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Fogo Pálido de Vladimir Nabokov

Acabei ontem a leitura de Fogo Pálido de Vladimir Nabokov ("Pale Fire", 1962). É um daqueles
romances policiais de "crime anunciado" onde nas primeiras páginas tomamos conhecimento
de que foi cometido um crime, mas nos é dito apenas o básico: quem matou, quem morreu.
Todo o resto do livro é a reconstituição implacável dos fatos que conduziram àquele desfecho.

Meu livro preferido nesse subgênero é A Judgement in Stone (1977) de Ruth Rendell ("Um
Assassino Entre Nós", Editora L&PM), que começa com a frase famosa: "Eunice Parchman
matou a família Coverdale porque não sabia ler nem escrever".

Dizer isso de Fogo Pálido, na verdade, nem raspa o verniz desse romance complexo e
divertidíssimo, daqueles que mal a gente termina de ler tem vontade de voltar ao começo para
reler tudo à luz das muitas revelações que são feitas ao longo de todas as páginas.

São várias histórias por trás do enredo básico, e a edição que li (Penguin, 2000) tem um ensaio
introdutório de Mary McCarthy tão cheio de alusões surpreendentes que a releitura parece
obrigatória.

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