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como declarar

pensão alimentícia
Você paga pensão alimentícia, mas está com dúvidas sobre
como declarar isto no Imposto de Renda

O pagamento de pensão alimentícia é um tema que costuma gerar


muitas dúvidas na declaração do Imposto de Renda. Os valores
pagos a título de pensão alimentícia são dedutíveis, mas é preciso
prestar atenção a alguns detalhes. Época NEGÓCIOS conversou com os
especialistas Aldenir Rodrigues, da IOB-Sage Brasil, e Alexandra Assis,
gerente operacional da MG Contécnica, para esclarecer o assunto.

Em primeiro lugar, é necessário lembrar que só são dedutíveis os


valores pagos em cumprimento de decisão judicial ou escritura
pública. “Se é uma pensão paga por liberalidade, por um acordo
informal entre as partes, esses valores não podem ser deduzidos”, diz
Aldenir Rodrigues.

Dados do alimentando
O beneficiário da pensão precisa estar incluído na declaração como
alimentando. Ou seja, se o pai paga pensão alimentícia para o filho, ele
precisa incluí-lo na ficha de alimentandos, informando nome, data de
nascimento e CPF, caso o alimentando tenha 12 anos ou mais. A
mesma pessoa não pode ser incluída como alimentando e dependente.

Existe, porém, uma exceção a esta regra, válida somente para o ano em
que a pessoa deixou de ser dependente e passou a ser alimentando.
Imagine um casal divorciado em 2016, cujo filho era declarado como
dependente do pai. Se o pai passou a pagar pensão alimentícia ao filho
no ano passado, ele poderá inclui-lo tanto como dependente quanto
como alimentando na declaração deste ano — e poderá deduzir as
despesas das duas formas. Nas declarações futuras, no entanto, ele terá
que declará-lo somente como alimentando.

Apesar de legal, essa regra de exceção costuma causar transtornos.


“Geralmente, essa situação faz o contribuinte cair na malha fina”, diz
Alexandra. Se isso ocorrer, o contribuinte será chamado pela Receita
Federal para esclarecer o que aconteceu. “Normalmente, é só levar a
declaração dos anos anteriores, em que consta que o filho era
dependente, para resolver o problema”, diz ela.

Em qual ficha declarar


Os valores pagos devem ser declarados na ficha “Pagamentos
efetuados”, usando o código “30 - Pensão alimentícia judicial paga a
residente no Brasil” ou “33 - Pensão alimentícia - separação/divórcio
por escritura pública paga a residente no Brasil”. Segundo Rodrigues,
os gastos serão deduzidos automaticamente pelo programa.

A soma de todos os valores pagos àquele alimentando deve ser


discriminada no campo “Valor pago”. Há apenas uma exceção. Se a
pensão for descontada diretamente da folha de pagamento, o desconto
feito sobre o 13° salário deverá ser informado apenas no
campo “Parcela não dedutível”, lembra Rodrigues.

Despesas médicas ou com educação


Quem paga pensão alimentícia não pode deduzir gastos com saúde e
educação dos alimentandos. Isso só é possível se, em decisão judicial,
estiver determinado que o contribuinte também será o responsável por
arcar com essas despesas. Se isto não constar na decisão, tais gastos
não podem ser deduzidos por quem paga a pensão, mas podem ser
incluídos na declaração de quem recebe, diz Alexandra.

Os gastos com saúde e educação devem ser declarados no campo


“Pagamentos efetuados”, informando que a despesa é referente ao
alimentando.

Quem recebe a pensão


A pessoa que recebe a pensão alimentícia precisa declarar esse
rendimento, que é tributável, lembram os especialistas. Na declaração
de ajuste, esse item deve ser informado na ficha “rendimentos
tributáveis recebidos de pessoa física”, e devem ser lançados mês a
mês. Quem recebe mais de R$ 1.903,98 por mês é obrigado a declarar
esse rendimento no Carnê-Leão – outro programa disponibilizado pela
Receita Federal. Nesse caso, na declaração de ajuste, é só importar os
dados do carnê-leão.

Mas atenção: a pensão deve ser declarada pelo beneficiário. Ou seja, se


a mãe recebe em sua conta corrente valores referentes à pensão
alimentícia do filho, é o filho que precisa declarar. Se o filho for
dependente da mãe, ela deverá incluir esse rendimento, na “ficha
rendimentos tributáveis recebidos de pessoa física”, escolhendo a aba
“dependentes”.

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