Lopes. Encuentro Policial y la Ley María de la Penha: 2019. 30 las
hojas. Trabajo de fin de curso (Grado de la ley) – De la Universidad de Chile.

ABSTRACT

Se tiene, por objeto en el presente proyecto de investigación, buscar y llevar una


mayor comprensión de una realidad donde desafortunadamente muchas mujeres
siguen siendo afectadas por la violencia doméstica, desatar, ésta, ha contribuido al
aumento de crímenes que acaban elucidando un carácter más intolerante en cuanto
al género mujer. Con el surgimiento de la Ley 11.340 / 06, se percibe que el
legislador quiso demostrar estar atento a los anhelos sociales y hechos inaceptables
que no deben ser ignorados o detallados, y por ello creó mecanismos que tratan
de forma específica tales prácticas ilícitas que afectan a la mujer e hiere su honor y
su dignidad, que además de ser nocivo a toda sociedad, queda aún más evidente y
gravoso en el seno de la familia generando secuelas nocivas que afectan la
estructura familiar y a menudo dejan consecuencias irreversibles; De este modo, se
puede buscar dentro de la legalidad innumerables mecanismos para combatir la
violencia doméstica, sin embargo, hacemos de este proyecto una oportunidad para
demostrar la gran importancia de la investigación policial debidamente prestada y
más especializada que objetiva crear un escenario cada vez más cómodo para que
la víctima de la violencia doméstica, se siente alentada y acogida por este
procedimiento administrativo de estrecha importancia para el cumplimiento y
efectividad de la Ley Maria da Penha (11.340 / 06) en el combate a la violencia
doméstica, procurando traer un mayor equilibrio para la mujer que se se encuentra
en una situación de vulnerabilidad frente a su agresor.

Palabras clave: Investigación; Víctima; Servicio; Especializada;


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
2. BREVE CONCEITO E FINALIDADE DO INQUERITO POLICIAL ...................... 8
2.1. A AUTORIDADE POLICIAL FRENTE A LEI MARIA DA PENHA......................... 9
3. BREVE HISTORICO DA LEI MARIA DA PENHA ................................................ 10
3.1. FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER.........................11
3.2. VIOLÊNCIA FÍSICA ............................................................................................12
3.3. VIOLÊNCIA PSICOLOGICA................................................................................13
3.4. VIOLÊNCIA SEXUAL..........................................................................................14
3.5. VIOLÊNCIA PATRIMONIAL................................................................................15

4.0. O PAPEL DA VÍTIMA E OS DIFERENTES TIPOS DE AÇÃO PENAL..............16


4.1. PRINCIPAIS CAUSAS DE RENÚNCIA DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO...17
5. A ATUAÇÃO DO EAM E AS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA..............18
5.1. DELEGACIAS ESPECIALIZADAS DE ATENDIMENTO À MULHER..................19
5.2. JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER........................20

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 27


REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30
1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa aborda o tema da relevância que o inquérito policial e sua


aplicação junto à Lei Maria da Penha diante da necessidade de se buscar
efetivamente uma assistência mais especializada a todas as mulheres que vítimas são
violência doméstica.
A Lei maria da Penha (11.340/06) é fruto da triste história da senhora Maria
da Penha Fernandes, que sobrevivei a duas tentativas de homicídio por parte de seu
ex-marido, e ficou paraplégica, mas, este triste fato, foi também um basta diante de
tanta crueldade contra a mulher quando a Maria da Penha Fernandes decidiu lutar
pelos direitos da mulher e na busca da punição dos culpados, ainda que esta, viesse
somente a ocorrer 19 anos e 6 meses depois.
A mulher ao longo da história vem mostrando sua força em vários campos
inerentes a grandes conquistas na sociedade, no entanto, ainda a muito a ser
feito, para que a mulher possa de fato não ter que abdicar de sua honra e dignidade
que constantemente ainda lhe é suprimida.
Portanto, torna-se extremamente necessário um estudo pormenorizado a este
instituto que é o inquérito policial junto a Lei Maria da Penha (11.340/06), uma vez que
o mesmo tem grande representatividade para o desenvolvimento de todo o processo
na aplicação da lei que precisa estar incumbida em dar a mulher maior
representatividade diante de seus possíveis agressores.
Isto posto, objetiva-se compreender, a relação entre denunciado e a vítima,
entender a efetividade das medidas protetivas e seu descumprimento e verificar a
função do atendimento especializado no DEAM.
Para tanto, essa pesquisa adota a metodologia desenvolvida em busca literária,
trabalhos já publicados, pesquisa bibliográfica conjuntamente com artigos e
entrevistas com vítimas de violência doméstica, bem como visitas a órgãos
competentes na prestação especializada e assistencial a estas.
Destarte, para a elaboração do presente trabalho nesta etapa introdutória,
tomou-se como base referencial as doutrinas de autores como, Renato Brasileiro de
Lima em seu manual de Processo Penal, Volume Único, 5ª Ed. Ano, 2017; Bem como
a Lei 11.340 de 07 de agosto de 2006.
2. BREVE CONCEITO E FINALIDADE DO INQUERITO POLICIAL

Ao buscarmos conceituar o inquérito policial, nos pautamos pelas reflexões de


Renato Brasileiro de Lima (2016, p. 107) que enxerga o inquérito policial como um
procedimento administrativo [...] entendemos querer, o autor dizer, que tal
procedimento se trata da forma, ou o meio onde estará se materializando a faze inicial
de cunho investigatório realizado pela autoridade policial, lê-se como exemplo, a
polícia civil, na busca de informações substanciais objetivando trazer evidencias que
possam apontar à autoria e a materialidade do crime perseguido, dando ao titular da
ação penal elementos de informação para o ingresso da ação penal.

Devido a sua natureza que é de um procedimento instrumental, extrai-se, que


no inquérito policial se busca a verdade real dos fatos delituosos relatados na notícia
crime, formando assim condições reais para o prosseguimento ou arquivamento da
persecução penal ou perseguição quanto ao crime ora praticado.

FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL: A partir do momento em que


determinado delito é praticado, surge para o Estado o poder-dever de
punir o suposto autor do ilícito. Para que o Estado possa deflagrar a
persecução criminal em juízo, é indispensável a presença de
elementos de informação quanto à autoria e quanto à materialidade da
infração penal. De fato, para que se possa dar início a um processo
criminal contra alguém, faz se necessária a presença de um lastro
probatório mínimo apontando no sentido da prática de uma infração
penal e da probabilidade de o acusado ser o seu autor. Aliás, o próprio
CPP, em seu art. 395, inciso III, com redação dada pela Lei nº
11.719/08, aponta a ausência de justa causa para o exercício da ação
penal como uma das causas de rejeição da peça acusatória. Daí a
importância do inquérito policial, instrumento geralmente usado pelo
Estado para a colheita desses elementos de informação, viabilizando
o oferecimento da peça acusatória quando houver justa causa para o
processo (fumus comissi delicti). [...]. (LIMA, 2016, p.167).
2.1. A AUTORIDADE POLICIAL FRENTE A LEI MARIA DA PENHA

Não obstante, o legislador tem buscado aprimorar a eficiência da referida lei e


sua aplicabilidade para diminuição da violência doméstica, uma vez que tais
aprimoramentos possuem o escopo de uma melhor assistência à vítima face seu
agressor, que muitas das vezes por falta de mecanismos e procedimentos mais
eficientes acaba por desfrutar da impunidade de seus crimes, outrossim, sentindo-se
a cada vez mais confiante na continuidade da pratica delitiva; ressalte-se que tais
mudanças na legislação, ou seja mecanismos ora criados objetivam maior eficiência
na aplicação da lei aos casos concretos, sendo assim a autoridade policial, órgão na
atuação direta no combate a violência doméstica, ganhou destaque na última
alteração da lei maria da penha em quesitos procedimentais, no entanto;
consideraremos para os próximos capítulos elucidar tais mudanças instituídas pelo
legislador neste presente ano de 2019.
Destarte, se observamos as normas já anteriormente vigentes iremos nos
deparar com um capítulo específico que estabelece o procedimento da autoridade
policial frente os casos de violência doméstica contra a mulher, senão vejamos;
• Permite prender o agressor em flagrante sempre que houver qualquer das
formas de violência doméstica contra a mulher.
• À autoridade policial compete registrar o boletim de ocorrência e instaurar o
inquérito policial (composto pelos depoimentos da vítima, do agressor, das
testemunhas e de provas documentais e periciais), bem como remeter o inquérito
policial ao Ministério Público.
• Pode requerer ao juiz, em quarenta e oito horas, que sejam concedidas
diversas medidas protetivas de urgência para a mulher em situação de violência.
• Solicita ao juiz a decretação da prisão preventiva.
2.2. BREVE HISTORICO DA LEI MARIA DA PENHA

É sabido que a mulher em toda sua história, tem enfrentado grandes opressões,
opressões estas, que a depender de seu seio cultural e filosófico, vitimizou e ainda
vitimiza muitas mulheres; não obstante, e em cada época e século, a bravura de
muitas, ainda que as custas de dor e sofrimento deixou mascas na história e ainda
marca a história de vida das pessoas.
A Lei maria da Penha (11.340/06) é fruto da triste história ocorrida em 1983
com a senhora Maria da Penha Fernandes, que sobrevivei a duas tentativas de
homicídio por parte de seu ex-marido, o professor universitário colombiano Antônio
Heredia Viveros, na primeira tentativa, Maria foi cruelmente atingida por um de tiro de
espingarda que a deixou paraplégica e hospitalizada durante quatro meses onde
precisou ser submetida a várias cirurgias; Não obstante, após seu retorno ao lar, foi
novamente agredida por Heredia onde tentou este tentou eletrocutar Maria enquanto
ela tomava banho. Mas, este triste fato, levou Maria da Penha Fernandes a lutar pelos
direitos da mulher e na busca da punição dos culpados, ainda que esta, viesse
somente a ocorrer 19 anos e 6 meses depois.
Mediante a uma ordem judicial Maria pode sair de casa e iniciou uma árdua
batalha para que seu agressor fosse condenado. Destarte a condenação do agressor
só ocorrera em 1991, porem a defesa alegou irregularidades no procedimento do júri,
e o caso foi julgado novamente em 1996, diante da nova condenação, a defesa
novamente alegou irregularidades e o processo continuou em aberto por mais alguns
anos.
Diante de atos protelatórios que acabaram por alçar eficácia no processo, o
senhor Heredia continuou em liberdade. Destarte, Maria da Penha buscando uma
maior consciência social diante da opressão que atingia várias mulheres ao ela
também havia sido mais uma vítima, acabou por lançar um livro em 1994, em que
relata as agressões que ela e suas filhas sofreram do marido durante a convivência
com o agressor. Porem sua determinação era por justiça, e diante desse objetivo,
buscou e conseguiu alguns anos depois contato com duas organizações Centro pela
Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e Comitê Latino Americano e do Caribe para
a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM) que a ajudaram a levar seu caso para a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados
Americanos (OEA), em 1998.
Toda morosidade do processo penal brasileiro no caso de Maria da Penha
Fernandes foi exposto quando em 2001, o Brasil foi condenado pela Comissão por
negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica contra as
mulheres, ademais foi recomendada a finalização do processo penal do agressor de
Maria da Penha, a realização de investigações sobre as irregularidades e atrasos no
processo; reparação simbólica e material à vítima pela falha do Estado em oferecer
um recurso adequado para a vítima, que finalmente pode ver seu agressor receber a
condenação por seus delitos em 2002, e a adoção de políticas públicas voltadas à
prevenção, punição e erradicação da violência contra a mulher.
Destarte, o governo brasileiro se viu na obrigação de instituir mecanismos
legais que trouxessem maior eficácia na prevenção e punição da violência doméstica
no Brasil. Portanto no dia 7 de Agosto de 2006, o Congresso aprovou por unanimidade
a Lei 11.340 conhecida como Lei Maria da Penha, que já obteve o reconhecimento da
própria ONU, a nível mundial, de ser a terceira melhor lei no combate a violencia
doméstica.

3. FORMAS DE VIOLENCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER

A lei 11.340 traz em seu corpo caracterização para que se configure a prática
de violencia doméstica contra a mulher, senão vejamos a exposição do artigo 5º da
referida lei.

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e


familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e
dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar,
inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada
por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por
laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva
ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de
coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo
independem de orientação sexual.

Destarte e de ser concluir que para a caracterização da violencia doméstica, e


necessário a obrigatoriedade da vítima ser do sexo feminino, não se fazendo
necessário que haja coabitação entre a vítima e seu agressor. Sendo assim basta que
haja um vínculo de afeto ou intimidade; a de se ressaltar que os requisitos
determinados para a tipificação do delito de violencia doméstica podem ocorre de
forma alternada, sendo suficiente que apenas um deles esteja presente no caso
concreto.

3.1. VIOLÊNCIA FÍSICA

A Violência física requer pouco grau de dificuldade para sua identificação uma
vez que se consuma com o emprego do uso da força, com o objetivo de ofender a
integridade física ou a saúde corporal da vítima; Destaca-se que a violencia física e
punida tanto na conduta dolosa quanto na culposa.
Descrito no artigo 7º, inciso I, da Lei nº 11.340/2006, a Violência Física, é
“percebida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.”
Dentro outras condutas praticadas pelo agente em desfavor da vítima, a violência
física se caracteriza como a mais comum, além disso os agressores acabam por fazer
uso de diversas maneiras desde o uso de vassoura, cintos, facas, panelas etc.
chegam até usar cordas ou correntes para amarrar e espancar suas vítimas. A
Violência Física engloba ainda outros atos crueldade, com o único objetivo de vitimizar
a mulher e fragilizá-la severamente. A atitude de agredir covardemente muitas das
vezes usando ponta de cigarro, água fervente bem como privação de comida e água
pode resultar em severos traumatismos, quando não poucas vezes ceifam a vidas de
muitas mulheres.
Não obstante, preleciona Leda Maria Hermann (2008, p. 108): Quanto à
integridade física, o conceito transcrito no inciso I do dispositivo é expresso em
considerar violentas condutas que ofendam, também a saúde corporal da mulher,
incluindo, por consequência, ações ou omissões que resultem em prejuízo à condição
saudável do corpo.
A falta de cuidados no ceio familiar em desfavor da mulher pode também ser
compreendida como uma conduta omissiva que pode levar desde a privação de
alimentos ou até a falta de indispensáveis tratamentos hospitalares. Já para uma
conduta comissiva, basta observar exemplos em que muitas vezes as mulheres
acabam sendo sujeitadas a realizar tarefas que são incompatíveis com sua
capacidade física, como por exemplo carregar móveis pesados ou execultar diversas
atividades de cunho doméstico inapropriadas a elas.

3.2. VIOLÊNCIA PSICOLOGICA

A violência psicológica, transcrita pelo artigo 7º, inciso II, da Lei nº 11340/2006
é: percebida como qualquer conduta que lhe cause danos emocionais e diminuição
da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante
ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
psicológica e à autodeterminação.
Este tipo de violência, às vezes é igual ou mais prejudicial que a física, uma vez
que atinge a mulher em seus valores íntimos com o escopo de depreciação
caracterizados pela rejeição, humilhação, discriminação e exagerado desrespeito.
Conquanto ser uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, é inegável que
a violência psicológica pode ter um poder ainda mais destrutivo no psiquê da mulher
abalando fortemente sua saúde mental gerando em diversos casos cicatrizes
profundas que muitas vezes são irreparáveis. Sendo assim não são poucas as
ofensas sofridas pela mulher que se vê abalada pelas constantes ameaças,
perseguições, chantagens e todos os meios ilícitos usados para afetar a sua paz
interior.
Para Leda Maria Hermann (2008, p. 109)

A violência psicológica, enfocada no inciso II do artigo 7º, consiste


basicamente em condutas – omissivas ou comissivas – que
provoquem danos ao equilíbrio psico-emocional da mulher vítima,
privando-a de autoestima e autodeterminação.

A mulher, uma vez atingida com a violência psicológica, passa a ter um estado
de espírito fortemente sensível e propenso baixo auto-estima gerando nela ideias
erronias de inferioridade em relação as demais pessoas, além disso, não é de se
admirar que muitas tomam a triste decisão de dar cabo a própria vida por não
suportarem tamanha ofensa interior ocasionada pela violência psico-emocional.

3.3. VIOLÊNCIA SEXUAL

Exposta no artigo 7º, inciso II, da Lei nº 11340/2006, a violência sexual, é:


compreendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou
uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a obrigue
ao matrimônio, à gravidez, ao abortou à prostituição, mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais
e reprodutivos; ou também quando a conduta é indesejada pela mulher mas ainda lhe
é imposta, como por exemplo, ser obrigada pelo parceiro a envolver-se numa relação
sexual que vislumbra propósitos comerciais ou não, assistir um vídeo do marido com
outra mulher ou ser constrangida a participar gravação de vídeo de cunho sexual.
As condutas: constranger, induzir, impedir, forçar ou anular as práticas de atos
sexuais, são retratadas como condutas comissivas e relacionadas aos métodos que
visam atuar sobre a vontade sexual da vítima.
Não obstante, no tocante à atividade sexual do casal, tem-se por honroso e
valido atos em que ambos queiram e se sintam confortáveis de praticar. Outrossim no
que se diz respeito a reprodução da familia, cabe também aos dois escolher o
momento certo, não podendo seu companheiro impedir ou tentar anular a capacidade
reprodutiva da mulher sem seu conhecimento e consentimento.
3.4. VIOLÊNCIA PATRIMONIAL

Conforme capitula o artigo 7º, inciso II, da Lei nº 11340/2006 é: entendida como
qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de
seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos
ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.

Essa violência é utilizada tem como escopo, impedir que a mulher tenha
controle sobre seus próprios bens de forma que isso lhe cause limitações e até
prejuízos patrimoniais que objetivem leva-la cada vez mais em um estado de
dependência do parceiro; senão vejamos; Alguns tentam impedi-las de trabalhar fora
do ceio familiar, mas quando estas já o fazem, acabam por sofrer inúmeras
importunações em seu local de trabalho que podem respingar até em seus patrões,
outros destroem objetos que pertencentes a elas para demostrar dominação e
passividade, outrossim não faltam aproveitadores, charlatões em peles de cordeiros
que acabam explorando economicamente suas parceiras.

Para Maria Berenice Dias (2008, p. 52-53), a Lei Maria da Penha:

[...] reconhece como violência patrimonial o ato de “subtrair” objetos


da mulher, o que nada mais é do que furtar. Assim, se subtrair para si
coisa alheia móvel configura o delito de furto, quando a vítima é mulher
com quem o agente mantém relação de ordem afetiva, não se pode
mais reconhecer a possibilidade de isenção de pena. O mesmo se diga
com relação à apropriação indébita e ao delito de dano. É violência
patrimonial “apropriar” e “destruir”, os mesmos verbos utilizados pela
lei penal para configurar tais crimes. Perpetrados contra a mulher,
dentro de um contexto de ordem familiar, o crime não desaparece e
nem fica sujeito à representação.

Destarte que a lei acolha em seu bojo os bens e objetos de relevância financeira
e valores econômicos, ressalte-se ainda que esta, alcança claramente outros critérios
e aspectos econômicos de ordem e importância pessoal ou afetiva bem como
documental. É comum ao agressor usar dessa essa forma de violência ao perceber
que a vítima tem a intenção de romper o relacionamento e por vingança ou intimidação
prática esses atos que limitam a liberdade da mulher, fazendo que ela desista em
muitos casos, de sua intenção inicial de modo a se conformar com a situação a ela
imposta.

3.5. VIOLÊNCIA MORAL

Preceitua o artigo 7º, inciso V, Lei nº 11340/2006, que a violência moral e:


“qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.” Para entendermos
melhor os termos utilizados anteriormente podemos defini-los; Calúnia, nos termos do
art. 138 do CP, é um crime contra a honra de alguém consistente em atribuir,
falsamente, a uma pessoa, fato definido como crime. Ou seja, se alguém a acusar de
ter cometido um crime previsto no Código Penal sem que o tenha cometido é sofrer
calunia, um exemplo seria alguém acusá-la de ter roubado algo de alguém.
Difamação, conforme o art. 139 CP é um crime contra a honra consistente em
atribuir, a alguém, fato ofensivo à sua reputação. Não se confunde com a calúnia, pois
que esta consiste numa imputação injusta de fato tipificado como crime. Assim, você
será difamada se alguém acusá-la de tê-la visto com um amante ou dizer que foi
trabalhar embriagada.
Injúria é um crime contra a honra consistente em ofender, verbalmente, por
escrito ou fisicamente, a dignidade ou o decoro de alguém. Conduta que ofende o
moral, que abate o ânimo da vítima, CP, art. 140. Aqui a pessoa usa de palavras de25
baixo calão para ofender como: “ladra”, “vadia”, “imbecil”. Portanto, temos a lei que
visa proteger os direitos da mulher, na qual estão tipificadas as formas de violência e
mesmo assim os casos de violência crescem a cada estatística. É preciso o
envolvimento de todos para diminuir ou erradicar esse problema.
Como pode-se observar ante o exposto acima, a Lei Maria da Penha, traz
tipificadas em seu bojo, quais as formas de violências abrangidas por ela. No próximo
capítulo, serão elencados os diferentes tipos de ações penais, as causas de renúncia
do direito de representação e evolução da jurisprudência nos crimes de lesões
corporais leves.
4. O PAPEL DA VÍTIMA E OS DIFERENTES TIPOS DE AÇÃO PENAL

A ação penal pública condicionada à representação titularizada pelo Ministério


Público, necessita de uma permissão da vítima ou representante legal para ser
intentada. Para evitar a ofensa à vítima em sua intimidade, o legislador optou por
condicioná-la à representação do ofendido ou seu representante legal, significando
essa manifestação de vontade da vítima uma intenção de autorizar a implementação
da ação em juízo. Devido a implicações na esfera de interesses da vítima, seu
desencadeamento dependerá, sempre, da manifestação de vontade do ofendido ou
de quem legalmente o represente, no sentido de querer ver apurada a infração penal.
A vítima exerce um papel fundamental nos mais diversos tipos de ações penais.
Quando se trata de violência doméstica familiar, esse papel muitas vezes acaba
impedindo ou atrapalhando o andamento da ação, pelos mais diversos motivos.
Inicialmente, cabe esclarecer quais são os tipos de ações existentes no sistema
penal e na lei Maria da Penha. A ação penal pode ser pública, a qual se subdivide em
incondicionada e condicionada, a qual se subdivide novamente em mais duas
espécies: a) pública condicionada à representação e b) pública condicionada à
requisição do Ministro da Justiça. A ação penal pública incondicionada é aquela que
é promovida pelo Ministério Público de ofício, independentemente de manifestação do
ofendido.
Também no caso de instauração de IP a Autoridade Policial age de ofício
quando a infração penal é de ação pública incondicionada.
A regra é que a ação penal seja pública incondicionada, de modo que quando
a ação é condicionada ou privada isso consta no dispositivo do CP ou da legislação
respectiva. Quando a ação penal é condicionada o Ministério Público, MP e a
autoridade policial somente podem agir com a manifestação do ofendido mediante
representação ou com a requisição do Ministro da Justiça.
Ação Penal Privada, a qual se subdivide em Ação Penal Privada Exclusiva e
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública. Os crimes de ação penal privada exclusiva
são aqueles em que o MP, excepcionalmente não é o titular da ação penal e sim o
ofendido, que deve atuar por meio de Queixa–Crime elaborada por advogado (ex.
crimes contra a honra, crime de dano simples etc.). Nas ações penais privadas
exclusivas é a própria lei que estabelece diretamente o caráter privado da ação.
Como não poderia deixar de ser diferente, a Lei Maria da Penha segue a lei de
processo penal, com algumas exceções, principalmente no tocante ao crime de lesões
corporais leves. Temos duas posições doutrinárias e jurisprudenciais, uma defende
que as ações penais sejam condicionadas a representação e a outra afirma que tais
ações sejam incondicionadas. Recentemente, o STF julgou uma ação e definiu que
nos crimes de lesões corporais leves as ações devem ser Incondicionadas.
A mulher vítima de violência doméstica amplia os debates sobre participação
da vítima no sistema penal, pois como seria possível dar prosseguimento a uma ação
penal desconsiderando os interesses da vítima? No entanto, na maioria das vezes, os
teóricos discutem o assunto sem uma perspectiva de gênero, sem considerar a
violência doméstica como um problema que deve ser enfrentado. A Lei Maria da
Penha possui instrumentos para assegurar esta maior participação da vítima, como a
garantia de assistência jurídica pública, também procura aproximar os interesses das
vítimas, por meio das medidas protetivas. A previsão para a criação de um Juizado de
Violência Doméstica e Familiar, com competência para executar causas cíveis e
criminais, também foi elaborada a partir de uma compreensão do interesse das vítimas
e para suprir as suas necessidades.
A participação das vítimas nas ações penais, são de fundamental importância,
principalmente no ponto que diz respeito a retratação em audiência, pois é nessa hora
que muitas vezes a vítima tem a oportunidade de externar seus sentimentos, por
sentir-se amparada ela acaba falando coisas que em outro contexto não teria
coragem.

4.1. PRINCIPAIS CAUSAS DE RENÚNCIA DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO

A renúncia significa abdicação do exercício de um direito, porém, o legislador


utiliza a terminologia retratação da representação para referir-se ao ato da vítima, ou
de seu representante legal, reconsiderar o pedido antes externado. A importância da
retratação em juízo se dá com o intuito de verificar se a ofendida está sofrendo algum
tipo de pressão, tendo em vista que sua decisão deve ser voluntária e espontânea.
Mesmo com esse dispositivo previsto na lei, muitas vítimas renunciam a um
direito que lhes é inerente, pelos mais diversos motivos, mas principalmente pela
presença de filhos e para preservar a família, ou ainda por sofrerem pressão do
agressor ou até da família.
Ao contrário do que se pensa, a dependência econômica da vítima, é um fator
de renúncia que está presente em apenas de 50% dos casos, que mesmo sofrendo
agressões as vítimas continuarem o relacionamento com seu agressor. Segundo
Maria Berenice Dias (2007, p. 18):

[...] nem sempre é por necessidade de sustento ou por não ter condições de
prover sozinha a própria existência que mulheres se submetem e não
denunciam as agressões de que são vítimas. Em seu íntimo, se acham30
merecedoras da punição por ter desatendido as tarefas que acredita serem
de sua exclusiva responsabilidade. Um profundo sentimento de culpa as
impedem de usar a queixa como forma de fazer cessar as agressões. Por
isso, raros são os casos em que vítima se encoraja a denunciar a violência
ocorrida dentro do lar.

Na atualidade, a maioria das mulheres trabalham para prover o seu sustento


e da sua família, quando não são a principal fonte de renda. Portanto o fator de
dependência econômica, na maioria dos casos, não é o fator predominante nas
causas da renúncia.
A presença de filhos na relação, é uma das principais causas de renúncia, pois
qual é a mãe que não quer o melhor para seus filhos. Com esse pensamento muitas
mulheres que são agredidas renunciam ao direito de dar prosseguimento à ação
penal, pois acham, que se o agressor for afastado do lar, seus filhos ficariam sem a
presença de seus pais trazendo assim um prejuízo a eles. O machismo que ainda
predomina na sociedade, tem sua origem nos primórdios da humanidade, quando o
homem assumiu a direção da casa, transformando a mulher em sua serva e mero
objeto de reprodução sendo submetida ao absoluto poder masculino. Essa condição
perdurou por muito tempo, amparado pelas instituições religiosas, formas de governo
e ainda está presente em nosso meio como um dos fatores de renúncia das vítimas.
Como vimos, as vítimas de violência doméstica renunciam ao direito de
representação pelos mais diversos motivos, gerando assim uma sensação de
impunidade e ineficácia da lei. No próximo item, será analisada a evolução da doutrina
e da jurisprudência em relação ao crime de lesão corporal leve, nos casos de violência
doméstica e familiar e a possibilidade ou não de renúncia de representação.
5. A ATUAÇÃO DO EAM E AS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA.

O tempo para o deferimento da medida encontra interpretações distintas


conforme o entendimento da autoridade judicial a se incumbir do caso. Deduz-se que
a ideia geral é que a medida protetiva possa ser concedida o mais prontamente
possível, embora isso implique vasta gama de interpretações possíveis. As medidas
protetivas aplicáveis aos agressores, previstas no artigo 22, dizem respeito à
suspensão da posse ou restrição do porte de arma; afastamento do lar; proibição de
contato com a ofendida e de frequentar lugares determinados; restrição ou suspensão
de visitas aos filhos e alimentos provisionais ou provisórios.
Mello e Bortoleto (2010) especificam a relação entre o trabalho da EAM e as
medidas protetivas quando localizam sua atuação no campo dos processos de
conhecimento. Todavia, a atuação dela nos processos de execução igualmente é
prevista. Conhecimento e execução são fases do andamento processual.
Na primeira, o juiz recebe informação sobre os fatos e os fundamentos
jurídicos da causa a ser julgada; na segunda, trata-se do cumprimento da decisão
judicial. A EAM ao longo da execução pode realizar diferentes procedimentos relativos
à prestação de serviço à comunidade (escolha do estabelecimento, orientações
diversas) e/ou à participação em grupos, nos quais o tema gênero e os motivos e
desdobramentos da situação de violência são retomados com aquele que foi
sentenciado. Entende-se que a análise da pertinência das medidas protetivas ocorre
na fase relativa ao conhecimento. É nessa etapa que um conjunto de elementos, tais
como o registro de ocorrência, a manifestação dos envolvidos na suposta situação de
violência e mesmo a análise da EAM, contribuirá para a cognição do magistrado
acerca do pedido. Porém, não é obrigatório que a EAM seja acionada para analisar o
pedido de medidas protetivas, sendo, em tese, apenas a manifestação da mulher
suficiente para se ponderar sobre a concessão delas.
Considerando-se a urgência de muitas situações, os prazos estipulados em lei
e a forte demanda existente no JVDFM esse é um ponto de grande importância. Isso
porque, de outro modo, o sistema de proteção e responsabilização que pressupõe a
atuação da EAM e a salvaguarda daquelas que aguardam do aparato jurídico-policial
resposta tempestiva revelar-se-ia inoperante.
É preciso reiterar que a ideia de filtros entre o atendimento inicial de um caso
até sua chegada à EAM sugere a existência de graus diversos de risco para a mulher
na vivência do caso concreto. Ou seja, há situações absolutamente díspares entre os
casos de violência doméstica e familiar e isso se reflete no respectivo grau de urgência
e de dano potencial ou efetivo. Essa disparidade foi notada por Rifiotis (2015) desde
o período de atendimento dos casos de violência doméstica pelos Juizados Especiais
Criminais.
A variedade de casos mencionada há pouco pode suscitar dúvidas nos atores
jurídicos sobre como interpretá-los. A determinação para atuação da EAM,
particularmente quanto aos pedidos de medida protetiva, pode estar associada à
expectativa de que o contexto será mais bem avaliado se estiver sob a atenção de
psicólogos e assistentes sociais. Logo, é no espaço da dúvida que a EAM realiza sua
intervenção com vistas à análise do pedido de medidas protetivas. Nesses casos a
entrevista acaba por ser o instrumento predominantemente utilizado. O diálogo que aí
se estabelece revela, às vezes, dúvidas por parte da mulher, sobretudo quanto à
competência do JVDFM e à da vara de família, mas também se o homem será preso.
Por vezes, a mulher imagina que o divórcio, a guarda dos filhos, a pensão alimentícia,
serão equacionados definitivamente no JVDFM, quando em verdade isso deverá ter
encaminhamento próprio na justiça de família. Igualmente, essas dúvidas abarcam o
alcance das medidas aplicáveis no âmbito da LMP e o que o sistema judicial pode
oferecer de fato a mulher, em particular no que tange à sua segurança.
Pelas dúvidas expressas pode-se deduzir que a demanda das mulheres ao
judiciário, mesmo no contexto da LMP, não se esgota no binômio da medida protetiva
no processo criminal. Por exemplo, a mulher não quer mais ser ofendida, mas quer
continuar sua união com seu companheiro; ou a mulher quer o divórcio, o homem a
ameaça ou não lhe quer dirigir a palavra, e ela espera que o judiciário possa facilitar
a comunicação entre um e outro a fim de tratar de assuntos relativos aos filhos, ao
patrimônio, ao passado de ambos, sem que precise aguardar até a audiência na
justiça de família, o que pode exigir meses. Os procedimentos conduzidos pela EAM
explicitam a situação conjugal e amorosa atual da mulher, a existência ou não de
redes de apoio, bem como sua condição socioeconômica e estado subjetivo ante os
eventos alegados. Nesse estado subjetivo pode haver condições, ainda que
incipientes, para a formulação do significado da experiência narrada, inclusive das
dúvidas quanto ao sentido a ser aplicado a ela.
A intervenção da EAM visa à avaliação da necessidade das medidas protetivas
em cada caso e a confirmação se ainda haveria interesse no seu deferimento por parte
das mulheres. Este segundo ponto se justifica porque há um lapso temporal variável
entre o registro de ocorrência na delegacia de polícia – quando são requeridas as
medidas protetivas – e o seu deferimento ou não pelo juiz (ver artigos 12 e 18 da
LMP). Em muitos casos, o tempo decorrido, por menor que seja, é suficiente para que
algo da cena inicial se modifique e faça com que a mulher reconsidere seu pedido.
Todavia, esse movimento não significa necessariamente que a demanda por
responsabilização esteja ausente. Apenas indica que naquele momento a sensação
de insegurança não seria manifesta. Isso ocorre por vários motivos: não mais ter sido
contatada pelo companheiro(a); mudança de residência; não haver histórico de
situações de violência familiar; acordo firmado com o suposto autor de violência.
Cabe à EAM ponderar junto à mulher sobre os critérios utilizados para avaliar
o grau de risco envolvido em cada caso concreto. Avaliar a necessidade de aplicação
das medidas protetivas não significa dar voz exclusivamente a um especialista que
opina ria sobre a experiência de violência, desconsiderando aquela que se dirige ao
poder público. Diferentemente, trata-se de acolher o pedido de proteção, situando-o
nos marcos próprios da LMP e do funcionamento da máquina judicial, notando o que
ali não se conforma, de modo que ele, se confirmado, tenha chance de ser articulado
com os mecanismos de proteção, mostrando-se então efetivo.
Reconhecer também o que escapa à LMP, ou especificamente ao JVDFM, e
buscar mecanismos institucionais para acolher o pedido formulado, pode ser algo de
extrema valia a quem se coloca no lugar de receber as palavras dirigidas ao aparato
judicial. Nesse caso, é capital o alinhamento, por mínimo que seja, entre a EAM, o
juiz, o promotor de justiça e a defensoria pública em torno do reconhecimento do que
fazer com o que escapa à interpretação corrente da LMP. Sobretudo quanto ao
entendimento de que há demandas que não podem ser capturadas diretamente no
eixo medidas protetivas – processos criminais, embora talvez exijam reconhecimento
por parte do aparato judicial. Esse alinhamento mínimo é um requisito porque, no
limite, a EAM intervirá sobre casos que lhe são designados pelo juiz; as sugestões
feitas serão aceitas pelo juiz na medida em que elas fizerem sentido para ele; se os
demais atores jurídicos não vislumbrarem o sentido e a possibilidade legal para a
proposta, dificilmente ela chegará a um bom termo.
Alguns aspectos recorrentes aparentam acompanhar de forma subjacente ou
manifesta o discurso das mulheres em seus pedidos de medidas protetivas. Por um
lado, observa-se a tentativa de restabelecer a ordem familiar perdida ou idealizada,
havendo o apelo a um terceiro que intervenha no conflito; ou ainda a aposta pura e
simples de manutenção do relacionamento amoroso. Por outro, espera-se romper
com um determinado padrão de relacionamento, no qual o recurso ao judiciário
sinaliza um passo em direção à emancipação social e psicológica; escapar de uma
persistente vigilância e perseguição; punir o agressor, utilizando-se da lei em sua
dimensão.

5.1. DELEGACIAS ESPECIALIZADAS DE ATENDIMENTO À MULHER

Para resguardar a privacidade da mulher foram implantadas as delegacias


especializadas ao atendimento à elas como meio de diminuir o constrangimento ao
exporem os fatos ocorridos.
A lei em exame traz o inciso 5 do artigo 8 a possibilidade de criação das
delegacias de atendimento à mulher que serão especializados para atender ao gênero
feminino.

A criação de delegacias especializadas por si só já importaria em


notável avanço mas não basta a sua criação até de recurso que se
promova treinamentos especializado aos policiais que exerceram suas
atividades juntos as taxas unidades que escolha um pessoas que é
velhinha pedido para o trato é tá mulher e sensibilidade para
abordagem dos problemas por ela suportados e que se dê preferência
aos policiais do sexo feminino em face do constrangimento natural que
se verifica cotidianamente quando a mulher se vê obrigada há fatos
incômodos a prática de um crime contra sua liberdade sexual por
exemplo para homens nem sempre preparados para ouvi-la. (CUNHA
PINTO, 2014, p. 78/79.)

Assim é notório que com o advento dessas delegacias especializadas a mulher


receberam atendimento e proteção de forma mais eficaz podendo relatar o caso com
precisão e a segurança de sua privacidade será mantida tendo em vista A qualificação
e especialização dos policiais que integravam efetivo das delegacias que deverão
prestar as seguintes medidas iniciais a mulher.

Nessa vertente é esclarecido com precisão por CUNHA E PINTO (2014, p. 80):

Acolher as mulheres em situação de violência com atendimento


humanitário levando sempre em consideração a palavra da mulher em
ambiente adequado com sala reservada para manter a privacidade da
mulher reduzir o depoimento atender sem qualquer forma de
preconceito ou discriminação as mulheres independentemente de sua
orientação sexual incluindo também as mulheres prostitutas quando
vítimas de violência gênero; o atendimento inicial é o acolhimento
devem ser feitos por uma equipe de policiais qualificados
profissionalmente preferencialmente do sexo feminino com
compreensão do fenômeno da violência de gênero; a equipe de
policiais e os responsáveis pelo atendimento e acolhimento das
mulheres em situação de violência deve conhecer a diretrizes e
procedimentos na delegacia especializada e possuir Material de
informações e orientação para estas mulheres acolher as mulheres em
situação de violência de gênero mesmo nos casos dos quais as
delegacias não tem um atribuições específicas tráfico de seres
humanos de mulheres turismo sexual procedendo o encaminhamento
para a instância policial competente ter escuta qualificada sigilosa e
não jogadora.

De acordo com os dados encontrados no sítio eletrônico Dan secretaria de


políticas para as mulheres no brasil existem 368 delegacias especializada de
atendimento à mulher e 131 núcleos de atendimento à mulher funcionando em
delegacias comuns ou que ainda é muito pouco a partir do momento em que se tem
em mente a quantidade de municípios integrantes no território nacional que são mais
disse 5000.

5.2 JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER


Assim como existe a implantação de delegacias especializadas ao atendimento
à mulher também se faz necessário que existam as varas competentes aos casos de
violência doméstica.
Quando isso, o artigo quatorze da lei maria da penha disponha acerca da
criação dos visados de violência doméstica e familiar contra a mulher, vejamos in
verbis:

Os juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher, órgãos


da justiça ordinária com competência cível e criminal, poderão ser
criados pela própria União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos
Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a
mulher.(BRASIL, 2006)

Inicialmente, pode-se notar que a implantação dos juizados de violência


doméstica e familiar contra a mulher, visa dar mais celeridade e efetividade aos
processos referentes aos crimes cometidos com incidência no artigo 5º e 7º da lei
11.340/2006 e, Com isso, apresentar uma resposta rápida e ficas a vítima e também
à sociedade como um todo.
Outro aspecto inovador é a atribuição da competência aos JVDFM’s Para
julgamento de pessoas cíveis e criminais, inclusive na fase de execução. No entanto,
enquanto não forem implantados esses juizados, a competência para o conhecimento
EO julgamento de causas referentes à violência doméstica será do juiz criminal (Para
as causas penais e cíveis), porém, Onde o juiz de família continuar recebendo
demandas cíveis, nas quais a mulher é vítima de violência doméstica, com exceção
do processo executório, que não poderá ser realizado por esses juízes.
Dessa forma, a lei inovou outra vez, retirando os crimes cometidos Como
violência doméstica do contexto daqueles de menor potencial ofensivo, sendo que
aqueles não mais poderão ser apreciados pelos Juizados Especiais Criminais.
De acordo com informação obtida no endereço eletrônico da secretaria de
políticas para as mulheres, existem cerca de 79 juizados especiais lizado sem
violência doméstica e familiar contra a mulher implantados pelo Brasil. Ainda, Rua não
adaptadas em torno de 22 varas de violência doméstica e familiar.
Esse número, Logicamente ainda não é suficiente para atender à demanda de
casos de violência doméstica que são denunciados, gerando uma sobrecarga nas
varas criminais que tiveram que acumular a competência que seria dos juizados de
violência doméstica e familiar contra a mulher.

De acordo com o argumento de DIAS (2007, p. 63), esclarece que:

Ditas alterações acabaram forçando os tribunais de justiça a


implantarem os JVDFMs, até porque enquanto isso não acontecer
certamente ocorreram os sérvios transtornos em termos de
distribuição de processos e volume de trabalho. Será sensível a
redução do número de processos em tramitação nos juizados
especiais. em contrapartida haverá um acréscimo muito grande de
demandas nas Varas Criminais. Os juizados especiais restauram
esvaziados e as varas criminais restarão com um significativo aumento
no volume de processos, Pois cada denúncia de violência doméstica
pode gerar dois procedimentos. [...]

Destarte, a instituição dos juizados em estudo é um grande avanço para que


os crimes incidentes na lei maria da penha, sejam julgados com mais eficiência e
rapidez, oferecendo a vítima de violência doméstica ou tratamento idealizado pela lei.
Lembrando que ainda são necessários investimentos para a implantação desses
juizados nas comarcas do interior dos estados tendo em vista que a grande maioria
está situada na região metropolitana próximas à capital de cada estado.
Ademais outro avanço desta lei foi em relação ao descumprimento de medidas
protetivas, que agora com a lei de nº 13.641/2018, Que faz alteração na lei nº11.340,
de 7 Agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), Passando a tipificar o descumprimento
das medidas protetivas como crime.

O novo dispositivo possui a seguinte redação:


Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas
de urgência previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§1° A configuração do crime independe da competência civil ou
criminal do juiz que deferiu as medidas.
§2° Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial
poderá conceder fiança.
§3° O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções
cabíveis.

Desta maneira, estabelece o juiz uma distância fixa mínima a ser mantida pelo
agressor em relação à vítima. outra medida protetiva é a suspensão ou restrição ao
direito de o agressor de portar armas caso ele disponha dessa licença.

6. CONFEDERAÇÕES FINAIS

Destarte a todo o exposto no presente trabalho, Conclui-se que a lei 11340 de


7 de agosto de 2.006 trouxe inovações positivas a proteção da mulher vítima de
violência doméstica e familiar, assegurando a possibilidade da criação e utilização de
mecanismos para a maior proteção dessas mulheres, inclusive, indicou situações para
que a disciplina trazida pela lei de sirva como forma de educar e ensinar, desde os
agressores até mesmo em matérias de currículos escolares, os valores que a mulher
possui dentro do ambiente doméstico e familiar, não sendo, portanto, uma norma com
caráter simplesmente punitivo, mas também preventivo e educador.
No entanto, em que pese todas as benfeitorias e métodos protecionistas
trazidos pela lei maria da penha, a mulher ainda hoje continua sendo assolada em
níveis alarmantes por atos de violência doméstica ou familiar, seja ela física, moral,
sexual, patrimonial ou psicológica, o que demonstra que os agressores não possuem
receio de serem punidos pelos delitos praticados no âmbito familiar.
Além disso, é nítido que a criação dos juizados especializados em violência
doméstica e familiar contra a mulher (JEVDFM) é Um grande avanço trazido pela lei
11340 de 2006, pois visa dar celeridade aos processos e nem rentes ao teor da
referida lei existentes irá proporcionar a mulher vítima de violência doméstica uma
resposta judicial mais rápida e eficaz, no entanto, nota se que o número de JEVDFM
existentes do brasil é insuficiente traçando assim ponto negativo, para atender à
demanda de ações penais referentes alguma das hipóteses de violência doméstica e
familiar, cante ao fato de que somente em cidades maiores é que foram
implementados, sendo que em cidades pequenas, as varas criminais, além disso a
competência ainda tem que julgar os casos que envolvem a lei maria da penha, o que
ocasiona a maior demora na prestação jurisdicional, Agravando ainda mais a
sensação de impunidade.
Cumpre frisar, que no ano de 2015 ocorreu um grande avanço para melhorar a
situação da mulher, trata se da promulgação da lei 13104/15, Popularmente conhecida
como lei do feminicídio, que inseriu no rol de crimes hediondos homicídio cometido
contra a mulher por ocasião de seu gênero feminino, através dela irá ocorrer uma
maior efetividade e severidade das punições aplicadas a esse tipo de crime e, ao
menos na teoria, deverá diminuir o número de homicídios perpetrados contra a mulher
em razão do seu gênero.
A inovadora lei 13.641/2018, Insere na lei maria da penha o artigo 24-A, que
tipifica o crime de desobediência das medidas protetivas de urgência, É uma
importante e esclarecedora arma no combate à violência doméstica e familiar e traz
consigo a esperança de frear de forma contundente o obituário de mulheres vítimas
de violência doméstica. O legislador demonstra preocupação em desarmar quem faz
uso de arma de fogo, esta medida é altamente relevante e dispõem da Suspensão ou
restrição ao direito de ou agressor de portar armas, caso ele possua esta licença.
A lei citada, expressamente traz em seu bojo especificada pena de detenção
de 3 meses a 2 anos para quem desobedecer a decisão judicial vale frisar que é sem
exclusão da aplicação de outras sanções cabíveis. Ademais, cumpre registrar que a
lei 11.340/2006 É um importante instrumento para a proteção da mulher, possuindo
caráter preventivo e repressivo, no entanto, sua eficácia não se tornou plena pelo
território nacional, ante a falta de investimentos para a implementação de todos os
mecanismos por ela trazidos, gerando lentidão nos processos de violência doméstica,
sensação de impunidade do agressor e virgula consequentemente o aumento dos
casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
REFERENCIAS

RENATO, Brasileiro de Lima em seu Manual de Processo Penal, Volume Único, 5ª


Ed. Ano, 2017

CAVALCANTI, Stela Valéria Soares de Farias. Violência doméstica: análise artigo


por artigo da Lei “Maria da Penha”, nº 11.340/06. São Paulo: Juspodivm, 2008.

DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na justiça: a efetividade da Lei


11.340/2006 de combate a violência doméstica e familiar contra a mulher. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007

BRASIL. Constituição Da República Brasileira Do Brasil. São Paulo, Ed, Saraiva


2014, p. 13.

BRASIL. Entidades familiares constitucionalizadas: para além do número clausus.


Revista Brasileira De Direito De Familia, n 12, p. 40, Porto Alegre, Editora Síntese,
jan. -mar.2002

RECOMENDAÇÃO Nº 9, de 8 de março de 2007. Recomenda aos Tribunais de


Justiça a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e a
adoção de outras medidas, previstas na Lei 11.340, de 09.08.2006, tendentes à
implementação das políticas públicas, que visem a garantir os direitos humanos das
mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares. Brasília, DF: Conselho
Nacional de Justiça.
BRASIL. Relatório. Nº 54/01, 04 de abril de 2001. Comissão Interamericana de
Direitos Humanos. Disponível em:
<https://www.cidh.oas.org/annualrep/2000port/12051.htm > Acesso em 05 de abril
de 2018.

BRASIL. Lei nº 13.340/2018. Altera a Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), para
tipificar o crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2>.
Acesso em 17 de maio de 2019.

CUNHA. Rogério Sanches. Lei do Feminicídio. 11, marc. 2015. Disponível em:
<http://rogeriosanches2.jusbrasil.com.br/artigos/172946388/lei-do-feminicidio-
brevescomentarios > Acesso em 24 de maio de 2019.

OLIVEIRA. De Oliveira disponível em:


<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja
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BRASIL,
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PINTO. Batista Ronaldo. Violencia Doméstica: Lei Maria da Penha (11.340/2006),


Comentada Artigo por Artigo. Edição revista, atualizada e ampliada. Ed. Da Penha
Revista Dos Tribunais, São Paulo, 2014.

PEPSIC, <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
52672018000200012> Acesso em 29 de maio de 2019.

GARCIA, Leila Posenato. Lei Maria da Penha na Justiça: A efetividade da lei Maria
da penha 11.340/06 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, sl.:
Revista dos Tribunais, 2007.

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