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O que são fitoterápicos e qual é o papel das plantas no tratamento das doenças
A fitoterapia é uma prática terapêutica baseada no uso das plantas, de suas partes
(folhas, flores e raízes, por exemplos) ou de suas preparações. Atualmente, não há dúvidas
sobre o acentuado crescimento pela procura por esta terapia, e, consequentemente das
plantas medicinais ou dos fitoterápicos, sendo estes últimos os medicamentos obtidos, de
acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2015), quando se emprega
princípio-ativo, exclusivamente, derivados de drogas vegetais.
De acordo com a ANVISA (2010), não são consideradas como fitoterápicos as
formulações que contenham substâncias ativas isoladas de qualquer origem ou associada a
substâncias vegetais.
A expansão mundial dos mercados de produtos derivados de plantas tem estimulado
pesquisas envolvendo plantas medicinais com o objetivo de chegar a um produto fitoterápico
no Brasil (Soares et al., 2011).
Souza et al. (2015) apontam que no Brasil os produtos fitoterápicos são considerados
medicamentos, isto é, não se diferenciam quanto às exigências para a produção de um
medicamento alopático. No entanto, os autores observam que é necessário o estabelecimento
de mais estudos para algumas espécies objetivando assegurar a manutenção dos requisitos de
qualidade durante o processamento e o armazenamento.
A Farmacopeia Brasileira, Código Oficial Farmacêutico do país, fornece os critérios de
qualidade dos medicamentos em uso, tanto manipulados quanto industrializados, compondo o
conjunto de normas e de monografias de farmacoquímicos, estabelecido para o Brasil
(ANVISA, 2011). No Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira (ANVISA, 2011), são
fornecidos conceitos relacionados aos medicamentos fitoterápicos, como, por exemplo:
planta medicinal: espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos;
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© Ao aluno é permitido fazer uma cópia do material didático disponibilizado para uso próprio. De acordo
com a Lei no. 9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos autorais, todo aluno fica proibido de propagar,
distribuir e vender o material de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por
violação da propriedade material e intelectual.
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droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de
substâncias, que causam a ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização, quando
aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada;
derivado vegetal: produto da extração da planta medicinal in natura ou da droga vegetal,
podendo ocorrer na forma de extrato, tintura, alcoolatura, óleo fixo e volátil, cera, exsudado e
outros;
matéria-prima vegetal: compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o derivado vegetal;
fitoterápico: produto obtido de planta medicinal, ou de seus derivados, exceto substâncias
isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa; e
medicamento magistral: todo o medicamento cuja prescrição pormenoriza a composição, a
forma farmacêutica e a posologia. É preparado na farmácia, por um profissional farmacêutico
habilitado ou sob sua supervisão direta.
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vezes, indica algumas de suas características, como, por exemplo, época em que ocorre com
mais frequência (cipó-de-são-joão e erva-de-são-joão), local de origem (boldo-do-chile e
aroeira-do-sertão), sabor (erva-doce, amargosa e erva-amarga), outra utilidade (vassourinha),
cor da flor (picão-roxo e picão-branco), devido a abrir a flor em determinados horários
(reloginho) e destacando seu poder medicinal (espinheira-santa e capim-santo).
Também é comum a utilização de nomes populares, que copiam nome de remédios
(aspirina, novalgina, ampicilina, insulina e cibalena, por exemplo), por serem utilizadas como
plantas para as mesmas finalidades terapêuticas do medicamento alopático. Ou plantas que
recebem denominações de outras que são famosas pelo uso. Há várias espécies que recebem
o nome de arnica, algumas são denominadas de boldo, melissa e aroeira, dentre várias outras
denominações.
Para consultas sobre a comprovação científica ou indicações, é imprescindível a
denominação científica, a qual é universal e específica para uma planta. Para saber
informações sobre uma espécie, como a espinheira-santa, a busca deverá ser feita utilizando o
seu nome científico Maytenus ilicifolia.
A ação medicinal de uma planta é devida aos seus compostos bioativos, os quais são
produzidos pela planta para que a mesma se proteja de algum estresse. Essas substâncias são
geradas no metabolismo secundário (ou especializado) e sofrem significativa influência de
fatores climáticos e edáficos (água, luz, temperatura e acidez do solo, por exemplo),
relacionados ao cultivo (espaçamento, presença de pragas, época de plantio e de colheita,
processo de secagem e de beneficiamento, por exemplo) e a genética da planta.
São muitos os fatores, tanto bióticos quanto abióticos, que influenciam os teores de
princípios ativos. Dentre os exemplos, o estresse hídrico é um que pode ser manejado de
modo a proporcionar melhor condição para que a planta produza concentração adequada de
bioativos.
Quanto às dosagens e formas de uso, elas devem ser seguidas rigorosamente e
recomendadas por profissional da saúde. O uso errado, além de ser ineficaz, pode causar
efeitos adversos. As plantas que possuem substâncias que são perdidas sob altas temperaturas
devem ser maceradas. As raízes e cascas são, geralmente, preparadas por decocção. Folhas e
flores tenras são preparadas por infusão.
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Referências Bibliográficas
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