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Laboratórios de Física
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Estudo de um
Transformador

Instituto Superior de Engenharia do Porto- Departamento de Física


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4200-072 Porto. T 228 340 500. F 228 321 159
Laboratórios de Física DEFI-NRM-2017
Versão: 03
Estudo de um Transformador
Data: 24/05/2010

Estudo de um Transformador
DEFI-NRM-2017

ƒ Determinar a dependência funcional entre a f.e.m. (tensão) induzida no


secundário de um transformador e:
• A tensão existente no primário
• O número de espiras do primário
• O número de espiras do secundário
ƒ Determinar a relação entre as correntes do primário e do secundário.

Introdução Teórica

Os aparelhos eléctricos são construídos para funcionarem com valores predeterminados de


tensão. Quando a tensão de funcionamento dos aparelhos não coincide com a tensão da
fonte é necessário intercalar, entre os dois, um transformador para adequar essas tensões.
Quando o enrolamento primário é ligado a um circuito de corrente alternada, esta corrente
cria um campo magnético proporcional a ela própria e ao número de espiras do
enrolamento. Como a corrente é alternada, o campo magnético criado por ela é igualmente
variável com o tempo e, consequentemente, aparece um fluxo da variação deste campo na
região onde se encontra o enrolamento secundário.

Este fluxo de variação do campo magnético do primário, induz um campo eléctrico no


enrolamento secundário, de tal forma que, quanto maior for o fluxo dessa variação, maior a
intensidade do campo eléctrico induzido em cada espira. A tensão que aparece aos
terminais do enrolamento secundário é proporcional ao campo eléctrico induzido e ao
número de espiras do enrolamento.
Basicamente, o transformador é constituído por fios enrolados num núcleo de ferro. São
dois enrolamentos independentes: o enrolamento primário, ligado à fonte e o enrolamento
secundário, onde se obtém a tensão
desejada.
Nos transformadores usados nas
subestações elevadoras de tensão o
enrolamento primário tem um número de
espiras menor do que o enrolamento
secundário, sendo ainda constituído por
fios de secção maior.

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Nos transformadores abaixadores de tensão


o enrolamento primário tem um número de
espiras maior do que o enrolamento
secundário. Em geral, neste tipo de
transformador os fios utilizados no
enrolamento secundário são mais grossos.

O transformador é um aparelho consumidor


de energia eléctrica quando considerado do
lado do enrolamento primário e, também, fonte ou gerador de energia eléctrica do lado do
enrolamento secundário.

A indução electromagnética nos transformadores é uma das aplicações da lei de Faraday.


Segundo esta, quando numa região do espaço ocorre uma variação do campo magnético é
induzido nessa região um campo eléctrico.

Primário Secundário

Suponhamos que a bobina 1 tem N1 espiras e que a bobina 2 tem N2 espiras. Se a bobina 1
for ligada a uma fonte de f.e.m. variável e1, ela vai gerar um fluxo magnético variável.
Admitamos que e1 fornece uma diferença de potencial V1, num intervalo de tempo Δt. Se
nesse intervalo de tempo Δt o fluxo variar de zero a Φ1, pela lei de Faraday:

ΔΦ
ε= pode dizer-se que: ΔΦ1 = V1 .Δt
Δt

Se todas as N1 espiras da bobina 1 forem atravessadas perpendicularmente por linhas de


campo, a definição de fluxo permite-nos concluir que:

ΔΦ1 = N1 .B. A

Portanto, igualando essas duas expressões, temos:

N1 B⋅ A
V1 ⋅ Δt = N 1 ⋅ B ⋅ A O que nos permite escrever: =
V1 Δt

Podemos repetir esse mesmo raciocínio para a bobina 2 de N2 espiras.


N2 B ⋅ A
=
V2 Δt

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Portanto, como B, A e Δt são constantes, obtemos (1):

(1)
V1 V
= 2
N1 N 2

A facilidade com que se podem reduzir ou aumentar tensões num circuito de CA utilizando
transformadores, aliada ao facto de estes só funcionarem em CA, constitui uma das
vantagens da utilização deste tipo de corrente em relação à corrente contínua.
Ao se fechar o circuito do secundário, ou seja, se se ligar o transformador a uma televisão,
por exemplo, passa no primário uma CA de intensidade ip e no secundário outra de
intensidade is. Admitindo que é desprezável a energia dissipada no aquecimento das
bobinas, toda a energia fornecida ao primário pelo gerador de CA é transferida para o
secundário; portanto, nestas condições ideais, as potências médias no primário e no
secundário são iguais ou seja:

Esta igualdade das potências médias, em condições ideais, é uma afirmação do princípio
da conservação da energia.
Ao combinar a equação do transformador com a igualdade anterior, temos:

Em conclusão, um transformador que reduz a tensão no secundário em relação à tensão no


primário, faz variar a corrente de modo inverso.

Num transformador real teremos a seguinte situação

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Material Necessário

• Elementos para construção de um Transformador:


- entreferro
- bobina com N1 espiras
- bobina com N2 espiras
• 2 Multímetros
• 1 fonte de alimentação de 10VAC
• Reóstato de 235 Ω
• Fios de ligação

Procedimento

1. Antes de montar o circuito use o multímetro para medir os valores exactos da tensão de
alimentação E e da resistência do reóstato.

2. Monte os seguintes circuitos:


- Primário em série com reóstato e alimentado por 10 VAC.
- Secundário em aberto para medir tensão, colocar uma resistência de 100 Ω em série
para medir corrente
Desenhe o esquema das montagens
E = 10 VAC
Reóstato na posição R = 235 Ω
V1 e V2 - Multímetros a funcionar como
voltímetros
N1 (300) espiras no secundário
N2 (500) espiras no primário

3. Com auxílio dos multímetros a funcionar como voltímetros leia os valores da tensão no
primário e secundário do transformador.
Para um caso determine o valor teoricamente esperado para as tensões supondo o
transformador ideal (explique a fórmula que utilizou). Compare esses valores esperados

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com os lidos com o multímetro a funcionar como voltímetro. Com todos estes valores deve
preencher a Tabela 1 relativamente a V1 medido e V2 medido.
Varie a resistência do reóstato e leia novamente os valores.

4. Com o auxílio dos multímetros a funcionar como amperímetros leia os valores da


corrente no primário e secundário do transformador.
Para um caso determine o valor teoricamente esperado para as correntes (explique a
fórmula que utilizou).
Com todos estes valores deve preencher a Tabela 1 relativamente a I1 medido e I2 medido.

Tabela 1
V1 medido V2 medido I1 medido (A) I2 medido (A)
(V) (V)

5. Calcule o valor da potência no primário, secundário e rendimento do transformador

6. Elabore o gráfico V2 = f(V1) provando a equação (1).

Para que serve o transformador ?

7. Monte o circuito da Figura 1.


Troque os enrolamentos do primário e secundário
A bobina N1 será usada como enrolamento primário e a bobina N2 será usada como
enrolamento secundário.

Figura 1

8. Ligue o circuito. Proceda conforme pontos 3, 4, 5.

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Tabela 2

V1medido (V) V2 medido(V) I1 medido (A) I2 medido (A) P1 P2 Rendimento

Papel
9. Faça as alterações necessárias de forma a obter o
circuito da Figura 4, colocando um papel no
entreferro, não se esquecendo de manter o circuito
desligado enquanto faz as ligações.

R
Figura 2

10. Repita o procedimento anterior (pontos 3, 4, 5) .

Tabela 3
V1medido (V) V2 medido(V) I1 medido (A) I2 medido (A) P1 P2 rendimento

11. Elabore um relatório com todos os valores medidos e as explicações e comentários que
achar convenientes. Indique a precisão dos aparelhos utilizados. Se a medição indicada
pelo multímetro não ficar fixa, mas oscilar entre dois valores, como deve indicar o valor lido?

12. Que conclusões pode tirar das experiências que realizou?

Referências Bibliográficas

• ALONSO FINN, Física

• MEIRELES, Vítor, Circuitos Eléctricos, Lidel Edições Técnicas, 5ª Edição

• COSTA, Maria Margarida R. R., ALMEIDA, Maria José B. M., Fundamentos de


Física, Almedina, 2ª ed., Janeiro 2004

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