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RELATÓRIOS DAS AULAS HISTÓRIA MEDIEVAL

Dia 05/08
A aula começa com a apresentação da ementa da disciplina, onde nos é
mostrado quais os conteúdos que abordaremos na disciplina, a bibliografia, a
forma pedagógica que será utilizada e o modo que serão feitas as avaliações da
mesma. Estudaremos um período de tempo que compreende cerca de mil anos,
denominado Idade Medieval, abordaremos à História da Europa, em particular à
parte Ocidental. Mas não podemos generalizar os aspectos históricos de uma
região para o restante do planeta, pois cada lugar tem suas especificidades, sua
história. Além disso, nessa época que passaremos a estudar, o mundo não
estava interligado como hoje, os contatos entre os povos e as regiões eram muito
precários e, em alguns casos, inexistentes.
O período da Idade Média foi tradicionalmente delimitado com ênfase em
eventos políticos. Nesses termos, ele teria se iniciado com a desintegração do
Império Romano do Ocidente, no século V, e como foi dito em sala, a idade
medieval surgiu das cinzas de Roma. O Império Romano do Ocidente teve como
uma das principais causas de sua queda as invasões bárbaras protagonizadas
pelos povos germânicos que habitavam a região a leste das fronteiras do
Império. Ao lado da decadência da economia escravista e da desestruturação
militar. Os bárbaros recebiam essa denominação, de origem grega, pois os
gregos não entendiam a língua dos povos do norte. Aos ouvidos gregos, esses
povos balbuciavam algo como um “bar-bar”, o que deu origem à palavra bárbaro,
que passou a designar o estrangeiro. Em latim, eram os “barbarus”, o que explica
que, para os romanos, eram os povos que não falavam latim, não seguiam as
leis romanas e também não participavam de sua civilização.
O processo de entrada dos povos bárbaros no Império Romano ocorreu de
forma gradual, inicialmente, a nordeste da Península Itálica, as fronteiras do
Império Romano tinham como limite os rios Danúbio e Reno. Os povos e tribos
que habitavam para além desses rios eram considerados pelos romanos
como germanos. Desde a época de César que os romanos tinham conhecimento
da existência desses povos. Eles eram organizados em clãs, desconheciam uma
instituição estatal como a romana, suas leis eram baseadas na tradição, sendo
transmitidas oralmente, e não de forma escrita; além de se dedicarem ao
pastoreio e à agricultura. Eram povos guerreiros, o que garantiu a eles a fama
de serem violentos e cruéis, apesar dos romanos utilizarem dos mesmos
expedientes contra os povos que dominavam.
A partir do século I, os romanos passaram a travar contato com as tribos que
habitavam as regiões fronteiriças. Como resultado desse contato, os bárbaros
germânicos passaram a receber terras e tornaram-se colonos, conseguindo
ainda serem incorporados ao exército, chegando muitos deles a ocuparem
cargos militares e administrativos no Estado romano, nos séculos finais do
Império do Ocidente.
Entretanto, a partir do século IV, as invasões dos povos bárbaros no Império
Romano intensificaram-se. Um dos motivos era a pressão que essas tribos
vinham recebendo do oriente, com os avanços dos hunos para o Ocidente.
Saqueando e devastando as tribos que encontravam pelo caminho, os hunos
fizeram com que os germanos adentrassem as fronteiras romanas, agindo
também com violência contra os civilizados. Os principais povos germânicos que
invadiram o Império Romano foram os hunos, os vândalos, os visigodos, os
ostrogodos, os francos, os lombardos e os anglo-saxões. Em alguns momentos,
eles conseguiram alcançar a cidade de Roma, saqueando a cidade e buscando
destruí-la.
As invasões bárbaras levaram os povos das cidades a abandoná-las e se
instalarem na zona rural em busca de proteção, desintegrando a conformação
urbana que havia no Império Romano. Por isso que a idade medieval foi um
período de tempo em que os europeus viveram, em sua maioria no campo,
restritos a propriedades que buscavam sua autossuficiência, denominada de
feudos. A sociedade – muito diferente daquela do Império Romano – era
rigidamente hierarquizada e marcada pela fé em Deus e pelo controle da Igreja
católica, sem dúvida a instituição mais poderosa de toda a Idade Média. O poder
político era descentralizado, isto é, estava nas mãos de inúmeros senhores da
terra. Por todas essas características, muitos estudiosos acabaram chamando
esse momento de Idade das Trevas. Eles acreditavam que o mundo medieval
tinha soterrado o conhecimento produzido pelos gregos e romanos. O estudo
dos fenômenos naturais e das relações sociais por meio da observação, por
exemplo, teria sido substituído pelo misticismo religioso. O certo é que durante
esses mil anos a sociedade europeia construiu grande parte de seus valores
culturais, que iriam se espalhar por todo o mundo a partir do século XV, com as
Grandes navegações. Valores que são, até hoje, plenamente perceptíveis.
O período Medieval será marcado pela formação do Império Bizantino e pela
propagação do cristianismo. Embora esses marcos estejam presentes na
historiografia até os nossos dias é preciso ressaltar que esse modelo que
estabelecer uma linha do tempo sucessória de acontecimentos é baseado na
experiência europeia e na sua historiografia. Portanto, ao falar de outras
sociedades, localizadas e baseadas em diferentes partes do globo, é difícil
manter os mesmos referenciais. Assim, a queda do Império Romano do Ocidente
foi um processo complexo e longo de declínio do Império Romano, e não
aconteceu da noite para o dia, repentinamente. Ocorreu devido a diversos
fatores, quando não foi mais possível manter um Império unificado, perdendo
forças e território.

DIA 09/08

O cristianismo estabeleceu-se como instituição nos séculos finais do Império


Romano. Enquanto o Império Romano desmanchava-se em crises internas,
a Igreja Católica fortaleceu-se e firmou suas bases. O estabelecimento da Igreja
e a formação da doutrina eclesiástica ocorreram mediante os conflitos causados
pelas heresias, isto é, todas as doutrinas religiosas que não estavam de acordo
com a ortodoxia vigente. Essas heresias colocavam a existência da Igreja em
risco e foram duramente combatidas. É interessante constatarmos que a Igreja
católica se constituiu como uma instituição no Império Romano. Mas, ainda que
tenha sido fortalecida pelos últimos imperadores de Roma, sobreviveu à sua
queda, em 476, e foi adquirindo cada vez mais poder e prestígio durante a Idade
Média. A Igreja católica foi privilegiada com a concessão de um amplo território,
onde nesse período o poder econômico era definido pela posse de terras.
Com a desagregação política que caracterizou a Idade Média, sem um poder
centralizador no continente europeu que comandasse os diversos povos que
nele viviam, a Igreja Católica obteve espaço para ir expandindo cada vez seu
"império da fé". Assim, acreditar em Cristo pressupunha uma série de regras que
todo indivíduo deveria seguir para merecer um lugar após a sua morte no Paraíso
celeste, ao lado de Deus.

Objetivando fazer os povos merecerem esse lugar no Paraíso, a Igreja instruía


os fiéis a não pecarem, obedecendo aos mandamentos divinos e fazendo
caridade. Essa caridade, por sua vez, além da ajuda ao próximo, também estava
diretamente relacionada à doação de bens para a Igreja Católica, a fim de ajudá-
la a prosseguir em sua missão. Os nobres, então, como forma de se livrarem do
que a religião considerava seus pecados terrenos, deveriam doar à Igreja bens
materiais, como dinheiro, terras e riquezas. Portanto, o crescimento do poder
dessa instituição e o tamanho de sua fortuna estão diretamente relacionados
com a capacidade que a Igreja tinha de fazer com que os fiéis acreditassem nas
verdades que ela pregava. Mais do que acreditar nelas, os fiéis deveriam temer
a ira divina e o risco de queimarem no fogo do Inferno após a morte.

Além de debatermos esse assunto, foi nos apresentado um documentário que


mostra o crescimento e o poder da igreja católica.

DIA 12/08

Com a expansão do feudalismo por toda a Europa Medieval, observamos


a ascensão de uma das mais importantes e poderosas instituições desse
mesmo período: a Igreja Católica. Aproveitando-se da expansão do
cristianismo, observada durante o fim do Império Romano, a Igreja
alcançou a condição de principal instituição a disseminar e refletir os
valores da doutrina cristã. Naquela época, logo depois do Primeiro Século,
diversas interpretações da doutrina cristã e outras religiões pagãs se
faziam presentes no contexto europeu. Através da centralização de seus
princípios e da formulação de uma estrutura hierárquica, a Igreja teve
condições suficientes para alargar o seu campo de influências durante a
Idade Média. Estabelecida em uma sociedade marcada pelo pensamento
religioso, a Igreja esteve nos mais diferentes extratos da sociedade
medieval. A própria organização da sociedade medieval (dividida em
Clero, Nobreza e Servos) era um reflexo da Santíssima Trindade. Além
disso, a vida terrena era desprezada em relação aos benefícios a serem
alcançados pela vida nos céus. Dessa maneira, muitos dos costumes
dessa época estavam influenciados pelo dilema da vida após a morte.
Além de se destacar pela sua presença no campo das ideias, a Igreja
também alcançou grande poder material. Durante a Idade Média ela
passou a controlar grande parte dos territórios feudais, se transformando
em importante chave na manutenção e nas decisões do poder
nobiliárquico. A própria exigência do celibato foi um importante mecanismo
para que a Igreja conservasse o seu patrimônio. O crescimento do poder
material da Igreja chegou a causar reações dentro da própria instituição.
Aqueles que viam na influência político-econômica da Igreja uma ameaça
aos princípios religiosos começou a se concentrar em ordens religiosas
que se abstinham de qualquer tipo de regalia ou conforto material. Essa
cisão nas práticas da Igreja veio subdividir o clero em duas vertentes: o
clero secular, que administrava os bens da Igreja e a representava nas
questões políticas; e o clero regular, composto pelas ordens religiosas
mais voltadas às práticas espirituais e a pregação de valores cristãos.
Sob outro aspecto, a Igreja também teve grande monopólio sob o mundo
letrado daquele período. Exceto os membros da Igreja, pouquíssimas
pessoas eram alfabetizadas ou tinham acesso às obras escritas. Por isso,
muitos mosteiros medievais preservavam bibliotecas inteiras onde
grandes obras do Mundo Clássico e Oriental eram preservadas. São
Tomás de Aquino e Santo Agostinho, por exemplo, foram dois membros
da Igreja que produziram tratados filosóficos que dialogavam com os
pensadores da Antiguidade. Mesmo contando com tamanho poder e
influência, a Igreja também sofreu com manifestações dissidentes. Por um
lado, as heresias, seitas e ritos pagãos interpretavam o texto bíblico de
forma independente ou não reconheciam o papel sagrado da Igreja. Em
1054, a Cisma do Oriente marcou uma grande ruptura interna da Igreja,
que deu origem à Igreja Bizantina.

Não cabe a nós querer criminalizar ou repudiar a Igreja dos dias de hoje,
com base nas suas ações passadas. As questões e práticas dessa
instituição não são exatamente iguais àquelas encontradas entre os
séculos V e XV. Dessa maneira, ao darmos conta do papel desempenhado
por essa instituição religiosa, durante a Idade Média, obtemos uma grande
fonte de reflexão sob tal período histórico.

DIA 16/08

DIA 19/08

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