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EDSON LOPES CHAVES
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
2. BREVE CONCEITO E FINALIDADE DO INQUERITO POLICIAL ...................... 8
2.1. A AUTORIDADE POLICIAL FRENTE A LEI MARIA DA PENHA......................... 9
3. BREVE HISTORICO DA LEI MARIA DA PENHA ................................................ 10
3.1. FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER.........................11
3.2. VIOLÊNCIA FÍSICA ............................................................................................12
3.3. VIOLÊNCIA PSICOLOGICA................................................................................13
3.4. VIOLÊNCIA SEXUAL..........................................................................................14
3.5. VIOLÊNCIA PATRIMONIAL................................................................................15
É sabido que a mulher em toda sua história, tem enfrentado grandes opressões,
opressões estas, que a depender de seu seio cultural e filosófico, vitimizou e ainda
vitimiza muitas mulheres; não obstante, e em cada época e século, a bravura de
muitas, ainda que as custas de dor e sofrimento deixou mascas na história e ainda
marca a história de vida das pessoas.
A Lei maria da Penha (11.340/06) é fruto da triste história ocorrida em 1983
com a senhora Maria da Penha Fernandes, que sobrevivei a duas tentativas de
homicídio por parte de seu ex-marido, o professor universitário colombiano Antônio
Heredia Viveros, na primeira tentativa, Maria foi cruelmente atingida por um de tiro de
espingarda que a deixou paraplégica e hospitalizada durante quatro meses onde
precisou ser submetida a várias cirurgias; Não obstante, após seu retorno ao lar, foi
novamente agredida por Heredia onde tentou este tentou eletrocutar Maria enquanto
ela tomava banho. Mas, este triste fato, levou Maria da Penha Fernandes a lutar pelos
direitos da mulher e na busca da punição dos culpados, ainda que esta, viesse
somente a ocorrer 19 anos e 6 meses depois.
Mediante a uma ordem judicial Maria pode sair de casa e iniciou uma árdua
batalha para que seu agressor fosse condenado. Destarte a condenação do agressor
só ocorrera em 1991, porem a defesa alegou irregularidades no procedimento do júri,
e o caso foi julgado novamente em 1996, diante da nova condenação, a defesa
novamente alegou irregularidades e o processo continuou em aberto por mais alguns
anos.
Diante de atos protelatórios que acabaram por alçar eficácia no processo, o
senhor Heredia continuou em liberdade. Destarte, Maria da Penha buscando uma
maior consciência social diante da opressão que atingia várias mulheres ao ela
também havia sido mais uma vítima, acabou por lançar um livro em 1994, em que
relata as agressões que ela e suas filhas sofreram do marido durante a convivência
com o agressor. Porem sua determinação era por justiça, e diante desse objetivo,
buscou e conseguiu alguns anos depois contato com duas organizações Centro pela
Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e Comitê Latino Americano e do Caribe para
a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM) que a ajudaram a levar seu caso para a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados
Americanos (OEA), em 1998.
Toda morosidade do processo penal brasileiro no caso de Maria da Penha
Fernandes foi exposto quando em 2001, o Brasil foi condenado pela Comissão por
negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica contra as
mulheres, ademais foi recomendada a finalização do processo penal do agressor de
Maria da Penha, a realização de investigações sobre as irregularidades e atrasos no
processo; reparação simbólica e material à vítima pela falha do Estado em oferecer
um recurso adequado para a vítima, que finalmente pode ver seu agressor receber a
condenação por seus delitos em 2002, e a adoção de políticas públicas voltadas à
prevenção, punição e erradicação da violência contra a mulher.
Destarte, o governo brasileiro se viu na obrigação de instituir mecanismos
legais que trouxessem maior eficácia na prevenção e punição da violência doméstica
no Brasil. Portanto no dia 7 de Agosto de 2006, o Congresso aprovou por unanimidade
a Lei 11.340 conhecida como Lei Maria da Penha, que já obteve o reconhecimento da
própria ONU, a nível mundial, de ser a terceira melhor lei no combate a violencia
doméstica.
A lei 11.340 traz em seu corpo caracterização para que se configure a prática
de violencia doméstica contra a mulher, senão vejamos a exposição do artigo 5º da
referida lei.
A Violência física requer pouco grau de dificuldade para sua identificação uma
vez que se consuma com o emprego do uso da força, com o objetivo de ofender a
integridade física ou a saúde corporal da vítima; Destaca-se que a violencia física e
punida tanto na conduta dolosa quanto na culposa.
Descrito no artigo 7º, inciso I, da Lei nº 11.340/2006, a Violência Física, é
“percebida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.”
Dentro outras condutas praticadas pelo agente em desfavor da vítima, a violência
física se caracteriza como a mais comum, além disso os agressores acabam por fazer
uso de diversas maneiras desde o uso de vassoura, cintos, facas, panelas etc.
chegam até usar cordas ou correntes para amarrar e espancar suas vítimas. A
Violência Física engloba ainda outros atos crueldade, com o único objetivo de vitimizar
a mulher e fragilizá-la severamente. A atitude de agredir covardemente muitas das
vezes usando ponta de cigarro, água fervente bem como privação de comida e água
pode resultar em severos traumatismos, quando não poucas vezes ceifam a vidas de
muitas mulheres.
Não obstante, preleciona Leda Maria Hermann (2008, p. 108): Quanto à
integridade física, o conceito transcrito no inciso I do dispositivo é expresso em
considerar violentas condutas que ofendam, também a saúde corporal da mulher,
incluindo, por consequência, ações ou omissões que resultem em prejuízo à condição
saudável do corpo.
A falta de cuidados no ceio familiar em desfavor da mulher pode também ser
compreendida como uma conduta omissiva que pode levar desde a privação de
alimentos ou até a falta de indispensáveis tratamentos hospitalares. Já para uma
conduta comissiva, basta observar exemplos em que muitas vezes as mulheres
acabam sendo sujeitadas a realizar tarefas que são incompatíveis com sua
capacidade física, como por exemplo carregar móveis pesados ou execultar diversas
atividades de cunho doméstico inapropriadas a elas.
A violência psicológica, transcrita pelo artigo 7º, inciso II, da Lei nº 11340/2006
é: percebida como qualquer conduta que lhe cause danos emocionais e diminuição
da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante
ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
psicológica e à autodeterminação.
Este tipo de violência, às vezes é igual ou mais prejudicial que a física, uma vez
que atinge a mulher em seus valores íntimos com o escopo de depreciação
caracterizados pela rejeição, humilhação, discriminação e exagerado desrespeito.
Conquanto ser uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, é inegável que
a violência psicológica pode ter um poder ainda mais destrutivo no psiquê da mulher
abalando fortemente sua saúde mental gerando em diversos casos cicatrizes
profundas que muitas vezes são irreparáveis. Sendo assim não são poucas as
ofensas sofridas pela mulher que se vê abalada pelas constantes ameaças,
perseguições, chantagens e todos os meios ilícitos usados para afetar a sua paz
interior.
Para Leda Maria Hermann (2008, p. 109)
A mulher, uma vez atingida com a violência psicológica, passa a ter um estado
de espírito fortemente sensível e propenso baixo auto-estima gerando nela ideias
erronias de inferioridade em relação as demais pessoas, além disso, não é de se
admirar que muitas tomam a triste decisão de dar cabo a própria vida por não
suportarem tamanha ofensa interior ocasionada pela violência psico-emocional.
Conforme capitula o artigo 7º, inciso II, da Lei nº 11340/2006 é: entendida como
qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de
seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos
ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
Essa violência é utilizada tem como escopo, impedir que a mulher tenha
controle sobre seus próprios bens de forma que isso lhe cause limitações e até
prejuízos patrimoniais que objetivem leva-la cada vez mais em um estado de
dependência do parceiro; senão vejamos; Alguns tentam impedi-las de trabalhar fora
do ceio familiar, mas quando estas já o fazem, acabam por sofrer inúmeras
importunações em seu local de trabalho que podem respingar até em seus patrões,
outros destroem objetos que pertencentes a elas para demostrar dominação e
passividade, outrossim não faltam aproveitadores, charlatões em peles de cordeiros
que acabam explorando economicamente suas parceiras.
Destarte que a lei acolha em seu bojo os bens e objetos de relevância financeira
e valores econômicos, ressalte-se ainda que esta, alcança claramente outros critérios
e aspectos econômicos de ordem e importância pessoal ou afetiva bem como
documental. É comum ao agressor usar dessa essa forma de violência ao perceber
que a vítima tem a intenção de romper o relacionamento e por vingança ou intimidação
prática esses atos que limitam a liberdade da mulher, fazendo que ela desista em
muitos casos, de sua intenção inicial de modo a se conformar com a situação a ela
imposta.
[...] nem sempre é por necessidade de sustento ou por não ter condições de
prover sozinha a própria existência que mulheres se submetem e não
denunciam as agressões de que são vítimas. Em seu íntimo, se acham30
merecedoras da punição por ter desatendido as tarefas que acredita serem
de sua exclusiva responsabilidade. Um profundo sentimento de culpa as
impedem de usar a queixa como forma de fazer cessar as agressões. Por
isso, raros são os casos em que vítima se encoraja a denunciar a violência
ocorrida dentro do lar.
Nessa vertente é esclarecido com precisão por CUNHA E PINTO (2014, p. 80):
Desta maneira, estabelece o juiz uma distância fixa mínima a ser mantida pelo
agressor em relação à vítima. outra medida protetiva é a suspensão ou restrição ao
direito de o agressor de portar armas caso ele disponha dessa licença.
6. CONFEDERAÇÕES FINAIS
BRASIL. Lei nº 13.340/2018. Altera a Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), para
tipificar o crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2>.
Acesso em 17 de maio de 2019.
CUNHA. Rogério Sanches. Lei do Feminicídio. 11, marc. 2015. Disponível em:
<http://rogeriosanches2.jusbrasil.com.br/artigos/172946388/lei-do-feminicidio-
brevescomentarios > Acesso em 24 de maio de 2019.
BRASIL,
<http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.34
0-2006?OpenDocument> Acesso em 27 de maio de 2019.
PEPSIC, <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
52672018000200012> Acesso em 29 de maio de 2019.
GARCIA, Leila Posenato. Lei Maria da Penha na Justiça: A efetividade da lei Maria
da penha 11.340/06 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, sl.:
Revista dos Tribunais, 2007.